traços de personalidade narcisista no contexto do ensino contábil

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1 TRAÇOS DE PERSONALIDADE NARCISISTA NO CONTEXTO DO ENSINO CONTÁBIL: UMA APLICAÇÃO DA TEORIA DA RESPOSTA AO ITEM 1. INTRODUÇÃO Pesquisas relacionadas às diversas áreas de conhecimento, tem se preocupado em analisar o comportamento humano associado à personalidade narcisista, tanto no ambiente corporativo como na esfera acadêmica. Estudo recente realizado pela University of Science and Technology of China analisou as influências do narcisismo na relação entre orientador e orientando, em cursos de pós- graduação, enfatizando que o nível de narcisismo tem um impacto positivo sobre as experiências negativas vivenciadas pelos estudantes (Zheng Li, 2015). De acordo com Pincus, Ansell, Pimentel, Cain, Wrigth e Levy (2009), os traços narcisistas podem ser patológicos definidos clinicamente como transtorno de personalidade ou “normais” (não patológicos) percebidos como características de personalidade, que apresentará consequências positivas ou tendências a comportamentos inadequados, que sugerem a violação do código de ética nos espaços em que esse tipo de comportamento se manifesta, seja no contexto corporativo ou acadêmico. Dessa forma, os traços de personalidade narcisista caracterizam-se por um padrão duradouro de auto importância grandiosa e senso exagerado de talento e realizações. Uma necessidade exibicionista por atenção e admiração (Vandenbos, 2010). Na esfera empresarial, esse construto é explorado e relacionado à liderança, exibicionismo, grandiosidade e tomada de decisão empresarial (D’Souza & Lima, 2014). Os líderes narcisistas são mais propensos a interpretar as informações com um viés de interesse próprio e a tomar decisões com base em como elas irão refletir sobre a reputação deles. Preocupam-se em controlar os outros, e podem se tornar paranoicos, no que tange a supostos inimigos, especialmente quando estão sob stress excessivo (D’Souza & Lima, 2014; Maccoby, 2004). Por outro lado também evidenciam aspectos positivos como dinamismo estratégico, visão e criatividade (Chatterjee & Hambrick, 2007; Maccoby, 2004). Ao analisar o meio acadêmico, Langaro (2012) atesta que o indivíduo narcisista se destaca pela autoestima e por atitudes de preservação de interesses pessoais,

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TRAÇOS DE PERSONALIDADE NARCISISTA NO CONTEXTO DO ENSINO

CONTÁBIL: UMA APLICAÇÃO DA TEORIA DA RESPOSTA AO ITEM

1. INTRODUÇÃO

Pesquisas relacionadas às diversas áreas de conhecimento, tem se

preocupado em analisar o comportamento humano associado à personalidade

narcisista, tanto no ambiente corporativo como na esfera acadêmica. Estudo recente

realizado pela University of Science and Technology of China analisou as influências

do narcisismo na relação entre orientador e orientando, em cursos de pós-

graduação, enfatizando que o nível de narcisismo tem um impacto positivo sobre as

experiências negativas vivenciadas pelos estudantes (Zheng Li, 2015).

De acordo com Pincus, Ansell, Pimentel, Cain, Wrigth e Levy (2009), os traços

narcisistas podem ser patológicos definidos clinicamente como transtorno de

personalidade ou “normais” (não patológicos) percebidos como características de

personalidade, que apresentará consequências positivas ou tendências a

comportamentos inadequados, que sugerem a violação do código de ética nos

espaços em que esse tipo de comportamento se manifesta, seja no contexto

corporativo ou acadêmico.

Dessa forma, os traços de personalidade narcisista caracterizam-se por um

padrão duradouro de auto importância grandiosa e senso exagerado de talento e

realizações. Uma necessidade exibicionista por atenção e admiração (Vandenbos,

2010).

Na esfera empresarial, esse construto é explorado e relacionado à liderança,

exibicionismo, grandiosidade e tomada de decisão empresarial (D’Souza & Lima,

2014). Os líderes narcisistas são mais propensos a interpretar as informações com

um viés de interesse próprio e a tomar decisões com base em como elas irão refletir

sobre a reputação deles. Preocupam-se em controlar os outros, e podem se tornar

paranoicos, no que tange a supostos inimigos, especialmente quando estão sob

stress excessivo (D’Souza & Lima, 2014; Maccoby, 2004). Por outro lado também

evidenciam aspectos positivos como dinamismo estratégico, visão e criatividade

(Chatterjee & Hambrick, 2007; Maccoby, 2004).

Ao analisar o meio acadêmico, Langaro (2012) atesta que o indivíduo narcisista

se destaca pela autoestima e por atitudes de preservação de interesses pessoais,

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investimento em crescimento, maturação; esses vieses são conhecidos como

narcisismo de vida, sendo assim, benéficos ao processo de formação acadêmica.

Em contrapartida, os aspectos negativos são observados pelo sentimento de

superioridade, agressividade, impulsividade, necessidade de admiração, falta de

empatia, superestimação do desempenho, além de dificuldade de procurar

aconselhamento e reações negativas a falhas, repercutem negativamente no

ambiente acadêmico, haja vista que essas características de personalidade podem

se configurar como empecilhos à aprendizagem (Hudson, 2012).

Nessa perspectiva, alunos narcisistas estão predispostos a apresentar

comportamentos desonestos, com a finalidade de evitar o fracasso acadêmico e

manter um determinado desempenho. Para tanto, copiam a prova do amigo, plagiam

trabalhos e coparticipam de atividades designadas para o desenvolvimento

individual, sem contribuição efetiva (Sanchez & Innarelli, 2012). Em decorrência

dessa situação, alunos de hoje e posteriormente profissionais no futuro, uma vez

psicoadaptados às condutas narcisistas podem promover impactos

contraproducentes nas organizações, especificamente no âmbito contábil, onde se

espera uma atuação coerente com princípios éticos e morais, haja vista as

competências e habilidades conferidas ao profissional para a execução de suas

funções (Oliveira; Assis; Silva & Oliveira Neto, 2014).

A partir deste contexto surge a necessidade de conhecer o perfil dos

acadêmicos, especificamente neste estudo, na área da Contabilidade, de forma a

possibilitar a identificação de tendências a características narcisistas

comprometedoras ao processo de ensino e onde o comportamento no decorrer da

formação acadêmica e para além dela, na vida pessoal e profissional, é

imprescindível.

