Trabalho rebites (André Cruz)

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Instituto de emprego e formao Profissional

Parafusos Brocas Anilhas Pinos Rebites para Aeronuti ca

[15/12/2011]

Formador: Jos janeiro

Formando: Andr Cruz n2

ndiceHistria do parafuso....................................................................................................3 Introduo....................................................................................................................5 Parafuso........................................................................................................................6 Parafusos de Aviao............................................................................................... 10 Outros tipos de parafusos em aviao................................................................... 12 Identificao e cdigos de parafusos em aeronutica 13 Porcas de aeronaves 14 Anilhas de aviao.16 Pinos para estruturas de aeronaves..18 Rebites...19 Tipos de rebitagem.20 Rebites em aeronaves...23 Concluso.37 Bibliografia38

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Histria Do ParafusoNA ANTIGUIDADE, O MATEMTICO GREGO ARCHYTAS OF TARENTUM (428 - 350 AC.) FOI RESPONSVEL PELA INVENO DO PARAFUSO. NO SCULO 10 AC. OS PARAFUSOS DE MADEIRA FORAM USADOS EM TODO O MUNDO MEDITERRNEO EM DISPOSITIVOS COMO PRENSAS DE LEO E DE VINHO. ARQUIMEDES ( 287 AC 212 AC) DESENVOLVEU O PRINCPIO DA ROSCA E UTILIZOU-O PARA A CONSTRUO DE DISPOSITIVOS PARA A ELEVAO DE GUA NA IRRIGAO. OS ROMANOS APLICARAM O PRINCPIO DE ARQUIMEDES PARA CONDUZIR MATERIAL EM MINAS. TAMBM EXISTEM EVIDNCIAS DE QUE COMPONENTES PARAFUSADOS FORAM APLICADOS EM INSTRUMENTOS CIRRGICOS EM 79 AC. OS PARAFUSOS DE METAL S APARECERAM NA EUROPA APARTIR DO ANO DE 1400. O PARAFUSO PODE SER DEFINIDO COMO UM FIXADOR CILNDRICO, EXTERNAMENTE ROSQUEADO COM OU SEM CABEA. DE ACORDO COM REGISTROS HISTRICOS, O PARAFUSO ROSQUEADO SURGIU POR VOLTA DO SCULOS XV E ERA FEITO MO. ENTRETANTO, O PARAFUSO NO ROSQUEADO BEM MAIS ANTIGO E MUITO MAIS LIMITADO QUANTO A APLICAES. NA POCA DO IMPRIO ROMANO, OS PARAFUSOS ERAM UTILIZADOS COMO PIVS PARA ABRIR E FECHAR PORTAS. OS REGISTROS HISTRICOS TAMBM APONTAM OS ROMANOS COMO OS PRIMEIROS A UTILIZAREM OS PREGOS PARA MADEIRA FEITOS DE BRONZE OU PRATA. PODEMOS SUPOR QUE FOI S NA REVOLUO INDUSTRIAL QUE AS PORCAS E PARAFUSOS TORNARAM-SE COMUNS ENTRE A FAMLIA DE FIXADORES. COM A INVENO DA MQUINA A VAPOR, EM 1765, POR JAMES WATT, QUE FICOU CLARA A A NECESSIDADE DE FIXADORES ROSQUEADOS PARA ASSEGURAR UM EFICIENTE DESEMPENHO MECNICO E UMA MONTAGEM MAIS FCIL. EM 1800, HENRY MAUDESLAY CONSTRUIU O PRIMEIRO EQUIPAMENTO QUE POSSIBILITAVA A PRODUO DE PARAFUSOS E PORCAS COM QUALQUER PASSO E DIMETRO. (PASSO A DISTNCIA DA CRISTA DE UM FIO DE ROSCA AT A CRISTA DO PRXIMO FIO). COMO OS PARAFUSOS E PORCAS NO POSSUAM NORMALIZAO, FICAVA MUITO DIFCIL A MONTAGEM E DESMONTAGEM DE MQUINAS E EQUIPAMENTOS, UMA VEZ QUE CADA PARAFUSO ERA DIFERENTE DO OUTRO. EM 1801, WHITNEY ABRIU CAMINHO PARA A RESOLUO DESSE PROBLEMA. A INTERCAMBIALIDADE ENTRE AS PARTES PASSOU A SER ALMEJADA, POIS PROPORCIONARIA RAPIDEZ E AGILIDADE NA MONTAGEM E DESMONTAGEM. A IDIA FOI TO BEM ACEITA QUE LOGO PASSOU A FAZER PARTE DE INVENES DE SUCESSO, TAIS COMO: PISTOLA SAMUEL COLT; MARTELO HIDRULICO, JAMES NASMITH; MQUINA DE COSTURA ELIAS HOUSE. POR VOLTA DO SCULOS XIX, WILLIAN WARD DESENVOLVER A MQUINA PARA O FORJAMENTO QUENTE DE PORCAS E PARAFUSOS. NESSE PROCESSO, A MATRIA-

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PRIMA AQUECIDA A APROXIMADAMENTE 870C E ALIMENTA AS MATRIZES DE FORMAS. MAIS TARDE, WARD DESENVOLVEU A MESMA MQUINA PORM, DE FORJAMENTO FRIO. NESSE PROCESSO, A MATRIA-PRIMA ENTRA NA MQUINA EM FORMA DE VERGALHES CILNDRICOS E OCORRE O ESTAMPAMENTO. HOJE, O FORJAMENTO FRIO A BASE DA PRODUO EM MASSA. A CAPACIDADE DE FAZER ROSCAS UNIFORMES NO FOI SUFICIENTE PARA GARANTIR A UNIFORMIDADE ENTRE OS FABRICANTES, VISTO QUE CADA UM PREFERIA TER UM PADRO PRPRIO. ASSIM, FOI NECESSRIO DEFINIR UM PADRO NACIONAL E INTERNACIONAL. NA INGLATERRA, O PRIMEIRO PASSO FOI DADO POR JOSEPH WHITWORTH AO APRESENTAR AOS ENGENHEIROS CIVIS O SEU TRABALHO: UM SISTEMA UNIFORME DE ROSCAS DE PARAFUSO. EM 1881, SEU SISTEMA FOI ADOTADO. ASSIM, PARAFUSOS DE CERTAS DIMENSES DEVERIAM TER ROSCAS IGUAIS EM PASSO, PROFUNDIDADE E FORMA, COM UM NGULO DE 55 ENTRE O LADO UM FIO DE ROSCA E OUTRO. O NMERO DE FIOS DEVERIA SER ESPECFICO PARA CADA DIMETRO DE PARAFUSO. NOS ESTADOS UNIDOS, O MOVIMENTOS DE PADRONIZAO COMEOU A SER DIFUNDIDO EM 1864, ATRAVS DE WILLIAM SELLERS. ELE DEFENDIA O NGULO DE 60 , POIS RESULTARIA EM ROSCAS MAIS RESISTENTES. ASSIM, NO FINAL DO SCULO, O SISTEMA DE SELLERS FOI ADOTADO NO ESTADOS UNIDOS E EM BOA PARTE DA EUROPA. A INCOMPATIBILIDADE DOS SISTEMAS WITHWORTH E SELLERS DIFICULTOU O INTERCMBIO DE PEAS NA 1 E 2 GUERRA MUNDIAL. ASSIM, INICIOU-SE UM MOVIMENTO PARA QUE FOSSE CRIADO UM SISTEMA NICO QUE PUDESSE SER APLICADO MUNDIALMENTE.

