TRATAMENTO DE FERIDAS EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS Silvana C....
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Política e Programa de Plantas Medicinais e Fitoterápicos
“Garantir à população brasileira o
acesso seguro e o uso racional de
plantas medicinais e fitoterápicos,
promovendo o uso sustentável da
biodiversidade, o desenvolvimento da
cadeia produtiva e da indústria
nacional.”
FITOTERAPIA
FORMA TERAPÊUTICA QUE
TEM COMO BASE O USO
DE FITOTERÁPICOS.
FAZ PARTE DA TERAPÊUTICA
ALOPÁTICA.
Política e Programa de Plantas Medicinais e Fitoterápicos
FITOTERÁPICO é todo medicamento elaborado à partir de plantas medicinais respeitando o seu fito-complexo integral.
FITOFÁRMACO é todo medicamento elaborado à partir de principio(s) ativo(s) isolado(s) de plantas medicinais.
(não fazem parte da PNPMF)
Planta Medicinal
FITOCOMPLEXO
• “Conjunto de princípios ativos existentes em
uma planta, bem como
substâncias coadjuvantes
que, apesar de não possuírem
ação farmacológica
direta, potencializam ou
atenuam a mesma; ou ainda
modificam a absorção dos
princípios ativos no trato
digestivo.”
OMS – PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS
• Uso preferencial de fitoterápicos na atenção primária , sob prescrição de profissional de saúde habilitado.
• Reconhecimento uso tradicional.
• Identificação botânica correta.
• Formulação de padrões de qualidade e segurança.
• Padronização do cultivo.
• Cuidados na preparação.
RECOMENDAÇÕES
PNPMF – ESTRATÉGIAS IMPLANTAÇÃO - BRASIL
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
(universalidade/ integralidade /equidade)
ATENÇÃO BÁSICA
PROGRAMA SAÚDE FAMÍLIA
Punica granatum L.
Política e Programa de Plantas Medicinais e Fitoterápicos
Acesso a Plantas Medicinais e Fitoterápicos aos usuários do SUS
O município deve adotar a melhor forma, entre os diferentes níveis de complexidade e de acordo com suas possibilidades e necessidades:
Planta Medicinal in natura
Planta Medicinal seca
Fitoterápicos manipulados
Fitoterápicos industrializados
Portaria nº 1555, 30 de julho de 2013 – fica prevista a aquisição de plantas medicinais, drogas vegetais, derivados vegetais para manipulação das preparações dos fitos da RENAME em Farmácia Viva e farmácia de manipulação do SUS.
Política e Programa de Plantas Medicinais e Fitoterápicos
• MONOGRAFIAS DA OMS
OBJETIVOS GERAIS
• Prover informação científica sobre segurança, eficácia e controle de qualidade de plantas medicinais;
• Prover modelos para auxiliar os Estados Membros a desenvolver suas próprias monografias ou formulários para plantas medicinais;
• Facilitar troca informações entre Estados Membros.
PNPMF - RENISUS
• Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS.
• 2009 – Relação de 71 espécies vegetais.
• Característica: potencial de avançar nas
• etapas da cadeia produtiva e de gerar produtos de interesse ao SUS
PNPMF - RENISUS
• Finalidade: orientar estudos e pesquisas
sobre essas plantas medicinais –
elaboração de Monografias necessidade
de confirmação de segurança, eficácia e
qualidade para inclusão na RENAME
PNPMF - RENISUS
Processo de elaboração de
Monografias
Guia para elaboração das monografias – modelo padrão (Carvalho,2011).
Busca de informações em banco de dados, Compêndios oficiais e não oficiais, regulamentações da Anvisa.
Uso de gerenciador de referências Endnote Web.
25% Monografias Finalizadas 25% Monografias colocadas em Consulta Pública. 41% Monografias em elaboração 0,9% Monografias não iniciadas
MONOGRAFIAS DE PLANTAS MEDICINAIS DA
RENISUS
PNPMF - Rename
Compreende a seleção e a padronização de
medicamentos indicados para o
atendimento de doenças ou de agravos no
âmbito do SUS (Decreto nº 7.508/2011).
12 Medicamentos Fitoterápicos
FITOTERÁPICOS - SUS RENAME 2017
Espinheira-santa - Maytenus ilicifolia Mart.ex Reissek
Guaco - Mikania glomerata Spreng
Alcachofra - Cynara scolymus L.
Aroeira - Schinus terebenthifolius Raddi
Cáscara-sagrada - Rhamnus purshiana DC.
