Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

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Alfredo Volpi Parque TRILHA DA BIODIVERSIDADE

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(Adaptação do folder) O Parque Alfredo Volpi, localizado na zona oeste da cidade, pertencia antigamente à Fazenda de Chá Morumby. É um importante fragmento remanescente da Mata Atlântica, possuindo grande biodiversidade.

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Page 1: Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

O Parque Alfredo Volpi foi inaugurado em 27 de Abril de 1971. Abrange uma área de 142.400 m², que antigamente pertencia à Fazenda de Chá Morumby. A área foi doada em 1949 para a Prefei-tura de São Paulo, que o transformou em Parque, então com o nome de Bosque do Morumbi. O Projeto paisagístico foi elaborado por Rosa Grena Kliass com colaboração do arquiteto Carlos Welker e do botânico Helmut Schlik, responsável pelo levantamento botânico. Seu nome atual é umahomenagem ao conceituado pintor Alfredo Volpi, que nasceu na Itália em 1896 e fixou-se em São Paulo antes de completar dois anos de idade. É popularmente conhecido como o "pintor das bandeirinhas". Alcançou reconhecimento durante a II Bienal de Arte de São Paulo e passou a partici-par de exposições de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo. Morto em 1988, aos 92 anos, é considera-do um dos mais importantes artistas da segunda geração do Modernismo.

O Parque dispõe de uma infraestrutura que atende ao público frequentador com banheiros, estaciona-mento, mesas para piquenique, acesso para deficientes, aparelhos para ginástica, bicicletário e parquinho. É um lugar perfeito para a prática desportiva, para a contemplação da natureza e para atividades educativas, especialmente aquelas voltadas para as questões ambientais.

O Parque é um fragmento remanescente da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversida-de do mundo. Por esse fato, há um grande número de espécies nativas de plantas e animais que reme-tem à São Paulo anterior ao grande processo de urbanização que a tornou uma metrópole. Além das nativas, podem ser encontradas também espé-cies exóticas, que foram introduzidas no passado e que hoje fazem parte da paisagem.

A Mata Atlântica originalmente ocupava uma grande extensão ao longo das costas brasileiras, acompanhando seus relevos desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Com os proces-sos de colonização e urbanização, a Mata Atlântica perdeu grande parte de sua área, restando muito pouco de sua cobertura original.

As florestas fazem parte de um sistema dinâmico, onde todos os elementos interagem mantendo um equilíbrio. A dinâmica é o ponto-chave para enten-dermos como ocorrem e como podemos conservar a sua biodiversidade. O domínio da Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do planeta e o Parque Alfredo Volpi está voltado à conservação deste fragmento. Além do Parque, há em suas proximida-des a Reserva Ecológica do Morumbi, área de acesso restrito, exclusivamente destinada à preser-vação do bioma Mata Atlântica.

Há uma enorme diversidade de árvores no Parque. Podem ser encontradas espécies que são caracte-rísticas de matas muito conservadas, como por exemplo os jequitibás (alguns com mais de cem anos), as canelas-de-cheiro, os ipês, os cedros, os jatobás, os guarantãs, os guamirins, os jasmins-do-mato, além de espécies como o tapiá-guaçu, a cuvitinga e a crindiúva.

de Cerrado e da Mata Atlântica do interior de São Paulo e de outros estados, e atualmente ocupa a área de uma outra espécie nativa, o sagui-da-serra-escuro.

E quanto à arborização, é necessário priorizar espé-cies nativas ao invés de estrangeiras, pois as primei-ras já fazem parte da dinâmica do ambiente e não corremos o risco de causar impactos.

Caminhando pelo Parque, pode-se observar que as copas das árvores se encontram lá no alto, mantendo certo isolamento entre o interior da mata e o mundo lá fora. Esse encontro nas alturas forma o dossel, característica que identifica uma área como floresta.

Uma área florestada mantém-se com condições mais estáveis do que as de uma área sem mata. Por esta razão, pode-se notar uma redução substancial no nível de ruído próximo ao centro do Parque. Além disso, a umidade relativa do ar se mantém estável mesmo em épocas de estiagem, a tempera-tura se mantém mais amena, a poluição do ar é absorvida, e a água das chuvas é drenada mais facilmente, o que contribui para evitar enchentes. Essas condições são repassadas às áreas adjacentes ao Parque, trazendo os benefícios de uma área natural para a população.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, onde coexistem áreas verdes e o ambiente construído. Oferecem à população um espaço propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação e educação ambiental .

O Programa Trilhas Urbanas oferece aos trilheiros a oportunidade de conhecer e interagir com estes importantes espaços públicos da cidade por meio de trilhas interpretativas em educação ambiental. Com o nosso trabalho buscamos estimular as pesso-as a comportarem-se de forma pró-ativa frente às questões ambientais, presentes não só em nossa cidade como também em outras áreas urbanas.

Venha trilhar a história, a geografia, a cultura, a fauna, a flora e muito mais. O Volpi te espera!

Para agendar trilhas monitoradas entre em conta-to pelo email: [email protected]

Habitando a área do Parque há representantes de mamíferos, como saguis e preguiças; de répteis, como iguanas e tartarugas; anfíbios, como as rãs do folhiço, exclusivas da Mata Atlântica; peixes, como tilápias e carpas; e aves, como beija-flor, gavião-carijó, caracará e pica-pau-de-cabeça-amarela.

É comum a presença de aves migratórias como oirerê e a garça-branca-grande, atraídas pelo refúgio e a oferta de alimento. Existem também aves aquáticas, como gansos e marrecos.

Os invertebrados também são numerosos. Nos lagos, podemos encontrar crustáceos como o lagostim vermelho e o caranguejo-de-água-doce. Os insetos, grupo mais diverso do planeta, são abundantes. Para comprovar, basta observar a grande quantidade e diversidade de borboletas no Parque. As aranhas também estão presentes com suas teias exuberantes e seus hábitos discretos, porém muito eficientes na captura de alimento.

O respeito aos animais é fundamental para a sua manutenção no Parque. Isso inclui não alimentá-los, pois muitas vezes nossos alimentos não são adequados à dieta desses bichos. Além disso, se estiverem carregando filhotes, esses animais podem ser agressivos como modo de proteção. O respeito também significa não se aproximar mais do que o necessário para observá-los, pois corre-mos o risco de estressá-los ou causar algum tipo de acidente.

Assim como a flora, a fauna do Parque também é bastante diversificada. Aqui encontramos os mais diferentes tipos de animais, de todos os tamanhos, cores e formas. Todos fazendo parte de uma gigan-tesca teia que mantém todo o sistema em equilí-brio dinâmico.

Créditos

Volpi

Alfredo VolpiParque

Paisagens do

A vida no ParqueRemanescente de Mata Atlântica

população. Os lagos do Parque são o destino natu-ral das águas pluviais que não são absorvidas pelo solo. Por estarem localizados na parte mais baixa do relevo, as águas chegam aos lagos com bastante força e em grande quantidade, carregando sedimentos internos e externos ao Parque. Essa situação acaba acelerando o assoreamento, processo observado em qualquer sistema lacustre, mas que pode ser acelerado pelo homem e levar ao fim prematuro da vida de um lago.

O Parque é entrecortado por diversas nascentes que dão origem a três lagos, criando um ambiente muito agradável e de extrema importância para a cidade de São Paulo e para a qualidade de vida da

Pela área do Parque podem ser observados diver-sos organismos que não são nem planta, nem bicho. São os fungos, fundamentais na dinâmica da vida, que contribuem na ciclagem de nutrientes na floresta. Alguns desses fungos possuem até biolu-minescência, brilhando no escuro e dando um espetáculo à parte durante a noite. Exemplos de fungo são as orelhas-de-pau e os cogumelos, alguns dos quais estamos habituados a ter como alimentos, como shitake, shimeji e champignon. Os cogumelos do Parque não podem ser consumidos.

Podemos encontrar fungos também em associa-ção a algas, formando os líquens. As algas fornecem alimento por meio da fotossíntese, enquanto os fungos secretam substâncias que estimulam o crescimento das algas.

Apesar de serem bastante assemelhados a plantas, os fungos não fazem fotossíntese e possuem quiti-na (a mesma proteína encontrada no exoesquele-to de insetos) como componente fundamental de sua parede celular. As plantas, por sua vez, possuem parede celular de celulose (matéria-prima para a fabricação de papel). Por incrível que pareça, os fungos são mais aparentados aos animais do que às plantas. No entanto, por questões históricas, a Micologia (ciência que estuda os fungos) faz parte da Botânica. No passado, acreditava-se que os fungos eram, de fato, plantas.

Uma espécie animal ou vegetal é considerada exóti-ca ou introduzida quando se instala em um novo ambiente, diferente do qual pertence. Para chegar ao novo ambiente a espécie pode viajar pelo próprio esforço (voando, nadando ou andando) ou "pegar uma carona" com outros animais ou meios. O homem frequentemente introduz espécies com vários objetivos, como fazer controle de pragas, produzir novos produtos agrícolas, uso ornamental, ou mesmo acidentalmente.

Av. Morum

bi

Av. Lopes de Azevedo

R. Circular do Bosque

Av. Eng. Oscar Americano

A cidade foi, com o tempo, chegando até os arredo-res do Parque e hoje o circunda, usufruindo dos benefícios que ele pode oferecer. Mas como foi esse processo de crescimento? De que forma acon-teceu a urbanização dos arredores do Rio Pinhei-ros?

O início: os jesuítas e a Fazenda de Chá

Em meados do século XVI os jesuítas dão início à colonização da região e nela permanecem até serem expulsos pelo Fisco Real, órgão controlador de terras na colônia, em 1750. Dois séculos depois, a região do Morumbi e adjacências ganharam "ares de nobreza" quando D. João VI presenteou John Maxwel Rudge com um terreno para o cultivo do chá, iniciando assim a plantação de chá no Brasil, na Fazenda Boa Vista do Morumby. Após a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, o cultivo do chá entrou em decadência e com ele a Fazenda, que foi derrubada. Mais tarde, em 1940, o Casarão da Fazenda foi reconstruído para sediar um centro cultural.

Século XX: o crescimento

Pertencente ao distrito do Morumbi, o Parque Alfredo Volpi é uma das áreas que restaram dos loteamentos da Fazenda Morumby, que tiveram início nos anos 1950. Transformado em parque municipal em 1971, sofreu tentativa de privatiza-ção em 1974, porém os moradores se organizaram

para impedir que o Bosque do Morumbi, como era conhecido anteriormente, se tornasse propriedade particular.

A formação dos bairros no seu entorno aconteceu no final dos anos 1970, com o forte crescimento econômico da cidade, tanto urbano quanto indus-trial. Nessa época, as partes oeste, sudoeste e a região de Santo Amaro, que no começo do século passado eram ocupadas por áreas de lazer, foram transformadas em bairros destinados à moradia.

Esse processo marcou uma rápida mudança no uso do solo da região. Com o desmatamento, a imper-meabilização e contaminação do solo, além da poluição e retificação dos córregos e rios, houve uma grande degradação dos recursos naturais. Isso acabou prejudicando não só a flora e a fauna nativa, mas também os seres humanos.Por isso a importância do Parque para a região, como lazer e manutenção da vida.

Os lagos: habitat e destino

Espécies Exóticas e Introduzidas

Os fungos: completando os ciclos da vida O Parque e a Cidade

Preparando o ambiente para a vida A Flora:

Acelerando a dinâmica da vida A Fauna:

Programa Trilhas Urbanas

coordenação do programa Trilhas UrbanasVirginia T. V. Tristãocoordenação de pesquisa e textoLeandro Rodrigues Gonçalvesparticipação técnicaAndréia Tavares Fortino Alexandre Luke ShahiniBárbara Manuela dos Santos Eduardo CortezCamila Capassi Malagodi Mariano Ribeiro da SilvaMichele Cavalcanti Toledo Rubens Koloski ChagasVirginia T. V. Tristão Sandra Carolina AmaralMarcos Vinícios G. de Medeiros revisão de textosMônica Cristina Ribeirocoordenação de arteSílvia Glueck projeto gráficoNatan de Aquino Giuliano / Gabriela Casellato CarnascialifotosMarcelo Furlan (1, 7, 9, 10, 11 e 13 ), Sandro Mazer (8 e 12)Andréia Tavares Fortino (4), Marcello Sellan (5, 6, 14 e 15), Leandro Rodrigues Gonçalves (2, 3 e 16)produçãoCélia Giosarevisão dos nomes científicos e status das espécies da faunaJuliana Summa - SVMA/Divisão de Fauna /Depave-3 revisão técnica - floraBiól. Ricardo J. Francischetti Garcia -SVMA/DEPAVE-8 / Herbário Municipal apoio técnicoArq. Hélia S B Pereira -SVMA/DEPLANedição 2010

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Nos parques urbanos, alguns dos animais encon-trados foram introduzidos pela própria população, muitas vezes com boa intenção. Algumas pessoas soltam animais por não terem suporte para criá-los em casa, sem saber que, abandonando-os, estão cometendo um crime ambiental (Lei Federal 9605/98).

No Parque Alfredo Volpi temos como destaque de espécies exóticas o lagostim vermelho e de espécie introduzida o sagui-de-tufo-preto. Esses animais, devido à ausência de predadores, consolidaram-se nos lagos e árvores do Parque. O lagostim, cuja venda foi proibida pelo IBAMA pela Portaria nº 5 de 28 de janeiro de 2008, consolidou-se nos lagos do Parque devido à ausência de predadores e compe-te por recursos, como espaço e comida, com as populações de peixes e sapos dos lagos, o que reduz bastante o número de indivíduos desses grupos. Já o sagui-de-tufo-preto é uma espécie nativa, mas introduzida no município. É originário

Secretaria Municipal do Verde e do Meio AmbienteDepartamneto de Educação Ambiental e Cultura de Paz - Umapaz

Divisão Técnica de Difusão e Projetos em Educação Ambiental

Parque Alfredo VolpiAv. Eng. Oscar Americano, 480 E-mail: [email protected]/Fax: (11) 3031-7052Horário: 6h às 18h/ 6h às 19h (verão)

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O Parque Alfredo Volpi foi inaugurado em 27 de Abril de 1971. Abrange uma área de 142.400 m², que antigamente pertencia à Fazenda de Chá Morumby. A área foi doada em 1949 para a Prefei-tura de São Paulo, que o transformou em Parque, então com o nome de Bosque do Morumbi. O Projeto paisagístico foi elaborado por Rosa Grena Kliass com colaboração do arquiteto Carlos Welker e do botânico Helmut Schlik, responsável pelo levantamento botânico. Seu nome atual é umahomenagem ao conceituado pintor Alfredo Volpi, que nasceu na Itália em 1896 e fixou-se em São Paulo antes de completar dois anos de idade. É popularmente conhecido como o "pintor das bandeirinhas". Alcançou reconhecimento durante a II Bienal de Arte de São Paulo e passou a partici-par de exposições de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo. Morto em 1988, aos 92 anos, é considera-do um dos mais importantes artistas da segunda geração do Modernismo.

O Parque dispõe de uma infraestrutura que atende ao público frequentador com banheiros, estaciona-mento, mesas para piquenique, acesso para deficientes, aparelhos para ginástica, bicicletário e parquinho. É um lugar perfeito para a prática desportiva, para a contemplação da natureza e para atividades educativas, especialmente aquelas voltadas para as questões ambientais.

O Parque é um fragmento remanescente da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversida-de do mundo. Por esse fato, há um grande número de espécies nativas de plantas e animais que reme-tem à São Paulo anterior ao grande processo de urbanização que a tornou uma metrópole. Além das nativas, podem ser encontradas também espé-cies exóticas, que foram introduzidas no passado e que hoje fazem parte da paisagem.

A Mata Atlântica originalmente ocupava uma grande extensão ao longo das costas brasileiras, acompanhando seus relevos desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Com os proces-sos de colonização e urbanização, a Mata Atlântica perdeu grande parte de sua área, restando muito pouco de sua cobertura original.

As florestas fazem parte de um sistema dinâmico, onde todos os elementos interagem mantendo um equilíbrio. A dinâmica é o ponto-chave para enten-dermos como ocorrem e como podemos conservar a sua biodiversidade. O domínio da Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do planeta e o Parque Alfredo Volpi está voltado à conservação deste fragmento. Além do Parque, há em suas proximida-des a Reserva Ecológica do Morumbi, área de acesso restrito, exclusivamente destinada à preser-vação do bioma Mata Atlântica.

Há uma enorme diversidade de árvores no Parque. Podem ser encontradas espécies que são caracte-rísticas de matas muito conservadas, como por exemplo os jequitibás (alguns com mais de cem anos), as canelas-de-cheiro, os ipês, os cedros, os jatobás, os guarantãs, os guamirins, os jasmins-do-mato, além de espécies como o tapiá-guaçu, a cuvitinga e a crindiúva.

de Cerrado e da Mata Atlântica do interior de São Paulo e de outros estados, e atualmente ocupa a área de uma outra espécie nativa, o sagui-da-serra-escuro.

E quanto à arborização, é necessário priorizar espé-cies nativas ao invés de estrangeiras, pois as primei-ras já fazem parte da dinâmica do ambiente e não corremos o risco de causar impactos.

Caminhando pelo Parque, pode-se observar que as copas das árvores se encontram lá no alto, mantendo certo isolamento entre o interior da mata e o mundo lá fora. Esse encontro nas alturas forma o dossel, característica que identifica uma área como floresta.

Uma área florestada mantém-se com condições mais estáveis do que as de uma área sem mata. Por esta razão, pode-se notar uma redução substancial no nível de ruído próximo ao centro do Parque. Além disso, a umidade relativa do ar se mantém estável mesmo em épocas de estiagem, a tempera-tura se mantém mais amena, a poluição do ar é absorvida, e a água das chuvas é drenada mais facilmente, o que contribui para evitar enchentes. Essas condições são repassadas às áreas adjacentes ao Parque, trazendo os benefícios de uma área natural para a população.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, onde coexistem áreas verdes e o ambiente construído. Oferecem à população um espaço propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação e educação ambiental .

O Programa Trilhas Urbanas oferece aos trilheiros a oportunidade de conhecer e interagir com estes importantes espaços públicos da cidade por meio de trilhas interpretativas em educação ambiental. Com o nosso trabalho buscamos estimular as pesso-as a comportarem-se de forma pró-ativa frente às questões ambientais, presentes não só em nossa cidade como também em outras áreas urbanas.

Venha trilhar a história, a geografia, a cultura, a fauna, a flora e muito mais. O Volpi te espera!

Para agendar trilhas monitoradas entre em conta-to pelo email: [email protected]

Habitando a área do Parque há representantes de mamíferos, como saguis e preguiças; de répteis, como iguanas e tartarugas; anfíbios, como as rãs do folhiço, exclusivas da Mata Atlântica; peixes, como tilápias e carpas; e aves, como beija-flor, gavião-carijó, caracará e pica-pau-de-cabeça-amarela.

É comum a presença de aves migratórias como oirerê e a garça-branca-grande, atraídas pelo refúgio e a oferta de alimento. Existem também aves aquáticas, como gansos e marrecos.

Os invertebrados também são numerosos. Nos lagos, podemos encontrar crustáceos como o lagostim vermelho e o caranguejo-de-água-doce. Os insetos, grupo mais diverso do planeta, são abundantes. Para comprovar, basta observar a grande quantidade e diversidade de borboletas no Parque. As aranhas também estão presentes com suas teias exuberantes e seus hábitos discretos, porém muito eficientes na captura de alimento.

O respeito aos animais é fundamental para a sua manutenção no Parque. Isso inclui não alimentá-los, pois muitas vezes nossos alimentos não são adequados à dieta desses bichos. Além disso, se estiverem carregando filhotes, esses animais podem ser agressivos como modo de proteção. O respeito também significa não se aproximar mais do que o necessário para observá-los, pois corre-mos o risco de estressá-los ou causar algum tipo de acidente.

Assim como a flora, a fauna do Parque também é bastante diversificada. Aqui encontramos os mais diferentes tipos de animais, de todos os tamanhos, cores e formas. Todos fazendo parte de uma gigan-tesca teia que mantém todo o sistema em equilí-brio dinâmico.

Créditos

Volpi

Alfredo VolpiParque

Paisagens do

A vida no ParqueRemanescente de Mata Atlântica

população. Os lagos do Parque são o destino natu-ral das águas pluviais que não são absorvidas pelo solo. Por estarem localizados na parte mais baixa do relevo, as águas chegam aos lagos com bastante força e em grande quantidade, carregando sedimentos internos e externos ao Parque. Essa situação acaba acelerando o assoreamento, processo observado em qualquer sistema lacustre, mas que pode ser acelerado pelo homem e levar ao fim prematuro da vida de um lago.

O Parque é entrecortado por diversas nascentes que dão origem a três lagos, criando um ambiente muito agradável e de extrema importância para a cidade de São Paulo e para a qualidade de vida da

Pela área do Parque podem ser observados diver-sos organismos que não são nem planta, nem bicho. São os fungos, fundamentais na dinâmica da vida, que contribuem na ciclagem de nutrientes na floresta. Alguns desses fungos possuem até biolu-minescência, brilhando no escuro e dando um espetáculo à parte durante a noite. Exemplos de fungo são as orelhas-de-pau e os cogumelos, alguns dos quais estamos habituados a ter como alimentos, como shitake, shimeji e champignon. Os cogumelos do Parque não podem ser consumidos.

Podemos encontrar fungos também em associa-ção a algas, formando os líquens. As algas fornecem alimento por meio da fotossíntese, enquanto os fungos secretam substâncias que estimulam o crescimento das algas.

Apesar de serem bastante assemelhados a plantas, os fungos não fazem fotossíntese e possuem quiti-na (a mesma proteína encontrada no exoesquele-to de insetos) como componente fundamental de sua parede celular. As plantas, por sua vez, possuem parede celular de celulose (matéria-prima para a fabricação de papel). Por incrível que pareça, os fungos são mais aparentados aos animais do que às plantas. No entanto, por questões históricas, a Micologia (ciência que estuda os fungos) faz parte da Botânica. No passado, acreditava-se que os fungos eram, de fato, plantas.

Uma espécie animal ou vegetal é considerada exóti-ca ou introduzida quando se instala em um novo ambiente, diferente do qual pertence. Para chegar ao novo ambiente a espécie pode viajar pelo próprio esforço (voando, nadando ou andando) ou "pegar uma carona" com outros animais ou meios. O homem frequentemente introduz espécies com vários objetivos, como fazer controle de pragas, produzir novos produtos agrícolas, uso ornamental, ou mesmo acidentalmente.

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A cidade foi, com o tempo, chegando até os arredo-res do Parque e hoje o circunda, usufruindo dos benefícios que ele pode oferecer. Mas como foi esse processo de crescimento? De que forma acon-teceu a urbanização dos arredores do Rio Pinhei-ros?

O início: os jesuítas e a Fazenda de Chá

Em meados do século XVI os jesuítas dão início à colonização da região e nela permanecem até serem expulsos pelo Fisco Real, órgão controlador de terras na colônia, em 1750. Dois séculos depois, a região do Morumbi e adjacências ganharam "ares de nobreza" quando D. João VI presenteou John Maxwel Rudge com um terreno para o cultivo do chá, iniciando assim a plantação de chá no Brasil, na Fazenda Boa Vista do Morumby. Após a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, o cultivo do chá entrou em decadência e com ele a Fazenda, que foi derrubada. Mais tarde, em 1940, o Casarão da Fazenda foi reconstruído para sediar um centro cultural.

Século XX: o crescimento

Pertencente ao distrito do Morumbi, o Parque Alfredo Volpi é uma das áreas que restaram dos loteamentos da Fazenda Morumby, que tiveram início nos anos 1950. Transformado em parque municipal em 1971, sofreu tentativa de privatiza-ção em 1974, porém os moradores se organizaram

para impedir que o Bosque do Morumbi, como era conhecido anteriormente, se tornasse propriedade particular.

A formação dos bairros no seu entorno aconteceu no final dos anos 1970, com o forte crescimento econômico da cidade, tanto urbano quanto indus-trial. Nessa época, as partes oeste, sudoeste e a região de Santo Amaro, que no começo do século passado eram ocupadas por áreas de lazer, foram transformadas em bairros destinados à moradia.

Esse processo marcou uma rápida mudança no uso do solo da região. Com o desmatamento, a imper-meabilização e contaminação do solo, além da poluição e retificação dos córregos e rios, houve uma grande degradação dos recursos naturais. Isso acabou prejudicando não só a flora e a fauna nativa, mas também os seres humanos.Por isso a importância do Parque para a região, como lazer e manutenção da vida.

Os lagos: habitat e destino

Espécies Exóticas e Introduzidas

Os fungos: completando os ciclos da vida O Parque e a Cidade

Preparando o ambiente para a vida A Flora:

Acelerando a dinâmica da vida A Fauna:

Programa Trilhas Urbanas

coordenação do programa Trilhas UrbanasVirginia T. V. Tristãocoordenação de pesquisa e textoLeandro Rodrigues Gonçalvesparticipação técnicaAndréia Tavares Fortino Alexandre Luke ShahiniBárbara Manuela dos Santos Eduardo CortezCamila Capassi Malagodi Mariano Ribeiro da SilvaMichele Cavalcanti Toledo Rubens Koloski ChagasVirginia T. V. Tristão Sandra Carolina AmaralMarcos Vinícios G. de Medeiros revisão de textosMônica Cristina Ribeirocoordenação de arteSílvia Glueck projeto gráficoNatan de Aquino Giuliano / Gabriela Casellato CarnascialifotosMarcelo Furlan (1, 7, 9, 10, 11 e 13 ), Sandro Mazer (8 e 12)Andréia Tavares Fortino (4), Marcello Sellan (5, 6, 14 e 15), Leandro Rodrigues Gonçalves (2, 3 e 16)produçãoCélia Giosarevisão dos nomes científicos e status das espécies da faunaJuliana Summa - SVMA/Divisão de Fauna /Depave-3 revisão técnica - floraBiól. Ricardo J. Francischetti Garcia -SVMA/DEPAVE-8 / Herbário Municipal apoio técnicoArq. Hélia S B Pereira -SVMA/DEPLANedição 2010

Alfredo VolpiParque

TRILHA DA BIODIVERSIDADE

Alfredo Volpi

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Nos parques urbanos, alguns dos animais encon-trados foram introduzidos pela própria população, muitas vezes com boa intenção. Algumas pessoas soltam animais por não terem suporte para criá-los em casa, sem saber que, abandonando-os, estão cometendo um crime ambiental (Lei Federal 9605/98).

No Parque Alfredo Volpi temos como destaque de espécies exóticas o lagostim vermelho e de espécie introduzida o sagui-de-tufo-preto. Esses animais, devido à ausência de predadores, consolidaram-se nos lagos e árvores do Parque. O lagostim, cuja venda foi proibida pelo IBAMA pela Portaria nº 5 de 28 de janeiro de 2008, consolidou-se nos lagos do Parque devido à ausência de predadores e compe-te por recursos, como espaço e comida, com as populações de peixes e sapos dos lagos, o que reduz bastante o número de indivíduos desses grupos. Já o sagui-de-tufo-preto é uma espécie nativa, mas introduzida no município. É originário

Secretaria Municipal do Verde e do Meio AmbienteDepartamneto de Educação Ambiental e Cultura de Paz - Umapaz

Divisão Técnica de Difusão e Projetos em Educação Ambiental

Parque Alfredo VolpiAv. Eng. Oscar Americano, 480 E-mail: [email protected]/Fax: (11) 3031-7052Horário: 6h às 18h/ 6h às 19h (verão)

Page 3: Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

O Parque Alfredo Volpi foi inaugurado em 27 de Abril de 1971. Abrange uma área de 142.400 m², que antigamente pertencia à Fazenda de Chá Morumby. A área foi doada em 1949 para a Prefei-tura de São Paulo, que o transformou em Parque, então com o nome de Bosque do Morumbi. O Projeto paisagístico foi elaborado por Rosa Grena Kliass com colaboração do arquiteto Carlos Welker e do botânico Helmut Schlik, responsável pelo levantamento botânico. Seu nome atual é umahomenagem ao conceituado pintor Alfredo Volpi, que nasceu na Itália em 1896 e fixou-se em São Paulo antes de completar dois anos de idade. É popularmente conhecido como o "pintor das bandeirinhas". Alcançou reconhecimento durante a II Bienal de Arte de São Paulo e passou a partici-par de exposições de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo. Morto em 1988, aos 92 anos, é considera-do um dos mais importantes artistas da segunda geração do Modernismo.

O Parque dispõe de uma infraestrutura que atende ao público frequentador com banheiros, estaciona-mento, mesas para piquenique, acesso para deficientes, aparelhos para ginástica, bicicletário e parquinho. É um lugar perfeito para a prática desportiva, para a contemplação da natureza e para atividades educativas, especialmente aquelas voltadas para as questões ambientais.

O Parque é um fragmento remanescente da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversida-de do mundo. Por esse fato, há um grande número de espécies nativas de plantas e animais que reme-tem à São Paulo anterior ao grande processo de urbanização que a tornou uma metrópole. Além das nativas, podem ser encontradas também espé-cies exóticas, que foram introduzidas no passado e que hoje fazem parte da paisagem.

