Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

33
FADO Amália ontem, Mariza hoje Cultura Portuguesa Docente: Marília Hanenberg Discentes: Ana Salomé Marques Carlota Perestrello Eva Linda Mário Serra

Transcript of Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Page 1: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

FADO

Amália ontem, Mariza hoje

Cultura Portuguesa

Docente:

Marília Hanenberg

Discentes:

Ana Salomé Marques

Carlota Perestrello

Eva Linda

Mário Serra

Page 2: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

2

Índice:

1. Introdução

2. Origem do Fado

3. Amália

4. Mariza

5. Influência do Fado no mundo

5.1 Entrevistas

5.2 Industrias Culturais

5.2.1 Eventos socioculturais

5.2.2 Na música

5.2.3 No cinema

5.3 Recolha de opiniões sobre produtos do Fado

6. Entrevistas e curiosidades

7. Conclusão

8. Bibliografia

9. Anexos

Page 3: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

3

1. Introdução

Pretende-se com a realização deste trabalho aprofundar um pouco aquela que é uma

das nossas maiores heranças culturais: o Fado.

O Fado, de uma maneira geral, é conhecido por todos, no entanto, pretendemos com

este trabalho dar a conhecer melhor às pessoas aquilo que o fez “nascer” bem como os seus

maiores intérpretes.

Iremos falar sobre a maior fadista portuguesa de sempre, a mundialmente conhecida

Amália Rodrigues. Feita a apresentação desta última, iremos então falar sobre a maior fadista

portuguesa da actualidade, a Mariza, que é uma verdadeira cidadã do Mundo no que toca a

levar o Fado às bocas do Mundo.

Iremos também mostar uma série de entrevistas a pessoas como o Mark Wolters,

Nandocas , Maria de Lurdes, Michael Colvin e Simon Broughton, de forma a saber a sua

opinião sobre este rico pedaço cultural que temos. Vamos também mostrar o impacto que o

Fado tem no Mundo em áreas como eventos sócio-culturais, música e cinema.

Por fim iremos mostrar algumas curiosidades sobre o Fado.

Page 4: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

4

2. Origem do Fado

A palavra Fado deriva do latim fatum, que significa destino

O Fado, um estilo musical tipicamente português, tem uma origem de difícil localização

temporal e geográfica. Mesmo assim, pensa-se que o Fado de Lisboa terá nascido a partir dos

cânticos do povo muçulmano, marcado pela sua melancolia.

Outras teorias apontam para a origem do Fado no lundum, música dos escravos brasileiros

que teria chegado até nós através dos marinheiros. Outra hipótese remete para os trovadores

medievais cujas canções contêm características que o Fado conserva. As cantigas de amigo

revelam semelhanças com alguns temas recorrentes do Fado de Lisboa, assim como as

cantigas de amor possuem a áurea romântica do Fado de Coimbra.

Nos centros urbanos de Lisboa e do Porto, o Fado é um fenómeno situado nas zonas

mais antigas da cidade, e é cantado em casas típicas, onde a decoração alusiva ao Fado - o

xaile negro e a guitarra portuguesa - está sempre presente. Os temas mais recorrentes passam

pelo amor, a tragédia, as dificuldades da vida, e a saudade, daí o seu tom triste e lamento.

Page 5: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

5

3. Amália

Amália da Piedade Rodrigues nasce numa família

pobre e numerosa, da Beira Baixa que vem para Lisboa tentar

a sua sorte.

Aos quatro anos as vizinhas começaram a pedir-lhe

para cantar, mas é só quando entra para a primária que canta

pela primeira vez em público numa festa da escola.

Tendo ficado a viver com os Avós até então, só aos quatorze

quando a família volta para Lisboa é que a Amalia passa a

viver com os Pais e os irmãos, sentindo-se sempre uma intrusa,

o que, segundo alguma opiniões foi um dos factos qu influenciou a sua música.

Aos quinze anos começa a acompanhar a irmã na venda de fruta pelo Cais de Lisboa e

é então que é notada pela sua voz o que a leva a ser escolhida para cantar pela Marcha de

Alcantra, ficando então as marchas no reportório.

Conhece entretanto um guitarrista com quem se casa. Casamento esse que apenas

durou dois anos. É também neste período que e convidada para cantar numa conceituada casa

de Fados em Lisboa, recusando no entanto o convite por falta de apoio da família.

Estreia-se depois num retiro de Severa que lhe abre as portas ao mundo, e é a partir daí que

fica conhecida.

Amália torna-se rapidamente o nome mais famoso de todos os ídolos do Fado. Por

onde actua faz esgotar lotações; os preços dos bilhetes sobem mal é anunciada. Em poucos

meses atinge uma popularidade tal que o seu cachet é de

longe o maior até então pago a uma fadista.

Tão rápido é o êxito de Amália nos retiros fadistas

que logo a chamam para o teatro. Estreia-se em 1940, como

atracção da revista "Ora Vai Tu", no Teatro Maria Vitória.

