Trabalhos - Parte 4

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O ITINERÁRIO TERAPÊUTICO COMO FERRAMENTA NA AVALIAÇÃO DE REPERCUSSÕES PARA FAMÍLIA DE UMA IDOSA Bellato, Roseney 1 Hiller, Marilene 2 Santos,Laura Filomena Araújo 3 Silva, Alessandra Hoelscher 4 Silva, Fábio Cabral 5 Thaines, Geovana Hagata de Lima Souza 6 INTRODUÇÃO: A família é por nós entendida como unidade primária cuidadora, para a qual convergem os múltiplos custos implicados na experiência de adoecimento de um ou mais membros por condição crônica; assim como deve ser considerada unidade a ser cuidada na produção de cuidado em saúde (1) . Dessa forma, faz-se necessário organizarem-se práticas cuidativas em saúde que privilegiem a família como seu foco e que consigam avaliar qualitativamente a saúde dessa família e a utilização do Itinerário Terapêutico, definido como trajetórias de busca, produção e gerenciamento do cuidado para saúde, empreendidas por pessoas e famílias seguindo uma lógica própria, tecida nas múltiplas redes para o cuidado em saúde, de sustentação e de apoio (1) , oferece elementos importantes para subsidiar o estudo de famílias que vivenciam a situação de adoecimento de modo a evidenciar as necessidades por elas experienciadas. O Itinerário Terapêutico é um desenho que expressa a “dimensão espacial” destas trajetórias, mostrando os serviços de saúde e recursos buscados pela família; e um desenho com a “dimensão temporal” da sequência destas 1 Enfermeira. Doutora em Enfermagem, Docente da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (FAEN/UFMT).[email protected] 2 Enfermeira. Especialista em Saúde pública e Gestão Hospitalar, aluna do Curso de Mestrado em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (FAEN/UFMT). E-mail: [email protected] 3 Enfermeira. Doutora em Enfermagem, Docente da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (FAEN/UFMT). 4 Graduanda em Enfermagem da Faculdade de enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (FAEN/UFMT). 5 Graduando em Enfermagem da Faculdade de enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (FAEN/UFMT). 6 Graduanda em Enfermagem da Faculdade de enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (FAEN/UFMT). 4992 Trabalho 2769 - 1/4

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  • O ITINERRIO TERAPUTICO COMO FERRAMENTA NA AVALIAO DE REPERCUSSES PARA FAMLIA DE UMA IDOSA

    Bellato, Roseney1

    Hiller, Marilene 2

    Santos,Laura Filomena Arajo3

    Silva, Alessandra Hoelscher4

    Silva, Fbio Cabral5

    Thaines, Geovana Hagata de Lima Souza6

    INTRODUO: A famlia por ns entendida como unidade primria cuidadora,

    para a qual convergem os mltiplos custos implicados na experincia de

    adoecimento de um ou mais membros por condio crnica; assim como deve ser

    considerada unidade a ser cuidada na produo de cuidado em sade(1). Dessa

    forma, faz-se necessrio organizarem-se prticas cuidativas em sade que

    privilegiem a famlia como seu foco e que consigam avaliar qualitativamente a

    sade dessa famlia e a utilizao do Itinerrio Teraputico, definido como

    trajetrias de busca, produo e gerenciamento do cuidado para sade,

    empreendidas por pessoas e famlias seguindo uma lgica prpria, tecida nas

    mltiplas redes para o cuidado em sade, de sustentao e de apoio(1), oferece

    elementos importantes para subsidiar o estudo de famlias que vivenciam a

    situao de adoecimento de modo a evidenciar as necessidades por elas

    experienciadas. O Itinerrio Teraputico um desenho que expressa a dimenso

    espacial destas trajetrias, mostrando os servios de sade e recursos buscados

    pela famlia; e um desenho com a dimenso temporal da sequncia destas

    1 Enfermeira. Doutora em Enfermagem, Docente da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (FAEN/UFMT)[email protected] Enfermeira. Especialista em Sade pblica e Gesto Hospitalar, aluna do Curso de Mestrado em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (FAEN/UFMT). E-mail: [email protected] Enfermeira. Doutora em Enfermagem, Docente da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (FAEN/UFMT).4 Graduanda em Enfermagem da Faculdade de enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (FAEN/UFMT).5 Graduando em Enfermagem da Faculdade de enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (FAEN/UFMT).6 Graduanda em Enfermagem da Faculdade de enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (FAEN/UFMT).

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    Trabalho 2769 - 1/4

  • buscas; tambm evidencia as redes para o cuidado em sade tecidas por

    pessoas e famlias, atravs do desenho do genograma, e do desenho do

    ecomapa, que mostra os recursos disponveis e acessados pela famlia, bem

    como a qualidade de seus vnculos e relaes.(2) Outros desenhos que tambm

    fazem parte a Linha de Produo de Interveno, que demonstra as aes

    especficas de cada profissional sobre a pessoa doente, colocando-as em uma

    perspectiva temporal e espacial(3), a linha de desenvolvimento da condio

    crnica e a linha de desenvolvimento dos membros da famlia cuidadora.

    OBJETIVO: Discorrer sobre a importncia da utilizao do Itinerrio Teraputico

    como ferramentas de anlise da famlia, bem como oferecer um exemplo de

    Estudo de Caso empregando-os na organizao e anlise dos dados.

    METODOLOGIA: O trabalho um recorte de uma dissertao de Mestrado que

    trabalha os mltiplos custos para a famlia de idoso com condio crnica por

    Alzheimer, e est vinculado a um projeto matricial7. Trata-se de um Estudo de

    Caso, de abordagem compreensiva em que se utilizou como estratgia

    metodolgica para a coleta de dados a Histria de Vida Focal (HVF) empreendida

    pela entrevista em profundidade com membros da famlia de uma pessoa idosa

    com Alzheimer em um estgio moderado da doena e residente em Cuiab- MT.

    RESULTADO: A famlia estudada composta pelo chefe da famlia, um senhor

    falecido h cinco anos, e a sua esposa, da unio dos dois vieram cinco filhos,

    quatro mulheres, sendo que a primeira foi natimorta, e um homem, o mais novo. A

    filha mais velha casada, teve trs filhos sendo uma menina, e dois rapazes; a

    segunda filha teve um filho fora de uma relao estvel; a terceira filha tem um

    casal de filhos de um casamento; e o mais novo teve um filho do primeiro

    casamento, sendo que est no segundo enlace. O Genograma demonstrou a

    passagem da idosa por diversos ncleos cuidadores, evidenciando a dificuldade

    em oferecer esses cuidados. A situao de adoecimento enfrentada pela famlia

    pode ser descrita atravs do IT como um perodo de procura por cuidado devido

    depresso, posteriormente por diagnstico confirmado de Alzheimer que tratou-se

    por trs anos com medicaes especficas para esse agravo e, devido

    agressividade e frente a memria preservada, o mdico geriatra exclui o

    7 Avaliao dos mltiplos custos em sade na perspectiva dos itinerrios teraputicos de famlias e da produo do cuidado em sade em municpios de Mato Grosso, aprovado pelo comit de tica e pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso sob o nmero 307/CEP-HUJM/06

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  • diagnstico, argumentando no ter sinais clssicos de Alzheimer. Assim, embora

    a famlia necessite produzir e gerenciar cuidados pessoa idosa, no tem o apoio

    dos profissionais de sade que no reconhecem um diagnstico definido e

    formalizado por um Cdigo Internacional das Doenas (CID) para o seu agravo.

    Atualmente a senhora idosa reside com a filha mais velha, com quem mantm

    uma relao conflituosa e a mesma necessitou deixar de trabalhar para poder

    manter o cuidado me. O ecomapa demonstra poucos vnculos do atual ncleo

    com o restante da famlia, igreja e setores da comunidade. O desenho das linhas

    de desenvolvimento da famlia e da doena e sua mtua imbricao nos

    possibilitaram compreender o modo como as diferentes fases do desenvolvimento

    da condio crnica por demncia senil e aquela do desenvolvimento pessoal de

    cada membro da famlia tem estreita implicao no modo como essa famlia se

    organiza para buscar, produzir e gerenciar o cuidado dispensado idosa.(4) A

    partir do ecomapa da famlia estudada percebeu-se que a ligao com a filha

    mais nova, vinculada ao cuidado, foi algo do passado; com a filha do meio

    espordico; e com o filho mais novo a vinculao forte, indicando ser ele o

    suporte de apoio da filha mais velha, a atual cuidadora principal. Na anlise da

    LPI ofertada percebemos que a experincia de adoecimento marcada por uma

    srie de intervenes profissionais, de carter basicamente medicamentoso nas

    diversas instncias de sade, as intervenes profissionais realizadas com a

    idosa so marcadas por prticas desarticuladas e fragmentadas, em que

    observamos que os profissionais atuam sobre as manifestaes somticas do

    problema e, quando no conseguem enquadrar os sintomas apresentados em um

    diagnstico, o atendimento fica fragilizado ou abandonado.(5) CONCLUSO: A

    utilizao do Itinerrio Teraputico se mostrou de grande valia no s para

    organizao dos dados, mas, principalmente, para a compreenso da dinmica

    da organizao familiar e dos recursos sociais disponveis para o cuidado

    pessoa idosa com Alzheimer, bem como uma possibilitou que pontos obscuros

    ficassem mais visveis, particularmente aqueles que tratam das relaes entre

    seus membros e sua influncia na capacidade da famlia de buscar, produzir e

    gerenciar o cuidado necessrio.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:

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  • 1 Bellato, R.; Araujo, L.F.S.; Castro, P. O itinerrio teraputico como uma tecnologia avaliativa da integralidade em sade. In: Roseni Pinheiro; Alusio Gomes da Silva Jnior; Ruben Araujo de Mattos. (Org.). Ateno bsica e integralidade: contribuies para estudos de prticas avaliativas em sade. 1 ed. Rio de Janeiro: CPESC; IMS/UERJ; ABRASCO, 2008. p.167-185.2 Costa, A.L.R.C.; Figueiredo, D.L.B.; Medeiros, L.H.L.; Mattos, M.; Maruyama, S.A.T. O percurso na construo dos itinerrios teraputicos de famlias e redes para o cuidado In: PINHEIRO, Roseni; MARTINS, Paulo Henrique. (Orgs.). Avaliao em sade na perspectiva do usurio: abordagem multicntrica. Rio de Janeiro: UFPE; CEPESC; IMS/UERJ; ABRASCO, 2009.

    3 Almeida, K.G.; Bellato, R.; Araujo, L.F.S.; Costa, A.L.R.C.; Figueiredo, D.L.B.; Santos, E.C.A.; Rosa, F.G. Linha de Produo de Intervenes (LPI) - uma tecnologia avaliativa em sade sob a perspectiva da integralidade da ateno. In: Seminrio Nacional De Pesquisa Em Enfermagem, 15., 2009, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ABEN, 2009. 1 CD-ROM

    4 Silva, A. H.; Bellato, R.; Hiller, M.; Arajo, L.F.S.. Repercusses da condio crnica por demncia senil na vida de uma idosa e de sua famlia. Relatrio de Pesquisa. FAEN/UFMT, 2009.

    5 Silva, F.C., Arajo, L.F.S. Linha de Produo de interveno em um Idoso com sofrimento mental. Relatrio de Pesquisa. FAEN/UFMT, 2009.

    Descritores: Enfermagem; Tecnologia em sade; Famlia.

    EIXO 1: ENFERMAGEM, SADE DAS PESSOAS E PROTEO AMBIENTAL

    DIMENSES: 3. Cuidado de Enfermagem e responsabilidade social com o ambiente.