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IntroduoNa mecnica muito comum a necessidade de unir peas como chapas, estruturas e barras. Qualquer construo por mais simples que seja, exige unio de peas ente si. Para isso acontecer, necessrio requerer elementos prprios, que se chamam elementos de fixao. Este trabalho tem o objectivo referir e explicar os elementos de fixao mais usados no fabrico e reparao das aeronaves. Os elementos de fixao mais usados so, parafusos, porcas, rebites, pinos e contra-pinos. Estes esto destinados para unir peas, que junto com os elementos de transmisso formam um conjunto que compe uma determinada mquina. Para projectar um conjunto mecnico preciso escolher o elemento de fixao adequado ao tipo de pea que iro ser unidas ou fixadas. Elementos de fixao fravos e mal planeados vai formar uma mquina intil. Se for feito um bom planeamento evitar tambm concentrao de tenso nas peas fixadas. A formao desse conjunto tem dois tipos de unio: Unio tipo mvel permite a montagem e desmontagem da pea sem danos. o caso do parafuso, porca, pinos e contrapinos. Unio tipo permanente um tipo de unio feito para sempre, a sua desmontagem cria danos irreversveis na pea. Neste tipo de unio est includo os rebites. A solda tambm se pode considerar este tipo de unio.

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ParafusoParafusos so elementos de fixao nas peas, que podem ser montadas e desmontadas facilmente, apertando e desapertando os parafusos que as mantm unidas. Os parafusos so diferenciados pela forma de rosca, da cabea, da haste e do tipo de accionamento (Figura 1).

Figura 1 Parafuso normal esquematizado.

Quanto sua funo os parafusos so classificados por quatro grandes grupos, descrito da seguinte forma:

Parafusos passantes Este parafusos atravessam a pea lado a lado usando arruela e porca, (Figura 2).

Figura 2 Exemplo de parafuso passante

Parafusos no passantes So parafusos que no necessitam de porca. A porca substituda por um furo roscado, feito numa das peas a ser unida (Figura 3).

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Figura 3 Exemplo de parafusos no passantes

Parafusos de presso Estes parafusos so fixados por meio de presso. A presso exercida pelas pontas dos parafusos contra a pea a ser fixada. Os parafusos de presso podem apresentar-se com cabea (Redonda, hexagonal) ou sem cabea (Figura 4).

Figura 4 Exemplo de parafusos de presso

Parafusos prisioneiros So parafusos sem cabea, com rosca em ambas extremidades. Estes parafusos so recomendados em situaes que exigem montagens e desmontagens frequentes. O uso de outros parafusos, que no sejam compatveis, acabam por danificar a rosca dos furos. As roscas dos parafusos prisioneiros podem ter sentidos opostos, o sentido horrio e o sentido anti-horrio. Para fixar o prisioneiro no furo da mquina necessrio uma ferramenta especial, no caso desta ferramenta ser inexistente pode-se improvisar um apoio com duas porcas travadas numa das extremidades do prisioneiro. Depois da fixao do prisioneiro pela outra extremidade, retira-se as porcas. A segunda pea apertada mediante uma porca e arruela, aplicadas extremidade livre do prisioneiro (Figura 5).

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Figura 5 Exemplo de parafusos prisioneiros

Tendo j sido feita a classificao dos parafusos, na tabela seguinte (Quadro 1), est apresentado os principais tipos de parafusos, que variam conforme as caractersticas da cabea, do corpo e do tipo de aterraxamento.

Quadro 1 Principais tipos de parafusos (continua)

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Quadro 1 (continua) Principais tipos de parafusos

Na figura seguinte (Figura 6), vai estar apresentado a comparao entre diversos tipos de parafusos, incluindo o tipo de fenda cruzada, mais conhecidos por parafusos phillips.

Figura 6 Parafusos Phillips e Fendas

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Parafusos De AviaoOs parafusos utilizados na aviao so fabricados em ao resistentes corroso, com banho de cdmio ou de zinco; de ao resistente corroso, sem banho, ou ainda de liga de alumnio anodizado. Na maioria dos parafusos das aeronaves so identificados por nmeros de especificao ou nome do fabricante. As peas com fio de rosca normalmente so identificadas por AN (Air force-Navy), NAS (National Aircraft Standart) e MS (Military Standart). Os parafusos especiais normalmente so designados por letra S, estampada na cabea. Os parafusos AN tm trs tipos de cabea, hexagonal, Clevis e com olhal, (Figura 7).

Figura 7 Parafusos de cabea hexagonal, Clevis e olhal

Os parafusos NAS encontram-se com a cabea hexagonal, com encaixe na cabea para as ferramentas e com a cabea escariada. Os Parafusos MS tm a cabea hexagonal ou com encaixe para a ferramenta. Parafusos como o de Clevis, de olhal, Jobolts e Lockbolts so considerados parafusos para fins especiais. Parafusos Clevis tm uma cabea redonda e possue ranhuras, para receber uma chave em cruz. Este tipo de parafuso somente usado onde ocorre o efeito de separar o parafuso em duas ou mais partes (cisalhamento) e nunca de tenso. muitas vezes colocado como pino mecnico num sistema de controle. Parafusos de olhal so um tipo de parafusos especiais usados onde as cargas de tenso so aplicadas. Estes parafusos tm por finalidade permitir a fixao das peas, como o garfo de um esticador, um pino Clevis ou um terminal de cabo. A parte da rosca pode ou no ter o orifcio para contra pino. Jobolt a marca registada de um rebite com rosca interna e composto em trs partes, um parafuso de liga de ao, uma porca de ao com rosca e uma luva (bucha) expansvel de ao inoxidvel. Jobolts so muitas vezes utilizados em partes permanentes da estrutura de aeronaves mais antigas. O

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uso de Jobolt tem a vantagem de excelncia resistir vibrao, fcil e rpida instalao e pouco peso.

