Transição energética nas empresas · Que energia importamos, a que custo? EN ER G IA EM P O RTU...
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Donde vem a nossa energia?Os pontos de viragem
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amenas, ou seja, menos exigentes a nível de consumo energético, bem como um menor peso da indústria e a dimensão mais elevada dos ramos menos intensivos a energia (GEOTA, 2013; SGMAOTE, 2015a). Pode-se acrescentar que os níveis atuais de proximidade na pegada carbónica podem ser em grande parte atribuídos ao contributo das energias renováveis no mix energético.
A política de eficiência energética já é assumida pelos governos há bastante tempo. O já
referido Programa E4 (Eficiência Energética e Energias Endógenas) tinha como objetivos “a redução da intensidade energética do PIB, a diminuição da dependência externa em energia primária energética do PIB, a diminuição da dependência externa em energia primária, a melhoria da segurança do aprovisionamento, a redução da fatura energética e a proteção do ambiente” (SGMAOTE, 2015a). Ora, os indicadores já mencionados mostram-nos que nada disto acontece antes de 2005.
Consumo de energia e eficiência energética Uma justificação para este insucesso pode estar relacionada com alguns aspetos
importantes, levantados por um estudo do GEOTA, em 2013. Aqui é defendido que as políticas energéticas em Portugal nos últimos 30 anos têm sido baseadas em dois pressupostos há muito ultrapassados. O crescimento contínuo dos consumos e a energia barata (GEOTA, 2013). Na figura 4.15 podem ser verificados os consumos de energia primária registados anualmente, divididos pelo tipo de fonte, bem como a meta do PNAEE de redução de 8,2% face à média de consumo no período de 2001 a 2005. Este valor é inferior ao proposto na diretiva europeia, que era 9%.
Figura 4.16 - Consumo de energia primária por tipo de fonte e meta PNAEE 2013-2016
Adaptado de:(DGEG, 2015b; PCM, 2013)
810,95
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Cons
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Carvão Petróleo e produtos de petróleo
Gás natural Renováveis e Grande Hídrica
Resíduos não renováveis Saldo Importador de Eletricidade
Meta p/ 2016 (PNAEE 2013)Fonte: P. Mota 2016, adaptado de
DGEG e REN
Co
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Que energia importamos, a que custo?
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1 000
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Carvão Petróleo Bruto + Refinados Gás Natural Energia Elétrica
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%
Dependência Energética (DE) DE Normalizada (Diretiva 2009/28/CE)
8 2 , 5 % 8 3 , 3 % 8 1, 2 % 7 6 , 1% 7 9 , 4 % 7 9 , 4 % 7 3 , 7 % 7 2 , 4 % 7 8 , 3 % 7 4 , 9 %
8 2 , 2 % 8 2 , 3 % 8 0 , 8 % 7 7 , 7 % 7 9 , 3 % 7 7 , 9 % 7 5 , 0 % 7 3 , 8 % 7 7 , 5 % 7 6 , 0 %
SALDO IMPORTADOR DE PRODUTOS ENERGÉTICOS
DEPENDÊNCIA ENERGÉTICA (%)
Pico do preço do
petróleo de 2008
Fonte: DGEG 2018
Capacidade eléctrica excedentária:análise semanal 2014-2017
Fo
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: T. R
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Intensidade energética do PIB:medida de eficiência• Modelo de desenvolvimento
• Desempenho económico induz procura de energia útil
• Preço da energia
• Evolução tecnológica
• Opções de investimento em eficiência energética
• Incentivos ao consumo ou à eficiência
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Portugal: % sobre valores de 2007
Transição energética: que significa?• Novo paradigma: ODS, Acordo de Paris, estratégia energia (UE)
• Descarbonizar a economia: Acordo de Paris incontornável• Prioridade à eficiência energética!• Transição renovável de baixo impacte: petróleo et al. com fim à vista• Integração de redes e transparência de mercados• Critério essencial: custo-eficácia
• Na empresa• Eficiência energética: menor custo, menor impacte• Auto-produção renovável: autonomia, segurança, controlo de custos• Descarbonizar a empresa: risco regulatório (Acordo de Paris)• Inovação tecnológica: maior competitividade• Novos modelos de negócio: aquisição de energia vs. serviços de energia
Transição energética:oportunidades na indústria• O maior potencial por explorar: eficiência energética
• Gestão da energia: conhecimento, evitar desperdício, reciclagem
• Equipamentos mais eficientes
• Transição renovável: game-changers• Fotovoltaico em paridade com a rede é uma realidade
• Outras tecnologias: armazenagem distribuída, redes inteligentes
• Electrificação tendencial (antenção ao custo-eficácia)
• Novos modelos de negócio: prosumer, ESCO, cooperativas, etc
• Micro-geração renovável de baixo impacte
• Reforma fiscal: promover equidade, ambiente e sustentabilidade
Potencial de eficiência energéticana indústria• Potenciais de poupança concretizados na última década com
planos de racionalização de energia (PREn/SGCIE):• 6 a 9% do consumo pré-existente (média ≈ 8%)
• períodos de retorno: 2-3 anos
• Potenciais de poupança identificados mas não concretizados:• 2 a 23% do consumo
• períodos de retorno: 4-7 anos
• Investimento para alcançar 20% de poupança: 5000 a 6000 M€
• Diversas barreiras à concretização destas poupanças
Fonte: A. Brazão, 2012,
adaptado de DGEG/ADENE
Questões para as PME:
1. Como posso reduzir de forma rentável o consumo de energia?
2. Como posso mudar para uma energia mais “limpa”?
3. Qual o valor acrescentado da transição energética para o meu negócio?
4. A transição energética da minha empresa exige inovação ou existem soluções standard?
5. Como posso contribuir para uma sociedade mais sustentável energeticamente?