Trabalho de Conclusão de Disciplina - TCD - Luis Henrique

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SEMINÁRIO MARTIN BUCER-BRASIL CURSO DE TEOLOGIA INTEGRAL UMA ANÁLISE DO FEDERALISMO BATISTA DE 1689 À LUZ A POSSE DA TERRA E RENOVAÇÃO DA ALIANÇA NO LIVRO DE JOSUÉ LUIS HENRIQUE PEREIRA DE PAULA SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP 2014

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SEMINÁRIO MARTIN BUCER-BRASIL

CURSO DE TEOLOGIA INTEGRAL

UMA ANÁLISE DO FEDERALISMO BATISTA DE 1689 À

LUZ A POSSE DA TERRA E RENOVAÇÃO DA ALIANÇA

NO LIVRO DE JOSUÉ

LUIS HENRIQUE PEREIRA DE PAULA

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP

2014

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LUIS HENRIQUE PEREIRA DE PAULA

UMA ANÁLISE DO FEDERALISMO BATISTA DE 1689 À

LUZ A POSSE DA TERRA E RENOVAÇÃO DA ALIANÇA

NO LIVRO DE JOSUÉ

Trabalho apresentado na forma de ensaio ao Curso de

Teologia Integral do Seminário Martin Bucer-Brasil para a

disciplina Exposição Bíblica [Históricos] - Josué.

Professor: Ms.Litt. Joel Theodoro da Fonseca Junior

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP

2014

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RESUMO

O presente trabalho visa introduzir o tema do aliancismo batista reforma contido nas

Confissões de Fé Batistas Calvinistas do século XVII (em especial a Segunda Confissão

de Fé Batista de Londres de 1677/1689), ligando seus principais conceitos distinções

acerca da Teologia do Pacto reformada em geral e relacionando suas peculiaridades à

conclusão do livro de Josué na passagem de posse da terra. Além de apresentar

brevemente os pressupostos que definem tal teologia e sua posição na herança

reformada, seus desenvolvimentos posteriores e atuais, analisaremos a passagens do

livro de Josué que apresentam posse da terra e a reafirmação da aliança Sinaítica.

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ABSTRACT

This present work wants to introduce the theme of Reformed Baptist Covenantalism

contained in the Calvinist Baptist Confession of Faith from XVII century (specially the

Second LCF 1677/89), linking his main concepts and distinctiveness from the Reformed

Covenant Theology in general, and relating its peculiarities to the conclusion of the

book of Joshua. Beyond presenting briefly the presuppositions which defines Baptist

Covenant Theology and his position at reformed inheritance, his posteriors

developments and recent modifications, we would analyze texts from the Book of

Joshua that describes the Land’s possession and reaffirmation of the Sinaitic Covenant.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 6

1. UMA BREVE REVISÃO HISTÓRICA DA VISÃO ALIANCISTA DE 1689 E SEU

DESENVOLVIMENTO ................................................................................................... 8

2. DISTINÇÕES TEOLÓGICAS: REVELAÇÃO PROGRESSIVA E CONCLUSÃO

DAS PROMESSAS ........................................................................................................ 12

3. JOSUÉ A POSSE DA TERRA E A RENOVAÇÃO DO PACTO: SINAIS

CARACTERÍSTICOS DA ANTIGA ALIANÇA. ......................................................... 15

CONCLUSÃO ................................................................................................................ 19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 21

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INTRODUÇÃO

Uma das dificuldades da teologia bíblica e sistemática é unificar os temas da

Escritura de maneira não apenas coerente e que respeite a analogia fidei, mas também

atentando para o desenvolvimento progressivo do plano divino por meio de promessas e

alianças que culminam no pleno cumprimento da Nova Aliança em Cristo. Uma

estrutura teológica não-bíblica pode levar a uma compreensão equivocada do avanço ou

cumprimento de promessas específicas limitadas ao contexto histórico-bíblico

específico1.

As ideias iniciais acerca deste trabalho surgiram do comentário bíblico do livro

de Josué de Richard Hess2, em especial ao analisar o tema teológico da promessa nas

Escrituras e a dificuldade que encontramos na passagem de Js 24 ao lidar com a ideia de

que temos ali uma administração do pacto da graça. Como o tópico é relevante para

preservar tanto a teologia bíblica como a autoridade das Escrituras é interessante

abordá-lo.

Neste sentido, buscando compreender o padrão geral do desenvolvimento da

promessa e seu cumprimento nas narrativas do AT e o avanço do plano redentivo por

meio de sucessivas alianças, tomei como base o framework da Teologia da Aliança

Batista de 1689 (doravante TA 1689), em especial sua exposição contida no livro The

Distinctiveness of Baptist Covenant Theology (2013), de Pacaul Denault, que compara o

federalismo dos batistas particulares e pedobatistas do século XVII e também em

Covenant Theology - From Adam to Crist (2005) de Nehemiah Coxe e John Owen.