É em 1943 que Amalia actua pela primeira vez no

estrangeiro, em Madrir, a convite do embaixador, e é a esta

viagem que diz dever o seu gosto por canções espanholas e

flamengo.

Mais tarde em Setembro de 1944, Amália chega ao Rio de Janeiro acompanhada pelo

maestro Fernando de Freitas para actuar no mais famoso casino da América do Sul: o Casino

Page 6: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

6

Copacabana. Com 24 anos Amália estreia já um espetáculo inteiramente concebido para ela.

A recepção é tal que o seu contrato inicial de 4 semanas se prolongará por 4 meses.

Em Maio de 1947, estreia-se o filme “Capas Negras”, que marca a estreia no cinema de

Amália e bate todos os recordes de exibição até então.

Em poucos anos, Amália torna-se num símbolo do sucesso nacional: a rapariga pobre

que com o poder do seu canto passa da noite para o dia a ser

rica e famosa, despertando todas as paixões.

Em 1954 actua pela primeira vez em Paris e em

Londres. Um marco decisivo na internacionalização de Amália

é a sua participação, em 1950, nos espectáculos do Plano

Marshall, Amalia começa a dar que falar pela Europa .

Mais tarde volta a casar no Rio de Janeiro, o seu segundo

casamento, e anuncia eu vai deixar a carreira artística e mudar-

se para o Brasil, voltou passado um ano.

Amália Rodrigues deu a voz e a alma a poemas de grandes

autores Portugueses, cantou também vários poetas e letristas seus contemporâneos, como Ary

dos Santos ou David Mourão Ferreira.

A sua música mais conhecida é “Povo que lavas no rio”, que tomou uma dimensão

politica, e a música “Peniche” foi proibida por ser considerado um hino aos presos de

Peniche.

Em 1962, Amália inicia aquela que será a grande viragem da sua carreira: o encontro

com a música de Alain Oulman. Este compositor, ligando uma melodia carregada de

ambiente a uma forma definida mas ampla faz música que permite a Amália cantar poetas que

até então não cabiam no Fado clássico.

Chega a actuar na União Soviética e em Tokyo, e a assinar contratos com produtoras

internacionais, fazendo alguns filmes no estrangeiro e sendo a sua musica editada em vários

Paises.

Recebe várias homenagens ao longo da vida, e é recebida pelo Papa João Paulo II .

Morre a 6 de Outubro de 1999, e está sepultada no Panteão Nacional.

Page 7: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

7

4. Mariza

Infância e influências

Marisa dos Reis Nunes, filha de pai português, José Brandão Nunes, e mãe

moçambicana, Isabel Nunes, nasceu em Moçambique, na freguesia de Nossa Senhora da

Conceição. Em 1977 com três anos de idade abandonou a sua terra natal, esta partida deu-se

porque não existiam condições de segurança para as famílias portuguesas que viviam nestas

colónias após o 25 de abril. Então pai abandonou Moçambique com a família mais chegada,

escolhendo Lisboa para recomeçar uma nova vida. Instalaram-se assim primeiro em Corroios

e mais tarde na mouraria.

A mouraria é considerada desde sempre o berço do Fado, sendo portanto frequentado

por inúmeros fadistas de referência. Visto isto Mariza cresceu ouvindo Fado, o que a levou

com 7 anos a cantar pela primeira vez num ambiente profissional na Casa de Fado Adega

Machado. Para além disto o pai também foi um dos grandes impulsionadores do gosto da

cantora pelo Fado. Segundo ela, o pai estava «sempre a ouvir Fado e, na hora das refeições,

nunca se via televisão; ouviam-se discos, sempre de Fado..»

O Fado de Amália Rodrigues era um dos prediletos de José Nunes, o pai, e foi um dos

que mais influenciou a forma de cantar de Mariza.

Ao longo desta pequena parte teremos frases de uma entrevista feita a Mariza que

reafirma tudo o que aqui referimos:

"Eu cresci na Mouraria, fui para lá com cinco anos e os meus pais tinham um pequeno

estabelecimento onde organizavam pequenas tertúlias fadistas. Comecei, desde muito

pequena, a gostar do ambiente do Fado. O meu pai sempre foi um grande incentivador pois

achou que eu devia ser cantora. O primeiro Fado que cantei foi 'Os Putos' e, até aos 13 anos,

sempre cantei Fado.",

Carreira e Obra:

Em 1999 é convidada por Filipe La Féria para a lista de cantores que homenagearam

Amália Rodrigues num espetáculo no Coliseu de Lisboa (e depois no Coliseu do Porto),

transmitido em direto pela TVI.

