Trabalho Documentário Indo.doc - Teoria da Cultura - 2013 - Final

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO CENTRO DE ESTUDOS LATINO-AMERICANOS SOBRE CULTURA E COMUNICAÇÃO - ECA/USP ABORDAGEM ETNOGRÁFICA NO DOCUMENTÁRIO DE ENTRETENIMENTO: UMA ANÁLISE SOBRE O FILME INDO.DOC JORGE GUILHERME PERERIA DE LIMA SÃO PAULO 2013

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O presente trabalho propõe analisar o documentário Indo.doc, sob a ótica antropológica, a partir do momento em que este, insere características etnográficas. Procura também promover o debate entre realizadores autorais e antropólogos a respeito da questão do vídeo etnográfico. O trabalho pretende ainda, cunhar academicamente o termo "documentário de entretenimento", já utilizado no meio audiovisual, em detrimento da montagem e da narrativa com viés de reality.

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

CENTRO DE ESTUDOS LATINO-AMERICANOS SOBRE CULTURA E

COMUNICAÇÃO - ECA/USP

ABORDAGEM ETNOGRÁFICA NO DOCUMENTÁRIO DE ENTRETENIMENTO:

UMA ANÁLISE SOBRE O FILME INDO.DOC

JORGE GUILHERME PERERIA DE LIMA

SÃO PAULO

2013

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JORGE GUILHERME PEREIRA DE LIMA

ABORDAGEM ETNOGRÁFICA NO DOCUMENTÁRIO DE ENTRETENIMENTO:

UMA ANÁLISE SOBRE O FILME INDO.DOC

Trabalho apresentado no curso de Pós-Graduação em Mídia Informação e Cultura no Centro de Estudo Latino-americano sobre Cultura e Comunicação - Estudos de Comunicação e Arte / Universidade de São Paulo (ECA/USP). Para disciplina de Teoria da Cultura, Professor Dennis Oliveira.

SÃO PAULO

2013

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RESUMO

O presente trabalho propõe analisar o documentário Indo.doc, sob a ótica antropológica, a partir do momento em que este, insere características etnográficas. Procura também promover o debate entre realizadores autorais e antropólogos a respeito da questão do vídeo etnográfico. O trabalho pretende ainda, cunhar academicamente o termo "documentário de entretenimento", já utilizado no meio audiovisual, em detrimento da montagem e da narrativa com viés de reality. Palavras-Chave: Antropologia, Documentário, Documentário Etnográfico,

Documentário de Entretenimento, Entretenimento, Etnografia, Reality

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 05 2. INDO.DOC O DOCUMENTÁRIO ............................................................... 07 2.1 Indo.doc como documentário de entretenimento ................................ 08 2.2 Inserções etnográficas no documentário Indo.doc .............................. 09 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 12

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1. INTRODUÇÃO

Não podemos mais nos dar ao luxo de achar que a mídia é utilizada apenas como um canal

de comunicação e informação manipulador de massas, seria um pensamento simplório

demais. Segundo Kellner (2009), "a cultura da mídia também fornece material com que as

pessoas constroem seu senso de classe, de etnia e raça, de nacionalidade, de sexualidade,

de "nós" e "eles". Numa cultura dominada pela mídia, Thompson (2001) afirma que "os

meios dominantes de informação e entretenimento são uma fonte profunda, e muitas vezes

não percebida, de pedagogia cultural". Seguindo essa linha de pensamento, nada mais justo

do que analisar e questionar se a prática documental em forma de entretenimento apresenta

algum tipo de abordagem etnográfica.

Pensar na inserção etnográfica em um documentário de entretenimento é, por

demais, delicado. Tendo em vista que para os antropólogos, somente no âmbito

antropológico é possível analisar determinada cultura, o realizador que não passa pela

academia estaria criando uma veracidade fora da realidade social, pois, filmes que sofrem

algum tipo de intervenção narrativa durante a montagem não deveriam fazer parte desta

categoria. Por outro lado, no jogo reflexivo entre produções autorais e objetos filmados

percebe-se, mesmo que mínima, a existência de algumas de inserções etnográficas, o que

nos faz acreditar na possibilidade de um fazer etnográfico para além da antropologia.

Sobre esse debate acalorado entre realizadores e antropólogos é interessante

analisar o ponto de vista de Thompson quando diz que a cultura da mídia mesmo sendo

algo novo na aventura humana participa igualmente desses processos. Thompson comenta

ainda que "a vida social não é, simplesmente, uma questão de objetos e fatos que ocorrem

como fenômenos de um mundo natural. As várias características dos contextos sociais são

constitutivas não apenas da ação e interação, mas, também, da produção e recepção de

formas simbólicas.