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  • O MEDO DE CAIR EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: ESTUDO DE CASO EM INSTITUIO DE LONGA PERMANNCIA EM FORTALEZA-CE

    BARBOSA-BASTOS, Rachel Gabriel 1

    CARNEIRO, Kelly Cristian Bruno2

    HENRIQUES, Ana Cilia Pinto Teixeira3

    INTRODUO: O envelhecimento populacional um fenmeno mundial que trouxe tona vrias necessidades de sade que visam dirimir as conseqncias

    negativas advindas destas mudanas no perfil demogrfico. Uma das grandes

    questes de extrema importncia neste perodo da vida tanto por questes

    financeiras como sociais a ocorrncia de quedas em idosos, que pode estar

    relacionado com a diminuio da qualidade de vida, aumento da demanda por

    cuidados de longa durao, aumento dos custos hospitalares e diminuio da

    autonomia do idoso aps o evento. O medo de cair do idoso pode ser

    considerado uma das principais conseqncias da queda, podendo acarretar em

    perda da confiana na capacidade da pessoa em realizar tarefas rotineiras, a

    restrio de atividades, ao isolamento social e maior dependncia. Em instituies

    de longa permanncia este medo tende a ser ainda mais observado visto serem

    encontradas nestas as maiores freqncias de quedas, em mdia, trs vezes

    mais do que em idosos que vivem em seus lares, chegando a cerca de 1,5

    quedas/leito/ano. Com o intuito de avaliar esta importante conseqncia das

    quedas, vrias escalas foram desenvolvidas e validadas, sendo a Falls Eficacy

    Scale-I (FES-I) a mais representativa e utilizada para este fim em diversos

    estudos. Visto hoje ser considerado um importante problema de sade pblica,

    avaliar o medo de cair em idosos questo prioritria a fim de contribuir para a

    melhoria da qualidade de vida da populao geritrica. OBJETIVOS: Determinar o medo de cair em idosos ao realizar atividades do dia-a-dia e participaes em

    atividade sociais segundo a percepo da auto-eficcia da Falls Eficacy Scale

    International verso brasileira (FES-I-Brasil). METODOLOGIA: Tratou-se de um 1 Enfermeira, Mestre em Cincias Mdicas. Docente das disciplinas de Processo de Cuidar em Sade do Adulto e Processo de Cuidar em Sade do Idoso da Faculdade Metropolitana de Fortaleza.e-mail: [email protected] Enfermeira, bacharel em Enfermagem pela Faculdade Metropolitana de Fortaleza (2009).3 Acadmica de Enfermagem do 6 semestre da Faculdade Metropolitana de Fortaleza/FAMETRO e participante do Grupo de Pesquisa de Cuidados em Enfermagem (GEPCE).

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    Trabalho 2439 - 1/3

  • levantamento quantitativo transversal realizado em uma instituio religiosa de

    longa permanncia em Fortaleza-Ce. Foram entrevistadas 16 idosas maiores de

    60 anos, que no apresentavam nenhum dficit cognitivo, visual ou neurolgico,

    seqelas de acidente vascular enceflico, no fizessem uso de cadeiras de rodas,

    no fossem acamadas ou apresentassem diagnstico de depresso. Foi aplicado

    um formulrio com dados demogrficos para caracterizao da amostra e com

    dados do histrico de quedas abordando horrio, data, local, tipo de atendimento

    recebido aps a queda, causa e conseqncias da queda e a recorrncia da

    mesma. Para avaliao do medo de cair utilizou-se a verso brasileira da escala

    Falls Eficacy Scale International (FES-I) que avalia a preocupao dos idosos em

    realizar 16 atividades do dia-a-dia e atribui a estas uma pontuao crescente de 1

    a 4 quanto ao grau desta preocupao. A pesquisa respeitou todos os preceitos

    ticos da Resoluo n196/96. Os dados coletados foram analisados

    estatisticamente e apresentados em forma de grficos e tabelas, sendo

    interpretados sob a luz da literatura pertinente. RESULTADOS E DISCURSO: As participantes da pesquisa eram solteiras e religiosas (100%), com

    predominncia dos 76 aos 85 anos (42,1%), de raa parda (62,5%), com

    escolaridade predominante de 8 anos ou mais (75%), que residiam na instituio

    de 6 a 10 anos (50%). So aposentadas com renda fixa administrada pela Madre

    Superiora de acordo com as necessidades das residentes (100%). Quanto ao

    histrico das quedas, encontrou-se que apenas 3 idosas (18,7%) referiram

    quedas nos ltimos 12 meses, sendo o principal local de ocorrncia destas na

    prpria residncia da idosa (100%). Dentre estas, duas idosas (67%) referiram

    cair na parte externa da casa e no perodo da manh. As mesmas necessitaram

    de atendimento hospitalar devido a ocorrncia de fratura de fmur. Apenas uma

    das idosas caidoras (33%) teve episdio de queda recorrente. Quanto a avaliao

    do medo de cair, encontrou-se que 6 idosas (37,5%) no apresentavam medo, 3

    (18,7%) apresentavam pouco ou moderado medo e 7 (43,8%) relataram muito

    medo de cair. Quanto s atividades avaliadas quanto ao medo de cair, encontrou-

    se que vestir-se/despir-se, preparar refeies dirias, tomar banho e sentar-

    se/levantar-se da cadeira foram as atividades mais significativamente

    relacionadas ao medo de cair nas idosas entrevistadas. CONSIDERAES FINAIS: O estudo encontrou baixa incidncia de quedas nos ltimos doze meses

    [Digite texto]

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  • nas idosas institucionalizadas (18,7%) em comparao com outras pesquisas e

    um ndice de recorrncia tambm considerado pequeno quando comparado a

    outros estudos (6,2%). Os ndices encontrados podem ser explicados pelo

    pequeno tamanho da amostra e pelas caractersticas das idosas entrevistadas

    quanto ao grau de autonomia e independncia na realizao de atividades dirias.

    Detectou-se que 43,8% das entrevistadas tm medo de cair atravs da Escala

    Fes-I-Brasil, ndice considerado elevado e alvo de maiores pesquisas a fim de

    caracterizar as causas e quais as implicaes do medo de cair destas idosas na

    realizao de suas atividades dirias. Enfatiza-se a importncia de estudos como

    esse, especialmente em instituies de longa permanncia, visto a elevada

    ocorrncia de quedas nos idosos institucionalizados e as graves conseqncias

    aps o evento. A Enfermagem deve ser atuante nestas questes prevenindo

    agravos de sade na populao geritrica sempre que possvel.

    REFERNCIAS: ALVES JUNIOR, E. D. Da Educao Gerontolgica educao fsica gerontolgica: em busca de uma educao fsica mais apropriada para os

    idosos. In: PAZ, S. F. et al. (org.). Envelhecer com cidadania: quem sabe um dia?. Rio de Janeiro, Editora ANG, 2000. FABRCIO, S.C.C.; RODRIGUES, R.A.P.; COSTA JR.,M.L. Causas e conseqncias de quedas de idosos atendidos

    em hospital pblico. Rev. Sade Pblica, v.38, n.1, p. 93-9, 2004. GONALVES et al. Prevalncia de quedas em idosos asilados do municpio de Rio Grande, RS.

    Rev Sade Pblica, v.42, n.5, p.938-45, 2008. SIQUEIRA, F.V. et al. Prevalncia de quedas em idosos e fatores associados. Rev. Sade Pblica, v.41, n.5, p.

    749-56, 2007.

    Descritores: Sade do Idoso; Quedas; Medo de cair.

    [Digite texto]

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  • O MEIO AMBIENTE EXTERNO INFLUINDO NA CAUSA DAS QUEDAS

    DE IDOSOS.

    ALVES JUNIOR, Edmundo de Drummond1, PRATA, Hugo Leonardo2

    AZEVEDO, Rosangela de Oliveira3 PAULA, Ftima de Lima4

    O sculo XX ficou marcado por profundas alteraes no aumento da proporo de

    idosos na populao. Isto decorreu da transio demogrfica que foi influenciada

    pela diminuio da taxa da fertilidade e da mortalidade infantil. Somaram-se a

    este fenmeno os avanos da sade pblica com o consequente controle de

    determinadas doenas, conjunto de contribuies que transformaram o sculo

    XXI como aquele que mais apresenta aumento na expectativa de vida e na

    longevidade. Com isto chegaram novas preocupaes que significam viver mais

    anos, porm com qualidade. Diversos pases traaram polticas sociais de

    envelhecimento e nelas sugeriu-se um novo modelo de envelhecimento. Os

    idosos deveriam permanecer cada vez mais ativos e estratgias das mais

    diversas buscam a manuteno da autonomia e da independncia. A insero

    social dos mais velhos atualmente um fato fcil de perceber pela ocupao das

    ruas dos grandes centros urbanos. Paradoxalmente o envelhecimento e a velhice

    se apresentam tambm como um novo problema social j que as cidades, com

    seus equipamentos e servios, no se adequaram s demandas dos que

    envelhecem e segundo autores que estudam quedas, significativo o nmero

    daquelas que ocorrem fora das residncias1. nas cidades que encontramos

    diversas barreiras arquitetnicas, verdadeiras armadilhas que contribuem para o

    aumento do nmero de quedas. O Ministrio da Sade j aponta as quedas como

    causa mais importante dos atendimentos emergenciais dos hospitais quando se

    trata de causas de violncias externas. Uma queda pode representar

    incapacidade, perda da funo, levar sndrome de imobilidade e at morte,

    1 Professor Doutor da Universidade Federal Fluminense - UFF - Niteri - RJ Brasil, Grupo de Pesquisa Envelhecimento e Atividade Fsica2 Professor Especialista em Educao Fsica, Grupo de Pesquisa Envelhecimento e Atividade Fsica - Universidade Federal Fluminense - UFF - Niteri - RJ - Brasil.3 Enfermeira do Hospital Universitrio Antonio Pedro, Mestranda do Mestrado Acadmico em Cincias do Cuidado em Sade da Universidade Federal Fluminense - UFF - Niteri - RJ - Brasil.4 Fisioterapeuta, Mestra em Sade Pblica pela ENSP, Grupo de Pesquisa Envelhecimento e Atividade Fsica

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    Trabalho 1879 - 1/3

  • alm do prejuzo fsico e psicolgico, acompanhado da diminuio da autonomia e

    independncia e do custo social que ela representa2. As quedas so causadas por

    fatores extrnsecos e intrnsecos. Nosso interesse, aqui, foi verificar a prevalncia

    e as circunstncias das quedas por fatores extrnsecos. As cidades podem ser

    caracterizadas como espaos, onde o meio ambiente formado, pelos objetos

    geogrficos, naturais e artificiais, ou seja, formado pela natureza e pela

    sociedade. indivisvel dos seres humanos que o habitam e que o transformam

    diariamente atravs de sua tecnologia: o espao ao mesmo tempo forma e

    funo3. O projeto PREV-QUEDAS foca o ambiente interno da casa dos que

    envelhecem, o meio ambiente externo e como enfrent-lo, alm de atuar na

    manuteno e melhora de determinadas qualidades fsicas1. Nossas cidades

    seguem um padro generalizado e diretamente relacionado com o modelo de

    produo vigente j que foram projetadas para uma populao orientada para o

    trabalho, produo e consumo de bens por jovens e adultos, ignorando os idosos

    que a elas precisam se adequar4. O principal objetivo desta pesquisa foi a de

    identificar a prevalncia de quedas que ocorreram fora da residncia, suas causas

    e conseqncias, tendo como base idosas participantes do projeto PEV-

    QUEDAS. A pesquisa foi de natureza aplicada, com abordagem quali-quantitativa,

    com procedimento tcnico, bibliogrfico e experimental. Foi um estudo seccional

    onde foi realizada entrevista pessoal, contendo perguntas relacionadas a quedas,

    com 62 mulheres com 60 anos ou mais. Foi utilizado o programa R, verso 2,8,1

    para a anlise de prevalncia. A mdia de idade da populao foi 71.37 anos.

