Travessia Altamira a São José da Serra
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Transcript of Travessia Altamira a São José da Serra
segunda feira, 27 de julho de 2015
Em meados de junho
passado, exatamente
1 ano após realizar o
mesmo trajeto,
juntamente com um
grupo de amigos
voltamos à Travessia
Altamira a São José
da Serra. Trata-se de
uma rota de
aproximadamente 25
km nos arredores do
Parque Nacional da
Serra do Cipó;
percorrido no sentido
sul - norte. É uma
rota que não apresenta nenhuma dificuldade técnica ou pontos complicados para
transposição; nem mesmo grandes desníveis. Porém, algo que não falta nesta
Travessia é beleza.
Contemplar o Espinhaço e sobretudo percorrer o grande Vale da Lagoa Dourada
sempre nos proporciona visuais incríveis, como se fosse a primeira vez ali estar...
Grande parte dos montanhistas e caminhantes que conheço cultivam um xodó
por essa Travessia. E com razão, pois além da beleza única é um perfeito
aquecimento para outras empreitadas maiores. Novamente fizemos a pernada
em dois dias, sem pressa nenhuma, no intuito de curtir e socializar...
Deixamos BH por volta de 6h30 do dia 13 de junho e pontualmente às 9h20
iniciamos nossa Travessia. O tempo estava parcialmente nublado; com um sol
meio preguiçoso e até fechando em alguns momentos... O ponto exato do início
é uma porteira à esquerda da estrada Altamira de Baixo - Altamira de Cima ou
Mutuca (onde fica a Cachoeira Alta), cerca de 3,5 km após o arraial (Altamira de
Baixo) e poucos metros antes da casa da Dona Margarida; altitude em torno de
1.100m.
Pulamos a porteira e tomamos o sentido oeste em aclive por restos de uma
antiga estrada. logo acima próximo à um bananal seguimos pela trilha à direita
que sobe rente a uma cerca de arame. O pasto estava bastante sujo, diferente
de outras ocasiões que passei por ali. Pouco adiante, animados com a prosa e
uma desatenção: demos uma pequena desviada da trilha, seguindo mais à
direita. Mas logo notamos o erro e cheios de carrapichos voltamos à trilha
correta; chegando em minutos à uma porteira, já bem próxima ao final da subida.
Sorte deram o Mateus e a Sol que seguiam na dianteira e foram mais
atenciosos... Da porteira em diante tomamos o sentido norte/noroeste por uma
trilha bem marcada e a única grande subida do dia ficara para trás...
Em curto trecho
passamos por um
mirrado ponto de
água, outra porteira;
mais outro ponto de
água; e de modo
suave fomos
percorrendo os
campos rodeados por
algumas restingas de
capoeira. A Serra do
Espinhaço à nossa
direita (leste) e lá do
outro lado do vale do
Rio Preto; bem como
o início da Serra da Lagoa Dourada à nossa esquerda (oeste) se apresentavam
Sentido Sul do Vale da Lagoa Dourada ao entardecer.
Confira ou baixe o tracklog ao final do relato
Flor de Canela de Ema pela trilha
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direita (leste) e lá do
outro lado do vale do
Rio Preto; bem como
o início da Serra da Lagoa Dourada à nossa esquerda (oeste) se apresentavam
majestosas. Passamos por novo ponto de água dentro de uma matinha aonde
fizemos uma parada para descanso.
Retomada a caminhada, a trilha se mantém bem marcada. Porém, quando a
trilha tende à esquerda (oeste) no sentido da serra da Lagoa Dourada,
desviamos reto (noroeste) pela vegetação rumo à novo veio de mata, em suave
e curto declive. Passamos por algumas pedras onde se colocam sal para o gado
e cruzamos a matinha; por onde passa um riachinho (que formará a cachoeira do
Marimbondo lá embaixo, na Mutuca). Outra parada para refresco... Adiante a
trilha segue em aclive e margeando uma matinha pela direita. Surgem também
muitos cristais às margens da trilha... Ainda em aclive suave logo despontamos
na virada de um morro com um visual amplo e maravilhoso do vale e das serras
à oeste, leste e um vale ao norte. Parada para fotos, pois é um lugar
simplesmente indecente...