Aliando tais fontes ao conteúdo do livro Kingdom Through Covenant (2012) de Peter

Gentry e Stephen Wellum, dois importantes teólogos batistas calvinistas da atualidade,

foi possível reconhecer no texto de Josué um cumprimento temporal e tipológico da

realidade espiritual contida na promessa à Abraão. Tal promessa apresentava, como

veremos, além da realidade espiritual acerca da posteridade que abençoaria as nações –

i.e. o Messias -, uma promessa temporal, não rigidamente definida e de caráter

transitório, apontando para uma expansão progressiva do reino, tipificando o

1 Podemos reconhecer tal dificuldade no dispensacionalismo clássico, por exemplo, e sua expectativa da restauração escatológica do Israel nacional enquanto semente de Abraão. 2 Richard Hess. Josué: Introdução e Comentário. Vida Nova, 2006.

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reestabelecimento na nova criação do Reino e da Aliança que foram transpassados pelo

primeiro Adão.

Na abordagem final do texto, seguimos a breve explanação de Augustos

Nicodemus Lopes, em seu artigo “Lendo Josué como Escritura Sagrada”; é possível

perceber a concordância de pensamento quando à posse da terra como argumentado por

Gentry e Wellum: a indefinição da extensão da própria terra nos textos que a definem e

o sentido duplo da promessa dada no pacto Abraãmico estabelecem esta tensão

progressiva, apresentam o seu significado tipológico e também ilustram perfeitamente a

tensão presente na igreja hoje, reconhecendo o triunfo de Cristo e sua soberania (o

poder canaanita, assim como o domínio/poder do mal/pecado, já foram sobrepujados),

mas ainda há terra a ser ocupada, mesmo já estando sob o direito legal e domínio

Israelita.

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1. UMA BREVE REVISÃO HISTÓRICA DA VISÃO ALIANCISTA

DE 1689 E SEU DESENVOLVIMENTO

A título de introdução e preparação para o que será desenvolvido no presente

artigo, é importante esclarecer os pressupostos teológicos, assim como sua justificação

bíblica, que orientam as análises e conclusões aqui apresentadas. Como já dito

anteriormente, o Federalismo Batista Reformado3 (especialmente apresentado na 2ª

CFBL 1677/89) será o framework básico para a compreensão do texto de Josué. Vale

ressaltar que, como apresentado, o livro Kingdom through Covenant será um auxiliar na

expansão de conceitos em comum do Aliancismo Batista clássico do século XVII, não

significando que o livro seja de fato uma exposição unívoca desta teologia4. Num

primeiro momento cabe ressaltar a retomada recente das pesquisas e publicações

relacionadas ao Federalismo de 1689.

1.1 A RETOMADA DE UMA TEOLOGIA DO SÉCULO XVII

Deve-se notar que as pesquisar e publicações explorando o tema da teologia da

Aliança conforme o desenvolvimento dado pelos primeiros batistas é recente, e aparece

na última década. A obra capital para esta retomada é o livro Covenant Theolgy – From

Adam to Christ, uma republicação e reedição dos livros A Discourse of the Covenants

that God made with Men before the Law (1681) de Nehemiah Coxe, um dos

protagonistas da teologia dos batistas particulares do século XVII5; e An Exposition of

Hebrews 8:6-13 de John Owen, eminente teólogo inglês, que por seu vigor intelectual,

acadêmico e peso de sua obra recebeu os epítetos de “Príncipe dos Puritanos” e

“Calvino da Inglaterra”. Entre os editores desta reedição das duas obras está o Dr. James

M. Renihan, Deão do “Institute of Reformed Baptist Studies” no Westiminster

3 Deve-se notar que o termo aliancismo e federalismo são intercambiáveis, uma vez que a palavra foedus, de origem latina, significa pacto, aliança. 4 De fato, a teologia de Wellum e Gentry é categorizada por muitos como “Aliancismo Progressivo”, uma revisão mais atual da chamada “Teologia da Nova Aliança”, uma via média surgida no meio batista calvinista americano (e grupos afins) situando-se entre o Federalismo Reformado e o Dispensacionalismo. Cabe ainda ressaltar que os defensores do Federalismo Batista de 1689 distinguem-se de tal posição, por suas reformulações de alguns pontos importantes do Aliancismo Clássico (como o pacto das obras, que no livro de Wellum e Gentry é substituído pelo Pacto da Criação, e em outros contextos é totalmente rejeitado). Mesmo assim, há pontos em comum (e até mesmo idênticos) que são válidos e produtivos para a análise teológica, principalmente por sua expansão e clarificação de temas chaves e suas implicações. 5 Cf. Nehemiah Coxe; Christian Classics Ethereal Library, Biography. <https://www.ccel.org/creeds/bcf/bionc.htm> Acessado em 06 de Junho de 2014.

