Traremos para você que acabou de ser mãe ou que orgânicas ... · Assim construímos um mundo...
Transcript of Traremos para você que acabou de ser mãe ou que orgânicas ... · Assim construímos um mundo...
Traremos para você que acabou de ser mãe ou que
está gestando e idealizando como será o contato
com seu bebê algumas dicas de ouro para passar
por esse período de intensas transformações
orgânicas e emocionais chamado PUERPÉRIO!
Dois grandes pontos que muito provavelmente
serão mexidos serão o CASAMENTO e o CANSAÇO
que já está sentindo ou que vai sentir com a chegada
de um filho em casa.
O intuito desse ebook é fornecer material de
qualidade a partir da experiência clínica que temos
com as gestantes e puérperas que nos procuram
diariamente no Matri Gaia trazendo como queixa
principal esses dois grandes pontos que causam muito
desconforto e dor: o casamento que começa a entrar
em crise com a chegada do filho e o cansaço diário
com os cuidados do bebê que parece não ter fim!
Ofereceremos dicas preciosas para entrarem
em contato com essas dores e crescerem como pessoas;
dando espaço ao prazer e às descobertas que a
maternidade traz à nós mães, mas sem antes olharmos
para as renúncias, dores e aprendizados do processo.
Essa é a maternidade real! Aquela sem firulas,
aquela que todas passam e que acreditamos ser uma das
maneiras mais autênticas de evolução, pois tira o melhor
e o pior de nós! Encontramos nossa melhor versão depois
da turbulência. É possível passar por ela de forma mais
equilibrada e com ajuda.
Muitas vezes, nos comparando com a
maternidade postada em redes sociais ou conectando
com expectativas “perfeitas” do que é ser mãe, acabamos
exigindo muito de nós mesmas, do(a) companheira(a) e
até dos filhos, nos desconectando daquilo que é
verdadeiro e possível.
Nosso desejo é que vocês se tornem a melhor
versão que podem ser para vocês mesmas, para os
parceiros e, principalmente para as crianças!
Assim construímos um mundo melhor!
Por mais mulheres transformadoras, por mais mães
autoconscientes, por mais equilíbrio ao passar pela dor,
por mais amor!
Com todo carinho que nosso coração pode
oferecer,
Mariana e Luiza
Um Espaço de acolhimento à famílias que
estão em busca de autoconhecimento.
Idealizado e fundado pelas parceiras Gabriela Lubiani
e Mariana de Carvalho em 2015, justamente quando
estavam passando pelas dificuldades do puerpério de
seus primeiros filhos.
Nesse espaço, a mola propulsora é o
acolhimento às famílias que estão em busca de
informação de qualidade e serviços como yoga,
pilates, terapias e cursos ligados ao universo familiar e
infantil.
O ESPAÇO MATRI GAIA
Sócia Fundadora do Espaço Matri
Gaia. Psicóloga pela Universidade
Estadual de Londrina.
Atua no auxílio às gestantes e
puérperas com atendimentos clínicos
individuais e rodas de acolhimento para
as puérperas. Mãe de duas!
Psicóloga clínica formada pela UNESP.
Biopsicóloga pelo Instituto Visão Futuro
e especializanda do 4º ano de Análise
Bioenergética pelo LIGARE - sociedade
ligada ao IIBA (International Institute of
Bioenergetic Analisys).
Apaixonada pelos estudos da infância!
Seu site é:
www.olharesparadentro.com.br
Sabemos que uma das maiores dores que irá
enfrentar (para você que é gestante) ou que já está
enfrentando (para você que é puérpera) é a crise
de identidade que ocorre logo após que o bebê
nasce.
Essa crise traz a grande pergunta: quem eu sou
agora?
Pois certamente não sou mais aquela mulher que
eu era antes de engravidar, aquela que trabalhava
fora, que ia e vinha com muita facilidade para
onde queria, que podia tomar suas decisões que
não impactavam diretamente a vida de alguém.
Agora sou essa pessoa que está aqui, à disposição
de um ser pequenino, tentando identificar suas
necessidades e acomodar com as minhas próprias –
sono, banho, ir ao banheiro, manicure, fome, etc.
Uma outra pessoa que depende totalmente de
seus cuidados.
