Transporte em nanoestruturas_3_algumas_consideracoes_fisicas
-
Upload
regiane-ragi -
Category
Engineering
-
view
27 -
download
0
Transcript of Transporte em nanoestruturas_3_algumas_consideracoes_fisicas
3
Em condutores macroscópicos, a resistência que se verifica existir entre dois contatos está relacionada
com a condutividade do bulk (*) e às dimensões do condutor.
(*) Grandes quantidades de volume de material semicondutor
5
Onde σ é a condutividade, e L e A são o comprimento e a área da seção transversal do condutor, respectivamente.
6
Se o condutor é bi-dimensional, uma superfície, tal como uma folha fina de metal, ou de cargas, então a condutividade é a condutância por metro quadrado, e a área da seção transversal fica, neste caso, sendo apenas a largura W, como é o caso do MOSFET.
7
Isto altera a fórmula básica levemente,
mas o argumento pode ser estendido a qualquer número de dimensões.
8
Assim, para um condutor de d dimensões, a área da seção transversal tem a dimensão
A = Ld-1,
onde L aqui deve ser interpretado como um "comprimento característico“ na dimensão espacial considerada.
11
Enquanto normalmente se pensa na condutividade, em termos simples, como
σ = neμ,
o termo d dimensões depende da densidade d-dimensional que se é usada nesta definição.
12
Assim, em três dimensões, devemos escrever
σ3
definida a partir da densidade por unidade de volume, enquanto que, em duas dimensões, escrevemos
σ2
definida como a condutividade por unidade de área, e a densidade é a densidade dos portadores na folha de cargas ou na superfície de cargas.
13
Não se espera que a condutividade, seja ela em qualquer dimensão, varie muito com a dimensão característica, de modo que podemos tomar o logaritmo da última equação,
e em seguida, tomamos a derivada em relação a ln (L), o que leva a
14
Este resultado é esperado para sistemas condutores macroscópicos, onde a resistência é relacionada com a condutividade através da equação
15
Podemos pensar nesse limite como o limite do
bulk, no qual qualquer comprimento característico é grande comparado com qualquer comprimento característico de transporte.
16
Todavia, em condutores
mesoscópicos,
o exposto anteriormente não é necessariamente verdade, uma vez que temos de começar a considerar os efeitos de transporte balístico através do condutor.
17
Para o transporte balístico, geralmente se adota a visão de que os portadores de carga se movem através da estrutura com muito pouco ou nenhum espalhamento, de modo que ele segue trajetórias normais no espaço de fase.
19
Assumimos anteriormente que a condutividade é independente do comprimento, ou que σd é uma constante.
20
No entanto, se houver espalhamento superficial, o qual pode dominar o caminho livre médio, então pode-se esperar que
l = L
21
Desde que
l = vFτ,
onde vF é a velocidade de Fermi em um semicondutor degenerado e τ é o tempo livre médio, isto leva a
22
Consequentemente, a dependência do tempo livre médio sobre as dimensões do condutor muda o comportamento básico do resultado macroscópico
24
No tratamento da perturbação ou no espalhamento, os portadores são localizados, porque o tamanho do condutor cria estados localizados cuja diferença de energia é maior do que a excitação térmica, e a condutância vai ser, neste caso, muito baixa.
29
Pensamos na forma da equação
como resultante dos portadores localizados tunelando de um local para outro
33
Nesta situação, a menos que a condutância seja suficientemente elevada, o transporte é localizado e os portadores movem-se por saltos.
34
O valor necessário tem sido chamado de
condutividade metálica mínima,
mas o seu valor não é dado pelos presentes argumentos.
35
Aqui nós só queremos salientar a diferença nas relações de escala entre os sistemas que são altamente condutores (tipo-bulk) com aqueles que são em grande parte localizados devido ao elevado grau de desordem.
36
Em um sistema altamente desordenado, as funções de onda decaem exponencialmente para longe do local específico em que o portador está presente.
37
Isto significa que não existe um comportamento ondulatório de longo alcance do aspecto do portador.
38
Por outro lado, pelos estados estendidos do tipo bulk queremos dizer que o portador tem natureza ondulatória e tem um vetor de onda k bem definido e momento ħk.
39
A maioria dos sistemas mesoscópicos têm espalhamento suficiente para que os portadores não tenham um comportamento totalmente ondulatório, mas eles são suficientemente ordenados para que os portadores não sejam exponencialmente localizados.
40
Assim, quando falamos de transporte por difusão, geralmente significa estados quase-ondulatórios com taxas espalhamento muito elevadas.
43
A justificativa para tal ponto de vista encontra-se nas expectativas de quantização em tais condutores mesoscópicos pequenos.
44
Nós assumimos que a amostra de semicondutor éde tal modo que os elétrons se movam em um potencial que é uniforme numa escala macroscópica mas que varia na escala mesoscópica, de tal modo que os estados sejam desordenados na escala microscópica.
45
No entanto, supõem-se que toda a banda de condução seja não localizada, mas que mantém uma região no centro da banda de energia que tem estados estendidos e uma condutividade diferente de zero conforme a temperatura seja reduzida a zero.
