Trabalho de Filosofia Maquiavel

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A ÉTICA E O JUSTO MEIO Aristóteles é o criador da filosofia prática, isto é, um saber que tem por objetivo a ação. Para Protágoras ética era uma técnica e para Platão era parte integrante da vida contemplativa, portanto era um saber teorético. Aristóteles demarcou o campo da ação humana e distinguiu pelo método e pelo conteúdo o saber prático e o saber teorético. A ética é uma ciência pratica, isto é, um saber que tem por objetivo a ação, diferente da metafísica, física e filosofia da natureza que não criam seus objetos, apenas os contempla. Porém há um ponto em comum entre ética (ciência pratica), e as ciências teoréticas, pois o homem é um ser natural que segue os princípios e as causas de acordo com a física, o homem age tendo em vista um fim ou uma finalidade. Temos também a diferença entre a ciências praticas e as produtivas: as ciências práticas são atividades que possuem nelas mesmas os seus fins, já nas produtivas o fim é diferente das atividades utilizadas para produzi-las. Porem as duas tem como finalidade um bem. No caso da ética esse bem é do individuo que se prepara para viver com ou outros nas polis. O bem ético do individuo é a vida feliz, o bem viver e o bem agir, ou a felicidade.

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A tica e o Justo Meio

A TICA E O JUSTO MEIO

Aristteles o criador da filosofia prtica, isto , um saber que tem por objetivo a ao. Para Protgoras tica era uma tcnica e para Plato era parte integrante da vida contemplativa, portanto era um saber teortico. Aristteles demarcou o campo da ao humana e distinguiu pelo mtodo e pelo contedo o saber prtico e o saber teortico. A tica uma cincia pratica, isto , um saber que tem por objetivo a ao, diferente da metafsica, fsica e filosofia da natureza que no criam seus objetos, apenas os contempla. Porm h um ponto em comum entre tica (cincia pratica), e as cincias teorticas, pois o homem um ser natural que segue os princpios e as causas de acordo com a fsica, o homem age tendo em vista um fim ou uma finalidade. Temos tambm a diferena entre a cincias praticas e as produtivas: as cincias prticas so atividades que possuem nelas mesmas os seus fins, j nas produtivas o fim diferente das atividades utilizadas para produzi-las. Porem as duas tem como finalidade um bem. No caso da tica esse bem do individuo que se prepara para viver com ou outros nas polis. O bem tico do individuo a vida feliz, o bem viver e o bem agir, ou a felicidade.

A FELICIDADE

A tica determina a essncia do fim a ser alcanada, a essncia das aes e os meios para realiza-las. Segundo Aristteles a felicidade um bem perfeito, pois a sua busca no visa outros objetivos diferente da riqueza e da inteligncia que so gneros buscados como meios para outros fins, ou seja, a felicidade no buscada em vista de outra coisa e sim as outras coisas que so buscadas como meio para ela. Para Aristteles a felicidade no um estado de esprito, no obra de um s dia, nem de pouco tempo, mas sim de uma vida inteira, a vida plenamente realizada em sua excelncia mxima.

A CRTICA PLATO

Aristteles critica Plato por formular a idia universal do Bem - O Bem uma natureza diferente para cada indivduo, no se deve ser generalizado. A felicidade um bem para si mesmo e em si mesmo.

As aes humanas so possveis e no necessrias, pois depende da escolha voluntria e alternativa contrria, depende da escolha feita, um bem pode ser alcanado como pode no ser conseguido, e no tem um tempo correto para ocorrer este tipo de ao, por trs motivos principais: o homem tem uma vontade deliberativa para escolher a ao, em segundo, porque se refere ao futuro e este meramente possvel e no necessrio, e terceiro porque o Homem e dotado de vontade prpria e possui apetites e tendncias irracionais, sem que possa determinar, qual ser mais forte o efeito da ao.

A PAIXO

Devemos levar em conta tambm o apetite e o desejo, isto , a Paixo. Desejo por algo que nos impulsiona a afastar o que causa a dor e traga o prazer, logo desejo tambm causa a ausncia da dor, causada por uma afeco externa ou por sua imagem interiorizada e a causa dos nossos sentimentos ou das nossas emoes, constituindo nossa afetividade natural.

