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Instituto Educacional São João da Escócia Colégio Pelicano
Curso Técnico de Eletrônica
1 Eletrônica Industrial – José Leonardo Filho
UJT – TRANSISTOR DE UNIJUNÇÃO.
O UJT.,é um dispositivo semicondutor que possui uma região de “resistência
negativa” em sua característica e é pertencente à família dos tiristores.
1 – Construção
Como o próprio nome indica, o UJT possui apenas uma junção PN. Sua
construção é simples e consiste de uma barra de material semicondutor do tipo N
(levemente dopada), onde foi incrustado um grão de material semicondutor do tipo P
(altamente dopado). As bases B1 e B2 são ligadas na barra N e o emissor E, ao material
tipo P, conforme a figura 1a,. A figura 1b mostra o circuito equivalente e a figura 1c o
seu símbolo.
Figura 1
2 – Funcionamento
O UJT é polarizado aplicando-se a tensão VBB entre o B2 (+) e B1 (-). A entrada
de sinal é aplicada entre emissor (E) e a base 1 (B1).
Quando VBB é aplicado entre B2 e B1, uma corrente flui através de RBB e com
IE = 0, o UJT apresenta um comportamento resistivo entre as bases (RBB é normalmente
um valor entre 4k7 e 9k1).
A tensão aplicada entre as bases varia gradualmente de B1 até B2, apresentando
o valor Vj na junção dos resistores. Portanto, sem tensão aplicada no emissor a junção
PN está polarizada inversamente. A tensão de polarização reversa ou tensão da junção
nesse caso dada por Vj, onde:
BB
BB
B2B1
BB
R
RVVj
RR
RVVj
B1B1
ou
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Para que o UJT funcione como um tansistor, uma tensão positiva, em relação à
B1, deve ser aplicada ao emissor. Contudo, para que haja corrente de emissor, a
polarização reversa criada por Vj na junção PN e também a tensão de disparo do diodo
(VD) devem ser sobrepujadas. Ver figura 2.
Figura 2
Aplicando-se uma tensão positiva no emissor, e aumentando-a gradualmente, a
corrente IE aumenta pouco até que a tensão de pico (Vp) seja atingida. Neste ponto
temos:
DE VVjVpV
A junção PN torna-se diretamente polarizada e o UJT “dispara”. De acordo com
a teoria dos semicondutores, as lacunas (ou buracos) do material do tipo P são injetadas
na barra de silício, devido à polarização de VBB através da barra de silício (canal N) os
portadores positivos injetados migram em direção ao terminal negativo B1. Este
acréscimo de portadores entre emissor e base B1 causa redução efetiva na resistência de
RB1. À medida que RB1 diminui a polarização reversa Vj diminui e com isso aumenta
efetivamente a polarização direta sobre o diodo D1. Isso permite que mais buracos
sejam injetados pelo emissor, no canal provocando decréscimo em RB1. Este processo é
regenerativo e RB1 decresce até um valor muito baixo, quase curto-circuitando os
terminais E e B1. Esse fenômeno dá ao UJT a característica de resistência negativa, que
podemos observar na figura 2b entre a corrente de pico (Ip) e a corrente de vale (IV).
Nessa região, enquanto IE aumenta, VE diminui contrariando a lei Ohm. Isso se deve ao
decréscimo da tensão através de RB1 durante essa fase. Após o ponto de vale (IV, VV), IE
aumenta com a tensão de emissor e a resistência torna-se novamente positiva.
3 – Aplicações
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3 Eletrônica Industrial – José Leonardo Filho
Os transistores unijunção não são usados como amplificadores. Eles são usados
principalmente em circuitos de tempo, como elementos sensores ou de disparo e em
circuitos geradores de formas de ondas. Eles podem controlar retardos de tempo, pulsos
temporizadores, transição de ondas dente de serra e quadradas.
3a – Osciladores de relaxação a unijunção
Considere, na figura 3, o capacitor C1 inicialmente descarregado.
Quando o circuito é ligado, C1 começa a se carregar como indicado na figura 4a,
enquanto o transistor Q1 permanecer sem disparo cortado.
Quando C1 atingir a tensão de pico (Vp) do UJT, este dispara
descarregando C1, como mostra a figura 4a.
Na descarga, quando VE atinge a tensão de vale o UJT entra em corte e
C1 começa novamente a ser carregado através de R1. O processo é repetitivo e
temos a forma de onda dente de serra em VE.