Page 8: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

8

Para Mariza, a revelação aconteceu há três anos. "Às tantas cantei por brincadeira a

'Rua do Capelão' na casa de Fado do José Luís Gordo, o Sr. Vinho, e ele pediu-me para

aparecer mais vezes. Já não era aquela euforia de cantar com a banda que me interessava. A

minha paixão já tinha mudado e quando não tinha concertos aproveitava sempre para ir à casa

de Fado para me envolver naquele ambiente e perceber o que estavam a cantar. Queria

aprender aquilo tudo... A primeira vez que me apresentei profissionalmente foi na

homenagem à Amália organizada pelo João Braga no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

Estava nervosíssima, fechei os olhos e... 'seja o que Deus quiser'. A partir daí começou tudo a

acontecer".

No inicio da sua carreira Mariza teve dificuldades em conseguir um contrato com uma

editora discográfica portuguesa. Foi um holandês, que assistiu

a um concerto dela na Bélgica, que se decidiu a editá-la

através da sua etiqueta, a World Connection. "Fado em Mim"

foi então publicado não só na Holanda, mas também na

Bélgica, Japão, Coreia e em Inglaterra.

Portanto em 2002 , Mariza lança o seu Primeiro álbum.

Entre as principais faixas do disco encontram-se Chuva, Ó

Gente da Minha Terra e Oiça lá ó senhor vinho. O disco é

uma espécie de tributo a Amália Rodrigues, já que muitas das músicas eram do seu repertório.

Uma das músicas que conseguiu melhor repercussão foi Chuva.

O CD vendeu muito bem em Portugal, liderando os tops portugueses, tal como todos

os restantes álbuns da fadista viriam a liderar

Iniciou não só este disco como dois dos seus principais concertos: o concerto em

Lisboa, nos jardins da Torre de Belém, do qual se originou um álbum que recebeu uma

nomeação para um Grammy Latino, e o concerto no Pavilhão Atlântico a 8 de Novembro de

2007, dado simultaneamente à festa de entrega dos Grammys para os quais estava nomeada.

Hoje Mariza continua com os seus grandes planos e segundo uma entrevista feita ela

adianta:

“É saudável que cada um de nós, dos novos cantores de Fado, faça as coisas à sua maneira.

Num próximo álbum vou arriscar mais em temas originais e fazer coisas que eu pressinto

serem novos caminhos"

Page 9: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

9

5. As influências do Fado no mundo

Para compreendermos melhor o impacto do Fado no mundo, decidimos fazê-lo de três

processos; através da condução de entrevistas a quatro indivíduos que, por um lado em que

nada estão relacionam, mas que de alguma forma estão ligadas ao Fado. O segundo através da

recolha de alguns comentários/críticas a produtos relacionados com o Fado em sites de

compras online e de visualização de vídeos, e o terceiro através da observação das

repercussões que o Fado teve nas outras culturas.

No primeiro processo, entrevistamos o Sr Mark Wolters, professor de Marketing numa

universidade do Illinois, nos Estados Unidos da América, foi também, durante os cinco anos

que viveu em Portugal, professor regente da cadeira de Empreendedorismo e Estratégia de

Negócios na Universidade Nova de Lisboa, e tem uma relação muito próxima com as nossas

tradições. Falamos também com a fadista portuguesa Maria de Lurdes, que vive em Paris

onde integra um espetáculo chamado TangoFado, onde combina estes dois géneros musicais,

falámos com o Sr Fernando ‘Nandocas’ Sousa, o baixista que acompanhou Mariza em tournée

durante dois anos, e finalmente falamos também com o senhor Simon Broughton, editor da

revista “songlines”, e realizador do documentário Mariza and the Story of Fado .

Através destes processos pudemos concluir que o processo evolutivo natural do Fado e

a sua adoção como nova tendência permitiu que este chegasse e (fosse muito bem recebido) a

outras culturas através da nova onda de fadistas sendo a Mariza considerada a princesa, e a

Amália, a rainha. A opinião geral dos estrangeiros em relação a este género musical que

pudemos concluir é que a questão da linguística não é barreira na transmissão de emoções e

na afinidade estabelecida entre artista-público, podemos ainda concluir que apesar esta

categoria especial de apreciadores de Fado não terem nenhuma relação directa com Portugal,

conseguem através do Fado experienciar sentimentos associados ao nosso país, como a

saudade, a mágoa, e nostalgia.

Page 10: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

10

5.1. Entrevistas

1) How did you first hear about Fado?

- “Some portuguese friends of mine were listening to it when i lived in Berlin. I

remembered it and then I heard it all the time when i would walk around downtown

Lisbon”

2) What does this kind of music make you feel?

- “Depressed - Saudades kind”

3) Do you think the language barrier is an obstacle when listening to Fado?

- “I think the fact that Fado singers have really great voices help overcome the

language barrier, you can feel the sadness in their voices when they sing. lots of

tourists go to the Fado bars and understand not one word, but understand what the

lady was singing about”

4) What do you think has changed, in terms of worldwide opinion and appreciation of Fado,

since it entered UNESCO’s Intangible Cultural Heritage list last year?

- “Honestly I don’t think it has made any change in the impression of Fado in the US

per se. Mariza is a nice act that people do like to see in international world music

Sr Mark Wolters,

Professor de Gestão de Marketing Avançado,

na Universidade de Illinois.

