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TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: um desafio para

a inclusão no ensino fundamental

Autora: Maria Aparecida Feracin1

Orientadora: Ana Rita Levandovski 2

RESUMO

Esse artigo trata fundamentalmente do Transtorno do Déficit de Atenção e

Hiperatividade – TDAH, tendo como método a pesquisa bibliográfica. Considerado

patologia, o TDAH está relacionado à produção deficitária de neurotransmissores,

substâncias produzidas no sistema nervoso central. Optou-se pelo assunto devido à

necessidade de renovar a prática pedagógica no Colégio Estadual “Castro Alves” -

Ensino Fundamental, Médio e Profissional de Cornélio Procópio / Paraná – frente às

queixas relacionadas às dificuldades encontradas pelo professor em contornar os

problemas resultantes do comportamento hiperativo e identificar as características

do transtorno. A pesquisa teve como objetivo geral compreender o Transtorno de

Hiperatividade e Desatenção, para contribuir com subsídios pedagógicos durante o

processo ensino e aprendizagem e na superação dos obstáculos encontrados pelo

professor em sua prática pedagógica e objetivos específicos: organizar os materiais

coletados sobre o Transtorno Hiperativo levando ao conhecimento dos professores,

como sugestão para sua prática pedagógica, contribuindo de forma satisfatória ao

abordar os conteúdos em turma de inclusão e desenvolver o conceito, causas e os

sintomas do Transtorno de Hiperatividade e Desatenção TDAH para subsidiar o

professor em sua prática pedagógica. Baseada em textos científicos específicos

propicia ao professor informações para entendimento e aceitação do aluno TDAH.

Esperam-se, a partir dos estudos, (i) reflexões e discussões pertinentes ao assunto;

(ii) intervenções pedagógicas mais adequadas e (iii) a integração do aluno TDAH ao

contexto escolar, observando os princípios da inclusão e valorização às

1 Professora Pedagoga da Rede Estadual de Ensino Estado do Paraná – Núcleo de Cornélio Procópio

participante do Programa de Desenvolvimento Educacional, turma 2010 / 2012. 2 Professora Mestre em Educação do Centro de Ciências Humanas e da Educação da Universidade Estadual do

Norte do Paraná – Campus de Cornélio Procópio – PR

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diversidades. Além disso, busca-se, com o resultado deste trabalho de pesquisa, dar

oportunidades ao aluno TDAH de se sentir acolhido pela escola. Busca-se, ainda,

contribuir para o aprimoramento do seu potencial em projetos e programas

oferecidos pelo sistema educacional.

Palavras-chave: Educação Inclusiva; Transtorno do Déficit de Atenção; Hiperatividade; Ensino Fundamental.

1 INTRODUÇÃO

Este artigo apresenta a implantação de um projeto que trata do Transtorno

do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH na escola. Devido aos indícios da

presença do TDAH em alunos matriculados numa Escola Estadual de Ensino

Fundamental, Médio e Profissional, localizada ao norte do Paraná, considerada de

grande porte, onde os problemas resultantes desse transtorno passaram a ser

considerados de muita relevância por essa comunidade escolar. Este trabalho é o

resultado de uma pesquisa bibliográfica (MARCONI & LAKATOS, 1991), com intuito

de fundamentar o estudo sobre o tema; foi consultado um referencial científico

específico, usando fontes literárias, embasado em vários autores especialistas,

conceituados na área como: Russel A. Barkley (2002), George J. DuPaul e Gary

Stoner (2007), Luís Augusto Rohde e Edyleine B. P. Benczik (1999), Paulo Mattos

(2005), Ana Beatriz Silva (2009) entre outros, que contribuíram com informações

esclarecedoras e norteadoras para a elaboração desse artigo.

A problemática apresentada para a elaboração do projeto constitui-se nas

dificuldades encontradas pelo professor em identificar as características do

comportamento hiperativo e em trabalhar com os alunos portadores desse

transtorno, assim como em contornar os problemas inerentes à inclusão do aluno

TDAH no ambiente escolar.

Para enfrentar esse desafio de integrar o aluno TDAH socialmente e na

comunidade escolar, é preciso que os profissionais cheguem a um consenso sobre

as implicações pedagógicas decorrentes e às medidas a serem adotadas. A escola

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citada não foi preparada para nenhum tipo de inclusão, passou a receber os alunos

sem as condições necessárias para a educação desse aluno. Permaneceram os

programas anteriormente estabelecidos, cujas ações tornaram-se excludentes,

devido, em especial, à falta de formação do professor. Demanda-se tempo para que

a inclusão ocorra na escola; requer-se um longo processo envolvendo a

transformação das condições pessoais, de valores e de adaptações ambientais e

materiais para que venha se concretizar.

Nesse ambiente, o aluno precisa encontrar condições para desenvolver a

parte social enquanto recebe um atendimento pedagógico. Dessa forma,

considerando a relevância dos problemas de indisciplinas e de baixo rendimento

escolar apresentados por alunos que exibem o TDAH neste contexto escolar, fez-se

necessário este estudo com propósito de buscar, na fundamentação científica

específica, a promoção de algumas mudanças em relação ao comportamento de

professores e dos demais profissionais educativos.

Analisando o comportamento hiperativo, segundo relatos encontrados na

literatura específica, constata-se que a hiperatividade, desde sua descoberta no final

do século XIX, vem recebendo muitos nomes à medida que as pesquisas avançam

para a multidisciplinaridade, tanto nas áreas das ciências da saúde, como na

educação. No início, em 1902, recebeu o nome de “Defeito de conduta moral” e

“Lesão cerebral mínima”; mais recentemente, no ano 2000, foi nominado como

“TDAH-DSM IV”. Atualmente encontramos a sigla TDAH sendo utilizada para

designar crianças que exibem problemas extremos de desatenção, hiperatividade e

impulsividade. Por vezes, é aplicada também a grupos heterogêneos de crianças e

adolescentes presentes nas escolas em diferentes modalidades de ensino e período

de escolarização.

Em consulta às obras literárias específicas, encontramos pesquisadores que

definem e conceituam a Hiperatividade e Déficit de Atenção ou Desatenção – TDAH

de várias maneiras, ora como sendo um transtorno funcional específico, ora

considerado não como uma patologia, mas apenas um funcionamento mental

acelerado. De acordo com as informações levantadas na pesquisa sobre o TDAH,

ele não só é conhecido por ser um distúrbio neuropsiquiátrico, mas também porque

engloba sintomas que são comuns em crianças portadoras e não portadoras.