Continuando a
caminhada agora em
declive, dirigimos
para o fundo do vale,
onde há uma restinga
de mato por onde
corre um pequeno
afluente do Rio Preto,
formador da
Cachoeira Alta; lá
chegando por volta
de 12h30. Fizemos
nova parada para
descanso e lanche.
Após, deixamos
nossas cargueiras à margem da trilha e caminhamos por cerca de 100 metros à
direita (leste) indo até à cabeceira da Cachoeira Alta.
O local é discreto,
com algumas rochas
e um bonito poço
suficiente para umas
braçadas. Porém,
ninguém se animou a
pular... Aproveitei e
juntamente com o
Robson e a Sol
demos um giro pelo
mirante, de onde se
pode ver a singela
garganta da
Cachoeira e algumas
moradias lá embaixo,
onde há uma pousada. A Cachoeira Alta realmente faz juz ao nome; mas não se
iluda com alguns videos que circulam na internet; pois o volume normal de água
que despenca do paredão em dias secos é uma merreca e costumeiramente se
perde ao vento. O vídeo que mostra um volume de água assombroso
despencando do paredão foi feito em dia de forte chuvarada; portanto anormal.
Mas a pequena quantidade de água não tira a beleza do lugar. O visual do vale
lá embaixo é simplesmente estonteante... A título de curiosidade, o poço inferior
da Cachoeira Alta é pequeno e particular; com acesso controlado por uma
pousada...
Em torno de 13h00 retomamos a caminhada, agora em aclive e por campo
aberto. Ignoramos uma saída à direita (que vai em direção ao Vale do Rio Preto
lá embaixo; onde está a Pousada e o poço da Cachoeira Alta) e sem correrias,
lt d 14h20 h Mi t d V l d L D d
Flor de Canela de Ema pela trilha
Vale do Rio Preto visto desde o topo da Cachoeira Alta
Amigos às margens do poço na cabeceira da Cachoeira Alta
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Em torno de 13h00 retomamos a caminhada, agora em aclive e por campo
aberto. Ignoramos uma saída à direita (que vai em direção ao Vale do Rio Preto
lá embaixo; onde está a Pousada e o poço da Cachoeira Alta) e sem correrias,
por volta de 14h20 chegamos ao Mirante do Vale da Lagoa Dourada, a
aproximadamente 1.470m de altitude. Lugar único que valeu uma longa parada
para fotos, descanso e contemplação. É um dos visuais mais marcantes de toda
a região. Após as fotos, iniciamos nossa descida rumo ao Vale pela cascalheira,
que apesar de curto é um trecho chatinho de vencer dado ao risco de
escorregões. Mas em 15 minutos já estávamos lá embaixo; pois a trilha é bem
marcada e não existe possibilidade de erros. Nesse ponto, tínhamos o vale todo
à nossa frente ao norte, serpenteado pelo Rio Jaboticatubas; sendo rodeado à
leste e oeste por morros com muitas rochas e matas de galerias. Ao sul, uma
queda singela e precursora do Jaboticatubas. Altitude em torno de 1.200m.
Optamos por
percorrer os cerca de
5 km do Vale da
Lagoa Dourada até o
acampamento pela
margem esquerda do
Rio Jaboticatubas.
Assim, cruzamos o
riachinho pulando
pedras e tomando
rumo noroeste,
passamos a
caminhar por restos
de velhas trilhas
entre gramíneas.
Paisagem enlouquecedora naquele fim de tarde... Em alguns pontos foi
necessário distanciar um pouco mais do rio e procurar trechos mais secos para
caminhar. É que o Vale da Lagoa Dourada possui charcos em alguns pontos, que
variam conforme as condições de tempo. Cruzamos também alguns regos
d'água afluentes do Jaboticatubas. Em um deles, um dos nossos amigos
escorregou e apesar dos seus quase 2 metros de altura, a água foi até o seu
peito e disse que não se encontrou o fundo...