Viveu durante 5 anos em Lisboa, onde foi professor

na U. Nova (dedicou cerca de 91 videos no youtube só

sobre Portugal)

Sr Mark Wolters,

Professor de Gestão de Marketing Avançado,

na Universidade de Illinois.

Sr Mark Wolters,

Professor de Gestão de Marketing Avançado,

na Universidade de Illinois.

Viveu durante 5 anos em Lisboa, onde foi professor

na U. Nova (dedicou cerca de 91 videos no youtube só

sobre Portugal)

Page 11: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

11

festivals (she was in Savannah, Georgia, U.S.A. a few years back and people liked

her”

5) What would you say is the general opinion worldwide, about this traditional Portuguese type

of music?

- “There probably isn't any opinion. But if they know Fado they think it is very nice”

6) You lived Portugal for five years. What are the main cultural differences you felt, between

Portugal and other countries?

- “Lots of difference and not too many differences all at the same time. Portuguese are

very proud and do take offense to any negative comment that a foreigner says about

their country (even if the portuguese person just said it). Portuguese are not violent. I

really can't say too much, they are a bit reserved, if you are their friend they will take

care of you. They do not seem to know what meeting at a certain time means”

Page 12: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

12

1) How did you first hear about Fado? And what were your first feelings when you heard it?

- “I elaborate on this question in the preface to my book, The Recontruction of Lisbon. I

had heard a record by Maria Marques in 1990; In 1993 I went to Portugal and I

attended a Fado vadio session at the Mascote da Atalaia in the Bairro Alto. I felt

overwhelmed by the voices and I also felt overwhelmed by Lisbon.”

2) What made you write a book about it?

- I wanted to understand thematic ambiguity in the Fado. I never believed that the

Fado was a reactionary art form, and so, I wanted to examine and expose its more

subversive tendencies regarding the Estado Novo.

3) What would you say is the general opinion about Fado in your country?

- “I can only reflect on urban centers in the northeast U.S.A; my impression is that

outside of Portuguese immigrant communities, people here may have a general

impression of Fado as World music, melancholic ballads, and as a Portuguese

cultural expression. The complexity of emotions in Fado is rarely acknowledged over

here (Herminia Silva's quote, "I've been sad but I've never been unhappy") except by

scholars. Even on radio programs and in the NY Times, the Fado is described in very

broad terms. As far as scholarship goes, however, there are quite a few American

scholars (and some luso-descendentes) who are engaged in very scientific research

about the Fado from a variety of disciplinary perspectives. A thorough bibliography of

Prof. Michael Colvin,

Autor do livro: The Reconstruction of Lisbon: Severa’s

Legacy and the Fado’s Rewriting of Urban History

(Lewisburg: Bucknell University Press, 2008)

As suas áreas de estudo incluem entre outros,

Fado português e cultura popular.

produzida sob ditaduras fascistas

Page 13: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

13

the Fado, in my opinion, should include these voices writing from outside of

Portugal.”

4) Do you think the language barrier is an obstacle when listening to Fado?

- “For me it isn't, nor is it for any of the accomplished scholars of Fado whom I

know, since we can speak, read, and write in Portuguese. Americans in urban centers

are in the habit of listening to music in other languages. The problem that most non-

Portuguese speakers have with the Fado is being able to distinguish forms and even

songs. But, I have known many Americans who listen to Fado regularly and as a

result, want to learn to speak Portuguese (this happens here with Brazilian music too).

For example, one of the secretaries at my university loves to listen to Carminho, and

even can make sense of some of the songs when she can see their lyrics, because she

speaks Italian at home.”

5) What kind of reception did your book had? Did people started listening more to Fado since

reading it?

- “My book hasn't been reviewed formally. It is an academic book, so the readership is

limited, as I see it, to specialists. Research libraries, and to kind friends. I have had

very positive feedback from colleagues on my work, but this feedback has been

informal. I do not believe that my book has had an effect on people's tastes in music;

but I do get quoted often, particularly with regard to the biographical work I have

done on Maria Severa and the critical work on Fado in Portuguese films.”

7) Do you feel people started listening and paying more attention to Fado since it entered

UNESCO’s Intangible Cultural Heritage list last year?

- “The public radio stations have talked about the UNESCO candidacy often when

interviewing fadistas who pass through the US. Apart from that, I don't know that the

concept of intangible heritage makes as much sense in our young country (for a

general public).”

Page 14: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

14

1) O que sente quando canta e ouve Fado?

- “Sinto o sabor da nossa cultura, memórias de infância, saudade, poesia e autenticidade”

2) Qual sente que é a opinião geral dos franceses em relação ao Fado?

- “Os franceses em geral aderem bastante bem ao Fado, e emocionam-se!”

3) Os franceses conhecem a palavra “saudade” e todo o seu significado?

- “Conhecem como uma palavra que descreve um sentimento que não tem tradução na

língua deles, os franceses traduzem com o equivalente à 'nostalgia do país' - 'mal du pays'.”