O TDAH é considerado, muitas vezes, como transtorno de adaptação e não

como uma patologia, tendo em vista algumas características comuns exibidas como

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alta carga emocional e de energia, espontaneidade e criatividade, que representam

vantagens dependendo do ambiente. O que vai determinar com certeza se o caso

requer um tratamento clínico é a intensidade como ele é exibido e o desconforto

causado ao portador.

A propósito, Silva (2009) diz que “a criança com TDAH não tem dificuldade

de aprendizagem, ela tem seu ritmo próprio que deve ser respeitado”. Em geral as

crianças portadoras de TDAH são mais conhecidas pela presença dos sintomas

relacionados à agitação motora (hiperatividade) e menos pelo conjunto de sintomas

de desatenção e de impulsividade.

A fim de atingir os objetivos propostos, elaborou-se uma produção didático-

pedagógica, um Caderno Pedagógico, utilizado como referencial teórico durante a

etapa de implementação do projeto de intervenção na escola. Esse projeto de

intervenção teve como público-alvo o professor, constituindo-se como principal

objeto de intervenção. O objetivo principal deste trabalho é de compartilhar este

estudo sobre TDAH com professores, pedagogos e outros profissionais da escola

envolvidos no processo ensino aprendizagem. Objetiva-se também propiciar

informações específicas para esses profissionais, visando facilitar a aceitação do

aluno TDAH, promover um repensar da prática pedagógica e apoiar o professor em

sua prática diária, com sugestões de dicas de manejo comportamental e de

desempenho acadêmico.

2 Conceituando o TDAH e refletindo sobre as diferentes definições

Na literatura científica o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade –

TDAH vem sendo definido e conceituado de várias maneiras nas últimas décadas.

Esta pesquisa contempla alguns conceitos de forma a ampliar a visão do assunto

abordado.

Segundo Barkley, (2002, p.35) o TDAH é “um transtorno de desenvolvimento

do autocontrole, que consiste em problemas com os períodos de atenção, com o

controle do impulso e com o nível de atividade.” Complementa ainda o autor que, na

área das ciências clínicas, o TDAH é reconhecido como “transtorno psicológico

infantil, como sendo um sério problema de saúde mental”.

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Encontramos muitas pessoas com dificuldades para reconhecer e tolerar

esse comportamento, que é apresentado constantemente pelo portador de TDAH,

seja criança, adolescente ou adulto. Essa intolerância gerada pelo comportamento

TDAH, ocorre muitas vezes dentro de certa normalidade, pelo fato do portador

aparentemente ser identificado como uma pessoa normal, ou seja, não apresentar

nenhum sinal físico que indique algo errado com ele. Sabe-se que existem muitos

transtornos legítimos sem qualquer evidência de patologia subjacente. O TDAH está

entre eles.

Para o autor supracitado, o TDAH é um transtorno comportamental real;

entretanto, faz-se necessário considerar que:

Emerge cedo no desenvolvimento de uma criança [...]; ocorre em meio a diferentes situações [...]; afeta a capacidade da criança de responder com sucesso diante das demandas típicas solicitadas para crianças de certa idade [...]; persiste relativamente durante o período de desenvolvimento [...]; não é facilmente explicado por causas puramente ambientais ou sociais [...]; está relacionado a anormalidades no funcionamento ou desenvolvimento do cérebro, indica que existe um déficit no funcionamento da capacidade mental própria dos seres humanos normais [...]; está associado a outros fatores biológicos que podem afetar o funcionamento do cérebro ou seu desenvolvimento. (BARKLEY, 2002, p.49)

De acordo com ótica de Rohde e Benczik, (1999, p.36) o TDAH “é um

problema de saúde mental, que tem três características básicas: a desatenção, a

agitação (ou hiperatividade) e a impulsividade”. A desatenção se manifesta pelas

seguintes características:

Não prestar atenção a detalhes ou cometer erros por descuido; ter dificuldades para concentrar-se em tarefas e ou jogos; não prestar atenção ao que lhe é dito (estar no mundo da lua); ter dificuldades em seguir regras e instruções e ou não terminar o que começa; ser desorganizado com as tarefas e materiais; evitar as atividades que exijam um esforço mental continuado; perder coisas importantes; distrair-se facilmente com coisas que não tem nada a ver com o que está fazendo; esquecer compromissos e tarefas.

Para outro autor há alguns sintomas, enumerados a seguir, que fazem parte

do grupo em que predominam a Hiperatividade e a Impulsividade: ficar remexendo

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as mãos e ou os pés quando sentado; não parar sentado por muito tempo; pular,

correr excessivamente em situações inadequadas, ou ter uma sensação interna de

inquietude, o vulgo bicho-carpinteiro por dentro; ser muito barulhento para jogar ou

divertir-se; ser muito agitado, identificado por estar sempre a mil por hora, ou agir

como um foguete; falar demais; responder às perguntas antes de terem sido

terminadas; ter dificuldade de esperar a vez; intrometer-se em conversas ou jogos

dos outros. (ROHDE e BENCZIK, 1999).

O TDAH está associado ao desenvolvimento e os sintomas estão presentes

desde muito cedo na vida de criança, causando-lhe muitas dificuldades na maioria

dos casos. Em algumas crianças vai aparecer depois dos sete anos. Existem

algumas tendências que estendem esse limite para o início dos sintomas até por

volta dos doze anos. Isto se deve ao fato de crianças TDAH não apresentarem

prejuízo visível na sua vida social, pouca ou nenhuma dificuldade escolar; umas por

aprenderem intuitivamente maneiras de contornar os sintomas, outras por meio de

um tratamento adequado, conseguindo melhorias significativas em sua qualidade de

vida, diminuindo a sensação interna de inquietude.

Cabe considerar ainda que o conceito mencionado por Silva (2009, p.19)

sobre o TDAH, consiste num “comportamento que nasce do que se chama trio de

base alterado: alteração da atenção, da impulsividade e da velocidade da atividade

física e mental”.

Entre os textos da autora supracitada, encontra-se um em que ela ressalta a

importância que deve ser dada ao TDAH feminino, nas diferentes fases de

desenvolvimento. E sua classificação, de forma especial e curiosa, consiste em três

tipos: tipo desatento, intermediário e o hiperativo e compulsivo.