Com este propósito, o presente estudo tem a seguinte questão norteadora:

como se manifestam os traços de personalidade narcisista em estudantes de

Ciências Contábeis? Assim, essa pesquisa objetiva compreender o comportamento

pessoal dos acadêmicos, de forma a identificar como se manifestam os traços de

personalidade narcisista nos estudantes de Ciências Contábeis.

O presente estudo justifica-se devido ao tema narcisismo possuir

aprofundamento incipiente no contexto nacional como afirma Avelino e Lima (2014),

e em sua maioria estar associado a estudos de liderança no meio organizacional

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(D’Souza; Lima, 2014), havendo a necessidade de entender as implicações da

temática em questão no ambiente do ensino contábil. A contribuição do estudo é

trazer uma discussão para o meio acadêmico sobre a temática: perfil dos estudantes

e narcisismo. Além disso, tem a intenção de contribuir especificamente aos

educadores em conhecer e saber lidar com alunos com esse perfil.

As seções estão estruturadas da seguinte forma: além dessa introdução, a

segunda parte aborda o embasamento teórico para o estudo, a terceira seção trata

dos aspectos metodológicos utilizados, na quarta seção será apresentada a análise

dos dados e discussão dos resultados e, por fim, na última seção as considerações

finais.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A origem do termo narcisismo é, de acordo com Guimarães (2012), proveniente

de uma referência ao mito de Narciso, que na mitologia grega era um jovem que se

apaixonou pelo seu próprio reflexo e morreu como resultado de sua própria

fascinação. Gregório (2012) assegura que o conceito de narcisismo está relacionado

com o mito de narciso, uma vez que o mito, instituidor de um pensamento, reuniu

aspectos que dão origem ao conceito, além disso, veio reforçar as caracterizações

clínicas iniciais, inserindo reflexões acerca dos vários fenômenos a que este remete.

Guimarães e Endo (2014) afirmam que esse termo surge no final do século XIX

e há quase consenso entre os autores que a origem da palavra é atribuída a dois

clínicos: a) Havelock Ellis, utilizando no interior de um debate psicopatológico em

1898 para designar um comportamento perverso relacionado com o mito de Narciso;

e b) Paul Nacke um ano depois fazendo referência ao texto de Ellis, teria inventado

a palavra, significando uma perversão sexual. Já Roudinesco e Plon (1998)

atribuíram a invenção do termo a Alfred Binet em 1887, significando uma forma de

fetichismo, que consiste em se tomar a própria pessoa como objeto sexual, esse

termo depois utilizado por Ellis em 1898 mencionando sobre o autoerotismo.

Entretanto, é no texto intitulado Introdução ao Narcisismo de Freud (1914/2010)

que a temática ganha lugar proeminente entre os estudiosos na área da psicanálise

(Silva, 2014). Conforme Roudinesco e Plon (1998) o termo narcisismo adquiriu o

valor de um conceito, fenômeno libidinal.

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De acordo com Gregório (2012), a noção de narcisismo foi compreendida de

diversas formas: como uma perversão sexual, um instrumento ao serviço da

economia do sujeito psíquico, um modo de identificação, um estado de

desenvolvimento. Melo Junior e Ronchi (2013, p. 4) endossam que “o conceito de

narcisismo pode ser descrito como evolutivo, passando por diversas reelaborações”.

Segundo Campbell, Hoffman, Campbell e Marchisio (2011) o narcisismo,

atualmente, abrange três componentes: o ego (caracterizado pela vaidade, desejo

de poder); relações interpessoais (baixos níveis de empatia e intimidade emocional)

e estratégias de autorregulação (necessidade de atenção e admiração).

Em conformidade com a American Psychiatric Association (1994), o narcisismo

pode ser compreendido como um padrão invasivo de grandiosidade, necessidade de

admiração e falta de empatia e é classificado como um transtorno de personalidade.

Contudo, Avelino e Lima (2014, p. 2) defendem que esse tipo de comportamento

pode se apresentar com um aspecto positivo, “aquela que integra as representações

do ego em um todo coerente, conferindo um sentimento de autoestima e valoração

de si”.

De acordo com Campbell et al. (2011, p. 269), “o narcisismo é uma concepção

que aparece tanto na literatura de personalidade social, quanto na literatura clínica e

psiquiátrica”. Pincus et al. (2009) confirmam essa posição abordando o narcisismo

em dois polos: o narcisismo patológico e o narcisismo normal.

D’Souza e Lima (2014) argumentam que o narcisismo como transtorno de

personalidade, apresenta características observadas em nível anormalmente

elevado de autoestima, arrogância, necessidade de admiração e insensibilidade que

se traduzem em relações interpessoais conflitantes. Zheng Li (2015) certifica que

excesso de poder, condutas manipulativas, superioridade sobre as pessoas comuns,

falta de empatia e de compaixão são comportamentos de indivíduos com um nível

mais elevado de traços narcisistas, proporcionando experiências negativas.

O narcisismo numa perspectiva não clínica, segundo Pincus et al. (2009), é

denominado como narcisismo normal, avaliado como características de

personalidade e estudado pela Psicologia Social, enquanto o clínico é mais

comumente avaliado na pesquisa e prática clínica. Chatterjee e Hambrick (2007)

ressaltam que como característica de personalidade o narcisismo possui elementos

tanto cognitivos quanto motivacionais como: inteligência, criatividade, competência,

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excesso de confiança e necessidade de admiração. Dworkis (2012) esclarece que o

alto nível de superioridade do narcisista contribui para a crença em suas habilidades,

ou seja, a sua auto eficácia, o que pode aumentar a motivação e esforço,

melhorando seu desempenho.

Jones e Paulhus (2011) argumentam sobre a necessidade da ajuda profissional

para o nível clínico do transtorno de personalidade, já o nível subclínico permite ao

indivíduo viver normalmente na sociedade. D’Souza e Lima (2015) ao estudar os

traços não patológicos de personalidade que compõem o cluster, DarkTriad,

consideram o narcisismo como traço, não patológico, com níveis diferenciados que

permitem a observação de comportamentos positivos e negativos exteriorizados por

gestores no meio empresarial. O nível moderado do narcisismo é salutar para o ser

humano (Chatterjee & Hambrick ,2007; D’Souza & Lima, 2015).

Para a identificação do nível de narcisismo saudável, Avelino e Lima (2014)

salientam que o Inventário de Personalidade Narcisista (NPI) tornou-se o

instrumento mais utilizado em pessoas consideradas “normais”. Esse instrumento

psicométrico foi concebido por Raskin e Terry em 1988 e foi desenvolvido utilizando

os critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, o DSM-III para

o transtorno de personalidade narcisista (Campbell et al. 2011).