4) Acha que a barreira linguística entre Portugal e França é um impedimento para a

apreciação e compreensão deste género musical?

- “Não! De todas as vezes em que cantei Fado, fi-lo para salas completas que no fim se

levantavam para os aplausos finais, muitos me dizem que conseguem sentir a emoção na

forma do Fado, mesmo não percebendo as palavras.”

5) Quando canta o Fado, quais sente serem as principais diferenças na recepção do público

francês para o português?

-“Tenho cantado mais para publico francês que português e o publico português aqui não

tem nada a ver com os portugueses que vivem aí ! De uma maneira geral para os franceses é

Maria de Lurdes

Fadista portuguesa

Vive em Paris há 7 anos

Integra um espetáculo chamado “TangoFado”,

em que é combinado estes dois estilos musicais.

Page 15: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

15

uma descoberta agradável para os portugueses a nostalgia do país. Os dois sentem emoções

fortes mas por razoes diferentes.”

6) Em breves palavras, explique o seu projecto do “tango-Fado” – como surgiu, e qual tem

sido a adesão?

- “Surgiu numa viagem que um francês (filosofo/encenador/produtor e professor de tango)

Michel Glaize fez a Lisboa e que se disse ‘o tango e o Fado dariam uma boa mistura, quer

cultural quer musical’. Reuniu um grupo de músicos e dançarinos argentinos portugueses

e franceses e assim nasceu este espetáculo que já passou por vários festivais de prestígio

entre eles em abril deste ano no Jazz In Marciac”

7) Acha que o projecto teria tanta adesão em Portugal quanto na França?

- “Sim! Com certeza !”

Page 16: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

16

1. Quanto tempo andou em tournée com a Mariza? e o que nos pode dizer desta

experiência?

“Andei dois anos em tournée, e foi um período muito feliz, até porque adoro viajar. Dos

vários episódios engraçados pelos quais passamos, tenho de destacar quando fomos

convidados a actuar no Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles e seu arquitecto, o

próprio Frank Ghery, estava na primeira fila, e no fim, fez questão de nos ir cumprimentar e

conhecer a Mariza.”

2. Quais sente que são as principais diferenças na recepção do público estrangeiro para o

português?

“Estrangeiros reagem todos da mesma forma, não tem a ver com o Fado, tem a ver com a

artista. O Fado está na moda no mundo inteiro, e os jovens estão mais recetivos [a este

estilo].

3. Na sua opinião, qual foi o país que melhor recebeu vos recebeu?

“Os países nórdicos são os que sabem melhor receber, sem dúvida, lá tratam-nos como reis!

Põem tudo à nossa disposição, e muito preocupados se não nos falta nada. O próprio publico

é também ele muito interessado, e muitos esperam até ao fim do espetáculo para nos vir

cumprimentar, e dizer o quanto gostaram.”

Fernando ‘Nandocas’ Sousa

Baixista portuguesa

Foi em tournée mundial com a Mariza durante

dois anos, e é também um amigo próximo.

Page 17: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

17

4. Como acha que a palavra “saudade” é interpretada pelos estrangeiros?

“As pessoas não conhecem essa palavra, porque não é traduzível, mas em geral, reagem a

essa emoção de ter saudades de algo, mesmo não sabendo que nome lhe hão de dar.”

5. Acha que a integração do Fado como Património Imaterial da Humanidade pela

UNESCO mudou a opinião que as pessoas tinham sobre este, tanto em Portugal como

fora de Portugal?

- “Não para o estrangeiro, mas acho que tornou as pessoas mais receptivas ao seu próprio

património e cultura, e mostrou-lhe que não há problema em gostar de um produto

português, ao contrário do que acontecia até há uns 10-15 anos para trás.”

Page 18: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

18

1) How did you first hear about Fado? And what were your first feelings when you heard it?

- I guess the first time I heard it was in the 1990s and the first time I heard it live was a

Misia concert in London in 1999 – actually the day that Amalia died, so she sang a

song in her memory. I enjoyed Fado, but you need to know a little more about it

before you can really appreciate it I think.

2) What made you do a documentary about it?

- “It was obvious there was a new generation of Fado singers developing in Portugal.

Some like Misia were touring abroad, but it was Mariza that suddenly made a big

international impact. But for me, it made no sense to do a portrait of Mariza without

telling the story of the music which she performed. It’s not a story that is known very

well in the UK – and I was particularly interested in the connect political stories

behind it – the early origins in working class song (thanks to Rui Nery’s work), and

then the attitude of the fascist regime and its revival. Mariza and the Story of Fado

was made in 2006 and was a coproduction between BBC TV and RTP through the

European Broadcasting Union (EBU).”

3) What would you say is the general opinion about Fado in your country?

- “Thanks to Mariza there is a renewed interest in Fado in the UK – she can sell out big

concert halls – but the main feeling is that it is a beautiful but melancholy and

depressing music!”

Simon Broughton

Editor da revista “Songlines”, (revista britânica,

de música do mundo)

Realizador do documentário “Mariza and the.