A Mata Atlântica originalmente ocupava uma grande extensão ao longo das costas brasileiras, acompanhando seus relevos desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Com os proces-sos de colonização e urbanização, a Mata Atlântica perdeu grande parte de sua área, restando muito pouco de sua cobertura original.

As florestas fazem parte de um sistema dinâmico, onde todos os elementos interagem mantendo um equilíbrio. A dinâmica é o ponto-chave para enten-dermos como ocorrem e como podemos conservar a sua biodiversidade. O domínio da Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do planeta e o Parque Alfredo Volpi está voltado à conservação deste fragmento. Além do Parque, há em suas proximida-des a Reserva Ecológica do Morumbi, área de acesso restrito, exclusivamente destinada à preser-vação do bioma Mata Atlântica.

Há uma enorme diversidade de árvores no Parque. Podem ser encontradas espécies que são caracte-rísticas de matas muito conservadas, como por exemplo os jequitibás (alguns com mais de cem anos), as canelas-de-cheiro, os ipês, os cedros, os jatobás, os guarantãs, os guamirins, os jasmins-do-mato, além de espécies como o tapiá-guaçu, a cuvitinga e a crindiúva.

de Cerrado e da Mata Atlântica do interior de São Paulo e de outros estados, e atualmente ocupa a área de uma outra espécie nativa, o sagui-da-serra-escuro.

E quanto à arborização, é necessário priorizar espé-cies nativas ao invés de estrangeiras, pois as primei-ras já fazem parte da dinâmica do ambiente e não corremos o risco de causar impactos.

Caminhando pelo Parque, pode-se observar que as copas das árvores se encontram lá no alto, mantendo certo isolamento entre o interior da mata e o mundo lá fora. Esse encontro nas alturas forma o dossel, característica que identifica uma área como floresta.

Uma área florestada mantém-se com condições mais estáveis do que as de uma área sem mata. Por esta razão, pode-se notar uma redução substancial no nível de ruído próximo ao centro do Parque. Além disso, a umidade relativa do ar se mantém estável mesmo em épocas de estiagem, a tempera-tura se mantém mais amena, a poluição do ar é absorvida, e a água das chuvas é drenada mais facilmente, o que contribui para evitar enchentes. Essas condições são repassadas às áreas adjacentes ao Parque, trazendo os benefícios de uma área natural para a população.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, onde coexistem áreas verdes e o ambiente construído. Oferecem à população um espaço propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação e educação ambiental .

O Programa Trilhas Urbanas oferece aos trilheiros a oportunidade de conhecer e interagir com estes importantes espaços públicos da cidade por meio de trilhas interpretativas em educação ambiental. Com o nosso trabalho buscamos estimular as pesso-as a comportarem-se de forma pró-ativa frente às questões ambientais, presentes não só em nossa cidade como também em outras áreas urbanas.

Venha trilhar a história, a geografia, a cultura, a fauna, a flora e muito mais. O Volpi te espera!

Para agendar trilhas monitoradas entre em conta-to pelo email: [email protected]

Habitando a área do Parque há representantes de mamíferos, como saguis e preguiças; de répteis, como iguanas e tartarugas; anfíbios, como as rãs do folhiço, exclusivas da Mata Atlântica; peixes, como tilápias e carpas; e aves, como beija-flor, gavião-carijó, caracará e pica-pau-de-cabeça-amarela.

É comum a presença de aves migratórias como oirerê e a garça-branca-grande, atraídas pelo refúgio e a oferta de alimento. Existem também aves aquáticas, como gansos e marrecos.

Os invertebrados também são numerosos. Nos lagos, podemos encontrar crustáceos como o lagostim vermelho e o caranguejo-de-água-doce. Os insetos, grupo mais diverso do planeta, são abundantes. Para comprovar, basta observar a grande quantidade e diversidade de borboletas no Parque. As aranhas também estão presentes com suas teias exuberantes e seus hábitos discretos, porém muito eficientes na captura de alimento.

O respeito aos animais é fundamental para a sua manutenção no Parque. Isso inclui não alimentá-los, pois muitas vezes nossos alimentos não são adequados à dieta desses bichos. Além disso, se estiverem carregando filhotes, esses animais podem ser agressivos como modo de proteção. O respeito também significa não se aproximar mais do que o necessário para observá-los, pois corre-mos o risco de estressá-los ou causar algum tipo de acidente.

Assim como a flora, a fauna do Parque também é bastante diversificada. Aqui encontramos os mais diferentes tipos de animais, de todos os tamanhos, cores e formas. Todos fazendo parte de uma gigan-tesca teia que mantém todo o sistema em equilí-brio dinâmico.

Créditos

Volpi

Alfredo VolpiParque

Paisagens do

A vida no ParqueRemanescente de Mata Atlântica

população. Os lagos do Parque são o destino natu-ral das águas pluviais que não são absorvidas pelo solo. Por estarem localizados na parte mais baixa do relevo, as águas chegam aos lagos com bastante força e em grande quantidade, carregando sedimentos internos e externos ao Parque. Essa situação acaba acelerando o assoreamento, processo observado em qualquer sistema lacustre, mas que pode ser acelerado pelo homem e levar ao fim prematuro da vida de um lago.

O Parque é entrecortado por diversas nascentes que dão origem a três lagos, criando um ambiente muito agradável e de extrema importância para a cidade de São Paulo e para a qualidade de vida da

Pela área do Parque podem ser observados diver-sos organismos que não são nem planta, nem bicho. São os fungos, fundamentais na dinâmica da vida, que contribuem na ciclagem de nutrientes na floresta. Alguns desses fungos possuem até biolu-minescência, brilhando no escuro e dando um espetáculo à parte durante a noite. Exemplos de fungo são as orelhas-de-pau e os cogumelos, alguns dos quais estamos habituados a ter como alimentos, como shitake, shimeji e champignon. Os cogumelos do Parque não podem ser consumidos.

Podemos encontrar fungos também em associa-ção a algas, formando os líquens. As algas fornecem alimento por meio da fotossíntese, enquanto os fungos secretam substâncias que estimulam o crescimento das algas.

Apesar de serem bastante assemelhados a plantas, os fungos não fazem fotossíntese e possuem quiti-na (a mesma proteína encontrada no exoesquele-to de insetos) como componente fundamental de sua parede celular. As plantas, por sua vez, possuem parede celular de celulose (matéria-prima para a fabricação de papel). Por incrível que pareça, os fungos são mais aparentados aos animais do que às plantas. No entanto, por questões históricas, a Micologia (ciência que estuda os fungos) faz parte da Botânica. No passado, acreditava-se que os fungos eram, de fato, plantas.

Uma espécie animal ou vegetal é considerada exóti-ca ou introduzida quando se instala em um novo ambiente, diferente do qual pertence. Para chegar ao novo ambiente a espécie pode viajar pelo próprio esforço (voando, nadando ou andando) ou "pegar uma carona" com outros animais ou meios. O homem frequentemente introduz espécies com vários objetivos, como fazer controle de pragas, produzir novos produtos agrícolas, uso ornamental, ou mesmo acidentalmente.

Av. M

orum

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R. Circular do Bosque

Av. Eng. Osc

ar Am

ericano

A cidade foi, com o tempo, chegando até os arredo-res do Parque e hoje o circunda, usufruindo dos benefícios que ele pode oferecer. Mas como foi esse processo de crescimento? De que forma acon-teceu a urbanização dos arredores do Rio Pinhei-ros?

O início: os jesuítas e a Fazenda de Chá

Em meados do século XVI os jesuítas dão início à colonização da região e nela permanecem até serem expulsos pelo Fisco Real, órgão controlador de terras na colônia, em 1750. Dois séculos depois, a região do Morumbi e adjacências ganharam "ares de nobreza" quando D. João VI presenteou John Maxwel Rudge com um terreno para o cultivo do chá, iniciando assim a plantação de chá no Brasil, na Fazenda Boa Vista do Morumby. Após a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, o cultivo do chá entrou em decadência e com ele a Fazenda, que foi derrubada. Mais tarde, em 1940, o Casarão da Fazenda foi reconstruído para sediar um centro cultural.

Século XX: o crescimento

Pertencente ao distrito do Morumbi, o Parque Alfredo Volpi é uma das áreas que restaram dos loteamentos da Fazenda Morumby, que tiveram início nos anos 1950. Transformado em parque municipal em 1971, sofreu tentativa de privatiza-ção em 1974, porém os moradores se organizaram

para impedir que o Bosque do Morumbi, como era conhecido anteriormente, se tornasse propriedade particular.

A formação dos bairros no seu entorno aconteceu no final dos anos 1970, com o forte crescimento econômico da cidade, tanto urbano quanto indus-trial. Nessa época, as partes oeste, sudoeste e a região de Santo Amaro, que no começo do século passado eram ocupadas por áreas de lazer, foram transformadas em bairros destinados à moradia.

Esse processo marcou uma rápida mudança no uso do solo da região. Com o desmatamento, a imper-meabilização e contaminação do solo, além da poluição e retificação dos córregos e rios, houve uma grande degradação dos recursos naturais. Isso acabou prejudicando não só a flora e a fauna nativa, mas também os seres humanos.Por isso a importância do Parque para a região, como lazer e manutenção da vida.

Os lagos: habitat e destino

Espécies Exóticas e Introduzidas

Os fungos: completando os ciclos da vida O Parque e a Cidade

Preparando o ambiente para a vida A Flora:

Acelerando a dinâmica da vida A Fauna:

Programa Trilhas Urbanas

coordenação do programa Trilhas UrbanasVirginia T. V. Tristãocoordenação de pesquisa e textoLeandro Rodrigues Gonçalvesparticipação técnicaAndréia Tavares Fortino Alexandre Luke ShahiniBárbara Manuela dos Santos Eduardo CortezCamila Capassi Malagodi Mariano Ribeiro da SilvaMichele Cavalcanti Toledo Rubens Koloski ChagasVirginia T. V. Tristão Sandra Carolina AmaralMarcos Vinícios G. de Medeiros revisão de textosMônica Cristina Ribeirocoordenação de arteSílvia Glueck projeto gráficoNatan de Aquino Giuliano / Gabriela Casellato CarnascialifotosMarcelo Furlan (1, 7, 9, 10, 11 e 13 ), Sandro Mazer (8 e 12)Andréia Tavares Fortino (4), Marcello Sellan (5, 6, 14 e 15), Leandro Rodrigues Gonçalves (2, 3 e 16)produçãoCélia Giosarevisão dos nomes científicos e status das espécies da faunaJuliana Summa - SVMA/Divisão de Fauna /Depave-3 revisão técnica - floraBiól. Ricardo J. Francischetti Garcia -SVMA/DEPAVE-8 / Herbário Municipal apoio técnicoArq. Hélia S B Pereira -SVMA/DEPLANedição 2010

Alfredo VolpiParque

TRILHA DA BIODIVERSIDADE

Alfredo Volpi

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13

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SÃO PAULOCIDADE DE Ano Internacional

da Biodiversidade

2010

2

Nos parques urbanos, alguns dos animais encon-trados foram introduzidos pela própria população, muitas vezes com boa intenção. Algumas pessoas soltam animais por não terem suporte para criá-los em casa, sem saber que, abandonando-os, estão cometendo um crime ambiental (Lei Federal 9605/98).

No Parque Alfredo Volpi temos como destaque de espécies exóticas o lagostim vermelho e de espécie introduzida o sagui-de-tufo-preto. Esses animais, devido à ausência de predadores, consolidaram-se nos lagos e árvores do Parque. O lagostim, cuja venda foi proibida pelo IBAMA pela Portaria nº 5 de 28 de janeiro de 2008, consolidou-se nos lagos do Parque devido à ausência de predadores e compe-te por recursos, como espaço e comida, com as populações de peixes e sapos dos lagos, o que reduz bastante o número de indivíduos desses grupos. Já o sagui-de-tufo-preto é uma espécie nativa, mas introduzida no município. É originário

Secretaria Municipal do Verde e do Meio AmbienteDepartamneto de Educação Ambiental e Cultura de Paz - Umapaz

Divisão Técnica de Difusão e Projetos em Educação Ambiental

Parque Alfredo VolpiAv. Eng. Oscar Americano, 480 E-mail: [email protected]/Fax: (11) 3031-7052Horário: 6h às 18h/ 6h às 19h (verão)

Page 4: Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

O Parque Alfredo Volpi foi inaugurado em 27 de Abril de 1971. Abrange uma área de 142.400 m², que antigamente pertencia à Fazenda de Chá Morumby. A área foi doada em 1949 para a Prefei-tura de São Paulo, que o transformou em Parque, então com o nome de Bosque do Morumbi. O Projeto paisagístico foi elaborado por Rosa Grena Kliass com colaboração do arquiteto Carlos Welker e do botânico Helmut Schlik, responsável pelo levantamento botânico. Seu nome atual é umahomenagem ao conceituado pintor Alfredo Volpi, que nasceu na Itália em 1896 e fixou-se em São Paulo antes de completar dois anos de idade. É popularmente conhecido como o "pintor das bandeirinhas". Alcançou reconhecimento durante a II Bienal de Arte de São Paulo e passou a partici-par de exposições de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo. Morto em 1988, aos 92 anos, é considera-do um dos mais importantes artistas da segunda geração do Modernismo.

O Parque dispõe de uma infraestrutura que atende ao público frequentador com banheiros, estaciona-mento, mesas para piquenique, acesso para deficientes, aparelhos para ginástica, bicicletário e parquinho. É um lugar perfeito para a prática desportiva, para a contemplação da natureza e para atividades educativas, especialmente aquelas voltadas para as questões ambientais.

O Parque é um fragmento remanescente da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversida-de do mundo. Por esse fato, há um grande número de espécies nativas de plantas e animais que reme-tem à São Paulo anterior ao grande processo de urbanização que a tornou uma metrópole. Além das nativas, podem ser encontradas também espé-cies exóticas, que foram introduzidas no passado e que hoje fazem parte da paisagem.

A Mata Atlântica originalmente ocupava uma grande extensão ao longo das costas brasileiras, acompanhando seus relevos desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Com os proces-sos de colonização e urbanização, a Mata Atlântica perdeu grande parte de sua área, restando muito pouco de sua cobertura original.

As florestas fazem parte de um sistema dinâmico, onde todos os elementos interagem mantendo um equilíbrio. A dinâmica é o ponto-chave para enten-dermos como ocorrem e como podemos conservar a sua biodiversidade. O domínio da Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do planeta e o Parque Alfredo Volpi está voltado à conservação deste fragmento. Além do Parque, há em suas proximida-des a Reserva Ecológica do Morumbi, área de acesso restrito, exclusivamente destinada à preser-vação do bioma Mata Atlântica.

Há uma enorme diversidade de árvores no Parque. Podem ser encontradas espécies que são caracte-rísticas de matas muito conservadas, como por exemplo os jequitibás (alguns com mais de cem anos), as canelas-de-cheiro, os ipês, os cedros, os jatobás, os guarantãs, os guamirins, os jasmins-do-mato, além de espécies como o tapiá-guaçu, a cuvitinga e a crindiúva.

de Cerrado e da Mata Atlântica do interior de São Paulo e de outros estados, e atualmente ocupa a área de uma outra espécie nativa, o sagui-da-serra-escuro.

E quanto à arborização, é necessário priorizar espé-cies nativas ao invés de estrangeiras, pois as primei-ras já fazem parte da dinâmica do ambiente e não corremos o risco de causar impactos.

Caminhando pelo Parque, pode-se observar que as copas das árvores se encontram lá no alto, mantendo certo isolamento entre o interior da mata e o mundo lá fora. Esse encontro nas alturas forma o dossel, característica que identifica uma área como floresta.

Uma área florestada mantém-se com condições mais estáveis do que as de uma área sem mata. Por esta razão, pode-se notar uma redução substancial no nível de ruído próximo ao centro do Parque. Além disso, a umidade relativa do ar se mantém estável mesmo em épocas de estiagem, a tempera-tura se mantém mais amena, a poluição do ar é absorvida, e a água das chuvas é drenada mais facilmente, o que contribui para evitar enchentes. Essas condições são repassadas às áreas adjacentes ao Parque, trazendo os benefícios de uma área natural para a população.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, onde coexistem áreas verdes e o ambiente construído. Oferecem à população um espaço propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação e educação ambiental .

O Programa Trilhas Urbanas oferece aos trilheiros a oportunidade de conhecer e interagir com estes importantes espaços públicos da cidade por meio de trilhas interpretativas em educação ambiental. Com o nosso trabalho buscamos estimular as pesso-as a comportarem-se de forma pró-ativa frente às questões ambientais, presentes não só em nossa cidade como também em outras áreas urbanas.

Venha trilhar a história, a geografia, a cultura, a fauna, a flora e muito mais. O Volpi te espera!

Para agendar trilhas monitoradas entre em conta-to pelo email: [email protected]

Habitando a área do Parque há representantes de mamíferos, como saguis e preguiças; de répteis, como iguanas e tartarugas; anfíbios, como as rãs do folhiço, exclusivas da Mata Atlântica; peixes, como tilápias e carpas; e aves, como beija-flor, gavião-carijó, caracará e pica-pau-de-cabeça-amarela.

É comum a presença de aves migratórias como oirerê e a garça-branca-grande, atraídas pelo refúgio e a oferta de alimento. Existem também aves aquáticas, como gansos e marrecos.

Os invertebrados também são numerosos. Nos lagos, podemos encontrar crustáceos como o lagostim vermelho e o caranguejo-de-água-doce. Os insetos, grupo mais diverso do planeta, são abundantes. Para comprovar, basta observar a grande quantidade e diversidade de borboletas no Parque. As aranhas também estão presentes com suas teias exuberantes e seus hábitos discretos, porém muito eficientes na captura de alimento.

O respeito aos animais é fundamental para a sua manutenção no Parque. Isso inclui não alimentá-los, pois muitas vezes nossos alimentos não são adequados à dieta desses bichos. Além disso, se estiverem carregando filhotes, esses animais podem ser agressivos como modo de proteção. O respeito também significa não se aproximar mais do que o necessário para observá-los, pois corre-mos o risco de estressá-los ou causar algum tipo de acidente.

Assim como a flora, a fauna do Parque também é bastante diversificada. Aqui encontramos os mais diferentes tipos de animais, de todos os tamanhos, cores e formas. Todos fazendo parte de uma gigan-tesca teia que mantém todo o sistema em equilí-brio dinâmico.

Créditos

Volpi

Alfredo VolpiParque

Paisagens do

A vida no ParqueRemanescente de Mata Atlântica

população. Os lagos do Parque são o destino natu-ral das águas pluviais que não são absorvidas pelo solo. Por estarem localizados na parte mais baixa do relevo, as águas chegam aos lagos com bastante força e em grande quantidade, carregando sedimentos internos e externos ao Parque. Essa situação acaba acelerando o assoreamento, processo observado em qualquer sistema lacustre, mas que pode ser acelerado pelo homem e levar ao fim prematuro da vida de um lago.

O Parque é entrecortado por diversas nascentes que dão origem a três lagos, criando um ambiente muito agradável e de extrema importância para a cidade de São Paulo e para a qualidade de vida da

Pela área do Parque podem ser observados diver-sos organismos que não são nem planta, nem bicho. São os fungos, fundamentais na dinâmica da vida, que contribuem na ciclagem de nutrientes na floresta. Alguns desses fungos possuem até biolu-minescência, brilhando no escuro e dando um espetáculo à parte durante a noite. Exemplos de fungo são as orelhas-de-pau e os cogumelos, alguns dos quais estamos habituados a ter como alimentos, como shitake, shimeji e champignon. Os cogumelos do Parque não podem ser consumidos.

Podemos encontrar fungos também em associa-ção a algas, formando os líquens. As algas fornecem alimento por meio da fotossíntese, enquanto os fungos secretam substâncias que estimulam o crescimento das algas.

Apesar de serem bastante assemelhados a plantas, os fungos não fazem fotossíntese e possuem quiti-na (a mesma proteína encontrada no exoesquele-to de insetos) como componente fundamental de sua parede celular. As plantas, por sua vez, possuem parede celular de celulose (matéria-prima para a fabricação de papel). Por incrível que pareça, os fungos são mais aparentados aos animais do que às plantas. No entanto, por questões históricas, a Micologia (ciência que estuda os fungos) faz parte da Botânica. No passado, acreditava-se que os fungos eram, de fato, plantas.

Uma espécie animal ou vegetal é considerada exóti-ca ou introduzida quando se instala em um novo ambiente, diferente do qual pertence. Para chegar ao novo ambiente a espécie pode viajar pelo próprio esforço (voando, nadando ou andando) ou "pegar uma carona" com outros animais ou meios. O homem frequentemente introduz espécies com vários objetivos, como fazer controle de pragas, produzir novos produtos agrícolas, uso ornamental, ou mesmo acidentalmente.

Av. M

orum

bi

Av. L

opes

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R. Circular do Bosque

Av. Eng. Osc

ar Am

ericano

A cidade foi, com o tempo, chegando até os arredo-res do Parque e hoje o circunda, usufruindo dos benefícios que ele pode oferecer. Mas como foi esse processo de crescimento? De que forma acon-teceu a urbanização dos arredores do Rio Pinhei-ros?

O início: os jesuítas e a Fazenda de Chá

Em meados do século XVI os jesuítas dão início à colonização da região e nela permanecem até serem expulsos pelo Fisco Real, órgão controlador de terras na colônia, em 1750. Dois séculos depois, a região do Morumbi e adjacências ganharam "ares de nobreza" quando D. João VI presenteou John Maxwel Rudge com um terreno para o cultivo do chá, iniciando assim a plantação de chá no Brasil, na Fazenda Boa Vista do Morumby. Após a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, o cultivo do chá entrou em decadência e com ele a Fazenda, que foi derrubada. Mais tarde, em 1940, o Casarão da Fazenda foi reconstruído para sediar um centro cultural.

Século XX: o crescimento

Pertencente ao distrito do Morumbi, o Parque Alfredo Volpi é uma das áreas que restaram dos loteamentos da Fazenda Morumby, que tiveram início nos anos 1950. Transformado em parque municipal em 1971, sofreu tentativa de privatiza-ção em 1974, porém os moradores se organizaram

para impedir que o Bosque do Morumbi, como era conhecido anteriormente, se tornasse propriedade particular.

A formação dos bairros no seu entorno aconteceu no final dos anos 1970, com o forte crescimento econômico da cidade, tanto urbano quanto indus-trial. Nessa época, as partes oeste, sudoeste e a região de Santo Amaro, que no começo do século passado eram ocupadas por áreas de lazer, foram transformadas em bairros destinados à moradia.

Esse processo marcou uma rápida mudança no uso do solo da região. Com o desmatamento, a imper-meabilização e contaminação do solo, além da poluição e retificação dos córregos e rios, houve uma grande degradação dos recursos naturais. Isso acabou prejudicando não só a flora e a fauna nativa, mas também os seres humanos.Por isso a importância do Parque para a região, como lazer e manutenção da vida.

Os lagos: habitat e destino

Espécies Exóticas e Introduzidas

Os fungos: completando os ciclos da vida O Parque e a Cidade

Preparando o ambiente para a vida A Flora:

Acelerando a dinâmica da vida A Fauna:

Programa Trilhas Urbanas

coordenação do programa Trilhas UrbanasVirginia T. V. Tristãocoordenação de pesquisa e textoLeandro Rodrigues Gonçalvesparticipação técnicaAndréia Tavares Fortino Alexandre Luke ShahiniBárbara Manuela dos Santos Eduardo CortezCamila Capassi Malagodi Mariano Ribeiro da SilvaMichele Cavalcanti Toledo Rubens Koloski ChagasVirginia T. V. Tristão Sandra Carolina AmaralMarcos Vinícios G. de Medeiros revisão de textosMônica Cristina Ribeirocoordenação de arteSílvia Glueck projeto gráficoNatan de Aquino Giuliano / Gabriela Casellato CarnascialifotosMarcelo Furlan (1, 7, 9, 10, 11 e 13 ), Sandro Mazer (8 e 12)Andréia Tavares Fortino (4), Marcello Sellan (5, 6, 14 e 15), Leandro Rodrigues Gonçalves (2, 3 e 16)produçãoCélia Giosarevisão dos nomes científicos e status das espécies da faunaJuliana Summa - SVMA/Divisão de Fauna /Depave-3 revisão técnica - floraBiól. Ricardo J. Francischetti Garcia -SVMA/DEPAVE-8 / Herbário Municipal apoio técnicoArq. Hélia S B Pereira -SVMA/DEPLANedição 2010

Alfredo VolpiParque

TRILHA DA BIODIVERSIDADE

Alfredo Volpi

1

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SÃO PAULOCIDADE DE Ano Internacional

da Biodiversidade

2010

2

Nos parques urbanos, alguns dos animais encon-trados foram introduzidos pela própria população, muitas vezes com boa intenção. Algumas pessoas soltam animais por não terem suporte para criá-los em casa, sem saber que, abandonando-os, estão cometendo um crime ambiental (Lei Federal 9605/98).

No Parque Alfredo Volpi temos como destaque de espécies exóticas o lagostim vermelho e de espécie introduzida o sagui-de-tufo-preto. Esses animais, devido à ausência de predadores, consolidaram-se nos lagos e árvores do Parque. O lagostim, cuja venda foi proibida pelo IBAMA pela Portaria nº 5 de 28 de janeiro de 2008, consolidou-se nos lagos do Parque devido à ausência de predadores e compe-te por recursos, como espaço e comida, com as populações de peixes e sapos dos lagos, o que reduz bastante o número de indivíduos desses grupos. Já o sagui-de-tufo-preto é uma espécie nativa, mas introduzida no município. É originário

Secretaria Municipal do Verde e do Meio AmbienteDepartamneto de Educação Ambiental e Cultura de Paz - Umapaz

Divisão Técnica de Difusão e Projetos em Educação Ambiental

Parque Alfredo VolpiAv. Eng. Oscar Americano, 480 E-mail: [email protected]/Fax: (11) 3031-7052Horário: 6h às 18h/ 6h às 19h (verão)

Page 5: Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

O Parque Alfredo Volpi foi inaugurado em 27 de Abril de 1971. Abrange uma área de 142.400 m², que antigamente pertencia à Fazenda de Chá Morumby. A área foi doada em 1949 para a Prefei-tura de São Paulo, que o transformou em Parque, então com o nome de Bosque do Morumbi. O Projeto paisagístico foi elaborado por Rosa Grena Kliass com colaboração do arquiteto Carlos Welker e do botânico Helmut Schlik, responsável pelo levantamento botânico. Seu nome atual é umahomenagem ao conceituado pintor Alfredo Volpi, que nasceu na Itália em 1896 e fixou-se em São Paulo antes de completar dois anos de idade. É popularmente conhecido como o "pintor das bandeirinhas". Alcançou reconhecimento durante a II Bienal de Arte de São Paulo e passou a partici-par de exposições de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo. Morto em 1988, aos 92 anos, é considera-do um dos mais importantes artistas da segunda geração do Modernismo.

O Parque dispõe de uma infraestrutura que atende ao público frequentador com banheiros, estaciona-mento, mesas para piquenique, acesso para deficientes, aparelhos para ginástica, bicicletário e parquinho. É um lugar perfeito para a prática desportiva, para a contemplação da natureza e para atividades educativas, especialmente aquelas voltadas para as questões ambientais.

O Parque é um fragmento remanescente da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversida-de do mundo. Por esse fato, há um grande número de espécies nativas de plantas e animais que reme-tem à São Paulo anterior ao grande processo de urbanização que a tornou uma metrópole. Além das nativas, podem ser encontradas também espé-cies exóticas, que foram introduzidas no passado e que hoje fazem parte da paisagem.

A Mata Atlântica originalmente ocupava uma grande extensão ao longo das costas brasileiras, acompanhando seus relevos desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Com os proces-sos de colonização e urbanização, a Mata Atlântica perdeu grande parte de sua área, restando muito pouco de sua cobertura original.

As florestas fazem parte de um sistema dinâmico, onde todos os elementos interagem mantendo um equilíbrio. A dinâmica é o ponto-chave para enten-dermos como ocorrem e como podemos conservar a sua biodiversidade. O domínio da Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do planeta e o Parque Alfredo Volpi está voltado à conservação deste fragmento. Além do Parque, há em suas proximida-des a Reserva Ecológica do Morumbi, área de acesso restrito, exclusivamente destinada à preser-vação do bioma Mata Atlântica.

Há uma enorme diversidade de árvores no Parque. Podem ser encontradas espécies que são caracte-rísticas de matas muito conservadas, como por exemplo os jequitibás (alguns com mais de cem anos), as canelas-de-cheiro, os ipês, os cedros, os jatobás, os guarantãs, os guamirins, os jasmins-do-mato, além de espécies como o tapiá-guaçu, a cuvitinga e a crindiúva.

de Cerrado e da Mata Atlântica do interior de São Paulo e de outros estados, e atualmente ocupa a área de uma outra espécie nativa, o sagui-da-serra-escuro.

E quanto à arborização, é necessário priorizar espé-cies nativas ao invés de estrangeiras, pois as primei-ras já fazem parte da dinâmica do ambiente e não corremos o risco de causar impactos.