    Destas, 60% (37) caram no ltimo ano, sendo que 32% (20) sofreram uma

    queda, 28% (17) sofreram quedas recorrentes (duas ou mais quedas). Verificou-

    se que 21 pessoas (34%) declararam que sentem dor ao caminhar, 26 pessoas

    (42%) declararam que se desequilibram com facilidade. Em relao quantidade

    de medicamentos, 22 pessoas (35%) declararam que ingerem um medicamento

    por dia, 14 pessoas (22%) dois medicamentos, 7 pessoas (11%) 3 medicamentos,

    19 pessoas (32%) ingerem 4 ou mais. Como conseqncia de quedas, 10

    pessoas (35%) sofreram escoriaes, 14 pessoas (48%) ficaram com hematomas

    decorrentes de uma queda, 7 pessoas (17%) sofreram uma fratura ou uma

    imobilizao.Trinta pessoas (81%) caram fora de suas casas e destas, 29

    5000

    Trabalho 1879 - 2/3

  • declararam que a queda ocorreu em funo de caladas ou ruas com problemas.

    Quanto maior a idade maior a prevalncia de quedas (p

  • O MODELO CLNICO SOB UMA ABORDAGEM ECOSSISTMICA

    PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM

    Sousa, Lenice Dutra1

    Lunardi Filho, Wilson Danilo 2

    Gomes, Giovana Calcagno3

    Cezar-Vaz, Marta Regina4

    Silva, Mara Regina Santos da4

    Lunardi, Valria Lerch4

    O cuidado um fenmeno que, durante a histria da Enfermagem, sempre

    envolveu uma srie de inquietaes tanto na prtica assistencial quanto na

    produo de conhecimento. Nesse sentido, compreende-se que, no intuito de

    oferecer um cuidado integral e contextualizado, que abarque as mltiplas

    dimenses do ser humano, com seus aspectos psicossociais e suas

    singularidades, houve um distanciamento do modelo clnico de cuidado,

    ocasionando uma perda de valor sobre este saber. A concepo do modelo

    assistencial clnico est fortemente atrelada a um enfoque biocentrado, que

    salienta aspectos biolgicos, sob uma perspectiva fragmentada e mecanicista,

    aspectos estes que se opem s idias agregadas, sob o rtulo do cuidado e da

    integralidade1. Deste modo, diversas crticas relacionadas a esse modelo fizeram

    com que o cuidado de enfermagem tomasse um distanciamento, no sentido de

    extrapolar seu olhar sobre o corpo biolgico e abranger outros aspectos da

    multidimensionalidade do viver. Este trabalho se trata de uma reflexo terica

    que, por compreender que o modelo clnico pode ser adequado para o cuidado de

    enfermagem, oferecendo resolutividade nas aes de sade, quando associado a

    um enfoque ambiental/ecossistmico sobre o ser humano, tem o objetivo de

    1 Enfermeira, Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Doutoranda do Programa de Ps-Graduao em Enfermagem da FURG, membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Enfermagem e Sade da Criana e do Adolescente (GEPESCA) e membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Organizao do Trabalho da Enfermagem e Sade (GEPOTES).2 Enfermeiro. Doutor em Enfermagem, docente da Escola de Enfermagem e do Programa de Ps-Graduao em Enfermagem da FURG. Lder do GEPOTES. e-mail: [email protected] 3 Enfermeira. Doutora em Enfermagem, docente da Escola de Enfermagem e do Programa de Ps-Graduao em Enfermagem da FURG. Lder do GEPESCA.4 Enfermeira. Doutora em Enfermagem, docente da Escola de Enfermagem e do Programa de Ps-Graduao em Enfermagem da FURG.

    5002

    Trabalho 1904 - 1/3

  • resgatar a valorao do saber clnico, sob uma abordagem ecossistmica, que

    contemple um cuidado de enfermagem de qualidade e com um enfoque global. O

    conceito de ambiente na Enfermagem vago e, muitas vezes, no considera

    significados biticos e abiticos de inter-relaes. Assim, o conceito de

    ecossistema pode ser proposto como uma alternativa para a disciplina, por se

    tratar de um conceito mais amplo que engloba a circularidade de influncias e

    nexos de causalidade, criando uma teia de relaes entre o meio ambiente e

    organismos2. Os contextos ecossistmicos so sistemas ambientais, onde os

    seres humanos vivem e se relacionam. Estes sistemas so espaos que

    compreendem componentes vivos e no vivos que interagem na ao e na

    reao para provocarem, direta ou indiretamente, estados adequados vida em

    comunidade ou sua inadequao3. Portanto, o ecossistema abarca condies que

    podem incluir fatores fsicos, tais como os efeitos climticos ou ainda, aspectos

    relativos s influncias culturais, histricas ou do poder econmico e poltico2.

    Para que o cuidado, sob o modelo clnico, seja capaz de satisfazer as

    necessidades dos indivduos de maneira efetiva, fazemse necessrias novas

    construes tericas e tcnicas a serem incorporadas ao saber clnico e

    legitimadas socialmente. No entanto, para que este novo olhar sobre o cuidado

    adquira esta competncia poltica, social e cultural, preciso demonstrar uma

    abordagem integral que permita uma melhor compreenso do processo de

    adoecimento, uma identificao mais contextualizada e uma aplicao de

    condutas mais resolutivas1. O saber ambiental marcado pela abertura do saber

    diversidade, diferena e outridade, colocando em questionamento a

    historicidade da verdade, estabelecendo uma nova relao entre o ser e o saber4.

    Assim, o cuidado de enfermagem com abordagem no modelo assistencial clnico,

    sob um enfoque ecossistmico, pode tornar-se uma prtica que ultrapasse a

    inflexibilidade e a rigidez de saberes e tcnicas limitadas e com pouca

    resolutividade. O cuidado, assim como o saber, pode ser permeado de incertezas

    e questionamentos, para que a singularidade e individualidade de cada sujeito e

    cada ecossistema estejam contidas em todo o processo de cuidar. Na

    Enfermagem, h uma familiarizao com uma abordagem de cuidado que

    reconhece as interaes entre corpo, indivduo, famlia e comunidade. No entanto,

    deve haver a incorporao de conhecimentos para que os profissionais estejam

    5003

    Trabalho 1904 - 2/3

  • suficientemente conscientes para refletir acerca de suas aes globalmente, pois,

    as aes individuais do ser humano tm reaes sobre o ecossistema global em

    um movimento contnuo de circularidade. Assim, mesmo atuando localmente,

    preciso que exista uma tomada de conscincia global sobre suas aes na defesa

    dos princpios de um desenvolvimento sustentvel5. Tendo em vista as premissas

    apresentadas, compreende-se que o resgate da valorao do saber clnico sob

    uma abordagem ecossistmica apresenta ao enfermeiro a possibilidade de

    oferecer um cuidado de enfermagem integral e de qualidade, com um enfoque

    global, respeitando as singularidades do indivduo de forma complexa e

    contextualizada. Alm disso, ao incluir as relaes de circularidade entre

    organismos e ambiente, a Enfermagem atua de maneira a contribuir para a sade

    como um todo, consciente de seu papel como profisso capaz de colaborar com o

    desenvolvimento sustentvel do planeta. Deste modo, o cuidado de enfermagem

    se torna mais visvel e valorizado, contribuindo para o fortalecimento da profisso

    e colaborando para as inter-relaes do enfermeiro com a equipe multidisciplinar.

    Referncias

    1 - FAVORETO, C.A.O. A prtica clnica e o desenvolvimento do cuidado integral sade no contexto da ateno primria. Rev. APS, v. 11, n. 1, p. 100-108, jan./mar. 2008.

    2 - LAUSTSEN, G. Environment, Ecosystems, and Ecological Behavior dialogue toward developing nursing ecological theory. Advances in Nursing Science. v. 29, n. 1, p. 43-54, jan. 2006.

    3 - CEZAR-VAZ, M.R. et al. Saber Ambiental: instrumento interdisciplinar para a produo de sade. Texto Contexto Enferm., v. 14, n. 3, p. 391-397, jul./set. 2005.

    4 - LEFF, H. Aventuras da epistemologia ambiental: da articulao das cincias ao dilogo de saberes. Rio de Janeiro: Garamond. 2004.

    5 - KIRK, M. The impact of globalization and environmental change on health: challenges for nurse education. Nurse Educ Today. v. 22, n. 1, p. 60-71, jan. 2002.

    Descritores: Enfermagem; conhecimento; modelos biolgicos; ambiente.

    5004

    Trabalho 1904 - 3/3

  • O MODELO DE ATENO SADE E O USO INDISCRIMINADO DE ANSIOLTICOS E ANTIDEPRESSIVOS

    AGUIAR, Clayre Anne de Arajo

    SILVA2, JULIANA GONALVES

    COSTA 3, Kalene Ismael Vieira

    VASCONCELOS4, Patrcia Freire de

    INTRODUO:A sade mental ainda incipiente para maioria dos mdicos

    generalistas e acabam prescrevendo psicofrmacos como medidas paliativas

    para amenizar as queixas dos clientes. OBJETIVO: Analisar o uso indiscriminado

    de ansiolticos e antidepressivos e relao com o modelo de ateno sade

    vigente.METODOLOGIA:Pesquisa de natureza qualitativa. Utilizou-se entrevista

    semi-estruturada com auxlio de pronturios. Anlise por categorizao temtica e

    estatstica.RESULTADOS:A distncia e a falta de profissionais foram dificuldades

    relatadas pelos clientes em no seguir o tratamento nos CAPS. Relatam

    facilidade em adquirir a receita azul para o comprimido dos nervos. H um

    grande contingente de problemas na rea de sade mental e a baixa oferta de

    servios e recursos humanos.CONCLUSO:A rotatividade de mdicos,

    dificuldade de diagnstico pelo generalista, a demanda imposta e fragilidade na

    integralidade e resolutividade das aes de sade facilita a inadequao do

    acompanhamento a esses clientes em uso de medicamentos ansiolticos e

    antidepressivos.

    Palavras-chaves: Ansiolticos. Antidepressivos. Sade Mental.

    Especialista. Professora substituta da UECE.

    2 Estudante de graduao da Faculdade Santa Maria

    3Estudante de graduao da Faculdade Santa Maria. [email protected]

    4Mestre em Farmacologia. Enfermeira assistencial do PSF Fortaleza

    5005

    Trabalho 1605 - 1/1

  • O OBJETO DE TRABALHO DO ENFERMEIRO NA PRTICA CLNICA NA ATENO BSICA EM SADE: UMA REVISO BIBLIOGRFICA

    Vieira, Ktia Cristina dosSantos1

    Matumoto, Silvia2

    A concepo de sade e doena, ao longo da histria, adquiriu significaes

    diversas e tambm se verificou mudanas na configurao das necessidades de

    sade da populao, o que ratifica a caracterstica de construo social desses

    carecimentos (MENDES GONALVES, 1992). Com a criao do SUS, o conceito

    de sade amplia-se para alm da ausncia de doena, o que requer uma

    assistncia integral em substituio ao modelo biomdico fragmentado, que

    concebe o corpo unicamente na sua dimenso biolgica e que levou a prtica de

    enfermagem se voltar para o pronto-atendimento mdico (ALMEIDA et al, 1991).

