Trabalho supervisão
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Artigo: A Prática da Supervisão, numa escola Pública Estadual de Teresina, sob o olhar dos agentes escolares e o problema da ação comunicativa.
Robson Carlos da Silva
Análise do Artigo
Cotia/SP
2011
Trabalho exigido como avaliação da Disciplina Teorias e Modelos de Supervisão sob a orientação da Prof.ª. Dra. Maria Regina Peres da Pós-Graduação em Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores com acesso ao Mestrado Europeu em Ciências da Educação.
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A PRÁTICA DA SUPERVISÃO, NUMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL DE TERESINA, SOB O OLHAR DOS AGENTES ESCOLARES E O PROBLEMA DA
AÇÃO COMUNICATIVA.
Alunas: Clarice de Melo de Sá e Silva
Helena de Sá Melo
Faculdade Mário Schenberg – Grupo Lusófona Brasil – Cotia/SP – 2011
Pós-Graduação em Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores com
acesso ao Mestrado Europeu em Ciências da Educação
Docente Responsável - Drª Maria Regina Peres
INTRODUÇÃO
O presente trabalho refere-se a uma análise do artigo “A prática da Supervisão,
numa escola pública de Teresina, sob o olhar dos agentes escolares e problema da
ação comunicativa”, retirado da revista científica Olhar de Professor, da Universidade
Estadual de Ponta Grossa, Paraná.
O artigo relata uma experiência de Supervisão Escolar à luz das concepções dos
agentes escolares de uma escola pública em Teresina e dos estudos dos autores:
Habermas (1989), Carvalho (1989), Braga (1999) e Saviani (2000).
O trabalho indica os resultados de uma pesquisa de caráter qualitativo e aponta
para a falta de entendimento por parte dos agentes entrevistados acerca do papel do
Supervisor Escolar.
OBJETIVO
O artigo tem como proposta: refletir sobre o entendimento, representações e
significados do trabalho de supervisão, bem como, as relações de comunicação e
interações do supervisor e agentes escolares.
METODOLOGIA
Em busca de novas perspectivas da ação supervisora, os pesquisadores
debruçaram-se sobre a confrontação das leituras e as concepções colhidas no
presente estudo. Sob um olhar retrospectivo, a história da supervisão é abordada de
uma forma breve.
Nas comunidades mais primitivas a função da supervisão dava-se nas relações
cotidianas, onde diante dos desafios, os adultos orientavam as crianças (Saviani,
2000).
O contexto do surgimento da escola ocorreu no momento em que a educação
estava dividida a servir a classe dominante ou às classes menos favorecidas. Nesse
período, a função Supervisão assume as características de controle e fiscalização nas
escolas (Op. Cit. 2000).
A ideia de supervisão configurou-se com a chegada dos jesuítas e o sistema de
ensino, o Ratio Studiorum. Com as reformas Pombalinas a figura do diretor configura-
se com a ideia de supervisão como inspeção e direção.
Somente com a república, a organização escolar institucionalizou a Supervisão
Pedagógica. O caráter fiscalizador manteve-se para que houvesse ordem no espaço de
transmissão do saber elaborado.
É desafio no atual contexto, que a prática da supervisão escolar torne-se ação
coletiva a fim de contribuir para o trabalho pedagógico voltado para a formação plena
do educando.
Segundo Carvalho (1989), a supervisão no Brasil, em decorrência do novo
contexto assume a função da prática de controle.
Mais tarde, nas décadas de 70 e 80 estudos mostram que a supervisão técnica
defende os interesses da elite.
Devido ao desenvolvimento econômico, para Cunha (1999), as políticas
educacionais priorizam a educação superior.
O supervisor educacional deve engajar-se num projeto de conscientização
crítica, comprometendo-se com a luta por uma sociedade mais justa e igualitária.
No Estado do Piauí, a Supervisão Escolar surge na década de 60 com
experiência de caráter experimental. Após representar resultados em 1965 é
oficializada por meio de acordo.
Com a implementação da LDB n.º 5692/71, inicia-se uma nova fase da
supervisão escolar, de forma a cumprir as exigências de reforma de ensino.
Os cursos de Pedagogia oferecidos pela Universidade Federal do Piauí (UFPI)
habilitam o graduando em Supervisão educacional.
O serviço da Supervisão passou a ser estruturados em dois níveis: central e
escolar. Na década de 80 uma nova estrutura foi efetivada na supervisão escolar,
passando o supervisor a desempenhar suas funções diretamente na escola.
Os problemas não foram resolvidos com essas novas mudanças estruturais. A
questão da comunicação entre as pessoas, agentes escolares mantinha-se técnica.
O conceito do Agir Comunicativo refere-se à interação entre os sujeitos livres,
com uma linguagem livre de distorções com entendimento da realidade que nos cerca,
das novas experiências e interações.
No contexto escolar, o emprego da Ação Comunicativa deve fundamentar as
ações educativas entre os agentes escolares, em que a função da supervisão deve ser
política, reflexiva e crítica comprometida com uma educação transformadora.