Caminhando pelo Parque, pode-se observar que as copas das árvores se encontram lá no alto, mantendo certo isolamento entre o interior da mata e o mundo lá fora. Esse encontro nas alturas forma o dossel, característica que identifica uma área como floresta.

Uma área florestada mantém-se com condições mais estáveis do que as de uma área sem mata. Por esta razão, pode-se notar uma redução substancial no nível de ruído próximo ao centro do Parque. Além disso, a umidade relativa do ar se mantém estável mesmo em épocas de estiagem, a tempera-tura se mantém mais amena, a poluição do ar é absorvida, e a água das chuvas é drenada mais facilmente, o que contribui para evitar enchentes. Essas condições são repassadas às áreas adjacentes ao Parque, trazendo os benefícios de uma área natural para a população.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, onde coexistem áreas verdes e o ambiente construído. Oferecem à população um espaço propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação e educação ambiental .

O Programa Trilhas Urbanas oferece aos trilheiros a oportunidade de conhecer e interagir com estes importantes espaços públicos da cidade por meio de trilhas interpretativas em educação ambiental. Com o nosso trabalho buscamos estimular as pesso-as a comportarem-se de forma pró-ativa frente às questões ambientais, presentes não só em nossa cidade como também em outras áreas urbanas.

Venha trilhar a história, a geografia, a cultura, a fauna, a flora e muito mais. O Volpi te espera!

Para agendar trilhas monitoradas entre em conta-to pelo email: [email protected]

Habitando a área do Parque há representantes de mamíferos, como saguis e preguiças; de répteis, como iguanas e tartarugas; anfíbios, como as rãs do folhiço, exclusivas da Mata Atlântica; peixes, como tilápias e carpas; e aves, como beija-flor, gavião-carijó, caracará e pica-pau-de-cabeça-amarela.

É comum a presença de aves migratórias como oirerê e a garça-branca-grande, atraídas pelo refúgio e a oferta de alimento. Existem também aves aquáticas, como gansos e marrecos.

Os invertebrados também são numerosos. Nos lagos, podemos encontrar crustáceos como o lagostim vermelho e o caranguejo-de-água-doce. Os insetos, grupo mais diverso do planeta, são abundantes. Para comprovar, basta observar a grande quantidade e diversidade de borboletas no Parque. As aranhas também estão presentes com suas teias exuberantes e seus hábitos discretos, porém muito eficientes na captura de alimento.

O respeito aos animais é fundamental para a sua manutenção no Parque. Isso inclui não alimentá-los, pois muitas vezes nossos alimentos não são adequados à dieta desses bichos. Além disso, se estiverem carregando filhotes, esses animais podem ser agressivos como modo de proteção. O respeito também significa não se aproximar mais do que o necessário para observá-los, pois corre-mos o risco de estressá-los ou causar algum tipo de acidente.

Assim como a flora, a fauna do Parque também é bastante diversificada. Aqui encontramos os mais diferentes tipos de animais, de todos os tamanhos, cores e formas. Todos fazendo parte de uma gigan-tesca teia que mantém todo o sistema em equilí-brio dinâmico.

Créditos

Volpi

Alfredo VolpiParque

Paisagens do

A vida no ParqueRemanescente de Mata Atlântica

população. Os lagos do Parque são o destino natu-ral das águas pluviais que não são absorvidas pelo solo. Por estarem localizados na parte mais baixa do relevo, as águas chegam aos lagos com bastante força e em grande quantidade, carregando sedimentos internos e externos ao Parque. Essa situação acaba acelerando o assoreamento, processo observado em qualquer sistema lacustre, mas que pode ser acelerado pelo homem e levar ao fim prematuro da vida de um lago.

O Parque é entrecortado por diversas nascentes que dão origem a três lagos, criando um ambiente muito agradável e de extrema importância para a cidade de São Paulo e para a qualidade de vida da

Pela área do Parque podem ser observados diver-sos organismos que não são nem planta, nem bicho. São os fungos, fundamentais na dinâmica da vida, que contribuem na ciclagem de nutrientes na floresta. Alguns desses fungos possuem até biolu-minescência, brilhando no escuro e dando um espetáculo à parte durante a noite. Exemplos de fungo são as orelhas-de-pau e os cogumelos, alguns dos quais estamos habituados a ter como alimentos, como shitake, shimeji e champignon. Os cogumelos do Parque não podem ser consumidos.

Podemos encontrar fungos também em associa-ção a algas, formando os líquens. As algas fornecem alimento por meio da fotossíntese, enquanto os fungos secretam substâncias que estimulam o crescimento das algas.

Apesar de serem bastante assemelhados a plantas, os fungos não fazem fotossíntese e possuem quiti-na (a mesma proteína encontrada no exoesquele-to de insetos) como componente fundamental de sua parede celular. As plantas, por sua vez, possuem parede celular de celulose (matéria-prima para a fabricação de papel). Por incrível que pareça, os fungos são mais aparentados aos animais do que às plantas. No entanto, por questões históricas, a Micologia (ciência que estuda os fungos) faz parte da Botânica. No passado, acreditava-se que os fungos eram, de fato, plantas.

Uma espécie animal ou vegetal é considerada exóti-ca ou introduzida quando se instala em um novo ambiente, diferente do qual pertence. Para chegar ao novo ambiente a espécie pode viajar pelo próprio esforço (voando, nadando ou andando) ou "pegar uma carona" com outros animais ou meios. O homem frequentemente introduz espécies com vários objetivos, como fazer controle de pragas, produzir novos produtos agrícolas, uso ornamental, ou mesmo acidentalmente.

Av. M

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vedo

R. Circular do Bosque

Av. Eng. Osc

ar Am

ericano

A cidade foi, com o tempo, chegando até os arredo-res do Parque e hoje o circunda, usufruindo dos benefícios que ele pode oferecer. Mas como foi esse processo de crescimento? De que forma acon-teceu a urbanização dos arredores do Rio Pinhei-ros?

O início: os jesuítas e a Fazenda de Chá

Em meados do século XVI os jesuítas dão início à colonização da região e nela permanecem até serem expulsos pelo Fisco Real, órgão controlador de terras na colônia, em 1750. Dois séculos depois, a região do Morumbi e adjacências ganharam "ares de nobreza" quando D. João VI presenteou John Maxwel Rudge com um terreno para o cultivo do chá, iniciando assim a plantação de chá no Brasil, na Fazenda Boa Vista do Morumby. Após a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, o cultivo do chá entrou em decadência e com ele a Fazenda, que foi derrubada. Mais tarde, em 1940, o Casarão da Fazenda foi reconstruído para sediar um centro cultural.

Século XX: o crescimento

Pertencente ao distrito do Morumbi, o Parque Alfredo Volpi é uma das áreas que restaram dos loteamentos da Fazenda Morumby, que tiveram início nos anos 1950. Transformado em parque municipal em 1971, sofreu tentativa de privatiza-ção em 1974, porém os moradores se organizaram

para impedir que o Bosque do Morumbi, como era conhecido anteriormente, se tornasse propriedade particular.

A formação dos bairros no seu entorno aconteceu no final dos anos 1970, com o forte crescimento econômico da cidade, tanto urbano quanto indus-trial. Nessa época, as partes oeste, sudoeste e a região de Santo Amaro, que no começo do século passado eram ocupadas por áreas de lazer, foram transformadas em bairros destinados à moradia.

Esse processo marcou uma rápida mudança no uso do solo da região. Com o desmatamento, a imper-meabilização e contaminação do solo, além da poluição e retificação dos córregos e rios, houve uma grande degradação dos recursos naturais. Isso acabou prejudicando não só a flora e a fauna nativa, mas também os seres humanos.Por isso a importância do Parque para a região, como lazer e manutenção da vida.

Os lagos: habitat e destino

Espécies Exóticas e Introduzidas

Os fungos: completando os ciclos da vida O Parque e a Cidade

Preparando o ambiente para a vida A Flora:

Acelerando a dinâmica da vida A Fauna:

Programa Trilhas Urbanas

coordenação do programa Trilhas UrbanasVirginia T. V. Tristãocoordenação de pesquisa e textoLeandro Rodrigues Gonçalvesparticipação técnicaAndréia Tavares Fortino Alexandre Luke ShahiniBárbara Manuela dos Santos Eduardo CortezCamila Capassi Malagodi Mariano Ribeiro da SilvaMichele Cavalcanti Toledo Rubens Koloski ChagasVirginia T. V. Tristão Sandra Carolina AmaralMarcos Vinícios G. de Medeiros revisão de textosMônica Cristina Ribeirocoordenação de arteSílvia Glueck projeto gráficoNatan de Aquino Giuliano / Gabriela Casellato CarnascialifotosMarcelo Furlan (1, 7, 9, 10, 11 e 13 ), Sandro Mazer (8 e 12)Andréia Tavares Fortino (4), Marcello Sellan (5, 6, 14 e 15), Leandro Rodrigues Gonçalves (2, 3 e 16)produçãoCélia Giosarevisão dos nomes científicos e status das espécies da faunaJuliana Summa - SVMA/Divisão de Fauna /Depave-3 revisão técnica - floraBiól. Ricardo J. Francischetti Garcia -SVMA/DEPAVE-8 / Herbário Municipal apoio técnicoArq. Hélia S B Pereira -SVMA/DEPLANedição 2010

Alfredo VolpiParque

TRILHA DA BIODIVERSIDADE

Alfredo Volpi

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4 6

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SÃO PAULOCIDADE DE Ano Internacional

da Biodiversidade

2010

2

Nos parques urbanos, alguns dos animais encon-trados foram introduzidos pela própria população, muitas vezes com boa intenção. Algumas pessoas soltam animais por não terem suporte para criá-los em casa, sem saber que, abandonando-os, estão cometendo um crime ambiental (Lei Federal 9605/98).

No Parque Alfredo Volpi temos como destaque de espécies exóticas o lagostim vermelho e de espécie introduzida o sagui-de-tufo-preto. Esses animais, devido à ausência de predadores, consolidaram-se nos lagos e árvores do Parque. O lagostim, cuja venda foi proibida pelo IBAMA pela Portaria nº 5 de 28 de janeiro de 2008, consolidou-se nos lagos do Parque devido à ausência de predadores e compe-te por recursos, como espaço e comida, com as populações de peixes e sapos dos lagos, o que reduz bastante o número de indivíduos desses grupos. Já o sagui-de-tufo-preto é uma espécie nativa, mas introduzida no município. É originário

Secretaria Municipal do Verde e do Meio AmbienteDepartamneto de Educação Ambiental e Cultura de Paz - Umapaz

Divisão Técnica de Difusão e Projetos em Educação Ambiental

Parque Alfredo VolpiAv. Eng. Oscar Americano, 480 E-mail: [email protected]/Fax: (11) 3031-7052Horário: 6h às 18h/ 6h às 19h (verão)

Page 6: Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

O Parque Alfredo Volpi foi inaugurado em 27 de Abril de 1971. Abrange uma área de 142.400 m², que antigamente pertencia à Fazenda de Chá Morumby. A área foi doada em 1949 para a Prefei-tura de São Paulo, que o transformou em Parque, então com o nome de Bosque do Morumbi. O Projeto paisagístico foi elaborado por Rosa Grena Kliass com colaboração do arquiteto Carlos Welker e do botânico Helmut Schlik, responsável pelo levantamento botânico. Seu nome atual é umahomenagem ao conceituado pintor Alfredo Volpi, que nasceu na Itália em 1896 e fixou-se em São Paulo antes de completar dois anos de idade. É popularmente conhecido como o "pintor das bandeirinhas". Alcançou reconhecimento durante a II Bienal de Arte de São Paulo e passou a partici-par de exposições de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo. Morto em 1988, aos 92 anos, é considera-do um dos mais importantes artistas da segunda geração do Modernismo.

O Parque dispõe de uma infraestrutura que atende ao público frequentador com banheiros, estaciona-mento, mesas para piquenique, acesso para deficientes, aparelhos para ginástica, bicicletário e parquinho. É um lugar perfeito para a prática desportiva, para a contemplação da natureza e para atividades educativas, especialmente aquelas voltadas para as questões ambientais.

O Parque é um fragmento remanescente da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversida-de do mundo. Por esse fato, há um grande número de espécies nativas de plantas e animais que reme-tem à São Paulo anterior ao grande processo de urbanização que a tornou uma metrópole. Além das nativas, podem ser encontradas também espé-cies exóticas, que foram introduzidas no passado e que hoje fazem parte da paisagem.

A Mata Atlântica originalmente ocupava uma grande extensão ao longo das costas brasileiras, acompanhando seus relevos desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Com os proces-sos de colonização e urbanização, a Mata Atlântica perdeu grande parte de sua área, restando muito pouco de sua cobertura original.

As florestas fazem parte de um sistema dinâmico, onde todos os elementos interagem mantendo um equilíbrio. A dinâmica é o ponto-chave para enten-dermos como ocorrem e como podemos conservar a sua biodiversidade. O domínio da Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do planeta e o Parque Alfredo Volpi está voltado à conservação deste fragmento. Além do Parque, há em suas proximida-des a Reserva Ecológica do Morumbi, área de acesso restrito, exclusivamente destinada à preser-vação do bioma Mata Atlântica.

Há uma enorme diversidade de árvores no Parque. Podem ser encontradas espécies que são caracte-rísticas de matas muito conservadas, como por exemplo os jequitibás (alguns com mais de cem anos), as canelas-de-cheiro, os ipês, os cedros, os jatobás, os guarantãs, os guamirins, os jasmins-do-mato, além de espécies como o tapiá-guaçu, a cuvitinga e a crindiúva.

de Cerrado e da Mata Atlântica do interior de São Paulo e de outros estados, e atualmente ocupa a área de uma outra espécie nativa, o sagui-da-serra-escuro.

E quanto à arborização, é necessário priorizar espé-cies nativas ao invés de estrangeiras, pois as primei-ras já fazem parte da dinâmica do ambiente e não corremos o risco de causar impactos.

Caminhando pelo Parque, pode-se observar que as copas das árvores se encontram lá no alto, mantendo certo isolamento entre o interior da mata e o mundo lá fora. Esse encontro nas alturas forma o dossel, característica que identifica uma área como floresta.

Uma área florestada mantém-se com condições mais estáveis do que as de uma área sem mata. Por esta razão, pode-se notar uma redução substancial no nível de ruído próximo ao centro do Parque. Além disso, a umidade relativa do ar se mantém estável mesmo em épocas de estiagem, a tempera-tura se mantém mais amena, a poluição do ar é absorvida, e a água das chuvas é drenada mais facilmente, o que contribui para evitar enchentes. Essas condições são repassadas às áreas adjacentes ao Parque, trazendo os benefícios de uma área natural para a população.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, onde coexistem áreas verdes e o ambiente construído. Oferecem à população um espaço propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação e educação ambiental .

O Programa Trilhas Urbanas oferece aos trilheiros a oportunidade de conhecer e interagir com estes importantes espaços públicos da cidade por meio de trilhas interpretativas em educação ambiental. Com o nosso trabalho buscamos estimular as pesso-as a comportarem-se de forma pró-ativa frente às questões ambientais, presentes não só em nossa cidade como também em outras áreas urbanas.

Venha trilhar a história, a geografia, a cultura, a fauna, a flora e muito mais. O Volpi te espera!

Para agendar trilhas monitoradas entre em conta-to pelo email: [email protected]

Habitando a área do Parque há representantes de mamíferos, como saguis e preguiças; de répteis, como iguanas e tartarugas; anfíbios, como as rãs do folhiço, exclusivas da Mata Atlântica; peixes, como tilápias e carpas; e aves, como beija-flor, gavião-carijó, caracará e pica-pau-de-cabeça-amarela.

É comum a presença de aves migratórias como oirerê e a garça-branca-grande, atraídas pelo refúgio e a oferta de alimento. Existem também aves aquáticas, como gansos e marrecos.

Os invertebrados também são numerosos. Nos lagos, podemos encontrar crustáceos como o lagostim vermelho e o caranguejo-de-água-doce. Os insetos, grupo mais diverso do planeta, são abundantes. Para comprovar, basta observar a grande quantidade e diversidade de borboletas no Parque. As aranhas também estão presentes com suas teias exuberantes e seus hábitos discretos, porém muito eficientes na captura de alimento.

O respeito aos animais é fundamental para a sua manutenção no Parque. Isso inclui não alimentá-los, pois muitas vezes nossos alimentos não são adequados à dieta desses bichos. Além disso, se estiverem carregando filhotes, esses animais podem ser agressivos como modo de proteção. O respeito também significa não se aproximar mais do que o necessário para observá-los, pois corre-mos o risco de estressá-los ou causar algum tipo de acidente.

Assim como a flora, a fauna do Parque também é bastante diversificada. Aqui encontramos os mais diferentes tipos de animais, de todos os tamanhos, cores e formas. Todos fazendo parte de uma gigan-tesca teia que mantém todo o sistema em equilí-brio dinâmico.

Créditos

Volpi

Alfredo VolpiParque

Paisagens do

A vida no ParqueRemanescente de Mata Atlântica

população. Os lagos do Parque são o destino natu-ral das águas pluviais que não são absorvidas pelo solo. Por estarem localizados na parte mais baixa do relevo, as águas chegam aos lagos com bastante força e em grande quantidade, carregando sedimentos internos e externos ao Parque. Essa situação acaba acelerando o assoreamento, processo observado em qualquer sistema lacustre, mas que pode ser acelerado pelo homem e levar ao fim prematuro da vida de um lago.

O Parque é entrecortado por diversas nascentes que dão origem a três lagos, criando um ambiente muito agradável e de extrema importância para a cidade de São Paulo e para a qualidade de vida da

Pela área do Parque podem ser observados diver-sos organismos que não são nem planta, nem bicho. São os fungos, fundamentais na dinâmica da vida, que contribuem na ciclagem de nutrientes na floresta. Alguns desses fungos possuem até biolu-minescência, brilhando no escuro e dando um espetáculo à parte durante a noite. Exemplos de fungo são as orelhas-de-pau e os cogumelos, alguns dos quais estamos habituados a ter como alimentos, como shitake, shimeji e champignon. Os cogumelos do Parque não podem ser consumidos.

Podemos encontrar fungos também em associa-ção a algas, formando os líquens. As algas fornecem alimento por meio da fotossíntese, enquanto os fungos secretam substâncias que estimulam o crescimento das algas.

Apesar de serem bastante assemelhados a plantas, os fungos não fazem fotossíntese e possuem quiti-na (a mesma proteína encontrada no exoesquele-to de insetos) como componente fundamental de sua parede celular. As plantas, por sua vez, possuem parede celular de celulose (matéria-prima para a fabricação de papel). Por incrível que pareça, os fungos são mais aparentados aos animais do que às plantas. No entanto, por questões históricas, a Micologia (ciência que estuda os fungos) faz parte da Botânica. No passado, acreditava-se que os fungos eram, de fato, plantas.

Uma espécie animal ou vegetal é considerada exóti-ca ou introduzida quando se instala em um novo ambiente, diferente do qual pertence. Para chegar ao novo ambiente a espécie pode viajar pelo próprio esforço (voando, nadando ou andando) ou "pegar uma carona" com outros animais ou meios. O homem frequentemente introduz espécies com vários objetivos, como fazer controle de pragas, produzir novos produtos agrícolas, uso ornamental, ou mesmo acidentalmente.

Av. M

orum

bi

Av. L

opes

de

Aze

vedo

R. Circular do Bosque

Av. Eng. Osc

ar Am

ericano

A cidade foi, com o tempo, chegando até os arredo-res do Parque e hoje o circunda, usufruindo dos benefícios que ele pode oferecer. Mas como foi esse processo de crescimento? De que forma acon-teceu a urbanização dos arredores do Rio Pinhei-ros?

O início: os jesuítas e a Fazenda de Chá

Em meados do século XVI os jesuítas dão início à colonização da região e nela permanecem até serem expulsos pelo Fisco Real, órgão controlador de terras na colônia, em 1750. Dois séculos depois, a região do Morumbi e adjacências ganharam "ares de nobreza" quando D. João VI presenteou John Maxwel Rudge com um terreno para o cultivo do chá, iniciando assim a plantação de chá no Brasil, na Fazenda Boa Vista do Morumby. Após a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, o cultivo do chá entrou em decadência e com ele a Fazenda, que foi derrubada. Mais tarde, em 1940, o Casarão da Fazenda foi reconstruído para sediar um centro cultural.

Século XX: o crescimento

Pertencente ao distrito do Morumbi, o Parque Alfredo Volpi é uma das áreas que restaram dos loteamentos da Fazenda Morumby, que tiveram início nos anos 1950. Transformado em parque municipal em 1971, sofreu tentativa de privatiza-ção em 1974, porém os moradores se organizaram

para impedir que o Bosque do Morumbi, como era conhecido anteriormente, se tornasse propriedade particular.

A formação dos bairros no seu entorno aconteceu no final dos anos 1970, com o forte crescimento econômico da cidade, tanto urbano quanto indus-trial. Nessa época, as partes oeste, sudoeste e a região de Santo Amaro, que no começo do século passado eram ocupadas por áreas de lazer, foram transformadas em bairros destinados à moradia.

Esse processo marcou uma rápida mudança no uso do solo da região. Com o desmatamento, a imper-meabilização e contaminação do solo, além da poluição e retificação dos córregos e rios, houve uma grande degradação dos recursos naturais. Isso acabou prejudicando não só a flora e a fauna nativa, mas também os seres humanos.Por isso a importância do Parque para a região, como lazer e manutenção da vida.

Os lagos: habitat e destino

Espécies Exóticas e Introduzidas

Os fungos: completando os ciclos da vida O Parque e a Cidade

Preparando o ambiente para a vida A Flora:

Acelerando a dinâmica da vida A Fauna:

Programa Trilhas Urbanas

coordenação do programa Trilhas UrbanasVirginia T. V. Tristãocoordenação de pesquisa e textoLeandro Rodrigues Gonçalvesparticipação técnicaAndréia Tavares Fortino Alexandre Luke ShahiniBárbara Manuela dos Santos Eduardo CortezCamila Capassi Malagodi Mariano Ribeiro da SilvaMichele Cavalcanti Toledo Rubens Koloski ChagasVirginia T. V. Tristão Sandra Carolina AmaralMarcos Vinícios G. de Medeiros revisão de textosMônica Cristina Ribeirocoordenação de arteSílvia Glueck projeto gráficoNatan de Aquino Giuliano / Gabriela Casellato CarnascialifotosMarcelo Furlan (1, 7, 9, 10, 11 e 13 ), Sandro Mazer (8 e 12)Andréia Tavares Fortino (4), Marcello Sellan (5, 6, 14 e 15), Leandro Rodrigues Gonçalves (2, 3 e 16)produçãoCélia Giosarevisão dos nomes científicos e status das espécies da faunaJuliana Summa - SVMA/Divisão de Fauna /Depave-3 revisão técnica - floraBiól. Ricardo J. Francischetti Garcia -SVMA/DEPAVE-8 / Herbário Municipal apoio técnicoArq. Hélia S B Pereira -SVMA/DEPLANedição 2010

Alfredo VolpiParque

TRILHA DA BIODIVERSIDADE

Alfredo Volpi

1

4 6

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SÃO PAULOCIDADE DE Ano Internacional

da Biodiversidade

2010

2

Nos parques urbanos, alguns dos animais encon-trados foram introduzidos pela própria população, muitas vezes com boa intenção. Algumas pessoas soltam animais por não terem suporte para criá-los em casa, sem saber que, abandonando-os, estão cometendo um crime ambiental (Lei Federal 9605/98).

No Parque Alfredo Volpi temos como destaque de espécies exóticas o lagostim vermelho e de espécie introduzida o sagui-de-tufo-preto. Esses animais, devido à ausência de predadores, consolidaram-se nos lagos e árvores do Parque. O lagostim, cuja venda foi proibida pelo IBAMA pela Portaria nº 5 de 28 de janeiro de 2008, consolidou-se nos lagos do Parque devido à ausência de predadores e compe-te por recursos, como espaço e comida, com as populações de peixes e sapos dos lagos, o que reduz bastante o número de indivíduos desses grupos. Já o sagui-de-tufo-preto é uma espécie nativa, mas introduzida no município. É originário

Secretaria Municipal do Verde e do Meio AmbienteDepartamneto de Educação Ambiental e Cultura de Paz - Umapaz

Divisão Técnica de Difusão e Projetos em Educação Ambiental

Parque Alfredo VolpiAv. Eng. Oscar Americano, 480 E-mail: [email protected]/Fax: (11) 3031-7052Horário: 6h às 18h/ 6h às 19h (verão)

Page 7: Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

O Parque Alfredo Volpi foi inaugurado em 27 de Abril de 1971. Abrange uma área de 142.400 m², que antigamente pertencia à Fazenda de Chá Morumby. A área foi doada em 1949 para a Prefei-tura de São Paulo, que o transformou em Parque, então com o nome de Bosque do Morumbi. O Projeto paisagístico foi elaborado por Rosa Grena Kliass com colaboração do arquiteto Carlos Welker e do botânico Helmut Schlik, responsável pelo levantamento botânico. Seu nome atual é umahomenagem ao conceituado pintor Alfredo Volpi, que nasceu na Itália em 1896 e fixou-se em São Paulo antes de completar dois anos de idade. É popularmente conhecido como o "pintor das bandeirinhas". Alcançou reconhecimento durante a II Bienal de Arte de São Paulo e passou a partici-par de exposições de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo. Morto em 1988, aos 92 anos, é considera-do um dos mais importantes artistas da segunda geração do Modernismo.

O Parque dispõe de uma infraestrutura que atende ao público frequentador com banheiros, estaciona-mento, mesas para piquenique, acesso para deficientes, aparelhos para ginástica, bicicletário e parquinho. É um lugar perfeito para a prática desportiva, para a contemplação da natureza e para atividades educativas, especialmente aquelas voltadas para as questões ambientais.

O Parque é um fragmento remanescente da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversida-de do mundo. Por esse fato, há um grande número de espécies nativas de plantas e animais que reme-tem à São Paulo anterior ao grande processo de urbanização que a tornou uma metrópole. Além das nativas, podem ser encontradas também espé-cies exóticas, que foram introduzidas no passado e que hoje fazem parte da paisagem.

A Mata Atlântica originalmente ocupava uma grande extensão ao longo das costas brasileiras, acompanhando seus relevos desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Com os proces-sos de colonização e urbanização, a Mata Atlântica perdeu grande parte de sua área, restando muito pouco de sua cobertura original.

As florestas fazem parte de um sistema dinâmico, onde todos os elementos interagem mantendo um equilíbrio. A dinâmica é o ponto-chave para enten-dermos como ocorrem e como podemos conservar a sua biodiversidade. O domínio da Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do planeta e o Parque Alfredo Volpi está voltado à conservação deste fragmento. Além do Parque, há em suas proximida-des a Reserva Ecológica do Morumbi, área de acesso restrito, exclusivamente destinada à preser-vação do bioma Mata Atlântica.

Há uma enorme diversidade de árvores no Parque. Podem ser encontradas espécies que são caracte-rísticas de matas muito conservadas, como por exemplo os jequitibás (alguns com mais de cem anos), as canelas-de-cheiro, os ipês, os cedros, os jatobás, os guarantãs, os guamirins, os jasmins-do-mato, além de espécies como o tapiá-guaçu, a cuvitinga e a crindiúva.

de Cerrado e da Mata Atlântica do interior de São Paulo e de outros estados, e atualmente ocupa a área de uma outra espécie nativa, o sagui-da-serra-escuro.

E quanto à arborização, é necessário priorizar espé-cies nativas ao invés de estrangeiras, pois as primei-ras já fazem parte da dinâmica do ambiente e não corremos o risco de causar impactos.

Caminhando pelo Parque, pode-se observar que as copas das árvores se encontram lá no alto, mantendo certo isolamento entre o interior da mata e o mundo lá fora. Esse encontro nas alturas forma o dossel, característica que identifica uma área como floresta.

Uma área florestada mantém-se com condições mais estáveis do que as de uma área sem mata. Por esta razão, pode-se notar uma redução substancial no nível de ruído próximo ao centro do Parque. Além disso, a umidade relativa do ar se mantém estável mesmo em épocas de estiagem, a tempera-tura se mantém mais amena, a poluição do ar é absorvida, e a água das chuvas é drenada mais facilmente, o que contribui para evitar enchentes. Essas condições são repassadas às áreas adjacentes ao Parque, trazendo os benefícios de uma área natural para a população.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, onde coexistem áreas verdes e o ambiente construído. Oferecem à população um espaço propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação e educação ambiental .

O Programa Trilhas Urbanas oferece aos trilheiros a oportunidade de conhecer e interagir com estes importantes espaços públicos da cidade por meio de trilhas interpretativas em educação ambiental. Com o nosso trabalho buscamos estimular as pesso-as a comportarem-se de forma pró-ativa frente às questões ambientais, presentes não só em nossa cidade como também em outras áreas urbanas.

Venha trilhar a história, a geografia, a cultura, a fauna, a flora e muito mais. O Volpi te espera!