O tipo desatento caracteriza-se por pessoas como peculiares sonhadoras,

que não chamam muito a atenção sobre si na sala de aula. Com mentes criativas,

estão sempre produzindo imagens, sons e diálogos; sofrem com a distração e com a

desorganização, com tendência a apresentar depressão e ansiedade. Já o tipo

intermediário constitui-se de pessoas tagarelas e distraídas, simpáticas e contadoras

de histórias, em geral líderes dos grupinhos. O tipo hiperativo e compulsivo, embora

não tão numeroso, é formado por aquelas pessoas apontadas como incansáveis,

travessas, bagunceiras.

Para ilustrar com maior clareza, cabe apresentar um exemplo retirado da

obra de Silva (2009) que relata, num contexto de uma sala de aula, onde uma

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menina pode passar despercebida; nela predomina o tipo sem hiperatividade, porém

desatenta.

Aparentemente não havia por que se preocupar com aquela tranquila menininha, que mal se mexia na carteira. Mas o que a professora não sabia era que por debaixo da antiga carteira escolar de madeira escura, inteiriça, um par de pezinhos balançava irrequietos, na mesma velocidade dos pensamentos de sua dona. (2009, p.43)

Em nosso contexto, na sociedade brasileira, ainda se espera muito da

mulher; ela é educada para que seja atenta, calma, dedicada, organizada e os

gestos delicados como sendo atributos indispensáveis ao seu papel de boa esposa

e mãe. Portanto, essa mulher com transtorno de comportamento pode pagar muito

caro caso não venha a ser diagnosticada e tratada adequadamente.

DuPaul e Stoner (2007, p.18) afirmam que “há um consenso emergente de

que o TDAH seja caracterizado pela exibição de frequências inapropriadas em

termos de comportamento, de desatenção e ou hiperatividade e impulsividade”. E

presumem que,

[...] o TDAH é um transtorno situado na fronteira entre a biologia (diferenças genéticas no funcionamento dos neurotransmissores) e o ambiente da criança (isto é, fatores situacionais), no qual a criança é predisposta a se envolver em frequências maiores de comportamento desinibido e altamente ativo em relação aos colegas, especialmente sob certas circunstâncias ambientais.

Os comportamentos ou sintomas que compreendem o TDAH são

classificados de acordo com os critérios do DSM-IV (American Psychiatric

Association, 2000). Para serem considerados sintomas de TDAH, os

comportamentos devem ter começado nos primeiros anos da infância (isto é, antes

dos sete anos) e devem ser exibidos cronicamente em dois ou mais contextos.

O manual de diagnóstico de saúde mental, embora seja desenvolvido num

contexto de um modelo médico para problemas de comportamentos infantis, pode

também ser aplicado às demais faixas etárias. Os critérios do diagnóstico do TDAH

trazem várias vantagens para o cenário educacional.

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Para DuPaul e Stoner (2007, p.22 ), “a criança deve exibir, de acordo com

relatos, pelo menos seis dos nove sintomas de desatenção e ou pelo menos seis

dos nove comportamentos de hiperatividade e impulsividade”.

A divisão do TDAH em subtipos por critérios do DSM-IV oferece uma

estrutura à avaliação de modo padronizado, aumentando o consenso quanto ao

status diagnóstico entre os profissionais. Segundo DuPaul e Stoner (2007), há três

subtipos: tipo predominantemente desatento – é diagnosticado nas crianças que

exibem pelo menos seis dos nove sintomas de desatenção e não mais que cinco

dos hiperativos e impulsivos; tipo predominantemente hiperativo e impulsivo –

crianças que exibem pelo menos seis dos nove sintomas hiperativo e impulsivo.

Sabe-se muito pouco sobre esse subtipo: o predominantemente combinado –

descreve crianças que exibem pelo menos seis dos sintomas de desatenção e pelo

menos seis dos sintomas de hiperatividade e impulsividade. Esta variação tem sido

amplamente estudada na literatura e é considerado o subtipo mais problemático.

Portanto, de acordo com os estudiosos do TDAH, ele consiste num conjunto

de sintomas que se manifestam por meio de comportamentos específicos e

persistentes durante o período de desenvolvimento; porém o controle das atividades

é que vai variar de uma pessoa para a outra. A hiperatividade infantil é considerada

muito comum, e também uma das principais causas do fracasso escolar.

2.1 Causas – grupo de fatores determinantes como possíveis

desencadeadores do TDAH

De acordo com os autores pesquisados, não existe uma única causa

aparente para o TDAH, elas podem ser múltiplas. Por outro lado, alguns autores

consideram existir mais hipóteses do que certezas. Os conhecimentos de como tais

causas influenciam o cérebro têm progredido muito desde a década de 80.

Barkley (2002, p.79), afirma que “é muito difícil produzir provas científicas

diretas de qualquer coisa que possa causar um problema de comportamento

humano”. Em sua concepção por meio do método científico concluiu que o TDAH é

“o resultado de anormalidades no desenvolvimento cerebral, e que essas

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anormalidades estejam relacionadas mais a fatores hereditários do que a fatores

ambientais”.

No entanto, segundo Barkley (2002), essas anormalidades no

desenvolvimento cerebral ocorrem devido às deficiências de químicos cerebrais

(certos neurotransmissores se encontram diminuídos nos portadores de TDAH);

à atividade cerebral diminuída em determinadas regiões (baixa atividade elétrica,

menor fluxo sanguíneo, medicações) e aos defeitos cerebrais estruturais (regiões

cerebrais menores em três áreas relacionadas à inibição e à preparação para a

ação).

Ainda contribuem para tais anormalidades as causas que se concentram em

dois grupos distintos: os agentes ambientais, como exposição fetal ao álcool e ao

tabaco, e exposição precoce a altos níveis de chumbo; e a hereditariedade, genética

molecular (estudos genéticos moleculares ofereceram apoio inicial para a

associação de genes relacionados a neurotransmissores específicos e para a

expressão fenotípica de sintomas do TDAH). De acordo com Barkley (2002, p.90),

[…] o TDAH parece determinado mais pela genética. O traço de inibição de comportamento ou autocontrole representa uma dimensão das habilidades humanas e varia de acordo com o quanto nós herdamos e com o quanto nos diferenciamos. Todos nós apresentamos um certo grau desse traço de TDAH, e as pessoas diagnosticadas com TDAH simplesmente representam o extremo.