Garra-do-diabo - Harpagophytum procumbens DC.ex Meisn
Isoflavona-de-soja - Glycine max merr.
Unha-de-gato - Uncaria tomentosa (Willd) DC.
Hortelã - Mentha x piperita L.
Babosa - Aloe vera L.
Salgueiro - Salix alba L.
Psilium - Plantago ovata Forssk
POLÍTICA E PROGRAMA PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS – PNPMF
RENAME - RELAÇÃO NACIONAL DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS
RETROALIMENTAÇÃO
ESTADOS E MUNICÍPIOS PODEM DEFINIR A SUA
RELAÇÃO DE FITOTERÁPICOS ESSENCIAIS
Aloe vera L. – Babosa - Rename
Uso Aloe vera L. após 1 mês de uso de Extrato Glicólico 25% Estudo Caso SC Nagai – 2012
Aloe vera L. – Babosa - Rename
• Queimaduras em crianças – segunda causa mais frequente de atendimento de emergência para crianças com idade inferior a cinco anos. 90% dos pacientes queimados não necessitam de internação.
(Ministério Saúde, 2007.)
Uso de Aloe vera L. no tratamento de queimaduras
• Khorasani,G.; Hosseinimehr,S.;Azadbakht,M.;Zamani,A.et al.
Aloe versus silver sulphadiazine creams for second degree burns: a randomized controlle study. Surgery Today,
v.39,n.7, 2009.
• Shahzad MN.; Ahmed N. Effectiveness of Aloe Vera gel compared with 1% silver sulphadiazine cream as burn
wound dressing in second degree burns. J Pak Med Assoc. Feb;63(2):225-30, 2013.
• Maenthaisong1R, Chaiyakunapruk N, Niruntraporn S, Kongkaew C,. The efficacy of aloe vera used fot burn wound healing:
a systematic review. Burns, v.33,n.6,p.713-718, 2007.
Uso de Aloe vera L. no tratamento de queimaduras
• Khorasani,G.; Hosseinimehr,S.;Azadbakht,M.;Zamani,A.et al.
Aloe versus silver sulphadiazine creams for second degree burns: a randomized controlle study. Surgery
Today, v.39,n.7, 2009.
RESULTADO:
n= 30 - queimaduras de 2º grau em locais diferentes do corpo/ cada paciente teve uma das queimaduras tratadas com uso tópico de SSD e a outra com creme de aloe.
Tempo médio de cicatrização para os locais tratados com Aloe vera foi de 15.9 +/- 2 dias e de 18.73 +/- 2.65 dias com sulfadiazina de prata (P < 0.0001). . As lesões tratadas com Aloe estavam completamente cicatrizadas com menos de 16 dias contra 19 dias com sulfadiazina de prata.
Ensaios Clínicos
Uso de Aloe vera L. no tratamento de queimaduras
Shahzad MN.; Ahmed N. Effectiveness of Aloe Vera gel compared with
1% silver sulphadiazine cream as burn wound dressing in second degree burns. J
Pak Med Assoc. Feb;63(2):225-30,
2013.
Resultados:
N=50 dois grupos iguais.
Nos pacientes tratados com Aloe vera gel, as lesões cicatrizaram antes em comparação aos pacientes tratados com sulfadiazine prata.
Em todos pacientes do grupo de Aloe vera cederam a dor antes do grupo de sulfadiazine.
FASE DE ELABORAÇÃO DE MONOGRAFIAS E LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS
PLANTAS QUE CONSTAM NA RENISUS COM POTENCIAL PARA INCLUSÃO NA RENAME
Uso de Calendula off. no tratamento de lesão por pressão.
Estudo de Caso
LESÃO POR PRESSÃO : lesão induzida
basicamente por pressão.
Afeta parcial ou completamente as camadas da pele podendo atingir os músculos, as cartilagens e os ossos.
Provoca a obstrução do fluxo sanguíneo e redução do acesso de nutrientes aos tecidos impedindo a difusão do oxigênio, levando à isquemia e à necrose tecidual que evolui para a formação da lesão.
A ocorrência está associada a fatores de risco como: imobilidade, estado nutricional, idade do paciente, unidade da pela, fricção da área afetada.
ESTUDO CASO
LESÃO POR
PRESSÃO
A.A.P. - 84 ANOS
FRATURA DE FEMUR D - CIRURGIA JUL 2013
DIABETES MELLITUS
DOENÇA VASCULAR – SEM DIAGNÓSTICO
(Nagai, 2013)
1º Dia
45 Dias
ESTUDO CASO
Limpeza Soro Fisiológico 0,9%
Calendula off 15%
Extrato Glicólico
Curativos: 2x/dia.