Outro complicador está no fato de que o próprio termo "documentário de

entretenimento" ainda não foi abordado pela academia como algo concreto e definido dentro

do gênero documentário. No entanto, Thompson explica que "numa cultura contemporânea

dominada pela mídia, os meios de comunicação dominantes de informação e

entretenimento são uma fonte profunda e muitas vezes, não percebida de pedagogia

cultural". Em razão disto Kellner nos dá a base para firmar o termo ao dizer que "é preciso

dar mais atenção à mídia alternativa. Pois em certo sentido, a cultura da mídia é a cultura

dominante hoje em dia".

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De forma despretensiosa, este trabalho tem como principal objetivo identificar e

destacar a abordagem etnográfica inseridas naquilo que os atuantes no meio audiovisual

chamam de documentário de entretenimento. Seguindo essa perspectiva analisaremos o

filme Indo.doc. Documentário original e arriscadamente autoral que narra a aventura de

quatro jovens surfistas à cidade de Banda Aceh, drasticamente atingida pelo Tsunami.

Numa abordagem bem diferente do que foi mostrado ao mundo pela grande mídia o

documentário revela os resultados da tragédia que devastou parte do sudeste asiático.

Pensando além da cultura do surf, o filme "entra em contato direto com a população

que sobreviveu a tragédia e mostra uma realidade nada agradável de um povo humilde e

resiliente, em meio a um drama físico e emocional sem precedentes1

1 Comentário extraído do post: <

". Neste sentido cabe a

afirmativa de Kellner ao dizer que "a cultura da mídia também nos desafia a cultivar novos

espaços de discussão e interação política, a produzir formas alternativas de comunicação e

cultura, a usar a mídia para esclarecer a sociedade, e de pensar os modos como a sua

cultura poderá ser voltada para a democratização".

http://xpressurf.wordpress.com/2008/11/07/indodoc2/>.

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2. INDO.DOC O DOCUMENTÁRIO

Na concepção de Kellner (2001) a cultura da mídia põe a disposição imagens e figuras com

as quais seu público possa se identificar. Ela exerce importantes efeitos socializantes e

culturais que podem também valorizar certos comportamentos. Já Thompson (2009),

comenta que "as formas simbólicas não são apenas concatenações de elementos e suas

interrelações: são também, tipicamente, representações de algo; apresentam ou retratam

alguma coisa, dizem algo sobre alguma coisa".

É nesse contexto que o documentário Indo.doc se adéqua, pois "o charme do filme

está enraizado justamente numa completa inexperiência do grupo que o realizava. Era a

primeira experiência e o primeiro passo na produção cinematográfica" (Fran, 2013). A

mudança na abordagem do tema se deu por conta de um Tsunami que arrasou o sudeste

asiático. O que seria no início de 2004, para os amigos André Fran, Leondre Campos, Felipe

UFO e Bruno Pesca apenas uma "surf trip" em direção às ondas da paradisíaca Indonésia,

se transformou no documentário Indo.doc.

Ao invés de cancelar a viagem, os quatro surfistas resolveram registrar o máximo

de depoimentos e imagens que conseguissem e desvendar não só as condições das praias,

mas mostrar como ficou a cidade depois da tragédia. Além analisar também as mudanças e

condições de sobrevivência daquela região, observar a maneira como os habitantes estão

reconstruindo centenas de quilômetros de destruição. Em nenhum momento o documentário

cai na armadilha de exagerar na tradicional prática do surf nacional e na autopromoção.

Uma experiência única e enriquecedora que nas palavras de Kellner seria uma

maneira de "inspirar a mídia a produzir outras formas diferentes de transformação cultural e

social". Utilizando uma narrativa simples e participativa com imagens-câmera, o

documentário conseguiu estabelecer asserções etnográficas bem diferentes das que seriam

realizadas por antropólogos e das imagens mostradas repetidamente pelos meios de

comunicação de massa. Se comparado às palavras de Thompson, eles foram capazes de

"manter ao menos certa distância, tanto intelectual como emocionalmente, das formas

simbólicas que são construídas deles, para eles e ao redor".

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2.1 Indo.doc como documentário de entretenimento

Além da inserção, em um só produto iconográfico, de diversos estilos do fazer documental

discutido por teóricos e realizadores como Bill Nichols, Edgar Morin, Fernão Ramos, Jean

Rouch, John Grierson, Manuela Penafria e tantos outros; algumas convenções podem

caracterizar o que podemos chamar de documentário de entretenimento. Na maioria dos

casos envolvem grandes aventuras ou algum esporte realizado em lugares inóspitos.