Segundo o mesmo autor, é possível o TDAH estar presente em crianças,

adolescentes e em alguns adultos e ter como causas os “múltiplos fatores

neurobiológicos que podem predispor as crianças à exibição de taxas mais altas de

impulsividade e atividade motora, juntamente com o alcance da atenção mais curto

que a média, em comparação com outras crianças” (BARKLEY, 2002, p.13).

Enquanto que a sintomatologia do TDAH pode resultar de vários

mecanismos causais como variáveis internas à criança, fatores neurobiológicos e as

influências hereditárias; fatores neurobiológicos: diferenças importantes e possíveis

anormalidades nas redes estriatais frontais do cérebro, os neurotransmissores

(dopamina e norepinefrina) estão menos disponíveis em certas regiões do cérebro

(córtex frontal). Nessa hipótese baseia-se a ação dos psicoestimulantes.

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Com relação às influências hereditárias, “existem evidências que o TDAH é

muito transmissível em termos genéticos, que ocorre nas famílias” (FARAONE, 2000

apud DUPAUL, 2007, p.12). Observa-se uma incidência maior de TDAH entre

parentes biológicos em 1º grau, comparados com pai e irmãos adotivos.

As influências ambientais, como estresse familiar e fracas práticas de

disciplina pelos pais, que parecem mais modular a gravidade do transtorno, não

exercem um papel causal. Muitas toxinas ambientais são envolvidas em hipóteses

para explicação dos sintomas de TDAH. Os fatores nutricionais (exercem uma

influência mínima sobre os genes do TDAH), envenenamento por chumbo,

exposição pré-natal a drogas ou álcool. DuPaul e Stoner, (2007, p.13) concluem

dizendo que:

[…] o que destaca as crianças TDAH de seus colegas sem diagnóstico é que elas podem estar geneticamente predispostas (por meio de diferença neurobiológica) a exibir esses comportamentos em uma taxa significativamente superior a outras da mesma idade e gênero.

A criança com TDAH não tem dificuldade de aprendizagem, ela tem seu

ritmo próprio que deve ser respeitado. A criança desenvolve habilidades

direcionadas ao objeto específico de seu interesse, e faz com muita determinação,

ficando em segundo plano outras atividades também importantes, demonstrando

assim a necessidade de um acompanhamento especializado, onde muitas vezes se

faz necessário o uso de medicamentos.

Em relação às causas para o TDAH, Silva (2009, p.214) apresenta como

sendo fatores causais os seguintes: fatores genéticos, o TDAH possui caráter

hereditário. A autora exemplifica com estudos em gêmeos idênticos que possuem o

mesmo material genético, em que estes apresentaram concordância na faixa de

50%. Isso faz pensar que o fator hereditário (genético) é importante, mas não o

único na manifestação do comportamento TDAH.

Nas alterações estruturais e funcionais há inúmeros estudos realizados por

meio de exames PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons) e SPECT (Tomografia

por Emissão de Fóton Único); ambos visualizam a estrutura e a atividade das

regiões cerebrais, onde constatou um menor fluxo sanguíneo na região frontal. O

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lobo frontal exerce uma série de funções de caráter inibitório, nos pensamentos,

impulsos e velocidade de suas atividades físicas e mentais. Na criança TDAH, o filtro

perde a eficácia reguladora por receber menos glicose nessa região. Todas as

regiões do cérebro se interligam, formando uma rede de informações que são

repassadas para as regiões pelos neurotransmissores. No caso específico do TDAH,

os mais participativos no processo de desregulagem no funcionamento do lobo

frontal são as catecolaminas (noradrenalina e a dopamina), no caso com baixa

produção. São os neurotransmissores que movem e organizam os circuitos

cerebrais; alimentam, modulam e fazem funcionar todas as funções cerebrais. Os

sistemas neuroquímicos (da química cerebral) encontram-se alterados nas pessoas

TDAH e nisto reside a origem do problema (SILVA, 2009).

Nos possíveis fatores ambientais externos há alterações encontradas no

sistema neuroquímico não provocadas por registros individuais herdados, mais sim

por acidentes ocorridos durante o período gestacional ou posterior a este, como

complicações na gravidez; traumatismos neonatais; hipoxia (privação de oxigênio

suficiente) pré e pós-natal; traumas obstétricos; rubéola intrauterina; outras

infecções; encefalite; meningite pós-natal; traumatismo cranioencefálico (TCE);

deficiência nutricional; exposição a toxinas. Criança com baixo peso ao nascer tem

maior probabilidade em apresentar dificuldades atentivas e comportamentais na

idade adulta.

Conclui-se, quanto às possíveis causas do TDAH, que não existe uma causa

única estabelecida; o que existem são evidências que foram acumuladas com as

descobertas científicas nas últimas décadas. Há quem afirma que o que temos são

mais hipóteses do que certezas.

Tem sido proposto para que o TDAH seja considerado como um transtorno

de adaptação, e não como uma patologia, tendo em vista algumas características

bastante comuns apresentadas pelos portadores do transtorno, como alta carga

emocional e de energia, espontaneidade e criatividade, as quais representam,

muitas vezes, vantagem, dependendo do ambiente.

2.2 TRATAMENTO – como oferta de apoio terapêutico para as dificuldades

encontradas pelo aluno na aprendizagem acadêmica

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O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade pode ser tratado de

duas formas, envolvendo vários aspectos: em casos leves apenas com terapia e

reorientação pedagógica; ou pelo uso de medicamentos, dependendo do diagnóstico

clínico. Todo tratamento de TDAH tem como objetivo permitir o desenvolvimento do

nível adequado de autocontrole, e toda programação do trabalho a ser

implementado visa melhorias para a criança. Esta, se realizada em equipe, constitui

uma das maneiras mais eficientes, podendo envolver abordagem individual,

acompanhamento psicológico, terapia específica, técnicas pedagógicas, ou

estratégias para as outras pessoas que convivem com a criança, como terapia para

pais ou família.

De um modo, a busca por tratamento para TDAH pelos pais acontece

atendendo às queixas do professor sobre as dificuldades encontradas e os

comportamentos inadequados do aluno em sala de aula. Essa procura muitas vezes

parte da iniciativa de um adolescente e ou de um adulto, por meio de autoavaliação,

ou ao observar sua forma de viver, agir, pensar. Portanto, cientes de seus

comportamentos, ou por exibi-los cronicamente em vários ambientes, optam pelo

conforto que só o tratamento pode lhes proporcionar.