8 Semanas
16 Semanas
Uso de Calendula off. no tratamento de lesão por pressão.
BUZZI, M.; FREITAS, F.; WINTER, M.B.. Cicatrização de úlceras por
pressão com extrato Plenusdermax® de Calendula
officinalis L. Rev. Bras. Enferm., Brasília , v. 69, n. 2, p.
250-257, Apr. 2016 .
• Ensaios Clínicos
Uso de Calendula off. no tratamento de lesão por pressão.
Resultados:
41 pacientes
2-30 semanas de tratamento.
15 semanas de tratamento = 63% das úlceras estavam completamente cicatrizadas, com
melhorias notáveis em termos de aparência, comparadas ao início do estudo.
30 semanas, a proporção de feridas completamente curadas foi de 88%. Não foram
observados eventos adversos durante o tratamento.
Uso de Calendula officinalis no tratamento auxiliar de efeitos colaterais da radioterapia
POMMEIER,P.;GOMEZ,F.;
SUNYACH,M.P. et al. Phase III randomized trial of Calendula
officinalis compared with tolamine for the prevention of acute
dermatitis during erradiation for breast cancer> Journal of clinical
oncology: official journal of the American Socity of Clinical
Oncology, V.22,n.8, p.1447-53, 2004.
Ensaios
Clínicos
Uso de Calendula officinalis no tratamento auxiliar de efeitos colaterais da radioterapia
Radioterapia : recurso terapêutico largamente utilizado no tratamento de Câncer de mama.
Efeitos colaterais: aproximadamente 80% desenvolve queimadura da pele – radioepidermite.
Resultados:
Estudo randomizado de Fase III Prevenção da dermatite aguda de segundo grau superior.
Comparação da efetividade:
Pomada de C. officinalis 20g/100g (n=126)
Trolamina (n=128)
A ocorrência de dermatite menor no grupo C officinalis (41%, IC 95% 37-46%) do que no grupo Trolamina ( 63%; IC 95% 59-68%; p menor 0,001).
Desfechos secundários: ocorrência de dor (p=0,03), redução de frequência de interrupção da radioterapia, quantidade de agente tópico utilizado e satisfação do
paciente.
Dificuldade de uso da pomada = 30% dos pacientes.
ESTUDO DE CASO
LESÃO POR PRESSÃO CALCANHO
JBL - 87 ANOS
SEXO FEMININO
HISTÓRIA PREGRESSA :
DIABETES MELLITUS (INSULINO DEPENDENTE)
HIPERTENSÃO ARTERIAL INSUFICIÊNCIA VASCULAR GRAVE DE MMII
OBESIDADE
CIRURGIA IMPLANTE DE STEND EM ARTÉRIA PODÁLICA DIREITA - ENXERTO FEMURAL
(Nagai, 2012)
.
Uso de Matricaria chamomilla L. no tratamento de feridas - Extrato Aquoso
• CHAROUSAEI F, DABIRIAN A, MOJAB F. Using chamomile solution or a 1% topical hydrocortisone ointment in the management of peristomal skin lesions in colostomy patients: results of a controlled clinical study. Ostomy Wound Manage. 57(5):28-36, 2011.
Ensaios
Clínicos
Uso de Matricaria chamomilla L. no tratamento de feridas - Extrato Aquoso
72 pacientes com colostomia e lesões de pele periestomais
(n=36) compressas de camomila - extrato aquoso preparado 6 g pó das flores:
150 mL de água fervida
(n=36) pomada de hidrocortisona 1%
Aplicação tópica sobre a ferida.
As compressas aplicadas duas vezes por dia, durante 1 hora.
Pomada de hidrocortisona a 1%, uma vez por dia.
Avaliação das lesões a cada três dias num período de 28 dias.
Cicatrização significativamente mais rápida com camomila do que no grupo de
hidrocortisona (média do tempo de cura para 8,89 ± 4,89 e 14,53 ± 7,6 dias,
respectivamente; P = 0,001).
Os sintomas dos pacientes (dor e prurido) também tivera, resolução mais rápida no
grupo que recebeu compressas de camomila.
• Nayak BS, Kanhai J, Milne DM, Pereira LP, Swanston WH. Experimental evaluation of ethanolic extract of Carapa guianensis L. leaf for its wound healing activity using three wound models. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine. 2011;2011.