AS DORES DO PÓS PARTO
Uma das grandes questões é que as
necessidades do bebê não são facilmente
identificadas para podermos sanar com rapidez e
voltar ao que antes estávamos fazendo. Muitas
vezes, demoramos dias e até meses para entender o
que aquele choro representa, onde o bebê gosta de
ficar, quem ele se sente mais confortável ao estar
perto, dentre tantos outros exemplos.
Aqui reside um ponto bem importante que
é muito bacana que fiquemos atentas: o tempo do
bebê é outro! Não é o tempo do relógio, não é o
tempo do mundo interno da mãe, do mundão lá
fora, do “time is Money” à que fomos submetidas
desde que nascemos. O tempo do bebê é de
silêncio, calma e vínculo com você!
Esse vínculo acontece da melhor forma
possível com presença corpórea constante e silêncio
para escutarmos o que ele tenta nos apresentar
como uma necessidade a ser prontamente atendida:
fome, fralda molhada, frio, calor, etc...
Durante essa fase, o bebê irá se comunicar
com você através do repertório que ele domina.
Um bebê não tem repertório psíquico para
manipulação do ambiente, para fazer os pais de
bobos ou intencionalmente promover o caos e
instabilidade.
O bebê está apenas se manifestando em sua
complexidade possível, muitas vezes visceralmente,
outras vezes com amorosidade profundas, dignas de
um recém nascido!
É essencial validar a forma com que esses
seres conseguem de expressar! Sua respiração é
fluida, com poucas couraças musculares e psíquicas
e, com o tempo e conexão, será possível
compreender o que eles estão sentindo e pedindo.
Para isso, lidamos com um sentimento que
aparece de forma bem intensa nesse período: a solidão!
Nos sentimos sozinhas, mesmo que a casa esteja cheia de
gente para nos atender nesse primeiro contato com o
bebê, sozinhas, pois no fim das contas, é de nós que ele
está exigindo o melhor, é de nós que ele precisa da
presença, dos cuidados, da alimentação.
Como podemos ser tudo isso para um ser se não
sabemos direito quem somos? Como é possível passar
por esse período de tanta entrega se estamos tão
exaustas?
A natureza se incumbiu desse papel
maravilhosamente! A seleção natural nos trouxe
exatamente onde estamos agora: uma mãe que precisa
ser exigida no seu nível máximo para descobrir que ele
não existe!
Que pode ser mais ainda, que pode ir além!
Só assim, nos fortalecemos cada dia mais para
atendermos às necessidades e demandas diferentes que
vão aparecendo ao longo da vida do filho, como por
exemplo, sono inconstante, amamentação, introdução de
alimentos sólidos, entrada na escolinha, saída para
faculdade, etc.
O parto, fisiologicamente, já marca o início dessa
nova mulher que está se transformando. Pois, através da
dor e do desejo de ter o filho nos braços conseguimos
encontrar mais força, a cada contração, a cada aumento
da intensidade da dor, percebemos como somos capazes
de ir além. Os limites da mãe já não são mais os limites da
mulher que ainda não tinha um filho.
O parto é o retrato dessa nova dimensão que
seremos submetidas: de dor, cansaço, renúncia e prazer
além do que imaginávamos um dia sentir!
Falamos na introdução que iríamos trazer dois
grandes temas para discussão: casamento e cansaço. Um
deles, já estamos introduzindo nesses parágrafos inicias. O
outro, o casamento, também é palco de muitas dúvidas
pois, se eu não sei quem eu sou nesse período, como
saber com quem eu me casei? É a mesma pessoa que
escolhi tempos atrás? Mudou tanto quanto eu estou
mudando? Como ficamos além do papel de pai e mãe?
Há saída para nós nessa nova reconfiguração?
Duas pessoas, dois universos
Todo filho que chega numa família traz
mudanças tão profundas na forma com que essas
pessoas enxergam e vivem o mundo que não tem
como não refletir no casal e no relacionamento a
dois.
O reflexo disso muitas vezes são mais
discussões a respeito do novo funcionamento a que a
casa está sendo convidada a mudar para atender as
necessidades do bebê: vai dormir no quartinho dele?
Na nossa cama? Deixaremos chorando? Ofereceremos
chupeta? Contrataremos alguém? Irá para a
escolinha? Vamos parar de trabalhar fora?
Essas questões e tantas outras permeiam esse
novo contato. O problema e, ironicamente, a grande
maravilha do processo está justamente em acomodar
as diferenças de cada um no contato com o que é em
comum: o filho!