Conforme Langaro (2012), inicialmente vários estudos contínuos publicados e

não publicados, realizados por Raskin e Hall em 1981 e Raskin e Terry em 1988

produziram um questionário de autorrelato de 54 itens, cada item é composto por um

par de declarações narcisistas e não narcisistas. Posteriormente, em decorrência

dos estudos de Raskin e Terry (1988), ocorreu à redução de 54 para 40 itens. A

escala NPI propõe-se a avaliar sete subescalas: autoridade, exibicionismo,

superioridade, expectativa, autossuficiência, vaidade e exploração (Peter & Royce,

2005).

Para a avaliação do Inventário de Personalidade Narcisista, a Teoria da

Resposta ao Item (TRI) torna-se essencial. Em conformidade com Moreira Junior,

Zanella, Lopes e Seidel (2015), diversas áreas que objetivam a avaliação tem se

apropriado desse modelo, visto que, a TRI centra-se em um modelo de psicometria

moderna de estimação de traços latentes (Nascimento; Bernardes; Sousa &

Lourenço, 2015). Na observação de Araújo, Andrade e Bortolotti (2009) a TRI é uma

metodologia que propõe formas de representar a relação entre a probabilidade de

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um indivíduo apresentar certa resposta a um item, seu traço latente e características

dos itens, fornecendo modelos matemáticos na área de conhecimento em estudo.

Por traços latentes, Moreira Junior et al. (2015), afirmam que são

características inerentes ao indivíduo que não podem ser observadas diretamente,

necessitando de uma variável secundária para a mensuração.

Com a finalidade de identificar os traços de personalidade narcisista em um

grupo de jovens e adultos, Langaro e Benetti (2014) realizaram um estudo onde

participaram 350 estudantes universitários, com idade entre 18 e 30 anos, que

residem em uma cidade do interior da região noroeste do estado do Rio Grande do

Sul e estudavam em cursos de diferentes áreas de conhecimento. Através da coleta

de dados sociodemográficos e aplicação do NPI, constatou-se que homens

apresentaram índices mais elevados de traços narcisistas em relação às mulheres;

estudantes situados na faixa etária de 18 a 21 anos apresentaram maiores

resultados no fator exibicionismo do que em estudantes situados na faixa etária de

22 a 25 anos; e observou um maior nível de narcisismo em estudantes do curso de

ciências exatas do que em estudantes de ciências humanas e saúde.

Zheng Li (2015), adotando o instrumento psicométrico NPI, obteve como

resultado de pesquisa que o gênero masculino tem maior nível de narcisismo que o

feminino e quanto maior o nível de narcisismo do aluno, menor a qualidade na

relação entre orientador/orientando. Já no estudo de Carneiro (2014), sobre a

relação do narcisismo, vieses cognitivos e risco em decisões de investimento,

realizado em alunos dos cursos de graduação em Administração e Contabilidade de

uma Instituição de Ensino Superior de Belo Horizonte e utilizando o NPI, evidenciou

que o fator autoridade, avaliado na escala NPI, sobressai como componente do

traço narcisismo, que influencia de forma significativa o viés cognitivo melhor que a

média, além de concluir que os jovens possuem escores de narcisismo mais

elevados.

Akers, Giacomino e Weber (2014), que através da aplicação do NPI em

profissionais de empresas de contabilidade púbica e examinando as diferenças por

sexo, idade, área de atuação, nível profissional; compararam seus resultados com

um estudo prévio que analisou o narcisismo de estudantes de contabilidade e

encontraram diferenças significativas nos traços de autossuficiência e exibicionismo

entre os estudantes e os profissionais; os profissionais mais jovens são mais

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narcisistas, a pontuação NPI diminui com a idade e no gênero masculino as

características de autoridade, autossuficiência e exploração são mais expressivas

que no gênero feminino.

Por fim, Brown, Akers e Giacomino (2013), ao analisar 120 estudantes de

Contabilidade, 61 de uma Universidade Pública Estadual e 59 de uma Universidade

Privada, localizadas no centro-oeste dos Estados Unidos da América, encontrou

resultados demostrando que estudantes de contabilidade, tanto de graduação

quanto de pós-graduação, tem um nível de narcisismo mais baixo do que estudantes

de outras áreas de negócios, e observou também a diferença do nível de narcisismo

por sexo e não encontrou diferenças significativas para a pontuação total do NPI

entre os estudantes das IES.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Com a finalidade de obter respostas ao problema de pesquisa, o presente

estudo adotou o método survey, que consiste num levantamento de informações de

indivíduos, grupos, organizações, representados por uma amostra populacional e

utilizando um questionário para obter os dados a serem analisados (Pinsonneault &

Kraemer, 1993). A abordagem é de natureza quantitativa e descritiva. O método de

pesquisa quantitativa é utilizado para expressar em números as informações

obtidas. Já a pesquisa descritiva se caracteriza devido ao estudo proporcionar novas

visões sobre o tema narcisismo, de forma a estabelecer e compreender a relação do

estudo: perfil dos estudantes e o Narcisismo.

O critério utilizado para o levantamento da amostragem não-probabilística foi

acessibilidade. A amostra do estudo foi composta por 187 estudantes do curso de

graduação em Ciências Contábeis de Instituições de Ensino Superior (IES)

nordestinas, com faixa etária entre 18 e 43 anos. Os estudantes tiveram acesso ao

inventário de personalidade narcisista (NPI) impresso, instrumento que consiste num

questionário de autorrelato composto por 40 itens contendo afirmações narcisistas e

não narcisistas. Procedeu a aplicação presencialmente do questionário, pelo

pesquisador, em acadêmicos que participavam do Encontro Regional de Estudantes

de Ciências Contábeis- ERECIC- ocorrido entre os dias 02 e 05 do mês de abril do

ano 2015, na cidade de Natal-RN.

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Os dados foram coletados por meio da administração do inventário de

personalidade narcisista, traduzido para o português utilizando a metodologia

backtranslation de Pietro (1992) que conforme citado por Lima Filho (2013) utilizou-

se de três pessoas bilíngues que realizaram a tradução do inglês para o português.

Após esta tradução, três outras pessoas bilíngues distintas das primeiras traduziram

de forma independente o questionário do português para o inglês, e por fim, um

último tradutor bilíngue, analisando todas as traduções, realizou os ajustes

necessários obtendo uma única versão do instrumento em português, mantendo a

equivalência com a versão original.

