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Profª Ms. Francine Perrone TRATAMENTO NUTRICIONAL EM HIV- AIDS

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Tratamento Nutricional Em Hiv

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Profª Ms.

Francine

Perrone

TRATAMENTO

NUTRICIONAL EM HIV-

AIDS

A desnutrição, perda de peso e a depleção da massa celular

podem ocorrer em todos os estágios da doença.

A infecção pelo HIV está relacionada com aumento do gasto

energético basal

ESTADO NUTRICIONAL E METABOLISMO

A desnutrição em pacientes com AIDS, conhecida como

Wasting Syndrome (Síndrome Consuptiva), é caracterizada

pela perda do peso habitual involuntária maior que 10%.

Perdas de >5% - morbidade e mortalidade

Em geral, está associada a febre documentada por mais de

30 dias, fraqueza e diarréia (> 3 evacuações/ dia por mais

que 30 dias).

A incidência da desnutrição e da síndrome consuptiva

diminuiu um pouco com o uso da HAART (terapia

antirretroviral de alta eficácia).

ESTADO NUTRICIONAL E METABOLISMO

A perda de peso ocorre mesmo nos pacientes em HAART.

18% apresentaram perda > 10% do peso em 1 ano

21% perderam > 5%

8% apresentaram IMC <20 kg/m2

Consequências:

• Perda de massa corporal magra

• Progressão da doença

• Diminuição da força muscular

• Piora do estado funcional

• Piora da qualidade de vida

ESTADO NUTRICIONAL E METABOLISMO

Alterações nervosas – invasão das células gliais do sistema

nervoso central – demência e neuropatias

Lesões orais, esofágicas – dificuldade na mastigação

Infecções intestinais – E. coli e C. dif f icile – Diarréias

CAUSAS DA DESNUTRIÇÃO NA HIV/AIDS

CATABOLISMO DIMINUIÇÃO

NA INGESTÃO DESNUTRIÇÃO

Considerar os métodos tradicionais para avaliação do estado

nutricional

• avaliação global subjetiva

• Antropometria

• parâmetros bioquímicos

• impedância bioelétrica

Distinguir a síndrome consuptiva e l ipodistrofia que podem

estar associadas.

Acrescentar exames de avaliação metabólica para

diagnosticar a presença da l ipodistrofia.

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

Fatores físicos: lipoatrofia na região da face, dos membros

superiores e inferiores e uma proeminência das veias

superficiais associado ou não ao acúmulo de gorduras na

região do abdômen, da região cervical (gibas) e das mamas.

Fatores metabólicos: aumento sérico de lipídeos, intolerância

à glicose, aumento da resistência periférica à insulina e

diabetes mellitus, associados ou não às alterações

anatômicas

DIAGNÓSTICO DA LIPODISTROFIA

evitar a desnutrição, principalmente a perda de peso corporal,

minimizar os sintomas e prevenir as infecções do HIV e as

oportunistas,

melhorar a tolerância ao tratamento antirretroviral,

ajudar a manter a composição corporal,

promover melhor qualidade de vida.

OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL

Perda significante de peso (> 10% em 6

meses);

IMC <18,5kg/m²

ASG = C

albumina sérica < 3mg/dL.

QUANDO A TERAPIA NUTRICIONAL ESTÁ

INDICADA?

RECOMENDAÇÕES DE ENERGIA

Tanto pacientes estáveis quanto aqueles com

alguma infecção oportunista, apresentam

aumento da TMB

Pode elevar de 20 a 30% da necessidade

energética.

RECOMENDAÇÕES DE ENERGIA

ASSINTOMÁTICOS

30 a 35 kcal/kg

SINTOMÁTICOS

40 kcal/kg

PROTEÍNA

ASSINTOMÁTICOS

1,2 g/Kg

SINTOMÁTICOS

1,5 g/kg

Outros fatores como insuficiência renal, pancreatites ou encefalopatia hepática devem ser considerados para o cálculo das necessidades.

Podem ocorrer níveis plasmáticos diminuídos de vitaminas A,

B, C, E, z inco e selênio.

A prevalência de baixos níveis de vitamina B12 decrescem

depois da introdução da HAART.

vitaminas A, B, C, E, z inco e selênio, não devem ser inferiores

a 100% das DRIS.

MICRONUTRIENTES

Ainda faltam evidências clínicas conclusivas sobre os

benefícios da uti lização de fórmulas especializadas para o

paciente com HIV/AIDS

Provavelmente devido a l imitações dos estudos, relacionados

aos aspectos éticos e metodológicos

FÓRMULA ESPECIALIZADA?

A suplementação via oral com 30g de glutamina por dia

reduziu a gravidade da diarréia associada ao tratamento com

inibidor de protease em pacientes com HIV/AIDS.

Ainda faltam evidências clínicas conclusivas sobre os

benefícios da restrição de lactose, parece ser benéfica

apenas no caso de diarreia infecciosa, e não na secretora –

inerente à própria doença.