O atendimento se desenvolve por meio de programas de estratégias de

intervenções implementadas na escola, em especial na sala de aula, e é de

responsabilidade de um profissional clínico da área de saúde mental, em equipe

com os pais e com os profissionais da educação. Todo tratamento deve ser sempre

exclusivo e diferencial para cada nível do paciente, devendo abordar todas as áreas

comprometidas, de acordo com o diagnóstico clínico.

Um atendimento se constitui por várias abordagens e, de acordo com Silva

(2009, p.237), “dividi-se em quatro etapas: informação e conhecimento, apoio

técnico e terapêutica medicamentosa”. Inicia-se pela informação e conhecimento,

onde deixa claro que só é possível optar por uma ajuda adequada através do saber

advindo do conhecimento. Tanto mais informado maior será a capacidade para

compreender e contribuir na elaboração de uma intervenção mais eficaz. Traz

conhecimento que auxilia na compreensão de como o transtorno afeta a vida do

portador e a todos ao seu redor. Segue-se pelo apoio técnico – que é um conjunto

de pequenas medidas e atitudes que acabam por criar uma estrutura externa capaz

de facilitar o cotidiano. Consiste também em criar uma rotina pessoal capaz de

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compensar, em parte, a desorganização interna. Na sequência vem a terapêutica

medicamentosa, onde podemos encontrar grupos divergentes: pessoas contrárias

ao uso de remédios, e outros que reconhecem a necessidade e eficácia do uso de

medicamentos.

O uso dos medicamentos visa melhorias no comportamento do portador de

TDAH, e está dividido em três categorias: dependendo do caso, muitas vezes, se faz

necessário uma combinação deles para produzir o efeito adequado. Entre elas

temos os estimulantes - metilfenidato (ritalina – ação prolongada), concerta;

dexedrine; adderal; os antidepressivos – desipramina (norpramin), imipramina

(tofranil), e os venlafaxina (efexor), fluoxetina (prozac), atomoxetina (strattera). Entre

os antidepressivos no Brasil o mais comum é a desipramina, revelando efeitos

semelhantes ao obtido com estimulantes sobre os sintomas alvo do transtorno

(atenção, impulsividade e hiperatividade). Como última etapa, Silva (2009) apresenta

a psicoterapia, uma vez que as pessoas com TDAH, como toda e qualquer outra,

sofrem com problemas de fundo emocional. Quando se pensa nas causas ou

origens dessas dificuldades, incluindo a baixa autoestima crônica, como problemas

práticos de desorganização, não se pode esquecer que há possibilidades da origem

ser biológica; logo, o substrato biológico que determina o funcionamento mental

TDAH está indiretamente por trás da maioria dos problemas emocionais dessas

pessoas.

A psicoterapia para o TDAH precisa ser diretiva, objetiva, estruturada e com

metas orientadas. Psicoterapia cognitivo-comportamental, conhecida e caracterizada

pela busca de mudanças nos afetos e comportamentos por meio de reestruturação

cognitiva, substitui crenças, pensamentos e formas de interpretar as situações que

sejam negativas e disfuncionais por outras formas de pensar e perceber o mundo.

De modo geral, o terapeuta trabalha com focos, com treino de solução de problemas

que visam minimizar os comportamentos impulsivos que influenciam negativamente

as relações sociais e com treino de habilidades sociais para melhorar a qualidade

das interações sociais. Trabalha também com o relaxamento, onde procura

minimizar a ansiedade e suas manifestações físicas e estabelecimento de agendas

de atividades, para a reestruturação de formas de pensar e lidar com problemas.

(SILVA, 2009)

Os estudos e pesquisas sobre a relação do TDAH com o sono apontam uma

porcentagem significativa de pessoas que sofrem com o distúrbio do sono, causando

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sérias alterações na qualidade deste e a sensação de cansaço no dia seguinte, e,

também, aumentando quantitativamente a desatenção e a hiperatividade nessas

pessoas. Portanto é muito importante o diagnóstico para tratamento dos tipos de

síndromes, conhecidas como síndrome das pernas inquietas, a síndrome dos

movimentos periódicos dos membros, e a apneia obstrutiva do sono, sendo os que

parecem estar mais relacionados com o TDAH.

Em relação ao uso de medicamentos para outros transtornos além do TDAH,

isto é, em comorbidade, podem ser usados a vida toda, como em outras patologias e

transtornos, por exemplo, hipertensão-arterial, diabetes, colesterol. Em alguns casos

os sintomas desaparecem ou se tornam muito pouco significativos (entre os 12 e os

20 anos), a hiperatividade é a primeira a desaparecer, sendo que com tratamento

ocorre melhora significativa da desatenção e da impulsividade. (MATTOS, 2005)

Conclui-se que nenhuma modalidade isolada de tratamento é suficiente para

aliviar os múltiplos problemas relacionados ao TDAH, nem mesmo os medicamentos

psicoestimulantes. E que o resultado de um tratamento será variável, dependendo

de inúmeros fatores existentes, incluindo os relacionados ao contexto familiar.

2.3 INTERVENÇÃO – sua importância na escola e na família para promover a

aprendizagem acadêmica e a interação social

As Intervenções podem e devem ser mediadas por diversos especialistas,

sendo muito importante durante a elaboração de um programa de tratamento. A

intervenção tem como meta fortalecer os pais em sua missão de assumir o controle,

dando conta desse problema e fazendo com que a criança seja encaminhada de

maneira segura, ”pois é certo que o fato de ter uma criança TDAH deposita grande

estresse sobre os pais, particularmente sobre as mães”. (BARKLEY, 2002).

Uma família pode se beneficiar muito se usar os princípios fundamentais

para manejo de comportamentos, elaborados e propostos para reduzir a teimosia, a

hostilidade, ou o comportamento opositivo, enquanto aumentam a cooperação da

criança. Neste aspecto, Barkley (2002, p.157) recomenda aos pais princípios que

servem para eles projetarem um programa de condução no lar e na sala de aula:

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[...] como a criança não sofre de falta de habilidades ou conhecimentos, portanto mostrar a ela como fazer algo não será útil, e sim mais eficaz dar instruções claras, reorganizar o trabalho para que seja mais interessante e motivador. Redirecionar o comportamento da criança para objetivos futuros versus gratificação imediata, e proporcionar recompensa imediatas por ter completado uma tarefa ou por ter aderido a regras será mais positivo.