Para agendar trilhas monitoradas entre em conta-to pelo email: [email protected]

Habitando a área do Parque há representantes de mamíferos, como saguis e preguiças; de répteis, como iguanas e tartarugas; anfíbios, como as rãs do folhiço, exclusivas da Mata Atlântica; peixes, como tilápias e carpas; e aves, como beija-flor, gavião-carijó, caracará e pica-pau-de-cabeça-amarela.

É comum a presença de aves migratórias como oirerê e a garça-branca-grande, atraídas pelo refúgio e a oferta de alimento. Existem também aves aquáticas, como gansos e marrecos.

Os invertebrados também são numerosos. Nos lagos, podemos encontrar crustáceos como o lagostim vermelho e o caranguejo-de-água-doce. Os insetos, grupo mais diverso do planeta, são abundantes. Para comprovar, basta observar a grande quantidade e diversidade de borboletas no Parque. As aranhas também estão presentes com suas teias exuberantes e seus hábitos discretos, porém muito eficientes na captura de alimento.

O respeito aos animais é fundamental para a sua manutenção no Parque. Isso inclui não alimentá-los, pois muitas vezes nossos alimentos não são adequados à dieta desses bichos. Além disso, se estiverem carregando filhotes, esses animais podem ser agressivos como modo de proteção. O respeito também significa não se aproximar mais do que o necessário para observá-los, pois corre-mos o risco de estressá-los ou causar algum tipo de acidente.

Assim como a flora, a fauna do Parque também é bastante diversificada. Aqui encontramos os mais diferentes tipos de animais, de todos os tamanhos, cores e formas. Todos fazendo parte de uma gigan-tesca teia que mantém todo o sistema em equilí-brio dinâmico.

Créditos

Volpi

Alfredo VolpiParque

Paisagens do

A vida no ParqueRemanescente de Mata Atlântica

população. Os lagos do Parque são o destino natu-ral das águas pluviais que não são absorvidas pelo solo. Por estarem localizados na parte mais baixa do relevo, as águas chegam aos lagos com bastante força e em grande quantidade, carregando sedimentos internos e externos ao Parque. Essa situação acaba acelerando o assoreamento, processo observado em qualquer sistema lacustre, mas que pode ser acelerado pelo homem e levar ao fim prematuro da vida de um lago.

O Parque é entrecortado por diversas nascentes que dão origem a três lagos, criando um ambiente muito agradável e de extrema importância para a cidade de São Paulo e para a qualidade de vida da

Pela área do Parque podem ser observados diver-sos organismos que não são nem planta, nem bicho. São os fungos, fundamentais na dinâmica da vida, que contribuem na ciclagem de nutrientes na floresta. Alguns desses fungos possuem até biolu-minescência, brilhando no escuro e dando um espetáculo à parte durante a noite. Exemplos de fungo são as orelhas-de-pau e os cogumelos, alguns dos quais estamos habituados a ter como alimentos, como shitake, shimeji e champignon. Os cogumelos do Parque não podem ser consumidos.

Podemos encontrar fungos também em associa-ção a algas, formando os líquens. As algas fornecem alimento por meio da fotossíntese, enquanto os fungos secretam substâncias que estimulam o crescimento das algas.

Apesar de serem bastante assemelhados a plantas, os fungos não fazem fotossíntese e possuem quiti-na (a mesma proteína encontrada no exoesquele-to de insetos) como componente fundamental de sua parede celular. As plantas, por sua vez, possuem parede celular de celulose (matéria-prima para a fabricação de papel). Por incrível que pareça, os fungos são mais aparentados aos animais do que às plantas. No entanto, por questões históricas, a Micologia (ciência que estuda os fungos) faz parte da Botânica. No passado, acreditava-se que os fungos eram, de fato, plantas.

Uma espécie animal ou vegetal é considerada exóti-ca ou introduzida quando se instala em um novo ambiente, diferente do qual pertence. Para chegar ao novo ambiente a espécie pode viajar pelo próprio esforço (voando, nadando ou andando) ou "pegar uma carona" com outros animais ou meios. O homem frequentemente introduz espécies com vários objetivos, como fazer controle de pragas, produzir novos produtos agrícolas, uso ornamental, ou mesmo acidentalmente.

Av. M

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Av. L

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R. Circular do Bosque

Av. Eng. Osc

ar Am

ericano

A cidade foi, com o tempo, chegando até os arredo-res do Parque e hoje o circunda, usufruindo dos benefícios que ele pode oferecer. Mas como foi esse processo de crescimento? De que forma acon-teceu a urbanização dos arredores do Rio Pinhei-ros?

O início: os jesuítas e a Fazenda de Chá

Em meados do século XVI os jesuítas dão início à colonização da região e nela permanecem até serem expulsos pelo Fisco Real, órgão controlador de terras na colônia, em 1750. Dois séculos depois, a região do Morumbi e adjacências ganharam "ares de nobreza" quando D. João VI presenteou John Maxwel Rudge com um terreno para o cultivo do chá, iniciando assim a plantação de chá no Brasil, na Fazenda Boa Vista do Morumby. Após a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, o cultivo do chá entrou em decadência e com ele a Fazenda, que foi derrubada. Mais tarde, em 1940, o Casarão da Fazenda foi reconstruído para sediar um centro cultural.

Século XX: o crescimento

Pertencente ao distrito do Morumbi, o Parque Alfredo Volpi é uma das áreas que restaram dos loteamentos da Fazenda Morumby, que tiveram início nos anos 1950. Transformado em parque municipal em 1971, sofreu tentativa de privatiza-ção em 1974, porém os moradores se organizaram

para impedir que o Bosque do Morumbi, como era conhecido anteriormente, se tornasse propriedade particular.

A formação dos bairros no seu entorno aconteceu no final dos anos 1970, com o forte crescimento econômico da cidade, tanto urbano quanto indus-trial. Nessa época, as partes oeste, sudoeste e a região de Santo Amaro, que no começo do século passado eram ocupadas por áreas de lazer, foram transformadas em bairros destinados à moradia.

Esse processo marcou uma rápida mudança no uso do solo da região. Com o desmatamento, a imper-meabilização e contaminação do solo, além da poluição e retificação dos córregos e rios, houve uma grande degradação dos recursos naturais. Isso acabou prejudicando não só a flora e a fauna nativa, mas também os seres humanos.Por isso a importância do Parque para a região, como lazer e manutenção da vida.

Os lagos: habitat e destino

Espécies Exóticas e Introduzidas

Os fungos: completando os ciclos da vida O Parque e a Cidade

Preparando o ambiente para a vida A Flora:

Acelerando a dinâmica da vida A Fauna:

Programa Trilhas Urbanas

coordenação do programa Trilhas UrbanasVirginia T. V. Tristãocoordenação de pesquisa e textoLeandro Rodrigues Gonçalvesparticipação técnicaAndréia Tavares Fortino Alexandre Luke ShahiniBárbara Manuela dos Santos Eduardo CortezCamila Capassi Malagodi Mariano Ribeiro da SilvaMichele Cavalcanti Toledo Rubens Koloski ChagasVirginia T. V. Tristão Sandra Carolina AmaralMarcos Vinícios G. de Medeiros revisão de textosMônica Cristina Ribeirocoordenação de arteSílvia Glueck projeto gráficoNatan de Aquino Giuliano / Gabriela Casellato CarnascialifotosMarcelo Furlan (1, 7, 9, 10, 11 e 13 ), Sandro Mazer (8 e 12)Andréia Tavares Fortino (4), Marcello Sellan (5, 6, 14 e 15), Leandro Rodrigues Gonçalves (2, 3 e 16)produçãoCélia Giosarevisão dos nomes científicos e status das espécies da faunaJuliana Summa - SVMA/Divisão de Fauna /Depave-3 revisão técnica - floraBiól. Ricardo J. Francischetti Garcia -SVMA/DEPAVE-8 / Herbário Municipal apoio técnicoArq. Hélia S B Pereira -SVMA/DEPLANedição 2010

Alfredo VolpiParque

TRILHA DA BIODIVERSIDADE

Alfredo Volpi

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SÃO PAULOCIDADE DE Ano Internacional

da Biodiversidade

2010

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Nos parques urbanos, alguns dos animais encon-trados foram introduzidos pela própria população, muitas vezes com boa intenção. Algumas pessoas soltam animais por não terem suporte para criá-los em casa, sem saber que, abandonando-os, estão cometendo um crime ambiental (Lei Federal 9605/98).

No Parque Alfredo Volpi temos como destaque de espécies exóticas o lagostim vermelho e de espécie introduzida o sagui-de-tufo-preto. Esses animais, devido à ausência de predadores, consolidaram-se nos lagos e árvores do Parque. O lagostim, cuja venda foi proibida pelo IBAMA pela Portaria nº 5 de 28 de janeiro de 2008, consolidou-se nos lagos do Parque devido à ausência de predadores e compe-te por recursos, como espaço e comida, com as populações de peixes e sapos dos lagos, o que reduz bastante o número de indivíduos desses grupos. Já o sagui-de-tufo-preto é uma espécie nativa, mas introduzida no município. É originário

Secretaria Municipal do Verde e do Meio AmbienteDepartamneto de Educação Ambiental e Cultura de Paz - Umapaz

Divisão Técnica de Difusão e Projetos em Educação Ambiental

Parque Alfredo VolpiAv. Eng. Oscar Americano, 480 E-mail: [email protected]/Fax: (11) 3031-7052Horário: 6h às 18h/ 6h às 19h (verão)

Page 8: Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

O Parque Alfredo Volpi foi inaugurado em 27 de Abril de 1971. Abrange uma área de 142.400 m², que antigamente pertencia à Fazenda de Chá Morumby. A área foi doada em 1949 para a Prefei-tura de São Paulo, que o transformou em Parque, então com o nome de Bosque do Morumbi. O Projeto paisagístico foi elaborado por Rosa Grena Kliass com colaboração do arquiteto Carlos Welker e do botânico Helmut Schlik, responsável pelo levantamento botânico. Seu nome atual é umahomenagem ao conceituado pintor Alfredo Volpi, que nasceu na Itália em 1896 e fixou-se em São Paulo antes de completar dois anos de idade. É popularmente conhecido como o "pintor das bandeirinhas". Alcançou reconhecimento durante a II Bienal de Arte de São Paulo e passou a partici-par de exposições de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo. Morto em 1988, aos 92 anos, é considera-do um dos mais importantes artistas da segunda geração do Modernismo.

O Parque dispõe de uma infraestrutura que atende ao público frequentador com banheiros, estaciona-mento, mesas para piquenique, acesso para deficientes, aparelhos para ginástica, bicicletário e parquinho. É um lugar perfeito para a prática desportiva, para a contemplação da natureza e para atividades educativas, especialmente aquelas voltadas para as questões ambientais.

O Parque é um fragmento remanescente da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversida-de do mundo. Por esse fato, há um grande número de espécies nativas de plantas e animais que reme-tem à São Paulo anterior ao grande processo de urbanização que a tornou uma metrópole. Além das nativas, podem ser encontradas também espé-cies exóticas, que foram introduzidas no passado e que hoje fazem parte da paisagem.

A Mata Atlântica originalmente ocupava uma grande extensão ao longo das costas brasileiras, acompanhando seus relevos desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Com os proces-sos de colonização e urbanização, a Mata Atlântica perdeu grande parte de sua área, restando muito pouco de sua cobertura original.

As florestas fazem parte de um sistema dinâmico, onde todos os elementos interagem mantendo um equilíbrio. A dinâmica é o ponto-chave para enten-dermos como ocorrem e como podemos conservar a sua biodiversidade. O domínio da Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do planeta e o Parque Alfredo Volpi está voltado à conservação deste fragmento. Além do Parque, há em suas proximida-des a Reserva Ecológica do Morumbi, área de acesso restrito, exclusivamente destinada à preser-vação do bioma Mata Atlântica.

Há uma enorme diversidade de árvores no Parque. Podem ser encontradas espécies que são caracte-rísticas de matas muito conservadas, como por exemplo os jequitibás (alguns com mais de cem anos), as canelas-de-cheiro, os ipês, os cedros, os jatobás, os guarantãs, os guamirins, os jasmins-do-mato, além de espécies como o tapiá-guaçu, a cuvitinga e a crindiúva.

de Cerrado e da Mata Atlântica do interior de São Paulo e de outros estados, e atualmente ocupa a área de uma outra espécie nativa, o sagui-da-serra-escuro.

E quanto à arborização, é necessário priorizar espé-cies nativas ao invés de estrangeiras, pois as primei-ras já fazem parte da dinâmica do ambiente e não corremos o risco de causar impactos.

Caminhando pelo Parque, pode-se observar que as copas das árvores se encontram lá no alto, mantendo certo isolamento entre o interior da mata e o mundo lá fora. Esse encontro nas alturas forma o dossel, característica que identifica uma área como floresta.

Uma área florestada mantém-se com condições mais estáveis do que as de uma área sem mata. Por esta razão, pode-se notar uma redução substancial no nível de ruído próximo ao centro do Parque. Além disso, a umidade relativa do ar se mantém estável mesmo em épocas de estiagem, a tempera-tura se mantém mais amena, a poluição do ar é absorvida, e a água das chuvas é drenada mais facilmente, o que contribui para evitar enchentes. Essas condições são repassadas às áreas adjacentes ao Parque, trazendo os benefícios de uma área natural para a população.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, onde coexistem áreas verdes e o ambiente construído. Oferecem à população um espaço propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação e educação ambiental .

O Programa Trilhas Urbanas oferece aos trilheiros a oportunidade de conhecer e interagir com estes importantes espaços públicos da cidade por meio de trilhas interpretativas em educação ambiental. Com o nosso trabalho buscamos estimular as pesso-as a comportarem-se de forma pró-ativa frente às questões ambientais, presentes não só em nossa cidade como também em outras áreas urbanas.

Venha trilhar a história, a geografia, a cultura, a fauna, a flora e muito mais. O Volpi te espera!

Para agendar trilhas monitoradas entre em conta-to pelo email: [email protected]

Habitando a área do Parque há representantes de mamíferos, como saguis e preguiças; de répteis, como iguanas e tartarugas; anfíbios, como as rãs do folhiço, exclusivas da Mata Atlântica; peixes, como tilápias e carpas; e aves, como beija-flor, gavião-carijó, caracará e pica-pau-de-cabeça-amarela.

É comum a presença de aves migratórias como oirerê e a garça-branca-grande, atraídas pelo refúgio e a oferta de alimento. Existem também aves aquáticas, como gansos e marrecos.

Os invertebrados também são numerosos. Nos lagos, podemos encontrar crustáceos como o lagostim vermelho e o caranguejo-de-água-doce. Os insetos, grupo mais diverso do planeta, são abundantes. Para comprovar, basta observar a grande quantidade e diversidade de borboletas no Parque. As aranhas também estão presentes com suas teias exuberantes e seus hábitos discretos, porém muito eficientes na captura de alimento.

O respeito aos animais é fundamental para a sua manutenção no Parque. Isso inclui não alimentá-los, pois muitas vezes nossos alimentos não são adequados à dieta desses bichos. Além disso, se estiverem carregando filhotes, esses animais podem ser agressivos como modo de proteção. O respeito também significa não se aproximar mais do que o necessário para observá-los, pois corre-mos o risco de estressá-los ou causar algum tipo de acidente.

Assim como a flora, a fauna do Parque também é bastante diversificada. Aqui encontramos os mais diferentes tipos de animais, de todos os tamanhos, cores e formas. Todos fazendo parte de uma gigan-tesca teia que mantém todo o sistema em equilí-brio dinâmico.

Créditos

Volpi

Alfredo VolpiParque

Paisagens do

A vida no ParqueRemanescente de Mata Atlântica

população. Os lagos do Parque são o destino natu-ral das águas pluviais que não são absorvidas pelo solo. Por estarem localizados na parte mais baixa do relevo, as águas chegam aos lagos com bastante força e em grande quantidade, carregando sedimentos internos e externos ao Parque. Essa situação acaba acelerando o assoreamento, processo observado em qualquer sistema lacustre, mas que pode ser acelerado pelo homem e levar ao fim prematuro da vida de um lago.

O Parque é entrecortado por diversas nascentes que dão origem a três lagos, criando um ambiente muito agradável e de extrema importância para a cidade de São Paulo e para a qualidade de vida da

Pela área do Parque podem ser observados diver-sos organismos que não são nem planta, nem bicho. São os fungos, fundamentais na dinâmica da vida, que contribuem na ciclagem de nutrientes na floresta. Alguns desses fungos possuem até biolu-minescência, brilhando no escuro e dando um espetáculo à parte durante a noite. Exemplos de fungo são as orelhas-de-pau e os cogumelos, alguns dos quais estamos habituados a ter como alimentos, como shitake, shimeji e champignon. Os cogumelos do Parque não podem ser consumidos.

Podemos encontrar fungos também em associa-ção a algas, formando os líquens. As algas fornecem alimento por meio da fotossíntese, enquanto os fungos secretam substâncias que estimulam o crescimento das algas.

Apesar de serem bastante assemelhados a plantas, os fungos não fazem fotossíntese e possuem quiti-na (a mesma proteína encontrada no exoesquele-to de insetos) como componente fundamental de sua parede celular. As plantas, por sua vez, possuem parede celular de celulose (matéria-prima para a fabricação de papel). Por incrível que pareça, os fungos são mais aparentados aos animais do que às plantas. No entanto, por questões históricas, a Micologia (ciência que estuda os fungos) faz parte da Botânica. No passado, acreditava-se que os fungos eram, de fato, plantas.

Uma espécie animal ou vegetal é considerada exóti-ca ou introduzida quando se instala em um novo ambiente, diferente do qual pertence. Para chegar ao novo ambiente a espécie pode viajar pelo próprio esforço (voando, nadando ou andando) ou "pegar uma carona" com outros animais ou meios. O homem frequentemente introduz espécies com vários objetivos, como fazer controle de pragas, produzir novos produtos agrícolas, uso ornamental, ou mesmo acidentalmente.

Av. M

orum

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R. Circular do Bosque

Av. Eng. Osc

ar Am

ericano

A cidade foi, com o tempo, chegando até os arredo-res do Parque e hoje o circunda, usufruindo dos benefícios que ele pode oferecer. Mas como foi esse processo de crescimento? De que forma acon-teceu a urbanização dos arredores do Rio Pinhei-ros?

O início: os jesuítas e a Fazenda de Chá

Em meados do século XVI os jesuítas dão início à colonização da região e nela permanecem até serem expulsos pelo Fisco Real, órgão controlador de terras na colônia, em 1750. Dois séculos depois, a região do Morumbi e adjacências ganharam "ares de nobreza" quando D. João VI presenteou John Maxwel Rudge com um terreno para o cultivo do chá, iniciando assim a plantação de chá no Brasil, na Fazenda Boa Vista do Morumby. Após a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, o cultivo do chá entrou em decadência e com ele a Fazenda, que foi derrubada. Mais tarde, em 1940, o Casarão da Fazenda foi reconstruído para sediar um centro cultural.

Século XX: o crescimento

Pertencente ao distrito do Morumbi, o Parque Alfredo Volpi é uma das áreas que restaram dos loteamentos da Fazenda Morumby, que tiveram início nos anos 1950. Transformado em parque municipal em 1971, sofreu tentativa de privatiza-ção em 1974, porém os moradores se organizaram

para impedir que o Bosque do Morumbi, como era conhecido anteriormente, se tornasse propriedade particular.

A formação dos bairros no seu entorno aconteceu no final dos anos 1970, com o forte crescimento econômico da cidade, tanto urbano quanto indus-trial. Nessa época, as partes oeste, sudoeste e a região de Santo Amaro, que no começo do século passado eram ocupadas por áreas de lazer, foram transformadas em bairros destinados à moradia.

Esse processo marcou uma rápida mudança no uso do solo da região. Com o desmatamento, a imper-meabilização e contaminação do solo, além da poluição e retificação dos córregos e rios, houve uma grande degradação dos recursos naturais. Isso acabou prejudicando não só a flora e a fauna nativa, mas também os seres humanos.Por isso a importância do Parque para a região, como lazer e manutenção da vida.

Os lagos: habitat e destino

Espécies Exóticas e Introduzidas

Os fungos: completando os ciclos da vida O Parque e a Cidade

Preparando o ambiente para a vida A Flora:

Acelerando a dinâmica da vida A Fauna:

Programa Trilhas Urbanas

coordenação do programa Trilhas UrbanasVirginia T. V. Tristãocoordenação de pesquisa e textoLeandro Rodrigues Gonçalvesparticipação técnicaAndréia Tavares Fortino Alexandre Luke ShahiniBárbara Manuela dos Santos Eduardo CortezCamila Capassi Malagodi Mariano Ribeiro da SilvaMichele Cavalcanti Toledo Rubens Koloski ChagasVirginia T. V. Tristão Sandra Carolina AmaralMarcos Vinícios G. de Medeiros revisão de textosMônica Cristina Ribeirocoordenação de arteSílvia Glueck projeto gráficoNatan de Aquino Giuliano / Gabriela Casellato CarnascialifotosMarcelo Furlan (1, 7, 9, 10, 11 e 13 ), Sandro Mazer (8 e 12)Andréia Tavares Fortino (4), Marcello Sellan (5, 6, 14 e 15), Leandro Rodrigues Gonçalves (2, 3 e 16)produçãoCélia Giosarevisão dos nomes científicos e status das espécies da faunaJuliana Summa - SVMA/Divisão de Fauna /Depave-3 revisão técnica - floraBiól. Ricardo J. Francischetti Garcia -SVMA/DEPAVE-8 / Herbário Municipal apoio técnicoArq. Hélia S B Pereira -SVMA/DEPLANedição 2010

Alfredo VolpiParque

TRILHA DA BIODIVERSIDADE

Alfredo Volpi

1

4 6

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SÃO PAULOCIDADE DE Ano Internacional

da Biodiversidade

2010

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Nos parques urbanos, alguns dos animais encon-trados foram introduzidos pela própria população, muitas vezes com boa intenção. Algumas pessoas soltam animais por não terem suporte para criá-los em casa, sem saber que, abandonando-os, estão cometendo um crime ambiental (Lei Federal 9605/98).

No Parque Alfredo Volpi temos como destaque de espécies exóticas o lagostim vermelho e de espécie introduzida o sagui-de-tufo-preto. Esses animais, devido à ausência de predadores, consolidaram-se nos lagos e árvores do Parque. O lagostim, cuja venda foi proibida pelo IBAMA pela Portaria nº 5 de 28 de janeiro de 2008, consolidou-se nos lagos do Parque devido à ausência de predadores e compe-te por recursos, como espaço e comida, com as populações de peixes e sapos dos lagos, o que reduz bastante o número de indivíduos desses grupos. Já o sagui-de-tufo-preto é uma espécie nativa, mas introduzida no município. É originário

Secretaria Municipal do Verde e do Meio AmbienteDepartamneto de Educação Ambiental e Cultura de Paz - Umapaz

Divisão Técnica de Difusão e Projetos em Educação Ambiental

Parque Alfredo VolpiAv. Eng. Oscar Americano, 480 E-mail: [email protected]/Fax: (11) 3031-7052Horário: 6h às 18h/ 6h às 19h (verão)

Page 9: Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

O Parque Alfredo Volpi foi inaugurado em 27 de Abril de 1971. Abrange uma área de 142.400 m², que antigamente pertencia à Fazenda de Chá Morumby. A área foi doada em 1949 para a Prefei-tura de São Paulo, que o transformou em Parque, então com o nome de Bosque do Morumbi. O Projeto paisagístico foi elaborado por Rosa Grena Kliass com colaboração do arquiteto Carlos Welker e do botânico Helmut Schlik, responsável pelo levantamento botânico. Seu nome atual é umahomenagem ao conceituado pintor Alfredo Volpi, que nasceu na Itália em 1896 e fixou-se em São Paulo antes de completar dois anos de idade. É popularmente conhecido como o "pintor das bandeirinhas". Alcançou reconhecimento durante a II Bienal de Arte de São Paulo e passou a partici-par de exposições de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo. Morto em 1988, aos 92 anos, é considera-do um dos mais importantes artistas da segunda geração do Modernismo.

O Parque dispõe de uma infraestrutura que atende ao público frequentador com banheiros, estaciona-mento, mesas para piquenique, acesso para deficientes, aparelhos para ginástica, bicicletário e parquinho. É um lugar perfeito para a prática desportiva, para a contemplação da natureza e para atividades educativas, especialmente aquelas voltadas para as questões ambientais.

O Parque é um fragmento remanescente da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversida-de do mundo. Por esse fato, há um grande número de espécies nativas de plantas e animais que reme-tem à São Paulo anterior ao grande processo de urbanização que a tornou uma metrópole. Além das nativas, podem ser encontradas também espé-cies exóticas, que foram introduzidas no passado e que hoje fazem parte da paisagem.

A Mata Atlântica originalmente ocupava uma grande extensão ao longo das costas brasileiras, acompanhando seus relevos desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Com os proces-sos de colonização e urbanização, a Mata Atlântica perdeu grande parte de sua área, restando muito pouco de sua cobertura original.

As florestas fazem parte de um sistema dinâmico, onde todos os elementos interagem mantendo um equilíbrio. A dinâmica é o ponto-chave para enten-dermos como ocorrem e como podemos conservar a sua biodiversidade. O domínio da Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do planeta e o Parque Alfredo Volpi está voltado à conservação deste fragmento. Além do Parque, há em suas proximida-des a Reserva Ecológica do Morumbi, área de acesso restrito, exclusivamente destinada à preser-vação do bioma Mata Atlântica.

Há uma enorme diversidade de árvores no Parque. Podem ser encontradas espécies que são caracte-rísticas de matas muito conservadas, como por exemplo os jequitibás (alguns com mais de cem anos), as canelas-de-cheiro, os ipês, os cedros, os jatobás, os guarantãs, os guamirins, os jasmins-do-mato, além de espécies como o tapiá-guaçu, a cuvitinga e a crindiúva.

de Cerrado e da Mata Atlântica do interior de São Paulo e de outros estados, e atualmente ocupa a área de uma outra espécie nativa, o sagui-da-serra-escuro.

E quanto à arborização, é necessário priorizar espé-cies nativas ao invés de estrangeiras, pois as primei-ras já fazem parte da dinâmica do ambiente e não corremos o risco de causar impactos.

Caminhando pelo Parque, pode-se observar que as copas das árvores se encontram lá no alto, mantendo certo isolamento entre o interior da mata e o mundo lá fora. Esse encontro nas alturas forma o dossel, característica que identifica uma área como floresta.

Uma área florestada mantém-se com condições mais estáveis do que as de uma área sem mata. Por esta razão, pode-se notar uma redução substancial no nível de ruído próximo ao centro do Parque. Além disso, a umidade relativa do ar se mantém estável mesmo em épocas de estiagem, a tempera-tura se mantém mais amena, a poluição do ar é absorvida, e a água das chuvas é drenada mais facilmente, o que contribui para evitar enchentes. Essas condições são repassadas às áreas adjacentes ao Parque, trazendo os benefícios de uma área natural para a população.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, onde coexistem áreas verdes e o ambiente construído. Oferecem à população um espaço propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação e educação ambiental .

O Programa Trilhas Urbanas oferece aos trilheiros a oportunidade de conhecer e interagir com estes importantes espaços públicos da cidade por meio de trilhas interpretativas em educação ambiental. Com o nosso trabalho buscamos estimular as pesso-as a comportarem-se de forma pró-ativa frente às questões ambientais, presentes não só em nossa cidade como também em outras áreas urbanas.

Venha trilhar a história, a geografia, a cultura, a fauna, a flora e muito mais. O Volpi te espera!

Para agendar trilhas monitoradas entre em conta-to pelo email: [email protected]

Habitando a área do Parque há representantes de mamíferos, como saguis e preguiças; de répteis, como iguanas e tartarugas; anfíbios, como as rãs do folhiço, exclusivas da Mata Atlântica; peixes, como tilápias e carpas; e aves, como beija-flor, gavião-carijó, caracará e pica-pau-de-cabeça-amarela.

É comum a presença de aves migratórias como oirerê e a garça-branca-grande, atraídas pelo refúgio e a oferta de alimento. Existem também aves aquáticas, como gansos e marrecos.

Os invertebrados também são numerosos. Nos lagos, podemos encontrar crustáceos como o lagostim vermelho e o caranguejo-de-água-doce. Os insetos, grupo mais diverso do planeta, são abundantes. Para comprovar, basta observar a grande quantidade e diversidade de borboletas no Parque. As aranhas também estão presentes com suas teias exuberantes e seus hábitos discretos, porém muito eficientes na captura de alimento.

O respeito aos animais é fundamental para a sua manutenção no Parque. Isso inclui não alimentá-los, pois muitas vezes nossos alimentos não são adequados à dieta desses bichos. Além disso, se estiverem carregando filhotes, esses animais podem ser agressivos como modo de proteção. O respeito também significa não se aproximar mais do que o necessário para observá-los, pois corre-mos o risco de estressá-los ou causar algum tipo de acidente.

Assim como a flora, a fauna do Parque também é bastante diversificada. Aqui encontramos os mais diferentes tipos de animais, de todos os tamanhos, cores e formas. Todos fazendo parte de uma gigan-tesca teia que mantém todo o sistema em equilí-brio dinâmico.