Lockbolts, parafusos de reteno, combinam as caractersticas de um parafuso e de um rebite de grande resistncia que possuem vantagens sobre ambos. Estes parafusos, geralmente so utilizados na juno das asas, ferragens do trem de aterragem, ferragens de clulas de combustvel, longarinas, vigas, unio de revestimento e outras unies importantes na estrutura. O processo de instalao fcil e rpido do que de um rebite, parafuso convencional, elimina o uso de porcas especiais, contrapinos e requer para sua instalao o uso de uma ferramenta pneumtica. Depois de estar instalado ele permanecer rgido e permanente fixo no local, (Figura 8).

Figura 8 - Lockbolts, parafusos de reteno

Os parafusos apresentados na Figura 8 so, os trs tipos mais usados para parafusos de reteno. Eles so instalados em estruturas primrias e secundrias das aeronaves. Tm uma instalao rpida, so leves e necessitam tambm de uma ferramenta pneumtica especial para a instalao.

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Outros tipos de parafusos de aviaoEstes tipos de parafusos so os prendedores com rosca, que so os mais utilizados nas aeronaves. Eles so diferentes dos parafusos BOLTS, pois so fabricados por materiais menos resistentes. So instalados com uma rosca com folga e o formato da cabea permite o encaixe de chave de fendas ou de boca. Os parafusos mais utilizados esto divididos em trs grupos: Parafusos para estruturas Os parafusos para estruturas tm a mesma resistncia, medidas iguais com as dos parafusos comuns (BOLTS), so feitos com liga de ao, tecnicamente tratados e podem ser usados como um parafuso padro. O seu aperto definido e a resistncia ao cizalhamento novamente semelhante aos parafusos comuns com mesma medida. Estes parafusos tm cabea redonda, chata e escareada. Para acoplar estes parafusos utiliza-se como ferramenta as chaves philipps, ou reed and price. Os parafusos de cabea plana so usados em orifcios escareados, quando for necessrio uma superfcie plana. J o parafuso de anilha fixa usado onde a cabea protectora no causem problemas, oferece tambm uma grande rea de contacto. Parafusos de mquina So constitudos por uma cabea redonda, escareada e de anilha fixa. Estes parafusos tm um uso geral, constitudos por ao com baixo teor de carbono, lato, bastantes resistentes corroso e so de ligas de alumnio. Os parafusos de cabea redonda, tm na cabea uma fenda ou uma cruz e uma rosca tanto grossa como fina. Os parafusos de mquinas so semelhantes aos parafusos de cabea redonda, tanto a nvel do material como o seu uso. Dentro deste grupo de parafusos tambm h os parafusos de cabea cilndrica, que so usados em coberturas de alumnio de caixas de engrenagens. Estes parafusos podem ser formados em ao de baixo teor de carbono, por ao resistente corroso, possui rosca grossa ou fina e podem ser tambm formados em liga de ao, com tratamento trmico. A sua estrutura definida por um pescoo curto, com rosca fina ou rosca grossa. Estes ltimos parafusos j so utilizados em zonas onde se requer grande resistncia. Normalmente, os parafusos cilndricos de rosca grossa, so usados como parafusos de fixao de tampas de liga de alumnio e magnsio fundidos, devido fragilidade do metal. Parafuso de rosca soberba Os parafusos de rosca soberba so divididos em dois, os de cabea escareada redonda e os de cabea escareada a 82. Estes parafusos so usados para fixar peas removveis, tais como, chapas de inscrio, peas fundidas e partes nas quais o parafuso faz o seu prprio fio de rosca. Os parafusos de rosca soberba quando so utilizados em chapas metlicas, usa-se os parafusos chamados parafuso Parker-Kalon tipo Z, no tm ponta fina (Figura 9). Estes ltimos parafusos so usados em fixaes temporrias de chapas metlicas, a serem rebitadas e em fixaes permanentes de conjuntos no

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estruturais. aconselhvel no utilizar estes parafusos como substitutos de parafusos padro, porcas ou rebites. Para alm destes trs tipos de parafusos mais utilizados em aeronutica, tambm so usados os parafusos de encaixe (drive screws), que tm cabea lisa, rosca soberba e so usados para fixao de chapas de inscrio, peas fundidas, vedao de furos de dreno, em estruturas tubulares prova de corroso. Ao ser instalado, j no removido.

Figura 9 - Exemplos de parafusos Parker-Kalon

Identificao e cdigos dos parafusos na aeronuticaOs sistema de cdigos usados para identificar os diferentes tipos de parafusos para as aeronaves (screws), semelhante ao que se usa para os parafusos Bolts. Os do tipo NAS (National Aircraft Standart) so para estruturas, em que os nmeros de parte, 510, 515, 520 e assim por diante classificam os parafusos em classes, tais como, cabea redonda, cabea plana, cabea com anilha e outros mais tipos. As letras e nmeros indicam o material de sua composio, comprimento e dimetro.

Figura 10 Exemplos de identificao e cdigos de parafusos

Na Figura 10 est representado dois exemplos de cdigo de parafusos, do lado direito est representado um tipo de parafuso com padro Air Force-Navy. Onde est a letra B, estiver indicar a letra D, significa que o material de liga de alumnio, se for

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a letra C significa que o material de ao resistente corroso. Se estiver uma letra A colocada antes do cdigo do material, est indcar que a cabea do parafuso furada para frenagem. O cdigo apresentado no lado direito da Figura 10 est outro tipo de exemplo de parafuso. O nmero bsico, NAS, identifica a parte. As letras em sufixo e os nmeros separados por traos, identificam os diferentes tamanhos, camada protectora do material, especificaes da furao. Os nmeros, aps os traos e as legendas em sufixo no obedecem a um padro, sendo por isso, por vezes necessrio consultar os manuais especficos para a legenda.