Esse questionário tem um tempo aproximado de conclusão de 5 minutos e é

composto primeiramente pelos dados pessoais do participante, seguido de 40 itens

para a escolha de uma das opções A ou B, conforme apresentados no quadro

seguir:

Quadro1: Inventário de Personalidade Narcisista

Dados pessoais

Qual sua Idade? Qual sua UF/ESTADO? Qual seu gênero? Masculino Feminino

Sua IES é? Particular/Pública Seu curso de C. Contábeis é? Presencial EAD

A B

1 Tenho talento natural para influenciar as

pessoas.

Eu não sou bom em influenciar as pessoas.

2 Não sou humilde ou não tenho humildade. Eu sou essencialmente uma pessoa modesta

3 Eu faria quase tudo sob risco. Eu tendo a ser uma pessoa razoavelmente

cautelosa

4 Quando as pessoas me elogiam às vezes fico

sem jeito (envergonhado).

Eu sei que sou bom porque todo mundo fica

me dizendo que sou.

5 A ideia de dominar o mundo me horroriza. Se eu dominasse o mundo, ele seria melhor.

6 Geralmente eu dou um jeitinho para me safar

das encrencas.

Eu tento aceitar as consequências do meu

comportamento.

7 Eu prefiro me misturar com a multidão e não

me aparecer.

Eu gosto de ser o centro das atenções.

8 Vou ser um sucesso. Não estou muito preocupado (a) com o

sucesso

9 Não sou melhor ou pior que as outras

pessoas.

Penso que sou uma pessoa especial.

10 Não sei se seria um (uma) bom (a) líder. Me vejo como um (uma) Bom (a) líder.

11 Sou uma pessoa segura Gostaria de ser uma pessoa mais segura.

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12 Gosto de ter autoridade sob as outras

pessoas

Não me importo de seguir ordens.

13 Acho fácil manipular as outras pessoas Não gosto quando sinto que estou

manipulando pessoas.

14 Insisto em ter o respeito que me é devido. Geralmente tenho o respeito que me é devido.

15 Não tenho prazer especial me exibir meu

corpo

Gosto de exibir meu corpo.

16 Consigo decifrar as pessoas como se fosse

um livro aberto.

Às vezes eu acho difícil de entender as

pessoas.

17 Se eu me sinto competente assumo as

Responsabilidades pelas minhas decisões.

Gosto sempre de assumir a responsabilidade

pelas minhas decisões.

18 Tudo que eu quero é ser razoavelmente feliz. Eu quero ser importante aos olhos do mundo.

19 Meu corpo não é nada especial. Eu gosto de ficar admirando meu corpo.

20 Eu tento não chamar a atenção Eu gosto de aproveitar a chance para me

mostrar.

21 Eu sempre sei o que estou fazendo Às vezes não tenho certeza do que estou

fazendo.

22 Às vezes eu dependo das pessoas para fazer

as coisas.

Raramente dependo de alguém para fazer as

coisas.

23 Às vezes eu conto boas histórias. Todos gostam de ouvir minhas histórias.

24 Eu espero muito das outras pessoas. Eu gosto de fazer algo pelas pessoas.

25 Nunca vou ficar satisfeito até conseguir tudo

que Mereço.

Eu aproveito as satisfações da vida na medida

em que ocorre.

26 Elogios me deixam sem jeito. Eu gosto de ser elogiado (a).

27 Eu tenho um forte desejo de poder. O poder em si mesmo não me interessa.

28 Eu não me preocupo em sempre estar na

moda.

Eu gosto de estar na moda.

29 Eu gosto de me olhar no espelho. Não fico muito tempo me olhando no espelho.

30 Eu realmente gosto de ser o centro das

atenções.

Me sinto desconfortável em ser o centro das

atenções.

31 Eu posso viver a vida do jeito que eu quero. As pessoas não podem sempre viver como

gostariam.

32 Ser uma autoridade não significa muito para

mim.

As pessoas sempre reconhecem minha

autoridade.

33 Eu preferiria ser um líder. Faz pouca diferença para mim se sou líder ou

não.

34 Eu vou ser uma grande pessoa. Eu espero ser bem sucedido.

35 As pessoas acreditam naquilo que eu digo,

sou capaz de convencer.

Não consigo convencer tão bem.

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36 Eu sou um líder nato. Liderança é uma qualidade que leva muito

tempo para ser desenvolvida.

37 Eu gostaria que algum dia alguém

escrevesse minha biografia.

Eu não gosto que as pessoas fiquem

bisbilhotando minha viva.

38 Quando em público, fico perturbado quando

as pessoas não notam minha aparência.

Eu não me importo em passar despercebido

quando saio em público.

39 Eu sou mais capaz que as outras pessoas. Tenho muito que aprender com as outras

pessoas.

40 Eu sou muito semelhante a qualquer outra

pessoa.

Eu sou uma pessoa extraordinária.

Fonte: Adaptado de Raskin e Terry (1988).

Através das informações geradas pelo questionário será possível verificar os

traços narcisistas em acadêmicos que cursam Ciências Contábeis e confirmar as

seguintes hipóteses.

A primeira hipótese, designada H1, defende que os traços de narcisismo são

mais expressivos em estudantes do gênero masculino, em relação ao gênero

feminino, sustentado pelos estudos de Langaro e Benetti (2014) e Zheng Li (2015),

mencionados no capítulo anterior.

Já a segunda hipótese, nomeada H2, sustenta que os acadêmicos com menor

idade apresentam pontuação do narcisismo mais elevada, em relação aos com

maior idade. Esta hipótese é norteada por dois estudos: o estudo de Carneiro

(2014), utilizando o NPI chegou à conclusão que jovens possuem escores de

narcisismo mais elevados; e a pesquisa de Akers et al. (2014), que através do NPI,

concluiu que à medida que envelhecem os profissionais de Contabilidade tornam-se

menos narcisista.

A terceira hipótese (H3) assegura que entre os estudantes de Ciências

Contábeis pertencentes às Instituições de Ensino Superior, públicas e privadas, não

há diferença nas estatísticas dos níveis totais de narcisismo. Esta hipótese está

vinculada à pesquisa de Brown et al. (2013), que ao analisar o narcisismo em

estudantes de Contabilidade, não encontrou diferenças para a pontuação total do

NPI, a única diferença encontrada foi no item (10) relativo à Liderança/Autoridade

em que alunos das IES particulares apresentaram médias mais elevadas.