A paixo um acidente, paixo depende do momento e da ocasio um mesmo objeto pode causar dor ou prazer depende do estado do corpo ou da alma. Se levarmos para o lado Aristotlico dizemos que paixo um movimento natural porque somos feitos de matria e estamos sempre desejando, buscando vencer a carncia etc... E violento, porque a paixo pode nos mostrar o contrrio do natural, exagero entre excesso e falta, entre a busca desenfreada do prazer e a fuga desesperada da dor, est na origem de todos os vcios humanos, para que o desejo se torne passional e no virtuoso o elemento essencial da ao moral (Presena da Paixo), faz a tica do nosso desejo para no tornar em vcio.

Para Aristteles o desejo uma inclinao natural, que est propensa interna de nosso ser, um lado o externo e o outro o carter ou ndole, Assim complementa Aristteles, como os quatro elementos naturais (ar, fogo, terrae gua) o nosso corpo tambm tem quatro elementos que so usados de acordo com o nosso carter ou ndole, sempre utilizadono nosso ntimo: como j dissemos cada um pensa de um modo diferente, e as qualidades fundamentais so: sangneo, fleumtico, colrico e melanclico. Virtude algo queo Ser sabe ponderar, tem o justo meio e faz moderao, usa a prudncia. O desejo paixo, algo que nos impulsiona para o objeto exterior, em geral podemos dizer que bom desde que se submetem a medida racional, Por Isso diz Aristteles no nascemos bons, mas nos tornamos bons com os atos bons, pois atualizam nossa potencialidade para a Razo e para a Felicidade.

O AGENTE TICO E A VIRTUDE

Desejo, uma inclinao natural, considerado um movimento duplo: um objeto externo nos afeta e o nosso carter, ndole ou temperamento. Em grego, carter e ndole so chamados de thos (origem da palavra tica estudo do carter para determinao de como se tornar virtuoso).

A formao do nosso carter o temperamento, mistura dos quatro elementos com os quatro humores, onde h sempre uma predominncia de um sobre o outro, resultando outros quatro carter fundamentais (sanguneas, fleumtica colrico, melanclico), e cada temperamento (ou carter), possui desejos diferentes, pois seus objetos de cor de prazer so distintos e cada temperamento determina ou causa paixes diferentes tornando-nos propensos a determinadas doenas, vcios e virtudes O vcio a falta o excesso entre pontos externos hy bris (Falta de medida ou de moderao), Virtude uma juno da causa material (ethos), causa formal (natureza racional do agente), causa final (bem), e a causa eficiente (educao), ou seja, ela em justo meio (sem excesso ou falta), moderao de algo.

Na tica Aristteles, a medida moderadora o mdio, o justo meio e vista como uma cincia pratica da moderao ou da prudncia. A virtude, para Plato, era vista como aptido, uma viso erronia, pois ela uma disposio.

A tica tem tarefa de orientar-nos para adquirir hbitos (para tornarmos virtuosos e se possvel prudentes), que exercita nossa vontade sob a orientao da razo deliberada sobre os meios, e assim, poderemos escolher os fins nas nossas aes satisfazendo nossos desejos sem cair nos extremos (excesso ou falta).

O desejo uma paixo, uma submisso dos objetivos exteriores que nos afetam e aos impulsos e inclinaes interiores, determinados por nosso temperamento, ou seja, vontade. Virtude uma ao, uma atividade da vontade que delibera e escolhe segundo a orientao da razo, que visa a racionalidade da escolha, tornando o virtuoso, feliz.

Entende-se que os desejos no so bons nem maus e que as coisas desejadas tambm no so boas nem ms, e que os desejos tornam-se maus quando fazem do racional, ou seja, o desejo bom quando racional. Para Aristteles ningum nasce bom, mas se torna bom com atos bons, pois atualizam nossa potencialidade para a razo e para a felicidade.