O formato geralmente se apresenta como reality onde os personagens - que

também podem fazer parte da produção - apresentam, participam e vivenciam situações

adversas no intuito de revelar, não importa como, aquela cultura investigada. Na maioria das

vezes a imagem tem maior significado em detrimento à própria narrativa. Como bem

observa Kellner:

"A imagem frequentemente tinha procedência sobre a narrativa, e a visão e a sensação se tornavam primordiais, relegado muitas vezes para segundo plano a linearidade e os significados da narração. Recursos dramáticos, audiovisuais comuns às esferas do entretenimento." (2001, p, 306).

No documentário Indo.doc, os personagens/produtores vivenciaram perigosamente

essa realidade. Entre todas as preocupações estava o perigo de serem sequestrados por

milícias locais, além de ficarem hospedados em hotéis que podiam desabar a qualquer

momento. "Ficamos em um hotel com várias rachaduras, morrendo de medo. Parecia que

podia cair a qualquer momento", revelou André, um dos realizadores. Registram imagens

do estrago do Tsunami que não existiam em vídeo ou fotos em nenhum outro lugar, e

puderam documentar o fato inédito de serem os primeiros surfistas a desfrutar as novas

formações das ondas após o Tsunami.

Outra característica fundamental no documentário de entretenimento está no uso

de uma fotografia diferenciada, no uso da câmera subjetiva e lentes macros e grande

angular; diversos planos e enquadramentos também diferenciados e pouco explorados no

documentário, digamos, formal, bem como, no aproveitamento de imagens de baixa

qualidade capturado por câmeras fotográficas comuns ou mesmo smartphones. Além de

sons e trilhas dos mais variados tipos.

A edição e a montagem podem, às vezes, se apresentar mais acelerada ou clipada

e utilizando-se de recursos como infográficos e animações. Um caleidoscópio de efeitos e

videografismos que ajudam a compor a narrativa. Na visão de Kellner, "existe ai o privilégio

ora dos meios visuais, ora auditivos, ou então misturam os dois sentidos, jogando com uma

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vasta gama de emoções, sentimentos e ideias". Para Thompson (2009) "trata-se da cultura

da imagem, que explora a visão e a audição nos vários meios de comunicação".

Neste sentido, vigorou no documentário Indo.doc a vontade de registrar tudo. Os

equipamentos de gravação não eram tão sofisticados para o feito, as gravações foram feitas

o tempo todo com a câmera na mão, porém, a narrativa apresentou um argumento

inteligente e uma edição discreta sem muito uso de pirotecnias videográficas. Mesmo com

todas as limitações, foi possível inserir pequenas animações, fotos e infográficos, numa

montagem não muito clipada que equilibrou bem o uso das imagens, dos efeitos sonoros e

de uma trilha bem alinhada com o tema, com os depoimentos e uso da voz off.

2.2 Inserções etnográficas no documentário Indo.doc

Partindo do pressuposto de Thompson (2009) quando diz que "os textos da cultura da mídia

não são simples veículos de uma ideologia dominante nem entretenimento puro e inocente.

Ao contrário, são produções complexas que incorporam discursos sociais e políticos".

Procuro neste tópico apenas fomentar o debate sobre quem tem autoridade, entre

antropólogos e realizadores autorais, para definir se uma produção é ou não etnográfica.

Aponto aqui, no documentário Indo.doc as linhas que podem muito bem ser um registro

etnográfico da cultura local.

Para os antropólogos o fato de um documentário registrar uma comunidade exótica

não lhe confere autoridade para que esta produção seja considerada antropológica e

etnográfica. Em contrapartida, Nichols (2005) comenta que essa "representação significa

uma visão singular do mundo, uma representação do mundo. A voz do documentário é,

portanto, o meio pelo qual esse ponto de vista ou essa perspectiva singular se dá a

conhecer". Esta afirmativa é bem complementada por Kellner quando afirma que:

"O mais emocionante dos estudos culturais está no fato de ser esse um campo novo e aberto, em processo de construção e reconstrução, em que quaisquer intervenções devem apenas tentar criar algumas novas perspectivas e análises, e não realizar fechamentos teóricos." (2001, p, 75).

A análise etnográfica se faz através de métodos que possam descrever os

costumes e as tradições de um determinado grupo e conhecer como uma comunidade

desenvolve sua identidade no âmbito sociocultural. Isso implica estar em contato direto com

o objeto do estudo numa observação participante por um determinado período de tempo.

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No caso específico do Indo.doc, o grupo registrou de forma linear todo o trajeto

percorrido por eles e as dificuldades para se chegar ao epicentro do Tsunami. Registraram

depoimentos deles próprios com impressões do que constatavam visualmente. Ao analisar

as imagens inéditas no documentário, percebemos que muito ainda tem de se fazer. Está

tudo devastado. Um navio petroleiro, por exemplo, foi arrastado por quilômetros e o visual é

de um mangue de entulho até o horizonte.