Um tipo de intervenção junto à família adaptado por Barkley em 1997,

conhecido como Terapia Familiar, é um programa de treinamento para pais, onde o

autor enfoca especificamente os problemas principais relacionados ao TDAH,

podendo ser conduzido individualmente ou em grupos, onde o objetivo principal é o

treinamento dos pais para técnicas de modificação comportamental.

Para tratamento de crianças e adolescentes abordando o TDAH, Rohde e

Benczik (1999) apresentam tipos de possíveis intervenções que podem ser

utilizadas pelo clínico responsável. Uma delas é o esclarecimento familiar sobre o

TDAH, fundamental para que as noções erradas possam ser esclarecidas. Outra é a

Intervenção Psicoterápica, também usada com criança e adolescente, sendo que

este tipo de intervenção é de responsabilidade de um profissional de saúde mental;

em geral a psicoterapia complementa a medicação. A Intervenção Psicopedagógica

e/ou reforço de conteúdos é utilizada no caso do aluno TDAH apresentar problemas

de aprendizagem secundários ou associados ao transtorno, por ser diagnosticado

tardiamente.

Além do uso de medicação, o profissional que acompanha o tratamento da

criança pode orientar a família, considerando que não existe “receita pronta”, com

dicas gerais de estratégias cognitivo-comportamentais específicas. Essas dicas

funcionarão tanto melhor quanto menos problemas os pais tiverem e quanto melhor

for o relacionamento familiar.

A intervenção para os professores consiste na orientação de manejo do

comportamento; como profissionais facilitadores devem procurar o máximo de

informações a respeito do transtorno e optar pelas dicas e estratégias que melhor se

adaptem a sua realidade e que sejam possíveis de implementação.

As dicas de manejo e as estratégias cognitivas comportamentais específicas

são sugestões oferecidas na intenção de aliviar os momentos desgastantes e tensos

que podem ocorrer no relacionamento de uma criança TDAH e seus familiares, e

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também contribuir para sanar as dúvidas sobre o tratamento mais adequado para a

criança.

Um tratamento de TDAH feito com base em medicamentos, de acordo com

os relatos de Mattos (2005, p.149), diz que: “feito o diagnóstico o médico opta por

iniciar o tratamento com medicamentos. Os medicamentos de primeira escolha são

os estimulantes, considerados seguros e trazem enormes benefícios em pouco

tempo”. Portanto, quando o portador de TDAH está tomando a medicação e a sua

produção de neurotransmissores está regularizada, qualquer outra intervenção, em

especial a psicoterápica, e a modificação do ambiente terá resultados melhores. A

psicoterapia deve ser vista como uma medida complementar especial para alguns

casos.

Contudo, cabe considerar que nem toda criança TDAH necessita de

psicoterapia, mas toda criança TDAH exige sempre alguma orientação. Existem

várias técnicas que podem ser ensinadas por tempo predeterminado e constituem

programas especializados (uma forma de psicoterapia). Algumas crianças

necessitam de acompanhamento com fonoaudiólogo, por apresentarem dificuldades

com leitura, escrita, ou outros transtornos de aprendizagem.

As intervenções e estratégias de apoio baseadas nas escolas têm por

objetivo promover a aprendizagem e o comportamento pró-social das crianças

TDAH. A intervenção escolar é necessária em alguns casos, e pode facilitar o

convívio da criança com os colegas, como também evitar que ela se desinteresse

pelo colégio, fato comum em portadores de TDAH.

A Escola é o cenário mais problemático para a criança TDAH. É o ambiente

onde se exige seguir regras, interagir apropriadamente com os colegas e com

adultos, e participar de atividades de instrução dirigida. Portanto, a escola deve estar

preparada e, quando solicitada, ter condições de apoiar a equipe de profissionais da

área da saúde no desenvolvimento de programas de intervenções.

Sabemos como é difícil e desafiador para a escola transmitir o conhecimento

e habilidades que contemplam o currículo e, ao mesmo tempo, ensinar os alunos

TDAH a se comportarem de modo coerente com as expectativas organizacionais

sociais e culturais.

Contribuindo com os profissionais da escola no enfrentamento dessas

dificuldades, temos as intervenções com base na escola elaboradas por Bromberg

(2001, p.13)

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[…] verificar o que realmente está acontecendo em relação ao comportamento do aluno em várias atividades e situações na escola. Depois de um encontro com os pais se faz necessário que a escola transmita suas preocupações com o aluno e mostre opções para uma avaliação profissional nas áreas da saúde psicológica, descrevendo apenas os comportamentos e o rendimento do aluno. O aluno uma vez diagnosticado, determinado o problema se faz necessário o tratamento multidisciplinar; pais, professores e terapeuta é que devem fazer um planejamento quanto às estratégias e intervenções que serão implementadas para o atendimento desse aluno.

A autora citada acima apresenta cinco tipos de intervenções que podem ser

implementadas pela escola em seu contexto, sendo: a modificação do ambiente, a

adaptação do currículo, a flexibilidade na realização e apresentação de tarefas, a

adequação do tempo de atividades, e administrar e acompanhar a medicação se for

necessário.

Outro desafio enfrentado pela escola é a agressividade, e o aluno TDAH

está dentro do grupo de risco para apresentá-la, mas ela pode ser controlada. E

essa tendência pode ser explicada pela falta de controle interno dessa criança e pelo

baixo nível de tolerância à frustração. Com frequência nos deparamos com

comportamento agressivo no ambiente escolar e, para amenizar e esclarecer,

Bromberg (2001, p.36) apresenta algumas estratégias, pois a agressividade pode

ser sintoma de outros problemas, como componente de um distúrbio antissocial,

portanto ter que ser analisada por um profissional clínico.

Pesquisas apontam uma média de 25% a 30% de crianças e adolescentes

TDAH, que apresentam problemas de aprendizagem secundários ou associados ao

transtorno. Nesses casos específicos Rohde e Benczik (1999, p.65) indicam a

“Intervenção Psicopedagógica como sendo fundamental para a abordagem no caso

de alunos diagnosticados tardiamente, que apresentam defasagem de

aprendizagem”, cujas lacunas necessitam ser revistas e trabalhadas por meio da

reconstrução das habilidades e dos conteúdos. Tal reconstrução será realizada por

um profissional especializado (psicopedagogo ou fonoaudiólogo); em conjunto ou

após esse atendimento, se faz necessário um acompanhamento pedagógico

preventivo feito pelo professor.