Porcas De AeronavesAs porcas tm a funo de fixar o parafuso, evitando que o mesmo se solte. As porcas usadas na aviao so feitas em diversos formatos e tamanhos. So fabricadas com ao de carbono banhado em cdmio, ao inoxidvel, ou em liga de alumnio 2024T anodizado e pode ser obtida com rosca para a direita ou esquerda. As porcas so identificadas pelas caractersticas metlicas, brilho ou cor de alumnio, bronze ou encaixe quando a porca for do tipo autofreno. As porcas usadas na aviao podem ser divididas em dois grupos, que so:

Porcas comuns, so aquelas que devem ser travadas por um dispositivo externos, tal como o contrapino, arame de freno ou contra-porcas (Figura 11)Legenda: AN310 Porca hexagonal de castelo AN320 Porca castelada de cisalhamento AN315 Porca sextavada lisa de rosca fina AN335 Porca sextavada lisa de rosca grossa AN340 Porca sextavada leve AN345 Porca sextavada leve de rosca fina ou grossa AN316 Porca plana leve AN350 porca tipo borboleta

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Figura 11 Porcas comuns de aeronaves

Porcas autofrenantes, so as que contm caractersticas de travo como parte integral. Estas porcas no precisam de meios auxiliares de travo, pois j tem como caracterstica de construo dispositivo de travo como parte integral. As aplicaes mais comuns so:

Fixao de chumaceira antifrico e polias de controlo; Fixao de acessrios, porcas fixas ao redor de janelas de inspeco e em aberturas para instalao de pequenos tanques; Fixao das tampas das caixas de balacins e dos tubos de escape dos gases As porcas autofrenantes so usadas em aeronaves para proporcionar ligaes firmes, que no se soltem quando h vibrao. No se deve usar estas porcas em juntas fixadoras por parafusos ou porcas sujeitas a rotao. Existe dois tipos de porcas autofrenantes de uso mais comum que so do tipo metal e de freno de fibras. Neste trabalho apenas vai ser considerado trs tipos de porcas autofrenagem que so, a porca tipo boot (Figura 11), porca de ao inoxidvel (figura 12) e porca de freno elstico (Figura 13), que representa o tipo de porcas freno de fibra.

Figura12 Porca autofreno boot

Figura 13 Porca de ao inoxidvel

Figura 14 Porca de freno elstico

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Porca autofreno boot (Figura 12), uma porca construda de uma pea inteira metlica, usada para manter a fixao quando sujeita a grande vibrao. Porcas autofreno de ao inoxidvel (Figura13), so porcas que podem ser colocadas e retiradas, girando com o auxlio dos dedos, porque a sua aco de frenagem s efectiva quando a porca estiver apertada contra uma superfcie slida. Porca de freno elstico ou porca elastic stop (Figura 14), uma porca padro com altura aumentada, para acomodar um colar de fibra para a frenagem. O colar de fibra muito duro e resistente, consegue aguentar condies desfavorveis quando imerso em gua quente ou fria, em solventes comuns como o ter, tetracloreto de carbono, leos ou gasolina. O colar no danifica a rosca nem a camada protectora do parafuso. As porcas autofrenantes so fabricadas em diferentes formas e materiais, para serem rebitadas ou soldadas nas estruturas. Certas aplicaes requerem a instalao de porcas autofrenantes em canais ou trilhos (Figura 14), para permitir a fixao de vrias porcas com pequeno nmero de rebites. Nestes canais ou trilhos, as porcas so colocadas em intervalos regulares e podem ser fixas ou removveis.

Figura 14 Porcas autofrenantes de canais ou trilhos

Anilhas de aviaoPara o fabrico ou reparao das aeronaves, usam-se trs tipos de anilhas: Anilhas planas, so usadas sobre as porcas sextavadas, para proporcionar uma superfcie plana de apoio, funcionam como calo para obter uma correcta distncia para um conjunto porca e parafusos. Tambm as usam para ajustar a posio do entalhe das porcas casteladas, com o orifcio do parafuso para o contrapino. Estas anilhas devem ser usadas sob as anilhas freno para evitar danos na superfcie do material. Para evitar a corroso causada por haver metais diferentes, as anilhas de alumnio e ligas de alumnio so usadas sobre a cabea dos parafusos e porcas em estruturas de alumnio ou de magnsio. Quando so usadas desta forma a corrente elctrica vai fluir entre a anilha e o parafuso do ao. As anilhas de ao tm uso mais comum, so banhadas em cdmio, sob a porca em contacto directo com a estrutura, pois oferecem maior

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resistncia contra aco de corte da porca ser oferecida pela anilha de ao do que por uma de liga de alumnio. Anilha de freno, so utilizadas com parafusos de mquinas ou parafusos de aviao, onde no devem ser instaladas com porcas autofrenantes ou casteladas. As anilhas de freno nunca devem ser usadas, com prendedores em estruturas primrias ou secundrias, com prendedores em qualquer parte da aeronave em que a ocorrncia de uma falha pode resultar num perigo, dano pessoal ou material. Tambm no se deve usar quando a falha provocar a abertura de uma juno para o fluxo de ar, quando o parafuso estiver sujeito a constantes remoes, quando a anilha estiver exposta a fluxo de ar, sujeita a condies de corroso e estiver de encontro a materiais macios, sem uma anilha plana por baixo para evitar cortes na superfcie. Para alm deste tipo de anilhas, temos tambm as anilhas de freno prova de vibrao. Estas anilhas so circulares com uma pequena aba, que dobrada de encontro a uma das faces laterais de uma porca ou da cabea de um parafuso sextavado, travando na posio adequada. As anilhas de freno com aba suportam grandes temperaturas e podem ser usadas em condies de severas vibraes, sem perder segurana. So anilhas que apenas devem ser usadas uma nica vez, pois as abas tendem a partir-se quando so dobradas novamente.

Figura 15 Anilhas planas, de freno estrela e anilhas especiais

Anilhas especiais (Figura 15), temos dois tipos, anilhas ball socket e anilhas ball seat (Figura 15), so usadas quando um parafuso precisa ser instalado em ngulo com a superfcie, ou quando for necessrio um perfeito alinhamento entre o parafuso e a superfcie. Estas anilhas so usadas em conjunto com parafusos.

Pinos para estruturas de aeronaves

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Os pinos (Figura 16), so elementos cilndricos/cnicos que tm a funo de unir peaarticuladas. Para as estruturas de aeronaves tem trs principais tipos de pinos, que so: Pino cnico; Pino de cabea chata; Contra-pino Os pinos so usados em aplicaes cisalhveis e por segurana. Na construo aeronutica os pinos cnico tm tido uma aplicao acrescida. Pinos cnicos, dividem-se em dois tipos, pino cnico liso ou com rosca, so usados em juntas que sofrem cargas de cisalhamento e quando no deve existir qualquer folga. Os pinos cnicos lisos so furados e normalmente frenados com arame. J os pinos cnicos com rosca so usados com anilha e porca auto-freno. Pino de cabea chata, estes pinos so chamados por pino Clevis, usados em terminais tirantes e controles secundrios, que no estejam sujeitos a operaes continuas. O pino deve ser instalado com cabea para cima, para prevenir quando acontecer o caso de perda ou falha do contra-pino, garantindo a permanncia do pino no seu lugar. Contra-pinos, so separados em dois tipos. O contra-pino de ao com baixo carbono e banhado em cdmio, so utilizados na frenagem de parafusos, porcas, outros pinos e quando necessrio obter uma maior segurana. O outro contra-pino de ao resistente corroso, este j usado em zonas onde est presente materiais no magnticos e em zonas que preciso uma resistncia corroso. Para alm destes trs importantes pinos, tambm usado outro tipo de pino chamado Rollpins, que colocado sob presso e com as pontas chanfradas. Tem uma forma tubular e cortado em todo o seu cumprimento. Este pino colocado no lugar com o auxlio de ferramentas manuais, sendo comprimido e girado na posio. A presso exercida pelo pino nas paredes de orifcio o que o mantm fixo, at sua remoo com um puno de montagem ou com um toca-pino.