Créditos

Volpi

Alfredo VolpiParque

Paisagens do

A vida no ParqueRemanescente de Mata Atlântica

população. Os lagos do Parque são o destino natu-ral das águas pluviais que não são absorvidas pelo solo. Por estarem localizados na parte mais baixa do relevo, as águas chegam aos lagos com bastante força e em grande quantidade, carregando sedimentos internos e externos ao Parque. Essa situação acaba acelerando o assoreamento, processo observado em qualquer sistema lacustre, mas que pode ser acelerado pelo homem e levar ao fim prematuro da vida de um lago.

O Parque é entrecortado por diversas nascentes que dão origem a três lagos, criando um ambiente muito agradável e de extrema importância para a cidade de São Paulo e para a qualidade de vida da

Pela área do Parque podem ser observados diver-sos organismos que não são nem planta, nem bicho. São os fungos, fundamentais na dinâmica da vida, que contribuem na ciclagem de nutrientes na floresta. Alguns desses fungos possuem até biolu-minescência, brilhando no escuro e dando um espetáculo à parte durante a noite. Exemplos de fungo são as orelhas-de-pau e os cogumelos, alguns dos quais estamos habituados a ter como alimentos, como shitake, shimeji e champignon. Os cogumelos do Parque não podem ser consumidos.

Podemos encontrar fungos também em associa-ção a algas, formando os líquens. As algas fornecem alimento por meio da fotossíntese, enquanto os fungos secretam substâncias que estimulam o crescimento das algas.

Apesar de serem bastante assemelhados a plantas, os fungos não fazem fotossíntese e possuem quiti-na (a mesma proteína encontrada no exoesquele-to de insetos) como componente fundamental de sua parede celular. As plantas, por sua vez, possuem parede celular de celulose (matéria-prima para a fabricação de papel). Por incrível que pareça, os fungos são mais aparentados aos animais do que às plantas. No entanto, por questões históricas, a Micologia (ciência que estuda os fungos) faz parte da Botânica. No passado, acreditava-se que os fungos eram, de fato, plantas.

Uma espécie animal ou vegetal é considerada exóti-ca ou introduzida quando se instala em um novo ambiente, diferente do qual pertence. Para chegar ao novo ambiente a espécie pode viajar pelo próprio esforço (voando, nadando ou andando) ou "pegar uma carona" com outros animais ou meios. O homem frequentemente introduz espécies com vários objetivos, como fazer controle de pragas, produzir novos produtos agrícolas, uso ornamental, ou mesmo acidentalmente.

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Aze

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R. Circular do Bosque

Av. Eng. Osc

ar Am

ericano

A cidade foi, com o tempo, chegando até os arredo-res do Parque e hoje o circunda, usufruindo dos benefícios que ele pode oferecer. Mas como foi esse processo de crescimento? De que forma acon-teceu a urbanização dos arredores do Rio Pinhei-ros?

O início: os jesuítas e a Fazenda de Chá

Em meados do século XVI os jesuítas dão início à colonização da região e nela permanecem até serem expulsos pelo Fisco Real, órgão controlador de terras na colônia, em 1750. Dois séculos depois, a região do Morumbi e adjacências ganharam "ares de nobreza" quando D. João VI presenteou John Maxwel Rudge com um terreno para o cultivo do chá, iniciando assim a plantação de chá no Brasil, na Fazenda Boa Vista do Morumby. Após a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, o cultivo do chá entrou em decadência e com ele a Fazenda, que foi derrubada. Mais tarde, em 1940, o Casarão da Fazenda foi reconstruído para sediar um centro cultural.

Século XX: o crescimento

Pertencente ao distrito do Morumbi, o Parque Alfredo Volpi é uma das áreas que restaram dos loteamentos da Fazenda Morumby, que tiveram início nos anos 1950. Transformado em parque municipal em 1971, sofreu tentativa de privatiza-ção em 1974, porém os moradores se organizaram

para impedir que o Bosque do Morumbi, como era conhecido anteriormente, se tornasse propriedade particular.

A formação dos bairros no seu entorno aconteceu no final dos anos 1970, com o forte crescimento econômico da cidade, tanto urbano quanto indus-trial. Nessa época, as partes oeste, sudoeste e a região de Santo Amaro, que no começo do século passado eram ocupadas por áreas de lazer, foram transformadas em bairros destinados à moradia.

Esse processo marcou uma rápida mudança no uso do solo da região. Com o desmatamento, a imper-meabilização e contaminação do solo, além da poluição e retificação dos córregos e rios, houve uma grande degradação dos recursos naturais. Isso acabou prejudicando não só a flora e a fauna nativa, mas também os seres humanos.Por isso a importância do Parque para a região, como lazer e manutenção da vida.

Os lagos: habitat e destino

Espécies Exóticas e Introduzidas

Os fungos: completando os ciclos da vida O Parque e a Cidade

Preparando o ambiente para a vida A Flora:

Acelerando a dinâmica da vida A Fauna:

Programa Trilhas Urbanas

coordenação do programa Trilhas UrbanasVirginia T. V. Tristãocoordenação de pesquisa e textoLeandro Rodrigues Gonçalvesparticipação técnicaAndréia Tavares Fortino Alexandre Luke ShahiniBárbara Manuela dos Santos Eduardo CortezCamila Capassi Malagodi Mariano Ribeiro da SilvaMichele Cavalcanti Toledo Rubens Koloski ChagasVirginia T. V. Tristão Sandra Carolina AmaralMarcos Vinícios G. de Medeiros revisão de textosMônica Cristina Ribeirocoordenação de arteSílvia Glueck projeto gráficoNatan de Aquino Giuliano / Gabriela Casellato CarnascialifotosMarcelo Furlan (1, 7, 9, 10, 11 e 13 ), Sandro Mazer (8 e 12)Andréia Tavares Fortino (4), Marcello Sellan (5, 6, 14 e 15), Leandro Rodrigues Gonçalves (2, 3 e 16)produçãoCélia Giosarevisão dos nomes científicos e status das espécies da faunaJuliana Summa - SVMA/Divisão de Fauna /Depave-3 revisão técnica - floraBiól. Ricardo J. Francischetti Garcia -SVMA/DEPAVE-8 / Herbário Municipal apoio técnicoArq. Hélia S B Pereira -SVMA/DEPLANedição 2010

Alfredo VolpiParque

TRILHA DA BIODIVERSIDADE

Alfredo Volpi

1

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SÃO PAULOCIDADE DE Ano Internacional

da Biodiversidade

2010

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Nos parques urbanos, alguns dos animais encon-trados foram introduzidos pela própria população, muitas vezes com boa intenção. Algumas pessoas soltam animais por não terem suporte para criá-los em casa, sem saber que, abandonando-os, estão cometendo um crime ambiental (Lei Federal 9605/98).

No Parque Alfredo Volpi temos como destaque de espécies exóticas o lagostim vermelho e de espécie introduzida o sagui-de-tufo-preto. Esses animais, devido à ausência de predadores, consolidaram-se nos lagos e árvores do Parque. O lagostim, cuja venda foi proibida pelo IBAMA pela Portaria nº 5 de 28 de janeiro de 2008, consolidou-se nos lagos do Parque devido à ausência de predadores e compe-te por recursos, como espaço e comida, com as populações de peixes e sapos dos lagos, o que reduz bastante o número de indivíduos desses grupos. Já o sagui-de-tufo-preto é uma espécie nativa, mas introduzida no município. É originário

Secretaria Municipal do Verde e do Meio AmbienteDepartamneto de Educação Ambiental e Cultura de Paz - Umapaz

Divisão Técnica de Difusão e Projetos em Educação Ambiental

Parque Alfredo VolpiAv. Eng. Oscar Americano, 480 E-mail: [email protected]/Fax: (11) 3031-7052Horário: 6h às 18h/ 6h às 19h (verão)

Page 10: Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

O Parque Alfredo Volpi foi inaugurado em 27 de Abril de 1971. Abrange uma área de 142.400 m², que antigamente pertencia à Fazenda de Chá Morumby. A área foi doada em 1949 para a Prefei-tura de São Paulo, que o transformou em Parque, então com o nome de Bosque do Morumbi. O Projeto paisagístico foi elaborado por Rosa Grena Kliass com colaboração do arquiteto Carlos Welker e do botânico Helmut Schlik, responsável pelo levantamento botânico. Seu nome atual é umahomenagem ao conceituado pintor Alfredo Volpi, que nasceu na Itália em 1896 e fixou-se em São Paulo antes de completar dois anos de idade. É popularmente conhecido como o "pintor das bandeirinhas". Alcançou reconhecimento durante a II Bienal de Arte de São Paulo e passou a partici-par de exposições de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo. Morto em 1988, aos 92 anos, é considera-do um dos mais importantes artistas da segunda geração do Modernismo.

O Parque dispõe de uma infraestrutura que atende ao público frequentador com banheiros, estaciona-mento, mesas para piquenique, acesso para deficientes, aparelhos para ginástica, bicicletário e parquinho. É um lugar perfeito para a prática desportiva, para a contemplação da natureza e para atividades educativas, especialmente aquelas voltadas para as questões ambientais.

O Parque é um fragmento remanescente da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversida-de do mundo. Por esse fato, há um grande número de espécies nativas de plantas e animais que reme-tem à São Paulo anterior ao grande processo de urbanização que a tornou uma metrópole. Além das nativas, podem ser encontradas também espé-cies exóticas, que foram introduzidas no passado e que hoje fazem parte da paisagem.

A Mata Atlântica originalmente ocupava uma grande extensão ao longo das costas brasileiras, acompanhando seus relevos desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Com os proces-sos de colonização e urbanização, a Mata Atlântica perdeu grande parte de sua área, restando muito pouco de sua cobertura original.

As florestas fazem parte de um sistema dinâmico, onde todos os elementos interagem mantendo um equilíbrio. A dinâmica é o ponto-chave para enten-dermos como ocorrem e como podemos conservar a sua biodiversidade. O domínio da Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do planeta e o Parque Alfredo Volpi está voltado à conservação deste fragmento. Além do Parque, há em suas proximida-des a Reserva Ecológica do Morumbi, área de acesso restrito, exclusivamente destinada à preser-vação do bioma Mata Atlântica.

Há uma enorme diversidade de árvores no Parque. Podem ser encontradas espécies que são caracte-rísticas de matas muito conservadas, como por exemplo os jequitibás (alguns com mais de cem anos), as canelas-de-cheiro, os ipês, os cedros, os jatobás, os guarantãs, os guamirins, os jasmins-do-mato, além de espécies como o tapiá-guaçu, a cuvitinga e a crindiúva.

de Cerrado e da Mata Atlântica do interior de São Paulo e de outros estados, e atualmente ocupa a área de uma outra espécie nativa, o sagui-da-serra-escuro.

E quanto à arborização, é necessário priorizar espé-cies nativas ao invés de estrangeiras, pois as primei-ras já fazem parte da dinâmica do ambiente e não corremos o risco de causar impactos.

Caminhando pelo Parque, pode-se observar que as copas das árvores se encontram lá no alto, mantendo certo isolamento entre o interior da mata e o mundo lá fora. Esse encontro nas alturas forma o dossel, característica que identifica uma área como floresta.

Uma área florestada mantém-se com condições mais estáveis do que as de uma área sem mata. Por esta razão, pode-se notar uma redução substancial no nível de ruído próximo ao centro do Parque. Além disso, a umidade relativa do ar se mantém estável mesmo em épocas de estiagem, a tempera-tura se mantém mais amena, a poluição do ar é absorvida, e a água das chuvas é drenada mais facilmente, o que contribui para evitar enchentes. Essas condições são repassadas às áreas adjacentes ao Parque, trazendo os benefícios de uma área natural para a população.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, onde coexistem áreas verdes e o ambiente construído. Oferecem à população um espaço propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação e educação ambiental .

O Programa Trilhas Urbanas oferece aos trilheiros a oportunidade de conhecer e interagir com estes importantes espaços públicos da cidade por meio de trilhas interpretativas em educação ambiental. Com o nosso trabalho buscamos estimular as pesso-as a comportarem-se de forma pró-ativa frente às questões ambientais, presentes não só em nossa cidade como também em outras áreas urbanas.

Venha trilhar a história, a geografia, a cultura, a fauna, a flora e muito mais. O Volpi te espera!

Para agendar trilhas monitoradas entre em conta-to pelo email: [email protected]

Habitando a área do Parque há representantes de mamíferos, como saguis e preguiças; de répteis, como iguanas e tartarugas; anfíbios, como as rãs do folhiço, exclusivas da Mata Atlântica; peixes, como tilápias e carpas; e aves, como beija-flor, gavião-carijó, caracará e pica-pau-de-cabeça-amarela.

É comum a presença de aves migratórias como oirerê e a garça-branca-grande, atraídas pelo refúgio e a oferta de alimento. Existem também aves aquáticas, como gansos e marrecos.

Os invertebrados também são numerosos. Nos lagos, podemos encontrar crustáceos como o lagostim vermelho e o caranguejo-de-água-doce. Os insetos, grupo mais diverso do planeta, são abundantes. Para comprovar, basta observar a grande quantidade e diversidade de borboletas no Parque. As aranhas também estão presentes com suas teias exuberantes e seus hábitos discretos, porém muito eficientes na captura de alimento.

O respeito aos animais é fundamental para a sua manutenção no Parque. Isso inclui não alimentá-los, pois muitas vezes nossos alimentos não são adequados à dieta desses bichos. Além disso, se estiverem carregando filhotes, esses animais podem ser agressivos como modo de proteção. O respeito também significa não se aproximar mais do que o necessário para observá-los, pois corre-mos o risco de estressá-los ou causar algum tipo de acidente.

Assim como a flora, a fauna do Parque também é bastante diversificada. Aqui encontramos os mais diferentes tipos de animais, de todos os tamanhos, cores e formas. Todos fazendo parte de uma gigan-tesca teia que mantém todo o sistema em equilí-brio dinâmico.

Créditos

Volpi

Alfredo VolpiParque

Paisagens do

A vida no ParqueRemanescente de Mata Atlântica

população. Os lagos do Parque são o destino natu-ral das águas pluviais que não são absorvidas pelo solo. Por estarem localizados na parte mais baixa do relevo, as águas chegam aos lagos com bastante força e em grande quantidade, carregando sedimentos internos e externos ao Parque. Essa situação acaba acelerando o assoreamento, processo observado em qualquer sistema lacustre, mas que pode ser acelerado pelo homem e levar ao fim prematuro da vida de um lago.

O Parque é entrecortado por diversas nascentes que dão origem a três lagos, criando um ambiente muito agradável e de extrema importância para a cidade de São Paulo e para a qualidade de vida da

Pela área do Parque podem ser observados diver-sos organismos que não são nem planta, nem bicho. São os fungos, fundamentais na dinâmica da vida, que contribuem na ciclagem de nutrientes na floresta. Alguns desses fungos possuem até biolu-minescência, brilhando no escuro e dando um espetáculo à parte durante a noite. Exemplos de fungo são as orelhas-de-pau e os cogumelos, alguns dos quais estamos habituados a ter como alimentos, como shitake, shimeji e champignon. Os cogumelos do Parque não podem ser consumidos.

Podemos encontrar fungos também em associa-ção a algas, formando os líquens. As algas fornecem alimento por meio da fotossíntese, enquanto os fungos secretam substâncias que estimulam o crescimento das algas.

Apesar de serem bastante assemelhados a plantas, os fungos não fazem fotossíntese e possuem quiti-na (a mesma proteína encontrada no exoesquele-to de insetos) como componente fundamental de sua parede celular. As plantas, por sua vez, possuem parede celular de celulose (matéria-prima para a fabricação de papel). Por incrível que pareça, os fungos são mais aparentados aos animais do que às plantas. No entanto, por questões históricas, a Micologia (ciência que estuda os fungos) faz parte da Botânica. No passado, acreditava-se que os fungos eram, de fato, plantas.

Uma espécie animal ou vegetal é considerada exóti-ca ou introduzida quando se instala em um novo ambiente, diferente do qual pertence. Para chegar ao novo ambiente a espécie pode viajar pelo próprio esforço (voando, nadando ou andando) ou "pegar uma carona" com outros animais ou meios. O homem frequentemente introduz espécies com vários objetivos, como fazer controle de pragas, produzir novos produtos agrícolas, uso ornamental, ou mesmo acidentalmente.

Av. M

orum

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R. Circular do Bosque

Av. Eng. Osc

ar Am

ericano

A cidade foi, com o tempo, chegando até os arredo-res do Parque e hoje o circunda, usufruindo dos benefícios que ele pode oferecer. Mas como foi esse processo de crescimento? De que forma acon-teceu a urbanização dos arredores do Rio Pinhei-ros?

O início: os jesuítas e a Fazenda de Chá

Em meados do século XVI os jesuítas dão início à colonização da região e nela permanecem até serem expulsos pelo Fisco Real, órgão controlador de terras na colônia, em 1750. Dois séculos depois, a região do Morumbi e adjacências ganharam "ares de nobreza" quando D. João VI presenteou John Maxwel Rudge com um terreno para o cultivo do chá, iniciando assim a plantação de chá no Brasil, na Fazenda Boa Vista do Morumby. Após a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, o cultivo do chá entrou em decadência e com ele a Fazenda, que foi derrubada. Mais tarde, em 1940, o Casarão da Fazenda foi reconstruído para sediar um centro cultural.

Século XX: o crescimento

Pertencente ao distrito do Morumbi, o Parque Alfredo Volpi é uma das áreas que restaram dos loteamentos da Fazenda Morumby, que tiveram início nos anos 1950. Transformado em parque municipal em 1971, sofreu tentativa de privatiza-ção em 1974, porém os moradores se organizaram

para impedir que o Bosque do Morumbi, como era conhecido anteriormente, se tornasse propriedade particular.

A formação dos bairros no seu entorno aconteceu no final dos anos 1970, com o forte crescimento econômico da cidade, tanto urbano quanto indus-trial. Nessa época, as partes oeste, sudoeste e a região de Santo Amaro, que no começo do século passado eram ocupadas por áreas de lazer, foram transformadas em bairros destinados à moradia.

Esse processo marcou uma rápida mudança no uso do solo da região. Com o desmatamento, a imper-meabilização e contaminação do solo, além da poluição e retificação dos córregos e rios, houve uma grande degradação dos recursos naturais. Isso acabou prejudicando não só a flora e a fauna nativa, mas também os seres humanos.Por isso a importância do Parque para a região, como lazer e manutenção da vida.

Os lagos: habitat e destino

Espécies Exóticas e Introduzidas

Os fungos: completando os ciclos da vida O Parque e a Cidade

Preparando o ambiente para a vida A Flora:

Acelerando a dinâmica da vida A Fauna:

Programa Trilhas Urbanas

coordenação do programa Trilhas UrbanasVirginia T. V. Tristãocoordenação de pesquisa e textoLeandro Rodrigues Gonçalvesparticipação técnicaAndréia Tavares Fortino Alexandre Luke ShahiniBárbara Manuela dos Santos Eduardo CortezCamila Capassi Malagodi Mariano Ribeiro da SilvaMichele Cavalcanti Toledo Rubens Koloski ChagasVirginia T. V. Tristão Sandra Carolina AmaralMarcos Vinícios G. de Medeiros revisão de textosMônica Cristina Ribeirocoordenação de arteSílvia Glueck projeto gráficoNatan de Aquino Giuliano / Gabriela Casellato CarnascialifotosMarcelo Furlan (1, 7, 9, 10, 11 e 13 ), Sandro Mazer (8 e 12)Andréia Tavares Fortino (4), Marcello Sellan (5, 6, 14 e 15), Leandro Rodrigues Gonçalves (2, 3 e 16)produçãoCélia Giosarevisão dos nomes científicos e status das espécies da faunaJuliana Summa - SVMA/Divisão de Fauna /Depave-3 revisão técnica - floraBiól. Ricardo J. Francischetti Garcia -SVMA/DEPAVE-8 / Herbário Municipal apoio técnicoArq. Hélia S B Pereira -SVMA/DEPLANedição 2010

Alfredo VolpiParque

TRILHA DA BIODIVERSIDADE

Alfredo Volpi

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SÃO PAULOCIDADE DE Ano Internacional

da Biodiversidade

2010

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Nos parques urbanos, alguns dos animais encon-trados foram introduzidos pela própria população, muitas vezes com boa intenção. Algumas pessoas soltam animais por não terem suporte para criá-los em casa, sem saber que, abandonando-os, estão cometendo um crime ambiental (Lei Federal 9605/98).

No Parque Alfredo Volpi temos como destaque de espécies exóticas o lagostim vermelho e de espécie introduzida o sagui-de-tufo-preto. Esses animais, devido à ausência de predadores, consolidaram-se nos lagos e árvores do Parque. O lagostim, cuja venda foi proibida pelo IBAMA pela Portaria nº 5 de 28 de janeiro de 2008, consolidou-se nos lagos do Parque devido à ausência de predadores e compe-te por recursos, como espaço e comida, com as populações de peixes e sapos dos lagos, o que reduz bastante o número de indivíduos desses grupos. Já o sagui-de-tufo-preto é uma espécie nativa, mas introduzida no município. É originário

Secretaria Municipal do Verde e do Meio AmbienteDepartamneto de Educação Ambiental e Cultura de Paz - Umapaz

Divisão Técnica de Difusão e Projetos em Educação Ambiental

Parque Alfredo VolpiAv. Eng. Oscar Americano, 480 E-mail: [email protected]/Fax: (11) 3031-7052Horário: 6h às 18h/ 6h às 19h (verão)

Page 11: Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

O Parque Alfredo Volpi foi inaugurado em 27 de Abril de 1971. Abrange uma área de 142.400 m², que antigamente pertencia à Fazenda de Chá Morumby. A área foi doada em 1949 para a Prefei-tura de São Paulo, que o transformou em Parque, então com o nome de Bosque do Morumbi. O Projeto paisagístico foi elaborado por Rosa Grena Kliass com colaboração do arquiteto Carlos Welker e do botânico Helmut Schlik, responsável pelo levantamento botânico. Seu nome atual é umahomenagem ao conceituado pintor Alfredo Volpi, que nasceu na Itália em 1896 e fixou-se em São Paulo antes de completar dois anos de idade. É popularmente conhecido como o "pintor das bandeirinhas". Alcançou reconhecimento durante a II Bienal de Arte de São Paulo e passou a partici-par de exposições de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo. Morto em 1988, aos 92 anos, é considera-do um dos mais importantes artistas da segunda geração do Modernismo.

O Parque dispõe de uma infraestrutura que atende ao público frequentador com banheiros, estaciona-mento, mesas para piquenique, acesso para deficientes, aparelhos para ginástica, bicicletário e parquinho. É um lugar perfeito para a prática desportiva, para a contemplação da natureza e para atividades educativas, especialmente aquelas voltadas para as questões ambientais.

O Parque é um fragmento remanescente da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversida-de do mundo. Por esse fato, há um grande número de espécies nativas de plantas e animais que reme-tem à São Paulo anterior ao grande processo de urbanização que a tornou uma metrópole. Além das nativas, podem ser encontradas também espé-cies exóticas, que foram introduzidas no passado e que hoje fazem parte da paisagem.

A Mata Atlântica originalmente ocupava uma grande extensão ao longo das costas brasileiras, acompanhando seus relevos desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Com os proces-sos de colonização e urbanização, a Mata Atlântica perdeu grande parte de sua área, restando muito pouco de sua cobertura original.

As florestas fazem parte de um sistema dinâmico, onde todos os elementos interagem mantendo um equilíbrio. A dinâmica é o ponto-chave para enten-dermos como ocorrem e como podemos conservar a sua biodiversidade. O domínio da Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do planeta e o Parque Alfredo Volpi está voltado à conservação deste fragmento. Além do Parque, há em suas proximida-des a Reserva Ecológica do Morumbi, área de acesso restrito, exclusivamente destinada à preser-vação do bioma Mata Atlântica.

Há uma enorme diversidade de árvores no Parque. Podem ser encontradas espécies que são caracte-rísticas de matas muito conservadas, como por exemplo os jequitibás (alguns com mais de cem anos), as canelas-de-cheiro, os ipês, os cedros, os jatobás, os guarantãs, os guamirins, os jasmins-do-mato, além de espécies como o tapiá-guaçu, a cuvitinga e a crindiúva.

de Cerrado e da Mata Atlântica do interior de São Paulo e de outros estados, e atualmente ocupa a área de uma outra espécie nativa, o sagui-da-serra-escuro.

E quanto à arborização, é necessário priorizar espé-cies nativas ao invés de estrangeiras, pois as primei-ras já fazem parte da dinâmica do ambiente e não corremos o risco de causar impactos.

Caminhando pelo Parque, pode-se observar que as copas das árvores se encontram lá no alto, mantendo certo isolamento entre o interior da mata e o mundo lá fora. Esse encontro nas alturas forma o dossel, característica que identifica uma área como floresta.

Uma área florestada mantém-se com condições mais estáveis do que as de uma área sem mata. Por esta razão, pode-se notar uma redução substancial no nível de ruído próximo ao centro do Parque. Além disso, a umidade relativa do ar se mantém estável mesmo em épocas de estiagem, a tempera-tura se mantém mais amena, a poluição do ar é absorvida, e a água das chuvas é drenada mais facilmente, o que contribui para evitar enchentes. Essas condições são repassadas às áreas adjacentes ao Parque, trazendo os benefícios de uma área natural para a população.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, onde coexistem áreas verdes e o ambiente construído. Oferecem à população um espaço propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação e educação ambiental .

O Programa Trilhas Urbanas oferece aos trilheiros a oportunidade de conhecer e interagir com estes importantes espaços públicos da cidade por meio de trilhas interpretativas em educação ambiental. Com o nosso trabalho buscamos estimular as pesso-as a comportarem-se de forma pró-ativa frente às questões ambientais, presentes não só em nossa cidade como também em outras áreas urbanas.

Venha trilhar a história, a geografia, a cultura, a fauna, a flora e muito mais. O Volpi te espera!

Para agendar trilhas monitoradas entre em conta-to pelo email: [email protected]

Habitando a área do Parque há representantes de mamíferos, como saguis e preguiças; de répteis, como iguanas e tartarugas; anfíbios, como as rãs do folhiço, exclusivas da Mata Atlântica; peixes, como tilápias e carpas; e aves, como beija-flor, gavião-carijó, caracará e pica-pau-de-cabeça-amarela.

É comum a presença de aves migratórias como oirerê e a garça-branca-grande, atraídas pelo refúgio e a oferta de alimento. Existem também aves aquáticas, como gansos e marrecos.

Os invertebrados também são numerosos. Nos lagos, podemos encontrar crustáceos como o lagostim vermelho e o caranguejo-de-água-doce. Os insetos, grupo mais diverso do planeta, são abundantes. Para comprovar, basta observar a grande quantidade e diversidade de borboletas no Parque. As aranhas também estão presentes com suas teias exuberantes e seus hábitos discretos, porém muito eficientes na captura de alimento.

O respeito aos animais é fundamental para a sua manutenção no Parque. Isso inclui não alimentá-los, pois muitas vezes nossos alimentos não são adequados à dieta desses bichos. Além disso, se estiverem carregando filhotes, esses animais podem ser agressivos como modo de proteção. O respeito também significa não se aproximar mais do que o necessário para observá-los, pois corre-mos o risco de estressá-los ou causar algum tipo de acidente.

Assim como a flora, a fauna do Parque também é bastante diversificada. Aqui encontramos os mais diferentes tipos de animais, de todos os tamanhos, cores e formas. Todos fazendo parte de uma gigan-tesca teia que mantém todo o sistema em equilí-brio dinâmico.

Créditos

Volpi

Alfredo VolpiParque

Paisagens do

A vida no ParqueRemanescente de Mata Atlântica

população. Os lagos do Parque são o destino natu-ral das águas pluviais que não são absorvidas pelo solo. Por estarem localizados na parte mais baixa do relevo, as águas chegam aos lagos com bastante força e em grande quantidade, carregando sedimentos internos e externos ao Parque. Essa situação acaba acelerando o assoreamento, processo observado em qualquer sistema lacustre, mas que pode ser acelerado pelo homem e levar ao fim prematuro da vida de um lago.

O Parque é entrecortado por diversas nascentes que dão origem a três lagos, criando um ambiente muito agradável e de extrema importância para a cidade de São Paulo e para a qualidade de vida da

Pela área do Parque podem ser observados diver-sos organismos que não são nem planta, nem bicho. São os fungos, fundamentais na dinâmica da vida, que contribuem na ciclagem de nutrientes na floresta. Alguns desses fungos possuem até biolu-minescência, brilhando no escuro e dando um espetáculo à parte durante a noite. Exemplos de fungo são as orelhas-de-pau e os cogumelos, alguns dos quais estamos habituados a ter como alimentos, como shitake, shimeji e champignon. Os cogumelos do Parque não podem ser consumidos.

Podemos encontrar fungos também em associa-ção a algas, formando os líquens. As algas fornecem alimento por meio da fotossíntese, enquanto os fungos secretam substâncias que estimulam o crescimento das algas.