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Seminary in California (Escondido, CA), um centro de referência para as pesquisas na

área. Não cabe ao presente artigo, nem é nosso objetivo sumariar as obras relacionadas

ao tema, mas basta acrescentar que o livro Distinctiveness of Baptist Covenant Theology

de Pacaul Denault apresenta um sumário da teologia esposada no livro de Coxe e Owen,

contrastando-a com o aliancismo reformado clássico (em especial, aquele com origem

nos pedobatistas puritanos do século XVII).

Tal retomada está ligada intimamente as tendências teológicas surgidas no meio

batista, em especial a “New Covenant Theology”6, que ressaltou a importância do debate

acerca das alianças nas confissões reformadas, e a relação de

continuidade/descontinuidade entre o Antigo e o Novo Testamento, e em especial a

disputa sobre Lei e Graça, que foi acentuada nas últimas décadas por movimentos

recentes da teologia presbiteriana, em especial a Teonomia e a Visão Federal.

1.2 A RESSURGÊNCIA DA TEOLOGIA BATISTA REFORMADA -

NEHEMIAH COXE E JOHN OWEN

Reagindo as novas tendências, a visão dos primeiros batistas particulares acerca

da aliança foi apresentada como um contraponto à visão comum de muitos batistas (e

também de muitos reformados) atualmente, de que o credobatismo não encontra espaço

na teologia da aliança reformada, e por uma série de implicações, isto colocaria todo o

movimento batista alheio ou distinto do termo “reformado”. À frente desta ressurgência,

que se opõe à tal tendência, encontram-se eminentes teólogos, como Richard Barcellos,

Fred Malone, Samuel Waldron, James White, Thomas Ascol e o supracitado James

Reniham; e ainda o historiador batista Michael Haykin.

O livro Covenant Theology de Coxe e Owen trata de descaracterizar a falsa

acusação de que há uma cisão entre o movimento batista inicial e sua participação na

herança reformada. O pensamento frequente é que a revisão batista do capítulo VII do

texto da Confissão de Fé de Westminster, em especial com relação ao pacto da graça,

esteja ligada a uma busca por originalidade. Soma-se a isto a concepção de que os

6 Para uma introdução crítica ao assunto, suas origens tendências e formulações, cf. VLACH, Michael J., “New covenant theology Compared with Covenantalism”, disponível em <http://www.tms.edu/tmsj/tmsj18i.pdf>, acessado em 6 de junho de 2014. Uma resenha positiva sobre um livro do “movimento”(New Covenant Theology: Description, Definition, Defense), de Thomas R. Schreiner, cf. <http://www.sbts.edu/documents/tschreiner/review_WellsZaspel.pdf>. De fato, os debates começam na década de 1980, envolvem teólogos eminentes como D. A. Carson e Douglas Moo, sendo os dois amplamente citados, e o último postula sua posição visão sobre lei e graça como “Ponto de Vista Luterano Modificado”.

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batistas não vinculavam sua prática do batismo com a Teologia da Aliança, como

sustentam muitos pedobatistas, rejeitando assim uma parte fundante do pensamento

reformado que estava ligado diretamente ao federalismo pedobatista, e por

consequência refere-se à teologia bíblica como um todo, a visão sobre o batismo e sua

eclesiologia (neste último caso, excetua-se as similaridades entre batistas e

congregacionais pedobatistas).

Isto posto, cabe ainda ressaltar que a união de Nehemiah Coxe (um batista) e

John Owen (em ex-presbiteriano e congregacional) para sustentar o federalismo batista,

não é uma contradição, antes é uma unificação da mesma posição, como assegurado

pelo próprio Coxe no prefácio de seu livro.

Accordingly, I designed to give a further account of it in a discourse

of the covenant made with Israel in the wilderness and the state of the

church under the law. But when I had finished this and provided some

materials also for what was to follow, I found my labor for the

clearing and asserting of that point happily prevented by the coming

out of Dr. Owen’s third volume on Hebrews (COXE e OWEN, p. 30).

Em resumo, a posição tardia de Owen7 em seu comentário de Hebreus

sustentava a mesma visão esposada pelos batistas particulares anteriormente.