    Nesse contexto, h necessidade de implementao da prtica clnica do

    enfermeiro na ateno bsica e a clnica ampliada uma valiosa ferramenta para

    que o processo de trabalho em sade adquira um carter usurio-centrado. A

    clnica ampliada visa o alvio do sofrimento, seno no seria denominada clnica,

    o desenvolvimento de autonomia dos usurios nos seus modos de andarem na

    vida, o emprego predominante de tecnologias leves, ou seja, de tecnologias de

    relaes como a escuta, o acolhimento e o estabelecimento de vnculo, alm de

    uma relao dialgica entre usurio e profissional de sade. Estamos

    desenvolvendo o estudo para caracterizar a prtica clnica do enfermeiro,

    identificando os elementos constitutivos do processo de trabalho. Entende-se

    1 Estudante do curso de Enfermagem Bacharelado da Escola de Enfermagem de Ribeiro Preto- USP , 2 Enfermeira, Professora Doutora do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Sade Pblica da Escola de Enfermagem de Ribeiro Preto-USP

    5006

    Trabalho 121 - 1/4

  • como objeto de trabalho aquilo sobre o que se trabalha e o recorte que se faz

    desse objeto est vinculado concepo de sade e doena de cada trabalhador

    e, esse recorte que orienta os recursos que sero mobilizados para que a

    produo de sade acontea. Alm do objeto de trabalho, os outros elementos

    constitutivos do processo de trabalho so os instrumentos e meios como os

    saberes, habilidades, atitudes e equipamentos (tecnologias leves, leve-duras e

    duras); os agentes que so as pessoas que fazem acontecer a transformao,

    aquelas pessoas que realizam o trabalho e finalidade que o que se busca obter

    com a transformao. Uma transformao sem finalidade, sem conscincia do

    carecimento que a gerou no deve ser denominada trabalho, j que este processo

    intencional (MENDES GONALVES, 1992; MERHY, 1997). O objetivo deste

    trabalho apresentar dados parciais da pesquisa, isto , apresentar o objeto de

    trabalho do enfermeiro em sua prtica clnica na ateno bsica. Trata-se de

    reviso de literatura (SEVERINO, 1996). Foram selecionados 14 artigos na base

    de dados LILACS e biblioteca virtual SciELO atravs dos seguintes descritores:

    CAP (conhecimento, atitude e prticas em sade), enfermagem em sade

    pblica, trabalho, ateno bsica, enfermagem, ateno primria, referente ao

    perodo de 2000 a 2008. Exclumos as produes que no tratavam do trabalho

    de enfermagem. Em anlise parcial dos artigos quanto ao recorte do objeto de

    trabalho realizado pelos enfermeiros, a maioria mostrou que os enfermeiros tm

    reduzido os usurios a um recorte do corpo anatomofisiolgico, destitudo de um

    contexto social, decompondo, assim, o sujeito em dimenses que sabemos serem

    indissociveis quando a questo sade-doena. Isso verificado, tambm, na

    relao que se estabelece entre usurio-enfermeiro, relao que priva o usurio

    de sua identidade/individualidade e valoriza sua condio de doente ao ser

    5007

    Trabalho 121 - 2/4

  • denominado no interior dos servios como o hipertenso, o diabtico, termos que

    evidenciam o modelo clnico como norteador da produo de sade. Verificamos

    tambm um movimento de mudana, sendo considerado como objeto de trabalho

    o indivduo como um todo, um indivduo que se v respeitado como um ser

    biopsicossocial. Um dos artigos nos mostrou a tenso existente entre os recortes

    realizados do objeto de trabalho ora como um ser humano considerado na sua

    dimenso biolgica, psicolgica e social, ora, como um corpo individual. Essa

    dualidade mencionada acima traduz a dificuldade de alguns profissionais

    enfermeiros de articular a complexidade apresentada pelo seu objeto de trabalho.

    Outro artigo evidencia a tenso enfrentada pelo enfermeiro em atender as

    necessidades do usurio a partir de uma leitura da realidade e em trabalhar com

    metas impostas por programas, direcionando suas aes a uma dada finalidade;

    tenso esta que demonstra que o profissional no apresenta nesse caso um

    domnio do seu processo de trabalho. Conclumos que conhecer esse objeto de

    trabalho da prtica clnica do enfermeiro de suma importncia, uma vez que

    todo o processo de trabalho conduzido por esse recorte e possibilita, tambm,

    compreender sob qual concepo de sade-doena o enfermeiro tem realizado

    suas atividades, j que no se trata de um recorte desinteressado. Referncias

    bibliogrficas: ALMEIDA, M.C.P; MELLO, D.F.; NEVES, L.A.S. O trabalho de

    enfermagem e sua articulao com o processo de trabalho em sade coletiva

    rede bsica de sade em Ribeiro Preto. R. Bras. Enferm., Braslia, v.44(2/3),

    p.64-75, abr.-set., 1991; MENDES GONALVES, R.B. Prticas de sade:

    processos de trabalho e necessidades. Cadernos CEFOR. So Paulo, Prefeitura

    Municipal de So Paulo, 1992; MERHY, E. E. Em busca do tempo perdido: a

    micropoltica do trabalho vivo em sade. In: MERHY, E. E.; ONOCKO, R. (Orgs.).

    5008

    Trabalho 121 - 3/4

  • Agir em sade: um desafio para o pblico. So Paulo: Hucitec, 1997. p. 71-112 e

    SEVERINO, A.J. Metodologia do trabalho cientfico. 20ed. So Paulo: Cortez,

    1996. Descritores: Ateno Primria Sade, Enfermagem, enfermagem em

    sade pblica, trabalho.

    5009

    Trabalho 121 - 4/4

  • O OLHAR DA ENFERMAGEM SOBRE OS RESDUOS

    DOS SERVIOS DE SADE E OS SEUS IMPACTOS NO

    MEIO AMBIENTESouza, Camila Lucas de1

    Rios, Dorivania Marinho2

    Pereira, Milca Severino3

    RESUMOIntroduo: Os resduos dos servios de sade, pela sua exagerada gerao e manejo inadequado, representam ameaa ambiental mundial. Nas instituies

    de sade, a gesto dos resduos no leva em considerao as questes

    ecolgicas, impactos ambientais e a qualidade de vida da populao,

    consequentemente, a sade humana. Os recursos naturais, antes considerados

    inesgotveis so, na realidade, finitos. Assim, a enfermagem como importante

    rea da sade deve se preocupar com as repercusses do mau gerenciamento

    dos resduos dos servios de sade (RSS), no meio ambiente, o qual interfere

    de maneira direta ou indireta na preveno de doenas e promoo da sade da

    populao. Objetivos: Identificar os impactos ambientais gerados pelo RSS e seus efeitos na qualidade de vida da populao; listar os tipos de agravos

    sade que podem ser relacionados com o desequilbrio do meio ambiente, como

    conseqncia dos RSS; e analisar a viso dos enfermeiros em relao aos RSS

    e suas repercusses no meio ambiente. Metodologia: Pesquisa bibliogrfica, descritivo-reflexiva, com uma abordagem qualitativa e uso do mtodo dedutivo.

    Para o estudo utilizou-se as bases de dados Scielo, Bireme, Lilacs, sites de

    revistas eletrnicas, site da ANVISA e CONAMA, incluindo artigos publicados no

    perodo de 1990 a 2009, em peridicos de enfermagem, ou usados pela

    enfermagem. A coleta de dados foi realizada por meio de um formulrio,

    previamente validado, incluindo as seguintes unidades temticas: repercusso

    dos RSS no meio ambiente; a qualidade de vida da populao com algum tipo

    de interferncia relacionada aos impactos no meio ambiente; a viso do

    enfermeiro em relao aos RSS; agravos sade relacionados com o RSS.

    1 Graduanda de Enfermagem da Universidade Catlica de Gois - UCG.2 Graduanda de Enfermagem da UCG, e-mail: [email protected]. 3 Doutora em Enfermagem. Professor adjunto da UCG.

    5010

    Trabalho 1766 - 1/2

  • Resultados: As pesquisas publicadas sobre o tema apontam: evidente contaminao dos recursos naturais pelos resduos fsicos, qumicos e

    biolgicos; descumprimento generalizado das normas regulamentadoras acerca

    do manejo, tratamento e destino final dos resduos. O gerenciamento dos RSS

    dificultado pela sua variedade e pelo grande nmero de pessoas que os

    manipulam, nem sempre com capacitao. Abordam muitas questes

    relacionadas com risco ocupacional; no geral, produtos qumicos no passam

    por tratamento prvio antes de serem desprezados na rede de esgoto.

    Problemas relacionados ao meio ambiente so impactantes no processo sade-

    doena. Os RSS fazem parte das preocupaes administrativas e assistenciais

    do enfermeiro. Concluso: Recomenda-se aes visando a formao e qualificao dos profissionais; aperfeioamento do sistema de fiscalizao pelo

    poder pblico; criao de equipe multiprofissional que possa responder pela

    gesto dos resduos. Campanhas educativas dirigidas populao tendo como

    foco a otimizao do uso dos recursos naturais, importncia da reciclagem e

    compromisso solidrio com o meio ambiente.

    Descritores: resduos dos servios de sade; gerenciamento dos resduos; enfermagem; meio ambiente e sade ambiental.

    BibliografiaCAMPONOGARA, S.; KIRCHHOF, A. L. C.; RAMOS, F. R. S. A relao

    enfermagem e ecologia: abordagens e perspectivas. Revista de Enfermagem da UERJ. Rio de Janeiro, v. 14, n. 3, p. 339-404, jul./set. 2006.CORRA, L. B.; LUNARDI, V. L.; CONTO, S. M. de. O processo de formao em

    sade: o saber resduos slidos de servios de sade em vivncias prticas.

    Revista Brasileira de Enfermagem. Braslia, v. 60, n. 1, p. 21-25, jan./fev. 2007.

    MARQUES, G. M.; PORTES, C. A.; SANTOS, T.V.C. Aes do Enfermeiro no

    Gerenciamento de Resduos de Servio de Sade. Revista Meio Ambiente Sade. v.2, n. 01, p. 36, 2007.

    5011

    Trabalho 1766 - 2/2

  • O PACIENTE SUBMETIDO VENTILAO MECNICA E O CUIDADO DE

    ENFERMAGEM QUE EMERGE DA PRTICA ASSISTENCIAL

    *Renato Dias Barreiro Filho - Relator **Luiz Carlos Santiago

    ***Renata Flvia Abreu da Silva ****Karinne Cristinne da Silva Cunha

    RESUMO

    Trata-se de um estudo descritivo-exploratrio, cujo objetivo foi: identificar os

    diagnsticos, intervenes e resultados que emergem da prtica assistencial do

    enfermeiro durante o cuidado de pacientes em ventilao mecnica. Os sujeitos foram

    enfermeiros selecionados pela tcnica de amostragem por convenincia com populao

    acessvel e para coleta de dados usamos a entrevista semi-estruturada. Observamos

    surgir das falas dos enfermeiros uma correlao com os diagnsticos, intervenes e

    resultados em enfermagem propostos por NANDA, NIC e NOC, de forma no

    sistemtica e com definies oriundas da prtica assistencial. Quando discutimos os

    resultados e relacionamos com o tema, no foi surpresa quando emergiu dos discursos

    pouca relao direta com a ventilao mecnica, porm na essncia do discurso as falas

    relacionam-se significativamente com este fato. Finalizamos sugerindo um movimento

    em busca da construo de novos conhecimentos cientficos na enfermagem, utilizando

    habilidades intuitivas e diversas formas de tecnologia, na rea de ventilao mecnica.

    PALAVRAS-CHAVE: assistncia ao paciente, respirao artificial, cuidados de

    enfermagem.