O instrumento NPI-40 permite avaliar os sete fatores narcísicos que agrupam

os 40 itens de investigação, são eles: Autoridade (medida por meio das questões 01,

08, 10, 11, 12, 32, 33, 36), Autossuficiência (questões 17, 21, 22, 31, 34, 39),

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Superioridade (questões 04, 09, 26, 37, 40), Exibicionismo (questões 02, 03, 07, 20,

28, 30, 38), Exploração (questões 06, 13, 16, 23, 35), Vaidade (questões 15, 19, 29),

Exigência (questões 05, 14, 18, 24, 25 e 27).

Para o cálculo da pontuação, Raskin & Terry (1988) codificaram as declarações

narcisistas com a pontuação 1 e as não narcisistas com pontuação 0. A pontuação

do participante é o somatório de itens narcisistas marcados, que varia de 0 a 40

pontos. Calculada a pontuação procedeu a análise exploratória dos dados.

O plano de análise seguiu a sugestão de Ackerman, Donnellan e Robins

(2012), em que foi aplicado o modelo logístico de 2 parâmetros (2PL) para a

pontuação total do NPI, e nas sub escalas NPI de Corry, Merritt, Mrug e

Pamp (2008) e Ackerman, Witt, Donnellan, Trzesniewski, Robins e Kashy (2011). Os

dados foram submetidos à análise estatística inferencial e o Teste de Hipótese foi

realizado adotando o Teste de Correlação de Pearson e o teste t de Student com

dados independentes.

4. ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo, inicialmente é apresentada a caracterização da amostra

seguida pelas análises exploratórias das propriedades psicométricas do NPI. Vale

ressaltar que o modelo TRI adotado neste estudo, o qual apresenta itens de

natureza dicotômicos, aponta a relação que existe entre a probabilidade de um

indivíduo acertar o item e a habilidade latente solicitada na sua resolução.

A amostra desta pesquisa possui participantes de todos os estados da região

nordeste brasileira: 23 (vinte e três) do Ceará, 24 (vinte e quatro) do Rio Grande do

Norte, 17 (dezessete) de Alagoas, 16 (dezesseis) de Sergipe, 10 (dez) do Piauí, 11

(onze) do Maranhão, 29 (vinte e nove) da Paraíba, 28 (vinte e oito) da Bahia e 29

(vinte e nove) do Pernambuco, totalizando 187 (cento e oitenta e sete) respondentes

dos quais 96 (noventa e seis) são do sexo masculino e 91 (noventa e um) do sexo

feminino. Em relação ao tipo de Instituição de Ensino Superior (IES) observa-se que

71,7% dos participantes são de IES públicas e 28,3% de IES particulares. A idade

variou entre e 18 a 43 anos, sendo que a maioria da amostra é composta por

participantes entre 20 e 23 anos.

Para a realização das análises, a presente pesquisa utiliza o modelo logístico

de 2 parâmetros da Teoria da Resposta ao Item (TRI). As escalas adotadas para o

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parâmetro de dificuldade foram: muito fácil (βi <-2,0 logits), fácil (-2,0 logits<βi <-1,0

logits), dificuldade média (-1,0 logits<Βi<1,0 logits), difícil (1,0 logits<βi <2,0 logits), e

muito difícil (βi> 2,0 logits). Para o parâmetro discriminação, consideraram-se os

valores entre 0,8 e 2,5 a serem bons discriminadores do nível do traço latente

(Ackerman et al. 2011).

A Tabela 1 apresenta as estatísticas descritivas para a pontuação total do

Inventário de Personalidade Narcisista e para as subescalas NPI de Corry et al.

(2008) e Ackerman et al. (2011). De um modo geral, a média aritmética da escala

NPI foi de 0,34, com desvio padrão de 0,14. Apresentou uma consistência interna

Alfa de Cronbach satisfatória, atendendo ao valor mínimo aceitável de 0,70,

diferente das outras subescalas que apresentaram o coeficiente alfa baixo,

possivelmente por serem compostas de poucos itens. Percebe-se que as

subescalas Liderança/Autoridade (M= 0,46 DP= 0,25 rij= 0,19) e

Exibicionismo/Exigência (M= 0,26 DP=0,17 rij= 0,19) de Corry et al. (2008) e

Liderança/Autoridade (M= 0,43 DP= 0,23 rij= 0,21), Grande Exibicionismo (M= 0,28

DP= 0,21 rij= 0,23) e Exigência/Exploração (M= 0,32 DP= 0,27 rij= 0,31) de

Ackerman et al. (2011) apresentaram correlações média interitens (rij) desejáveis,

que de acordo com Clark e Watson (1995), o coeficiente rij é satisfatório quando

atende a um valor no intervalo de 0,15 a 0,50.

Tabela 1: Estatística descritiva para a pontuação total do NPI, e as sub-escalas de Corry et al. (2008)

e de Ackerman et al. (2011).

Percentis

Méd

ia

Desvio

Pad

rão

25

50

75

Assim

etr

ia

Cu

rto

se

Alf

a d

e

Cro

bach

rij

R c

om

NP

I

To

tal

NPI 0,34 0,14 0,25 0,32 0,42 0,60 1,31 0,76 0,11

Sub-escalas - Corry et

al. (2008)

Liderança/Autoridade 0,46 0,25 0,33 0,44 0,67 0,13 -0,57 0,67 0,19 0,82

Exibicionismo/Exigência 0,26 0,17 0,14 0,21 0.36 0,79 1,06 0,63 0,19 0,81

Sub-escalas -

Ackerman et al. (2011)

Liderança/Autoridade 0,43 0,23 0,27 0,45 0,54 0,18 -0,57 0,68 0,21 0,87

13

Grande Exibicionismo 0,28 0,21 0,10 0,30 0,40 0,75 0,23 0,63 0,23 0,78

Exigência/Exploração 0,32 0,27 0,00 0,25 0,50 0,41 -0,75 0,37 0,31 0,37

Nota. α =coeficiente alfa de Cronbach; rij =correlação média interitens. Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Foi avaliado o grau em que a pontuação total dos itens do NPI pode ser

considerada unidimensional usando o modelo bifatorial. O pressuposto da

unidimensionalidade significa que apenas uma habilidade latente pode ser medida

pelo conjunto de itens que compõem o teste. Em um modelo bifatorial restrito, cada

item é especificado para carregar um fator geral e um fator de subescala. As cargas

sobre o fator geral que são superiores ou iguais a 0,50 são consideradas fortes, do

mesmo modo, quando os fatores da subescala excedem o valor do fator geral.