A pesquisa realizada foi de caráter qualitativo com o pesquisador participando e
interagindo na dinâmica dos pesquisados. O foco foi o Supervisor e seu trabalho com
os agentes e processos escolares. Os instrumentos utilizados foram: observações,
diálogos, entrevistas não estruturadas e descrição de ações. O local da pesquisa foi a
Unidade Escolar Matias Olímpio, na zona norte de Teresina e a durabilidades da
pesquisa foi de quatro meses. A escola pesquisada possui um perfil de classe média.
Foi realizada uma coleta de depoimentos de vários agentes escolares: Diretor,
Diretor Adjunto, professores e alunos.
RESULTADOS OBTIDOS
Os depoimentos foram colhidos através de conversa informal e em seguida,
perguntas que evidenciavam o problema da investigação.
Diretor, Diretor adjunto e professores explicitaram suas compreensões a cerca
da supervisão escolar. Em todos os casos, foi identificada a convergência da
concepção de supervisor como um técnico, aquele que resolve os problemas da
escola.
Observa-se a não reflexão sobre como o supervisor poderia trabalhar de
maneira coletiva em prol de uma prática pedagógica emancipadora.
Dentre os alunos, observou-se a não compreensão do papel do supervisor bem
como, a sua importância.
CONSIDERAÇÕES DO AUTOR
Nas considerações finais desta pesquisa, o autor do artigo destaca que a falta
de compreensão da importância da Supervisão Escolar é decorrente da ausência da
comunicação entre a supervisão e os demais agentes escolares e que ainda a
supervisão é vista como uma ação fiscalizadora.
Conclui, portanto, que há a necessidade de estudos mais aprofundados para a
reflexão acerca das relações entre as práticas e a supervisão, suas concepções e
possibilidades.
Ressalta também, a necessidade de uma política de comunicação eficiente, a
fim de promover a conscientização, reflexão e mobilização para superar as
adversidades e favorecer melhorias no processo ensino – aprendizagem.
_______________________________
Olhar de professor, Ponta Grossa, 12(1): 167-180,2009.
Disponível em <HTTP://www.uepg.br/olhardeprofessor>
VIABILIDADE DA PESQUISA E O PAPEL DO SUPERVISOR NO BRASIL
A pesquisa citada no presente artigo é viável no sentido da existência da
necessidade de estudos aprofundados para a reflexão sobre a verdadeira função do
supervisor no contexto escolar.
No Brasil, há diferentes modelos de supervisão: técnica, orientadora, eleita, etc.
Com exceção de São Paulo, todos os outros Estados brasileiros têm o profissional da
Supervisão sediado na própria escola.
Diante disso, observamos diferentes conceitos de supervisão que foram
mudando de acordo com as mudanças históricas da educação no Brasil. Conforme
Alarcão (1996), no contexto brasileiro, a supervisão apresenta-se como uma prática,
relativamente recente. Remonta-se aos anos 70 que surgiu no cenário sócio-político-
econômico, historicamente, com a função de controle.
Atualmente, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) n.º
9.394/96, em seu art. 64, propõe que a formação de especialistas será oferecida nos
Cursos de Pedagogia em nível de Pós-Graduação ou Complementação, com intuito de
formação em exercício das práticas pedagógicas e como estas deverão ser
desenvolvidas, visto que o supervisor é aquele que contextualiza, auxilia, pesquisa,
coordena as atividades pedagógicas em parcerias com os professores.
Todavia, o papel do supervisor dentro da própria instituição ainda não está claro
para os agentes escolares, como podemos observar na pesquisada citada.
Diante do exposto, observamos que existe na sociedade brasileira um conflito
entre aquilo que se atribui oficialmente enquanto função específica do supervisor e
aquilo que realmente acontece no interior de nossas escolas.
Entendemos que o supervisor escolar, nos dias de hoje, precisa ter uma visão
ampla e aprofundada sobre os problemas educacionais; para tanto é imprescindível o
conhecimento teórico e o compromisso com a qualidade na educação para que sua
prática seja a de um agente com possibilidades de propositor, executor e mediador das
políticas educacionais em prol do trabalho pedagógico.
Acreditamos que dessa forma, o supervisor deva atuar como partícipe na
construção da sociedade, assumindo o seu papel como ator social, viabilizando a
comunicação entre todos os envolvidos no contexto escolar, exercendo a sua função
política com consciência e comprometimento com a educação.
REFERÊNCIA
Revista Olhar de professor. Universidade estadual de Ponta grossa. Departamento de
Métodos e Técnicas de Ensino. Ponta Grossa, Pr., v. n. 1 jan/jul (1998).
BIBLIOGRAFIA
1. ALARCÃO, I (ORG.) (1996). Formação Reflexiva de Professores. Estratégias de
Supervisão Porto: Porto Editora.
2. BRASIL. LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394 de
dezembro de 1996.