Através dos depoimentos, moradores locais dizem que há projetos para que novas

casas sejam construídas, mas em lugares mais altos. No entanto, a maioria das pessoas quer

ficar no mesmo lugar de antes. Existem diversas ONGs trabalhando para a reconstrução de

Banda Aceh. Sobre a tragédia em si a reação dos moradores são diversas. Todo mundo tem

uma história e não tem quem não tenha perdido um parente ou amigo. Uns reagem melhor

outros pior. Mas por incrível que pareça eles seguem olhando para frente e estão felizes de

poderem reconstruir o seu lar.

O documentário tinha a pretensão de analisar as mudanças e as condições das

bancadas da região onde se praticava o surfe. Nesta empreitada, vale destacar a reação de uma

das raras surfistas da região, chamada Annie. Ela tinha parado de surfar porque teria ficado

traumatizada com a morta da sua irmã pelo Tsunami. No dia em que viu os surfistas brasileiros

pegando onda, resolveu entrar na água. Seguindo o mesmo exemplo, vários outros nativos

pegaram suas pranchas e fizeram o mesmo.

Para finalizar a discussão sobre o tema, Kellner aponta que "rejeitamos a

conhecida visão, de que a cultura pós-moderna da imagem é fundamentalmente rasteira e

unidimensional. Mas que com o discurso cinematográfico, abriu-se a possibilidade de ouvir

as múltiplas vozes". Além disso, Thompson esclarece que "o rápido desenvolvimento dessas

instituições e a exploração de um novo instrumental técnico, a produção e circulação de

formas simbólicas foi sendo crescentemente, mediada por instituições e mecanismos de

comunicação de massa".

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo de todo o trabalho, ficou claro que não se pode deixar a responsabilidade da

produção de filmes etnográficos apenas para os antropólogos. Mas também aos

realizadores que apresentem em sua obra qualquer inserção antropológica de um

determinado local ou comunidade, desde que retratem de forma original a cultura e o modo

de vida do objeto pesquisado. E sim, se faz necessário um novo exame estrutural de

gêneros etnográficos ou não do fazer documental. Sobre todo esse debate em torno da

cultura da mídia Kellner analisa o futuro da produção cultural:

"No futuro, talvez as pessoas aprendam a usar as novas tecnologias a fim de comunicar-se, de produzir suas próprias criações, que circularão e serão distribuídas por toda a sociedade, de tal modo que as vozes antes marginalizadas se possam fazer ouvir, que um amplo espectro e uma grande diversidade de culturas encontrem expressão, que as pessoas possam conversar entre si, ser criativas e participar da produção da sociedade e da cultura" (2006, p, 423).

O documentário Indo.doc não trata apena da tragédia ocorrida no sudeste asiático,

mas levanta questões sobre a cultura local, além disso, analisa a maneira como os

habitantes se utilizam da sua cultura para sobreviver em meio ao caos. O filme também

revela um pouco da cultura do surf e de como eles se preocupam em preservar e/ou

reconstruir de maneira humanitária os locais onde se pratica o surf.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALTMANN, Eliska. Verdade, tempo e autoria: três categorias para pensar o filme etnográfico. Revista ANTHROPOLÓGICAS, ano 13, vol. 20(1+2): 57-79 - 2009. COOLCAT. Indo.Doc. Disponível em: < http://www.coolcat.com.br/blog/?m=201010> Acesso em 24/06/2013. KELLNER, Douglas. A Cultura da Mídia - estudos culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno. Tradução de Ivone Castilho Benedetti. Bauru, SP: EDUSC, 2001. PIRES, André Fran. Não conta lá em casa. Rio de Janeiro; Ed. Record, 2013 SILVA, Heidy Vargas. Globo Shel e Globo Repórter-As Imagens documentários na TV Brasileira. Dissertação apresentada ao departamento de Multimeios, do Instituto de Artes, da Universidade Estadual de Campinas. 2009. SILVA, Marcos Aurélio. Eduardo Coutinho e o cinema etnográfico para além da antropologia. Cambiassu - Edição eletrônica - Revista Científica do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão - UFMA - ISSN 2176 - 5111 - São Luís - MA, Janeiro/Dezembro de 2010 - Ano XIX - Nº 7. THOMPSON, John B. Ideologia e Cultura Moderna - Teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa. 8a Ed, Rio de Janeiro: Vozes, 2009. WAVES, Portal Terra. Indo.Doc explora ponto zero do Tsunami. Disponível em: <http://waves.terra.com.br/surf/noticia/indodoc-explora-ponto-zero-do-tsunami/17246> Acesso em 24/06/2013. XPRESSSURF, Blog. Indo.Doc. Disponível em: http://xpressurf.wordpress.com/2008/11/07/indodoc2/> Acesso em 24/06/2013.