Ou seja, antes eram duas pessoas, com suas
famílias de origem diferentes, experiências e pontos
de vista diferentes em algumas situações interagindo e
vivendo a dois. Agora, são essas mesmas duas pessoas
com diferenças tentando encontrar regras de
funcionamento em comum que serão difundidas para
os filhos como modos de ação da família que nasceu.
Aí reside a dificuldade!
Se o casal conseguir passar pela turbulência
desses primeiros meses (ou anos), conseguimos
observar com nossa experiência maravilhas vindas do
renascimento dessas novas pessoas que se
transformaram com a chegada dos filhos.
Não é fácil! É caminho árduo e necessita de
muito empenho para dosar onde que depositaremos
nossa energia que está tão escassa com os pedidos do
filho pequeno.
Um ponto em comum que
permeia a CRISE NO CASAMENTO
e o CANSAÇO, mães, é a
RENÚNCIA!
Nela está o que mais valioso nós
temos: nosso livre arbítrio, nossa
capacidade de irmos e virmos em
liberdade. E parece que essa
liberdade nos é tirada nesses
primeiros meses com os bebês nos
braços.
Casamento
No casamento, como a renúncia se dá?
É importantíssimo que nos atentemos em
uma pergunta muito simples:
Eu quero continuar lutando por essa pessoa que
escolhi antes de ter filho? Vale a pena encontrar
nele(a) a nova pessoa que também irá surgir com a
paternidade?
Se a resposta for sim para essas duas
perguntas, então é necessário olhar com bastante
sinceridade para essa relação e também com mais
leveza, pois exigir e pedir diariamente pode desgastar
ainda mais o sentimento que ainda existe aí, mas que
só está sendo redirecionado agora para o bebê.
Quando paramos de
apontar o dedo para os
comportamentos do parceiro (a) e
passamos a apontá-lo para nos
mesmas!
Sim, para nós mesmas! Com
bastante sinceridade e sem
julgamentos ou culpas. Mas, o que
estou fazendo para que mais uma
discussão se inicie? O que devo fazer
para ter uma relação mais
harmônica e tranquila?
E como olhar com mais leveza?
1) O MOVIMENTO INICIAL DEVE SER SEU
Não adianta esperar do outro e cobrar dele
antes de fazer você mesma várias vezes até conseguir um
resultado favorável. É importante saber colocar para
o(a) companheiro(a) quais são seus sentimentos e suas
necessidades diante das novas demandas que estão
surgindo. Com clareza de quais são as suas necessidades
e aberta à ouvir as necessidades do outro, é mais
provável que se encontre um meio pelo qual haja
conexão no diálogo. É essencial não apontar o dedo e
fazer julgamentos, mas sim fazer pedidos claros e
comunicar o que se sente.
2) TUDO SE BASEIA EM TENTATIVAS E ERROS
Se não conseguir na primeira tentativa, tente de
novo de outra forma. Às vezes, o jeito que a primeira
conversa aconteceu não foi produtivo para ele(a) sentir
em você uma mudança do antigo padrão ou conectar
com suas necessidades.
Alguns Passos
3) NÃO SE UTILIZE DE TROCAS INFANTIS!
Se você quiser algo, peça gentilmente ao outro.
Ele não tem bola de cristal para entender o que se passa
com você internamente. Nem você mesma sabe muitas
vezes, não é mesmo? Não use de manipulações ou
chantagens para conseguir o que quer dele(a). Peça com
clareza!
4) DÊ CHANCES PARA ELE (A) ERRAR!
Deixe que ele(a) estabeleça uma relação com o
filho de vocês. Deixe-o(a) passar um tempo sozinho(a)
com o bebê, não interfira! Respeite que ele(a) tem um
jeito próprio de lidar que pode não ser o mesmo que o
seu, mas nem por isso é errado. E, se ele(a) errar, só
será mais um pai ou mãe aprendendo com o filho, não?
CANSAÇO
Nos cuidados diários com o filho, como a
renúncia se dá?
Percebemos alguns pontos que acentuam o
despendimento de energia materna e que podem causar
muito cansaço e irritabilidade:
O maior deles é o SONO.
O bebê necessita do contato físico com a mãe. Ele
desenvolveu o choro ao longo de milhares de anos de
evolução para se comunicar com os cuidadores e causar
desconforto neles a ponto de pararem imediatamente
tudo que estiverem fazendo para sanar o barulho do
choro.
