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SAMANTHA ANSELMO DA SILVA GAYA
Trabalho de Conclusão de Estágio CONTROLE DE ESTOQUE DE
MERCADORIAS DA FARMAIS NOITE E DIA 24 HORAS
Relatório Final desenvolvido para o Estagio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí.
ITAJAI – SC., 2007
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Ao Criador que em vossa infinita bondade,
me concedeu saúde e perseverança em busca de um ideal.
Aos meus pais que foram meus primeiros mestres, abnegados lutadores,
e que sempre estiveram do meu lado, apoiando e incentivando-me.
Ao meu orientador de estágio, Prof. pelos seus ensinamentos, por sua amizade e apoio em todos os momentos.
Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização do mesmo.
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“Se desejam ter o que fazer no futuro, precisam ser capazes de demonstrar a maneira
clara, precisa e convincente como podem agregar valor.
A resposta, aliás, a única: ter um projeto. Não qualquer Projeto, mas sim um que se inclua
naquilo que eu e meus colegas batizamos de “Grandes Projetos”:
Projetos que agregam valor, que são importantes, que fazem diferença, que deixam
um legado, que transformam você numa estrela”.
(PETERS, Tom, 1999).
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EQUIPE TÉCNICA
a) Nome do estagiário
Samantha Anselmo da Silva Gaya
b) Área de estágio
Materiais
c) Supervisor do campo
Agatha Cristina A. S. Gaya
d) Orientador de estagio
Prof. Guido Renato Miranda
e) Responsável pelos Estágios em Administração
Prof. Eduardo Krieger da Silva
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DADOS DE IDENTIFICAÇAO DA EMPRESA
a) Razão social
Farmácia Noite e Dia
b) Endereço
Av. do Estado, 1690
c) Setor de desenvolvimento do estagio
Saúde
d) Duração do estágio
240 horas
e) Nome e cargo do supervisor de campo
Agatha Gaya, proprietária
f) Carimbo e visto da empresa
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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA
Itajaí, 10 de Dezembro de 2007
A Empresa “Farmácia Noite e Dia”, pelo presente instrumento, autoriza a
Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho
de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pela
acadêmica SAMANTHA ANSELMO DA SILVA GAYA.
__________________________________
Agatha Cristina A. S. Gaya
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GAYA, Samantha Anselmo da Silva. Controle de Estoque de Mercadorias da “Farmais Noite e Dia 24 Horas”. 2007. TCE – Trabalho de Conclusão de Estágio. (graduação). Curso de Administração, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí.
Nesta fase de muita concorrência dentro do mundo dos negócios, com o aumento crescente no grau de exigências do mercado consumidor e também no nível de competitividade dos comércios interno e externo a qualidade e o aprimoramento dos processos da empresa são vitais para o bom desempenho e o alcance dos objetivos. É notável que cada vez mais, as empresas num contexto geral, estão priorizando, além de maximizar os lucros, atender e controlar o acompanhamento de seus planejamentos, ou seja, através do mesmo reduzir eventuais desvios ou ainda antecipar possíveis mudanças do mercado. Portanto, uma boa administração dos estoques é essencial como vantagem competitiva e desenvolvimento diante da concorrência, visto que além dos estoques, segundo muitos estudiosos, ter a função de funcionar como reguladores do fluxo de negócios, a administração dos estoques e o processamento do pedido são fatores preponderantes na geração de custos e níveis de eficiência e eficácia dos objetivos que se deseja alcançar junto aos clientes. Sendo assim, este estudo apresenta, através de uma pesquisa descritiva qualitativa com observação participante, analisar e propor melhorias no controle de estoques da Farmais Noite e Dia 24 horas, possibilitando que a empresa participe do mercado com vantagem competitiva. Palavras-chave: Controle de Estoque. Técnicas de Gestão. Vantagem Competitiva.
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SUMÁRIO
RESUMO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................9 1.1 Problema de Pesquisa ......................................................................................10 1.2 Objetivos ............................................................................................................11 1.3 Aspectos Metodológicos..................................................................................12 1.3.1 Caracterização do projeto ................................................................................12 1.3.2 Contexto e participação....................................................................................13 1.3.3 Instrumentos e procedimentos de coleta de dados ..........................................14 1.3.4 Tratamento e análise de dados ........................................................................15 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................16 2.1 Administração ...................................................................................................16 2.2 Administração de Materiais..............................................................................19 2.3 Definição de Logística ......................................................................................21 2.3.1 Logística atual ..................................................................................................22 2.3.2 Áreas da logística.............................................................................................23 2.4 Estoque ..............................................................................................................24 2.4.1 Objetivos e custos de estoque .........................................................................26 2.4.1.1 Custo de manutenção ou armazenagem de estoque....................................27 2.4.1.2 Custo de compras/aquisição/pedidos............................................................28 2.4.1.3 Custo da falta ................................................................................................28 2.4.2 Controle de nível de estoque............................................................................29 2.4.2.1 Manutenção de altos níveis de estoques ......................................................30 2.4.2.2 Manutenção de baixos níveis de estoques....................................................31 2.5 A Curva ABC usada no Gerenciamento de Estoques....................................31 3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO .............................................35 3.1 Contexto da Empresa........................................................................................35 3.2 Resultados da Pesquisa ...................................................................................36 3.2.1 Software utilizado pela Farmais .......................................................................36 3.2.2 Produto.............................................................................................................39 3.2.2.1 Demanda dos produtos e a Curva ABC ........................................................40 3.2.3 Identificando os processos de compras e recebimento dos produtos ..............45 3.2.3.1 Compras........................................................................................................46 3.2.3.2 Recebimento .................................................................................................47 3.2.4 Analisando o processo de saída do produto da empresa ................................49 3.2.5 Caracterizando o setor de estoque da Farmais................................................50 3.2.5.1 Armazenagem ...............................................................................................54 3.2.6 Sugestões ........................................................................................................56 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................59 REFERÊNCIAS......................................................................................................61 DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO ..............................................64 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS..................................................................65 ANEXOS: Planilhas desenvolvidas para a Curva ABC ....................................66
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1 INTRODUÇÃO
A relevância da Administração tem se apresentado nos últimos dois séculos,
de relevante importância para a evolução das organizações e da sociedade. Desde
a Administração científica até o momento atual percebe-se o quanto a ciência
contribui para consolidação da nossa sociedade.
De acordo com Maximiano (2000, p. 25) “A administração é processo ou
atividade dinâmica, que consiste em tomar decisões sobre objetivos e recursos”.
A meta principal de uma empresa é sem duvida maximizar lucros sobre o
capital investido em fábricas e equipamentos, financiamentos de vendas, reserva de
caixa, estoque. Espera-se então, que o dinheiro que está investido em estoques seja
facilitador necessário para a produção e o bom atendimento das vendas.
A função da administração de estoques é justamente maximizar este efeito
facilitador de vendas não realizadas e o ajustamento da produção.
Entende-se por política de estoques o conjunto de atos diretivos que
estabelecem, de forma global e específica, princípios, diretrizes e normas
relacionadas ao gerenciamento. Em qualquer empresa, preocupação da gestão de
estoques está em manter o equilíbrio entre as diversas variáveis componentes do
sistema, tais como: custos de aquisição, de estocagem, nível de atendimento das
necessidades dos usuários consumidores.
A administração de materiais se preocupa com as compras de mercadorias,
se estão disponíveis no instante correto para atender as necessidades da operação,
que esses produtos sejam comprados pelo menor preço e que a entrega seja mais
rápida, com maior prazo de pagamento.
O sucesso empresarial é resultado de uma série de decisões estratégicas
que atua em todos os departamentos da empresa. Na logística assim como em
outras áreas da empresa, presenciamos uma verdadeira revolução tecnológica em
termos de disponibilidade de informação e meios de comunicação eficazes e
eficientes.
Neste sentido, dois aspectos são apontados por vários estudiosos, como
relevantes para a permanência das organizações no ambiente em que estão
inseridas. O primeiro tem relação em prever o futuro, o que nesse novo contexto,
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pode fornecer indicações de caminhos seguros para a organização trilhar. O
segundo, inclui a capacidade da organização em agregar valor aos seus produtos e
serviços, o que leva a organização a gerenciar não só aspectos financeiros, mas
também qualidade, inovação e outros atributos.
A valorização da logística na estratégia empresarial, tendo uma visão de
processo sistêmico, através de planejamento, organização e controle efetivo das
atividades, promove o melhor nível de rentabilidade nos serviços e distribuição aos
clientes e consumidores. A logística agrupa, portanto, atividades relacionadas ao
fluxo de mercadorias (produtos), informações e serviços, cujas atividades primárias
são o transporte, a manutenção de estoques e o processamento de pedidos, ao qual
contribuem com a maior parte do custo total e são essenciais para o cumprimento da
tarefa logística.
Com o aumento no mercado varejista farmacêutico atualmente em Balneário
Camboriú, a empresa percebe cada vez mais a importância de trabalhar com a
menor perda possível, assim identifica-se a necessidade de controlar precisamente
seu estoque, buscando assim menos desperdício, facilidade nas compras, oferecer
também segurança contra furtos internos e externos.
Sendo assim, frente ao contexto apresentado, a proposta de um plano para
controlar os estoques da Farmais Noite e Dia, trata de uma questão chave dentro
das empresas, uma vez que a utilização de controle de estoque preciso dificilmente
terá perdas grandes.
1.1 Problema de Pesquisa
Quais os fatores da logística que influenciam na eficiência de controle de
estoque de uma Farmais Noite e Dia 24 horas?
O presente trabalho proporciona o desenvolvimento e aplicação de
conhecimentos adquiridos durante o curso de Administração e uma experiência
prática para o aluno, destacando a importância estratégica para essa empresa da
área farmacêutica com a utilização de um projeto, proporcionando uma oportunidade
de futura implementação, buscando um controle mais correto, minimizando perdas.
A empresa ambiciona uma grande participação no mercado, para tanto é necessário
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o desenvolvimento de uma visão e estratégias profissionalizadas.
Visto que nunca foi realizado algum estudo envolvendo a administração de
estoques nesta empresa se estará apresentando dados até então novos, o que
caracteriza a originalidade do estágio.
O estágio será viável, pois a empresa fornecerá todas as condições para que
a mesma seja efetuada, além das transparências das informações, poderá ser
coletada no software da empresa, e nos arquivos a situação de fato.
Para a empresa há um grande interesse em desenvolver tal estágio, não
limitando, portanto, qualquer gasto, enquanto para a acadêmica, torna-se importante
porque será colocado em prática a teoria estudada, além disso, o estágio promove
assimilação dos conceitos e desenvolve o senso critico e analítico.
1.2 Objetivos
Este trabalho de estágio tem como objetivo geral propor melhorias no
controle de estoques da Farmais Noite e Dia 24 horas.
São os seguintes os objetivos específicos:
��caracterizar o software usado pela empresa;
��identificar os processos de entrada e saída dos produtos;
��estudar a curva ABC do estoque da empresa;
��viabilizar programa de contagem periódica para análise de desvio de
estoque;
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1.3 Aspectos Metodológicos
Existem diversos enfoques para a conceituação de metodologia, Gil (1999)
define que os métodos gerais procuram levar o pesquisador a objetividade que se
faz necessária para se chegar os fatos sociais, ou seja, uma ordem que se segue na
investigação da verdade, assim sendo, a metodologia traça o caminho para se
desenvolver uma pesquisa.
1.3.1 Caracterização do projeto
Este trabalho de estágio com o objetivo de analisar o controle de estoque da
Farmais Noite e Dia se caracteriza com tipologia de análise formativa, pois, pretende-se
analisar a situação atual e propor melhorias no processo, a qual Roesch (1999),
descreve como sendo um tipo de pesquisa que visa melhorar ou aperfeiçoar sistemas e
processos. A função da avaliação formativa, numa perspectiva ampla, supõe uma ação
do avaliador em direção ao desenvolvimento e crescimento do avaliado.
Dessa forma, o presente trabalho delineia-se quanto aos seus propósitos,
baseado em Roesch (1999), como pesquisa descritiva qualitativa. Com relação aos
meios da investigação, e a técnica de coleta de dados, caracteriza-se como
observação participante, que, segundo Gil (1999), expõe como um dos mais
utilizados nas ciências sociais dos mais modernos com alto grau de precisão.
