Trabalho sobre o poema trigésimo nono de alberto caeiro

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Alberto Alberto Caeiro Caeiro Poema trigésimo nono: O mistério das cousas, onde está ele?

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Trabalho sobre o poema trigésimo nono de alberto caeiro

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Alberto Alberto

CaeiroCaeiroPoema trigésimo nono:

O mistério das cousas, onde está ele?

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O mistério das cousas, onde está ele?Onde está ele que não aparecePelo menos a mostrar-nos que é mistério?Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?Sempre que olho para as cousas e penso no que oshomens pensam delas,Rio como um regato que soa fresco numa pedra.

Porque o único sentido oculto das cousasÉ elas não terem sentido oculto nenhum,É mais estranho do que todas as estranhezasE do que os sonhos de todos os poetasE os pensamentos de todos os filósofos,Que as cousas sejam realmente o que parecem serE não haja nada que compreender.

Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:

As cousas não têm significação: têm existência.As cousas são o único sentido oculto das cousas.

Questão

Resposta

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O mistério das cousas, onde está ele?Onde está ele que não aparecePelo menos a mostrar-nos que é mistério?Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?Sempre que olho para as cousas e penso no que oshomens pensam delas,Rio como um regato que soa fresco numa pedra.

Porque o único sentido oculto das cousasÉ elas não terem sentido oculto nenhum,É mais estranho do que todas as estranhezasE do que os sonhos de todos os poetasE os pensamentos de todos os filósofos,Que as cousas sejam realmente o que parecem serE não haja nada que compreender.

Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:

As cousas não têm significação: têm existência.As cousas são o único sentido oculto das cousas.

• Questão inicial a partir da qual se desenvolve todo o poema.

• Neste verso o sujeito poético questiona-nos que para além de não sabermos qual é o mistério, como é que sabemos que ele sequer existe.• É através dos sentidos que o

sujeito poético conhece as coisas e troça dos homens que criam mistérios sobre elas.

• Na 2ª estrofe o sujeito poético responde à sua questão, dizendo que não há mistério nenhum.

• O sujeito poético diz-nos que, apesar dos sonhos de todos os poetas e dos pensamentos de todos os filósofos, o estranho é que as coisas sejam tão simples como parecem ser.

• O sujeito poético acredita que os sentidos levam ao conhecimento.• Os dois últimos versos são a

conclusão final de que as coisas não têm significado, que o único sentido oculto delas são elas mesmas, ou seja, a sua existência.

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O mistério das cousas, onde está ele?Onde está ele que não aparecePelo menos a mostrar-nos que é mistério?Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?Sempre que olho para as cousas e penso no que oshomens pensam delas,Rio como um regato que soa fresco numa pedra.

Porque o único sentido oculto das cousasÉ elas não terem sentido oculto nenhum,É mais estranho do que todas as estranhezasE do que os sonhos de todos os poetasE os pensamentos de todos os filósofos,Que as cousas sejam realmente o que parecem serE não haja nada que compreender.

Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:

As cousas não têm significação: têm existência.As cousas são o único sentido oculto das cousas.

Utilização de perguntas retóricas.

Personificação Comparaçã

oParadoxo

Aliteração do ‘s’

Personificação

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Análise formal do poema:

• Utilização de uma linguagem simples e familiar;

• Poemas com pouca ou nenhuma rima;

• Irregularidade nas estrofes e nas sílabas métricas.

• Os poemas de Alberto Caeiro opõem-se ao ortónimo de Fernando Pessoa visto que o sujeito poético se refere a uma vida sem dor e sem angústia, morte sem desespero, à não procura de

um sentido para a vida.

• Para além disso, o sujeito poético sente sem pensar e é apenas um, não tem heterónimos, vivendo o presente sem pensar no

passado nem no futuro.

• Como tal, neste poema verifica-se que não há qualquer relação com o ortónimo de Fernando Pessoa na medida em que o sujeito

poético tenta sempre ir do abstrato para o concreto e não pensar, ligando somente às sensações.

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Características da poesia de Alberto Caeiro:

• Transformação do abstrato no concreto;

• Instintivo e ingénuo;

• Coloca toda a importância nas sensações;

• Recusa a introspeção;

• Não acredita no passado nem no futuro;

• Identifica-se com a natureza, comparando-se aos seus elementos e vivendo segundo o seu ritmo.

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Trabalho realizado por:

• Mariana Donato, nº11

• Sílvia Beleza, nº18