1.3 UM OSTRACISMO HISTÓRICO

Ressaltamos também hipóteses, também apresentadas por Denault (2013), para o

ostracismo histórico à que ficou submetido o federalismo dos batistas particulares. Dois

grupos sectários, pelo menos, aparecem com teologias espúrias que criaram

impedimentos para uma compreensão mais aberta das posições batistas reformadas.

Os anabatistas em geral não vinculavam sua prática à alguma visão particular da

teologia da aliança; antes, ao serem perseguidos e mortos pelos reformadores rejeitaram

completamente a teologia reformada.

Já os socinianos foram outro grupo que dificultou a compreensão da visão

batista reformada acerca do pacto da graça identificado com o evangelho, revelado e

cumprido por Cristo no Novo Testamento. Uma vez que a visão deste grupo herético

defendia uma rejeição completa do Antigo em favor do Novo, promovendo uma cisão

7 Em períodos anteriores, enquanto presbiteriano, John Owen seguia a mesma distinção comum à tradição federalista reformada “uma substância/duas administrações” para explicar a antiga a e velha aliança. Ele rompe com sua posição anterior na exposição de Hebreus.

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completa em ambos os testamentos, eles eram os “hiper-dispensacionalistas” de seu

tempo (cf. Denault, 2013, p. 36-39).

Ao lidar com os dois grupos fazia-se necessário esclarecer as distinções e

afirmar com cautela e precisão sua própria posição dentro da ortodoxia. Mas em todo

caso a associação generalista pode ter contribuído para o ostracismo da Teologia

Federal Batista com o passar dos anos.

O fato é que especialmente a associação direta que se fazia entre o pensamento

anabatista e teologia sociniana (que se opôs fortemente ao pensamento reformado) com

a teologia dos batistas particulares, sua leitura da teologia do pacto registrada nas

confissões de fé e em vários livros acabou negligenciada em períodos posteriores8.

8 Entretanto é possível notar nos batistas particulares do século XVII uma frequente rejeição da doutrina dos anabatistas e uma constante defesa da sua unidade doutrinária com a ortodoxia reformada. Antes da segunda confissão londrina em 1677/1689, a primeira, de 1643, já trazia no título tal reivindicação, afirmando que as igrejas que a subscreviam era aquelas “falsamente chamadas anabatistas”. Quanto a rejeição dos socinianos, o próprio Owen foi uma dos seus mais vigoroso oponentes.

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2. DISTINÇÕES TEOLÓGICAS: REVELAÇÃO PROGRESSIVA E

CONCLUSÃO DAS PROMESSAS

2.1 PONTOS EM COMUM

Podemos reconhecer como pontos em comum entre a visão presbiteriana e

batista reformada acerca do pacto pelo menos dois itens importantes: o Pacto da Obras

com Adão, e o Pacto da Graça como elemento unificador dos dois testamentos. Assim

ambos os sistemas creem que há somente dois cabeças federais diante de Deus: Adão ou

Cristo. Em Adão, a humanidade naturalmente nasce sob condenação e corrupção em

virtude da queda. Em Cristo, o segundo Adão, temos acesso ao pacto da graça, que logo

após a queda teve seus benefícios ofertados na promessa de Gênesis 3.15. Ambas as

posições reconhecem a presença da graça atuando nos dois testamentos das Escrituras, e

que todos os indivíduos salvos, mesmo no Antigo testamento, só o são por meio de

Cristo.

A identificação entre batistas e pedobatistas do escopo da Antiga Aliança

também é a mesma, como apresenta Herman Witsius: “We begin the economy of the

Old Testament immediately upon the fall, and the first promise of grace, and end in

Christ” (apud DENAULT, 2013, p. 100).

2.2 DISTINÇÕES DO FEDERALISMO BATISTA

2.2.1 O pacto da graça: revelação e conclusão

Como claramente apresentado por Denault (2013), uma das principais

características do aliancismo batista reformado é o rompimento como a visão tradicional

do pacto da graça como sendo a mesma substância da Antiga e da Nova Aliança (i.e

“mesma substância/duas administrações”), em favor da visão de revelação progressiva

por meio de promessas que se cumpriram na Nova Aliança. Assim, o Pacto da Graça é

relacionado diretamente à revelação do evangelho no Novo Testamento, e esta nova

aliança ao ser consumada por Cristo completou as promessas que foram entregues desde

queda.