Diante do exposto acredita-se que o presente estudo fica devidamente
adequado quanto aos seus objetivos.
A pesquisa caracteriza-se como qualitativa. Para Richardson (1999) a
pesquisa qualitativa tem como objetivo, situações complexas, determinando o
problema, analisando a interação de certas variáveis, dando possibilidade de
compreender e classificar os processos dinâmicos vividos por grupos sociais, a
prioridade depende da natureza do fenômeno analisado e o material que os métodos
permitem coletar.
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1.3.2 Contexto e participação
A empresa “Farmais Noite e Dia 24 horas” foi escolhida para validar o
presente estudo que teve como objetivo analisar e propor melhorias no controle de
estoque. A acadêmica por meio da observação participativa, consultas documental e
questionamentos informais levantará dados referentes ao tema pesquisado junto à
população do estudo, a qual será composta pelo público interno da Farmácia, ou
seja, a proprietária, o gerentes e funcionários, que compõem o quadro funcional
dependendo da necessidade, também com o público externo como, por exemplo, os
fornecedores. Assim se pode considerar que o caso para validar o modelo foi
escolhido através de amostragem intencional.
De acordo com Roesch (1999, p.138),
[...] uma população é um grupo de pessoas ou empresas que se interessa entrevistar para o propósito especifico de um estudo”. “Uma população é um grupo de pessoas ou empresas que interessa entrevistar para o propósito específico de um estudo.
Entretanto, acredita-se que o melhor processo utilizado foi o de amostra
intencional: escolhidos casos para a amostra que representem o “bom julgamento”
da população/universo.
Oliveira (2001) ressalta que a amostragem é uma etapa importante no
delineamento da pesquisa e pode determinar a validade dos dados obtidos. Na
presente pesquisa, foram utilizadas informações resgatadas com indagações em
uma amostra intencional por conveniência. Tal tipo de amostra acontece quando o
pesquisador seleciona os membros da população mais acessíveis.
A amostra intencional é classificada como sendo não probabilística por
Mattar (1996). Isto gera a impossibilidade de generalização de resultados, “mas
pode ser útil e até mesmo preferível em relação à amostra probabilística em uma
série de situações” (OLIVEIRA, 2001, p. 4).
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1.3.3 Instrumentos e procedimentos de coleta de dados
Para Marconi & Lakatos (1996, p. 57), “o levantamento de dados, primeiro
passo de qualquer pesquisa científica, é feito de duas maneiras: pesquisa
documental (fontes primárias) e pesquisa bibliográfica (fontes secundárias)”.
Para as autoras, a característica da pesquisa documental é que a fonte de
coleta de dados está restrita a documentos escritos, que constituem o que se
denomina de fontes primárias. Essas podem estar à disposição do pesquisador no
momento em que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois.
Pretende-se com o auxílio da pesquisa documental analisar situações de
problemas relacionados ao controle de estoque. Assim, será efetuado um
levantamento e a análise dos dados contidos nos documentos da empresa, tais
como seu organograma e seus diversos relatórios de análise de demanda, controle
de pedido, inventário, entrada por fornecedores, margem de contribuição, posição
semanal (recebimentos e pagamentos), controle de estoque, balancete simplificado,
apuração de preços, livros fiscais, comissão de vendedores, vendas, entre outros.
Além disso procurar-se-á conhecer o programa de gestão empresarial em uso.
Os dados utilizados neste estudo foram obtidos por intermédio de fontes
primárias, compreendendo os documentos colocados à disposição da pesquisadora
pela proprietária e gerente da empresa objeto de estudo; fontes secundárias,
compreendendo o material bibliográfico já publicado sobre o tema de estudo, ou
seja, livros, revistas, relatórios de pesquisas, monografias, teses, etc., e, pesquisa de
campo, compreendendo a observação dos fatos e fenômenos que ocorreram
espontaneamente, realizada por meio de entrevista e observação participante, que,
segundo Roesch, (1999) a observação é uma técnica para conseguir informações e
utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade, permitindo
interpretar os processos, levantando o dimensionamento e a necessidade.
Segundo Marconi e Lakatos (1996, p. 82),
[...] a observação participante consiste na participação real do pesquisador com a comunidade ou grupo. Ele se incorpora ao grupo, confunde-se com ele. Fica tão próximo quanto um membro do grupo que está estudando e participa das atividades normais deste. Destaca-se que essa inserção se dá de uma maneira natural. Assim, o pesquisador, ao mesmo tempo que participa das atividades rotineiras de um grupo, realiza a sua pesquisa. Dessa forma, é possível ao pesquisador fazer com que as pessoas confiem nele e compreendam o objetivo e a importância da investigação.
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Neste trabalho, empregou-se a entrevista do tipo semi-estruturado ou
despadronizado. A entrevistadora, de posse de um roteiro com questões abertas
relativas ao tema, teve a liberdade de questionar razões e motivos, direcionando a
conversação para os assuntos que considerava mais adequados, sem estar atrelada
a uma estrutura formal.
1.3.4 Tratamento e análise de dados
Neste trabalho de estágio é importante voltar o delineamento da pesquisada
e que esta seja definida de uma forma clara, ou seja, explicar o tipo de estudo que
será usado, recorrendo a ajuda de computadores.
Para uma análise qualitativa das informações coletadas, o tratamento dos
dados foi elaborado a partir da análise de conteúdo, que segundo Roesch (1999)
permite que o pesquisador avalie com profundidade e detalhes os eventos da
implementação de um programa na empresa.
A tabulação será apresentada em forma de textos explicativos e conclusivos,
utilizando o software Microsoft Word, e planilhas Microsoft Excel, onde se
desenvolveram quadros e tabelas, a fim de buscar sintetizar dados e observação de
modo que se tornem mais compreensivos, para a visualização dos resultados.
O principal modelo proposto para análise deste trabalho é o sistema de
classificação ABC, a aplicação deste modelo tem por objetivo dar base para a
pesquisa, pois são estratégias de análises reconhecidamente eficazes, passiveis de
serem seguidos, aplicadas e adaptadas as diversas situações que se pode encontrar
no desenvolvimento desta.
Dessa forma, os dados foram identificados, descritos e confrontados com as
informações levantadas no referencial teórico. Foram ainda organizados e
analisados de forma a permitir extrair respostas às questões de pesquisa e assim
alcançar os objetivos propostos.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
As atividades de administração de materiais são bastante complexas e
completamente interrelacionadas, cada atividade é parte do processo.
Segundo Martins e Alt (2000) a administração dos recursos materiais
engloba a seqüência de operações que tem seu início na identificação do
fornecedor, na compra do bem, em seu recebimento, transporte interno e
acondicionamento, em seu transporte durante o processo produtivo, em sua
armazenagem como produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao
consumidor final. Assim relaciona-se abaixo a seqüência de operações desde a
identificação do fornecedor até o consumidor final:
1. Cliente. 2. Sinal de demanda 3. Identificar fornecedor 4. Comprar materiais 5. Transportar 6. Recebimento de armazenagem 7. Movimentação interna 8. Armazenagem do produto acabado 9. Expedição 10. Transporte (MARTINS & ALT, 2000, p.5).
Independente da área selecionada, o trabalho deve ser feito voltado para o
lado de uma administração profissional a quem cabe o gerenciamento, o controle e a
direção da organização de suas áreas específicas. Desta maneira o administrador
prevê, planeja, organiza, comanda e controla o funcionamento, visando aumentar a
produtividade, rentabilidade e controle dos resultados.
2.1 Administração
Dentre inúmeras mudanças nas empresas, de uma forma geral a
administração surge com o intuito de fornecer informações que favoreçam as
empresas inseridas em um mundo cada vez mais globalizado. Ao longo de toda
história o homem sempre possuiu inteligência para inventar maneiras de melhor
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utilizar seus esforços e conseguir os melhores resultados para a sua vida pessoal e
profissional.
Como pessoa, um administrador tem seu dia-a-dia cheio de decisões que
tem que ser tomadas, envolvendo assim todo o conteúdo do administrativo. Ressalta
Maximiano (2000, p.22) que “a tarefa de tomar decisões sobre a definição de
objetivos e a utilização dos recursos necessários para atingi-los chama-se
administração”.
A administração pode ser considerada como sendo em primeiro lugar a ação
para o desenvolvimento da empresa ou para a tomada de decisão. Segundo
Maximiano (2000, p.26) “a administração é um processo de tomar decisões e
realizar ações que compreende quatro processos principais interligados:
planejamento, organização, execução e controle”.
A administração também combina um objetivo determinado com a facilitação
de sua utilização para atingir as metas da empresa. Alcançando ações de maneira
coerente a utilizar seus recursos e realizando os objetivos pela empresa almejada,
sendo que, o estudo da administração é propriamente o impacto sobre o
desempenho das organizações.
A administração é simplesmente fazer algo que possa ser inovador, flexível
e criativo.
Este setor foi dividido em grandes áreas: administração financeira,
administração de recursos humanos, administração da produção, administração
mercadológica, organização sistemas e métodos e administração de materiais.
Todas as atividades empresariais envolvem recursos financeiros que se
destinam para obtenção de lucros, a função financeira compreende um conjunto de
atividades relacionadas com a gestão dos fundos movimentados por todas as áreas
da empresa, sendo responsável pela obtenção dos recursos necessários e pela
formulação de uma estratégia voltada para otimização do uso desses fundos, essa
função também contribui significativamente para o sucesso do empreendimento
(BRAGA, 1989).
Gitmam (2001) define finanças como a arte e a ciência de administrar
fundos. Onde quase todos os indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam
fundos, gastam ou investem. Finanças abrangem processos, instituições, mercados
e investimentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e
governos.
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Administração financeira ajuda a empresa a manterem seus negócios e
funcionando de acordo com os padrões e as necessidades das mesmas. Manter o
negócio em operação significa usar da melhor forma os fundos de recursos obtidos.
De acordo com Kawasnicka (1987) o sistema global da administração financeira está
baseado nas decisões de investimento e a decisão de distribuição, de lucros e de
financiamentos.
A função de administração de pessoal está diretamente direcionada a área
de departamento de recursos humanos que procura desenvolver a empresa e os
funcionários que nela trabalham através de recursos, selecionando e desenvolvendo
todo o potencial desses colaboradores.
As pessoas trazem para a organização suas habilidades, conhecimentos, atitudes, comportamentos, percepções etc. Sejam diretores, gerentes, funcionários, operários ou técnicos, as pessoas desempenham papéis altamente diferentes, os cargos dentro de uma hierarquia da autoridade e de responsabilidade existente na organização. Ademais, as pessoas são extremamente diferentes entre si, constituindo um recurso altamente diversificado em face das diferenças individuais de personalidade, experiência, motivação etc. (CHIAVENATO, 1999, p. 141).
A administração de produção é uma função muito importante na
organização, porque se mal administrada afeta diretamente o nível pelo qual ela
satisfaz a seus consumidores, tendo impacto sobre a produção de bens e serviços.
(SLACK, 1997).
Para Erdmann (2000), é a geração de produtos que podem variar desde
ferramentas e maquinaria até a recreação ou informação, isto é, desde bens até
serviços, é, portanto o resultado prático, material ou imaterial, gerado
intencionalmente por um conjunto de fatores, para ter uma utilidade.
A Administração mercadológica tem como objetivo gerir e sustentar a política
da demanda do mercado em função da empresa, preocupando-se em desenvolver e
analisar todas as suas áreas. Desenvolver planos relacionados aos setores de
planejamento de vendas, projetos de novos produtos, plano de distribuição dos
produtos, previsão dos recursos humanos necessários, pesquisa de mercado,
análise das tendências do consumidor e plano de promoção e propaganda.
Marketing é o processo de planejamento e execução desde a concepção,
apressamento, promoção e distribuição de idéias, mercadorias e serviços para criar
trocas que satisfaçam os objetivos individuais e organizacionais (COBRA, 1992, p.
34).
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De acordo com Rocha (2001) assim define-se Organizações Sistemas e
Métodos (OSM) como uma função mista das funções de organizar e planejar uma
empresa, desenvolvendo uma estrutura de recursos e operações, para poder ser
determinado os planos que a empresa traçou e, consecutivamente, seus métodos.