O exame das cargas fatoriais das subescalas revelou que alguns itens

possuíam cargas que excederam os valores do fator geral. Há também diferenças

mínimas entre cargas para o fator geral e cargas para o modelo unidimensional. Isto

sugere que a pontuação total NPI pode ser considerada unidimensional (um único

fator comum), suficiente para análise da TRI, onde o modelo bifatorial permitirá a

compreensão de quais fatores estão influenciando as pontuações do narcisismo,

levando em consideração que dados multidimensionais podem produzir pontuações

da escala interpretáveis. Contudo, uma inspeção das cargas para o fator geral no

modelo bifatorial sugere que o traço latente é definido principalmente por conteúdo

relacionado ao comportamento de liderança e busca de atenção, verificado nos itens

(01, 03, 07, 10, 28, 30, 32, 36 e 38) relacionados a essas variáveis que possuem

cargas fortes e estão relacionados aos traços de Autoridade e Exibicionismo, que de

acordo com Raskin e Terry (1988), é caracterizado por dominância, assertividade,

liderança, criticidade, autoconfiança, busca de sensações, extroversão e

impulsividade.

Após a aplicação do modelo 2PL na pontuação total NPI, encontrou-se 12 itens

que possuíam valores para o item de ajuste X² maior ou igual a 100 (itens 01, 07, 09,

10, 11, 12, 26, 27, 30, 32, 33 e 36). Isso significa que dos 40 itens que compõe o

NPI, 28 itens indicam que os parâmetros estimados têm validade questionável, isto

é, pelo menos na conjuntura desta pesquisa eles não representam com precisão

como os participantes responderam aos itens do questionário (Reise, 1990).

Importante salientar que 7 dos 12 itens estão associados ao aspecto de Autoridade,

apresentando características citadas no parágrafo anterior. Observou-se que em

14

relação ao parâmetro dificuldade apenas um item pertencia à escala fácil (item 8)

indicando que os respondentes escolheram a opção narcisista (“vou ser um

sucesso”) com facilidade, e seis itens (02, 14, 21, 24, 25 e 38) pertenciam à escala

dos mais difíceis, ou seja, tiveram maior dificuldade de selecionar a opção narcisista

destes itens.

Percebe-se que muitos dos itens mais simples pertencem às subescalas de

Autoridade e Autossuficiência de Raskin e Terry (1988). Estes itens refletem atitudes

positivas para consigo mesmo, abordadas no capítulo 1 deste estudo. Os itens que

estão na escala mediana de dificuldade refletem características de Exploração,

Exibicionismo e Superioridade. Esses itens contêm autoafirmações que remetem

grandiosidade e implicam num sentido de excepcionalidade e controle fácil sobre as

outras pessoas. Os itens com um grau de dificuldade maior pertencem às escalas de

Exibicionismo e Exigência. Esses itens representam autoafirmações indecentes e

grandiosas, como por exemplo, o item 7 (“eu gosto de ser o centro das atenções”),

por isso a resistência em selecionar esta opção.

Uma variedade de itens revelou indivíduos exigentes em média e acima dos

níveis médios do traço de personalidade. De acordo com a Tabela 1, os itens mais

discriminatórios foram os que refletiam aspectos da capacidade de liderança e

necessidade de atenção, isso demostra que os traços de Liderança/Autoridade

estão ganhando um aspecto particular sobre a escala NPI, colocando em evidência

se esses elementos devem ser considerados narcisistas. Nota-se que alguns itens

ligados às subescalas de Exigência e Autossuficiência de Raskin e Terry (1988)

apresentaram baixos valores discriminadores (itens 14, 17, 22, e 24), ou seja, esses

itens são menos informativos do nível do traço latente em questão do que os

demais.

Assim como o estudo de Ackerman et al. (2012), nesta pesquisa, além da análise da

subescala NPI de Raskin e Terry (1988) utilizou-se também as subescalas do

próprio Ackerman et al. (2011), referente a um estudo anterior sobre a mensuração

do NPI e de Corry et al. (2008), para uma melhor precisão nos resultados,

constatados nas Tabelas 2 e 3.

Tabela 2: Modelo logístico de 2 parâmetros (2 PL) para as subescalas NPI de Liderança/Autoridade e

Exibicionismo/Exigência de Corry et al.(2008).

Modelo 2PL

15

Item X2 β σβ α σα

Liderança/

Autoridade

1 280,75 -0,91 0,02 1,45 0,03

8 96,43 -1,27 0,03 0,54 0,02

10 835,37 -0,17 0,01 2,65 0,06

11 311,43 0,05 0,01 1,48 0,03

12 654,64 0,06 0,01 1,73 0,03

27 374,97 0,49 0,02 1,31 0,03

32 451,64 0,93 0,02 2,21 0,05

33 392,42 0,06 0,01 1,68 0,04

36 445,59 1,30 0,03 2,33 0,05

Exibicionismo/

Exigência

3 148,85 2,09 0,06 0,89 0,02

4 114,38 1,41 0,03 0,82 0,02

7 637,90 0,53 0,01 2,21 0,06

14 47,71 2,54 0,14 0,39 0,02

15 494,96 1,20 0,02 1,47 0,04

19 387,54 0,70 0,02 1,25 0,03

20 349,76 1,55 0,03 1,82 0,04

24 22,96 3,30 0,19 0,39 0,02

25 68,72 2,75 0,10 0,67 0,02

28 128,40 0,90 0,04 1,01 0,02

29 378,87 -0,29 0,02 1,25 0,03

30 713,43 0,34 0,01 2,66 0,08

38 292,83 1,69 0,04 1,60 0,04

39 78,10 2,40 0,10 0,59 0,02

Nota. β = parâmetro dificuldade; σβ = erro padrão para o parâmetro de dificuldade; α = parâmetro de discriminação; σα = erro padrão para o parâmetro de discriminação. Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Após aplicar o modelo 2PL na subescala Liderança/Autoridade, concluiu-se

que todos os itens possuíam valores X² acima de 100, com exceção do item 8,

indicando que os parâmetros destes itens são validados para a análise. Além disso,

na aplicação do modelo 2PL na subescala Exibicionismo/Exigência descobriu-se que

10 itens possuíam valores X² acima de 100 (itens 3, 4, 7, 15, 19, 20, 28, 29, 30, e

38), sugerindo de um modo geral, a manifestação de traços relacionados à vaidade,

sentimento de merecer respeito e uma vontade para manipular e tirar vantagem dos

outros, que segundo Ackerman et al. (2011), corresponde a elementos socialmente

negativos de narcisismo. Nas estatísticas de dificuldade, percebe-se que o item 8

pertence à escala “fácil”, já o item 24 encontra-se na escala “muito difícil”,

16

significando que os respondentes tiveram maior dificuldade de selecionar a opção

narcisista (“Eu espero muito das outras pessoas”). Em relação às estatísticas de

discriminação, dos 23 itens apenas 5 itens (8, 14, 24, 25 e 39) não apresentam

valores satisfatórios para discriminar os traços de Liderança/Autoridade e

Exibicionismo/Exigência dos participantes.