Apesar desse percalço refrescante, continuamos a pernada e por volta de 17h00
chegamos à Cachoeira da Lagoa Dourada, local do nosso pernoite. Foi um fim
de tarde espetacular, com céu anil e muito sol... Após umas exploradas no lugar
e banho no Rio Jaboticatubas com águas incrivelmente agradáveis, a noite
rendeu muito papo enquanto preparávamos o jantar; e continuou até um bom
tempo depois. Momentos únicos que valem uma caminhada e um acampamento
ao lado de agradáveis amigos... Não ventou e nem fez frio pelo Vale naquela
noite...
A manhã de domingo
chegou linda e com
sol radiante. Aos
poucos o sol foi
invadindo o vale da
Lagoa Dourada, uma
beleza.
Permanecemos por
ali até por volta de
13h00, tempo
suficiente para
explorar o lugar.
Mirantes, quedas
diversas, banho de
cachoeira, papo
fiado, preguiça gostosa... Coisa boa demais. Voltando ao acampamento e após
forrar o estômago, desmontamos a base e iniciamos nossa pernada às 13h30
rumo a São José da Serra. O Distrito fica distante cerca de 10 km desde a
Cachoeira - acampamento; sendo que destes faríamos somente 6 km a pé...
Entardecer sobre o Cânion do Jaboticatubas
O Vale quando partíamos...
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forrar o estômago, desmontamos a base e iniciamos nossa pernada às 13h30
rumo a São José da Serra. O Distrito fica distante cerca de 10 km desde a
Cachoeira - acampamento; sendo que destes faríamos somente 6 km a pé...
Carregados, passamos pelo casebre que há no lugar, cruzamos a velha cerca de
arame e tomamos a trilha bem marcada sentido noroeste. Meia hora depois
atingíamos o ponto máximo da caminhada daquele dia. Pensávamos em passar
na Gruta da Água Adentro, na trilha que vai para o Parnacipó, mas no andar da
carruagem fez-nos dividir em dois grupos.
Assim, passamos
pela bifurcação que
segue para a gruta,
mas os amigos que
não conheciam e
queriam ir ao lugar
sumiram adiante.
Então, tocamos pra
São José da Serra.
Passamos por uma
porteira e logo
adiante alguns deles
estavam à nossa
espera. Como a
bifurcação da Gruta
desejada ficara lá
atrás, seguimos adiante, agora descendo a cascalheira final sentido oeste.
Vencemos o trecho e próximo das 15h30 chegávamos à estradinha de São José
da Serra, aonde já nos esperava nosso resgate. Embarcamos e tocamos para
Vila, aonde fomos forrar o estômago no Restaurante da Cristina. De panças
cheias, por volta de 17h30 deixamos o arraial de São José da Serra retornando
para BH; aonde chegamos em torno de 20h00, depois de enfrentar um pequeno
congestionamento em Lagoa Santa.
Foi um pernada muito
prazeirosa, daquelas
sem pretensões e
feitas para
relaxamento. Por isso
que vale sempre a
pena voltar à essa
travessia, que sem
dúvidas é uma das
mais expressivas
variantes de todo o
Espinhaço; um
aquecimento de luxo
para a Serra Fina que
faríamos 5 dias
depois.... Gratidão
imensa aos parceiros
dessa pernada! Foram dois dias sensacionais que pareceram minutos...
SERVIÇO - TRAVESSIA ALTAMIRA A SÃO JOSÉ DA SERRA
Tracklog
Rota da Travessia Altamira a São José da Serra no Wikiloc. Para facilitar, dividi a
rota em duas partes e inclui parte do trecho da estrada de acesso até Altamira e
início da trilha; bem como o trecho da estrada de terra do final da trilha até o
centrinho de São José da Serra; e depois sua ligação até a rodovia MG 10.
A primeira parte vai da estrada após o Distrito de Carmo da União,
passa por Altamira e chega até o início da trilha (trechos em estradas
Ao fundo, parte Alta do Parnacipó visto desde
a trilha em direção a São José
A criançada feliz com o Vale ao fundo.
O nublado permaneceu por grande parte do primeiro dia
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