Apesar de serem bastante assemelhados a plantas, os fungos não fazem fotossíntese e possuem quiti-na (a mesma proteína encontrada no exoesquele-to de insetos) como componente fundamental de sua parede celular. As plantas, por sua vez, possuem parede celular de celulose (matéria-prima para a fabricação de papel). Por incrível que pareça, os fungos são mais aparentados aos animais do que às plantas. No entanto, por questões históricas, a Micologia (ciência que estuda os fungos) faz parte da Botânica. No passado, acreditava-se que os fungos eram, de fato, plantas.

Uma espécie animal ou vegetal é considerada exóti-ca ou introduzida quando se instala em um novo ambiente, diferente do qual pertence. Para chegar ao novo ambiente a espécie pode viajar pelo próprio esforço (voando, nadando ou andando) ou "pegar uma carona" com outros animais ou meios. O homem frequentemente introduz espécies com vários objetivos, como fazer controle de pragas, produzir novos produtos agrícolas, uso ornamental, ou mesmo acidentalmente.

Av. M

orum

bi

Av. L

opes

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Aze

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R. Circular do Bosque

Av. Eng. Osc

ar Am

ericano

A cidade foi, com o tempo, chegando até os arredo-res do Parque e hoje o circunda, usufruindo dos benefícios que ele pode oferecer. Mas como foi esse processo de crescimento? De que forma acon-teceu a urbanização dos arredores do Rio Pinhei-ros?

O início: os jesuítas e a Fazenda de Chá

Em meados do século XVI os jesuítas dão início à colonização da região e nela permanecem até serem expulsos pelo Fisco Real, órgão controlador de terras na colônia, em 1750. Dois séculos depois, a região do Morumbi e adjacências ganharam "ares de nobreza" quando D. João VI presenteou John Maxwel Rudge com um terreno para o cultivo do chá, iniciando assim a plantação de chá no Brasil, na Fazenda Boa Vista do Morumby. Após a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, o cultivo do chá entrou em decadência e com ele a Fazenda, que foi derrubada. Mais tarde, em 1940, o Casarão da Fazenda foi reconstruído para sediar um centro cultural.

Século XX: o crescimento

Pertencente ao distrito do Morumbi, o Parque Alfredo Volpi é uma das áreas que restaram dos loteamentos da Fazenda Morumby, que tiveram início nos anos 1950. Transformado em parque municipal em 1971, sofreu tentativa de privatiza-ção em 1974, porém os moradores se organizaram

para impedir que o Bosque do Morumbi, como era conhecido anteriormente, se tornasse propriedade particular.

A formação dos bairros no seu entorno aconteceu no final dos anos 1970, com o forte crescimento econômico da cidade, tanto urbano quanto indus-trial. Nessa época, as partes oeste, sudoeste e a região de Santo Amaro, que no começo do século passado eram ocupadas por áreas de lazer, foram transformadas em bairros destinados à moradia.

Esse processo marcou uma rápida mudança no uso do solo da região. Com o desmatamento, a imper-meabilização e contaminação do solo, além da poluição e retificação dos córregos e rios, houve uma grande degradação dos recursos naturais. Isso acabou prejudicando não só a flora e a fauna nativa, mas também os seres humanos.Por isso a importância do Parque para a região, como lazer e manutenção da vida.

Os lagos: habitat e destino

Espécies Exóticas e Introduzidas

Os fungos: completando os ciclos da vida O Parque e a Cidade

Preparando o ambiente para a vida A Flora:

Acelerando a dinâmica da vida A Fauna:

Programa Trilhas Urbanas

coordenação do programa Trilhas UrbanasVirginia T. V. Tristãocoordenação de pesquisa e textoLeandro Rodrigues Gonçalvesparticipação técnicaAndréia Tavares Fortino Alexandre Luke ShahiniBárbara Manuela dos Santos Eduardo CortezCamila Capassi Malagodi Mariano Ribeiro da SilvaMichele Cavalcanti Toledo Rubens Koloski ChagasVirginia T. V. Tristão Sandra Carolina AmaralMarcos Vinícios G. de Medeiros revisão de textosMônica Cristina Ribeirocoordenação de arteSílvia Glueck projeto gráficoNatan de Aquino Giuliano / Gabriela Casellato CarnascialifotosMarcelo Furlan (1, 7, 9, 10, 11 e 13 ), Sandro Mazer (8 e 12)Andréia Tavares Fortino (4), Marcello Sellan (5, 6, 14 e 15), Leandro Rodrigues Gonçalves (2, 3 e 16)produçãoCélia Giosarevisão dos nomes científicos e status das espécies da faunaJuliana Summa - SVMA/Divisão de Fauna /Depave-3 revisão técnica - floraBiól. Ricardo J. Francischetti Garcia -SVMA/DEPAVE-8 / Herbário Municipal apoio técnicoArq. Hélia S B Pereira -SVMA/DEPLANedição 2010

Alfredo VolpiParque

TRILHA DA BIODIVERSIDADE

Alfredo Volpi

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SÃO PAULOCIDADE DE Ano Internacional

da Biodiversidade

2010

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Nos parques urbanos, alguns dos animais encon-trados foram introduzidos pela própria população, muitas vezes com boa intenção. Algumas pessoas soltam animais por não terem suporte para criá-los em casa, sem saber que, abandonando-os, estão cometendo um crime ambiental (Lei Federal 9605/98).

No Parque Alfredo Volpi temos como destaque de espécies exóticas o lagostim vermelho e de espécie introduzida o sagui-de-tufo-preto. Esses animais, devido à ausência de predadores, consolidaram-se nos lagos e árvores do Parque. O lagostim, cuja venda foi proibida pelo IBAMA pela Portaria nº 5 de 28 de janeiro de 2008, consolidou-se nos lagos do Parque devido à ausência de predadores e compe-te por recursos, como espaço e comida, com as populações de peixes e sapos dos lagos, o que reduz bastante o número de indivíduos desses grupos. Já o sagui-de-tufo-preto é uma espécie nativa, mas introduzida no município. É originário

Secretaria Municipal do Verde e do Meio AmbienteDepartamneto de Educação Ambiental e Cultura de Paz - Umapaz

Divisão Técnica de Difusão e Projetos em Educação Ambiental

Parque Alfredo VolpiAv. Eng. Oscar Americano, 480 E-mail: [email protected]/Fax: (11) 3031-7052Horário: 6h às 18h/ 6h às 19h (verão)

Page 12: Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

O Parque Alfredo Volpi foi inaugurado em 27 de Abril de 1971. Abrange uma área de 142.400 m², que antigamente pertencia à Fazenda de Chá Morumby. A área foi doada em 1949 para a Prefei-tura de São Paulo, que o transformou em Parque, então com o nome de Bosque do Morumbi. O Projeto paisagístico foi elaborado por Rosa Grena Kliass com colaboração do arquiteto Carlos Welker e do botânico Helmut Schlik, responsável pelo levantamento botânico. Seu nome atual é umahomenagem ao conceituado pintor Alfredo Volpi, que nasceu na Itália em 1896 e fixou-se em São Paulo antes de completar dois anos de idade. É popularmente conhecido como o "pintor das bandeirinhas". Alcançou reconhecimento durante a II Bienal de Arte de São Paulo e passou a partici-par de exposições de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo. Morto em 1988, aos 92 anos, é considera-do um dos mais importantes artistas da segunda geração do Modernismo.

O Parque dispõe de uma infraestrutura que atende ao público frequentador com banheiros, estaciona-mento, mesas para piquenique, acesso para deficientes, aparelhos para ginástica, bicicletário e parquinho. É um lugar perfeito para a prática desportiva, para a contemplação da natureza e para atividades educativas, especialmente aquelas voltadas para as questões ambientais.

O Parque é um fragmento remanescente da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversida-de do mundo. Por esse fato, há um grande número de espécies nativas de plantas e animais que reme-tem à São Paulo anterior ao grande processo de urbanização que a tornou uma metrópole. Além das nativas, podem ser encontradas também espé-cies exóticas, que foram introduzidas no passado e que hoje fazem parte da paisagem.

A Mata Atlântica originalmente ocupava uma grande extensão ao longo das costas brasileiras, acompanhando seus relevos desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Com os proces-sos de colonização e urbanização, a Mata Atlântica perdeu grande parte de sua área, restando muito pouco de sua cobertura original.

As florestas fazem parte de um sistema dinâmico, onde todos os elementos interagem mantendo um equilíbrio. A dinâmica é o ponto-chave para enten-dermos como ocorrem e como podemos conservar a sua biodiversidade. O domínio da Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do planeta e o Parque Alfredo Volpi está voltado à conservação deste fragmento. Além do Parque, há em suas proximida-des a Reserva Ecológica do Morumbi, área de acesso restrito, exclusivamente destinada à preser-vação do bioma Mata Atlântica.

Há uma enorme diversidade de árvores no Parque. Podem ser encontradas espécies que são caracte-rísticas de matas muito conservadas, como por exemplo os jequitibás (alguns com mais de cem anos), as canelas-de-cheiro, os ipês, os cedros, os jatobás, os guarantãs, os guamirins, os jasmins-do-mato, além de espécies como o tapiá-guaçu, a cuvitinga e a crindiúva.

de Cerrado e da Mata Atlântica do interior de São Paulo e de outros estados, e atualmente ocupa a área de uma outra espécie nativa, o sagui-da-serra-escuro.

E quanto à arborização, é necessário priorizar espé-cies nativas ao invés de estrangeiras, pois as primei-ras já fazem parte da dinâmica do ambiente e não corremos o risco de causar impactos.

Caminhando pelo Parque, pode-se observar que as copas das árvores se encontram lá no alto, mantendo certo isolamento entre o interior da mata e o mundo lá fora. Esse encontro nas alturas forma o dossel, característica que identifica uma área como floresta.

Uma área florestada mantém-se com condições mais estáveis do que as de uma área sem mata. Por esta razão, pode-se notar uma redução substancial no nível de ruído próximo ao centro do Parque. Além disso, a umidade relativa do ar se mantém estável mesmo em épocas de estiagem, a tempera-tura se mantém mais amena, a poluição do ar é absorvida, e a água das chuvas é drenada mais facilmente, o que contribui para evitar enchentes. Essas condições são repassadas às áreas adjacentes ao Parque, trazendo os benefícios de uma área natural para a população.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, onde coexistem áreas verdes e o ambiente construído. Oferecem à população um espaço propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação e educação ambiental .

O Programa Trilhas Urbanas oferece aos trilheiros a oportunidade de conhecer e interagir com estes importantes espaços públicos da cidade por meio de trilhas interpretativas em educação ambiental. Com o nosso trabalho buscamos estimular as pesso-as a comportarem-se de forma pró-ativa frente às questões ambientais, presentes não só em nossa cidade como também em outras áreas urbanas.

Venha trilhar a história, a geografia, a cultura, a fauna, a flora e muito mais. O Volpi te espera!

Para agendar trilhas monitoradas entre em conta-to pelo email: [email protected]

Habitando a área do Parque há representantes de mamíferos, como saguis e preguiças; de répteis, como iguanas e tartarugas; anfíbios, como as rãs do folhiço, exclusivas da Mata Atlântica; peixes, como tilápias e carpas; e aves, como beija-flor, gavião-carijó, caracará e pica-pau-de-cabeça-amarela.

É comum a presença de aves migratórias como oirerê e a garça-branca-grande, atraídas pelo refúgio e a oferta de alimento. Existem também aves aquáticas, como gansos e marrecos.

Os invertebrados também são numerosos. Nos lagos, podemos encontrar crustáceos como o lagostim vermelho e o caranguejo-de-água-doce. Os insetos, grupo mais diverso do planeta, são abundantes. Para comprovar, basta observar a grande quantidade e diversidade de borboletas no Parque. As aranhas também estão presentes com suas teias exuberantes e seus hábitos discretos, porém muito eficientes na captura de alimento.

O respeito aos animais é fundamental para a sua manutenção no Parque. Isso inclui não alimentá-los, pois muitas vezes nossos alimentos não são adequados à dieta desses bichos. Além disso, se estiverem carregando filhotes, esses animais podem ser agressivos como modo de proteção. O respeito também significa não se aproximar mais do que o necessário para observá-los, pois corre-mos o risco de estressá-los ou causar algum tipo de acidente.

Assim como a flora, a fauna do Parque também é bastante diversificada. Aqui encontramos os mais diferentes tipos de animais, de todos os tamanhos, cores e formas. Todos fazendo parte de uma gigan-tesca teia que mantém todo o sistema em equilí-brio dinâmico.

Créditos

Volpi

Alfredo VolpiParque

Paisagens do

A vida no ParqueRemanescente de Mata Atlântica

população. Os lagos do Parque são o destino natu-ral das águas pluviais que não são absorvidas pelo solo. Por estarem localizados na parte mais baixa do relevo, as águas chegam aos lagos com bastante força e em grande quantidade, carregando sedimentos internos e externos ao Parque. Essa situação acaba acelerando o assoreamento, processo observado em qualquer sistema lacustre, mas que pode ser acelerado pelo homem e levar ao fim prematuro da vida de um lago.

O Parque é entrecortado por diversas nascentes que dão origem a três lagos, criando um ambiente muito agradável e de extrema importância para a cidade de São Paulo e para a qualidade de vida da

Pela área do Parque podem ser observados diver-sos organismos que não são nem planta, nem bicho. São os fungos, fundamentais na dinâmica da vida, que contribuem na ciclagem de nutrientes na floresta. Alguns desses fungos possuem até biolu-minescência, brilhando no escuro e dando um espetáculo à parte durante a noite. Exemplos de fungo são as orelhas-de-pau e os cogumelos, alguns dos quais estamos habituados a ter como alimentos, como shitake, shimeji e champignon. Os cogumelos do Parque não podem ser consumidos.

Podemos encontrar fungos também em associa-ção a algas, formando os líquens. As algas fornecem alimento por meio da fotossíntese, enquanto os fungos secretam substâncias que estimulam o crescimento das algas.

Apesar de serem bastante assemelhados a plantas, os fungos não fazem fotossíntese e possuem quiti-na (a mesma proteína encontrada no exoesquele-to de insetos) como componente fundamental de sua parede celular. As plantas, por sua vez, possuem parede celular de celulose (matéria-prima para a fabricação de papel). Por incrível que pareça, os fungos são mais aparentados aos animais do que às plantas. No entanto, por questões históricas, a Micologia (ciência que estuda os fungos) faz parte da Botânica. No passado, acreditava-se que os fungos eram, de fato, plantas.

Uma espécie animal ou vegetal é considerada exóti-ca ou introduzida quando se instala em um novo ambiente, diferente do qual pertence. Para chegar ao novo ambiente a espécie pode viajar pelo próprio esforço (voando, nadando ou andando) ou "pegar uma carona" com outros animais ou meios. O homem frequentemente introduz espécies com vários objetivos, como fazer controle de pragas, produzir novos produtos agrícolas, uso ornamental, ou mesmo acidentalmente.

Av. M

orum

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Aze

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R. Circular do Bosque

Av. Eng. Osc

ar Am

ericano

A cidade foi, com o tempo, chegando até os arredo-res do Parque e hoje o circunda, usufruindo dos benefícios que ele pode oferecer. Mas como foi esse processo de crescimento? De que forma acon-teceu a urbanização dos arredores do Rio Pinhei-ros?

O início: os jesuítas e a Fazenda de Chá

Em meados do século XVI os jesuítas dão início à colonização da região e nela permanecem até serem expulsos pelo Fisco Real, órgão controlador de terras na colônia, em 1750. Dois séculos depois, a região do Morumbi e adjacências ganharam "ares de nobreza" quando D. João VI presenteou John Maxwel Rudge com um terreno para o cultivo do chá, iniciando assim a plantação de chá no Brasil, na Fazenda Boa Vista do Morumby. Após a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, o cultivo do chá entrou em decadência e com ele a Fazenda, que foi derrubada. Mais tarde, em 1940, o Casarão da Fazenda foi reconstruído para sediar um centro cultural.

Século XX: o crescimento

Pertencente ao distrito do Morumbi, o Parque Alfredo Volpi é uma das áreas que restaram dos loteamentos da Fazenda Morumby, que tiveram início nos anos 1950. Transformado em parque municipal em 1971, sofreu tentativa de privatiza-ção em 1974, porém os moradores se organizaram

para impedir que o Bosque do Morumbi, como era conhecido anteriormente, se tornasse propriedade particular.

A formação dos bairros no seu entorno aconteceu no final dos anos 1970, com o forte crescimento econômico da cidade, tanto urbano quanto indus-trial. Nessa época, as partes oeste, sudoeste e a região de Santo Amaro, que no começo do século passado eram ocupadas por áreas de lazer, foram transformadas em bairros destinados à moradia.

Esse processo marcou uma rápida mudança no uso do solo da região. Com o desmatamento, a imper-meabilização e contaminação do solo, além da poluição e retificação dos córregos e rios, houve uma grande degradação dos recursos naturais. Isso acabou prejudicando não só a flora e a fauna nativa, mas também os seres humanos.Por isso a importância do Parque para a região, como lazer e manutenção da vida.

Os lagos: habitat e destino

Espécies Exóticas e Introduzidas

Os fungos: completando os ciclos da vida O Parque e a Cidade

Preparando o ambiente para a vida A Flora:

Acelerando a dinâmica da vida A Fauna:

Programa Trilhas Urbanas

coordenação do programa Trilhas UrbanasVirginia T. V. Tristãocoordenação de pesquisa e textoLeandro Rodrigues Gonçalvesparticipação técnicaAndréia Tavares Fortino Alexandre Luke ShahiniBárbara Manuela dos Santos Eduardo CortezCamila Capassi Malagodi Mariano Ribeiro da SilvaMichele Cavalcanti Toledo Rubens Koloski ChagasVirginia T. V. Tristão Sandra Carolina AmaralMarcos Vinícios G. de Medeiros revisão de textosMônica Cristina Ribeirocoordenação de arteSílvia Glueck projeto gráficoNatan de Aquino Giuliano / Gabriela Casellato CarnascialifotosMarcelo Furlan (1, 7, 9, 10, 11 e 13 ), Sandro Mazer (8 e 12)Andréia Tavares Fortino (4), Marcello Sellan (5, 6, 14 e 15), Leandro Rodrigues Gonçalves (2, 3 e 16)produçãoCélia Giosarevisão dos nomes científicos e status das espécies da faunaJuliana Summa - SVMA/Divisão de Fauna /Depave-3 revisão técnica - floraBiól. Ricardo J. Francischetti Garcia -SVMA/DEPAVE-8 / Herbário Municipal apoio técnicoArq. Hélia S B Pereira -SVMA/DEPLANedição 2010

Alfredo VolpiParque

TRILHA DA BIODIVERSIDADE

Alfredo Volpi

1

4 6

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SÃO PAULOCIDADE DE Ano Internacional

da Biodiversidade

2010

2

Nos parques urbanos, alguns dos animais encon-trados foram introduzidos pela própria população, muitas vezes com boa intenção. Algumas pessoas soltam animais por não terem suporte para criá-los em casa, sem saber que, abandonando-os, estão cometendo um crime ambiental (Lei Federal 9605/98).

No Parque Alfredo Volpi temos como destaque de espécies exóticas o lagostim vermelho e de espécie introduzida o sagui-de-tufo-preto. Esses animais, devido à ausência de predadores, consolidaram-se nos lagos e árvores do Parque. O lagostim, cuja venda foi proibida pelo IBAMA pela Portaria nº 5 de 28 de janeiro de 2008, consolidou-se nos lagos do Parque devido à ausência de predadores e compe-te por recursos, como espaço e comida, com as populações de peixes e sapos dos lagos, o que reduz bastante o número de indivíduos desses grupos. Já o sagui-de-tufo-preto é uma espécie nativa, mas introduzida no município. É originário

Secretaria Municipal do Verde e do Meio AmbienteDepartamneto de Educação Ambiental e Cultura de Paz - Umapaz

Divisão Técnica de Difusão e Projetos em Educação Ambiental

Parque Alfredo VolpiAv. Eng. Oscar Americano, 480 E-mail: [email protected]/Fax: (11) 3031-7052Horário: 6h às 18h/ 6h às 19h (verão)

7

Page 13: Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

O Parque Alfredo Volpi foi inaugurado em 27 de Abril de 1971. Abrange uma área de 142.400 m², que antigamente pertencia à Fazenda de Chá Morumby. A área foi doada em 1949 para a Prefei-tura de São Paulo, que o transformou em Parque, então com o nome de Bosque do Morumbi. O Projeto paisagístico foi elaborado por Rosa Grena Kliass com colaboração do arquiteto Carlos Welker e do botânico Helmut Schlik, responsável pelo levantamento botânico. Seu nome atual é umahomenagem ao conceituado pintor Alfredo Volpi, que nasceu na Itália em 1896 e fixou-se em São Paulo antes de completar dois anos de idade. É popularmente conhecido como o "pintor das bandeirinhas". Alcançou reconhecimento durante a II Bienal de Arte de São Paulo e passou a partici-par de exposições de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo. Morto em 1988, aos 92 anos, é considera-do um dos mais importantes artistas da segunda geração do Modernismo.

O Parque dispõe de uma infraestrutura que atende ao público frequentador com banheiros, estaciona-mento, mesas para piquenique, acesso para deficientes, aparelhos para ginástica, bicicletário e parquinho. É um lugar perfeito para a prática desportiva, para a contemplação da natureza e para atividades educativas, especialmente aquelas voltadas para as questões ambientais.

O Parque é um fragmento remanescente da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversida-de do mundo. Por esse fato, há um grande número de espécies nativas de plantas e animais que reme-tem à São Paulo anterior ao grande processo de urbanização que a tornou uma metrópole. Além das nativas, podem ser encontradas também espé-cies exóticas, que foram introduzidas no passado e que hoje fazem parte da paisagem.

A Mata Atlântica originalmente ocupava uma grande extensão ao longo das costas brasileiras, acompanhando seus relevos desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Com os proces-sos de colonização e urbanização, a Mata Atlântica perdeu grande parte de sua área, restando muito pouco de sua cobertura original.

As florestas fazem parte de um sistema dinâmico, onde todos os elementos interagem mantendo um equilíbrio. A dinâmica é o ponto-chave para enten-dermos como ocorrem e como podemos conservar a sua biodiversidade. O domínio da Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do planeta e o Parque Alfredo Volpi está voltado à conservação deste fragmento. Além do Parque, há em suas proximida-des a Reserva Ecológica do Morumbi, área de acesso restrito, exclusivamente destinada à preser-vação do bioma Mata Atlântica.

Há uma enorme diversidade de árvores no Parque. Podem ser encontradas espécies que são caracte-rísticas de matas muito conservadas, como por exemplo os jequitibás (alguns com mais de cem anos), as canelas-de-cheiro, os ipês, os cedros, os jatobás, os guarantãs, os guamirins, os jasmins-do-mato, além de espécies como o tapiá-guaçu, a cuvitinga e a crindiúva.

de Cerrado e da Mata Atlântica do interior de São Paulo e de outros estados, e atualmente ocupa a área de uma outra espécie nativa, o sagui-da-serra-escuro.

E quanto à arborização, é necessário priorizar espé-cies nativas ao invés de estrangeiras, pois as primei-ras já fazem parte da dinâmica do ambiente e não corremos o risco de causar impactos.

Caminhando pelo Parque, pode-se observar que as copas das árvores se encontram lá no alto, mantendo certo isolamento entre o interior da mata e o mundo lá fora. Esse encontro nas alturas forma o dossel, característica que identifica uma área como floresta.

Uma área florestada mantém-se com condições mais estáveis do que as de uma área sem mata. Por esta razão, pode-se notar uma redução substancial no nível de ruído próximo ao centro do Parque. Além disso, a umidade relativa do ar se mantém estável mesmo em épocas de estiagem, a tempera-tura se mantém mais amena, a poluição do ar é absorvida, e a água das chuvas é drenada mais facilmente, o que contribui para evitar enchentes. Essas condições são repassadas às áreas adjacentes ao Parque, trazendo os benefícios de uma área natural para a população.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, onde coexistem áreas verdes e o ambiente construído. Oferecem à população um espaço propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação e educação ambiental .

O Programa Trilhas Urbanas oferece aos trilheiros a oportunidade de conhecer e interagir com estes importantes espaços públicos da cidade por meio de trilhas interpretativas em educação ambiental. Com o nosso trabalho buscamos estimular as pesso-as a comportarem-se de forma pró-ativa frente às questões ambientais, presentes não só em nossa cidade como também em outras áreas urbanas.

Venha trilhar a história, a geografia, a cultura, a fauna, a flora e muito mais. O Volpi te espera!

Para agendar trilhas monitoradas entre em conta-to pelo email: [email protected]

Habitando a área do Parque há representantes de mamíferos, como saguis e preguiças; de répteis, como iguanas e tartarugas; anfíbios, como as rãs do folhiço, exclusivas da Mata Atlântica; peixes, como tilápias e carpas; e aves, como beija-flor, gavião-carijó, caracará e pica-pau-de-cabeça-amarela.

É comum a presença de aves migratórias como oirerê e a garça-branca-grande, atraídas pelo refúgio e a oferta de alimento. Existem também aves aquáticas, como gansos e marrecos.

Os invertebrados também são numerosos. Nos lagos, podemos encontrar crustáceos como o lagostim vermelho e o caranguejo-de-água-doce. Os insetos, grupo mais diverso do planeta, são abundantes. Para comprovar, basta observar a grande quantidade e diversidade de borboletas no Parque. As aranhas também estão presentes com suas teias exuberantes e seus hábitos discretos, porém muito eficientes na captura de alimento.

O respeito aos animais é fundamental para a sua manutenção no Parque. Isso inclui não alimentá-los, pois muitas vezes nossos alimentos não são adequados à dieta desses bichos. Além disso, se estiverem carregando filhotes, esses animais podem ser agressivos como modo de proteção. O respeito também significa não se aproximar mais do que o necessário para observá-los, pois corre-mos o risco de estressá-los ou causar algum tipo de acidente.

Assim como a flora, a fauna do Parque também é bastante diversificada. Aqui encontramos os mais diferentes tipos de animais, de todos os tamanhos, cores e formas. Todos fazendo parte de uma gigan-tesca teia que mantém todo o sistema em equilí-brio dinâmico.

Créditos

Volpi

Alfredo VolpiParque

Paisagens do

A vida no ParqueRemanescente de Mata Atlântica

população. Os lagos do Parque são o destino natu-ral das águas pluviais que não são absorvidas pelo solo. Por estarem localizados na parte mais baixa do relevo, as águas chegam aos lagos com bastante força e em grande quantidade, carregando sedimentos internos e externos ao Parque. Essa situação acaba acelerando o assoreamento, processo observado em qualquer sistema lacustre, mas que pode ser acelerado pelo homem e levar ao fim prematuro da vida de um lago.

O Parque é entrecortado por diversas nascentes que dão origem a três lagos, criando um ambiente muito agradável e de extrema importância para a cidade de São Paulo e para a qualidade de vida da

Pela área do Parque podem ser observados diver-sos organismos que não são nem planta, nem bicho. São os fungos, fundamentais na dinâmica da vida, que contribuem na ciclagem de nutrientes na floresta. Alguns desses fungos possuem até biolu-minescência, brilhando no escuro e dando um espetáculo à parte durante a noite. Exemplos de fungo são as orelhas-de-pau e os cogumelos, alguns dos quais estamos habituados a ter como alimentos, como shitake, shimeji e champignon. Os cogumelos do Parque não podem ser consumidos.

Podemos encontrar fungos também em associa-ção a algas, formando os líquens. As algas fornecem alimento por meio da fotossíntese, enquanto os fungos secretam substâncias que estimulam o crescimento das algas.

Apesar de serem bastante assemelhados a plantas, os fungos não fazem fotossíntese e possuem quiti-na (a mesma proteína encontrada no exoesquele-to de insetos) como componente fundamental de sua parede celular. As plantas, por sua vez, possuem parede celular de celulose (matéria-prima para a fabricação de papel). Por incrível que pareça, os fungos são mais aparentados aos animais do que às plantas. No entanto, por questões históricas, a Micologia (ciência que estuda os fungos) faz parte da Botânica. No passado, acreditava-se que os fungos eram, de fato, plantas.

Uma espécie animal ou vegetal é considerada exóti-ca ou introduzida quando se instala em um novo ambiente, diferente do qual pertence. Para chegar ao novo ambiente a espécie pode viajar pelo próprio esforço (voando, nadando ou andando) ou "pegar uma carona" com outros animais ou meios. O homem frequentemente introduz espécies com vários objetivos, como fazer controle de pragas, produzir novos produtos agrícolas, uso ornamental, ou mesmo acidentalmente.

Av. M

orum

bi

Av. L

opes

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Aze

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R. Circular do Bosque

Av. Eng. Osc

ar Am

ericano

A cidade foi, com o tempo, chegando até os arredo-res do Parque e hoje o circunda, usufruindo dos benefícios que ele pode oferecer. Mas como foi esse processo de crescimento? De que forma acon-teceu a urbanização dos arredores do Rio Pinhei-ros?