Tabela 3: Modelo logístico de 2 parâmetros (2 PL) para as subescalas NPI de Liderança/Autoridade,

Grande Exibicionismo e Exigência/Exploração de Ackerman et al. (2011).

Modelo 2PL

Item X2 β σβ α σα

Liderança/

Autoridade

1 209,55 -0,90 0,02 1,48 0,03

5 102,45 0,75 0,03 0,83 0,02

10 594,01 -0,16 0,01 2,81 0,06

11 203,58 0,05 0,01 1,48 0,03

12 278,26 0,06 0,01 1,63 0,03

27 222,63 0,49 0,02 1,28 0,03

32 436,53 0,93 0,02 2,21 0,05

33 270,55 0,06 0,01 1,58 0,04

34 104,90 -0,27 0,02 0,90 0,02

36 366,48 1,28 0,03 2,42 0,05

40 75,16 0,37 0,02 0,71 0,02

Grande Exibicionismo

4 134,28 1,36 0,03 0,87 0,02

7 719,09 0,52 0,01 2,25 0,07

15 584,93 1,19 0,02 1,51 0,04

19 472,80 0,65 0,02 1,37 0,03

20 333,57 1,59 0,03 1,74 0,04

26 130,21 -0,45 0,02 0,84 0,02

28 1237,17 0,89 0,04 1,02 0,02

29 498,36 -0,28 0,02 1,37 0,03

30 761,32 0,34 0,01 2,59 0,08

38 405,47 1,84 0,04 1,40 0,04

Exigência/

Exploração

13 3357,41 0,89 0,03 0,62 0,02

14 7825,83 1,08 0,03 1,06 0,03

24 4624,44 1,14 0,03 1,42 0,06

25 3793,82 1,16 0,02 2,53 0,13

Nota. β = parâmetro dificuldade; σβ = erro padrão para o parâmetro de dificuldade; α =parâmetro de discriminação; σα = erro padrão para o parâmetro de discriminação. Fonte: Dados da pesquisa (2016).

17

Da mesma forma, o modelo 2PL foi aplicado na subescala

Liderança/Autoridade e evidenciou-se que dez itens possuíam valores X² acima de

100 (itens 1, 5, 10,11, 12, 27, 32, 33, 34 e 36), com exceção do item 40, portanto, os

parâmetros são validados para analisar os traços latentes em questão. Estes itens

indicam traços relacionados à autoestima, extroversão, potência social, que são

aspectos considerados como “adaptativos” do NPI (Ackerman et al., 2011). Já os

aspectos “mal-adaptativos” (tendências antissociais, desvalorização dos outros,

exigência, maquiavelismo) estão aliados aos componentes: Grande Exibicionismo e

Exigência/Exploração, que conforme verificado na Tabela 3, apontam itens

demonstrando baixos níveis de informação a respeito dos parâmetros. A estatística

do item 36 indica que os respondentes tiveram dificuldade de selecionar a opção

narcisista (“eu sou um líder nato”). No parâmetro discriminação apenas o item 40

não é satisfatório para discriminar a característica abordada.

Em suma, percebeu-se que nem todas as escalas NPI foram igualmente

informativas sobre o seu traço correspondente e a abordagem de analisar os traços

narcisistas através das subescalas (Corry et al., 2008; Ackerman et al., 2011)

proporcionou uma maior clareza sobre quais atributos avaliados pelo NPI estão

apresentando resultados mais informativos em relação aos estudantes.

Com a finalidade de testar a primeira hipótese (H1) aplicou-se o teste t de

Student com dados independentes. Esta hipótese defende que os traços de

narcisismo são mais expressivos em estudantes do gênero masculino, em relação

ao gênero feminino. Este mesmo teste foi utilizado para avaliar as variáveis: tipo de

IES e NPI.

A Tabela 4 indica que a amostra apresentou pequena diferença na distribuição

por gênero dos participantes, permitindo uma melhor análise das médias NPI, que

do gênero masculino correspondeu a 14,40. Este resultado é 11,4% superior à

média NPI do gênero feminino (12,76). Essas médias são análogas às médias

observadas (Masc.= 14,24 / Fem.=11,74) no estudo de Langaro e Benetti (2014).

Importante ressaltar que os scores do presente estudo variaram entre 1 (um) a 39

(trinta e nove) pontos.

Tabela 4: Gênero X NPI

Gênero N Média Desvio Padrão Erro Médio

18

NPI Masculino 96 14,4063 5,85361 0,59743

Feminino 91 12,7692 5,08173 0,53271

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Percebe-se no teste da primeira hipótese (Tabela 5) que homens apresentam

maiores níveis de NPI em relação às mulheres e como afirmam Akers, Giacomino e

Weber (2014) são mais autoritários, autossuficientes, exploradores e têm um maior

senso de direito. Este resultado está alinhado aos estudos de Langaro e Benetti

(2014) e Zheng Li (2015) que evidenciaram índices mais elevados de traços

narcisistas no gênero masculino. Esta confirmação pode estar ligada ao fato das

mulheres estarem mais propensas a desenvolverem comportamentos de afetividade,

empatia e honestidade, em contraposição ao gênero masculino que tendem a

condutas ligadas à competitividade e até comportamentos desonestos na busca de

interesses pessoais (Avelino & Lima, 2014).

Tabela 5: Teste das amostras independentes

Teste de

Levene

para

Igualdade

de

Variâncias

Teste t de igualdade de médias

F Sig. t Df Sig.