Figura 16 Desenho de tipos de pinos

Rebites

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Um mecnico tem duas tarefas, a primeira consertar, por exemplo, uma panela (Figura 17) cujo o cabo caiu e unir duas barras chatas para fechar uma grade (Figura 18). Para unir as duas barras, o mecnico faz um estudo para ver qual o elemento de fixao mais adequado para consertar a panela. Para este caso necessrio fazer uma unio permanente, para que o cabo fique bem fixado panela e que as duas barras fiquem bem fixadas entre si. A solda poderia ser um bom meio de fixao, mas devido ao calor, ela causa alteraes na superfcie da panela. Por isso para este mecnico o elemento de fixao mais indicado o rebite, que tambm um meio de fixao permanente, tal como a solda.

Figura 17 Panela para consertar com rebite

Figura 18 Duas barras unidas por rebite

Os rebites podem ser fabricados em ao, alumnio, cobre e lato. Unem rigidamente peas ou chapas, principalmente, em estruturas metlicas de reservatrios, caldeiras, mquinas, navios, avies, veculos de transportes e pontes. O quadro 2, mostra a classificao dos rebites em funo do formato da cabea e do seu emprego em geral.

Quadro 2 Tipos de rebites, formato e funo.

O fabrico de rebites padronizada, segue normas tcnicas que indicam medidas da cabea, do corpo e do comprimento til dos rebites. No quadro 3, est apresentado as

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propores padronizadas para os rebites. Os valores ilustrados no quadro a seguir so constantes, nunca mudam.

Quadro 3 Propores padronizadas de rebites

Para rebitar no basta apenas conhecer os rebites e os seus processos. Para rebitar chapas necessrio saber que tipo de rebitagem vai ser usado, estando de acordo com a largura e o nmero de chapas, a aplicao e o nmero de filas de rebites.

Tipos de rebitagemOs tipos de rebitagem variam de acordo com a largura das chapas que vo ser rebitadas e o esforo a que vo estar submetidas. Assim temos a rebitagem de recobrimento, de recobrimento simples e de recobrimento duplo. Rebitagem de recobrimento (Figura 19), as chapas so apenas sobrepostas e rebitadas. Este tipo est destinado apenas para suportar esforos e usado no fabrico de vigas e estruturas metlicas.

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Figura 19 Rebitagem de recobrimento

Rebitagem de recobrimento simples (Figura 20), destinada a suportar esforos e permitir vedao. utilizada na construo de caldeiras a vapor e recipientes de ar comprimido. Nesta rebitagem as chapas se justapem e sobre elas estende-se uma outra chapa para cobri-las.

Figura 20 Rebitagem de recobrimento simples

Rebitagem de recobrimento duplo (Figura 21), usada unicamente para uma perfeita vedao. usada na construo de chamins e recipientes de gs para iluminao. As chapas so justaspostas e envolvidas por duas outras chapas que as recobrem dos dois lados.

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Figura 21 Rebitagem de recobrimento duplo

Quanto ao nmero de rebites que devem ser colocados, dependendo da largura das chapas ou do nmero de chapas que recobrem a junta, necessrio colocar uma ou mais fileiras de rebites. Para a distribuio dos rebites, existe vrios factores que devem ser considerados, tais como, o comprimento da chapa, a distncia entre a borda e o rebite mais prximo, o dimetro do rebite e o passo (Figura 22). O passo a distncia entre os eixos dos rebites da mesma fila, que deve ser bem calculado para no causar empenamento das chapas. No caso das junes que exigem uma ptima vedao, o passo deve ser equivalente a duas vezes e meia ou at mesmo trs vezes o dimetro do corpo do rebite. A distncia do rebite e a borda das chapas deve ser igual a pelo menos uma vez e meia o dimetro do corpo dos rebites mais prximos a essa borda.

Figura 22 Rebitagem consoante o tamanho das chapas

rebites em aeronaves

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Uma aeronave, mesmo que seja fabricada com os melhores materiais e as mais resistentes partes, ter um valor duvidoso se todas as partes no estiverem bem ligadas. Vrios mtodos so usados para manter as partes de metal unidas, utilizando rebites, parafusos e solda. O material mais usado para a construo das aeronaves so as ligas de alumnio, o que dificulta serem soldados. Entretanto para fazer uma resistente e boa unio as partes de alumnio devem ser soldadas aparafusadas ou rebitadas umas com as outras. No ponto de vista de firmeza e acabamento a rebitagem a mais satisfatria, sendo mais fcil de ser feita do que a solda. Este mtodo o mais usado na juno e unio de ligas de alumnio, tanto na construo como no reparo das aeronaves. Tal como j foi referido anteriormente o rebite um pino metlico, usado para manter duas ou mais peas de metal, lminas, placas. A sua cabea formada durante o fabrico. A espiga do rebite, introduzida no orifcio feito nas peas do material e a ponta rebatida para formar uma segunda cabea, para manter duas peas seguramente unidas. A segunda cabea pode ser formada manualmente, como atravs de um equipamento pneumtico, ou seja, isto quer dizer que pode-se rebitar atravs de dois processos, o processo manual e o processo mecnico. Processo manual (Figura 23), feito mo, com pancadas de martelo. Antes de iniciar o processo, necessrio comprimir as duas superfcies metlicas a serem unidas com o auxlio de duas ferramentas, designadas como, o contra-estampo, que fica sob as chapas e o repuxador que uma pea de ao com furo interno, onde introduzida a ponta saliente do rebite.

Figura 23 Processo manual de rebite

Depois de as chapas serem prensadas o rebite martelado at dilatar e preencher na totalidade o furo. De seguida, com o martelo de bola, o rebite martelado at ficar arredondado (Figura 24).

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Figura 24 Rebite a ser martelado

O formato da segunda cabea j feito por meio de outra ferramenta, que se chama estampo, em que na ponta existe uma cavidade que ser usada como matriz para a cabea redonda (Figura 25).