46
Para este material, a densidade de estados eletrônicos por unidade de energia por unidade de volume é dada simplesmente pela familiar relação
dn/dE.
47
Uma vez que o condutor tem um volume finito, os estados eletrônicos são níveis discretos determinados pelo tamanho deste volume.
48
Estes níveis de energia individuais são sensíveis às condições de contorno aplicadas nas extremidades da amostra (e dos “lados") e pode estar deslocado por pequenas quantidades na ordem de ħ/τ, onde τ é o tempo necessário para um eletron difundir para a extremidade da amostra.
49
Em essência, um está definindo aqui um alargamento dos níveis que é devido ao tempo de vida finito dos elétrons na amostra, um tempo de vida determinado não pelo espalhamento, mas sim pela saída dos portadores da amostra.
50
O outro, por sua vez, define um comprimento máximo coerência em termos do comprimento da amostra.
51
Este comprimento de coerência é aqui definido como a distância sobre a qual os elétrons perdem sua memória fase, o qual nós supomos ser o comprimento da amostra.
52
O tempo requerido para se difundir para a extremidade do condutor (ou de uma extremidade para a outra) é
L2 / D,
onde D é a constante de difusão para o elétron (ou lacuna, quando for o caso).
53
A condutividade do material está relacionada à constante de difusão, D, da seguinte maneira:
(Nós assumimos por enquanto que T = 0)
55
Se L é agora introduzido como um comprimento efetivo, e t é o tempo para a difusão, ambos a partir de D, encontramos
56
A quantidade do lado esquerdo da equação
pode ser definida como o alargamento médio dos níveis de energia ∆Em, e a razão adimensional dessa largura com o espaçamento médio dos níveis de energia pode ser definida como
58
Esta última equação é considerada frequentemente com um fator 2 adicional para explicar a dupla degenerescência de cada nível decorrente do spin do elétron.
59
Uma outra maneira de olhar para esta equação
é notar que um condutor conectado a dois reservatórios metálicos irá transportar uma corrente definida através da diferença nos níveis de Fermi entre as duas extremidades, a qual é assumida ser
eV.
60
Agora há
estados contribuindo para a corrente, e cada um desses estados transporta a corrente
e/t
62
A quantidade do lado esquerdo da equação
é de interesse para se definir a condutividade metálica mínima .
63
Num material desordenado, a razão entre a energia de sobreposição entre diferentes locais e o alargamento induzido por desordem dos níveis de energia é importante.
65
Se esta razão é pequena, é difícil corresponder a largura do nível de energia em um local, com aquele de um local vizinho, de modo que as energias permitidas não se sobreponham e não exista qualquer condutividade apreciável através da amostra.
66
Por outro lado, se a razão for grande, os níveis de energia facilmente se sobrepõem e temos bandas de energia permitidas, de modo que há funções de onda estendidas e uma grande condutância através da amostra.
68
O fator
está relacionado com uma unidade fundamental da condutância e é apenas
siemens (o inverso é apenas 4,12 kΩ).
69
Agora é possível definir uma condutância adimensional, chamada por Anderson e colaboradores de número de Thouless, em termos da condutância como
Onde
é a condutância real no sistema altamente condutor.
70
Estes últimos autores realizaram uma teoria de escalonamento com base na teoria de grupo de renormalização, que nos dá a dependência em relação ao comprimento de escala L e a dimensionalidade do sistema.
71
Os detalhes de tal teoria estão além do presente estudo. No entanto, podemos obter a forma limitante de seus resultados a partir dos argumentos acima.
72
O fator importante é um expoente crítico para a condutância reduzida g(L) que pode ser definida por
que é apenas a equação
reescrita em termos da condutância ao invés da resistência.
74
O que a teoria de escalonamento completa fornece é a conexão entre esses dois limites, quando a condutância nem é tão grande nem tão pequena.
75
Para três dimensões, o expoente crítico muda de negativo para positivo à medida que se vai de baixa condutividade para alta condutividade, de modo que o conceito de uma mobilidade em condutores desordenados (e amorfos) é realmente interpretada como o ponto onde β3 = 0.
76
Isto é esperado que aconteça onde a condutância reduzida é a unidade, ou para um valor de condutância total de
(O factor π/2 surge de um tratamento mais exato).
77
Em duas dimensões, não existe um valor crítico do expoente, uma vez que é sempre negativo, aproximando de zero assintoticamente.
78
Em vez de uma mobilidade de borda acentuada, existe uma passagem de localização universal logarítmica na grande condutância à localização exponencial na condutância pequena.
79
Este mesmo crossover aparece em uma dimensão, bem como, com exceção da localização logarítmica que é muito mais forte.
80
Assim, espera-se que todos os estados serão localizados para d <2 se não houver nenhuma desordem no condutor.
82
Na verdade, podemos constatar que, no caso de espalhamento superficial, o fator adicional de L na condutividade leva imediatamente a variação nacondutância como Ld-1, o que dá o valor resultante de
imediatamente para duas dimensões.