O QUE EST E O QUE NO ESTA EM NOSSO PODER

Aristteles distingue aes voluntrias de involuntrias. Plato e Scrates acreditavam os apetites e desejos como aes involuntrias. J Aristteles considerava uma ao voluntria, pois era espontneo e natural das pessoas. Qual a diferena entre uma ao voluntria de uma involuntria? A ao involuntria aquela ao em que somos forados a realizar ou agimos por ignorncia, j a ao voluntria agimos por escolha e no pela necessidade natural espontaneamente sem constrangimento e sem ignorncia e com conhecimento das conseqncias de sua ao. Portanto as aes da natureza so involuntrias e as dos homens desde que no constrangidas e nem ignorantes so consideradas Voluntrias. Aristteles levanta uma questo que o que depende de ns e o que no depende de ns numa ao? O que depende realmente de ns o ato tico e voluntrio no momento da ao, j as circunstncias que se realizara no, pois so contingentes. Como podemos agir eticamente sendo que no temos o poder sobre as circunstancia que nos levam aos atos? Isso somente nosso interior pode responder racionalmente e prudentemente sobre as aes isso leva sempre como a virtude da pessoa. Aristteles define virtude como dois elementos bsicos para a virtude, o ato voluntrio uma escolha preferncias de uma deliberao natural, como isso temos em nosso poder a tica. Deliberamos somente pelo futuro e que pode acontecer com freqncia ou no (possvel) que depende exclusivamente de nossa ao. Ns no deliberamos sobre o fim. Mas em meio em vista dos fins, pois alcanamos um objetivo como um bem., pois no meio podemos investigar como e por que o fim acontecera. O ato moral por virtude uma escolha por desejo passional, que busca o impossvel ou segue uma necessidade natural de realizar uma ao determinada que permita o fim desejado, uma escolha deliberada um desejo acompanhado de reflexo e virtudes, logo virtude e vcios so atos voluntrios. Para se ter um ato virtuoso a pessoa deve saber, conhecer, escolher, e realizar o que quer.

Ex: Desejo um carro, mas para consegui-lo tenho que arrumar um outro emprego ou economizar, escolho economizar para logo poder compr-lo.

Sabemos que prazer e dor so naturais e determinantes ao desejo e podem ser excessivos eu deficientes (Vcios) e a medida exata chamada de virtude ou temperana. Para Plato o vicio provinha de ignorncia, j Aristteles defendia que a fraqueza da vontade se manifesta quando sabemos qual o bem e no conseguimos realizar. Agora podemos distinguir paixo de virtude. A paixo se move na contingncia; por ela que somos postos diante dos contrrios e colocados diante de possveis sobre os quais ela no tem poder nenhum. J a virtude exige a reflexo ali onde paixo se desloca irrefletidamente. A razo uma paixo refletida.

A PRUDNCIA E O PRUDENTE

Prudente todo o homem que decide sobre coisas boas para si, tambm podemos chamar de prudentes aqueles que, sabem calcular em prol de algum fim honesto que necessariamente no h nenhuma arte. Segundo Aristteles prudncia uma disposio prtica, estvel e razovel das coisas boas e ms para o homem e que a prudncia tem a resoluo do problema em qualquer circunstncia, podendo assim criar regras e regulamentos, tomando sempre a deciso correta em qualquer situao.

O prudente consegue identificar o bom de mal, a prudncia de grande importncia, pois nela h trs condies para que um ato seja virtuoso so elas passividade, a paixo e a liberdade. Assim podemos definir tica: uma ao voluntria, que vem de dentro de ns, que faz com que tomemos decises para nosso prprio bem. Com a prudncia passamos as chamadas virtudes dianoticas ou intelectuais.

AS VIRTUDES INTELECTUAIS E A FELICIDADE PERFEITA

A virtude intelectual segundo Aristteles trata-se da excelncia e a perfeio da alma racional cada um em sua prpria disposio. So virtudes cujos principais pontos so, prudncia e a sabedoria.

Para podermos melhorar explicamos termos que nos referimos de duas palavras, logos que significa reunir, juntar, contar etc e medo que significa cuidar, moderar, equilibrar etc. Nas virtudes ticas, a vontade racional exatamente o calculo moderador, que quer dizer que encontra em vrias virtudes dois extremos para poder orientar uma escolha.