Story of Fado”, para a BBC

Page 19: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

19

4) Do you think the language barrier is an obstacle when listening to Fado?

- “People like to say that language isn’t a barrier, but of course it is. But Amália,

Mariza and others wouldn’t have had so much international success if people didn’t

enjoyed it on just a musical level. Certainly with the documentary, people said it was

really useful to have subtitles on the extracts of the Fados we used. When Fado

singers present their music internationally – Carminho was here recently in London –

it really helps when they say something about the songs”.

5) When making the documentary what was your target audience in mind?

- “The target audience for the documentary is someone who might be interested in

Fado and likes Mariza’s music but doesn’t really know the history of the music. Even

those that do know some of the history also found it interesting. It also has some good

performance extracts from Mariza and archive film of Amalia. I’ve also sent a review

of Mariza and the Story of Fado from the US.

6) What kind of reception did the documentary had? Did people started listening more to

Fado since seeing it?

- “I don’t think I can claim that more people are listening to Fado as a result of the

documentary, but it all helps raise the profile of the music and Mariza herself. The

documentary got a very good response in the UK press (I’ve attached some previews

from the UK press). (ANEXO A) It has been shown on TV in many European

countries as well as Australia and has been shown at quite a lot of film festivals – I did

presentations of it with question and answer sessions in Prague, Warsaw, Brusseles

and also Lisbon (at the Fado Museum) this year. I’ve also attached a review of the

DVD of Mariza and the Story of Fado from the Washington Post.”

7) Do you feel people started listening and paying more attention to Fado since it entered

UNESCO’s Intangible Cultural Heritage list last year?

- “I think it probably made a difference to people in Portugal that it was recognised,

but I don’t think it changes opinion about the value of a particular culture

Page 20: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

20

internationally. Do you think people will value the Hopping Procession of Echternach

in Luxemburg more widely because it was put on the UNESCO list in 2010?”

Page 21: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

21

5.2. Industrias Culturais

5.1.1. Eventos Socioculturais

Festival do Fado, em Madrid

Festival que decorre em Madrid desde 2010, e que vai agora para a segunda edição,

devido à popularidade que teve no primeiro ano. Este ano contou com a temática – “Casas

de Fado”. Os novos artistas como Ana Moura, Ricardo Ribeiro, e os já consagrados,

Carlos do Carmo, e Mariza actuaram para um público expectante

Foram também feitas conferências sobre o Fado, em que destacamos a presença do

ilustríssimo musicólogo Ruy Vieira Nery, a quem em muito temos de agradecer pelo

mérito que teve em colocar o Fado como candidato, (e triunfou) na lista do Património

Imaterial da Humanidade da UNESCO. Para além de se dar a conhecer a música, os

participantes foram também convidados a participar na mostra gastronómica para

conhecerem os sabores típicos da nossa terra.

5.1.2. Cinema

A nossa busca pelo impacto do Fado na sétima arte no estrangeiro, não resultou em

numerosos resultados, no entanto, encontrámos este filme francês de 1955 do director Henri

Verneuil que achamos particularmente interessante;

Concerto Mariza no festival, Esgotado.

Page 22: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

22

Les Amants du Tage, 1995 (Os Amantes do Tejo)

O filme retrata dois franceses que se encontram em

Lisboa. Ele é um taxista francês em Lisboa carregando as

cicatrizes da infidelidade da esposa, que terminou em tragédia

quando ele a encontrou com seu amante ao retornar da guerra.

Ela é uma mulher que tem problemas com a lei e ela tem um

inspector de polícia em sua cauda. Apaixonam-se perdidamente.

Num episódio em que o casal vai jantar a uma típica casa

de Fados, Amália aparece em destaque vestida de diamantes

sobre um vestido preto, cantando o seu famoso Fado “Barco

Negra”, a reacção do casal é deslumbramento. Pouco depois do

início da actuação da cantora aparece um jovem rapaz com os seus 8/9 anos de idade que

explica ao casal a história por detrás da música “barco negro”.

5.1.3. Música

Duas artistas de renome internacional, mencionaram como foram influenciadas pelo Fado,

e transpõem isso para a sua música, são elas, a cantora islandesa Björk, e a Portuguesa-

Canadiana Nelly Furtado.

Björk

Um rosto conhecido para muitos, é uma influente cantora e compositora islandesa,

sendo também atriz, instrumentista e produtora musical. O seu estilo musical eclético

alcançou o reconhecimento popular, e inclui rock, jazz, música eletrónica, clássica e

folclórica. Numa entrevista disse o seguinte sobre a fadista portuguesa:

Os Amantes do Tejo, 1955

Page 23: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

23

Björk sobre o seu ídolo; Amalia:

“Ouço-a há anos, mas vi há pouco tempo um documentário

sobre ela - tanta emoção em estado puro! E livre de tantas complicações

que a música, por vezes, tem. É uma música direta, simples e forte,

isenta de filigranas. Vai direta ao coração. A colaboração de Amália

com os poetas de Portugal é admirável. É bom saber que ela teve um

papel na construção do próprio género. A primeira vez que a ouvi foi há

15 anos. Tem a mesma crueza do flamenco mas é menos extravagante e,

de certo modo, mais austero e rígido".