A OSM definitivamente realiza um trabalho importante dentro das
organizações, pontos específicos, localizados no interior das estruturas
organizacionais ajudando assim para uma melhor compreensão da estrutura da
empresa.
2.2 Administração de Materiais
A administração de materiais tem como responsabilidade o planejamento e o
fluxo de materiais e seus objetivos principais são maximizar a utilização dos recursos
da empresa e fornecer o nível requerido de serviço ao consumidor.
Definindo de maneira mais ampla a administração de materiais, sabe-se que
esta estabelece conceitos e aquisições sobre a compra de produtos
desempenhando um papel de ajudar na parte de estocagem e na própria entrega do
produto.
A administração de materiais deve planejar as propriedades da empresa
para atender a demanda. A capacidade é a habilidade do sistema de produzir ou
entregar bens. Prioridade e capacidade devem ser planejadas e controladas para
atender a demanda de consumidores e custo mínimo. (ARNALD, 1999, p.31).
De acordo com análises essa definição acima, de administração de
materiais, ainda pode ter incluído o planejamento da produção e dos tempos
necessários para vários processos, o controle de estoques, inspeção de
recebimento, entrada de produtos, estoques dos produtos acabados. De uma forma
geral, as empresas, sem dúvida possuem idéias para maximizar mais ainda o lucro
sobre o capital investido em sua empresa, sendo esses investimentos em fábricas,
equipamentos, financiamentos de vendas e reserva de caixa ou em estoques.
Os enfoques encontrados na administração de materiais são dirigidos a
administração de recursos, sistemas de controle e de informações e processos. A
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administração de recursos é uma parte baseada em técnicas que integram os
elementos de tecnologia e otimização na integração de pessoas e na utilização de
materiais e instalação ou equipamentos. De acordo com Martins (2000), as principais
técnicas ligadas à administração de materiais são: JIT (Just in Time), que é um
sistema que os fornecedores devem mudar os suprimentos a medida que eles vão
sendo necessários na produção; o fornecedor preferencial, que é a técnica de
selecionar fornecedores e garantir qualidade, eliminando testes de recebimento e
garantindo feedback e correção de defeitos na fábrica do fornecedor; dentre outras
várias técnicas existentes na administração de matérias.
Na administração de materiais, a política de estoque também é algo
importante, principalmente no que diz respeito a estabelecer padrões para medir
controles de performance dos produtos que são entregues aos clientes. Conforme
Dias (1995) na política de estoques administração controle da empresa deverá
determinar ao departamento de controle de estoques o programa de objetivos a
serem atingidos, metas da empresa quanto ao tempo de entrega de produtos ao
cliente, a definição da rotatividade dos estoques, a especulação com relação aos
estoques.
Na verdade todos são Administradores de Materiais, só que não se percebe.
Pense no abastecimento da sua própria casa: comprar mantimentos, produtos de limpeza, de higiene pessoal, vestuário, etc. Para isso, é necessário: saber comprar, para garantir a qualidade e a quantidade do que será consumido, ao menor custo; controlar, para evitar consumo desnecessário e não correr risco de falta; armazenar adequadamente, para evitar perdas (VIANA, 2000, p. 41).
O objetivo de materiais é maximizar o investimento em estoques,
aumentando o uso eficiente dos meios internos da empresa, diminuindo assim o
capital investido. De acordo com Dias (1995) os estoques de produtos acabados,
para quaisquer que sejam as decisões tomadas, terão influência sobre todos os
tipos de estoques, é preciso repensar dentro da área de matérias, investir em
produtos com maior rotatividade e que não fiquem parados no armazém.
Pode-se dizer que administração de materiais é um conjunto de atividade
que permite o planejamento e a operação de sistemas que envolvem as diversas
etapas pelas quais passam tanto a matéria-prima como os produtos acabados,
desde o fornecedor, as fases intermediárias, até o consumidor final.
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2.3 Definição de Logística
Dentre as várias definições dos autores, acredita-se que, Logística é a
atividade que tem como objetivo, satisfazer as necessidades do cliente, entregando
o produto no lugar certo, no tempo exigido, com a qualidade esperada, ao menor
custo possível.
Segundo a definição de Ballou (1993, p.24):
A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos, desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação, que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes, a um custo razoável.
Cristopher (1992), define a Logística como o processo de gerenciar
estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e
produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e
seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e
futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo.
Em complementação, a Logística trata de todas as atividades de
movimentação e armazenagem, do fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da
matéria-prima até o ponto de consumo final, e do fluxo de informações inerentes ao
processo, almejando níveis de serviços adequados aos clientes a um custo razoável.
Portanto, a Logística estuda como prover melhor o nível de rentabilidade nos
serviços de distribuição aos clientes e consumidores.
Consiste na missão principal da Logística de acordo com Ballou (1995)
“colocar as mercadorias ou os serviços no lugar e no instante corretos e na condição
desejada, ao menor custo possível” (BALLOU 1995, p.23)
De acordo com Kobayashi (2002), Logística, é a atividade que deve oferecer
aos clientes, artigos comerciais, produtos e serviços com rapidez, a baixos custos e
com satisfação.
Para Martins e Caixeta-Filho (2001), a logística empresarial, tem como
objetivo, garantir a disponibilidade de produtos e materiais nos mercados e pontos
de consumo com a máxima eficiência, rapidez e qualidade, e a custos controlados.
22
2.3.1 Logística atual
No cenário atual a logística é um fator essencial para a empresa se
sobressair perante a concorrência. O mundo globalizado trouxe consigo as
exigências cada vez maiores dos consumidores e em função disso as empresas de
todos os segmentos buscam se destacar melhorando seu desempenho com a ajuda
da logística.
O ambiente atual de competitividade acirrada, decorrente da queda de barreiras alfandegárias e globalização da economia, somados a um maior grau de exigência dos clientes, faz crescer em empresas industriais e de serviços à busca por melhores desempenhos, através da melhoria e seus sistemas produtivos e gerenciais. (VIANA, 2000, p.01).
Segundo expressa Viana (2000), para boa parte das empresas em todo o
mundo, os recursos e os consumidores estão espalhados em uma ampla área
geográfica. Esse é o problema enfrentado pela logística: diminuir o hiato entre a
produção e a demanda, de modo que os consumidores tenham bens e serviços
quando e onde quiserem, e na condição física que desejarem.
A logística tomou grande importância frente ao mercado no final da segunda
guerra mundial quando a economia verificou que a tecnologia crescia de forma
acirrada e que os processos atuais não davam suporte ao que o consumidor exigia.
Nessa fase a descoberta de novos materiais e a miniaturização dos produtos em
conjunto com a tecnologia exigiam que a logística fosse o suporte desses processos.
A importância da logística no atual estado da economia mundial é crescente na medida em que se toma consciência de seu grande valor, fenômeno notado principalmente a partir do final da segunda guerra mundial, havendo também um enorme progresso da tecnologia e da descoberta de novos materiais, com a conseqüente miniaturização dos produtos. (ROCHA, 2001, p.03).
Conforme Fleury, et al. (2000), a logística, até então restrita ao seu papel
clássico de transportar, armazenar e disponibilizar bens para transformação e
consumo, assumiu novo papel – o de Logística empresarial, implementada de forma
integrada, sob o conceito de gestão da cadeia de suprimentos (supply chain
management). Profissionais devem estar preparados para identificar e utilizar
recursos e processos que contribuam para o enfrentamento da concorrência na
23
sociedade capitalista. Para sobreviverem nesse mercado de acirrada competição, e
serem bem-sucedidas, as organizações precisam desenvolver "vantagens
competitivas" e implementar relações colaborativas na cadeia de suprimentos por
meio de negociações produtivas. O resultado esperado deverá privilegiar o trinômio
qualidade/produtividade/custos.
2.3.2 Áreas da logística
Com o passar do desenvolvimento da logística surgiram os setores fazendo
uma divisão por áreas. É uma forma de organização dos processos logísticos. A
logística serve áreas desde o fabrico, a produção estoque e armazenagem, a
distribuição, planejamento e administração dos transportes, sistema de
processamento de pedidos, marketing e serviço ao cliente. Dentre outras áreas de
menor importância.
De todas as áreas da logística existem três atividades que são de suma
importância para atingir o nível de serviço ao consumidor, são elas o transporte,
manutenção dos estoques e processamento de pedidos.
O transporte é uma das atividades logísticas mais importantes por ser a que
tem a maior parcela dos custos logísticos. A manutenção dos estoques, pois a
empresa precisa manter seu centro de distribuição em um ponto estratégico para que
o produto esteja o mais próximo possível do consumidor final e em contrapartida
precisa manter o seu nível de estoque o mais baixo possível já que uma maior
quantidade sem giro gera custos adicionais para a empresa. E por fim o
processamento de pedidos onde os custos são irrisórios em relação aos anteriores
citados, mas é de suma importância por ser ela quem dá o inicio ao ciclo do pedidos
que é o princípio das áreas da logística.
Conforme expressa Dias (2006, p. 01),
Identificamos assim, três atividades que são de importância primária para atingir os objetivos logísticos de custo e nível de serviço, estas atividades chaves são: Transportes - Refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos. (...) Para a maioria das firmas, o transporte é a atividade logística mais importante simplesmente por que ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. Manutenção dos estoques - O estoque agrega valor de tempo. A administração de estoques envolve
24
manter seus níveis tão baixos quanto possíveis, ao mesmo tempo em que provê a disponibilidade desejada pelos clientes. Processamento de Pedidos - Processamento de pedidos é uma atividade logística primária. Sua importância deriva do fato de ser um elemento critico em termos do tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes.
A escolha da estratégia para um sistema logístico fornece um esquema e
um plano de decisões específicas sobre a matéria. Saber escolher a estratégia
acertada é muitas vezes mais significante do "ponto de vista financeiro e do cliente,
do que a otimização de questões menos pertinentes" (VALVET, 2002, p. 1).
2.4 Estoque
Os estoques são materiais e suprimentos que uma empresa ou instituição
mantém, seja para vender ou para fornecer insumos ou suprimentos para o processo
de produção. Todas as empresas e instituições precisam manter estoques.
Slack (1997) define estoque como a acumulação armazenada de recursos
materiais em um sistema de transformação. Mas o mesmo autor lembra que estoque
também é usado para descrever qualquer produto armazenado. Contudo, Viana
(2000) apresenta entre outras, uma definição mais simples e generalista para
estoque, definindo-o como uma reserva para ser utilizada em tempo oportuno.
Uma boa explicação do motivo da formação dos estoques também é dada
por Slack (1997), segundo este autor, faz-se necessário a formação de estoques por
que há diferença entre fornecimento e demanda. Essa desarmonia força a
acumulação de materiais, de modo que quando o fornecimento for maior que a
demanda, haverá acumulação de produtos. E quando o fornecimento for menor que
a demanda, é justamente a quantidade acumulada que deve compensar a diferença
até que a situação normalize-se.
Considerada por muitos a base para o gerenciamento da cadeia de
suprimentos, a definição de uma política de estoques depende de quatro questões
colocadas por Wanke (2000):
�� onde localizar os estoques: Esta decisão é referente à centralização
ou à descentralização dos mesmos, vis-à-vis a análise de algumas dimensões relevantes, como o giro, o valor agregado e os níveis de
25
serviço exigidos pelo cliente final: �� quando pedir o ressuprimento: busca-se determinar se a empresa vai
seguir ou não a metodologia sugerida pelo ponto de pedido: �� quanto manter em estoques de segurança: ao calcular o estoque de
segurança como função das variabilidades na demanda e no lead time de ressuprimento, as empresas devem determinar se é possível reduzi-lo sem prejuízo para os níveis de disponibilidade de produto exigidos pelo mercado:
�� quanto pedir: busca-se determinar se é mais adequado para uma empresa adotar a metodologia do lote econômico de compras ou implementar o regime de ressuprimento just in time. (FLEURY, WANKE & FIGUEIREDO 2000, p.187)
A boa administração dos estoques é essencial como vantagem competitiva e
seu desenvolvimento diante concorrentes da empresa.
Os estoques têm a função de funcionar como reguladores do fluxo de
negócios. Como a velocidade com que as mercadorias são recebidas – unidades
recebidas por unidade de tempo ou entradas – é usualmente diferente da velocidade
com que são utilizadas – unidades consumidas por unidades de tempo ou saídas, há
a necessidade de um estoque, funcionando como um amortecedor.