    *Enfermeiro Mestre Intensivista do Instituto Nacional de Cardiologia-INC, Coordenador da Educao Permanente. Rio de Janeiro-RJ, [email protected] **Professor Adjunto do Departamento de Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto da UNIRIO Doutor em Enfermagem, Rio de Janeiro-RJ. ***Enfermeira Mestre Intensivista do Instituto Nacional de Cardiologia, Membro da Gerncia de Risco do INC, Rio de Janeiro- RJ ****Enfermeira Doutoranda em Neuroimunologia da Universidade Federal Fluminense-UFF, Enfermeira Assistencial do INC, Rio de Janeiro-RJ.

    5012

    Trabalho 2005 - 1/15

  • ABSTRACT

    This is a descriptive and exploratory study, whose aim was: to identify the diagnoses,

    interventions and results that emerge from the practice of nursing care for the care of

    patients on mechanical ventilation. Subjects were selected by nurses technique of

    sampling for convenience with population and accessible for collection of data we used

    the semi-structured. We see emerging from discourse of nurses to correlate with the

    diagnoses, interventions and results in nursing offered by NANDA, NIC and NOC, but

    not systematic, with settings from the practice care. When discussing the results and

    relate to the theme, was no surprise when they emerged from speeches little direct

    relationship with mechanical ventilation, but the essence of the speech discourse relate

    significantly to this fact. We end suggesting a movement towards construction of new

    science in nursing, using intuitive abilities and various forms of technology in the area

    of mechanical ventilation.

    KEY-WORDS: Patient Care, Respiration, Artificial, nursing care.

    RESUMEN

    Se trata de un descriptivo y estudio exploratorio, cuyo objetivo era: identificar los

    diagnsticos, intervenciones y resultados que surgen de la prctica de los cuidados de

    enfermera para el cuidado de los pacientes en ventilacin mecnica. Los sujetos fueron

    seleccionados por las enfermeras de la tcnica de muestreo por conveniencia con la

    poblacin y accesibles para la recoleccin de datos se utiliz la entrevista semi-

    estructurada. Vemos que salen de un discurso de las enfermeras que son equivalentes a

    los diagnsticos, las intervenciones y los resultados en enfermera ofrecidos por

    NANDA, NIC y NOC, pero no sistemtica, con la configuracin de la prctica de

    atencin. Al discutir los resultados y se relacionan con el tema, no fue una sorpresa

    cuando surgieron de los discursos poco relacin directa con ventilacin mecnica, pero

    la esencia del discurso del discurso se refieren en gran medida a este hecho. Al fin y al

    que sugiere un movimiento hacia la construccin de la nueva ciencia de enfermera,

    utilizando la capacidad intuitiva y diversas formas de tecnologa en el mbito de la

    asistencia respiratoria mecnica.

    PALABRAS-CLAVE: Atencin al Paciente, Respiracin Artificial, atencon de

    enfermera

    5013

    Trabalho 2005 - 2/15

  • CONTEXTUALIZANDO O PROBLEMA

    Este estudo parte integrante da dissertao de mestrado intitulada: O

    PACIENTE SUBMETIDO VENTILAO MECNICA: A RELAO

    ENTRE O CUIDAR DO ENFERMEIRO E A MECNICA RESPIRATRIA,

    onde na apresentao e discusso dos resultados emergiram duas categorias: elementos

    essenciais para a construo do julgamento clnico do enfermeiro no cuidado com o

    paciente em respirao artificial, ou seja, em ventilao mecnica (VM) e o cuidado do

    enfermeiro ao paciente em VM: da relao interpessoal tecnologia dura.

    O cuidado, pilar da enfermagem, vem sendo discutido no meio acadmico em

    relao sua cientificidade, eficcia e efetividade. Entretanto, alguns saberes

    necessrios aos enfermeiros ainda encontram-se em dficit na formao profissional

    destes, afirmao esta surgida de nossa prtica como docentes em cursos de ps-

    graduao. Dificuldade para articular teoria e prtica o que pode ser confundido com um

    cuidado frio e mecanizado.

    Um dos assuntos mais pertinentes acerca do exemplo acima citado o cuidado

    realizado em pacientes ventilados mecanicamente, ou em ventilao mecnica (VM).

    De fato, esta situao exige do enfermeiro um escopo profissional significantemente

    ampliado (1) e, para isso, h a necessidade de uma adequada associao entre teoria e

    prtica.

    A utilizao da VM surgida na dcada de 50 cresceu enormemente a partir da

    criao das primeiras unidades de tratamento intensivo, na dcada de 60 (2). No incio da

    referida dcada a assistncia a pacientes em VM era realizada por mdicos, e a equipe

    de enfermagem (enfermeiros, tcnicos e auxiliares), no havia outros profissionais

    atuando neste contexto, No entanto, atualmente esse cuidado vem se caracterizando

    como um cuidado multidisciplinar aos pacientes em VM de uma forma ampla. Foram

    assumidas prticas assistenciais at ento especficas da enfermagem como: montagem

    do ventilador, check-list do aparelho, definio de parmetros iniciais, aspirao de vias

    areas, mudana de decbito, acompanhamento gasomtrico, desmame ventilatrio,

    entre outros.

    Na nossa forma de pensar, este fato possibilita uma ateno multiprofissional

    aos pacientes em ventilao mecnica. Porm, no julgamento clnico, na conduta

    5014

    Trabalho 2005 - 3/15

  • clnica durante a prestao do cuidado e na avaliao dos resultados, que o enfermeiro

    fortalece a profisso, formando conceitos, pareceres e opinies, que levaro a um

    comportamento, assistencial, voltado para a articulao com a viso holstica:

    Muitas das funes anteriormente desempenhadas por enfermeiros tm sido exercidas por especialistas em reas correlatas. No obstante, o enfermeiro que continua a ser responsvel pelo bem-estar do paciente de cuja assistncia incumbida. A vigilncia, o empenho e a percia do enfermeiro bem preparado so essenciais sobrevivncia do paciente, e um cuidado competente e impregnado de afeto necessrio para manter o ser humano, na integridade de sua pessoa, durante a enfermidade crtica por que passa (3).

    Outro ponto a ser discutido, refere-se ao fato de que os profissionais que esto

    presentes nas unidades de terapia intensiva durante as 24 h, com uma viso de cuidado

    holstico, so os enfermeiros, que compem a equipe de enfermagem. Por isso, estes

    profissionais precisam ter um olhar crtico que anteceda complicaes, bem como estar

    capacitados para cuidar dos possveis desequilbrios observados nas inter-relaes entre

    equipe-tecnologia-paciente-ambiente-famlia, sendo o paciente o epicentro do cuidado.

    Todavia, nossa prtica tem mostrado que os enfermeiros no reconhecem seu

    papel no cuidado ao paciente em VM, acreditamos que possa ser esta a razo para o

    dficit em relao a este conhecimento em especfico, conforme observamos em nosso

    cotidiano e, inclusive, apontado em estudo anterior (4).

    No conseguem visualizar o cuidado que j desenvolvem, cuidam visando o bem

    estar e conforto do paciente, ou seja, buscam e otimizam a utilizao das tecnologias

    leve e leve-dura; mais no procuram aprimoramento quanto a utilizao adequada das

    tecnologias duras disponveis e acabam por gerar cuidados subotimizados quando se

    refere a estas tecnologias. E o que buscamos justamente o somatrio e integrao

    dessas tecnologias e saberes onde quem mais se beneficia o prprio paciente, alm

    claro, do mercado que ganha com profissionais mais tecnicamente qualificados.

    Associado a isto, o fato de que alguns tericos relacionam o manuseio das tecnologias

    duras descaracterizao do cuidado de enfermagem (5-7) poderia estar levando os

    enfermeiros na contramo da busca deste saber.

    Ora, o ventilador mecnico um equipamento moderno, um avano tecnolgico

    aplicado sade, que tem como finalidade, prover ventilao e oxigenao adequadas

    para os pacientes com incapacidade muscular causada por fatores etiolgicos diversos,

    que os impede de manter a ventilao espontnea (8). Logo, esta tecnologia, na

    realidade, no pode ser visualizada simplesmente como uma mquina, uma tecnologia

    5015

    Trabalho 2005 - 4/15

  • fria e seu funcionamento mecnico. Neste contexto passa a ser uma extenso do corpo

    que est submetido aos cuidados multidisciplinares, necessitando tambm ser cuidada e

    entendida quanto as suas potencialidades e sua utilizao otimizada (9-11).

    Alm disso as prticas e saberes da enfermagem esto alm da dimenso

    biolgica, quando afirma que esta se tornou insuficiente para dar conta das mltiplas

    dimenses do cuidado da enfermagem (12). Corrobora com este fato descries de que

    so vrias as cincias que incidem sobre o cuidado (13).

    Observamos em nossa prtica, que o enfermeiro geralmente se posiciona ao

    cumprimento de rotinas e protocolos estabelecidos, inclusive em relao VM,

    preocupando-se apenas com fatores como: montagem do equipamento, uso e

    manuteno de circuitos, traquias e filtros. Contudo, ao levarmos em conta que o

    cuidado encontra-se, alm disso, verificamos a necessidade do estabelecimento do

    saber-fazer para adequada conduta clnica do enfermeiro na implementao do plano

    de cuidados (14).

    Com base na contextualizao descrita, acreditamos que o enfermeiro, no sendo

    conhecedor da importncia das bases cientficas no seu fazer, estabelece seu cuidado em

    pacientes em VM, associando de forma objetiva os diagnstico e as intervenes

    especficas na busca de resultados. Acreditamos que a falta deste reconhecimento se

    deve ao fato de que a sistematizao da assistncia, no que se refere ao registro, por se

    encontrar inserida de forma distante da prtica, leva crena de que o diagnstico s

    realizado se utilizamos, por exemplo, a nomenclatura descrita pela NANDA (North

    American Nursing Diagnosis Association) (15).

    Acreditamos tambm que o enfermeiro j realiza a sistematizao da assistncia

    (avaliao-diagnstico-interveno e resultados) de forma automtica, porm no

    registra, j que est intrnseco no seu cuidar e na tomada de deciso/interveno que

    uma ao que o enfermeiro executa o tempo todo na sua prtica espontaneamente.

    Entretanto, de nossa prtica emerge diagnsticos e intervenes do vocabulrio

    prprio provenientes da prtica diria (16). E corroborando com essa premissa, fato

    que, a partir do momento em que so realizadas as intervenes, houve com certeza um

    diagnstico prvio.

    Assim, destacamos como objeto deste estudo a relao entre o cuidado exercido

    pelo enfermeiro em pacientes em VM e os diagnsticos e intervenes emergidos da

    prtica.

    Para isso, lanaremos mo do seguinte objetivo:

    5016

    Trabalho 2005 - 5/15

  • Identificar os diagnsticos, intervenes e resultados que emergem da prtica

    assistencial do enfermeiro durante o cuidado de pacientes em VM;

    METODOLOGIA

    Trata-se de um estudo descritivo-exploratrio, onde os sujeitos foram

    enfermeiros com mais de um ano de atuao em terapia intensiva, pois acreditamos que

    este seria um tempo suficiente para busca de conhecimento cientfico que embasasse o

    cuidar nestas unidades de alta complexidade.

    Os sujeitos do estudo foram selecionados pela tcnica de amostragem por

    convenincia com populao acessvel (amostragem no-probabilstica), e a idade dos

    profissionais variou entre 23 e 46 anos, sendo que a maioria se concentrou na faixa de

    26 a 32 anos. O tempo mdio de experincia prtica em UTI foram de quatro anos.

    Os cenrios foram as Unidades de Terapia Intensiva Cardiolgica Adulto,

    distribuda em Unidade Cardiolgica Intensiva Clnica (UCIC) composta de 07 leitos,

    Unidade de Terapia Cardiolgica Intensiva Cirrgica (UTCIC) composta de 20 leitos e

    Unidade Coronariana (UCO) composta de 12 leitos, localizadas no Instituto Nacional de

    Cardiologia (INC).