O início: os jesuítas e a Fazenda de Chá

Em meados do século XVI os jesuítas dão início à colonização da região e nela permanecem até serem expulsos pelo Fisco Real, órgão controlador de terras na colônia, em 1750. Dois séculos depois, a região do Morumbi e adjacências ganharam "ares de nobreza" quando D. João VI presenteou John Maxwel Rudge com um terreno para o cultivo do chá, iniciando assim a plantação de chá no Brasil, na Fazenda Boa Vista do Morumby. Após a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, o cultivo do chá entrou em decadência e com ele a Fazenda, que foi derrubada. Mais tarde, em 1940, o Casarão da Fazenda foi reconstruído para sediar um centro cultural.

Século XX: o crescimento

Pertencente ao distrito do Morumbi, o Parque Alfredo Volpi é uma das áreas que restaram dos loteamentos da Fazenda Morumby, que tiveram início nos anos 1950. Transformado em parque municipal em 1971, sofreu tentativa de privatiza-ção em 1974, porém os moradores se organizaram

para impedir que o Bosque do Morumbi, como era conhecido anteriormente, se tornasse propriedade particular.

A formação dos bairros no seu entorno aconteceu no final dos anos 1970, com o forte crescimento econômico da cidade, tanto urbano quanto indus-trial. Nessa época, as partes oeste, sudoeste e a região de Santo Amaro, que no começo do século passado eram ocupadas por áreas de lazer, foram transformadas em bairros destinados à moradia.

Esse processo marcou uma rápida mudança no uso do solo da região. Com o desmatamento, a imper-meabilização e contaminação do solo, além da poluição e retificação dos córregos e rios, houve uma grande degradação dos recursos naturais. Isso acabou prejudicando não só a flora e a fauna nativa, mas também os seres humanos.Por isso a importância do Parque para a região, como lazer e manutenção da vida.

Os lagos: habitat e destino

Espécies Exóticas e Introduzidas

Os fungos: completando os ciclos da vida O Parque e a Cidade

Preparando o ambiente para a vida A Flora:

Acelerando a dinâmica da vida A Fauna:

Programa Trilhas Urbanas

coordenação do programa Trilhas UrbanasVirginia T. V. Tristãocoordenação de pesquisa e textoLeandro Rodrigues Gonçalvesparticipação técnicaAndréia Tavares Fortino Alexandre Luke ShahiniBárbara Manuela dos Santos Eduardo CortezCamila Capassi Malagodi Mariano Ribeiro da SilvaMichele Cavalcanti Toledo Rubens Koloski ChagasVirginia T. V. Tristão Sandra Carolina AmaralMarcos Vinícios G. de Medeiros revisão de textosMônica Cristina Ribeirocoordenação de arteSílvia Glueck projeto gráficoNatan de Aquino Giuliano / Gabriela Casellato CarnascialifotosMarcelo Furlan (1, 7, 9, 10, 11 e 13 ), Sandro Mazer (8 e 12)Andréia Tavares Fortino (4), Marcello Sellan (5, 6, 14 e 15), Leandro Rodrigues Gonçalves (2, 3 e 16)produçãoCélia Giosarevisão dos nomes científicos e status das espécies da faunaJuliana Summa - SVMA/Divisão de Fauna /Depave-3 revisão técnica - floraBiól. Ricardo J. Francischetti Garcia -SVMA/DEPAVE-8 / Herbário Municipal apoio técnicoArq. Hélia S B Pereira -SVMA/DEPLANedição 2010

Alfredo VolpiParque

TRILHA DA BIODIVERSIDADE

Alfredo Volpi

1

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SÃO PAULOCIDADE DE Ano Internacional

da Biodiversidade

2010

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Nos parques urbanos, alguns dos animais encon-trados foram introduzidos pela própria população, muitas vezes com boa intenção. Algumas pessoas soltam animais por não terem suporte para criá-los em casa, sem saber que, abandonando-os, estão cometendo um crime ambiental (Lei Federal 9605/98).

No Parque Alfredo Volpi temos como destaque de espécies exóticas o lagostim vermelho e de espécie introduzida o sagui-de-tufo-preto. Esses animais, devido à ausência de predadores, consolidaram-se nos lagos e árvores do Parque. O lagostim, cuja venda foi proibida pelo IBAMA pela Portaria nº 5 de 28 de janeiro de 2008, consolidou-se nos lagos do Parque devido à ausência de predadores e compe-te por recursos, como espaço e comida, com as populações de peixes e sapos dos lagos, o que reduz bastante o número de indivíduos desses grupos. Já o sagui-de-tufo-preto é uma espécie nativa, mas introduzida no município. É originário

Secretaria Municipal do Verde e do Meio AmbienteDepartamneto de Educação Ambiental e Cultura de Paz - Umapaz

Divisão Técnica de Difusão e Projetos em Educação Ambiental

Parque Alfredo VolpiAv. Eng. Oscar Americano, 480 E-mail: [email protected]/Fax: (11) 3031-7052Horário: 6h às 18h/ 6h às 19h (verão)

Page 14: Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

O Parque Alfredo Volpi foi inaugurado em 27 de Abril de 1971. Abrange uma área de 142.400 m², que antigamente pertencia à Fazenda de Chá Morumby. A área foi doada em 1949 para a Prefei-tura de São Paulo, que o transformou em Parque, então com o nome de Bosque do Morumbi. O Projeto paisagístico foi elaborado por Rosa Grena Kliass com colaboração do arquiteto Carlos Welker e do botânico Helmut Schlik, responsável pelo levantamento botânico. Seu nome atual é umahomenagem ao conceituado pintor Alfredo Volpi, que nasceu na Itália em 1896 e fixou-se em São Paulo antes de completar dois anos de idade. É popularmente conhecido como o "pintor das bandeirinhas". Alcançou reconhecimento durante a II Bienal de Arte de São Paulo e passou a partici-par de exposições de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo. Morto em 1988, aos 92 anos, é considera-do um dos mais importantes artistas da segunda geração do Modernismo.

O Parque dispõe de uma infraestrutura que atende ao público frequentador com banheiros, estaciona-mento, mesas para piquenique, acesso para deficientes, aparelhos para ginástica, bicicletário e parquinho. É um lugar perfeito para a prática desportiva, para a contemplação da natureza e para atividades educativas, especialmente aquelas voltadas para as questões ambientais.

O Parque é um fragmento remanescente da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversida-de do mundo. Por esse fato, há um grande número de espécies nativas de plantas e animais que reme-tem à São Paulo anterior ao grande processo de urbanização que a tornou uma metrópole. Além das nativas, podem ser encontradas também espé-cies exóticas, que foram introduzidas no passado e que hoje fazem parte da paisagem.

A Mata Atlântica originalmente ocupava uma grande extensão ao longo das costas brasileiras, acompanhando seus relevos desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Com os proces-sos de colonização e urbanização, a Mata Atlântica perdeu grande parte de sua área, restando muito pouco de sua cobertura original.

As florestas fazem parte de um sistema dinâmico, onde todos os elementos interagem mantendo um equilíbrio. A dinâmica é o ponto-chave para enten-dermos como ocorrem e como podemos conservar a sua biodiversidade. O domínio da Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do planeta e o Parque Alfredo Volpi está voltado à conservação deste fragmento. Além do Parque, há em suas proximida-des a Reserva Ecológica do Morumbi, área de acesso restrito, exclusivamente destinada à preser-vação do bioma Mata Atlântica.

Há uma enorme diversidade de árvores no Parque. Podem ser encontradas espécies que são caracte-rísticas de matas muito conservadas, como por exemplo os jequitibás (alguns com mais de cem anos), as canelas-de-cheiro, os ipês, os cedros, os jatobás, os guarantãs, os guamirins, os jasmins-do-mato, além de espécies como o tapiá-guaçu, a cuvitinga e a crindiúva.

de Cerrado e da Mata Atlântica do interior de São Paulo e de outros estados, e atualmente ocupa a área de uma outra espécie nativa, o sagui-da-serra-escuro.

E quanto à arborização, é necessário priorizar espé-cies nativas ao invés de estrangeiras, pois as primei-ras já fazem parte da dinâmica do ambiente e não corremos o risco de causar impactos.

Caminhando pelo Parque, pode-se observar que as copas das árvores se encontram lá no alto, mantendo certo isolamento entre o interior da mata e o mundo lá fora. Esse encontro nas alturas forma o dossel, característica que identifica uma área como floresta.

Uma área florestada mantém-se com condições mais estáveis do que as de uma área sem mata. Por esta razão, pode-se notar uma redução substancial no nível de ruído próximo ao centro do Parque. Além disso, a umidade relativa do ar se mantém estável mesmo em épocas de estiagem, a tempera-tura se mantém mais amena, a poluição do ar é absorvida, e a água das chuvas é drenada mais facilmente, o que contribui para evitar enchentes. Essas condições são repassadas às áreas adjacentes ao Parque, trazendo os benefícios de uma área natural para a população.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, onde coexistem áreas verdes e o ambiente construído. Oferecem à população um espaço propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação e educação ambiental .

O Programa Trilhas Urbanas oferece aos trilheiros a oportunidade de conhecer e interagir com estes importantes espaços públicos da cidade por meio de trilhas interpretativas em educação ambiental. Com o nosso trabalho buscamos estimular as pesso-as a comportarem-se de forma pró-ativa frente às questões ambientais, presentes não só em nossa cidade como também em outras áreas urbanas.

Venha trilhar a história, a geografia, a cultura, a fauna, a flora e muito mais. O Volpi te espera!

Para agendar trilhas monitoradas entre em conta-to pelo email: [email protected]

Habitando a área do Parque há representantes de mamíferos, como saguis e preguiças; de répteis, como iguanas e tartarugas; anfíbios, como as rãs do folhiço, exclusivas da Mata Atlântica; peixes, como tilápias e carpas; e aves, como beija-flor, gavião-carijó, caracará e pica-pau-de-cabeça-amarela.

É comum a presença de aves migratórias como oirerê e a garça-branca-grande, atraídas pelo refúgio e a oferta de alimento. Existem também aves aquáticas, como gansos e marrecos.

Os invertebrados também são numerosos. Nos lagos, podemos encontrar crustáceos como o lagostim vermelho e o caranguejo-de-água-doce. Os insetos, grupo mais diverso do planeta, são abundantes. Para comprovar, basta observar a grande quantidade e diversidade de borboletas no Parque. As aranhas também estão presentes com suas teias exuberantes e seus hábitos discretos, porém muito eficientes na captura de alimento.

O respeito aos animais é fundamental para a sua manutenção no Parque. Isso inclui não alimentá-los, pois muitas vezes nossos alimentos não são adequados à dieta desses bichos. Além disso, se estiverem carregando filhotes, esses animais podem ser agressivos como modo de proteção. O respeito também significa não se aproximar mais do que o necessário para observá-los, pois corre-mos o risco de estressá-los ou causar algum tipo de acidente.

Assim como a flora, a fauna do Parque também é bastante diversificada. Aqui encontramos os mais diferentes tipos de animais, de todos os tamanhos, cores e formas. Todos fazendo parte de uma gigan-tesca teia que mantém todo o sistema em equilí-brio dinâmico.

Créditos

Volpi

Alfredo VolpiParque

Paisagens do

A vida no ParqueRemanescente de Mata Atlântica

população. Os lagos do Parque são o destino natu-ral das águas pluviais que não são absorvidas pelo solo. Por estarem localizados na parte mais baixa do relevo, as águas chegam aos lagos com bastante força e em grande quantidade, carregando sedimentos internos e externos ao Parque. Essa situação acaba acelerando o assoreamento, processo observado em qualquer sistema lacustre, mas que pode ser acelerado pelo homem e levar ao fim prematuro da vida de um lago.

O Parque é entrecortado por diversas nascentes que dão origem a três lagos, criando um ambiente muito agradável e de extrema importância para a cidade de São Paulo e para a qualidade de vida da

Pela área do Parque podem ser observados diver-sos organismos que não são nem planta, nem bicho. São os fungos, fundamentais na dinâmica da vida, que contribuem na ciclagem de nutrientes na floresta. Alguns desses fungos possuem até biolu-minescência, brilhando no escuro e dando um espetáculo à parte durante a noite. Exemplos de fungo são as orelhas-de-pau e os cogumelos, alguns dos quais estamos habituados a ter como alimentos, como shitake, shimeji e champignon. Os cogumelos do Parque não podem ser consumidos.

Podemos encontrar fungos também em associa-ção a algas, formando os líquens. As algas fornecem alimento por meio da fotossíntese, enquanto os fungos secretam substâncias que estimulam o crescimento das algas.

Apesar de serem bastante assemelhados a plantas, os fungos não fazem fotossíntese e possuem quiti-na (a mesma proteína encontrada no exoesquele-to de insetos) como componente fundamental de sua parede celular. As plantas, por sua vez, possuem parede celular de celulose (matéria-prima para a fabricação de papel). Por incrível que pareça, os fungos são mais aparentados aos animais do que às plantas. No entanto, por questões históricas, a Micologia (ciência que estuda os fungos) faz parte da Botânica. No passado, acreditava-se que os fungos eram, de fato, plantas.

Uma espécie animal ou vegetal é considerada exóti-ca ou introduzida quando se instala em um novo ambiente, diferente do qual pertence. Para chegar ao novo ambiente a espécie pode viajar pelo próprio esforço (voando, nadando ou andando) ou "pegar uma carona" com outros animais ou meios. O homem frequentemente introduz espécies com vários objetivos, como fazer controle de pragas, produzir novos produtos agrícolas, uso ornamental, ou mesmo acidentalmente.

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R. Circular do Bosque

Av. Eng. Osc

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A cidade foi, com o tempo, chegando até os arredo-res do Parque e hoje o circunda, usufruindo dos benefícios que ele pode oferecer. Mas como foi esse processo de crescimento? De que forma acon-teceu a urbanização dos arredores do Rio Pinhei-ros?

O início: os jesuítas e a Fazenda de Chá

Em meados do século XVI os jesuítas dão início à colonização da região e nela permanecem até serem expulsos pelo Fisco Real, órgão controlador de terras na colônia, em 1750. Dois séculos depois, a região do Morumbi e adjacências ganharam "ares de nobreza" quando D. João VI presenteou John Maxwel Rudge com um terreno para o cultivo do chá, iniciando assim a plantação de chá no Brasil, na Fazenda Boa Vista do Morumby. Após a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, o cultivo do chá entrou em decadência e com ele a Fazenda, que foi derrubada. Mais tarde, em 1940, o Casarão da Fazenda foi reconstruído para sediar um centro cultural.

Século XX: o crescimento

Pertencente ao distrito do Morumbi, o Parque Alfredo Volpi é uma das áreas que restaram dos loteamentos da Fazenda Morumby, que tiveram início nos anos 1950. Transformado em parque municipal em 1971, sofreu tentativa de privatiza-ção em 1974, porém os moradores se organizaram

para impedir que o Bosque do Morumbi, como era conhecido anteriormente, se tornasse propriedade particular.

A formação dos bairros no seu entorno aconteceu no final dos anos 1970, com o forte crescimento econômico da cidade, tanto urbano quanto indus-trial. Nessa época, as partes oeste, sudoeste e a região de Santo Amaro, que no começo do século passado eram ocupadas por áreas de lazer, foram transformadas em bairros destinados à moradia.

Esse processo marcou uma rápida mudança no uso do solo da região. Com o desmatamento, a imper-meabilização e contaminação do solo, além da poluição e retificação dos córregos e rios, houve uma grande degradação dos recursos naturais. Isso acabou prejudicando não só a flora e a fauna nativa, mas também os seres humanos.Por isso a importância do Parque para a região, como lazer e manutenção da vida.

Os lagos: habitat e destino

Espécies Exóticas e Introduzidas

Os fungos: completando os ciclos da vida O Parque e a Cidade

Preparando o ambiente para a vida A Flora:

Acelerando a dinâmica da vida A Fauna:

Programa Trilhas Urbanas

coordenação do programa Trilhas UrbanasVirginia T. V. Tristãocoordenação de pesquisa e textoLeandro Rodrigues Gonçalvesparticipação técnicaAndréia Tavares Fortino Alexandre Luke ShahiniBárbara Manuela dos Santos Eduardo CortezCamila Capassi Malagodi Mariano Ribeiro da SilvaMichele Cavalcanti Toledo Rubens Koloski ChagasVirginia T. V. Tristão Sandra Carolina AmaralMarcos Vinícios G. de Medeiros revisão de textosMônica Cristina Ribeirocoordenação de arteSílvia Glueck projeto gráficoNatan de Aquino Giuliano / Gabriela Casellato CarnascialifotosMarcelo Furlan (1, 7, 9, 10, 11 e 13 ), Sandro Mazer (8 e 12)Andréia Tavares Fortino (4), Marcello Sellan (5, 6, 14 e 15), Leandro Rodrigues Gonçalves (2, 3 e 16)produçãoCélia Giosarevisão dos nomes científicos e status das espécies da faunaJuliana Summa - SVMA/Divisão de Fauna /Depave-3 revisão técnica - floraBiól. Ricardo J. Francischetti Garcia -SVMA/DEPAVE-8 / Herbário Municipal apoio técnicoArq. Hélia S B Pereira -SVMA/DEPLANedição 2010

Alfredo VolpiParque

TRILHA DA BIODIVERSIDADE

Alfredo Volpi

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SÃO PAULOCIDADE DE Ano Internacional

da Biodiversidade

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Nos parques urbanos, alguns dos animais encon-trados foram introduzidos pela própria população, muitas vezes com boa intenção. Algumas pessoas soltam animais por não terem suporte para criá-los em casa, sem saber que, abandonando-os, estão cometendo um crime ambiental (Lei Federal 9605/98).

No Parque Alfredo Volpi temos como destaque de espécies exóticas o lagostim vermelho e de espécie introduzida o sagui-de-tufo-preto. Esses animais, devido à ausência de predadores, consolidaram-se nos lagos e árvores do Parque. O lagostim, cuja venda foi proibida pelo IBAMA pela Portaria nº 5 de 28 de janeiro de 2008, consolidou-se nos lagos do Parque devido à ausência de predadores e compe-te por recursos, como espaço e comida, com as populações de peixes e sapos dos lagos, o que reduz bastante o número de indivíduos desses grupos. Já o sagui-de-tufo-preto é uma espécie nativa, mas introduzida no município. É originário

Secretaria Municipal do Verde e do Meio AmbienteDepartamneto de Educação Ambiental e Cultura de Paz - Umapaz

Divisão Técnica de Difusão e Projetos em Educação Ambiental

Parque Alfredo VolpiAv. Eng. Oscar Americano, 480 E-mail: [email protected]/Fax: (11) 3031-7052Horário: 6h às 18h/ 6h às 19h (verão)

Page 15: Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

O Parque Alfredo Volpi foi inaugurado em 27 de Abril de 1971. Abrange uma área de 142.400 m², que antigamente pertencia à Fazenda de Chá Morumby. A área foi doada em 1949 para a Prefei-tura de São Paulo, que o transformou em Parque, então com o nome de Bosque do Morumbi. O Projeto paisagístico foi elaborado por Rosa Grena Kliass com colaboração do arquiteto Carlos Welker e do botânico Helmut Schlik, responsável pelo levantamento botânico. Seu nome atual é umahomenagem ao conceituado pintor Alfredo Volpi, que nasceu na Itália em 1896 e fixou-se em São Paulo antes de completar dois anos de idade. É popularmente conhecido como o "pintor das bandeirinhas". Alcançou reconhecimento durante a II Bienal de Arte de São Paulo e passou a partici-par de exposições de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo. Morto em 1988, aos 92 anos, é considera-do um dos mais importantes artistas da segunda geração do Modernismo.

O Parque dispõe de uma infraestrutura que atende ao público frequentador com banheiros, estaciona-mento, mesas para piquenique, acesso para deficientes, aparelhos para ginástica, bicicletário e parquinho. É um lugar perfeito para a prática desportiva, para a contemplação da natureza e para atividades educativas, especialmente aquelas voltadas para as questões ambientais.

O Parque é um fragmento remanescente da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversida-de do mundo. Por esse fato, há um grande número de espécies nativas de plantas e animais que reme-tem à São Paulo anterior ao grande processo de urbanização que a tornou uma metrópole. Além das nativas, podem ser encontradas também espé-cies exóticas, que foram introduzidas no passado e que hoje fazem parte da paisagem.

A Mata Atlântica originalmente ocupava uma grande extensão ao longo das costas brasileiras, acompanhando seus relevos desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Com os proces-sos de colonização e urbanização, a Mata Atlântica perdeu grande parte de sua área, restando muito pouco de sua cobertura original.

As florestas fazem parte de um sistema dinâmico, onde todos os elementos interagem mantendo um equilíbrio. A dinâmica é o ponto-chave para enten-dermos como ocorrem e como podemos conservar a sua biodiversidade. O domínio da Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do planeta e o Parque Alfredo Volpi está voltado à conservação deste fragmento. Além do Parque, há em suas proximida-des a Reserva Ecológica do Morumbi, área de acesso restrito, exclusivamente destinada à preser-vação do bioma Mata Atlântica.

Há uma enorme diversidade de árvores no Parque. Podem ser encontradas espécies que são caracte-rísticas de matas muito conservadas, como por exemplo os jequitibás (alguns com mais de cem anos), as canelas-de-cheiro, os ipês, os cedros, os jatobás, os guarantãs, os guamirins, os jasmins-do-mato, além de espécies como o tapiá-guaçu, a cuvitinga e a crindiúva.

de Cerrado e da Mata Atlântica do interior de São Paulo e de outros estados, e atualmente ocupa a área de uma outra espécie nativa, o sagui-da-serra-escuro.

E quanto à arborização, é necessário priorizar espé-cies nativas ao invés de estrangeiras, pois as primei-ras já fazem parte da dinâmica do ambiente e não corremos o risco de causar impactos.

Caminhando pelo Parque, pode-se observar que as copas das árvores se encontram lá no alto, mantendo certo isolamento entre o interior da mata e o mundo lá fora. Esse encontro nas alturas forma o dossel, característica que identifica uma área como floresta.

Uma área florestada mantém-se com condições mais estáveis do que as de uma área sem mata. Por esta razão, pode-se notar uma redução substancial no nível de ruído próximo ao centro do Parque. Além disso, a umidade relativa do ar se mantém estável mesmo em épocas de estiagem, a tempera-tura se mantém mais amena, a poluição do ar é absorvida, e a água das chuvas é drenada mais facilmente, o que contribui para evitar enchentes. Essas condições são repassadas às áreas adjacentes ao Parque, trazendo os benefícios de uma área natural para a população.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, onde coexistem áreas verdes e o ambiente construído. Oferecem à população um espaço propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação e educação ambiental .

O Programa Trilhas Urbanas oferece aos trilheiros a oportunidade de conhecer e interagir com estes importantes espaços públicos da cidade por meio de trilhas interpretativas em educação ambiental. Com o nosso trabalho buscamos estimular as pesso-as a comportarem-se de forma pró-ativa frente às questões ambientais, presentes não só em nossa cidade como também em outras áreas urbanas.

Venha trilhar a história, a geografia, a cultura, a fauna, a flora e muito mais. O Volpi te espera!

Para agendar trilhas monitoradas entre em conta-to pelo email: [email protected]

Habitando a área do Parque há representantes de mamíferos, como saguis e preguiças; de répteis, como iguanas e tartarugas; anfíbios, como as rãs do folhiço, exclusivas da Mata Atlântica; peixes, como tilápias e carpas; e aves, como beija-flor, gavião-carijó, caracará e pica-pau-de-cabeça-amarela.

É comum a presença de aves migratórias como oirerê e a garça-branca-grande, atraídas pelo refúgio e a oferta de alimento. Existem também aves aquáticas, como gansos e marrecos.

Os invertebrados também são numerosos. Nos lagos, podemos encontrar crustáceos como o lagostim vermelho e o caranguejo-de-água-doce. Os insetos, grupo mais diverso do planeta, são abundantes. Para comprovar, basta observar a grande quantidade e diversidade de borboletas no Parque. As aranhas também estão presentes com suas teias exuberantes e seus hábitos discretos, porém muito eficientes na captura de alimento.

O respeito aos animais é fundamental para a sua manutenção no Parque. Isso inclui não alimentá-los, pois muitas vezes nossos alimentos não são adequados à dieta desses bichos. Além disso, se estiverem carregando filhotes, esses animais podem ser agressivos como modo de proteção. O respeito também significa não se aproximar mais do que o necessário para observá-los, pois corre-mos o risco de estressá-los ou causar algum tipo de acidente.

Assim como a flora, a fauna do Parque também é bastante diversificada. Aqui encontramos os mais diferentes tipos de animais, de todos os tamanhos, cores e formas. Todos fazendo parte de uma gigan-tesca teia que mantém todo o sistema em equilí-brio dinâmico.

Créditos

Volpi

Alfredo VolpiParque

Paisagens do

A vida no ParqueRemanescente de Mata Atlântica

população. Os lagos do Parque são o destino natu-ral das águas pluviais que não são absorvidas pelo solo. Por estarem localizados na parte mais baixa do relevo, as águas chegam aos lagos com bastante força e em grande quantidade, carregando sedimentos internos e externos ao Parque. Essa situação acaba acelerando o assoreamento, processo observado em qualquer sistema lacustre, mas que pode ser acelerado pelo homem e levar ao fim prematuro da vida de um lago.

O Parque é entrecortado por diversas nascentes que dão origem a três lagos, criando um ambiente muito agradável e de extrema importância para a cidade de São Paulo e para a qualidade de vida da

Pela área do Parque podem ser observados diver-sos organismos que não são nem planta, nem bicho. São os fungos, fundamentais na dinâmica da vida, que contribuem na ciclagem de nutrientes na floresta. Alguns desses fungos possuem até biolu-minescência, brilhando no escuro e dando um espetáculo à parte durante a noite. Exemplos de fungo são as orelhas-de-pau e os cogumelos, alguns dos quais estamos habituados a ter como alimentos, como shitake, shimeji e champignon. Os cogumelos do Parque não podem ser consumidos.

Podemos encontrar fungos também em associa-ção a algas, formando os líquens. As algas fornecem alimento por meio da fotossíntese, enquanto os fungos secretam substâncias que estimulam o crescimento das algas.

Apesar de serem bastante assemelhados a plantas, os fungos não fazem fotossíntese e possuem quiti-na (a mesma proteína encontrada no exoesquele-to de insetos) como componente fundamental de sua parede celular. As plantas, por sua vez, possuem parede celular de celulose (matéria-prima para a fabricação de papel). Por incrível que pareça, os fungos são mais aparentados aos animais do que às plantas. No entanto, por questões históricas, a Micologia (ciência que estuda os fungos) faz parte da Botânica. No passado, acreditava-se que os fungos eram, de fato, plantas.

Uma espécie animal ou vegetal é considerada exóti-ca ou introduzida quando se instala em um novo ambiente, diferente do qual pertence. Para chegar ao novo ambiente a espécie pode viajar pelo próprio esforço (voando, nadando ou andando) ou "pegar uma carona" com outros animais ou meios. O homem frequentemente introduz espécies com vários objetivos, como fazer controle de pragas, produzir novos produtos agrícolas, uso ornamental, ou mesmo acidentalmente.

Av. M

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Av. L

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R. Circular do Bosque

Av. Eng. Osc

ar Am

ericano

A cidade foi, com o tempo, chegando até os arredo-res do Parque e hoje o circunda, usufruindo dos benefícios que ele pode oferecer. Mas como foi esse processo de crescimento? De que forma acon-teceu a urbanização dos arredores do Rio Pinhei-ros?

O início: os jesuítas e a Fazenda de Chá

Em meados do século XVI os jesuítas dão início à colonização da região e nela permanecem até serem expulsos pelo Fisco Real, órgão controlador de terras na colônia, em 1750. Dois séculos depois, a região do Morumbi e adjacências ganharam "ares de nobreza" quando D. João VI presenteou John Maxwel Rudge com um terreno para o cultivo do chá, iniciando assim a plantação de chá no Brasil, na Fazenda Boa Vista do Morumby. Após a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, o cultivo do chá entrou em decadência e com ele a Fazenda, que foi derrubada. Mais tarde, em 1940, o Casarão da Fazenda foi reconstruído para sediar um centro cultural.

Século XX: o crescimento

Pertencente ao distrito do Morumbi, o Parque Alfredo Volpi é uma das áreas que restaram dos loteamentos da Fazenda Morumby, que tiveram início nos anos 1950. Transformado em parque municipal em 1971, sofreu tentativa de privatiza-ção em 1974, porém os moradores se organizaram

para impedir que o Bosque do Morumbi, como era conhecido anteriormente, se tornasse propriedade particular.

A formação dos bairros no seu entorno aconteceu no final dos anos 1970, com o forte crescimento econômico da cidade, tanto urbano quanto indus-trial. Nessa época, as partes oeste, sudoeste e a região de Santo Amaro, que no começo do século passado eram ocupadas por áreas de lazer, foram transformadas em bairros destinados à moradia.

Esse processo marcou uma rápida mudança no uso do solo da região. Com o desmatamento, a imper-meabilização e contaminação do solo, além da poluição e retificação dos córregos e rios, houve uma grande degradação dos recursos naturais. Isso acabou prejudicando não só a flora e a fauna nativa, mas também os seres humanos.Por isso a importância do Parque para a região, como lazer e manutenção da vida.

