Trabalho - Contabilidade Financeira

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Trabalho de Contabilidade Financeira Questões Capítulo 3 1. Compreender o efeito da depreciação sobre os fluxos de caixa da empresa, o valor depreciável de um ativo, sua vida útil e os métodos de depreciação para fins ficais. RESP.: Nesta questão o intuito foi apresentar de que forma a depreciação é lançada no fluxo de caixa, a depreciação é lançada no final com sinal positivo, como se fosse uma entrada de caixa. Veja um exemplo de fluxo de caixa. FLUXO DE CAIXA SIMPLIFICADO ANO X (em R$) Saldo inicial 10.000,00 (+) receita vendas 80.000,00 (-) custo dos produtos (40.000,00) (-) despesas (30.000,00) (+) depreciação 20.000,00 Saldo final 40.000,00 Para melhor compreensão, suponha que uma empresa fabricante de alimentos adquira uma nova máquina para embalar seus produtos por R$ 100.000,00. Toda máquina tem uma vida útil e deixa de ser utilizada após um tempo, seja por desgaste pelo uso, ou por se tornar tecnologicamente obsoleta. A depreciação pode ser vista como uma forma de distribuir o custo da máquina ao longo de uma

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Trabalho de Contabilidade Financeira

Questões Capítulo 3

1. Compreender o efeito da depreciação sobre os fluxos de caixa da empresa, o valor depreciável de um ativo, sua vida útil e os métodos de depreciação para fins ficais.

RESP.: Nesta questão o intuito foi apresentar de que forma a depreciação é lançada no fluxo de caixa, a depreciação é lançada no final com sinal positivo, como se fosse uma entrada de caixa.

Veja um exemplo de fluxo de caixa.

FLUXO DE CAIXA SIMPLIFICADO ANO X (em R$)

Saldo inicial 10.000,00

(+) receita vendas 80.000,00

(-) custo dos produtos (40.000,00)

(-) despesas (30.000,00)

(+) depreciação 20.000,00

Saldo final 40.000,00

Para melhor compreensão, suponha que uma empresa fabricante de alimentos adquira uma nova máquina para embalar seus produtos por R$ 100.000,00.

Toda máquina tem uma vida útil e deixa de ser utilizada após um tempo, seja por desgaste pelo uso, ou por se tornar tecnologicamente obsoleta. A depreciação pode ser vista como uma forma de distribuir o custo da máquina ao longo de uma vida útil pré-determinada. Obviamente, quando se compra uma máquina, não se tem certeza do período de tempo durante o qual será usada. Ela pode quebrar após 2 anos de uso ou pode ser usada durante 30 anos ou mais.

A Legislação Tributária determina a vida útil a ser considerada para efeito de depreciação para os diversos tipos de bens (ativos). Máquinas de produção normalmente têm vida útil estipulada entre 5 e 10 anos. Vamos considerar no exemplo em questão que a vida útil seja de 5 anos.

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Isso significa que a empresa poderá lançar a cada ano uma despesa de R$ 20.000,00 a título de depreciação (R$ 100.000,00 em 5 anos = R$ 20.000,00 por ano). Este é o sistema de depreciação linear, o mais comumente utilizado. Há outros sistemas em que o valor da despesa de depreciação não é constante ao longo da vida útil.

A empresa, portanto, lançará durante 5 anos uma despesa de R$ 20.000,00. Porém, a depreciação é uma despesa chamada não-desembolsável, porque a quantia referente não sai do caixa da empresa. Em nosso exemplo, a empresa pagou o valor da máquina no momento da compra (ela pode ter feito um financiamento, nesse caso o valor da máquina entra como dívida da empresa).

Vamos supor que o ano X acima seja o terceiro ano de utilização da máquina. A depreciação desse ano - no valor de R$ 20.000,00 - não saiu do caixa da empresa, mas sim saiu do caixa no momento da compra da máquina. (A depreciação é lançada no grupo custo dos produtos ou no grupo despesas). Esse valor é então devolvido no fluxo de caixa, compensando a saída que não foi concreta.

As empresas apuram o lucro todo ano (através da DRE - Demonstração do Resultado do Exercício), e esse lucro apurado, entre outras funções, serve como base para o cálculo do IR e outros tributos, e também para a distribuição de lucros/dividendos para sócio acionistas. Um dos principais efeitos da depreciação é diminuir o lucro apurado, fazendo com que a empresa pague menos tributos e distribua menos dividendos, com relação ao que faria se não houvesse a despesa de depreciação.