Aristteles define como inclinao natural assim podendo ter suas faltas e seus excessos. Para Aristteles as virtudes so as mais desejveis, diferente de Plato, o quadro das virtudes de Aristteles muito mais ampla, pois abrange vrios sentidos do logos e medos, so virtudes, sabedoria pratica ou prudncia, arte, cincia, inteligncia e sabedoria.

A sabedoria terica a virtude mais alta das virtudes dianoticas. No livro tica a Nicmaco Aristteles cita a razo dessa superioridade, dentre elas cita a principal, a felicidade perfeita, que a mais perfeita porque se realiza atravs da parte divina que temos em ns, onde somos capazes de maneira para essa realizao do que para qualquer outra ao. Mas a felicidade inseparvel do prazer e vice e versa. Na vida teortica, desejado e desejos so iguais, pois no buscamos dentro de ns nada para complet-la, pois a ao amada nela mesma e por ela mesma, por isso a autarquia, a auto-suficincia e a independncia so possveis ao contrario das virtudes ticas onde a auto-suficincia impossvel, tanto porque necessrios os objetos de desejo e prazer, como porque so necessrios outros seres humanos. Enquanto na virtude contemplativa temos a felicidade perfeita, pois estamos isentos de fadigas e pena, com uma vida em paz e sossegada. Segundo Aristteles os mais virtuosos so os filsofos por se ocupar com coisas divinas. A idia de que a alma racional deve dominar e comandar a sensitiva nos leva a imaginarmos que Aristteles teria voltado ao platonismo, o que no o caso, pois, segundo Aristteles a racionalidade das virtudes ticas se encontra nelas mesmas e no num comando externo, e ele coloca o prazer frente das virtudes o que no platnico.

O prazer segundo Aristteles no tem inicio nem fim, um ato para si mesmo, um instante pleno e completo que acontece e desaparece, a cada sentido h um tipo de prazer. Procuramos o prazer porque desejamos viver, e a vida como o prazer aumenta nossa vontade de viver. por isso que Aristteles afirma que o prazer e a virtude so inseparveis, assim podemos dizer que as virtudes intelectuais so superiores das morais, pois, nela o prazer intenso e duradouro.

TRANSIO DA TICA PARA A POLTICA: JUSTIA E AMIZADE

A tica tambm est ligada a poltica pela subordinao dos bens individuais ao bem comum, a virtude tica diz respeito diretamente a lei: justia. A justia a virtude completa, pois quem a possui capaz de usa-la para si e para os outros. Justia e virtude so idnticas como disposio, porm diferentes em suas essncias. A mais alta virtude poltica a amizade entre os semelhantes e ela indispensvel para a vida, um bem nico, cada um desejando o bem do outro, um bem que no pode ser ignorado e deve ser reconhecido pelas partes envolvidas na relao. A amizade s existe entre os prudentes e justos, uma conseqncia da vida justa.

Bibliografia:

Chau, Marilena Introduo Histria da Filosofia

Faculdade Interao Americana

BRUNA ITIROCO MONTE

CAMILA CAULA BATISTA

JULIA DE PAULA LOPES

MARCELO AMAURI MOREIRA DE SOUZA

RODIMILDON BRISA

SIMONE RABE GRAVATIN

SORAIA TRINDADE DOS SANTOS

TRABALHO DE FILOSOFIA

So Bernardo do Campo 2006

Faculdade Interao Americana

BRUNA ITIROCO MONTE RA: 3796

CAMILA CAULA BATISTA RA: 4078

JULIA DE PAULA LOPES RA: 3785

MARCELO AMAURI M. DE SOUZA RA: 3864

RODIMILDON BRISA RA: 3895

SIMONE RABE GRAVATIN RA: 3961

SORAIA TRINDADE DOS SANTOS RA: 3963

TRABALHO DE FILOSOFIA

Trabalho para a disciplina de Filosofia II, do curso de Adminstrao em Marketing, da Faculdade Interao Americana, ministrada pelo Prof Anderson Alves Esteves, para aferio de nota processual

So Bernardo do Campo 2006