Probióticos estão indicados para o paciente pediátrico com

HIV, principalmente quando ocorre disfunção intestinal e

redução de l infócitos T CD4 (A).

QUAIS OS NUTRIENTES SÃO EFICAZES

PARA O CONTROLE DA DIARRÉIA?

Intervenções nutricionais com objetivo de manter o

peso corporal devem ser implementadas.

Alguns estudos mostraram que a suplementação oral

aumentou a ingestão nutricional resultando no

aumento no ganho de peso e massa corporal

gordurosa.

Exercícios de resistência, com ou sem componente

aeróbico, aumentaram o teor de massa magra e

melhoraram a resistência à insulina.

TERAPIA NUTRICIONAL X LIPODISTROFIA

Os pacientes costumam seguir uma dieta inadequada.

64,3% - dieta em excesso e de baixa qualidade – sobrepeso.

8,6% - dieta nutricionalmente pobre.

A terapia nutricional associada à atividade física promove significante alteração na composição corporal e pode ser usada de forma complementar

Dietas com baixo teor de gordura ou exercício físico podem resultar na perda de tecido adiposo e, portanto, devem ser indicados como prevenção nos pacientes com lipodistrofia.

TERAPIA NUTRICIONAL X LIPODISTROFIA

Dicas úteis para orientação nutricional para pacientes

com AIDS

1. Orientar refeições fracionadas (intervalo de 2-3 h).

2. Oferecer mais alimentos no período da manhã quando o

apetite está melhor.

3. Consumir alimentos que mais preferir.

4. Escolher alimentos com alta densidade energético-protéica

(vitaminas com leite, mingau).

5. Quando possível, tomar os medicamentos com leite, sucos

ou bebidas instantâneas.

6. Preparar sopas, caldos, mingaus e vitaminas engrossados

com módulos de energia e proteínas.

7. Praticar de 10-15’ de atividade física antes das refeições.

8. Evitar líquidos durante as refeições.

9. Fazer as refeições em ambiente tranqüilo e agradável.

10. Mastigar bem os alimentos.

Com perda de apetite

1. Preferir alimentos salgados e secos.

2. fracionamento e volume das refeições.

3. Preferir alimentos de + fácil digestão (evitar gorduras).

4. Mastigar bem os alimentos.

5. Fazer as refeições em ambiente tranqüilo e agradável.

6. Evitar extremos de temperatura.

7. Não ingerir líquidos durante as refeições.

8. Evitar deitar após as refeições.

Com náuseas e vômitos

Dicas úteis para orientação nutricional para pacientes

com AIDS

2. Evitar alimentos ricos em fibras insolúveis (folhas, frutas com

bagaço e casca, cereais). Preferir fibras solúveis (gomas,

mucilagem).

3. Evitar leguminosas (feijão, ervilha, lentilha).

4. Preferir carnes magras e brancas (aves e peixes).

5. Preparar carnes cozidas, grelhadas ou assadas.

6. Ingerir bastante líquido: água, água de coco, sucos diluídos,

soluções isotônicas.

7. Evitar doces concentrados.

8. Fracionar as refeições (mínimo 6).

Com diarréia

Dicas úteis para orientação nutricional para pacientes

com AIDS

1. Evitar alimentos muito temperados, salgados, ácidos,

refrigerantes.

2. Evitar alimentos com temperaturas extremas.

3. Modificar a consistência da dieta (legumes bem cozidos

ou na forma de purês ou suflês, carnes bem cozidas e

desfiadas, biscoitos, pães e torradas devem ser

molhados no leite ou sopa).

Com odinofagia

Dicas úteis para orientação nutricional para pacientes

com AIDS

Homem de 43 anos com antecedente de infecção pelo HIV,

descontinuou o acompanhamento e tratamento antirretroviral

por conta própria a cerca de 1 ano e meio (na época estava

com controle ótimo segundo suas informações).

Permaneceu assintomático até há 2 meses, quando passou a

apresentar dor retroesternal ao engolir. Dirigiu-se ao pronto-

socorro com história de 4 semanas de tosse seca e dispnéia

progressiva, além de febre nos últimos 4 dias de até 38,4

graus.

Refere ainda perda de peso de 6 quilos nos últimos 6 meses e

abatimento progressivo.

DIAGNÓSTICO: AIDS, PNEUMONIA E CANDIDÍASE ORAL

CASO CLÍNICO

Exame Físico

Bom estado geral, descorado+/++++, hidratado, anictérico,

acianótico

PA: 128/84 mmHg

FC: 90 b.p.m

PESO HABITUAL: 75 Kg

PESO ATUAL: 69 Kg

ALTURA: 1,70m

Ingestão oral prejudicada

DADOS DO PACIENTE

Responda:

Qual o estado nutricional do paciente?

Qual a necessidade calórica e proteica?

Qual via de administração da dieta?

Qual o tipo de fórmula?

Calcule o volume da dieta.