Devido ao fato de não se conhecer a demanda futura e não havendo
disponibilidade de suprimentos a todo momento, as empresas acumulam estoques
para assegurar essa disponibilidade.
Ballou (1995) descreve as finalidades de manutenção de estoques pelas
empresas, destacando a melhoria do serviço ao cliente que consta do auxílio ao
serviço do departamento comercial (vendas), quanto maior a demanda, maior a
quantidades de mercadorias a serem entregues. Disponibilidade imediata de
mercadorias ou tempos de ressuprimentos pequenos, mesmo quando a oferta é
sazonal.
Destaca também a economia de escala, em que os custos de aquisição
são inversamente proporcionais ao volume de compra. Quanto maior o lote,
menores serão os custos de frete (equivalente à carga do veículo), e preços das
mercadorias ocasionada por descontos.
O autor Ballou (1995) ainda ressalta a importância da proteção contra
aumento de preços: compras efetuadas em grandes volumes diminuem o efeito do
aumento de preços praticados pelos fornecedores, diga-se, em tempo de aumento
inflacionário; bem como a proteção contra oscilações de demanda, englobando
aqui a garantia de disponibilidade de mercadorias diante das incertezas do mercado
e do tempo de entrega, deve-se manter um estoque adicional (estoque de
26
segurança); e, ainda a proteção contra contingências, sendo esta a garantia de
disponibilidade de estoques contra contingências externas, incêndios, inundações,
outros.
O valor do estoque varia muito de uma empresa para outra e dependendo
da forma como é avaliado, da mesma forma o estoque pode ser mais importante
para uma do que para outra empresa. Os estoques são recursos ociosos que
possuem um valor econômico e que estão destinados a suprir qualquer necessidade
no momento certo gerando lucro, assim a sua viabilidade, desfazendo a atratividade
deste investimento, conforme Viana (2000) e Francischini (2002).
Pode-se afirmar então que, à medida que os estoques vão sendo utilizados,
seu valor se converte em dinheiro, o que melhora o fluxo de caixa e o retorno sobre
o investimento. Existe um custo de estocagem dos estoques, que aumentam os
custos operacionais e diminui os lucros.
Não é concebível, frente à concorrência, a necessidade de longos prazos
para o atendimento das necessidades do cliente. A criação de estoques é a solução
para esse problema, pois haverá disponibilidade dos materiais necessários no
momento certo. Ou seja, conforme Martins e Alt (2000, p.137)
Atender aos clientes na hora certa, com a quantidade certa e requerida, tem sido o objetivo da maioria das empresas. Assim, a rapidez e presteza na distribuição das mercadorias assumem cada vez mais um papel preponderante na obtenção de uma vantagem competitiva duradoura.
Em contrapartida criação de estoques e sua manutenção acarretam custos e
despesas que podem inviabilizar o atendimento do cliente num preço competitivo.
Considerando que existem fortes motivos para a criação de estoques de
materiais da mesma forma que existem para a extinção destes, deve-se trabalhá-los
de forma racional e equilibrada, reduzindo-os ao mínimo possível sem comprometer
o máximo de benefícios que o estoque pode oferecer.
2.4.1 Objetivos e custos de estoque
O objetivo dos estoques é balancear os custos de manutenção de estoques,
27
custos de aquisição e de falta de estoques.
Um dos principais desafios da logística é conseguir gerenciar a relação entre
custos e o nível de serviço. Como o preço é um qualificador e o nível de serviço um
diferenciador perante o mercado, os esforços assumem um papel preponderante nos
custos da empresa.
Para Ballou (1995) estes custos têm comportamentos conflitantes, visto que:
[...] quanto maiores as quantidades estocadas, maiores serão os custos de manutenção. Será necessária menor quantidades de pedidos, com lotes maiores, para manter níveis de inventário [...] O objetivo é encontrar um plano de suprimento que minimize o custo total. (BALLOU, 1993, p.213).
Segundo Ballou (2004, p. 249) “as razões para manter estoques relacionam-
se com o serviço ao cliente ou com as economias de custo derivadas indiretamente
dele”. Ou ainda segundo esse autor, a necessidade de manter estoques acarreta
uma série de custos à empresa, custos estes classificados por Balou (1993), em
custos de manutenção, para Dias (2006) custos de armazenagem; o custo de
aquisição ou compra (BALOU, 1993) ou custo de pedido (DIAS, 2006) e ainda,
segundo ambos os custos de falta.
2.4.1.1 Custo de manutenção ou armazenagem de estoque
As empresas, entretanto devem estar conscientes dos custos para manter
estoques, pois a manutenção de estoques é considerada de suma importância para
garantir competitividade.
De acordo com Ballou (1993, p.123), “Estão associados a todos os custos
necessários para manter certa quantidade de mercadoria por um período de tempo”.
Segundo Dias (2006), todo e qualquer armazenamento de material gera
determinados custos que são:
�� juros; �� depreciação; �� aluguel; �� equipamentos de movimentação; �� deterioração; �� obsolescência; �� seguros; �� salários; �� conservação.
28
Segundo ainda o autor, todos eles podem ser agrupados nas seguintes
modalidades:
�� custos de capital (juros, depreciação); �� custos com pessoal (salários, encargos sociais); �� custos com edificação (aluguéis, impostos, luz, conservação); �� custos manutenção (deterioração, obsolescência, equipamento).
2.4.1.2 Custo de compras/aquisição/pedidos
Estes, conforme Ballou (1993, p.212), “Estão associados ao processo de
aquisição das quantidades requeridas para a reposição do estoque”. Ou seja, uma
ordem de compra envolve custos que originam no custo do pedido, como o
transporte, custo de manuseio e por fim o preço da mercadoria.
2.4.1.3 Custo da falta
Os custos associados à falta de estoque estão intimamente associados ao
nível de serviço atingido, sendo sua quantificação financeira. Apesar de sua grande
importância, raramente são utilizados para Ballou (1993, p.212) “São aqueles que
ocorrem caso haja demanda por itens em falta, [...]. Este custo pode ser estimado
como lucro perdido na venda agregada de qualquer perda de lucro futuro [...]”.
Existem certos componentes de custo que não podem ser calculados com
grande precisão, mas que ocorrem quando um pedido atrasa ou não pode ser
entregue pelo fornecedor. De acordo com Dias (2006), pode-se determinar os custos
de falta de estoque ou custo de ruptura das seguintes maneiras:
�� Por meio de lucros cessantes, devido à incapacidade do fornecimento. Perdas de lucros, com cancelamento de pedidos;
�� Por meio de custeios adicionais, causados por fornecimentos em substituição com material de terceiros;
�� Por meio de custeios causados pelo não-cumprimento dos prazos contratuais como multas, prejuízos, bloqueio de reajuste;
�� Por meio de quebra de imagem da empresa, e em conseqüência beneficiando o concorrente (DIAS, 2006, p.49).
29
Garcia (2001) coloca que a gestão de estoque abrange uma grande gama
de atividades de uma empresa, normalmente existem custos, que não os de
manutenção de estoque ou associados diretamente à falta de produto, que são
impactados pelo processo de gestão. A definição de quais custos devem ser
considerados é função das características operacionais de cada empresa, devendo
ser identificados seus principais impactos na gestão de estoque.
As dificuldades em estimar os custos de faltas, de acordo com Ballou (2004)
leva às empresas em optarem por estratégias de atendimento diretamente pelo
estoque disponível.
2.4.2 Controle de nível de estoque
Inicialmente, antes de adentrar-se ao controle do nível de estoque, deve-se
dissertar, mesmo que de forma sumária sobre os princípios do controle do estoque.
Segundo bibliografia encontrada existem diversos aspectos que devem ser
definidos, antes de se montar um sistema de controle de estoques, como por
exemplo, os diferentes tipos de estoques existentes em uma empresa; os diferentes
pontos de vista quanto ao nível adequado que cada um deve manter para atender às
necessidades e, outro como a relação existente entre o nível do estoque e o capital
necessário envolvido.
Referente aos objetivos existentes para que se organize um setor de
controle de estoques, embasando-se em Dias (2006, p.25) têm-se como os
principais:
a) determinar “o que” deve permanecer em estoque: número de itens; b) determinar “quando” se devem reabastecer os estoques: periodicidade; c) determinar “quanto” de estoque será necessário para um período
predeterminado: quantidade de compra; d) acionar o departamento de compras para executar aquisição de
estoque: solicitação de compra; e) receber, armazenar e guardar os materiais estocados de acordo com as
necessidades; f) controlar os estoques em termos de quantidade e valor; fornecer
informações sobre a posição do estoque; g) manter inventários periódicos para a avaliação das quantidades e
estados dos materiais estocados; h) identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.
30
As empresas atribuem importâncias variadas aos controles de nível de
estoques. Os recursos investidos em estoques variam grandemente dependendo do
setor a que a empresa pertence. Quando administram estoques, as empresas estão
cuidando de parcela substancial dos seus ativos. Daí a justificativa de a maioria das
empresas terem um departamento, setor ou divisão, para cuidar e gerir os materiais
em estoques quer sejam matéria-prima, quer sejam produtos em processo ou
acabados (MARTINS; ALT, 2000).
O controle de estoques exerce grande influência na rentabilidade da
empresa, no qual pequenos erros acarretam prejuízos, portanto, o nível de estoque
a ser adotado é fundamental para o sucesso das mesmas.
O controle do nível de estoque de forma eficaz, naturalmente, está
associado à previsão da demanda quanto à época em que se realizará, como
também em relação à quantidade. A projeção de vendas passadas, com o emprego
de técnicas matemáticas e estatísticas, fazendo as correções quanto a evolução do
mercado internacional, é a técnica de previsão mais comum em grande empresas.
No mercado há softwares prontos para calcular os níveis de estoque previstos. O
prazo considerado na previsão depende fundamentalmente do tempo de
ressuprimento. Em princípio, transportadores que oferecem um tempo de
ressuprimento menor e, principalmente, mais confiável devem ter a preferência de
compradores e fornecedores (BALLOU, 1993).
2.4.2.1 Manutenção de altos níveis de estoques
Pode-se dizer que, de um modo geral, significam maior probabilidade de
pronto atendimento aos clientes. O departamento comercial gostaria que os
estoques fossem sempre elevados e com grande variedade, pois, dessa forma,
teriam muito mais flexibilidade na hora de vender, podendo prometer prazos curtos
ou mesmo imediatos para as entregas.
O não atendimento de um pedido, no rompimento, na quantidade e prazo
solicitado pelo cliente, traz, certamente, prejuízo à empresa. Embora seja muito
difícil quantificar monetariamente esse prejuízo.
Os principais itens responsáveis por elevados estoques são de acordo com
31
Ballou (1993), matéria-prima e material em processo não necessários ao
balanceamento ótimo do ciclo de produção e produto acabado que não possa ser
vendido ou acima do nível necessário para satisfazer a futura demanda e a
capacidade de produção.
2.4.2.2 Manutenção de baixos níveis de estoques
As empresas cada vez mais tem objetivo de reduzir estoques e buscando
garantir disponibilidade de produto aos clientes, mantendo um ótimo nível de serviço
e alcançando vantagens competitivas.
O que vem determinando este tipo de política, segundo Wanke (2000), são:
�� a diversidade crescente no número de produtos, que torna mais
complexa e trabalhosa a contínua gestão dos níveis de estoque, dos pontos de pedidos e dos estoques de segurança;
�� elevado custo de oportunidade de capital, reflexo das proibitivas taxas de juros brasileiras, tem tornado a posse e a manutenção de estoques cada vez mais onerosas;
�� foco gerencial na redução do capital circulante líquido, uma das medidas adotadas por diversas empresas que desejam maximizar seus indicadores de Valor Econômico Adicionado (Economic Value Added – EVA) (FLEURY, WANKE & FIGUEIREDO 2000, p.182).
2.5 A Curva ABC usada no Gerenciamento de Estoques
A classificação ABC é uma atenção administrativa dada aos itens de
estoque com maior valor.
A curva ABC é um importante instrumento para o administrado, ela permite identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamentos adequados quanto à sua administração. Obtém-se a curva ABC através da ordenação dos itens conforme a sua importância relativa (DIAS, 2006, p.83).