Os lagos: habitat e destino

Espécies Exóticas e Introduzidas

Os fungos: completando os ciclos da vida O Parque e a Cidade

Preparando o ambiente para a vida A Flora:

Acelerando a dinâmica da vida A Fauna:

Programa Trilhas Urbanas

coordenação do programa Trilhas UrbanasVirginia T. V. Tristãocoordenação de pesquisa e textoLeandro Rodrigues Gonçalvesparticipação técnicaAndréia Tavares Fortino Alexandre Luke ShahiniBárbara Manuela dos Santos Eduardo CortezCamila Capassi Malagodi Mariano Ribeiro da SilvaMichele Cavalcanti Toledo Rubens Koloski ChagasVirginia T. V. Tristão Sandra Carolina AmaralMarcos Vinícios G. de Medeiros revisão de textosMônica Cristina Ribeirocoordenação de arteSílvia Glueck projeto gráficoNatan de Aquino Giuliano / Gabriela Casellato CarnascialifotosMarcelo Furlan (1, 7, 9, 10, 11 e 13 ), Sandro Mazer (8 e 12)Andréia Tavares Fortino (4), Marcello Sellan (5, 6, 14 e 15), Leandro Rodrigues Gonçalves (2, 3 e 16)produçãoCélia Giosarevisão dos nomes científicos e status das espécies da faunaJuliana Summa - SVMA/Divisão de Fauna /Depave-3 revisão técnica - floraBiól. Ricardo J. Francischetti Garcia -SVMA/DEPAVE-8 / Herbário Municipal apoio técnicoArq. Hélia S B Pereira -SVMA/DEPLANedição 2010

Alfredo VolpiParque

TRILHA DA BIODIVERSIDADE

Alfredo Volpi

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SÃO PAULOCIDADE DE Ano Internacional

da Biodiversidade

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Nos parques urbanos, alguns dos animais encon-trados foram introduzidos pela própria população, muitas vezes com boa intenção. Algumas pessoas soltam animais por não terem suporte para criá-los em casa, sem saber que, abandonando-os, estão cometendo um crime ambiental (Lei Federal 9605/98).

No Parque Alfredo Volpi temos como destaque de espécies exóticas o lagostim vermelho e de espécie introduzida o sagui-de-tufo-preto. Esses animais, devido à ausência de predadores, consolidaram-se nos lagos e árvores do Parque. O lagostim, cuja venda foi proibida pelo IBAMA pela Portaria nº 5 de 28 de janeiro de 2008, consolidou-se nos lagos do Parque devido à ausência de predadores e compe-te por recursos, como espaço e comida, com as populações de peixes e sapos dos lagos, o que reduz bastante o número de indivíduos desses grupos. Já o sagui-de-tufo-preto é uma espécie nativa, mas introduzida no município. É originário

Secretaria Municipal do Verde e do Meio AmbienteDepartamneto de Educação Ambiental e Cultura de Paz - Umapaz

Divisão Técnica de Difusão e Projetos em Educação Ambiental

Parque Alfredo VolpiAv. Eng. Oscar Americano, 480 E-mail: [email protected]/Fax: (11) 3031-7052Horário: 6h às 18h/ 6h às 19h (verão)

Page 16: Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

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Igreja São Pedro e São Paulo

Alfredo VolpiParque

Agora, além de todas essas informações, vamos observar o Parque com mais cuidado. Quais

segredos estão guardados nessa área verde? O que mais de interessante podemos saber?

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end

a

Bibliografia

Composteira

Na natureza, o ciclo de nutrientes se mantém pela decomposição de matéria orgânica (animais e vegetais mortos, por exemplo) em compostos mais simples, chamados inorgânicos. Essa matéria inorgânica, ao penetrar no solo, é absorvida pelas raízes das plantas, fazendo com que elas cresçam e mantenham todos os demais seres vivos pela cadeia alimentar.

Na composteira aproveita-se esta dinâmica para acelerar a decomposição de matéria

orgânica, sendo parte do processo no solo. Este processo ocorre por meio da ação de organismos como fungos e bactérias, o que resulta em desprendimento de gás, água e energia liberada na forma de calor. O Parque Alfredo Volpi possui uma área destinada à compostagem, onde são empilhadas folhas e galhos para a produção de composto orgânico, usado para adubar o solo, especialmente no plantio de mudas no seu interior.

Periodicamente, as pilhas são revolvidas para melhor decomposição do material, que atingirá elevada temperatura dentro do composto, até que se resfrie e o composto fique homogêneo, solto e sem cheiro, pronto para ser utilizado.

O uso de adubo orgânico possui várias vantagens, entre elas a reciclagem de matéria orgânica, a diminuição da quantidade de organismos patogênicos (que causam doenças) e o aumento do número de microorganismos benéficos no solo.

Trilhas de Caminhada e Corrida

Ao longo dos caminhos do Parque, pode-se observar indicações com setas amarelas ou azuis. Como o Parque é bastante frequentado por esportistas diversos, além do público que vai apenas para caminhar, foram separadas duas trilhas para que não haja conflito entre os dois tipos de atividade. Os que desejam camin-har, seguem a trilha demarcada pelas setas

amarelas. Os que desejam exercitar-se pela corrida, seguem o caminho demarcado pelas setas azuis.

Obviamente, as trilhas para camin-hada e corrida são apenas sugestões da Administração do Parque para os visitantes, mas manter-se dentro da trilha adequada ao seu interesse é inegavelmente mais seguro e torna sua visita mais agradável.

O regulamento completo da utiliza-ção da área do parque foi publicado na Portaria 040/DEPAVE-G/09.

Reserva Ecológica do Morumbi

A reserva do Morumbi, com cerca de 15.600 m² de acesso restrito, é um remanescente de Mata Atlântica, assim como o Parque Alfredo Volpi. Sua flora é rica e podem ser encontra-das espécies arbóreas como clúsia, camboatá, copaíba, pimdaíba e tamanqueiro, diferentes espécies de trepadeiras e um sub-bosque composto por espécies arbustivas e herbá-ceas, incluindo orquídeas terrestres como Prescottia e Cranichis.

A Reserva é uma área de mata fechada, portanto bastante valiosa. Por ser uma reserva, o acesso ao público não é permitido. A Administração do Parque Alfredo Volpi é responsável pela gestão dessa área, o que amplia a gama de serviços ambientais presta-dos pelo Parque.

Espécies Ameaçadas de Extinção

Seguindo sua vocação de refúgio da vida selvagem na cidade, o Parque abriga algumas espécies que figuram nas listas de ameaçadas de extinção. Aqui você pode conhecer essas relíquias naturais e cuidar para que sigam fortes em sua luta pela recuperação do espaço perdido. Garantir sua reprodução é a única forma de salvar essas espécies da extinção, e essa é uma das tarefas desempenhadas pelo Parque.

As espécies ameaçadas são as seguintes:

Vegetais Brosimum glaziovii Taub. (Família Moraceae) Marmelinho - VulnerávelEugenia burkartiana (D. Legrand) D. Legrand (Família Myrtaceae) Guamirim - VulnerávelOcotea mosenii Mez (Família Lauraceae) Canela-preta - Criticamente em perigo

AnimalDiopsittaca nobilis (Linnaeus, 1758) Maracanã-nobre – Criticamente em perigo (Decreto Estadual n° 53.494/08).

O Monjolo

Em meio à vegetação existente no Parque, encontramos um elemento peculiar próximo a um dos lagos. Existe ali uma estrutura constituída de um forno, um fogão a lenha rudimentar e um monjolo. Diz a lenda que tal estrutura foi criada ainda durante o período no qual a região pertencia à Fazenda Morumby, e que esta serviu para fazer pães e outros alimentos à base de grãos para os moradores desta antiga propriedade.

No entanto, esta não é a história real do monjolo. Na verdade ele foi construído em 1976, pelo administrador do Parque Tenente Siqueira Campos (Trianon), Jaime Marques. Ele se utilizou da madeira de uma centenária peroba rosa, que havia sido derrubada por um raio há muitos anos. Com a ajuda de "Seu Mané", um dos

guardas do Parque Trianon, o Monjolo foi construído inspirado no antigo monjolo da fazenda da família de Jaime Marques. Foram gastos aproxima-damente oito meses para que as instalações das peças de madeira ficas-sem prontas e, em 23 de dezembro de 1976, a estrutura foi instalada, tornando-se uma das atrações do Parque Alfredo Volpi.

A função do monjolo nas fazendas é moer grãos para a fabricação de pães e massas, semelhante a um moinho. A diferença é que o moinho utiliza a força dos ventos para moer os grãos, e o monjolo faz o mesmo processo movido pela água. O monjolo é constituído por duas peças principais e distintas: o pilão, que soca os grãos; e a haste, que suspende de um lado o socador do pilão, também conhecido como "a mão", e, do outro, a gamela, recipiente utilizado para armazenamento de água corrente. A água, motor deste processo, chega através de uma calha, geralmente feita de bambu, cai na gamela e, quando esta fica cheia, abaixa-se, elevando a haste. Assim que a água escorre a haste desce pesadamente, socando o que estiver no pilão.

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ALMEIDA, R.C. Mata Atlântica: essa história pode ter um final feliz. Disponível em:< http://educar.sc.usp.br/biologia/textos/matatlan.htm > Acesso em 13/07/2010.

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Trilhas de Corrida/Caminhada

Bica d’água

Piquenique

Composteira

Sanitários

Telefones

Administração

Guarita

Musculação

Monjolo

Playground

Page 17: Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

N

Igreja São Pedro e São Paulo

Alfredo VolpiParque

Agora, além de todas essas informações, vamos observar o Parque com mais cuidado. Quais

segredos estão guardados nessa área verde? O que mais de interessante podemos saber?

Leg

end

a

Bibliografia

Composteira

Na natureza, o ciclo de nutrientes se mantém pela decomposição de matéria orgânica (animais e vegetais mortos, por exemplo) em compostos mais simples, chamados inorgânicos. Essa matéria inorgânica, ao penetrar no solo, é absorvida pelas raízes das plantas, fazendo com que elas cresçam e mantenham todos os demais seres vivos pela cadeia alimentar.

Na composteira aproveita-se esta dinâmica para acelerar a decomposição de matéria

orgânica, sendo parte do processo no solo. Este processo ocorre por meio da ação de organismos como fungos e bactérias, o que resulta em desprendimento de gás, água e energia liberada na forma de calor. O Parque Alfredo Volpi possui uma área destinada à compostagem, onde são empilhadas folhas e galhos para a produção de composto orgânico, usado para adubar o solo, especialmente no plantio de mudas no seu interior.

Periodicamente, as pilhas são revolvidas para melhor decomposição do material, que atingirá elevada temperatura dentro do composto, até que se resfrie e o composto fique homogêneo, solto e sem cheiro, pronto para ser utilizado.

O uso de adubo orgânico possui várias vantagens, entre elas a reciclagem de matéria orgânica, a diminuição da quantidade de organismos patogênicos (que causam doenças) e o aumento do número de microorganismos benéficos no solo.

Trilhas de Caminhada e Corrida

Ao longo dos caminhos do Parque, pode-se observar indicações com setas amarelas ou azuis. Como o Parque é bastante frequentado por esportistas diversos, além do público que vai apenas para caminhar, foram separadas duas trilhas para que não haja conflito entre os dois tipos de atividade. Os que desejam camin-har, seguem a trilha demarcada pelas setas

amarelas. Os que desejam exercitar-se pela corrida, seguem o caminho demarcado pelas setas azuis.

Obviamente, as trilhas para camin-hada e corrida são apenas sugestões da Administração do Parque para os visitantes, mas manter-se dentro da trilha adequada ao seu interesse é inegavelmente mais seguro e torna sua visita mais agradável.

O regulamento completo da utiliza-ção da área do parque foi publicado na Portaria 040/DEPAVE-G/09.

Reserva Ecológica do Morumbi

A reserva do Morumbi, com cerca de 15.600 m² de acesso restrito, é um remanescente de Mata Atlântica, assim como o Parque Alfredo Volpi. Sua flora é rica e podem ser encontra-das espécies arbóreas como clúsia, camboatá, copaíba, pimdaíba e tamanqueiro, diferentes espécies de trepadeiras e um sub-bosque composto por espécies arbustivas e herbá-ceas, incluindo orquídeas terrestres como Prescottia e Cranichis.

A Reserva é uma área de mata fechada, portanto bastante valiosa. Por ser uma reserva, o acesso ao público não é permitido. A Administração do Parque Alfredo Volpi é responsável pela gestão dessa área, o que amplia a gama de serviços ambientais presta-dos pelo Parque.

Espécies Ameaçadas de Extinção

Seguindo sua vocação de refúgio da vida selvagem na cidade, o Parque abriga algumas espécies que figuram nas listas de ameaçadas de extinção. Aqui você pode conhecer essas relíquias naturais e cuidar para que sigam fortes em sua luta pela recuperação do espaço perdido. Garantir sua reprodução é a única forma de salvar essas espécies da extinção, e essa é uma das tarefas desempenhadas pelo Parque.

As espécies ameaçadas são as seguintes:

Vegetais Brosimum glaziovii Taub. (Família Moraceae) Marmelinho - VulnerávelEugenia burkartiana (D. Legrand) D. Legrand (Família Myrtaceae) Guamirim - VulnerávelOcotea mosenii Mez (Família Lauraceae) Canela-preta - Criticamente em perigo

AnimalDiopsittaca nobilis (Linnaeus, 1758) Maracanã-nobre – Criticamente em perigo (Decreto Estadual n° 53.494/08).

O Monjolo

Em meio à vegetação existente no Parque, encontramos um elemento peculiar próximo a um dos lagos. Existe ali uma estrutura constituída de um forno, um fogão a lenha rudimentar e um monjolo. Diz a lenda que tal estrutura foi criada ainda durante o período no qual a região pertencia à Fazenda Morumby, e que esta serviu para fazer pães e outros alimentos à base de grãos para os moradores desta antiga propriedade.

No entanto, esta não é a história real do monjolo. Na verdade ele foi construído em 1976, pelo administrador do Parque Tenente Siqueira Campos (Trianon), Jaime Marques. Ele se utilizou da madeira de uma centenária peroba rosa, que havia sido derrubada por um raio há muitos anos. Com a ajuda de "Seu Mané", um dos

guardas do Parque Trianon, o Monjolo foi construído inspirado no antigo monjolo da fazenda da família de Jaime Marques. Foram gastos aproxima-damente oito meses para que as instalações das peças de madeira ficas-sem prontas e, em 23 de dezembro de 1976, a estrutura foi instalada, tornando-se uma das atrações do Parque Alfredo Volpi.

A função do monjolo nas fazendas é moer grãos para a fabricação de pães e massas, semelhante a um moinho. A diferença é que o moinho utiliza a força dos ventos para moer os grãos, e o monjolo faz o mesmo processo movido pela água. O monjolo é constituído por duas peças principais e distintas: o pilão, que soca os grãos; e a haste, que suspende de um lado o socador do pilão, também conhecido como "a mão", e, do outro, a gamela, recipiente utilizado para armazenamento de água corrente. A água, motor deste processo, chega através de uma calha, geralmente feita de bambu, cai na gamela e, quando esta fica cheia, abaixa-se, elevando a haste. Assim que a água escorre a haste desce pesadamente, socando o que estiver no pilão.

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Trilhas de Corrida/Caminhada

Bica d’água

Piquenique

Composteira

Sanitários

Telefones

Administração

Guarita

Musculação

Monjolo

Playground

Page 18: Trilhas Urbanas: Parque Alfredo Volpi

O Parque Alfredo Volpi foi inaugurado em 27 de Abril de 1971. Abrange uma área de 142.400 m², que antigamente pertencia à Fazenda de Chá Morumby. A área foi doada em 1949 para a Prefei-tura de São Paulo, que o transformou em Parque, então com o nome de Bosque do Morumbi. O Projeto paisagístico foi elaborado por Rosa Grena Kliass com colaboração do arquiteto Carlos Welker e do botânico Helmut Schlik, responsável pelo levantamento botânico. Seu nome atual é umahomenagem ao conceituado pintor Alfredo Volpi, que nasceu na Itália em 1896 e fixou-se em São Paulo antes de completar dois anos de idade. É popularmente conhecido como o "pintor das bandeirinhas". Alcançou reconhecimento durante a II Bienal de Arte de São Paulo e passou a partici-par de exposições de arte no Rio de Janeiro e em São Paulo. Morto em 1988, aos 92 anos, é considera-do um dos mais importantes artistas da segunda geração do Modernismo.

O Parque dispõe de uma infraestrutura que atende ao público frequentador com banheiros, estaciona-mento, mesas para piquenique, acesso para deficientes, aparelhos para ginástica, bicicletário e parquinho. É um lugar perfeito para a prática desportiva, para a contemplação da natureza e para atividades educativas, especialmente aquelas voltadas para as questões ambientais.

O Parque é um fragmento remanescente da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversida-de do mundo. Por esse fato, há um grande número de espécies nativas de plantas e animais que reme-tem à São Paulo anterior ao grande processo de urbanização que a tornou uma metrópole. Além das nativas, podem ser encontradas também espé-cies exóticas, que foram introduzidas no passado e que hoje fazem parte da paisagem.

A Mata Atlântica originalmente ocupava uma grande extensão ao longo das costas brasileiras, acompanhando seus relevos desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Com os proces-sos de colonização e urbanização, a Mata Atlântica perdeu grande parte de sua área, restando muito pouco de sua cobertura original.

As florestas fazem parte de um sistema dinâmico, onde todos os elementos interagem mantendo um equilíbrio. A dinâmica é o ponto-chave para enten-dermos como ocorrem e como podemos conservar a sua biodiversidade. O domínio da Mata Atlântica é um dos mais ameaçados do planeta e o Parque Alfredo Volpi está voltado à conservação deste fragmento. Além do Parque, há em suas proximida-des a Reserva Ecológica do Morumbi, área de acesso restrito, exclusivamente destinada à preser-vação do bioma Mata Atlântica.

Há uma enorme diversidade de árvores no Parque. Podem ser encontradas espécies que são caracte-rísticas de matas muito conservadas, como por exemplo os jequitibás (alguns com mais de cem anos), as canelas-de-cheiro, os ipês, os cedros, os jatobás, os guarantãs, os guamirins, os jasmins-do-mato, além de espécies como o tapiá-guaçu, a cuvitinga e a crindiúva.

de Cerrado e da Mata Atlântica do interior de São Paulo e de outros estados, e atualmente ocupa a área de uma outra espécie nativa, o sagui-da-serra-escuro.

E quanto à arborização, é necessário priorizar espé-cies nativas ao invés de estrangeiras, pois as primei-ras já fazem parte da dinâmica do ambiente e não corremos o risco de causar impactos.

Caminhando pelo Parque, pode-se observar que as copas das árvores se encontram lá no alto, mantendo certo isolamento entre o interior da mata e o mundo lá fora. Esse encontro nas alturas forma o dossel, característica que identifica uma área como floresta.

Uma área florestada mantém-se com condições mais estáveis do que as de uma área sem mata. Por esta razão, pode-se notar uma redução substancial no nível de ruído próximo ao centro do Parque. Além disso, a umidade relativa do ar se mantém estável mesmo em épocas de estiagem, a tempera-tura se mantém mais amena, a poluição do ar é absorvida, e a água das chuvas é drenada mais facilmente, o que contribui para evitar enchentes. Essas condições são repassadas às áreas adjacentes ao Parque, trazendo os benefícios de uma área natural para a população.

Os parques situados em áreas urbanas são conside-rados patrimônios ambientais, onde coexistem áreas verdes e o ambiente construído. Oferecem à população um espaço propício para convivência social, lazer, prática de esportes, contemplação e educação ambiental .

O Programa Trilhas Urbanas oferece aos trilheiros a oportunidade de conhecer e interagir com estes importantes espaços públicos da cidade por meio de trilhas interpretativas em educação ambiental. Com o nosso trabalho buscamos estimular as pesso-as a comportarem-se de forma pró-ativa frente às questões ambientais, presentes não só em nossa cidade como também em outras áreas urbanas.

Venha trilhar a história, a geografia, a cultura, a fauna, a flora e muito mais. O Volpi te espera!

Para agendar trilhas monitoradas entre em conta-to pelo email: [email protected]

Habitando a área do Parque há representantes de mamíferos, como saguis e preguiças; de répteis, como iguanas e tartarugas; anfíbios, como as rãs do folhiço, exclusivas da Mata Atlântica; peixes, como tilápias e carpas; e aves, como beija-flor, gavião-carijó, caracará e pica-pau-de-cabeça-amarela.

É comum a presença de aves migratórias como oirerê e a garça-branca-grande, atraídas pelo refúgio e a oferta de alimento. Existem também aves aquáticas, como gansos e marrecos.

Os invertebrados também são numerosos. Nos lagos, podemos encontrar crustáceos como o lagostim vermelho e o caranguejo-de-água-doce. Os insetos, grupo mais diverso do planeta, são abundantes. Para comprovar, basta observar a grande quantidade e diversidade de borboletas no Parque. As aranhas também estão presentes com suas teias exuberantes e seus hábitos discretos, porém muito eficientes na captura de alimento.

O respeito aos animais é fundamental para a sua manutenção no Parque. Isso inclui não alimentá-los, pois muitas vezes nossos alimentos não são adequados à dieta desses bichos. Além disso, se estiverem carregando filhotes, esses animais podem ser agressivos como modo de proteção. O respeito também significa não se aproximar mais do que o necessário para observá-los, pois corre-mos o risco de estressá-los ou causar algum tipo de acidente.

Assim como a flora, a fauna do Parque também é bastante diversificada. Aqui encontramos os mais diferentes tipos de animais, de todos os tamanhos, cores e formas. Todos fazendo parte de uma gigan-tesca teia que mantém todo o sistema em equilí-brio dinâmico.

Créditos

Volpi

Alfredo VolpiParque

Paisagens do

A vida no ParqueRemanescente de Mata Atlântica

população. Os lagos do Parque são o destino natu-ral das águas pluviais que não são absorvidas pelo solo. Por estarem localizados na parte mais baixa do relevo, as águas chegam aos lagos com bastante força e em grande quantidade, carregando sedimentos internos e externos ao Parque. Essa situação acaba acelerando o assoreamento, processo observado em qualquer sistema lacustre, mas que pode ser acelerado pelo homem e levar ao fim prematuro da vida de um lago.

O Parque é entrecortado por diversas nascentes que dão origem a três lagos, criando um ambiente muito agradável e de extrema importância para a cidade de São Paulo e para a qualidade de vida da

Pela área do Parque podem ser observados diver-sos organismos que não são nem planta, nem bicho. São os fungos, fundamentais na dinâmica da vida, que contribuem na ciclagem de nutrientes na floresta. Alguns desses fungos possuem até biolu-minescência, brilhando no escuro e dando um espetáculo à parte durante a noite. Exemplos de fungo são as orelhas-de-pau e os cogumelos, alguns dos quais estamos habituados a ter como alimentos, como shitake, shimeji e champignon. Os cogumelos do Parque não podem ser consumidos.

Podemos encontrar fungos também em associa-ção a algas, formando os líquens. As algas fornecem alimento por meio da fotossíntese, enquanto os fungos secretam substâncias que estimulam o crescimento das algas.

Apesar de serem bastante assemelhados a plantas, os fungos não fazem fotossíntese e possuem quiti-na (a mesma proteína encontrada no exoesquele-to de insetos) como componente fundamental de sua parede celular. As plantas, por sua vez, possuem parede celular de celulose (matéria-prima para a fabricação de papel). Por incrível que pareça, os fungos são mais aparentados aos animais do que às plantas. No entanto, por questões históricas, a Micologia (ciência que estuda os fungos) faz parte da Botânica. No passado, acreditava-se que os fungos eram, de fato, plantas.

Uma espécie animal ou vegetal é considerada exóti-ca ou introduzida quando se instala em um novo ambiente, diferente do qual pertence. Para chegar ao novo ambiente a espécie pode viajar pelo próprio esforço (voando, nadando ou andando) ou "pegar uma carona" com outros animais ou meios. O homem frequentemente introduz espécies com vários objetivos, como fazer controle de pragas, produzir novos produtos agrícolas, uso ornamental, ou mesmo acidentalmente.

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A cidade foi, com o tempo, chegando até os arredo-res do Parque e hoje o circunda, usufruindo dos benefícios que ele pode oferecer. Mas como foi esse processo de crescimento? De que forma acon-teceu a urbanização dos arredores do Rio Pinhei-ros?

O início: os jesuítas e a Fazenda de Chá

Em meados do século XVI os jesuítas dão início à colonização da região e nela permanecem até serem expulsos pelo Fisco Real, órgão controlador de terras na colônia, em 1750. Dois séculos depois, a região do Morumbi e adjacências ganharam "ares de nobreza" quando D. João VI presenteou John Maxwel Rudge com um terreno para o cultivo do chá, iniciando assim a plantação de chá no Brasil, na Fazenda Boa Vista do Morumby. Após a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, o cultivo do chá entrou em decadência e com ele a Fazenda, que foi derrubada. Mais tarde, em 1940, o Casarão da Fazenda foi reconstruído para sediar um centro cultural.

Século XX: o crescimento

Pertencente ao distrito do Morumbi, o Parque Alfredo Volpi é uma das áreas que restaram dos loteamentos da Fazenda Morumby, que tiveram início nos anos 1950. Transformado em parque municipal em 1971, sofreu tentativa de privatiza-ção em 1974, porém os moradores se organizaram

para impedir que o Bosque do Morumbi, como era conhecido anteriormente, se tornasse propriedade particular.

A formação dos bairros no seu entorno aconteceu no final dos anos 1970, com o forte crescimento econômico da cidade, tanto urbano quanto indus-trial. Nessa época, as partes oeste, sudoeste e a região de Santo Amaro, que no começo do século passado eram ocupadas por áreas de lazer, foram transformadas em bairros destinados à moradia.

Esse processo marcou uma rápida mudança no uso do solo da região. Com o desmatamento, a imper-meabilização e contaminação do solo, além da poluição e retificação dos córregos e rios, houve uma grande degradação dos recursos naturais. Isso acabou prejudicando não só a flora e a fauna nativa, mas também os seres humanos.Por isso a importância do Parque para a região, como lazer e manutenção da vida.

Os lagos: habitat e destino

Espécies Exóticas e Introduzidas

Os fungos: completando os ciclos da vida O Parque e a Cidade

Preparando o ambiente para a vida A Flora:

Acelerando a dinâmica da vida A Fauna:

Programa Trilhas Urbanas

coordenação do programa Trilhas UrbanasVirginia T. V. Tristãocoordenação de pesquisa e textoLeandro Rodrigues Gonçalvesparticipação técnicaAndréia Tavares Fortino Alexandre Luke ShahiniBárbara Manuela dos Santos Eduardo CortezCamila Capassi Malagodi Mariano Ribeiro da SilvaMichele Cavalcanti Toledo Rubens Koloski ChagasVirginia T. V. Tristão Sandra Carolina AmaralMarcos Vinícios G. de Medeiros revisão de textosMônica Cristina Ribeirocoordenação de arteSílvia Glueck projeto gráficoNatan de Aquino Giuliano / Gabriela Casellato CarnascialifotosMarcelo Furlan (1, 7, 9, 10, 11 e 13 ), Sandro Mazer (8 e 12)Andréia Tavares Fortino (4), Marcello Sellan (5, 6, 14 e 15), Leandro Rodrigues Gonçalves (2, 3 e 16)produçãoCélia Giosarevisão dos nomes científicos e status das espécies da faunaJuliana Summa - SVMA/Divisão de Fauna /Depave-3 revisão técnica - floraBiól. Ricardo J. Francischetti Garcia -SVMA/DEPAVE-8 / Herbário Municipal apoio técnicoArq. Hélia S B Pereira -SVMA/DEPLANedição 2010

Alfredo VolpiParque

TRILHA DA BIODIVERSIDADE

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SÃO PAULOCIDADE DE Ano Internacional

da Biodiversidade

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Nos parques urbanos, alguns dos animais encon-trados foram introduzidos pela própria população, muitas vezes com boa intenção. Algumas pessoas soltam animais por não terem suporte para criá-los em casa, sem saber que, abandonando-os, estão cometendo um crime ambiental (Lei Federal 9605/98).

No Parque Alfredo Volpi temos como destaque de espécies exóticas o lagostim vermelho e de espécie introduzida o sagui-de-tufo-preto. Esses animais, devido à ausência de predadores, consolidaram-se nos lagos e árvores do Parque. O lagostim, cuja venda foi proibida pelo IBAMA pela Portaria nº 5 de 28 de janeiro de 2008, consolidou-se nos lagos do Parque devido à ausência de predadores e compe-te por recursos, como espaço e comida, com as populações de peixes e sapos dos lagos, o que reduz bastante o número de indivíduos desses grupos. Já o sagui-de-tufo-preto é uma espécie nativa, mas introduzida no município. É originário

Secretaria Municipal do Verde e do Meio AmbienteDepartamneto de Educação Ambiental e Cultura de Paz - Umapaz

Divisão Técnica de Difusão e Projetos em Educação Ambiental

Parque Alfredo VolpiAv. Eng. Oscar Americano, 480 E-mail: [email protected]/Fax: (11) 3031-7052Horário: 6h às 18h/ 6h às 19h (verão)