Nelly Furtado:

É uma cantora, compositora e atriz canadense, filha de

emigrantes portugueses, mais propriamente dos Açores, o ouvir

o fado era uma constante na casa dos Furtudo. Nem sempre se

sentiu integrada na escola e a música foi o seu refúgio. Depois

de uma carreira de sucesso de já alguns anos, é convidada a

cantar em Portugal, ao que ela responde prontamente que sim,

mas com algum receio das reacções e críticas do seu povo. Este

receio provou-se desnecessário quando o público mostra uma

grande apreciação pela sua música, dando-lhe o melhor elogio que ela poderia esperar

receber, na revista Time International a cantora fala deste assunto:

“(…) "What are they going to think of me? I'm this kid. I'm Portuguese, but I'm

Canadian—and I'm Americanized," Furtado pondered rhetorically to Farley. Starting

out with "Onde Estas," a song sung in Portuguese, the crowd erupted in rapturous

applause and chanted Fadista, meaning Fado singer. "It was the highest compliment

they could have paid me," she said.”

(Time International, 6 de Agosto, 2001)

Björk

Nelly Furtado

Page 24: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

24

5.2. Recolha de comentários

Decidimos escolher este método de recolha de comentários – pesquisa na internet em sites

de compras online e de visualização de vídeos, (nomeadamente o amazon.co.uk, amazon.com,

e youtube.com), para tentar compreender qual era a opinião genuína do consumidor, visto que

sobre a máscara anónima que a internet proporciona, qualquer um está livre para expressar-se

livremente.

Iremos colocar os comentários mais relevantes em anexo (ANEXO B) e fazer um

comentário - resumo do que concluímos desta observação

A linguística realmente só é barreira até um certo ponto, pois toda a mensagem

original da canção é transmitida, e aspectos como a capacidade vocal, sintonia artista-

público e presença em palco prevalecem como elementos comunicativos com os

espectadores.

São várias e distantes as nacionalidades que apreciam Fado. Mesmo o seu dialeto não

se baseando no latim, podendo assim facilitar na compreensão de algumas palavras, o

Fado provoca emoções nos seus ouvintes culturalmente afastados

Page 25: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

25

6. Entrevistas e curiosidades

Entrevistamos também o “Carro do Fado”, no Chiado, para descobrir mais sobre as

preferências dos consumidores em relação ao Fado:

- Os clientes que recebe são mais Portugueses ou

estrangeiros?

“São mais turistas, ocasionalmente há clientes

Portugueses que perguntam o nome da música que

está a tocar no momento”

- Qual é a fadista mais procurada pelos turistas?

“A Amália, sem dúvida que é a que os turistas mais conhecem e também a mais procurada.”

Page 26: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

26

Conclusão

A realização deste trabalho foi importante na medida em que é sempre importante

estudarmos e tentarmos perceber melhor de onde veio o Fado e quais foram os seus maiores

intérpretes pois para além de ser algo rico que temos na nossa cultura, é algo bastante antigo e

este trabalho permitiu-nos aprender mais, e poder também partilhar esse conhecimento julgo

que é algo enriquecedor para todos.

Na minha opinião considero importante não deixarmos cair esta antiga forma dos

portugueses se expressarem pois o Fado é algo que é único no mundo e é algo que nos

caracteriza de forma única. Toda aquela tristeza da musica e melancolia, aliada a sua beleza

para quem a ouve, vai sempre caracterizar-nos de alguma forma, está no nosso “ADN”.

Hoje em dia serão por certo menos as pessoas que o ouvem, derivado da evolução dos

tempos e das mudanças constantes de tendências bem como da “americanização” da grande

maioria dos costumes da sociedade de hoje em dia, incluindo se aqui a música claro está mas

como disse anteriormente é com estes trabalhos que vamos reavivando a memoria e

espalhamos a palavra sobre uma coisa que é verdadeiramente nossa e conseguimos aperceber-

nos que nós também temos coisas boas e que merecem ser divulgadas e discutidas entre o

público mais jovem pois é aqui que o Fado se mostra menos presente e conhecido.

Page 27: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

27

ANEXOS:

ANEXO A – Crítica da imprensa britânica ao documentário “Mariza and the story of

Fado”

ANEXO B – Comentários amazon.co.uk, amazon.com e youtube.com

Page 28: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

28

ANEXO A – Crítica da imprensa britânica ao

documentário “Mariza and the story of Fado”

TELEVISION: DIGITAL: PICK OF THE DAY: EUROPEAN ROOTS: MARIZA AND

THE STORY OF FADO BBC4, 7.30PM:

From The Observer - 14/10/2007 (277 words) Observer TV and Radio

Sloan Freer

The popular world-music strand returns for a third, five-part series, focusing on indigenous

European folk music, its roots and its place in modern culture. This opening film looks at fado

- Portuguese blues music - and its new international star, Mozambique-born Mariza

(pictured), who mesmerises audiences with her intensely emotional performances. Though

fado originated in Brazil, its story and evolution mirrors Portugal's history, including a 'lost'

period in the early 20th century when it was working class and militant. 'Fado to the

Portuguese people is like our national soul,' says Mariza of the guitar-backed singing style,

'but fado is also universal and the language is not a frontier.'