Figura 25 Ferramenta estampo

Processo Mecnico (Figura 26), feito por meio de martelo pneumtico ou de rebitadoras pneumticas e hidrulicas. O martelo pneumtico ligado a um compressor de ar por tubos flexveis e trabalha sob uma presso entre 5Pa a 7Pa, controlada pela alavanca do cabo. O martelo funciona por meio de um pisto, que impulsiona a

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ferramenta existente na sua extremidade. Essa ferramenta o estampo, que d forma cabea do rebite e pode ser trocado, dependendo da necessidade.

Figura 26 Corte de um martelo pneumtico para rebitagem

A rebitadora pneumtica ou hidrulica (Figura 27), funciona por meio de presso contnua. Esta mquina tem a forma de um C, constituda por duas espcies de garras, sendo uma fixa e outra mvel com estampos nas extremidades.

Figura 27 Corte de rebitadora pneumtica ou hidrulica

Ao comparar o processo manual com o mecnico, pode-se reparar que o processo manual utilizado para rebitar em locais com difcil acesso ou em pequenas peas. A rebitagem por processo mecnico tem a vantagem de ser usada por rebitadora pneumtica ou hidrulica. Esta mquina silenciosa, trabalha com rapidez e permite uma rebitagem mais resistncia, pois o rebite preenche totalmente o furo sem deixar espao. Entretanto as rebitadoras so mquinas grandes e fixas, no trabalham em qualquer posio. Para o caso em que necessrio o deslocamento da pessoa e da mquina, prefervel usar o martelo pneumtico. A rebitagem pode ser feita, tanto manual como mecnica, a quente ou a frio. Rebitagem a quente, o rebite aquecido por meio de forno a gs, elctricos ou maaricos at atingir a cor vermelho brilhante. Depois o rebite martelado mo, ou mquina at adquirir o formato. Os fornos permite um controlo perfeito da temperatura necessria para aquecer o rebite, enquanto o maarico apresenta a vantagem de permitir o deslocamento da fonte de calor para qualquer lugar. Esta rebitagem indicada para rebites com dimetro superior a 6,35 mm, sendo aplicada essencialmente em rebites de ao.

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Rebitagem a frio, feita por martelamento simples, sem utilizar qualquer fonte de calor. Esta indicada para rebites com dimetro at 6,3mm, se o trabalho for mo. Se for mquina pode ir at10mm de dimetro. Usa-se rebitagem a frio para rebites de ao e alumnio. Para as aeronaves so usados dois tipos de rebites, os rebites slidos e rebites especiais.

Rebites slidosO rebite rebatido com o uso de uma barra encontradora, geralmente so utilizados nos trabalhos de reparos. Eles so identificados pela espcie de material que so feitos, o tipo de cabea, o tamanho da espiga e suas condies de tmpera. A designao para os tipos de cabea so (Tabela 4): Universal; Redonda; Chata; Escareada; Lentilha. As designaes de tmpera e da resistncia so indicadas por marcas especiais na cabea do rebite. A maioria dos rebites slidos so de liga de alumnio. Sua resistncia e as condies da tmpera dos rebites de liga de alumnio so identificados por dgitos e letras semelhantes aos adoptados para identificao da resistncia e condies de tmpera das chapas de alumnio e de ligas de alumnio em stock. Os tipos de rebites disponveis para aeronutica so: Rebites 1100, composto por cerca de 99,45% de puro alumnio, muito macio. Ele usado as ligas de alumnio macias, que so usadas em partes no estrturais, ou seja, que o factor resistncia no seja considerado, como por exemplo a rebitagem de um portamapas. Rebite 2117-T, mais conhecido como rebite de campo (field rivet), usado mais que qualquer outro na rebitagem de estruturas de liga de alumnio. O rebite de campo muito procurado por estar pronto para o uso, sem precisar tratamento a quente ou recozimento, tem tambm uma alta resistncia corroso. Rebites 2017-T e 2024-T, so usados em estruturas de liga de alumnio quando for necessrio uma maior resistncia do que a obtida com o mesmo tamanho do rebite 2017T. Estes rebites so recozidos e depois mantidos refrigerados at serem colocados nas chapas. O rebite 2017-T (Tabela 4), deve ser colocado dentro de aproximadamente uma hora enquanto que o rebite 2024-T (Tabela 4), deve ser colocado entre 10 a 20 minutos logo depois de retirado da refrigerao. Estes dois rebites quando tratados a quente, iniciam a fase de endurecimento passado uns cinco minutos, aps serem expostos temperatura ambiente. Rebites 5056, usado para rebitar estruturas de liga de magnsio, devido sua qualidade de resistncia corroso quando combinado com magnsio.

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Rebites de ao macio so usados para rebitar peas de ao. Os rebites de ao resistente corroso so empregados para rebitar aos, como paredes de fogo, braadeiras de escapamento e estruturas semelhantes. Rebites de Monel so usados para rebitar ligas de ao-nquel. Eles podem ser substitudos por rebites feitos de ao resistentes corroso so em alguns casos. O uso de rebites de cobre para reparao de aeronaves limitado, apenas podem ser utilizados em ligas de cobres ou materiais no metlicos. A tmpera do metal um importante factor no processo de rebitagem, especialmente para os rebite de liga de alumnios. Estes rebites podem ser endurecidos ou recozidos, conforme so chapas de alumnio. O rebite, antes de ser instalado, deve estar macio antes que uma boa cabea possa ser formada. Atravs de processos de tratamento a quente, consegue-se obter os rebites macios. Se os rebites no forem utilizados durante este perodo, de estarem macios, ento devem ser novamente tratados a quente.

Tabela 4 Tempo de aquecimento em forno ar de ligas do rebite

Os rebites das aeronaves esto sujeitos a corroso, que tanto pode ser causada pelas condies climatricas, como tambm pelos processos usados no fabrico. Assim deste modo pode-se comear por dizer que dois metais diferentes em contacto um com o outro, na presena de um electrlito, causa um fluxo de corrente elctrica entre eles, formando xidos, resultando uma destruio em um dos metais. As ligas de alumnio que so usadas podem ser divididas em dois grupos (Figura 28):

Figura 28 Grupos de alumnio

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As ligas contidas no grupo A e no grupo B, podem ser consideradas semelhantes entre si, o que far com que no reagem uns com os outros do mesmo grupo. Mas se algum metal do grupo A estiver em contacto com o grupo B, na presena de um electrlito, ir criar uma aco corrosiva. Por isso que se deve evitar sempre que possvel o uso de metais diferentes. Ao adoptarem NA Standart esta incompatibilidade foi considerada e para cuprir com o padro NA, os fabricantes devem pr uma camada protectora nos rebites, que podem ser de cromato de zinco, metal pulverizado ou acabamento anodizado. A camada protectora no rebite pode ser identificada pela cor. Um rebite coberto com cromato de zinco amarelo, um com a superfcie anodizada cinza perolado e o com metal pulverizado identificado pela cor prateado. No caso de uma camada protectora ter que ser aplicada durante o servio, em primeiro lugar o rebite tem que ser pintado com cromato de zinco.