A noite, não é
diferente! O bebê chora porque
precisa que alguma necessidade
seja atendida. Não há choro
sem necessidade! Ele não nos
manipula para conseguir o que
quer, isso são os adultos que o
fazem! Bebês choram porque
precisam!
Novamente é importante olharmos para
dentro de nós mesmas para identificarmos como
iremos nos sentir mais confortáveis para atender
nossa cria: deixando-o no quartinho ao lado e
levantando sempre que ele chorar? Deixando na
cama ao lado da nossa? Compartilhando nossa cama?
Há várias maneiras que as mães podem
encontrar de sanar as necessidades dos filhos. Cada
uma precisa encontrar a sua e seguir firme no que
acredita.
O cansaço se torna insuportável quando nos
desconectamos dos nossos desejos e de nós mesmas!
Para isso, três ferramentas são fundamentais
de serem ativadas diariamente:
1. Bancar as próprias decisões
2. Não se vitimizar
3. Aceitação
BANCAR AS PRÓPRIAS DECISÕES
Quando ficamos abertas para receber as
mensagens que os filhos nos trazem diariamente,
sem julgá-los ou colocá-los em estigmas como
"esse menino é teimoso“, "essa menina é mal
educada", etc. , aprendemos a observar o que
realmente queremos da nossa vida naquele
momento, ficamos atentas ao nosso desejo
interno e podemos seguir nosso coração com
mais equilíbrio e sabedoria.
A sabedoria se dá quando bancamos as
decisões que precisamos tomar para realizar os
desejos que aprendemos a reconhecer dentro de
nós.
Precisamos respeitar nossos limites e
bancar para todos que estão envolvidos
conosco: um chefe, avós se colocando
demasiadamente no educação dos netos,
educadores que não estejam em sintonia com o
que desejamos para os pequenos, enfim, bancar
sermos muitas vezes "indigestas" para as pessoas
que nos cercam.
NÃO SE VITIMIZAR
É importante olharmos para dentro de nós
mesmas como agentes da própria vida e merecedoras
do que quer que estejamos recebendo da vida:
carinho, afeto, compreensão, mas também brigas,
desentendimentos e incompreensão.
Se nós estamos onde estamos é porque, de
certa forma, construímos isso! E só nós mesmas
podemos sair de condições de opressão e entrarmos
em condições que o amor seja o caminho.
A vitimização não auxilia nosso contato com
os filhos. Muito pelo contrário, os filhos podem ver
uma mãe que está sempre reclamando e se colocando
como vítima e passarem a viver cuidando dessa mãe.
Não é o papel deles. O movimento de cuidar deve
ser nosso e não deles!
ACEITAR
É hora de nos conectarmos com a
maternidade real, saindo de contos de fada e
idealizações infantis. A realidade estampada nas redes
sociais e em capas de revista não é a vida que as
pessoas levam em sua totalidade. É um recorte.
Vamos nos conectar com nossa realidade e tudo que
existe dentro dela.
Quando aceitamos a vida do jeito que é, os
filhos e os cônjuges exatamente do jeito que são
estamos no caminho para uma maior realização
pessoal, pois provavelmente estaremos mais
conectaras com nossas próprias falhas e acertos e
julgaremos cada vez menos as falhas dos outros.
É difícil aceitar o que não concordamos! A
ideia não é da submissão desmedida!
Mas sim de, primeiramente, olharmos para
dentro de nós mesmas e começarmos as mudanças! O
outro, muito provavelmente também se posicionará
de forma diferente! Cabe a ele essa escolha!
Para fechar...
Trouxemos conteúdos de experiências bem
marcantes que observamos diariamente na clínica
com gestantes e puérperas. O casamento e o cansaço
passam por reformulações!
Ambos se modificam para poder encaixar as
inúmeras demandas que um filho pequeno traz para a
realidade familiar.
Estamos juntas para amparar com muito
carinho às exigências que a vida traz com o "ser mãe".
É um amparo carinhoso, mas com convites
para sempre olharmos para dentro de nós mesmas
primeiramente para depois nos movimentarmos no
contato com o outro.
Nos escreva contando o que achou do nosso material,
como foi tocada e o que gostaria que trouxéssemos no
futuro para vocês!
Agradecemos a abertura e confiança!