2.2.2 Não apenas administrações, mas substâncias diferentes

John Owen em sua exposição de Hebreus, afirma a distinção da Antiga e Nova

Aliança em substância, não apenas em forma ou administração. Este ponto pode

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facilmente ser mal compreendido quando suspeita-se que haja aqui uma cisão entre o

Antigo e o Novo Testamento. Porém, ao afirmar que o Pacto da Obras foi reapresentado

na Velha Aliança por meio de sucessivos pactos não significa negar a operação da graça

neste período. Antes significa entender que esta Antiga aliança tinha um propósito

específico, especialmente finalidades temporais acerca de uma descendência física e de

uma terra a ser possuída, como afirmado na exposição de John Owen:

This covenant thus made [the Old Covenant], with these ends and

promises, did never save nor condemn any man eternally. All that

lived under the administration of it did attain eternal life, or perished

forever, but not by the virtue of this covenant as formally such. It did,

indeed, revive the command power and sanction of the first covenant

of works; and in that respect, as the apostle speaks, was “the ministry

of condemnation,” 2 Cor. 3:9; for “by the deeds of the law can no

flesh be justified.” And on the other hand, it directed also to the

promise, which was the instrument of life and salvation to all that did

believe. But as to what it had of its own, it was confined to things

temporal. Believers were saved under it, but not by virtue of it.

Sinners perished eternally under it, but by the curse of the original law

of works (OWEN, p. 85).

Portanto, como uma aliança tipológica, figurativa, terrena e condicional, a

Antiga Aliança e suas administrações visava conduzir à Cristo. Percebe-se, que

especialmente no Pacto Sinaítico existe uma relação com uma semente física (a semente

física prometida no pacto com Abraão, i.e, Israel) e a possessão de uma terra específica

(i.e. Canaã). Como aponta Owen (idem, p. 87), a salvação não dependia da substância

destes pactos, mas de fé nas promessas e nos tipos e figuras da Antiga Aliança,

começando em gênesis, depois da queda. Tal dualidade é mais explícita no pacto

Abraãmico, que abordaremos agora.

2.2.3 As duas sementes de Abraão

No cerne da teologia da Aliança pedobatista existe também a justificação para o

batismo infantil. A ideia de que apenas formalmente houveram mudanças sucessivas na

administração do pacto da graça justifica, por exemplo, uma comunidade mista tanto em

Israel quanto na Igreja hoje, a saber: tanto os descendentes de Abraão deveriam ser

circuncidados e formalmente aceitos como Israelitas, quanto os filhos de crentes hoje

devem ser batizados e aceitos como membros da igreja. Por haver uma associação direta

com o Pacto da Graça em todos os pactos da antiga aliança, isto acaba levando a duas

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conclusões óbvias: ou há regeneração presumida, ou o Pacto da Graça pode ser violado

e é condicional. A primeira situação é formulada, por exe,plo, pelo Dr. Gary Crampton,

ex-presbiteriano, que mesmo aderindo e publicando a partir de uma visão pedobatista,

afirma que lutou por mais de 25 anos com tal problema9.

Neste caso, seguindo visão do NT sobre a inviolabilidade e incondicionalidade

do Pacto da Graça, e de que todas as promessas relacionadas à Nova Aliança nos

profetas (cf. Jr 31, Ez 36) apresentam uma nova comunidade dentro o povo de Deus de

indivíduos regenerados, há uma revisão significativa na teologia da aliança batista.

Either way, the opposition between their federalism manifested itself

concretely and fundamentally around the Abrahamic Covenant. The

aforementioned presents a dualism between the promises of and

earthly nature and those of heavenly nature. The paedobatists mixed

the two in one same covenant of grace of mixed nature, while the

Baptists strictly separated these two types of promises. The Baptists

justified this separation based on the fact that Abraham had two

heterogeneous posterities10 and that each of them inherited a covenant

with different promises11. His natural posterity received an earthly

inheritance and was kept under the old Covenant. His spiritual

posterity received a heavenly inheritance through the New Covenant

which, until its accomplishment12, was in the state of a promise

(revealed/concluded). Both of Abraham’s posterities were, however,

interwined until the accomplishment of the promise which was

temporarily placed under the protection of the Law (Gal 3.23)

(DENAULT, 2013, p. 142).

Deste modo, finalizamos esta breve apresentação das distinções existentes entre

o federalismo pedobatista e o federalismo batista do século XVII, deixando a análise de

suas implicações para o próximo capítulo, no qual abordaremos o texto de Josué,

observando quais insights são possíveis a partir do framework até aqui apresentado. Ou

seja, nos focaremos no texto como um alvo para a análise da hipótese teológica

levantada até o presente momento, buscando sua abrangente intepretação e

enquadramento dentro um uma teologia bíblica e reformada, que respeite a analogia

fidei.

9 Cf. CRAMPTON, Gary W. From Paedobaptism to Credobaptism. Wensboro, KY: Reformed Baptist Academic Press, 2010. 10 Cf. Rm 9.6-8; 2.28-29; 11; Jo 8.39; Mt 3.9; Gl 3.29; 4.22-31; 1 Tm 2.15-16 11 Esta é a analogia que o apóstolo Paulo faz em Gálatas 4.22-31 12 Ou seja, a morte de Cristo no NT e a conclusão da Aliança prometida.