Identificao dos rebitesOs rebites so identificados, (Quadro 5), atravs de marcaes que so feitas nas cabeas dos rebites para classificar as suas caractersticas(Figura 29).

Quadro 5 Carta de identificao dos rebites

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Figura 29 Nomenclatura dos rebites

Figura 30 Exemplo de identificao de um rebite

Estas marcaes tanto podem ser de um ponto com relevo, dois pontos em relevo, em ponto em depresso, um par de traos em relevo, uma cruz em relevo, um simples triangulo ou um trao em relevo. Outros rebites no tm marcas na cabea. As diferentes marcas dos rebites indicam a composio dos rebites, diferentes cores e o tipo de camada de proteco usada pelo fabricante. Rebites de cabea redonda, so usados no interior da aeronave, excepto quando exigida uma folga entre partes s serem unidas e os membros adjacentes. Estes rebites tm uma depresso no centro da cabea, que suficiente grande para fortalecer a chapa, ao redor do orifcio, oferecendo resistncia mecnica ao mesmo tempo. Rebite de cabea chata, tambm usado em partes internas da aeronave , apenas quando o mximo de resistncia necessrio e quando existe suficiente espao para utilizar o rebite de cabea redonda. Raramente utilizado na parte externa das aeronaves. Rebite de cabea de lentilha, tem uma cabea de grande dimetro, fazendo com que seja bastante adaptvel na rebitagem de chapas finas de revestimento. Apenas oferece uma pequena resistncia ao fluxo de ar, apesar de ser tambm usado na rebitagem do revestimento externo, especialmente em zonas da empenagem e parte de trs da fuselagem. Este rebite tambm usado para rebitar chapas finas expostas ao sopro da hlice. Pode ser fabricado com dimetro pequeno. Rebite de cabea universal, uma combinao do rebite de cabea redonda, chata e de lentilha. Este rebite usado na construo e reparos , tanto no interior, como no exterior das aeronaves. Quando for necessrio uma substituio dos rebites de cabea redonda, chata e de lentilha usa-se o rebite de cabea universal. Rebite de cabea escareada, na parte superior lisa e chanfrada em direco ao corpo, de modo que, o rebite ao ser introduzido num orifcio chanfrado ou escareado, at que fique nivelada com a superfcie. O ngulo formado pelo rebite de cabea chanfrada varia entre 78 a 120. Estes rebites so usados em chapas sobrepostas, em que so fixadas, em superfcies externas das aeronaves, por oferecerem maior resistncia ao deslocamento do ar e auxiliar a diminuio da turbelncia.

Rebites especiais

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Estes rebites so produzidos por muitos fabricantes e tm como caracterstica comuns o facto de precisarem ferramentas especiais para instalao e procedimentos especiais tanto de instalao como de remoo. Rebites especiais tambm podem ser chamados rebites cegos, por serem muitas vezes instalados em zonas onde uma das cabeas no pode ser vista. Rebites cegos, so usados em muitos locais duma aeronave, cujo o acesso a ambos dos lados de uma estrutura rebitada, ou parte estrutural, impossvel de ser alcanado ou o espao ser limitado, no permitindo a utilizao duma barra encontradora. O mesmo ocorre nas partes internas das aeronaves. Mecanicamente os rebites cegos so divididos em duas classes: a. No estruturais, onde entram os rebites de auto-cravao (travados por atrito) e Rebites Pul-Thrun. b. Rebites travados mecanicamente, quebra prxima cabea e auto-cravao. Rebites cegos de auto-cravao Estes rebites so fabricados em trs partes, uma cabea, um corpo oco ou luva e uma haste que se estende atravs do corpo oco (Figura 31).a)

Figura 31 Exemplo de Rebites cegos (auto-cravao)

Estes rebites so tambm fabricados por dois tipos de cabeas mais comuns, cabea redonda e cabea escareada (Figura 31), a haste do rebite pode ser serrilhada ou at mesmo ter um ressalto na parte superior (Figura 31) e fabricados em vrios tipos de materiais fornecidos com as seguintes combinaes de materiais; haste de liga de alumnio 2017 e luva de liga de alumnio 2117, haste de liga de alumnio 2017 e luva de liga de alumnio 5056, e haste de ao e luva de ao. Os rebites de auto-cravao so projectados de maneira que a instalao seja executada por apenas uma pessoa, no necessrio ter acesso ao trabalho em ambos os lados. A haste, ao ser puxada, executa um trabalho uniforme e sempre seguro. Por no ser necessrio selar o lado oposto ao trabalho, os rebites de auto-cravao podem ser usados para fixar conjuntos, como tubo ocos, chapas corrugadas e caixas ocas. Aplicao do martelo para rebitar desnecessria para este rebite

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Os factores a serem considerados na seleco correcta dos rebites para instalao so: 1. 2. 3. 4. Localizao da instalao; Composio do material que ser rebitado; Espessura do material a ser rebitado; Resistncia desejada.

Se o rebite for instalado numa superfcie aerodinmicamente lisa, ou ser necessrio uma distncia entre conjuntos, deve-se escolher para usar os rebites cego de cabea escareada. Em reas onde o espao e o acabamento liso no so factores importantes usase o rebite de cego cabea redonda. Rebites Cegos Pull-Thru, so fabricados da mesma forma que os rebites cegos de autocravao. Para este rebite a fora aplicada para puxar a haste do rebite, ou seja, primeiro a haste puxada para dentro do corpo do rebite, depois a parte cnica da haste vai forar o corpo de rebite a se expandir, formando uma cabea cega que fecha o furo do rebite (Figura 32)

Figura 32 Exemplos de rebites cegos Pull-Thrun

Cada industria que fabrica os rebites Pull-Thru tem um nmero de cdigo para auxiliar os usurios a obterem o correcto rebite para as necessidades de uma particular instalao. Rebites Cherry-Lock com bulbo, a grande e cega cabea deste rebite contribuiu para a introduo da palavra "bulbo" na terminologia dos rebites cegos. Em conjunto com a carga residual desenvolvida pela quebra da haste, ele resistente fadiga, tornando-o nico rebite cego que faz intercmbio com os rebites slidos.

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Figura 32 Rebite Cherry-Lock com bulbo

Rebites Cherry-Lock wiredraw, este rebite tem uma extensa gama de tamanhos, materiais e nveis de resistncia. Este prendedor especialmente escolhido para aplicaes de selagem e funes que requerem uma excessiva quantidade de chapas.