    A justificativa para a opo por estas unidades surgiu da complexidade dos

    pacientes ali atendidos e a centralizao os pacientes submetidos VM.

    Para a coleta de dados utilizamos a entrevista semi-estruturada Estas entrevistas

    foram individuais, gravadas em fitas magnticas cassete e posteriormente transcritas

    obedecendo ao princpio de anonimato e sigilo. oportuno informar que os sujeitos

    entrevistados foram identificados pela letra A maiscula, de acordo com a ordem de

    participao totalizando 26 entrevistados, isto , A1 A26.

    O estudo atendeu s especificaes da resoluo 196/96 e o cdigo de tica de

    enfermagem, seguiu as normas da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) e

    o cronograma de atividades foi desenvolvido e concludo no trinio 2005-2007. Foi

    aprovado pelo Comit de tica em Pesquisa com Seres Humanos, do INC em 10 de

    outubro de 2006 e registrado sob o n 0120/29/09.06.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    Na enfermagem, o epicentro do cuidado o paciente que demarca o espao de

    todas as aes de enfermagem. O enfermeiro no pode por lei e nem por dever moral

    5017

    Trabalho 2005 - 6/15

  • abrir mo de sua responsabilidade de cuidar e de ensinar a cuidar baseado no sistema

    complexo que o paciente. Logo, so as necessidades dos pacientes que determinam os

    cuidados de enfermagem de que carecem (17). Sendo o alicerce no qual se fundamenta a

    construo do julgamento clnico iniciado na vida acadmica e sedimentado na prtica

    cotidiana, a partir daquilo que se v, e daquilo que se faz, se torna necessrio uma breve

    discusso sobre diagnstico, interveno e resultados de enfermagem.

    A necessidade de um sistema de classificao, para estruturao dos problemas

    de enfermagem, levou pesquisadores a buscar um instrumento ou modelo metodolgico,

    na tentativa de definio mais clara do corpo de conhecimento exclusivo da

    enfermagem.

    A primeira tentativa de classificao ocorreu em 1929, quando atravs de um

    estudo objetivava separar os problemas de enfermagem dos problemas mdicos.

    Posteriormente em 1953, foram identificadas cinco reas de necessidades do paciente,

    que considerou como foco para os diagnsticos de enfermagem (18).

    Abdellah em 1960, com os 21 problemas de Abdellah e Henderson, em 1966,

    com as 14 necessidades humanas bsicas de Henderson so considerados precursores

    das tentativas de sistematizao taxonmica na enfermagem (18).

    No Brasil, Wanda de Aguiar Horta, na dcada de 60 foi um importante marco ao

    propor uma assistncia de enfermagem sistematizada, fundamentada na teoria das

    necessidades humanas bsicas (19).

    Na busca de um alicerce que sustentasse s aes de enfermagem com nfase

    nos problemas do paciente, a NANDA em 1973, desenvolveu um sistema de

    classificao dos Diagnsticos em Enfermagem, a Taxonomia da NANDA. Esta

    Taxonomia define o foco do cuidado de enfermagem e representa para os enfermeiros a

    diferenciao das outras profisses da sade (18).

    A definio oficial de diagnstico de enfermagem aprovada em conferncia da

    NANDA em maro de 1990, :

    um julgamento clnico sobre as respostas do indivduo, da famlia ou da comunidade aos problemas de sade/processos vitais reais ou potenciais. O diagnstico de enfermagem proporciona a base para a seleo das intervenes de enfermagem visando ao alcance de resultados pelos quais a enfermagem responsvel (20).

    Na instituio onde foi desenvolvido este estudo, a sistematizao da assistncia

    com a utilizao do diagnstico de enfermagem, as intervenes baseadas no

    5018

    Trabalho 2005 - 7/15

  • julgamento clnico e no conhecimento na busca de resultados que avaliem a eficincia e

    a qualidade do cuidado de enfermagem ainda muito embrionria e focal, restringindo-

    se a alguns setores discusses acadmicas sobre o assunto.

    No entanto, surge das falas dos enfermeiros diagnsticos de forma no

    sistemtica e com definies oriundas da prtica assistencial, porm com uma

    correlao com os diagnsticos de enfermagem propostos por NANDA.

    Correlacionaremos os diagnsticos propostos por NANDA com os diagnsticos

    emergentes da prtica assistencial, que tm associao com a interveno VM.

    RELAO ENTRE DIAGNSTICO DA NANDA E DIAGNSTICOS EMERGENTES DA PRTICA RELACIONADOS VENTILAO

    MECNICA NANDA EMERGENTES DA PRTICA

    Ventilao espontnea prejudicada

    (...) Paciente que no consegue alcanar parmetros normais (A3). (...) Relao de troca, paciente descansa a musculatura e toda a funo respiratria e a mquina d suporte a ele (A7). (...) No capaz de coordenar os seus prprios movimentos respiratrios (A9). (...) Precisa de suporte ventilatrio na anestesia e na recuperao ps-cirrgica (A10)

    Troca de gases prejudicada

    (...) a adquirir O2 e eliminar outros gases para suprir o corpo (A9). (...) necessita mais do O2 do que do ar ambiente ou aquele que no consegue captar esse oxignio no ambiente (A17)

    Padro respiratrio ineficaz

    (...) preveno do paciente futuramente fadigar e precisar de uma medida mais grave (A25)

    Como o diagnstico de enfermagem proporciona seleo das intervenes de

    enfermagem, segundo a definio da NANDA, buscamos as intervenes, que so

    qualquer tratamento, baseado no julgamento clnico e no conhecimento, realizado por

    uma enfermeira para aumentar os resultados obtidos pelo paciente/cliente, associadas

    ventilao mecnica (21).

    Correlacionaremos as intervenes de enfermagem propostas na Classificao

    das Intervenes de Enfermagem, NIC (Nursing Interventions Classification), com as

    intervenes emergentes da prtica assistencial para os pacientes em VM (22).

    5019

    Trabalho 2005 - 8/15

  • RELAO ENTRE A INTERVENO VENTILAO MECNICA SEGUNDO NIC E A PRTICA ASSISTENCIAL DO ENFERMEIRO NIC EMERGENTES DA PRTICA

    1. Monitorar fadiga muscular: (...) acompanhar gasometria; (A5). (...) observar batimento da asa de nariz; (A16)

    2. Consultar outros profissionais na escolha de um modo de ventilao:

    (...) to sempre procurando participar do round para poder orientar toda a equipe de como vai conduzir isso (A14). (...) falar com mdico ou fisioterapeuta para iniciar o desmame; (A5)

    3. Iniciar o ajuste e a aplicao do ventilador e monitorar rotineiramente os parmetros do ventilador

    (...) verificao dos parmetros do ventilador; (A1). (...) se ta ciclando; a mistura gasosa ta adequada; (...) presses adequadas para o ventilador; (A13). (...) observar se no circuito h escape; (A20)

    4. Orientar o paciente e a famlia, sobre as razes e as sensaes esperadas associadas ao uso do ventilador:

    (...) primeiro lugar deve envolver a comunicao, a interao com paciente; (A17). (...) interagir com o paciente; (A18). (...) tem que ter uma viso holstica do doente tem que englobar a famlia; (...) tem que explicar de acordo com o nvel do conhecimento da famlia. (A22)

    5. Assegurar que os alarmes do ventilador estejam ativados:

    (...) adequar os alarmes ao padro que o doente ta apresentando naquele momento; (A12)

    6. Administrar agentes paralisantes musculares, sedativos e analgesia com narcticos, quando necessrio:

    (...) o paciente intubado a gente tem que sedar (A17)

    7. Monitorar a eficcia da VM sobre o estado fisiolgico e psicolgico do paciente:

    (...) se ele ta confortvel; (...) angstia; (A8)

    8. Iniciar Tcnicas de relaxamento, quando adequado:

    (...) dar um conforto emocional; conversar; (A7). (...) consciente ou inconsciente dar apoio emocional; (A24)

    9. Verificar regularmente as conexes do ventilador:

    (...) tm filtro ou no, como ta ventilando; se ta prveo o tubo (A3) (...) necessidade de manter esse sistema fechado para os pacientes que esto em recrutamento ventilatrio; (A13)

    10. Assegurar a mudana dos circuitos do ventilador:

    (...) tempo de circuito, que no tem preconizado; (A20). (...) troca de filtro a cada 24 horas; (A25)

    11. Usar tcnica assptica, quando adequado:

    (...) tcnica assptica, um grande fator de infeco pulmonar; (A1)

    12. Monitorar o progresso do paciente com base nos ajustes atuais do ventilador e realizar as mudanas adequadas:

    (...) os cuidados vo atuar no restabelecimento da funo pulmonar; (A7). (...) ver se ele no ta entrando numa insuficincia respiratria e voltar aos parmetros anteriores; (A19)

    13. Monitorar os efeitos adversos da VM

    (...) parmetros hemodinmicos; (A1). (...) conferir saturao do paciente; (A8). (...) risco de desenvolver uma pneumonia, ou algum outro acidente, pneumotrax; barotrauma se no for

    5020

    Trabalho 2005 - 9/15

  • bem monitorizado. (A10) (...) risco do barotrauma; (A20)

    14. Posicionar o paciente para facilitar a combinao ventilao/perfuso

    (...) mudana do decbito; (A1). (...) verificar a posio; (...) intensificar a mudana de decbito; (A3). (...) ter ateno no movimento do paciente no leito; (A9)

    15. Colaborar com o mdico para uso de presso de suporte ou PEEP

    (...) observar..., que PEEP ele est; (...) avaliar o grau de comprometimento (A18) (...) PEEP alta ou baixa; (...) se voc tirar isso o alvolo pode colabar, se o paciente est em recrutamento (A9)

    16. Realizar fisioterapia respiratria

    (...) procurar suporte de fisioterapia; (A3) (...) cuidados tcnicos com a movimentao desse paciente (A9)

    17. Realizar aspirao com base na presena de rudos adventcios

    (...) e se necessita aspirar mais vezes; (...) caso de precisar fluidificar; (...) secreo sanguinolenta; (A1) (...) saber quando o paciente necessita de uma toalete; (A4) (...) exame fsico, avaliao semiolgica, ausculta, roncos (A7)

    18. Promover ingesta adequada de lquidos e nutrientes

    (...) paciente com dieta (A10) (...) posicionamento adequado da sonda oroenteral (A13) (...) se ele ta com dieta (A19)

    19. Providenciar cuidados orais de rotina:

    (...) previne a infeco respiratria, associando uma higiene oral decente; (A15). (...) s vezes paciente est sialorreico; (A21)

    20. Monitorar os efeitos das mudanas no ventilador quanto oxigenao:

    (...) verificar oximetria; Fi O2; (A3) (...) gasometria: melhor parmetro para voc saber o que esta acontecendo (A8) (...) observar a queda de SatO2, PaO2; (A17)

    21. Monitorar parmetros referentes mecnica respiratria

    (...) sinal de desconforto respiratrio, cabeceira elevada para expandir melhor (A2) (...) qualidade da respirao do paciente (A5) (...) observar volume corrente, o modo respiratrio (A10) (...) principalmente a resistncia das vias areas (A11) (...) pneumotacgrafo, (...) conectar o doente ao capngrafo; (...) monitorizar radiografia de trax (A12) (...) musculatura acessria (A13) (...) freqncia respiratria, batimento de asa de nariz (A16)

    Como os diagnsticos e as intervenes buscam os resultados que refletem uma

    condio real do paciente foi desenvolvido a Classificao dos Resultados de

    Enfermagem (22), NOC (Nursing Outcomes Classification), complementando a

    Taxonomia da NANDA e da NIC.