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3. JOSUÉ A POSSE DA TERRA E A RENOVAÇÃO DO PACTO:

SINAIS CARACTERÍSTICOS DA ANTIGA ALIANÇA.

Tendo os padrões teológicos que orientam nossa pesquisa muito bem definidos,

partamos para alguns textos básicos do livro de Josué que reforçam e demonstram como

alguns temas e passagem do livro se enquadram no federalismo batista. Por uma questão

de limitação de escopo, abordaremos apenas os desdobramentos da antiga aliança

relacionados à posse da terra e dupla semente de Abraão.

3.1 A DUPLA DESCENDÊNCIA DE ABRAÃO

O capítulo de Josué 24 aparece como uma renovação da aliança Sinaítica, tendo

uma resposta positiva do povo à sua estrutura condicional. Em análise estrutural, vemos

dos versos 2 ao 12, Josué apresenta ao povo um prólogo, relembrando os feitos do

Senhor em seu favor. No verso 13 há uma citação direta de Deuteronômio 6.10-12, dos

benefícios recebidos na terra em resposta obediente àquilo que o Senhor havia

ordenado. A partir do verso 15 até o 27, Josué entra em um diálogo com o povo

exigindo uma resposta verdadeira diante das exigências da lei e das maldições

associadas à desobediência. Os Israelitas são tratados como herdeiros diretos tanto de

Abraão quanto da geração anterior e Josué faz referência a idolatria e as peregrinações

de seus antepassados.

Para nossa interpretação, precisamos relembrar que a promessa dada ao patriarca

Abraão envolve duas partes: uma semente física e outra espiritual (cf. Rm 9.6-8; Gl

4.22-31). O discurso de Josué ao final, como reconhece Lopes (1999), demonstra que a

prática idolátrica estava presente junto ao mesmo povo que havia adentrado a terra, a

ponto de Josué repreendê-los e obriga-los a uma confissão de fé que fosse coerente com

sua realidade. Após obter mais uma afirmação de que obedeceriam ao Senhor, Josué

lhes responde: “Agora, então, joguem fora os deuses estrangeiros que estão com vocês e

voltem-se de coração para o Senhor, o Deus de Israel” (Js. 24.23).

Acertadamente GENTRY e WELLUM (2012, p. 686) apresentam uma mudança

estrutural e de natureza na comunidade da nova aliança que é prefigurada no Antigo

Testamento. Em contraste com a promessa de Jeremias 31.32, que fala sobre uma

aliança em que todos conheceriam ao Senhor e teriam sua lei escrita nos corações (que é

outra maneira de dizer “circuncisão no coração” ou regeneração; cf. Dt. 10:16; 30:6; Jr.

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4:4; 9:25) aqui vemos uma comunidade mista, de outra natureza e estrutura. Sendo que

a maior parte do povo estava usufruindo dos benefícios de serem descendência física de

Abraão, e de haverem adentrado na terra de Canaã, vemos que se trata de um

cumprimento temporário do pacto mosaico e abraamico, e não do próprio pacto da

graça. É possível identificar, por exemplo, a herança espiritual de Abraão no próprio

Josué, enquanto de maneira geral todo o povo, mesmo sendo herdeiro físico/biológico,

não estava com seu coração inclinado para servir ao Senhor. O tema do remanescente

que é salvo, e se desenvolve ao longo das Escrituras, e demonstra com clareza aquilo

que é sustentado na Teologia da Aliança Batista e fica patente nesta passagem: os

herdeiros espirituais e físicos de Abraão caminharam lado a lado na Antiga Aliança, até

vir o cumprimento da promessa da Nova Aliança em Cristo do surgimento de uma nova

comunidade. Uma implicação prática para a igreja hoje, que surge da ideia de tornar o

Pacto Abraamico uma administração do Pacto da Graça, é perder de vista a distinção

entre as várias sementes de Abraão:

