tRABALHO DE ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS – CCHL DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA PROFESSOR: JOSÉ RENATO RESUMO DO TEXTO: NATUREZA E TAREFAS DA ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA Acadêmica: Priscila Martins Mendes Curso: Bacharelado em Enfermagem

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS – CCHL

DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA

DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

PROFESSOR: JOSÉ RENATO

RESUMO DO TEXTO:

NATUREZA E TAREFAS DA ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

Acadêmica: Priscila Martins Mendes

Curso: Bacharelado em Enfermagem

TERESINA/2011

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Introdução Geral

NATUREZA E TAREFAS DA ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

1. Importância e atualidade do problema antropológicoA importância do estudo do homem é obviamente sublinhada pelos marxistas, para os quais não há no universo um ser maior que o homem. Entre eles, podemos colher muitíssimos testemunhos, mas não acrescentariam muito ao que foi dito pelos autores. Limitar-nos-emos, portanto a referir um passo significativo tirado de Dieter Uller. Ele diz: “O interrogar-se sobre o homem, sobre a sua posição presente e futura no mundo, faz parte dos problemas centrais da filosofia. Na conjuntura da passagem mundial da humanidade do capitalismo ao socialismo e do processo de radicais mudanças técnico-científicas, essa questão ganhou em atualidade. A solução são dirigidos também os esforços dos representantes da filosofia burguesa, da sociologia e da cultura, de maneira sempre mais intensa.

2. O uso do termo “antropologia”O uso filosófico do termo tem, pois, uma tradição muito sólida, também se do século XIX em diante o termo foi usurpado e monopolizado por outros campos.Hoje ele é adotado para denominar três disciplinas bem diferentes:a) O estudo do homem do ponto de vista físico somático: Antropologia física;b) O estudo do homem do ponto de vista da sua origem histórica: Antropologia

etnológica ou cultural;c) O estudo do homem do ponto de vista dos seus princípios últimos: Antropologia

filosófica.

3. História da antropologia filosóficaEnquanto o termo antropologia aparece na história da filosofia em tempos um tanto recentes, o que designa foi sempre objeto de estudo em todos os períodos da história. O homem foi estudado pela filosofia grega, assim como pela cristã, pela filosofia moderna como pela contemporânea. Não foi, porém, estudando sempre do mesmo modo, do mesmo ponto de vista, do mesmo ângulo.Na filosofia clássica grega o homem foi estudado a partir de perspectiva cosmocêntrica; na filosofia cristã, de perspectiva teocêntrica; na filosofia moderna e contemporânea, de perspectiva antropocêntrica.As antropologias mais significativas elaboradas numa perspectiva cosmocêntrica são as de Platão, Aristóteles e Plotino.Entre as inumeráveis antropologias delineadas pelos pensadores cristãos durante a época da patrística e da escolástica, duas se distinguem sobre todas as outras pela originalidade e profundidade: a de Santo Agostinho e a de São Tomás.Santo Agostinho estudou o homem com uma paixão extraordinária; pode-se mesmo dizer que toda a obra agostiniana é essencialmente centrada também no homem, além de em Deus. Ele aborda dois temas: a alma e Deus, e se propõe iniciar com o estudo da alma, porque é nela que Deus se manifesta mais limpidamente.Santo Tomás, embora operando sempre numa perspectiva teocêntrica, seja no estudo do homem como de qualquer outra realidade, faz uso mais rigoroso e sistemático da análise filosófica dos outros autores cristãos, inclusive Agostinho.

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Com o início da época moderna a pesquisa antropológica abandona o enquadramento cosmocêntrico dos filósofos gregos e a teocêntrica dos autores cristãos e se dirige para o enquadramento antropocêntrico: o homem constitui o ponto de partida de onde se origina e em torno do qual fica constantemente polarizada a pesquisa filosófica.

4. Legitimidade da antropologia filosófica“O homem nos interessa na sua totalidade, não por esse ou aquele de seus aspectos. As ciências especializadas (antropologia, lingüística, fisiologia, medicina, psicologia, sociologia, economia, ciência políticas), malgrado os seus esforços, tendem a limitar a totalidade do indivíduo, considerado o ponto de vista de uma função ou de um impulso particular. O nosso conhecimento do homem resulta fragmentado: muito freqüentemente tomamos uma parte pelo todo. É esse que nos propomos evitar”.

5. Estatuto epistemológico da antropologia“A explicação dos fenômenos físicos se contrapõe como maneira fundamental diferente do conhecer humano à ‘compreensão histórica’”.Reconhece-se que para a natureza pode dar-se uma explicação; mas afirma-se que a vida pode ser somente “compreendida”.Com base nessa distinção, conclui-se que a antropologia filosófica opera mediante conhecimento de tipo “compreensível” antes que “explicativo”.

6. O método da antropologia filosóficaO problema do método da antropologia filosófica foi o centro de muitas discussões neste século. Para resolvê-lo foram aventadas várias propostas. Husserl indicou o método fenomenológico, Heidegger e em geral todos os existencialistas seguiram-no; Gadamer, Ricoeur e outros usaram p método hermenêutico; Fabro propôs o método da introspecção; Barbotin, o da compreensão; Boros, o método fenomenológico-transcendental; Polanyi, o método da validade (validation); Lévi Strauss, o método estrutural.Ao nosso ver, a antropologia filosófica exige um método muito complexo, no qual se possam distinguir duas fases principais: a fenomenológica e a transcendental.

7. Disposições para afrontar o estudo do homemHoje é comum, no início de qualquer empresa científica, enumerar os postulados, os princípios, os “pressupostos”, afirma-se que também antropologia filosófica procede necessariamente de certa “perspectiva”, a qual é determinada por certos princípios.Também nós sustentamos que o estudo do homem requer certas condições, mas nos recusamos a chamá-las “pressupostos”, “princípios”, ‘postulados”, porque as condições que se exigem no nosso caso não são de ordem diretamente gnosiologia, mas sim psicológica e moral.