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A escola, ao implementar um programa de intervenção, tem como objetivos:

fazer com que pais e professores compreendam que devem ser parceiros e garantir

um futuro de qualidade para a criança e o adolescente; preocupar-se com o

desenvolvimento global dos alunos e desenvolver o seu potencial específico;

atender suas características únicas, perceber seus pontos fortes e superar os fracos;

e apoiar essas intervenções acadêmicas com mais rigor.

Segundo Mattos (2005, p.109), no contexto escolar o ambiente ideal, próprio

para acolher um aluno TDAH, deve apresentar características especiais como: “levar

em conta as diferenças individuais de aprendizagem; utilizar critérios diversificados

ao avaliar o aluno, considerando seus progressos individuais; ser inserido em classe

com poucos alunos, para fazer seus trabalhos em pequenos grupos; sentar, se

possível, longe da janela; decorar a sala de forma discreta”.

Uma escola ideal para a criança TDAH é aquela em que a direção tem

conhecimento sobre o TDAH e reconhece o transtorno como uma incapacidade de

aprendizado. Faz-se necessário ter uma equipe de psiquiatras, psicólogos e

educadores especiais; adotar uma atitude em relação ao uso de drogas

modificadoras do comportamento e procedimentos formais para ações disciplinares;

encorajar a comunicação casa-escola e os membros da escola para estarem abertos

a receber profissionais e especialistas de fora em visitas para discutir programa

educacional. (BARKLEY, 2002).

A Intervenção precoce na pré-escola é ressaltada por Rohde e Benczik

(1999, p.63) ao afirmarem que “essas intervenções representam um grande passo

para diminuir o impacto negativo que o transtorno traz para a vida do aluno, da

família e dos professores”.

Em se tratando de intervenção na pré- escola, DuPaul e Stoner (2007, p.99)

comentam que a teoria, defendida por estes estudiosos, reconhece a gravidade do

transtorno; porém, permite, ao mesmo tempo, a possibilidade dos sintomas serem

apenas precursores, podendo desaparecer com o amadurecimento. Isto justificando

por sempre usar o termo “em risco para o TDAH”, quando se trata de intervenção na

pré-escola.

O autor acrescenta que a intervenção precoce:

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é a melhor oportunidade para prevenir déficits comportamentais acadêmicos e sociais importantes; para reduzir a necessidade de intervenção médica, e para melhorar o funcionamento acadêmico de crianças TDAH (durante o jardim da infância e primeiras séries), envolvendo a identificação precoce e a intervenção intensiva. (DUPAUL e STONER, 2007, p.02).

As pesquisas atuais na área de intervenções para criança TDAH têm se

concentrado em questões e estratégias relativas ao manejo do comportamento

social e da conduta em sala de aula, principalmente via medicamentos e manejo de

contingências, e, por outro lado, aperfeiçoar a conquista acadêmica e o desempenho

da criança TDAH.

Quanto à sala de aula estruturada para o aluno TDAH, estabelece-se por

meio de comunicação clara e precisa, regras bem definidas, expectativas bem

explicadas, recompensas e consequências coerentes; além disso, um

acompanhamento constante e uma rotina de atividades programada.

Muitas dificuldades de relacionamento são encontradas pela criança TDAH.

No sentido de ajudá-las a interagir no ambiente escolar, o texto de Mattos (2005,

p.72) esclarece:

Quando as dificuldades são muito significativas ou graves, necessitam serem abordadas por um psicoterapeuta, principalmente em se tratando de situações caóticas, que se passaram dentro de casa com pais que também tem TDAH não tratado. Um modo de reduzir essas dificuldades será por meio de um programa de Treino de Habilidades Sociais. Esse programa deve cobrir várias áreas, por exemplo: técnicas de entrosamento social, de conversação, de resolução de conflitos e de controle da raiva. Apenas os psicoterapeutas da linha cognitivo-comportamental dominam este tipo de técnica.

Sabemos o quanto o papel do professor é fundamental no processo de

aprendizagem e na saúde mental de crianças e adolescentes com TDAH, e que o

sucesso das estratégias de manejo depende, também, de sua habilidade de

comunicação com os pais. No entanto, o professor não deve ser o único responsável

por abordar as dificuldades relacionadas ao aluno TDAH.

Para um aluno TDAH que sempre encontra dificuldades em lidar com tarefas

monótonas e repetitivas, é recomendado ao professor que apresente um material

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interessante, com gravuras coloridas, desenhos. E ao repassar os conteúdos,

sempre que possível, fazê-los em formato de jogos, campeonatos, (usando vídeos,

computador), e dar preferência à atividades que requeiram participação.

Recomenda-se ao professor ficar atento a fatores que podem modificar o

prognóstico desse aluno TDAH quanto às dificuldades de aprendizagem que podem

coexistir com problemas comportamentais.

Há, ainda, dificuldades relacionadas aos transtornos do aprendizado como

da leitura (dislexia), da expressão escrita (disgrafia), da matemática (discalculia).

Quanto às relacionadas aos transtornos da linguagem (em geral problemas mais

graves), podem se apresentar em dois tipos distintos: o tipo expressivo –

dificuldades de se expressar oral e por escrito; e o tipo expressivo- receptivo – que

são as dificuldades em se expressar e compreender (sendo os problemas

psiquiátricos mais comuns nesses casos).

De acordo com Bromberg, (2001, p.42) nestes casos, o professor pode

intervir em vários aspectos ao fazer o seu planejamento escolar, para garantir a

eficácia de suas ações metodológicas em sala de aula.

Essas são algumas intervenções que podem ser estruturadas na sala de

aula: estabelecer uma rotina clara; definir de maneira clara as regras e expectativas

para o grupo; implementar um sistema de controle do comportamento (verbal e

escrito); modelar o comportamento e habilidades sociais que se espera do aluno;

adotar uma atitude positiva, como elogios e pequenas recompensas para

comportamentos adequados a alunos TDAH, controlar pela proximidade (o aluno

TDAH deve ocupar a carteira escolar perto da mesa do professor); quando o aluno

ficar agitado, inquieto, interferindo na dinâmica natural da sala de aula, redirecionar

para outra atividade (apagar o quadro, levar um recado), sempre com voz calma e

firme; ensinar a turma a ignorar os comportamentos inadequados menos sérios.