(bi-

caudal)

Diferença

média

Diferença

de erro

95% Intervalo de

Confiança da

Diferença

Inferior Superior

NPI

Igualdade de

variância

assumida

1,526 0,218 2,037 185 0,043 1,63702 0,80347 0,05188 3,22

Igualdade de

variância não

assumida

2,045 183,6 0,042 1,63702 0,80044 0,05778 3,216

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Em relação às variáveis idade e pontuação do NPI (H2) aplicou-se o teste do

coeficiente de correlação de Pearson (r) que é mais adequado para testes

19

psicológicos. De acordo com Chen e Popovic (2002) é a estatística mais utilizada

para descrever a relação entre variáveis.

Tabela 6: Teste de Hipótese H2

Idade

NPI

Correlação de Pearson -0,078

Sig. (bi-caudal) 0,290

Soma de Quadrados e Produtos Cruzados -304,925

Covariância -1,639

N 187

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Dessa maneira, verifica-se na Tabela 6 que as variáveis Idade e NPI não

apresentaram correlação estatisticamente significativa (Sig. 29%). Com isso, é

possível concluir que não existe diferença significativa entre as variáveis, pelo

menos no contexto desta pesquisa. A amostra levantada possui uma concentração

nas idades entre 20 e 23 anos, ou seja, uma alta concentração em uma restrita faixa

etária, o que pode ter influenciado este resultado. Provavelmente, em uma amostra

envolvendo um grupo maior e com uma regularidade na distribuição por idade os

resultados poderão ser diferentes.

Tabela 7: Tipo de IES X NPI

Tipo_IES N Média Desvio Erro Médio

NPI Pública 134 13,4627 5,29812 0,45769

Privada 53 13,9811 6,14094 0,84352

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

De acordo com a Tabela 7 constata-se que a quantidade de respondentes de

IES públicas foi superior aos de IES privadas, além disso, nota-se que não há uma

diferença expressiva entre as médias dos tipos de IES, distribuição compatível com

a do estudo de Brown et al. (2013). Contudo, é importante considerar que mesmo

com uma quantidade menor, os participantes das IES privadas obtiveram uma média

acima da encontrada nos estudantes de IES públicas. Já no estudo de Brown et al.

(2013) os achados foram diferentes (Pública= 15,83, Privada= 15,66).

20

Tabela 8: Teste das amostras independentes

Teste de

Levene para

Igualdade

de

Variâncias

Teste t de igualdade de médias

F Sig. t df Sig. (bi-

caudal)

Diferença

média

Diferença

de erro

95% Intervalo de

Confiança da

Diferença

Inferior Superior

NPI

Igualdade

de variância

assumida

0,046

0,830

-0,576

185

0,565

-0,51845

0,90025

-2,29453

1,25764

Igualdade

de variância

não

assumida

-0,540 84,26 0,590 -0,51845 0,95969 -2,42681 1,38992

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Os níveis de significância da Tabela 8 revelam a inexistência de diferenças

estatisticamente significativas entre os tipos de IES. Esses resultados despertam o

interesse para a discussão se o narcisismo é influenciado pelo tipo de IES, uma vez

que são aspectos inerentes à personalidade de cada ser humano. O que se pode

concluir é que entre os estudantes das IES, as diferenças poderão ser constatadas

nas sete categorias abordadas pelo narcisismo.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa objetivou compreender o perfil dos acadêmicos que cursam

Ciências Contábeis. Para alcançar tal finalidade e responder ao problema de como

se manifesta os traços de personalidade narcisista em estudantes, foi aplicado o

instrumento psicométrico Inventário de Personalidade Narcisista (NPI) que é

composto por 40 itens contendo afirmações de natureza dicotômica, narcisistas e

não narcisistas, no qual os traços latentes foram estimados utilizando a Teoria da

Resposta ao Item (TRI), uma vez que a pontuação total NPI une aspectos

adaptativos de personalidade com aspectos mal-adaptativos (Ackerman et al.,2011).

21

As subescalas de Corry et al. (2008) e Ackerman et al. (2011) utilizadas na

análise exploratória justificam-se tanto por razões empíricas quanto teóricas e de um

modo geral, os resultados encontrados demonstraram que os estudantes

selecionaram os itens que possuíam conteúdos relacionados aos traços de

Liderança/Autoridade, além de itens que sugeriam a manifestação de traços

relacionados à Vaidade e Manipulação que estão ligados à subescala de

Exibicionismo/Exigência.

Para a análise das hipóteses aplicou-se o teste t de Student com dados

independentes, além do teste do coeficiente de correlação de Pearson (r) permitindo

a conclusão com um nível de segurança equivalente a 95% de que os homens são

mais narcisistas que as mulheres. Os participantes das IES privadas apresentaram

média narcisista maior que os estudantes de IES públicas, todavia, sem diferença

estatística. Já em relação à idade e NPI foi possível concluir que não existe

diferença significativa entre essas variáveis.

Respondendo à problemática deste estudo, os traços narcisistas evidenciam

que os estudantes principalmente do sexo masculino são dominantes, assertivos,

autoconfiantes e extrovertidos. De acordo com Brown et al. (2013), essas são

características de líderes, uma vez que, os fatores narcísicos de Autoridade e

Exibicionismo são marcantes em sua personalidade. Estes achados permitem aos

educadores reconhecer aspectos inerentes aos estudantes até então

desconhecidos, possibilitando adaptar seus estilos de ensino com base no perfil dos

alunos que estão ensinando.

Logo, os resultados desta pesquisa promovem uma reflexão para o processo

de ensino-aprendizagem em Contabilidade demostrando que o narcisismo é um

aspecto psicológico presente no comportamento de todas as pessoas, podendo ser

benéfico ou contraproducente dependendo do grau de manifestação.

Esta pesquisa apresentou limitações quanto à amostra que foi composta por

participantes de um evento de Contabilidade, ou seja, o critério utilizado foi a

acessibilidade. Um estudo que envolva uma amostra aleatória de estudantes poderá

alcançar um maior número de participantes, assim como, resultados diferentes. Já

em relação à linha de pesquisa, a limitação foi a quantidade de estudos envolvendo

narcisismo e Contabilidade no âmbito nacional, sendo necessário a realização de

22

mais estudos com essa temática, dado que, a maior concentração de artigos

publicados é em periódicos internacionais.

Recomenda-se, para pesquisas futuras, o desenvolvimento de estudos com a

mesma temática em outras regiões brasileiras. Comparar estudantes de

Contabilidade com outras áreas de negócios (economia, marketing, administração)

ou comparar contadores em diferentes níveis de ensino (graduação, mestrado,

doutorado). Em suma, fica evidenciada a importância do estudo comportamental na

área contábil, já que os resultados podem contribuir na formação acadêmica e

continuada.

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