    5021

    Trabalho 2005 - 10/15

  • Buscamos a correlao dos resultados associados ao Estado Respiratrio (0410,

    0402 e 0403) e as ligaes NANDA-NOC, com os diagnsticos que tem como

    interveno de enfermagem a VM.

    RELAO ENTRE RESULTADOS DE ENFERMAGEM PROPOSTOS POR NOC COM OS RESULTADOS EMERGENTES DA PRTICA

    ASSISTENCIAL PARA OS PACIENTES EM VENTILAO MECNICA NOC EMERGENTES DA PRTICA

    Estado neurolgico: Conscincia

    ( ) nvel de conscincia (A4) (...) estado de vigilncia; se ta vigilante (A21)

    Dispnia em repouso ou aos esforos no presentes

    ( ) paciente com dispnia (A5) (...) incurses respiratrias; (...) esforo respiratrio; (A16) (...) se est brigando com o respirador (A19)

    Estado respiratrio: desobstruo de via area

    (...) se no aspirar paciente faz rolha, secretivo; broncoaspira (A5). (...) presena de secrees no tubo; (A7). (...) observar uma possvel ocluso de tubo; (...) intercorrncias podem levar a parada cardaca por ocluso do tubo.(A12) (...) na nossa prtica destacaria a no desobstruo das vias areas, como o principal fator que pode desencadear (A15)

    Expansibilidade simtrica do trax

    (...) pode fazer atelectasia. (A6) (...) posso pensar numa seletividade (A8) (...) monitorizar radiografia de trax (A12) (...) avaliao de expansibilidade, ritmo, freqncia (A17)

    Uso da musculatura acessria no presente e funo muscular:

    (...) se ele ta brigando ou no; se ta num modo que a demanda no exige; (...) ele quer uma coisa e a mquina quer outra (A8) (...) musculatura acessria (A13) (...) sempre observo os parmetros de presso (A15)

    Sonolncia no presente:

    (...) paciente acordando no sabe o que est acontecendo.(A13)

    Equilbrio da perfuso/ventilao:

    (...) principalmente na coronria, sobrecarga hdrica, monitorizao das infuses (A5). (...) ver que decbito vai deixar mais tempo o paciente.(A14)

    Estado respiratrio: Troca de gases, e, saturao de oxignio dentro dos padres esperados:

    (...) acompanhar gasometria (a5) (...) avaliar os gases; (A17) (...) observar..., que PEEP ele est (A18) (...) verificao da oximetria (A23)

    Estas correlaes fortalecem nossa afirmao inicial de que se a interveno

    existe, porque houve um julgamento clnico que levou a um diagnstico e que busca

    5022

    Trabalho 2005 - 11/15

  • um resultado, mesmo que o enfermeiro no considere que fez um diagnstico prvio,

    realizou uma interveno e avaliou resultados.

    Esta afirmao contraria autores quando afirmam que os enfermeiros no esto

    realizando o diagnstico de enfermagem e, conseqentemente, fragmentam os cuidados (23).

    Acreditamos que este processo de enfermagem assistemtico que est inserido

    no julgamento clnico do enfermeiro tem fortalecimento nas prticas educativas que se

    iniciam no perodo de formao profissional e se sedimentam com a habilidade intuitiva

    destes profissionais no cuidado, e guardam estreita relao com a ventilao mecnica.

    Alguns relatos fortalecem a argumentao da habilidade intuitiva:

    (...) fui aprendendo de ouvido (A4).

    (...) tinha viso voltada para o maquinrio; (...) primeira coisa

    que fao inspeo no paciente; (...) nossa tendncia ver

    prtese (A8).

    (...) no tem uma rotina; (...) faz coisas do dia-a-dia; (A14).

    (...) fao os diagnsticos em cima das observaes que eu fiz

    para implementar os cuidados (A16).

    (...) a gente deveria perceber anormalidades antes; (...) tudo

    isso faz parte do nosso cuidado, da nossa conduta. (A17)

    (...) basicamente avaliao em cima de avaliao; (...) eu veria

    minhas condutas de acordo com minha avaliao, ou seja, o

    diagnstico de Enfermagem (A22)

    Esta habilidade intuitiva foco de vrios estudiosos e h evidncia da relao

    direta da habilidade intuitiva com a experincia dos enfermeiros, detectando trs nveis

    de intuio denominados iniciante, padro e veterano. no nvel padro, com

    profissionais de trs a oito anos de experincia, onde se concentram nossos sujeitos

    deste estudo, que os enfermeiros manifestaram um sentido de autoconfiana em

    identificar, reconhecer, focalizar e confiar na intuio em sua prtica (24).

    A teoria e a prtica da enfermagem dependem da experincia, dos conceitos, da

    participao e da viso que cada profissional de enfermagem tem do mundo e da

    profisso, no h separaes, ambas se confundem de forma articulada e harmoniosa,

    direcionando o cuidar, constituindo no s a cincia, mas refletindo a arte em

    enfermagem.

    5023

    Trabalho 2005 - 12/15

  • CONSIDERAES FINAIS

    Quando buscamos a conduta clnica e a relao do cuidar com os parmetros

    fisiolgicos, observamos uma utilizao, pouco sistemtica, de tecnologias que

    perpassam pelas relaes, pelos saberes, e pelos instrumentos necessrios para sua

    interao com outro ser humano no ato de cuidar. Cuidado este que surge com uma

    viso de relao social que vai alm dos procedimentos tcnicos e da assistncia s

    necessidades fsicas.

    Como reflexo quando discutimos os resultados e relacionamos com o tema, no

    foi surpresa quando emergiu dos discursos pouca relao direta com a ventilao

    mecnica, porm na essncia do discurso as falas relacionam-se significativamente com

    este fato. Assim, pensamos que quando buscamos o julgamento clnico do enfermeiro

    consideramos as concepes do binmio sade-doena na sua viso universal,

    entretanto, descobrirmos que no h uma sistematizao de assistncia ao paciente em

    VM, pois, conforme as falas deste estudo, a conduta clnica acontece sempre de forma

    individual e no coletiva.

    A arte de cuidar e de ensinar a cuidar deve ser preservada, mas tornam-se

    imprescindvel pesquisa, as buscas por diagnsticos de situaes que surjam da prtica

    assistencial dos enfermeiros com taxonomias oriundas do seu cuidar, como ocorreu

    neste estudo, interferindo nos modelos utilizados no cuidar que ainda confundem o

    paciente com a doena.

    Gostaramos de deixar claro que este estudo no esgota nem tampouco responde

    todas as questes referentes Enfermagem e a VM, entretanto temos a convico que

    ela pode contribuir com novas pesquisas. Principalmente no momento que surgem

    novos conhecimentos que estavam enclausurados nas entrelinhas da nossa prtica

    cotidiana, e mostram os enfermeiros sensveis, experientes e prticos como portador e

    produtor de conhecimento.

    Finalizamos sugerindo um movimento em busca da construo de novos

    conhecimentos cientficos, na educao permanente, na sistematizao de assistncia de

    enfermagem, e com a utilizao de habilidades intuitivas e diversas formas de

    tecnologia, na rea de VM e, mais especificamente na busca pela estabilizao da

    mecnica respiratria, abrindo um novo horizonte para enfermagem neste contexto.

    5024

    Trabalho 2005 - 13/15

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 1. ASHURST S. Cuidados de enfermagem de doentes ventilados mecanicamente em UCI: 1 e 2. Nursing, So Paulo, v. 120, p. 20-27, ano 10, maro 1998. 2. CARVALHO CRR. (ed.).Ventilao Mecnica, Volume I Bsico. So Paulo: Atheneu, 2000. (Sries Clnicas Brasileiras de Medicina Intensiva). 3. SWEETWOOD HM. Enfermagem na Unidade de Tratamento Respiratrio Intensiva.2ed.. So Paulo: Andrei, 1982. 4. CARDOSO VLR. Avaliao da Atuao da Equipe de Enfermagem no Manuseio dos Respiradores Mecnicos, 1983. Relatrio Apresentado ao Curso de Habilitao Enfermagem Mdico-Cirrgico, Faculdade de Enfermagem, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 5. MEYER DE. Como conciliar Humanizao e Tecnologia na Formao de Enfermeiras/os? Revista Brasileira de Enfermagem. V. 55, n.2, p.189-195, 2002. 6. BARRA DCC et al. Evoluo Histrica e Impacto da Tecnologia na rea da Sade e da Enfermagem. Revista Eletrnica de Enfermagem, v.08, n.03, p.422-430, 2006. Disponvel em http://www.fen.ufg.br/revista/revista8_3/v8n3a13.htm 7. SILVA MJP. Humanizao em Unidade de Terapia Intensiva. In: CINTRA EA, NISHIDE VM, NUNES WA. Assistncia de Enfermagem ao Paciente Gravemente Enfermo. So Paulo: Atheneu, 2000 8. BARREIRO RDF, SILVA LD. Ventilao Mecnica Aspectos Relevantes para Otimizao da Assistncia de Enfermagem. In: SILVA LD. Assistncia ao Paciente Crtico - Fundamentos para a Enfermagem. Rio de Janeiro: Cultura Mdica, 2001. p. 273-337. 9. BARREIRO RDF. Falando sobre a tecnologia e o cuidado de enfermagem na UTI (um estudo sobre o pneumotacgrafo). In: ENCONTRO NACIONAL DE FUNDAMENTOS DO CUIDADO DE ENFERMAGEM, 6, 2006, Rio de Janeiro. Disponvel em Anais do Evento, EEAN/UFRJ (Nuclearte), 2006. 10. SILVA RFA, BARREIRO RDF, SILVA RCL, NASCIMENTO MAL. Tecnologia Subsidiando o Cuidado de Enfermagem: otimizando a monitorizao com oxmetro de pulso. I Encontro de Professores e Pesquisadores de Enfermagem e(m) Sade Coletiva e I Mostra da Produo Cientfica de Enfermagem e(m) Sade Coletiva / UNIRIO, 2007. 11. SILVA RCL, PORTO IS. O Significado do Cuidado na Unidade de Terapia Intensiva e a (Des)construo do Discurso da Humanizao em Unidades Tecnolgicas. UFRJ/EEAN, 2006. Tese (Doutorado) em Enfermagem Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escola de Enfermagem Anna Nery, 2006.