Outras intervenções podem ocorrer, em especial na maneira de ensinar,

como elaborando outras opções de atividades para os alunos que completam o

trabalho mais cedo; ou evitar frustração para o aluno, tomando cuidado para não

passar trabalho que ele não consiga fazer. O professor pode intervir também nas

variáveis afetivas e individuais, isto é, oferecendo incentivo, apoio pessoal ao aluno

com dificuldades de comportamento; tentar ser o mais compreensivo possível, ser

breve ao dar a punição, sem sermão, e imediatamente ao comportamento

inadequado; a crítica deve ser direcionada ao comportamento e não ao aluno; e

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discutir as situações difíceis individualmente, longe dos colegas. (BROMBERG,

2001)

Um modelo de intervenção e de estratégias de apoio para sala de aula pode

ser adaptado para a aplicação prática e para cada ambiente específico, tendo por

objetivo a promoção da aprendizagem e do comportamento pró-social da criança

TDAH, facilitando a condução tranquila do ensino na sala em que essa criança

estuda.

Entre as múltiplas intervenções praticadas e necessárias para o alívio da

sintomatologia do TDAH, estão as intervenções com medicamentos

psicoestimulantes e as modificações comportamentais, que devem ser

complementadas pelo treinamento de habilidades sociais, treinamento dos pais, e/

ou terapia comportamental familiar.

DuPaul e Stoner (2007, p.130) fazem um comentário sobre as intervenções

mais eficientes para o TDAH em sala de aula; em geral elas se baseiam em dois

focos básicos que são: a manipulação das consequências na criação da

intervenção, com o uso do reforço positivo (elogios, atenção), associado às formas

leves de punição (tempo de afastamento do reforço positivo); e a prevenção e

manejo dos problemas de comportamento e de desempenho acadêmico pelo uso de

manipulações dos antecedentes e cenários ambientais.

O reforço positivo contingente deve ser o componente principal de um

programa de intervenção com base no comportamento para problemas relacionados

ao TDAH. Algumas estratégias, como (i) o uso de contrato de contingência, (ii) de

reforço positivo associado a penalidades ou ao redirecionamento contingente do

comportamento problemático e (iii) o uso de contingências domésticas como

influências no comportamento, podem não surtir os efeitos desejados, podendo

exigir o uso de outras técnicas como: reforço por fichas; um sistema de manejo

comportamental que incorpore reforço secundário (fichas);contrato de contingências;

técnica de manejo comportamental que envolva a negociação de um acordo entre

professor e aluno; custo da resposta; estratégias de manejo de contingência que

consiste apenas de procedimentos de reforço positivo. Sua eficácia é combiná-la ao

uso de penalidades leves após o comportamento inapropriado; e o afastamento do

reforço positivo - estratégia como punição leve, implica a restrição do acesso da

criança ao reforço positivo (afastar a criança do local onde está para outro sem

atrativo).

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Faz-se mister oferta de apoio pedagógico ao professor, frente a um

problema de aprendizagem de um aluno TDAH que não está acompanhando os

demais colegas da turma. O mencionado apoio constitui-se de intervenções e

acomodações razoáveis para que este aluno possa conquistar o sucesso

acadêmico. Essas acomodações podem incluir uma combinação de material didático

e de habilidades acadêmicas, que consiste no aumento de oportunidades ao

professor para adquirir, de forma sistematizada, programas didáticos

comportamentais e apoio para planejar, implementar e avaliar as intervenções

baseadas em sala de aula. Essa implementação do sistema de apoio ao professor

exige a atuação e supervisão de profissionais da área médica, com conhecimento

sobre avaliação e o desenvolvimento de programas educacionais.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade consiste num conjunto

de sintomas de origem biológica que se manifesta pela exibição frequente e

inapropriada de três características básicas: a desatenção, a impulsividade e a

hiperatividade em forma de intensa atividade física ou mental. Embora considerado

muitas vezes como transtorno de adaptação e como patologia, algumas de suas

características bastante comuns exibidas - como alta carga emocional e de energia,

a espontaneidade e criatividade - podem representar vantagens dependendo do

ambiente. O que vai determinar se o caso necessita de tratamento é a intensidade

como ele é exibido e o desconforto causado ao hiperativo.

As causas ainda são bastante discutidas; de acordo com os autores

pesquisados não existe uma única, mas múltiplas causas. O conhecimento de como

estas influenciam o cérebro tem progredido muito desde 1980. No entanto, essas

anormalidades no desenvolvimento cerebral ocorrem e estão envolvidas no seu

funcionamento devido à deficiência de químicos cerebrais, pela atividade cerebral

diminuída em determinadas regiões e pelas anomalias cerebrais estruturais. Tais

causas estão concentradas em dois grupos: as variáveis internas à criança, que são

os fatores neurobiológicos e a influência hereditária; e as influências ambientais,

como toxinas ambientais e fatores nutricionais.

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Constata-se, por meio das leituras realizadas, que um programa de

atendimento pedagógico, para ser implementado na escola, deve ser bem

organizado na tentativa de otimizar os resultados, para que as intervenções

propostas sejam direcionadas à modificação dos comportamentos alvos, dentre eles

os relacionados à conquista acadêmica e ao domínio social.

As mudanças comportamentais na vida da criança TDAH devem ser

realizadas por meio de muita perseverança e compreensão, incluindo atribuição de

responsabilidade à criança e, consequentemente, contribuindo de forma significativa

para que cresça e se torne um adulto equilibrado.

Portanto, compreende-se, com esta pesquisa, que é de extrema importância

compartilhar com os professores as informações contidas neste trabalho de

pesquisa, propiciando-lhes melhor entendimento e aceitação do aluno TDAH.

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REFERÊNCIAS

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MARCONI, Marina de Andrade & LAKATOS, Eva Maria. Metodologia de Pesquisa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991.

MACHADO, Lígia d F. J.; CEZAR, Marisa J.de C. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em crianças. Disponível em <http://www.psicopedagogia.com.brartigos>. Acesso 23 abril 2011.

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déficit de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos. 4ed. São Paulo: Lemos Editorial, 2005.

ROHDE, Luís Augusto P.; BENCZIKI, Edyleine B. P. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: o que é? Como ajudar?. Porto Alegre: Artmed, 1999.

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impulsividade. Rio de Janeiro. Objetiva: 2009.