Figura 33 Rebite Chery-Lock wiredraw

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Rebites travados mecanicamente

Rebites de auto-cravao travados mecanicamente so semelhantes aos travados por atrito, excepto pela maneira de reteno da haste na luva do rebite. Este tipo de rebite tem um colar com um travamento mecnico positivo para resistir s vibraes, que causam o retardamento dos rebites, travados por atrito e consequente possibilidade de falha. Tambm, a haste do rebite travado mecanicamente quebra-se rente cabea e, normalmente, no requer posterior ajuste da haste quando propriamente instalado. Estes rebites apresentam todas as caractersticas de resistncia de um rebite slido e, na maioria dos casos, um pode ser substitudo pelo outro. Os rebites de auto-cravao e, travados mecanicamente, so fabricados em trs seces: Um corpo com cabea (incluindo um recesso cnico Um colar de travamento na cabea) Uma haste serrilhada que se estende atravs do corpo do rebite.

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Figura 34 Rebite de auto-cravao travados mecanicamente

A diferena do rebite de trava por atrito e o rebite travado mecanicamente est no colar que forma um travamento positivo para reteno da haste no corpo do rebite. Este colar colocado em posio durante a instalao do rebite. Os rebites de auto-cravao travados mecanicamente so fabricados com luvas (corpo do rebite) de ligas de alumnio 2017 e 5056 e ao inoxidvel. Devido s suas caractersticas de grande reteno da haste, a sua instalao recomendada em reas sujeitas a considervel vibrao.

Figura 34 Instalao de um rebite travado mecanicamente

Os rebites cegos de auto-cravao e travados mecanicamente tm vrios estilos de cabea, dependendo das necessidades de instalao, (Figura 35).

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Figura 35 Estilos de cabea dos rebite cegos travados mecanicamente.

Porca - Rebite (Rivnut), a marca registada de um rebite oco e cego, feito de liga de alumnio 6053, escareada e com rosca na parte interna. As porcas-rebites podem ser instaladas por apenas uma pessoa, usando uma ferramenta especial, que forma a cabea do rebite no lado cego do material. A porca-rebite atarraxada no mandril da ferramenta e introduzida no furo do material a ser rebitado. A ferramenta deve ser mantida em ngulo recto, com o material e o cabo da ferramenta accionado; e, o mandril, girado no sentido dos ponteiros do relgio, aps cada accionamento, at que uma forte resistncia seja sentida, indicando que o rebite est devidamente instalado. A porca-rebite usada, principalmente, como uma porca fixa, na fixao do revestimento de borracha do sistema de degelo do bordo de ataque das asas. Ela pode ser usada como um rebite em estruturas secundrias, ou, ainda, para a fixao de acessrios, como braadeiras, instrumentos ou materiais de isolamento acstico. Rebites Dill, so marcas registadas de rebites com rosca interna. Eles so usados na fixao cega de acessrios, como carenagens, coberturas de porta de acesso, molduras de portas e janelas, painis do piso e outros semelhantes. Lok-Skrus e Lok-Rivet so semelhantes ao Rivnut, tanto na aparncia, como na aplicao; contudo, eles so constitudos de duas partes e necessitam de mais espao no lado cego do material, do que o Rivnut para acomodar o corpo.

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Figura 36 Rebite com rosca interna (Rebite Dill)

Rebites Deutsch, um rebite cego, de alta resistncia usado nos antigos modelos de aeronaves. Ele tem uma resistncia mnima ao cisalhamento de 75.000 p.s.i. O rebite Deutsch consiste de duas partes: Uma luva de ao inoxidvel Um pino de ao temperado O pino e a luva so cobertos com um lubrificante e um anticorrosivo.

Figura 36 Rebite Deutsch Para a cravao de um rebite Deutsch, so usados materiais como o martelo comum, ou uma rebitadora pneumtica. O rebite colocado no furo, previamente feito, e em seguida o pino cravado dentro da luva. A aco de cravao ocasiona uma presso do pino contra a luva, forando os lados da luva para fora. Essa dilatao forma uma cabea de oficina na extremidade do rebite, ocasionando uma fixao positiva. O sulco, na cabea do rebite, trava o pino dentro do rebite ao serem dadas as ltimas batidas. Rebites Hi-Shear So pinos rebites classificados como especiais, mas no so do tipo cego. Para instalar este tipo de rebite, necessrio o acesso em ambos os lados do material. Tem a mesma resistncia ao cisalhamento de um parafuso de igual dimetro, tem em torno de 40% do peso de um parafuso e requer somente 1/5 do tempo de instalao de um conjunto de parafuso, porca e arruela. Eles so aproximadamente trs vezes mais resistentes do que os rebites slidos. Os rebites Hi-Shear so essencialmente parafusos sem rosca. Ele um pino com cabea em uma das pontas e, na outra ponta, um encaixe abaulado em toda a circunferncia. Um colar de metal estampado no encaixe abaulado, efectuando uma firme e forte fixao

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ConclusoCom a realizao deste trabalho pode concluir-se que, a montagem de parafusos, porcas, anilhas, pinos e rebites bastante importante na aeronutica, tal como a suas identificaes, as suas propriedades mecnicas e essencialmente as zonas onde so instalados. Na aeronutica cada montagem tem a sua zona especifica, uma vez que estes materiais devem estar preparados para conseguir resistir a condies adversas. Tambm pode concluir-se que para a aeronutica a unio tipo permanente mais usada atravs de rebites, o que apenas pode ser feito durante o fabrico das aeronaves. J

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para unio tipo mvel utiliza-se os parafusos, porcas, anilhas e pinos, contra-pinos. Este tipo de unies, para alm de ser efectuada durante o fabrico, tambm pode ser elaborada durante a reparao da aeronave, pois possibilitam serem colocados e retirados sem qualquer dano material. O mesmo no se pode dizer em relao aos rebites e at mesmo solda. Estes tipos de montagens esto devidamente identificados para serem usados, tanto a nvel mecnico, como tambm ao tipo de propriedades, ou seja, ao tipo de material, que foram fabricados. Como o alumnio o material mais usado na aeronutica, devido sua resistncia corroso e outras mais razes, a maioria destas unies so fabricadas por ligas de alumnio. Por ultimo tambm se consegue concluir que na montagem deste tipo de unies, deve-se ter ateno que os materiais de que so feitos, no devem ser constitudos por propriedades mecnicas diferentes, porque se isso acontecer na presena dum electrlito a montagem fica sujeita corroso, tendo como consequncia a deteriorao dos metais.

Bibliografiawww.ebah.com.br/

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