The covenant argument for infant baptism requires us to view the

genealogical principle of the Abrahamic covenant (Gn 17:7) in

physical/biological terms as it is applied in the church. However there

are two problems with this approach. First, it fails to distinguish the

different senses of the “seed of Abraham” both within the Abrahamic

covenant and throughout the Canon. So, for example, Abraham’s seed

is certainly biological (e.g., Ihsmael, Isaac, sons of Keturah), but it is

also biological/special (e.g. Isaac, Israel), typological (e.g., Christ; Gal

3:16), and applied to al believers, spiritual (Gal. 3:26-29). In the first

two cases, all of Abraham’s seed was marked by the covenant sign of

circumcision but it did not necessarily signify anything more than that

they were biologically related to Abraham, hence the basis for the

“mixed” community of Israel. In the Old testament era, Israel was

both a nation and the people of God; they had a special relationship to

God; they were redeemed people, but not necessarily in the same way

that church (spiritual seed f Abraham) is redeemed (since not all os

them were redeemed salvifically). As the covenants unfold, the

typological nature of Abraham’s seed reaches its fulfilment in Christ,

which brings with it significant changes in how we understand the

relationship between Chist and his people. Christ’s people are viewed

as Abraham’s spiritual seed, but this is not dependent on

circumcision, Torah, or even ethnic lineage, but is through

regeneration and faith union with Christ. All this is to say that we

must not equate too quickly the Abrahamic covenant with the new

covenant without noting its diverse aspects in its immediate context

and how those aspects find their fulfilment in Christ. (GENTRY e

WELLUM, 2012, p. 696-697)

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3.2 A POSSE DA TERRA

Como salienta LOPES (1999, p. 8) a posse da terra é condicional, e a

permanência de Israel depende de sua obediência, como apresentado no início do livro

(Js 1.6-8). É possível perceber aqui uma relação entre a promessa dada à Abraão e a

aliança estabelecida com ele unida à ampliação que o tema recebe no pacto mosaico. É

importante notar que há um desdobramento continuo da aliança com Abraão, e do

dualismo presente nela (DENAULT, 2013, p. 117).

Abordando um conceito dualista semelhante, que diz respeito à posse da terra,

GENTRY e WELLUM (2012, p. 708), tratam da imprecisão dos limites da terra

prometida, em que vários textos relacionados ao território da terra aparecem de forma

imprecisa e pouco consistente (Gen. 15:18-21; Ex. 23.31ss; Dt. 1.7; 11:24; Js 1.2-4),

nos quais a extensão da terra não é igual. Os autores então sustentam que a ambiguidade

textual diz respeito ao fato implícito de que a terra prometida não pode ser reduzida

meramente a um pedaço de território particular, antes, abriga um ideal de que se tornará

muito maior, e a promessa não se cumprirá até que semente de Abraão ocupe todo o

mundo. Assumindo isto, o texto de Paulo em Romanos 4.13 (“...Abraão e a sua

descendência receberam a promessa de que ele seria o herdeiro do mundo”) também

mostra que Paulo reconhece que a terra prometida não se refere somente a um local

geográfico específico, antes abrange toda a ordem criada, e isto aponta para a herança

espiritual prometida na Nova Aliança. A partir desta interpretação, é possível ver, como

apontam os autores, que a terra é um padrão ou tipo para toda a criação. Isso explicaria

por exemplo, os múltiplos cumprimentos de posse da terra por exemplo em Js 21:43-45

e 1 Rs 4:20-21 no período de Salomão. Nota-se que a imprecisão da promessa e o

cumprimento aparentemente parcial da ocupação envolvem o domínio factual do povo

de Israel ao eliminar o domínio canaanita, enquanto ainda existem áreas a serem

ocupadas. Observando as duas realidades da promessa à Abraão, vemos que a semente

física já ocupa e domina a terra de Canaã, após haver neutralizado todo poderio inimigo.

Há de fato o cumprimento e recebimento dos termos da aliança Sinaítica, porém, tal

cumprimento é temporário e ainda falho quanto ao domínio posterior da terra, a pureza

étnica e cultica, que refletirá a natureza temporal da Antiga aliança nas sucessivas

passagens do livro de Juízes, dos reis davídicos, e do cativeiro. É inclusive no cativeiro,

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sob a profecia de Jeremias e Ezequiel que temos os principais textos que apontam para

uma nova aliança, incorruptível e permanente. Logo, fica patente em toda a estrutura do

texto de Josué, inclusive das conquistas da nação, que a posteridade física de Abraão e

sua ocupação da terra de Canaã eram parte da Velha Aliança de natureza temporal e

transitória. A tensão entre a natureza mista dos herdeiros de Abraão (espirituais e

físicos) e a terra a ser dominada (Canaã e todo o mundo), refletem tal transitoriedade a

que estava submetida a igreja de Cristo sob os desdobramentos progressivos da Antiga

Aliança em direção à superioridade da nova. Como afirma DENAULT (2013, p. 130):

The goal of the covenant with the physical posterity of Abraham (i.e.