    5025

    Trabalho 2005 - 14/15

  • 12. ORNELLAS CP. A enfermagem e suas bases de sustentao terica: a construo de um marco conceitual. Rio de Janeiro: Cuidado fundamental: Caderno de Pesquisa.v.2, n.2, p.50-55; 1998. 13. NASCIMENTO, MAL. O Cuidado de Enfermagem e as Cincias que Nele Incidem. Revista Enfermagem Brasil, n3, maio/junho, 2004. p. 165-69. 14. FIGUEIREDO NMA. DO ATO MDICO PARA O ATO DE ENFERMAGEM: princpios para uma prtica autnoma de enfermagem. In ENCONTRO NACIONAL DE FUNDAMENTOS DO CUIDADO DE ENFERMAGEM, 4, 2004, Rio de Janeiro. Disponvel em Anais do Evento, EEAN/UFRJ (Nuclearte), 2004. 15. DIAGNSTICO DE ENFERMAGEM DA NANDA: definies e classificao-2005-2006/ organizado por North American Nursing Diagnosis Association; Traduo Cristina Correa, Porto Alegre: Artmed, 2006. 16. CMARA ACG. Terminologias de diagnstico de enfermagem em atendimento a clientes em ps-operatrio imediato de cirurgia cardaca. In: VIII SIMPSIO NACIONAL DE DIAGNSTICO DE ENFERMAGEM-SINADEN, 2006, Joo Pessoa, Paraba. Disponvel em Anais do Evento, ABEn, 2006. 17. NIGHTINGALE F. Notas sobre Enfermagem: o que e o que no . So Paulo (SP): Cortez/ABEn-CEPEn; 1989. 18. NOBREGA MML, GUTIRREZ MGR Sistemas de Classificao na Enfermagem: avanos e perspectivas. In: GARCIA TR, NOBREGA MML (Org.). Sistemas de Classificao em Enfermagem: um trabalho coletivo. Joo Pessoa: Idias, 2000. Srie Didtica: Enfermagem no SUS. (ISBN-85-86867-49-7) 19. HORTA VA. Processo de enfermagem. So Paulo: EPU, 1979. 20. CARPENITO LJ. Diagnsticos de Enfermagem: aplicao prtica clnica; trad. Ana Thorell. 8. ed.Porto Alegre: Artmed, 2002. 21. JOHNSON M, MAAS MERIDEAN; MOORHEAD S. Classificao dos Resultados de Enfermagem. Traduo Regina Garcez. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 22. McCLOSKEY JC, BULECHEK GM. Classificao das Intervenes de Enfermagem (NIC). Trad. Regina Garcez. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 23. FOSCHIERA FV. O diagnstico de enfermagem no contexto das aes de enfermagem: percepo dos enfermeiros docentes e assistenciais. Revista eletrnica de enfermagem, v. 06, n. 02, p. 189-198, 2004. Disponvel em www.fen.ufg.br. Acesso em 28 de Janeiro de 2007. 24. SILVA AL. Habilidade intuitiva no cuidado de enfermagem. So Paulo: Revista Latino Americana de Enfermagem, 2003 julho-agosto; 11(4): 429-35.

    5026

    Trabalho 2005 - 15/15

  • O PAPEL DO ENFERMEIRO DIANTE DO CENRIO AMBIENTAL

    ATUAL

    NUNES, Tatiana de Paiva1

    FREITAS, Jackeline Carminda Cabral de2

    MEDEIROS, Suzane Gomes de2

    SOUZA, Greice Kelly Gurgel2

    MARTINS, Cludia Cristiane Filgueira2

    FREITAS, Rodrigo Jcob Moreira de2

    Atualmente a mdia e os meios de comunicao tm dado ateno especial aos

    assuntos de cunho ambiental. No raro, somos bombardeados por manchetes

    sobre furaces, tempestades, oscilaes bruscas de clima e poluio. Tornou-se

    comum escolas, universidades, centros comunitrios, instituies pblicas e

    privadas, ONGs e outros equipamentos comunitrios desenvolverem trabalhos

    para educar e sensibilizar a sociedade quanto s condutas ecologicamente

    corretas. Como resultado, alguns termos viraram modismo em discursos

    ambientais, como: aquecimento global, efeito estufa, energia renovvel,

    agricultura orgnica e educao ambiental. A prpria comunidade cientfica tem

    discutido este tema e elaborado protocolos assistenciais atravs de acordos

    internacionais para minimizar os efeitos nocivos da industrializao desenfreada.

    A exemplo disso temos conhecimento da Agenda 21, a Carta da Terra, a

    Declarao sobre o ambiente humano, o Protocolo de Montreal e o Protocolo de

    Quioto. Todos esses documentos so frutos de reunies mundiais cujo alvo da

    discusso foi a diminuio dos impactos negativos da produo industrial sobre o

    meio ambiente. Atrelado degradao ambiental, vemos surgir prejuzos

    relacionados sade. O consumo exacerbado exige meios de produo cada vez

    mais exploradores para atender a demanda do mercado, e quando a indstria no

    repe em tempo hbil natureza o que subtraiu dela, nosso ecossistema definha

    e leva consigo a qualidade do ar, da gua, do solo e dos alimentos. O objetivo desse trabalho mostrar a equipe de enfermagem a importncia da discusso

    1 Acadmica de Enfermagem do 7 perodo da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UERN; [email protected] Acadmica de Enfermagem do 7 perodo da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UERN;

    2

    5027

    Trabalho 1762 - 1/3

  • deste tema na formao profissional e pessoal como tambm em seu cotidiano de

    trabalho, enfocando que os problemas e solues acarretam resultados tambm

    no mbito local. O presente estudo tem como metodologia uma reviso de literatura descritiva bibliogrfica sobre o meio ambiente e o reflexo que sua

    devastao pode provocar na sade da populao, e como o enfermeiro pode

    contribuir para alcanar a sustentabilidade. Para tal, utilizamos livros e peridicos

    de autores conceituados que abordam a temtica. Ressaltamos que no foram

    realizados testes ou experincias com seres humanos e animais, portanto no h

    indicao de subordinao a apreciao do comit de tica em Pesquisa. A

    pesquisa literria nos revela como resultados a falta de entrosamento entre os temas Meio Ambiente versus Sade. Percebe-se que no h reflexo por parte

    dos profissionais, incluindo enfermeiros, sobre a relao das causas de

    morbidade da populao com os problemas relacionados ao ambiente ao qual

    est submetido. Desta forma, tem-se tratado doenas relacionadas a qualidade

    do ar, da gua e dos alimentos apenas com terapia medicamentosa, esquecendo

    o real foco desses problemas. A degradao ambiental ainda vista como um

    problema unilateral que causa danos somente para a natureza, como se ns,

    seres humanos, fssemos imunes e no estivssemos inseridos no mesmo

    ecossistema. Assim, a sade no vista sob a tica do fator ambiental e

    esquecemos a poluio do ar das grandes cidades, do acesso precrio gua

    limpa, da falta de saneamento, dos problemas de habitaes inadequadas, das

    condies de higiene insalubres a que muitos esto submetidos. Conclumos que ns enfermeiros devemos atentar para a influncia que os problemas ambientais

    causam a sade, bem-estar e qualidade de vida da populao. importante

    reconhecer o fator de degradao ambiental como um determinante a somar na

    anlise dos nveis de sade. Para tal, temos que nos livrar das prticas

    puramente medicalizantes que enaltecem o modelo hospitalocntrico de cura e

    promover sade atravs da sustentabilidade ambiental. As prticas sustentveis

    no so responsabilidade exclusivas das indstrias, mas de todos ns, habitantes

    do planeta Terra. Portanto, ns, enfermeiros comprometidos com a promoo da

    sade e bem estar da populao, devemos incentivar hbitos que beneficiem a

    natureza e aos que desfrutam dela, como a reduo do uso de matrias-primas e

    energia, a reutilizao de produtos para outras funes e a reciclagem atravs da

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    Trabalho 1762 - 2/3

  • coleta seletiva de materiais. Mas para que isso seja um instrumento efetivo na

    prtica das consultas de enfermagem imprescindvel que esse profissional

    tenha domnio do assunto, atualizando-se e buscando conhecimento extra-

    academia para basear seu trabalho. Esse no s um compromisso social para

    com o meio ambiente, a efetivao de um dever tico e legal, apontado na

    Carta da Terra assinada pelo Brasil e reconhecida pela Organizao Mundial de

    Sade e elaborada durante a Conferncia das Naes Unidas sobre Meio

    Ambiente e Desenvolvimento-Rio 92, no ano de 1992, no Rio de Janeiro. Ela

    afirma que a comunidade cientfica deve trocar conhecimentos para promover o

    desenvolvimento sustentvel, portanto os sistemas de sade e seus profissionais

    tm de estar preparados e dar sua colaborao . REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS: TRIGUEIRO, Andr (org.). Meio Ambiente no sculo 21: 21 especialistas falam da questo ambiental nas suas reas de conhecimento. Rio

    de Janeiro: Sextante, 2003; VARGAS, Liliana Angel. Enfermagem e a Questo Ambiental. In: FIGUEIREDO, Nbia Maria Almeida de. Ensinando a cuidar em Sade Pblica. 2 ed. So Caetano do Sul, SP: Yendis, 2008.

    DESCRITORES: Enfermagem; Meio Ambiente; Sustentabilidade

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    Trabalho 1762 - 3/3

  • O PERFIL DA CLIENTELA ATENDIDA EM UMA UNIDADE BSICA DE SADE DO RIO DE JANEIRO. UMA CONTRIBUIO PARA A QUALIDADE DA ASSISTNCIA EM ENFERMAGEM.

    Jos Gustavo Dutra Medeiros*, Liane Gack Ghelman**, Maria Helena do Nascimento Souza***.

    Resumo: A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (PNAD) revelou que o nmero de pessoas com mas de 60 anos superior a 18 milhes, o que corresponde cerca de 10% da

    populao total(1). Com o envelhecimento o organismo passa por modificaes biolgicas:

    morfolgicas, como o aparecimento de rugas e cabelos brancos; fisiolgicas, que acarretam

    alteraes das funes orgnicas; e bioqumicas, que aparecem por meio das transformaes das

    reaes qumicas que se processam no organismo(4). Essas alteraes associadas com o estilo de

    vida, podem favorecer ndices mais elevados de morbidade e o surgimento de mltiplas doenas

    crnicas, que iro exigir acompanhamento constante, medicao de uso contnuo e maior

    proporo de procedimentos mdicos. Dentre as principais doenas crnicas pertinentes ao

    envelhecimento destacam-se: a Hipertenso e o Diabetes Mellitus. Os objetivos propostos neste estudo foram: identificar o perfil dos clientes portadores de Hipertenso arterial e Diabetes mellitus

    atendidos em uma Unidade Bsica de Sade, verificar o grau de conhecimento da clientela

    portadora de Hipertenso e Diabetes sobre as prticas de autocuidado com a alimentao,

    utilizao de medicamentos, e identificar a influencia de fatores de risco associados ao quadro de

    hipertenso e/ou diabetes mellitus.

    * Acadmico de Enfermagem do 4. Perodo da Escola de Enfermagem Anna Nery/ UFRJ

    Bolsista PIBIC/UFRJ [email protected]

    ** Professora Assistente do Departamento de Enfermagem de Sade Pblica da Escola de Enfermagem Anna

    Nery/ UFRJ, Doutoranda em Enfermagem.

    *** Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem de Sade Pblica da Escola de Enfermagem Anna

    Nery/ UFRJ, Doutora em Enfermagem. [email protected]

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    Trabalho 1298 - 1/4

  • Metodologia. Este trabalho do tipo descritivo, de abordagem quantitativa, foi realizado com 498 clientes

    atendidos em consulta de enfermagem em uma Unidade Bsica de Sade, nos anos de 2005 a

    2008.

    O instrumento utilizado constituiu-se de um formulrio com questes fechadas referentes

    identificao, hbitos de vida, conhecimento das patologias e complicaes decorrentes do

    Diabetes e Hipertenso.

    Foi realizado um exame fsico, em que se obteve os dados relativos ao estado nutricional, nveis

    glicmicos, presso arterial sistlica e diastlica. Utilizou-se como critrio para deteco de

    sobrepeso o valor de ndice de Massa Corporal (IMC). Para a classificao de glicemia elevada,

    aps o teste de glicemia capilar, considerou-se o seguinte parmetro: abaixo de 110 para os

    clientes que se encontrava em jejum e abaixo de 140 para os indivduos no perodo ps prandial.

    Os parmetros utilizados para classificao de presso arterial elevada so os mesmos dos

    estabelecidos pelo Ministrio da Sade(5).

    O projeto atendeu os princpios ticos de pesquisa com seres humanos, de acordo com a

    Resoluo 196/96 e foi aprovado pelo Comit de tica e Pesquisa da Escola de Enfermagem

    Anna Nery.

    Os resultados mostraram que 72,1% dos clientes estudados eram do sexo feminino e a maioria dos clientes possua acima de 40 anos, com a media de idade de 61 anos. Observamos que

    82,1% dos clientes entrevis