Para Messias (1993, p. 103) a classificação ABC "É um método que consiste
separar em três grupos ABC, classificando-os de acordo com os seus valores, e
dando importância de controle de materiais de maior valor monetário".
32
Completando Messias, de acordo com Arnold (1999), a classificação ABC é
utilizada para classificar itens de acordo com a sua importância, ter um controle
melhor a um custo razoável, baseando-se na observação de um pequeno número de
itens com custos mais altos.
O perfil de curva ABC deriva da observação dos perfis dos itens nas
empresas, tratando-se de uma ferramenta gerencial que permite identificar quais
itens justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua importância relativa.
O princípio da classificação ABC ou curva 80 – 20 é atribuído a Vilfredo
Paretto, um renascentista italiano do século XIX, que em 1897 executou um estudo
sobre a distribuição de renda. Através deste estudo, percebeu-se que a distribuição
de riqueza não se dava de maneira uniforme, havendo grande concentração de
riqueza (80%) nas mãos de uma pequena parcela da população ( 20% ).
A partir de então, tal princípio de análise tem sido estendido a outras áreas e
atividades tais como a industrial e a comercial, sendo mais amplamente aplicado a
partir da segunda metade do século XX.
De acordo com Dias (2006), a curva ABC tem sido bastante utilizada para a
administração de estoques, para a definição de políticas de vendas, para o
planejamento da distribuição, para a programação da produção e uma série de
problemas usuais de empresas, quer sejam estas de características industriais,
comerciais ou de prestação de serviços.
Considerando-se as atividades de uma empresa, todos os materiais
merecem atenção. Contudo, analisando o estoque sob o prisma econômico-
financeiro (movimentações de valor),verifica-se que existe uma variação na
importância dos diferentes itens, "poucos vitais, muitos triviais". (FRANCISCHINI;
GURGEL, 2002, p. 98).
Sendo assim, qualquer inventário estudado destaca-se por uma pequena
porcentagem de itens responsável por grande porcentagem do valor global (classe
A), enquanto se tem, em contrapartida, uma grande porcentagem de itens
responsável por parte irrisória do valor global (classe C). Situando-se numa faixa
intermediária das anteriores têm-se os itens classe B.
Para Slack, Chambers e Johnston (2002, p. 402): "os itens com
movimentação de valor particularmente alto demandam controle cuidadoso,
enquanto aqueles com baixas movimentações de valor não precisam ser controlados
tão rigorosamente". É através da CURVA ABC que se pode conhecer, portanto, a
33
ordem de prioridade de uma lista de estoques, separando (segundo Pareto) o
essencial do trivial, tornando possível estabelecer uma política de gestão, definindo
procedimentos e critérios específicos, de ação administrativa, capazes de melhorar o
desempenho da organização.
Desta forma, alude Jacobsen (2006, p.36):
Os itens A devem permanecer em estoque pelo menor tempo possível, o controle deve ser mais rigoroso, as previsões feitas com maior exatidão possível, e a movimentação desde o fornecedor até a utilização final programada e acompanhada atentamente, acarretando significativo resultado. Os itens C podem ser estocados em quantidades maiores, exceção feita aos produtos perecíveis (importante não deixar faltar), com controles menos rígidos em termos de quantidade e freqüência, requerendo menor esforço administrativo e pouca imobilização de capital. Para os itens da classe B o tratamento pode ser intermediário, devendo ser controlados de forma atenta, mas flexível.
Sendo assim, constatar-se-á que uma pequena economia obtida na
administração do estoque dos itens classe A significará para a empresa muito mais
do que uma grande economia nos itens classe C, conforme alude Jacobsen (2006).
Alerta ainda Jacobsen (2006, p. 37), que “a lógica da CURVA ABC deve ser
usada com certos cuidados. Alguns itens de estoque, independentemente da classe
(A, B ou C) a qual pertencem, apresentam particularidades que exigem tratamentos
diferenciados dos demais”.
Sendo assim, uma análise ABC é preparada freqüentemente para
determinar o método mais econômico para controlar itens de estoque, pois, através
dela torna-se possível reconhecer que nem todos os itens estocados merecem a
mesma atenção por parte da administração ou precisam manter a mesma
disponibilidade para satisfazer os clientes. Assim, conduzir uma análise ABC é com
freqüência um passo muito útil no projeto de um programa de ação para melhorar a
performance dos estoques, reduzindo tanto o capital investido em estoques como os
custos operacionais.
Ballou (1993) coloca que dentro do critério ABC, podem-se estabelecer
níveis de serviços diferenciados para as diversas classes, por exemplo: 99% para
itens A, 95% para itens B e 85% para itens C, de forma a reduzir o capital
empregado em estoques, ou podem-se usar métodos diferentes para controlar o
estoque e, assim, minimizar o esforço total de gestão.
Em suma, é inegável a utilidade da aplicação do princípio ABC aos mais
34
variados tipos de análise onde se busca priorizar o estabelecimento do que é mais
ou menos importante num extenso universo de situações e, por conseqüência,
estabelecer-se o que merece mais ou menos atenção por parte da administração,
particularmente no que diz respeito às atividades de gestão de estoques.
35
3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO
Neste capítulo estão apresentados os resultados da pesquisa como a
caracterização do software usado pela empresa; o estoque, bem como a
identificação dos processos de entrada e saída dos produtos, o que possibilitará
analisar e propor melhorias no controle de estoques da Farmais Noite e Dia 24
horas.
3.1 Contexto da Empresa
A cidade de Balneário Camboriú é uma cidade turística, atingindo 1 milhão
de habitantes durante a alta temporada, assim sendo torna-se uma cidade bastante
atraente para investimentos, por apresentar uma menor taxa de risco e significativa
quantidade de consumidores com alto poder aquisitivo.
Nos anos 80, a cidade de Balneário Camboriú atravessava a sua transição
de uma cidade turística para uma cidade de população urbana mantendo todas as
vantagens do pólo turístico. Nesse momento a família Gaya vislumbrou a
possibilidade de exploração de um comércio varejista no ramo farmacêutico. Assim
sendo, tornou realidade através da instalação de uma farmácia chamada Farmácia e
Drogaria Noite e Dia.
Após alguns anos, em função da carga de trabalho, mostrou certo
desinteresse pelo negócio. Mas a inclinação para o ramo fez com que um membro
da família se formasse em farmácia, ressurgindo a idéia de reinvestimento na área,
de forma a desenvolver a vertente empreendedora do profissional, a família à
motivou, novamente, em investir na área farmacêutica. Surgindo uma oportunidade
de negócio.
A escolha do local levou em consideração o fator estratégico, assim sua
avaliação se direcionou para uma avenida de grande fluxo de pessoas e
automóveis, em uma área com quase 100m2, e, principalmente, pela proximidade
aos hospitais e clínicas de saúde.
36
Avaliando o mercado e concorrentes, percebeu a possibilidade de associar-
se a uma franquia. Ao entrar em contato com uma franquia denominada Farmais,
teve o retorno bastante positivo com favorabilidade de uma possível negociação.
Foram analisados pontos fortes e fracos, a otimização pela utilização de software da
franqueadora e a melhoria da competitividade através de compras de vantagens
exclusivas.
Dessa forma a proposta de franquia de uma marca de renome nacional e
com reconhecimento popular, tornou-se extremante favorável. Concluiu-se, após 5
meses, que este seria um negócio viável, tanto para empresa, quanto para os seus
clientes.
Enfrentou certa dificuldade com a marca antiga, sem reconhecimento local.
Com esse novo modelo operacional através de franquia, foi necessária a adequação
estrutural do local, exigindo, também, investimentos em mídia e publicidade. Sua
inauguração foi realizada no dia 13 de outubro de 2005, portanto, é uma empresa
nova, em atuação apenas dois anos, mas, engajada na competição acirrada do
mercado visualizando constantemente novas estratégias e melhorias para o seu
sucesso.
3.2 Resultados da Pesquisa
Inicialmente caracterizou-se o software usado pela empresa; analisou-se o
estoque da empresa identificando os processos de entrada e saída dos produtos,
cuja análise possibilitou propor melhorias no controle de estoques da “Farmais Noite
e Dia 24 Horas”.
3.2.1 Software utilizado pela Farmais
O Sistema SevenShop é uma solução de automação comercial elaborada
para permitir que as lojas de varejo obtenham elevado nível de eficiência através da
37
utilização de código de barras, micro terminais de balcão e TEF- Transferência
Eletrônica de Fundos, para vendas em cartão de crédito e débito.
Permite redução de custos, melhor controle de estoque e maior domínio na
administração do estabelecimento, adequando-se a diferentes portes e ramos de
atividades, por possibilitar a contratação de seus módulos segundo as necessidades
de cada estabelecimento.
Totalmente desenvolvido para ambiente Windows, de fácil operação,
permitindo a abertura fácil de mais de uma tarefa simultaneamente (multi-tarefa),
podendo ser executado em rede ou mono-usuário.
O Sistema SevenShop pode ser configurado de acordo com as
necessidades de cada estabelecimento, como as lojas de varejo, englobando
livrarias e papelarias, calçados, bijuterias, confecções, drogarias, óticas, lojas de
conveniência, materiais de construção e elétricos, móveis, perfumarias,
supermercados, tapetes e cortinas, entre outros.
A empresa Farmais Noite e Dia 24 horas utiliza este software, sendo o
mesmo denominado SevenShop Básico.
Esta solução é voltada para a automação comercial dos processos de
vendas e estoque. Além disso, seus módulos permitem um controle detalhado das
rotinas administrativas do estabelecimento comercial através da emissão de
relatórios operacionais.
Através do módulo de cadastro de produto, efetua-se a manutenção dos
preços, exclusão e inclusão de novos produtos. As informações necessárias desse
cadastro, como por exemplo, preço e apresentação do produto, são utilizados no
atendimento ao cliente.
Os módulos desta versão são os seguintes:
Cadastro:
Apresentando as funções :
��Manutenção do cadastro de produtos;
��manutenção do cadastro de clientes;
��manutenção de tabelas auxiliares;
��manutenção do cadastro de fornecedores e fabricantes;
��manutenção do cadastro de bancos
Check-Out:
38
Trata-se do módulo que administra todas as vendas, devoluções e
cancelamentos de produtos, efetuando recebimentos em dinheiro, cheque, cartão,
prazo e outros, como tickets e vales, e tem como funções :
��Vendas pelo caixa (por descrição, código interno e código de barras);
��TEF – Transferência Eletrônica de Fundos para vendas em cartão de
crédito e débito;
��recebimento dos pagamentos em dinheiro, cheque, cartão ou prazo;
��posição de caixa;
��sangria ( entrada/saída de valores );
��emissão de extrato da posição do caixa;
��fechamento de caixa ou múltiplos caixas;
��quitação de vendas a prazo;
��processo de redução “Z” e leitura “X” da impressora fiscal.
Gerência:
Trata-se do módulo no qual são extraídas as informações relativas ao
resultado da empresa. Principais funções:
��Relatórios operacionais diários;
��fechamento das vendas a prazo;
��manutenção do cadastro de usuários;
��manutenção do cadastro de comissões;
��avaliação do resultado dos inventários;
��histórico de produto;
��posição dos caixas.
Operação:
Módulo responsável pela execução do fechamento diário, manutenção
técnica e segurança do ambiente de processamento de dados. Principais funções :
��fechamento diário;
��cadastro de periféricos;
��back-up ou cópia de segurança;
��organização de arquivos;
��restauração de cópia de segurança;
��configuração de impressão de etiquetas;
��parametrização do sistema
Estoque:
39
É responsável pelas movimentações especiais de estoque, tais como :
quebras, faltas, vencimento de validade, compra manual, transferência, roubo/furto,
entre outros, permite ainda a execução de inventário ou contagem física de estoque,
além da emissão de catálogos de produtos. Apresenta como funções :
��movimentação de estoque;
��geração de catálogos de produtos;
��contagem física ou inventário;
��manutenção de dados de produtos (enfoque Estoque).
A versão básica do SevenShop permite também realizar vendas on line em
cartão de crédito e débito através de TEF – Transferência Eletrônica de Fundos,
porém este recurso ainda não é utilizado pela Farmais Noite e Dia 24 Horas.
3.2.2 Produto
Em geral, as farmácias e drogarias trabalham com uma média de cinco mil
itens em seu estoque, dentre medicamentos, produtos de higiene pessoal e
perfumaria.