Pick of the day;Critics' Choice;Friday 19 October;Television

From The Sunday Times - 14/10/2007 (221 words) Features

Victoria Segal

European Roots (BBC4, 7.30pm)

"Fado, to the Portuguese people, is like our national soul," says Mariza, one of a new

generation of singers who have rejuvenated the country's famous musical genre.

This documentary tells the story of fado (or "fate") from its colonial roots in the streets of

19th-century Lisbon to its widespread popularity today. Taking the flamboyant figure of the

globally successful Mariza as its central focus, the film lingers - with a suitable sense of

longing -in the dark city streets and half-lit bars of Lisbon's fado scene, taking in the peeling

paint and clothes lines of evocatively traditional quarters such as Mouraria and Alfama. As

Mariza says with a half-smile: "Fado singers don't like too much light."

Offering an abundance of performances, all touched with the yearning melancholy the

Portuguese call "saudade", the film examines its political roots, first as a tool of communism

and later of political repression. It also shows film of some of the great heroes and heroines of

fado, including Amalia Rodrigues, whose 1999 funeral drew a crowd of 100,000.

Page 29: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

29

It might be one country's obsession, but thanks to such performers as Mariza, fado is breaking

national boundaries.

EUROPEAN ROOTS: MARIZA AND THE STORY OF FADO BBC4, 7.30PM

From The Guardian - 13/10/2007 (118 words) The Guide

Will Dean

The third series of this charming world music strand, which looks at the history of European

folk music and its place in modern Europe, starts its five-episode run with a film about fado -

Portuguese blues music - and the genre's biggest star Mariza. The origins of Fado seem to be

disputed; some credit it to the Brazilian slaves arriving in Portgual in the 19th century, others

to the Moors and others to the songs of the Middle Ages. Regardless, the style has persevered

- Mariza compares it to a Portuguese national soul. More excellent fringe arts coverage from

BBC4.

WASHINGTON POST

MARIZA "Concerto em Lisboa" Times Square

Friday, March 23, 2007; Page WE09

WHEN A CD IS accompanied by a DVD, the video seldom has more to offer than routine

concert footage, backstage interviews and promotional gambits. Not so with this double-disc

set. As entertaining as it is to hear Lisbon-bred fado singer Mariza performing in her home

town on disc one -- all the more so because she's featured in an orchestral setting that

consistently complements her lusty, dramatic, soulful voice -- the real treat is an illuminating

video documentary titled "Mariza and the Story of Fado." Besides exploring the music's

intriguing history, which has been affected by frequently shifting cultural and political winds,

the DVD features vintage performances (and an interview) with fado queen Amalia

Rodrigues, whose death in 1999 triggered three days of mourning in Portugal. Watching her

perform, it's easy to understand the deep emotional connection Rodrigues had with audiences

Page 30: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

30

around the world and the profound influence she continues to have on Mariza and other

contemporary fadistas.

Listeners familiar with Mariza's recordings won't find many surprises on the CD, but the fresh

arrangements (and doubtless the Lisbon setting) inspire stirring performances of "Loucura,"

"Meu Fado Meu" and other tracks that have appeared on recent studio albums. The DVD also

finds her performing, albeit in far more intimate and informal settings, while visiting old

haunts in Lisbon, that "harbor of longing / Where a guitar plays a sad fado / When the soul

overflows / Its sadness sings and weeps silently."

-- Mike Joyce

Page 31: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

31

ANEXO B – Lista de comentários recolhidos

Page 32: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

32

Page 33: Trabalho FINAL FINALÉRRIMO

Fado – Amália ontem, Mariza hoje

33

Sitiografia dos comentários:

Comentários 1, 2 e 3 - http://www.lastfm.com.br/tag/Fado/shoutbox

Comentário 4 e 5 - http://www.amazon.co.uk/product-

reviews/B001AS6AMS/ref=cm_cr_dp_see_all_btm?ie=UTF8&showViewpoints=1&sortBy=

bySubmissionDateDescending

Comentário 6 - http://www.youtube.com/watch?v=y2g03OkoMiQ

Comentário 7 - http://www.youtube.com/watch?v=5ElLSBx9Jo8&NR=1&feature=fvwp

Comentário 8 - http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=GGnsz5bGtJY&NR=1

Comentário 9 - http://www.youtube.com/watch?v=1YriVM8sC7M

Comentário - 10 - http://www.youtube.com/watch?v=HgkowHa2jZ4