The Old Covenant of the Law) was not futile since it consisted in

leading to Christ. This end was accomplished in at least three ways,

according to the seventeenth-century Baptist authors’ understanding:

(1) by preserving both the messianic lineage and the Covenant of

Grace; (2) by pointing typologically towards Christ; (3) by

imprisoning everything under sin in order that the only means to

obtain the promised inheritance was through faith in Christ.

(1) God promised Abraham that the accomplishment of his promise by

which all nations would be blessed, would fulfil itself by his posterity,

that is, Christ (Gl 3.16). Consequently, the Abrahamic lineage until

the Messiah had to be preserved by a covenant with the natural

posterity of Abraham (Rm 9.4-5).

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CONCLUSÃO

Ao final desta abordagem do livro de Josué, em especial dois temas associados a

possa da terra e a renovação da aliança, podemos reconhecer padrões relacionados a

Teologia da Aliança Batista de 1689 dentro das tensões existentes no próprio texto.

Apensar de ser este um trabalho superficial, devemos registrar que o teste é válido para

um uma estrutura tão ampla como a Teologia do Pacto (seja ela batista ou pedobatista),

que precisa ser sempre avaliada à luz dos textos das Escrituras, reconhecendo sua

coerência e capacidade de enquadrar e não contradizer o todo e as partes em sua síntese

teológica.

Além de considerar o exercício comparativo válido, a teologia da aliança, ou

federalismo Batista de 1689 fornece um padrão normativo para unir os dois testamentos

sem trazer prejuízo para a clara noção de continuidade/descontinuidade presente em

vários textos das Escrituras, sem que haja uma unidade coerente sob o pacto da graça e

seu efeito retroativo mediante promessas, figuras e tipos no Antigo testamento, assim

como sua diversidade das sucessivas administrações do pacto das obras no Antigo

testamento que portavam tais promessas até a vinda de Cristo.

Muitos outros aspectos mereceriam ser tratados, tanto na apresentação teológica,

quando na exposição do texto em análise; mas para o presente momento, cumprindo

com a proposta inicial e dentro da brevidade deste artigo, finalizamos o presente estudo

com a recomendação e suplica de Charles Spurgeon:

É dito que aquele que compreende os dois Pactos é um teólogo, e isto

é, sem dúvida, verdadeiro. Posso também afirmar que o homem

conhecedor das posições relativas da Lei e do Evangelho possui as

chaves da situação no que diz respeito à doutrina. O relacionamento

da Lei comigo e como ela me condena; o relacionamento do

Evangelho comigo e como ele, se sou um crente, me justifica – são

dois pontos que todo cristão deveria entender com clareza. Neste

aspecto, ele não deve enxergar “homens andando como árvores”,

senão poderá causar a si mesmo grande angústia e cair em erros

dolorosos ao seu coração e prejudiciais à sua vida. Fazer confusão

entre a Lei e o Evangelho é ensinar algo que não é Lei nem

Evangelho, mas o oposto de ambos. Que o Espírito de Deus seja o

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nosso mestre e Sua Palavra nosso livro de lições, e assim não nos

enganaremos.13

Soli Deo Gloria!

13 SPURGEON, Charles. A Perpetuidade da Lei de Deus. Disponível em </http://www.projetospurgeon.com.br/2013/06/a-perpetuidade-da-lei-de-deus/>. Acessado em 7 de Junho de 2014.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Palmdale, CA: Reformed Baptist Academic Press, 2010.

DENAULT, Pascal. Distinctiveness of Baptist Covenant Theology: A comparison

between seventeenth-century Particular Baptist and Paedobaptist federalism. Vestalia

Hill, AL: Solid Ground Christian Books, 2013, 167p.

GENTRY, Peter e WELLUM, Stephen. Kingdom Through Covenant: A Biblical-

Theological Understanding of the Covenants. Wheaton: Crossway, 2012, p. 591-796.

LOPES, A. N. (1999). Lendo Josué como Escritura Sagrada: mensagem e lugar do

livro na história sagrada. Fides Reformata , IV (2), s.d. Disponível em

<http://goo.gl/qze15>. Acessado dia 4 de Junho de 2014.

OWEN, John. Exposition Of The Epistle To The Hebrews: With Preliminary

Exercitations. Goold edition of The Works of John Owen, Vol. 13. Edinburgh: T&T

Clark, 1862.

SCHREINER, Thomas R. Review: ‘New Covenant Theology: Description, Definition,

Defense by John Wells e Fred Zaspel’, Disponível em

<http://www.sbts.edu/documents/tschreiner/review_WellsZaspel.pdf>. Acessado dia 6

de junho de 2014.

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VLACH, Michael J. New covenant theology Compared with Covenantalism.

Disponível em <http://www.tms.edu/tmsj/tmsj18i.pdf>, acessado em 6 de junho de

2014.