Na Farmais Noite e Dia os materiais são agrupados por linhas:
- Genéricos : O medicamento genérico é aquele que contem o mesmo
principio ativo de um medicamento de referência ( ético), normalmente na mesma
dose, apresentação farmacêutica, via administrativa pela mesma via e indicação
terapêutica. Sendo, bioequivalência, comprovada e controlada pelo Ministério da
Saúde.
-Similares: Os similares são medicamentos que possuem o mesmo fármaco, a
mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e
indicação terapêutica do medicamento de referência, mas não tem a sua
bioequivalência comprovada.
-Éticos: São medicamentos de referência, com marca e patente,
desenvolvido por uma indústria farmacêutica. Sendo que a patente fica por um
período com a mesma, e depois é liberada para o desenvolvimento dos
40
medicamentos genéricos.
-Psicotrópicos: são medicamentos que exigem um controle especial perante
os órgãos específicos fiscais.
- Perfumaria: são produtos de higiene pessoal e beleza.
3.2.2.1 Demanda dos produtos e a Curva ABC
Através de relatórios de vendas da empresa dos meses de dezembro,
janeiro e fevereiro, organizados em uma planilha Excel, pode-se visualizar quais os
produtos mais vendidos.
Com o auxilio desta planilha, aplicou-se a técnica de classificação ABC, (na
qual) é um instrumento fundamental principalmente no ramo em questão, pois
permite identificar os itens que justificam atenção e tratamentos adequados quanto a
sua administração/controle.
A construção da curva ABC, foi feita com a finalidade do conhecimento do
grau da imobilização de capital dos itens mantidos regularmente no estoque.
Para o elaboração da Curva ABC do estoque da farmácia, nos meses de
maior demanda, que são os meses de dezembro, janeiro e fevereiro de 2007, foram
considerado os seguintes elementos e providencias:
- Nome do material;
- custo unitário;
- demanda unitária durante o período estudado;
- cálculo da demanda em valor monetário;
- e Ordenação decrescente dos itens em função da demanda em valores
monetários.
Após a construção da planilha no Excel, foi evidenciado que, a forma mais
adequada de fazer a divisão dos itens de estoque na farmácia em questão, que
possui uma grande variedade de materiais (aproximadamente 6.000 itens),
também pela questão operacional, muitos itens ficaria inviável controlar, então o
ideal ficou em: Classe A 50%, B 30% e C 20%, conforme pode ser visto no Anexo
1. A limitação desta análise se dá ao fato do período estudado ser referente aos
meses de dezembro, janeiro e fevereiro de 2007, que esse mesmo estudo deve
41
ser feito, pelo menos, em outro período, como alguns meses de inverno, para
verificar a importância dos itens de estoque dentro deste novo período.
A divisão das classes, acima de tudo, requer o uso do bom senso por parte
do administrador. Pozo (2004, p. 86) afirma que “não existe regra restrita ou fixa”.
Portanto o ideal foi ter como classe A, algo como 4,7% dos itens acumulando um
total em valor monetário de R$ 168.002,53, B 17% representam R$ 100.767,65 e C
R$ 67.070,19.
Tubino (1997, p.109) defende a distribuição escolhida como classe A
representando um percentual oscilando entre 50% e 70% do volume de compras,
como B 20% e 30% e C 10% e 20%.
Os 4,7% dos itens classificados como A, representam 245 itens, B com 17%
representam 963 itens e C 4505 itens, sendo um total de 5.713 itens, acumulando
R$ 335.840,37 que correspondem aos gastos em itens de estoque durante o período
estudado.
Considerando as atividades de uma empresa, todos os materiais merecem
atenção, portanto, analisando o estoque sobre prisma econômico-financeiro, verifica-
se que existe uma variação na importância dos diferentes itens. Com essa
ordenação dos materiais, o gerente de materiais pode estabelecer prioridades e
critérios de análise.
Dessa forma os itens classificados como A, deverão ter um estoque maior,
devem permanecer em estoque pelo menor tempo, devendo ter uma elaboração
mais criteriosa das previsões e, monitorar o consumo destes itens com freqüência
para maior segurança.
Os produtos classificados como B também deverão encontrar-se com
número em estoque, mas é preciso analisar com mais cautela as previsões, pois
esses produtos são intermediários.
Já os produtos que se apresentaram como C, o tratamento deve ser feito
com muito critério, pois são produtos que não giram tão rápido, porém não com
menos importância, devendo levar-se em consideração, que o cliente sempre quer
levar todos os medicamentos necessários ao seu tratamento.
Para Slock, Chambers e Johnston (2002, p.402) “os itens com
movimentação de valor particularmente alto demandam controle cuidadoso,
42
enquanto aqueles com baixas movimentações de valor não precisam ser controlados
tão rigorosamente”.
É através da Curva ABC que se pode conhecer, a ordem de prioridade em
uma lista de estoques, assim podendo estabelecer uma política de gestão, definindo
procedimentos e critérios específicos, capazes de melhorar o desempenho da
organização.
Alguns itens de estoque independente da classe que se apresentam exigem
tratamentos diferenciados dos demais, principalmente em relação a itens sazonais,
muito comum nesse ramo, é preciso chegar no final deste período sazonal com seus
estoques baixos, para prevenir contra possibilidade de obsolência, perecibilidade ou
mesmo deterioração do material.
A empresa tem o objetivo de reduzir seus estoques, mas buscando garantir
a disponibilidade de produtos ao cliente, que se por ventura na prescrição dada por
um médico, um único medicamento de tantos prescritos estiver em falta há uma
grande probabilidade da venda ser cancelada pelo cliente.
Observa-se a falta de um adequado controle nas quantidades solicitadas
destes produtos, pois foram identificados alguns produtos que chegaram a perder a
sua validade.
A seguir, o gráfico da Curva ABC.
Curva ABC
0,00
50000,00
100000,00
150000,00
200000,00
250000,00
300000,00
350000,00
400000,00
AMIDALIN LARANJA 20PAST
GESSO SINT HC 10CMCINZA
TIPOIA IDEAL DIR G SH SUAVE COCONUTRIT 350ML
SH SUAVE CAB CACH 350ML
Medicamentos
R$
Gráfico 1: Curva ABC Fonte : Farmais Noite e Dia. Período de Dez/2006, Jan/2007 e Fev/2007.
Gráfico 2: Gastos em itens de estoque. Fonte : Farmais Noite e Dia. Período de Dez/2006, Jan/2007 e Fev/2007.
45
Depois de conhecidos e realizada a curva ABC dos produtos, constatou-se
alguns problemas em razão da falha de dados expostos no sistema da empresa em
relação à quantidade de produtos, valor da compra, valor de venda, sendo assim, foi
necessário a conferir todos os preços e corrigi-los. (Planilhas do Excelll em anexo).
A empresa não utiliza de todos os recursos disponíveis e facilitadores de
tecnologia, correndo o risco por falta de produtos em estoque onde poderá acarretar
uma série de custos para a empresa, na qual este custo pode ser estimado como
faturamento perdido na venda agregada de qualquer perda de lucro futuro.
3.2.3 Identificando os processos de compras e recebimento dos
produtos
A entrada e o processamento de reabastecimento são fatores essenciais no
tempo da disposição das mercadorias ao cliente. As atividades se resumem em
atividades de transmissão do pedido ao fornecedor; consulta à documentação que
contém informações do estoque, vendas e faturas; documento contendo a ordem de
reposição para atualização de estoque; registro escrito da solicitação do pedido;
verificação do crédito do cliente (no caso de solicitação de remédios de alto custo,
controlados e solicitados seqüencialmente pelo cliente).
A entrada dos produtos se dá através do módulo, formado pelas atividades
que estão na interface entre o cliente e o fornecedor, envolvendo a forma pelo qual a
informação de venda é fornecida, o que é transmitido e como é realizada a
comunicação, com o objetivo de obter o menor tempo, maior precisão de dados ao
mínimo custo da operação.
Uma pequena parcela, ou seja, 5% da encomenda para procedimento de
compras é solicitada pelos atendentes, enviando à área de compras a necessidade
de comprar um item para o uso em benefício da empresa. O restante é feito pela
farmacêutica na qual imprime toda saída do dia anterior até o momento, e faz o
pedido diário. A função de comprador era até recentemente atribuições do dono da
empresa, que negociava desde as condições de pagamento até prazos de entrega,
porém, foi criada na empresa a área de compras.
46
A solicitação de pedidos geralmente é realizada através de contato
telefônico ou fax, correio, diretamente aos vendedores/representantes ou através de
terminais eletrônicos e internet, o que vem agilizar e evitar a falta de produtos em
aproximadamente 80% após as opções de novas tecnologias.
Em determinadas épocas do ano, como no verão, aumenta o número de
pedidos, a quantidade dos produtos, pois a demanda com o fluxo de turistas é muito
maior, bem como no inverno existe uma maior número de solicitações e de produtos
para gripe, tosse, resfriado, por exemplo, em que se realiza pedidos mais freqüentes
e em quantidades maiores.
3.2.3.1 Compras
A compra de produtos é realizada de acordo com a divisão:
��Medicamentos, similares, perfumaria e produtos de marca própria
Diariamente. É feito pedido de medicamento, através da geração de relatório
com as vendas do período. O pedido é feito pelo telefone, direto com
representante e por pedido eletrônico, em home Page ou programas
específicos.
��Similares
Esses produtos possuem uma grade pré-definida junto aos representantes.
Os mesmos juntamente com o comprador realizam a verificação do estoque
remanescente num período de 7 a 15 dias para fazer a reposição de acordo
com o estoque determinado.
��Perfumaria
O departamento de compras de perfumaria verifica todos os produtos em
falta, ou com pouca quantidade, na qual é realizado através do pedido
diretamente com o representante dentro da loja.
Produtos de marca própria (Farmais), é feito uma avaliação pelo
representante da franquia quinzenalmente. O comprador então, analisa para
ver o que realmente a loja precisa, finalizando o pedido.
O processo de compra para produtos novos, é realizado quase que da
mesma forma, porém não há dias pré-estabelecidos, depende do fornecedor, oferta
e disponibilidade do encarregado da compra.
47
A franquia disponibiliza uma vantagem perante a compra de alguns produtos
em determinada época, o produto é comprado por todas as franquiadas, sendo uma
quantidade de pedido significativa para que a mercadoria entre para venda com um
preço mais barato tornando-se uma vantagem competitiva diante dos concorrentes
deste ramo de atuação.
3.2.3.2 Recebimento
Quando a mercadoria chega na empresa, é conferida a nota fiscal, validade
dos produtos e embalagem, visto que os medicamentos só deverão ser recebidos
acompanhados de documentação fiscal (exemplo: nota fiscal, nota de empenho,
guia de remessa etc.). A não-conformidade do documento em relação aos produtos
entregues ou a falta de algum produto, é imediatamente comunicado ao
responsável, pelo transporte da mercadoria e fornecedor. De acordo com os
responsáveis, se faz um registro na hora ou até mesmo, devolve-se a mercadoria
através de nota fiscal de devolução.
Para maior segurança na conferência, a recepção deve dispor de cópias de
todos os pedidos de compras efetuados.
Referente à embalagem, os medicamentos deverão estar nas embalagens
originais, devidamente identificadas e sem apresentar sinais de violação, aderência
ao produto, umidade e inadequação em relação ao conteúdo. Obedecendo a
legislação vigente (Portaria SVS n° 802/98, de 08/10/98) (BRASIL, 1998c).
Outro item a ser observado, é quanto à rotulagem que deve estar de acordo
com o que estabelece a legislação vigente (Artigo 3° da Portaria SVS n° 802/98, de
08/10/98) (BRASIL, 1998c):
��lote - quantidade de um medicamento que se produz em um ciclo de
fabricação, cuja característica essencial é a homogeneidade;
��número do lote - combinação distinta de números e/ou letras que
identifica determinado lote em seu rótulo, registros e certificados de
análises. O número do lote do medicamento recebido deverá ser o
mesmo constante na Nota Fiscal;
��validade - data limite de vida útil do medicamento expressa na
48
embalagem e produto.