Figura 3
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Figura 4
As formas de onda na base 1 e 2 estão mostradas nas figuras 4b e 4c e como
vemos são picos de tensão que podem ser usados, por exemplo, para disparar um SCR
ou um TRIAC. Os níveis contínuos que aparecem nessas formas de onda são devido à
corrente quiescentes entre B1 e B2.
PUT – UJT PROGRAMÁVEL
Vimos que o UJT é disparado quando VE atinge o valor Vp = VD + ηVBB.
Assim, fixando VBB o UJT dispara a uma tensão fixa de Vp. O PUT permite ajustar essa
tensão de disparo sem alterar o valor de VBB, graças à variação da relação intrínseca de
equilíbrio (η), realizada externamente ao transistor, através de um divisor de tensão.
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1 – Construção
O PUT é formado por quatro camadas conforme figura 5a. Na mesma figura
incluímos os resistores responsáveis pela programação, R1 e R2. Esses resistores
equivalem aos resistores RB1 e RB2 do PUT. Na figura 5b mostramos a curva
característica de emissor do PUT.
Figura 5
2 – Funcionamento
Como vemos na figura 5a os terminais G e K estão polarizados. O terminal K
está ligado à massa e o terminal G na junção dos dois resistores. Portanto,
R2R1
R1VVj BB
Para que haja corrente pela junção PN superior é necessário que a tensão
aplicada ao anodo supere Vj acrescido da tensão de disparo da junção PN, VD. Assim, a
tensão de pico provocara o disparo do transistor será VA = Vp = Vj + VD e chamando
η = R1/(R1 + R2), teremos Vj = ηVBB e então:
DBB VηVVp
A equação acima é igual aquela encontrada para o UJT. Contudo, η nesse caso
depende de parâmetros externos ao transistor.
Dissemos acima que o PUT dispara quando VA = Vp. Isso ocorre porque, de
acordo com a teoria de semicondutores os buracos do material P (ligado a A) são
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injetados no material N. Devido às propriedades inerente á estrutura PNPN e a
polaridade de VBB através de R1 e R2, os portadores positivos migram em direção ao
catodo (mais negativo). Isto acarreta um aumento de portadores livres entre anodo e
catodo e esse processo é regenerativo pois esses elétrons livres diminuem a resistência
entre a porta e catodo e em consequência diminuem Vj aumentando a polarização direta
entre A e G e provocando aumento de corrente. A resistência entre porta e catodo ao
final do processo chega a aproximadamente 10 Ω, levando-se em conta o paralelismo
com R1. Esse fenômeno da ao anodo uma característica de “resistência negativa”
conforme ilustrado na figura 5b. Se IA tornar-se menor que IV (corrente de vale) o PUT
será cortado.
3 – Aplicações
O PUT tem a mesma aplicação do UJT com a vantagem de possuir programação
da tensão de disparo.
3a – Oscilador de relaxação usando PUT
O funcionamento do circuito da figura 6 é semelhante ao da figura 3.
Figura 6
Supondo C1 descarregado, quando se aplica a tensão ao circuito. C1
começa a se carregar através de R4 até atingir Vp, disparando o PUT que
descarrega C1 e assim repetindo-se o ciclo enquanto o circuito estiver ligado. As
formas de onda podem ser vistas na figura 7.
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Figura 7
No caso do PUT, Vp = ηVBB + VD, onde η = R1/(R1+R2). Portanto,
alterando-se R1 ou R2 estaremos alterando a tensão de disparo do transistor. Por
exemplo, se R1 for aumentado, com R2 constante, Vp será maior, aumentado a
constante de tempo de carga, diminuindo a frequência de oscilação do circuito.
A frequência de oscilação pode ser ajustada através de R4. Alterando R1 e R2
podemos alterar a tensão de disparo do put.
O tempo T necessário para atingir o potencial de disparo Vp é dado
aproximadamente por:
RCT
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CONCLUSÃO
O PUT, como o UJT são dispositivos de chaveamento. Quando o PUT, por
exemplo, dispara, um grande pulso de corrente é produzido no circuito devido ao
decréscimo rápido da resistência entre o anodo e catodo. Os picos de tensão que se
desenvolvem no resistor de catodo podem ser usados como disparos para outros
circuitos. Um PUT pode ser usado em qualquer aplicação onde se possa usar o UJT. A
diferença é que o PUT é mais rápido e possui um ponto de disparo mais estável, além de
ser programável.