• Nayak BS, Kanhai J, Milne DM, Swanston WH, Mayers S, Eversley M, et al. Investigation of the wound healing activity of Carapa guianensis L. (Meliaceae) bark extract in rats using excision, incision, and dead space wound models. Journal of Medicinal Food. 2010;13(5):1141-6.
• Brito NMB, Silva PRFdS, Silva GCFd, Casella SFM, Sampaio ARS, Carvalho RdA. Avaliação macroscópica de feridas cutâneas abertas, em ratos, tratadas com óleo de andiroba. Revista Paraense de Medicina. 2001;15(2):17-22.
Uso de Carapa Guianensis Aubl. no tratamento de feridas
Ensaios in Vivo
Carapa guianensis Aubl.
• Estes estudos demonstraram, principalmente, que o extrato EtOH de folhas e cascas, quando diluído em salina e aplicado topicamente em feridas, apresenta atividade cicatrizante, ao contrário do óleo, que quando aplicado topicamente retarda a cicatrização, sugerindo ação irritante.
• Na literatura pesquisada, foram
encontrados dois estudos clínicos de Fase I e um na Fase II utilizando derivados de C. guianensis.
• Stepán J., Ehrlichova J., Hladikova M. Efficacy and safety of Symphytum herb extract cream in the treatment of pressure ulcers. Z Gerontol Geriatr. Apr,47(3): 228-35. doi:10.1007/s00391-013-0522-8, 2014.
• Araújo LU,Reis PG, Barbosa LC, Saúde-Guimarães DA, Grabe-Guimarães A, Mosqueira VC, Carneiro CM, Silva-Barcellos NM.In vivo wound healing effects of Symphytum officinale L. leaves extract in different topical formulations.Pharmazie. Apr;67(4):355-60, 2012.
.
Uso de Symphytum officinale L. no tratamento de feridas .
Ensaios Clínicos e In Vivo
Uso de Symphytum officinale L. no tratamento de feridas .
• 151 pacientes com 184 úlceras por pressão nos estádios II e III foram tratados com a preparação tópica de creme de extrato de ervas de
symphytum.
• Os parâmetros primários avaliados foram a área da ferida e a profundidade da ferida e período tratamento de 4 semanas.
• A cicatrização completa das lesões por pressão dentro de 4 semanas foi observada em 85,9% (população PP) / 79,8% (população ITT) das
úlceras tratadas.
•
• Durante um período de tratamento de 25-30 dias, observou-se uma redução de 89,2% da área de decúbito total. O mesmo resultado foi
encontrado para a profundidade da úlcera de pressão com uma redução de 88%.
• A eficácia do creme de extrato de ervas de symphytum é surpreendentemente boa no tratamento de úlceras de
pressão, mostrando assim uma boa compatibilidade com a pele.
Uso de Symphytum officinale L. no tratamento de feridas .
• Atividade de cicatrização de folhas de extratos de folhas de Symphytum officinale L. incorporadas em três formulações farmacêuticas.
• A atividade de cicatrização de feridas foi determinada por análise histológica qualitativa e quantitativa de ferida aberta em modelo de
rato, usando alantoína como controle positivo.
• .
• Foram comparadas três formulações tópicas, gel carbomer, solução glicero-alcoólica e emulsão O / W (loção macia).
• Os resultados indicam claramente que as folhas de comfrey têm uma atividade de cicatrização de feridas.
•
• A emulsão O / W mostrou ser o veículo mais efetivo para induzir a atividade de cicatrização, particularmente com extratos obtidos a partir
de folhas coletadas no estado de Minas Gerais no Brasil. Mostra a melhor eficácia para controlar o processo inflamatório e induzir a
deposição de colágeno a uma concentração de 8%.
VANTAGENS DA FITOTERAPIA
Baixo risco de intoxicação
Fácil administração
Fácil disponibilidade
Baixo custo
Efeitos colaterais
mínimos
PLANTAS MEDICINAIS/FITOTERAPIA
POUCA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
FITOQUÍMICA E
FARMACOLÓGICA/ ENSAIOS CLÍNICOS.
PRECISAMOS AVANÇAR!
OBRIGADA!!!!!
• Silvana Cappelleti Nagai
• Mestre em Enfermagem UNICAMP – SP
• Especialização em Fitoterapia IBEHE – SP
• Pós-graduação em Administração Pública – São
Camilo – SP
• Coordenadora de Conteúdo do Curso de
Qualificação em Plantas Medicinais e Fitoterápicos
na Atenção Básica – Ministério da Saúde.
• Email – [email protected]