Como citado por Marin (2003), para que o fármaco exerça o máximo da ação
benéfica desejada e o mínimo de efeitos adversos, é necessário que o medicamento
mantenha preservada as condições de estabilidade. A estabilidade é, assim, a
propriedade de um produto em preservar – dentro de limites estabelecidos e sob
determinadas condições ambientais – as mesmas características físicas, químicas e
farmacológicas, durante seu período de vida útil. Esse espaço de tempo, no qual se
assegura sua integridade, representa o período de validade.
Porém, deve-se ressaltar que esta função de inspeção, bem como a da
qualidade apresenta aspectos diversificados e complexos devido à grande variedade
de produtos constantes dos catálogos do setor da saúde.
Dessa forma, Viana (2002) descreve que um sistema de recebimento de
materiais deve ter, como um dos seus requisitos, o gerenciamento global, que irá
determinar, entre outras, as vantagens de:
��racionalização e agilização, no âmbito operacional, das rotinas e
procedimentos, em todos os segmentos do processo;
��maior integração com os sistemas envolvidos;
��estabelecimento de critérios administrativos mais adequados, para
tratamento de pendências;
��minimização das ocorrências de erros no processamento das
informações.
Após tal conferência, a entrada dos produtos referente ao pedido, são
processados e inseridos no sistema para que possa examinar o preço lançado, a
disponibilidade do item, consolidação dos valores de venda e inclusão no estoque.
Há observação constante envolvendo a verificação do recebimento da
ordem de carga pelo cliente. Em entregas acima do tempo do ciclo normal, a
atualização periódica da data possível e entrega, e ações corretivas, para o sucesso
da operação.
Sintetizando-se, pode-se afirmar que dentre os vários aspectos a serem
observados e necessários ao recebimento, armazenamento, enfim, no manuseio
com medicamentos, pelas farmácias, de modo geral, alguns merecem atenção
especial, como: a manutenção da estabilidade dos medicamentos, a observância
rigorosa dos prazos de validade, o gerenciamento e controle do estoque.
49
3.2.4 Analisando o processo de saída do produto da empresa
Na maioria das vezes, o cliente quando procura uma farmácia, está em
posse de um receituário médico, ou procura medicamentos que usa habitualmente.
Normalmente, o cliente se dirigi ao balcão e é recepcionado pelo atendente/
farmacêutico, que tem como dever receber o cliente muito bem, auxiliá-lo na
efetivação da compra e na promoção do uso racional dos medicamentos. Já em
posse da receita, o atendente/farmacêutico deverá dirigir-se ao cliente chamando-o
pelo nome.
Sempre que possível é mantido um diálogo com o cliente, a fim de
esclarecer quaisquer dúvidas com relação ao medicamento prescrito, melhor forma
de administração do medicamento, horários, reações adversas, interações
medicamentosas, entre outras. (Utiliza-se um selo que é colado na caixa do
medicamento, onde constam modo de usar, horário e duração do tratamento).
É de extrema importância que o cliente saia da farmácia totalmente sem
dúvidas quanto ao receituário prescrito.
Frente inúmeros tipos de medicamentos, sejam eles genéricos, de referência
ou similares, não é raro o cliente sugerir opções de preços. Cabe ao atendente/
farmacêutico, respeitando sempre a legislação e ética profissional, esclarecer as
opções existentes. Jamais enganar o cliente passando informações erradas,
somente, para ganhar uma venda. Isso logo virá à tona e afetará a credibilidade
profissional.
Apos esclarecidas todas as dúvidas, é chegada a hora do fechamento da
venda, onde são sugeridas formas de pagamento ao cliente ou como seria a melhor
forma do mesmo efetuar o referido pagamento. É utilizado um selo, que é colocado
na caixa do medicamento, onde constam o modo de usar, horário e duração do
tratamento.
Agradecer, deixando sempre claro que a farmácia estará à inteira disposição
frente a dúvidas que possam surgir durante o uso dos medicamentos. Se possível,
acompanhar o cliente até a saída.
50
3.2.5 Caracterizando o setor de estoque da Farmais
A empresa em pesquisa dispõe de 8 funcionários sendo: 5 atendentes, 2
farmacêuticas, 1 responsável pela limpeza. Toda a equipe auxilia nos controles de
entradas e saídas e da distribuição física dos produtos, exceto o funcionário
responsável pela limpeza.
Interessante mencionar, referente a estoque, um parâmetro citado por
Paterno (1990) de que o custo de manutenção dos estoques por ano gira em torno
de 20 a 30% do material estocado/ano. Naturalmente estes parâmetros devem ser
usados com cautela e avaliados com a especialização e opção gerencial da unidade.
Entre os envolvidos, os gestores de materiais, são as 2 farmacêuticas, onde
analisam e decidem o que colocar ou não, e repor os estoques da empresa. A
responsabilidade no setor de estoque é muito importante, pois as verbas mobilizadas
são elevadas e limitadas, portanto conhecem bem suas missões e o que a empresa
espera do seu trabalho, atendimento e produtividade.
Na função de estocagem, as responsáveis admitem que devem ordenar
adequadamente os produtos em áreas apropriadas, de acordo com suas
características, como por exemplo, condições de conservação exigidas (termolábeis,
psicofármacos, inflamáveis, material médico-hospitalar, instrumentais, equipamentos
etc.). É importante realizar alguns critérios, listados e fixados em local estratégico no
setor para auxiliar, na orientação do produtos aos atendentes. Assim, relaciona-se
uma síntese dos mesmos:
��Estocar os produtos por nome genérico, lote e validade, de forma que
permita fácil identificação. Os medicamentos com datas de validade mais
próximas devem ficar na frente.
��Manter distância entre os produtos, paredes, piso, teto e empilhamentos,
de modo a facilitar a circulação interna de ar.
��Conservar os medicamentos nas embalagens originais, ao abrigo da luz
direta.
��Estocar os medicamentos de acordo com as condições de conservação
recomendadas pelo fabricante.
��Não armazenar medicamentos diferentes no mesmo estrado ou
51
prateleira, para evitar possíveis trocas na hora da expedição.
��Materiais passíveis de quebras (ampolas e frascos de vidro) devem ser
guardados em local menos exposto a acidentes.
��Manter próximo à área de distribuição os produtos de grande volume e
rotatividade.
��Proteger os produtos contra pragas e insetos.
��Exercer um controle diferenciado dos psicotrópicos, por serem produtos
que causam dependência física e psíquica, sujeitos a controle específico.
Esses medicamentos devem ficar em local seguro, isolado dos demais,
sob controle e responsabilidade legal do farmacêutico.
��Manter os medicamentos termolábeis em áreas específicas, por serem
produtos sensíveis à temperatura.
Também existem boas razões para que a empresa mantenha e reduza os
estoques, vejamos no quadro abaixo uma síntese das colocações :
Reduzir os estoques, pois... Manter os estoques, pois...
�� a crescente diversificação da linha de produtos da empresa exige que esta utilize seus recursos financeiros da forma mais produtiva possível;
�� maior liquidez, itens parados no estoque não agregam valor para os clientes;
�� estoque reduzido tem maior feedback e permite resposta rápida na mudança da linha;
�� redução dos custos de armazenagem, tais como espaço físico, perdas por manuseio e movimentação;
��perdas por obsolência dos matérias.
�� persistência as causas e incertezas e flutuações na oferta e na demanda;
�� a falta de materiais pode comprometer o atendimento, reduzindo o faturamento, e permitindo que o cliente procure alternativas na concorrência.
Quadro 1: Opinião dos entrevistados
Fonte: a pesquisa.
Deve-se assegurar que o estoque corresponda ao tamanho certo para as
tarefas a serem executadas, pois como alegam as funcionárias entrevistadas, em
termos financeiros, os estoques são muito importantes para todas as empresas.
Devido ao fato de não se conhecer a demanda futura e não havendo
disponibilidade de suprimentos a todo momento, “o ideal seria que a empresa
acumulasse estoques para assegurar essa disponibilidade”, comenta uma das
52
responsáveis pelos setor.
A colocação feita pela proprietária, do que os estudiosos chamam de
“Proteção contra oscilações de demanda: garantia de disponibilidade de
mercadorias, diante das incertezas do mercado, e do tempo de entrega, deve-se
manter um estoque adicional (estoque de segurança). Porém, por outro lado o valor
necessário é muito alto, então procura-se trabalhar com um estoque de nível médio.
Percebeu-se um baixo estoque, uma falha na previsão da quantidade do
produto na farmácia, devido o pouco espaço para a armazenagem e disposição nos
balcões, ou seja, alega-se esta falha a ocupação do espaço físico. Visto que, além
do pouco espaço já comentado, foi ocupado uma parte no centro da farmácia para
uma maior exposição dos produtos de perfumaria.
Porém, também ficou revelado que, em vez de faltar, o estoque excedeu em
determinadas mercadorias como shampoo, sabonetes, hidratantes entre outros, sem
lastro em demanda real (prevista). Algumas vezes devido à barganha de preços, ou
adiantamento de pedidos, criando com isso, um excesso o que incapacita a correta
armazenagem, principalmente devido à falta de espaço físico, já ressaltado.
Podendo prejudicar até o atendimento aos clientes, sendo que o ideal seria um
estoque nas quantidades certas e no momento correto.
Enfim, deve-se relembrar que o controle de estoque evita desvios e perdas
de mercadorias com data de validade vencida, gerando argumentos para uma boa
negociação com os distribuidores de medicamentos, com melhores preços e
condições de pagamento. O estoque automatizado, os erros são reduzidos no
momento da venda, já que o operador não precisa mais digitar o código do produto,
e sim somente fazer a leitura pelo leitor óptico, agilizando a consulta sobre a posição
da mercadoria no estabelecimento.
Os controles buscam garantir que os resultados que foram planejados,
organizados e dirigidos, se ajustem tanto quanto possível aos objetivos a prioridades
estabelecidos, estando à essência do controle na verificação, se a atividade
controlada está ou não atingindo os objetivos e resultados desejados.
Dadas às mudanças que as organizações estão passando, é fundamental
como interna, para facilitar a adaptação estratégica. O controle estratégico é aquele
que está orientado à manutenção e à melhora contínua da posição competitiva da
empresa, buscando orientar a atuação individual e de cada unidade aos objetivos
globais dos membros da administração.
53
De acordo com Gomes e Salas (1999), duas perspectivas podem ser
claramente diferenciadas, seguindo o conceito de controle. A primeira representa
uma perspectiva limitada do que significa o controle na organização; a segunda,
uma perspectiva mais ampla, em que se considera, também, o contexto em que
ocorrem as atividades e os aspectos ligados à estratégia, estrutura organizacional,
comportamento individual, cultura organizacional e meio ambiente.
O Quadro 2, apresentado a seguir, traça de maneira resumida um paralelo
com as duas perspectivas.
ASPECTO PERSPECTIVA LIMITADA PERSPECTIVA AMPLA
Filosofia Controle de cima para baixo Controle efetuado por todos
Ênfase Cumprimento Motivação, autocontrole
Conceito de Controle Medição de resultado na
análise de desvios e geração
de relatórios
Desenvolvimento de uma
consciência orientada para o
aperfeiçoamento contínuo.
Consideração do contexto
social, organizacional e
humano
Limitado. Normas rígidas,
padrões valores monetários
Amplo. Contexto social,
sociedade, cultura, emoções,
valores.
Fundamento teórico Economia, Engenharia Antropologia, Sociologia,
Psicologia.
Mecanismos de controle Controle baseado no resultado
da Contabilidade de Gestão
Formal e Informal. Outras
variáveis, aprendizado.
Quadro 2: Perspectiva de Controle
Fonte: (adaptado de GOMES & SALAS, 1999).
Durante a pesquisa realizada junto à Farmais Noite e Dia, foi possível
identificar pontos críticos do estoque, caracterizados talvez por uma sobreposição de
atribuição, ou até mesmo, uma falha na delegação de funções, o que,
consequentemente, reflete numa incorreta realização das atividades entre os
funcionários encarregados desta área. Observe-se que foi percebido e comentado
anteriormente “que toda a equipe, exceto o responsável pela limpeza auxilia no
54
controle de entradas e saídas e na distribuição física dos produtos”, auxílio este, que
nem sempre traz resultados positivos, como acredita-se no caso em questão.
Pode-se considerar também como ponto crítico no controle do estoque “a
falta de uma previsão das quantidades para os períodos de sazonalidade”, o que foi
relatado por funcionários que “a demanda por medicamentos para tosse e gripe no
inverno aumenta, a demanda nos meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro, e
também em Julho, ser muito superior”, claro pelo fato que Balneário Camboriú é uma
cidade turística e como tal está sujeita à sazonalidade pelo fluxo de turistas.
3.2.5.1 Armazenagem
Na Farmais Noite e Dia, a forma de armazenagem é de fundamental
importância, para que os funcionários trabalhem com eficiência e para que os
clientes tenham seus produtos em perfeitas condições de consumo
As palavras que resolvem boa parte dos problemas de armazenamento de
produtos, principalmente em unidades de saúde, como é o caso da Farmais, é o
bom senso combinado com as técnicas de armazenamento.
Embasando-se em Patermo (1990), pode-se afirmar que é conveniente
prever para a área de armazenamento ambiente de grande altura (pé direito),
marquise protegendo a descarga dos materiais. Deve ter rede de combate a
incêndio. Para efeito de segurança é melhor uma única entrada e saída.
Paterno (1990) faz recomendações gerais quanto à circulação de ar,
ausência de umidade e temperatura não superior a 25 graus.
Naturalmente, o espaço de armazenamento é função dos itens de estoque a
serem guardados. Este é função da política de suprimentos adotada. Folgas nos
espaços de armazenagem ou previsões para expansões devem ser consideradas.
Do ponto de vista de Martins e Campos (2000), a evolução tecnológica,
como não poderia deixar de ser, estendeu seus múltiplos benefícios à área de
armazenagem, tanto pela introdução de novos métodos de racionalização e dos
fluxos de distribuição de produtos, como pela adequação de instalações e
equipamentos para movimentação física de cargas.
Assim, o objetivo primordial do armazenamento é utilizar o espaço nas três
55
dimensões, da maneira mais eficiente possível. As instalações do armazém devem
proporcionar a movimentação rápida e fácil de suprimentos, desde o recebimento
até a expedição.
Outro fator fundamental analisado que pode estar afetando o serviço de
controle do estoque, foi referente ao próprio espaço físico de armazenagem, pois foi
constatado que a Farmais não possui espaço físico suficiente e adequado, não
atendendo como deveria as necessidades do serviço de armazenagem e,
principalmente de recebimento.
Apesar da empresa Farmais não possuir uma área específica de
armazenagem, como um escritório ou depósito, os produtos estão armazenados da
seguinte forma: medicamentos por ordem alfabética, separados por linha, por
exemplo, éticos, similares e genéricos, a mercadoria que necessita de um lugar com
temperatura, fica nas geladeiras.
Armazenar, observando o critério da ordem de entrada e saída, significa
obedecer à ordem cronológica de saída levando em conta a sua época de entrada.
Isso quer dizer: as unidades estocadas há mais tempo devem sair primeiro, a fim de
que não venha a ocorrer situações de esquecimento de itens em estoque, o que
pode causar oxidações, deterioração, obsoletismo, perda de propriedades físicas,
endurecimentos, ressecamentos e outras situações que impliquem em perda de
material, o que é fundamental no armazenamento de medicamentos, o que faz com
que a empresa pesquisada esteja sempre atenta a estas colocações.
Para que os materiais sejam armazenados considerando a sua similaridade
com outros itens, o funcionário encarregado de repor estoque utiliza-se do auxílio do
catálogo de materiais.
Em suma, deve-se destacar que o local deve ser apropriado e proporcionar
maior condição de segurança.
Frente ao contexto, para a Farmais Noite e Dia, a forma de armazenagem é
de fundamental importância, exigindo eficiência para que os clientes tenham seus
produtos em perfeitas condições de consumo.
É levado em consideração a resistência do produto, pois há alguns que
podem ser danificados com mais facilidade.
Também se deve destacar que os produtos que estão para vencer, possuem
uma etiqueta diferenciada.
Já os produtos de perfumaria ficam expostos nas gôndolas no lado externo
56
do balcão, para que fique a disposição dos clientes.
Após os dados coletados, a observação constante durante o estágio e a
análise realizada, constatou-se alguns problemas aos quais, sem querer parecer
prepotentes, mas colaborar, se pensou em algumas sugestões.
3.2.6 Sugestões
Como sugestões que possam viabilizar a solução destes problemas
constatados e, objetivando uma melhoria no controle de estoque da Farmais Noite e
Dia, sugere-se:
��Primeiramente, uma reestruturação referente à delegação de funções
entre a equipe da Farmais.
��Acompanhar o fluxo de compras e dos atendimentos (prazo de
recebimentos e entregas), não apenas em relatórios diários, mas em
maiores períodos, como por exemplo, nos meses de dezembro , janeiro e
fevereiro do ano anterior, fazendo um comparativo para auxiliar na
reposição do estoque, especificamente, na área de recebimento,
objetivando-se um maior equilíbrio, ou seja:
. programar o recebimento de produtos (dia – horário);
. programar o procedimento de “exceções” (prioridades ou
emergências);
. funcionário delegado para esta função, disponível no horário;
. área específica definida para a conferência e acomodação dos
produtos recebidos;
. inclusão do item recebido imediatamente no estoque dentro do
método PVPS.
��Referente à área de armazenamento:
. armazenamento imediato e preciso, pelo funcionário delegado como
responsável pelo recebimento do pedido.
Cada item deverá possuir um local de armazenamento e sua localização
rastreada pelo sistema de informações;
57
. itens de alta rotatividade serão armazenados na área de acesso
rápido;
. itens de baixa rotatividade deverão ficar fora do caminho de acesso,
porém acessíveis quando necessário.
. o produto antigo entrará em rotatividade com a entrada do novo
produto respeitando o PVPS;
. acesso adequado ao local de armazenamento restrito entre os
funcionários.
��Também por não existir atualmente um eficaz controle de estoque,
sugere-se:
. Realizar inventários periódicos para apuração de possíveis desvios,
diferenças de registro, etc;
. Realizar contagens diárias para os itens classificados como A, ação
esta de estrema importância que será de responsabilidade da
farmacêutica do dia. A contagem será realizada no comeco da tarde,
cujo horário é mais calmo para a atividade.
. Realizar contagens mensais para itens classificados como B. Melhor
forma de contagem para esta categoria, é dividir em 2 grupos de
produtos, em dois turnos. Cada uma das farmacêuticas fica
responsável por um número um grupo de produtos.
. Realizar contagens semestrais para itens classificados como C,
melhor forma de fazê-lo será separar os itens em 3 grupos. As
farmacêuticas responsáveis pela contagem dos itens B, mais um
funcionário da parte da tarde ajudaria nas contagens dos itens C.
. Realizar inventário geral para fins contábeis, ficais e administrativos 1
vez ao ano;
. estocar os produtos por nome genérico, lote e validade, de forma que
permita fácil identificação. Os medicamentos com datas de validade
mais próximas devem ficar à frente (PVPS);
. controlar quantidades e valores estocados;
. identificar e retirar do estoque itens obsoletos ou danificados. Quando
identificados através das verificações rotineiras, das contagens
periódicas,etc.
��E, ainda de modo geral, atentar para:
58
. manter próximo à área de expedição os produtos de grande volume e
rotatividade;
��fazer a análise ABC em outro período do ano, no inverno por
exemplo, e sugerir também que essa análise seja refeita anualmente
. não armazenar medicamentos diferentes no mesmo estrado ou
prateleira, para evitar possíveis trocas na hora da expedição;
. prever a atual política de compra da empresa através de uma análise
de previsões de demanda baseada no histórico de vendas e com a
subjetiva sensibilidade do gestor de compras para a projeção da
demanda futura inclusive, por sua importância, ser alvo de um futuro
estudo por este acadêmico ou para outro que possa vir a estagiar na
empresa.
. Refazer, ao menos, anualmente a análise da Curva ABC, pois o mix
de produtos vendidos bem como a procura tende a variar com o
passar do tempo.
. Realizar controle de custos operacionais relativos a administração de
estoques, custo da mercadoria vendida, salários, colaboradores,
turnos e horários de trabalho, para maximizar a utilização dessa mão-
de-obra, etc, que por sua importância, pode ser alvo de um futuro
estudo por este acadêmico ou para outro que possa vir a estagiar na
empresa.
Estes foram os pontos críticos analisados e as sugestões para que a
Farmácia Noite e Dia obtenha melhor desenvolvimento e arrecadação em suas
atividades.
59
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo se focou no gerenciamento do controle de estoques e,
consequentemente, no processamento de pedidos. Não se propôs a discutir
exaustivamente todos os aspectos ferramentais da pesquisa, não tendo a pretensão
de ser definitivo e nem de esgotar os assuntos estudados. Os dados se limitaram em
verificação das quantidades estocadas e do formato de gerenciamento destas
quantidades, visto o controle de estoques exercer grande influência na rentabilidade
da empresa, no qual pequenos erros acarretam prejuízos.
A pesquisa demonstrou que o departamento comercial gostaria que os
estoques fossem sempre elevados e com grande variedade, pois, dessa forma,
teriam muito mais flexibilidade na hora de vender, podendo prometer prazos curtos
ou mesmo imediatos para as entregas. Bem como o não atendimento de um pedido,
no rompimento, na quantidade e prazo solicitado pelo cliente, traz, certamente,
prejuízo à empresa. Embora se saiba que é difícil quantificar monetariamente esse
prejuízo, conforme alguns respondentes da entrevista realizada.
Diante do exposto, este trabalho enfatizou o controle de nível de estoque do
cliente, gerenciado pelo fornecedor, ou seja, o fornecedor controla os estoques de
seus clientes, ou seja, recorrendo-se a sustentação da presente pesquisa na
aplicação da curva ABC, cujo perfil deriva da observação dos perfis dos itens nas
empresas, tratando-se de uma ferramenta gerencial que permite identificar quais
itens justificam atenção e tratamento adequados quanto à sua importância relativa,
constatou-se alguns pontos negativos no controle de estoque da Farmais Noite e Dia
24 Horas”, para os quais já se registrou algumas sugestões no capítulo anterior.
Assim, pode-se constatar que conduzir uma análise ABC é com freqüência
um passo muito útil no projeto de um programa de ação para melhorar a
performance dos estoques, reduzindo tanto o capital investido em estoques como os
custos operacionais.
Bem como é inegável a utilidade da aplicação do princípio ABC aos mais
variados tipos de análise onde se busca priorizar o estabelecimento do que é mais
ou menos importante num extenso universo de situações e, por conseqüência,
estabelecer-se o que merece mais ou menos atenção por parte da administração,
60
particularmente no que diz respeito às atividades de gestão de estoques, foco do
presente estudo.
Sendo assim após a pesquisa realizada, os objetivos alcançados, acredita-
se que se contribuiu com a empresa enfatizando que a administração de estoques
deve ser cuidadosamente realizada, com o auxílio das técnicas existentes, tendo em
vista a preocupação de dirigir esforços em minimizar o inventário e almejar o nível de
serviço desejado, objetivando a melhor política de atendimento.
Considerando-se ainda o enfoque deste estudo, ressalta-se a necessidade
de, em estudos futuros, discutir e fundamentar a questão de custos dos estoques e
dos resultados financeiros, bem como medidas de desempenho para aprimorar o
gerenciamento de estoques; recomendações estas, voltadas a beneficiar a própria
empresa bem como para outros pesquisadores, dar continuidade e aprofundamento
deste estudo, visto o controle de estoque ter por objetivo atingir aos níveis de
serviços estabelecidos pelos clientes e minimizar os custos de manutenção dos
mesmos.
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REFERÊNCIAS
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64
DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO
A organização cedente de estágio Farmácia Noite e Dia declara, para os devidos
fins, que a estagiária Samantha Anselmo da Silva Gaya, aluna do Curso de
Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CECIESA/Gestão da
Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, de 06 de agosto de 2007 a 19 de
novembro de 2007, cumpriu a carga horária de estágio prevista para o período,
seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e respeitou
nossas normas internas.
Itajaí, xx de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx de 2007.
_____________________________________ Agatha Gaya
proprietária
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ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS
Samantha Anselmo da Silva Gaya
Estagiária
Agatha Gaya
Supervisor de campo
Prof. Guido Renato Miranda
Orientador de estágio
Prof. Eduardo
Responsável pelos Estágios em Administração
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ANEXOS: Planilhas desenvolvidas para a Curva ABC
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