DRE SIMPLIFICADA ANO X (em R$)Receita vendas 80.000,00(-) custo dos produtos vendidos (40.000,00)(-) despesas diversas (10.000,00)(-) despesa depreciação (20.000,00)Lucro apurado 10.000,00Receita vendas 80.000,00

A tabela acima mostra a DRE simplificada da empresa em questão, onde é possível ver que dentro das despesas de R$ 30.000,00 (mostradas no fluxo de caixa mais acima) há a despesa de depreciação no valor de R$20.000,00.

Do ponto de vista gerencial, o fluxo de caixa tem uma importância maior para as empresas, porque é ele que mostra efetivamente a situação financeira, se vai faltar dinheiro em determinado período e se será necessário um empréstimo de capital de giro, por exemplo. O que o fluxo de caixa faz, basicamente, é pegar a DRE e somar

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as despesas não desembolsáveis, porque como vimos, nessas despesas o valor referente não é gasto. Por exemplo, no ano 5 a empresa lançará R$ 20.000,00 como despesa de depreciação. Esse dinheiro sairá do caixa da empresa? Não, a depreciação serve para distribuir o valor gasto no momento da compra ao longo da vida útil, por isso o fluxo de caixa "devolve" esse valor como se fosse entrada de caixa. A despesa de depreciação, que entra na DRE com sinal negativo, sai no fluxo de caixa com sinal positivo.

2. Discutir a demonstração de fluxos de caixa, o fluxo de caixa operacional e o fluxo de caixa livre da empresa.

RESP.: A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) passou a ser um relatório obrigatório pela contabilidade para todas as sociedades de capital aberto ou com patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais).

Esta obrigatoriedade vigora desde 01.01.2008, por força da Lei 11.638/2007, e desta forma torna-se mais um importante relatório para a tomada de decisões gerenciais.

A Deliberação CVM 547/2008 aprovou o Pronunciamento Técnico CPC 03, que trata da Demonstração do Fluxo de Caixa.

De forma condensada, esta demonstração indica a origem de todo o dinheiro que entrou no caixa em determinado período e, ainda, o Resultado do Fluxo Financeiro. Assim como a Demonstração de Resultados de Exercícios, a DFC é uma demonstração dinâmica e também está contida no balanço patrimonial.

A Demonstração do Fluxo de Caixa irá indicar quais foram às saídas e entradas de dinheiro no caixa durante o período e o resultado desse fluxo.

A apresentação do Relatório de Fluxo de Caixa seguem as tendências internacionais, o fluxo de caixa pode ser incorporado às demonstrações contábeis tradicionalmente publicadas pelas empresas. Basicamente, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes áreas:

Atividades Operacionais: As Atividades Operacionais são explicadas pelas receitas e gastos decorrentes da industrialização, comercialização ou prestação de serviços da empresa. Estas atividades têm ligação com o capital circulante líquido da empresa.

Atividades de Investimento: As Atividades de Investimento são os gastos efetuados no Realizável a Longo Prazo, em Investimentos, no Imobilizado ou no Intangível, bem como as entradas por venda dos ativos registrados nos referidos subgrupos de contas.

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Atividades de Financiamento: As Atividades de Financiamento são os recursos obtidos do Passivo Não Circulante e do Patrimônio Líquido. Devem ser incluídos aqui os empréstimos e financiamentos de curto prazo. As saídas correspondem à amortização destas dívidas e os valores pagos aos acionistas a título de dividendos, distribuição de lucros.

O fluxo de caixa livre utiliza o fluxo de caixa operacional, ou seja, o fluxo proveniente das operações da empresa após os impostos sem considerar a estrutura de financiamento da empresa (empréstimos). É o total de dinheiro disponível na empresa após considerar os investimentos (ativos permanentes) e necessidades de capital de giro, assumindo que não existe pagamento de juros (despesas financeiras). Deve ser adicionando também as despesas que não geram saídas de caixa, por exemplo, a depreciação e a amortização.

O fluxo de caixa livre pode ser calculado da seguinte forma:

3. Compreender o processo de planejamento financeiro, incluindo os planos financeiros de longo prazo (estratégicos) e os planos financeiros de curto prazo (operacionais).

RESP.: O processo de planejamento financeiro decorre da necessidade da empresa em crescer, de forma ordenada, tendo em vista a implantação e a adequação de padrões, princípios, métodos, técnicas e procedimentos racionais, práticos e competitivos no tempo. O sistema orçamentário global consiste em: planejar todas as atividades a serem desenvolvidas para que possam ser cumpridas; projetar a obtenção de todos os recursos necessários, dentro de determinado prazo, para fazer

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o planejamento acontecer na empresa; controlar as etapas à medida que são executadas; e avaliar periodicamente os valores realizados com os valores planejados.

O planejamento financeiro tem como finalidade agregar os vários planos divisionais da empresa em um todo, para assim estabelecer metas concretas e medir o sucesso para o alcance dessas metas na empresa. Portanto, o resultado do processo de planejamento financeiro e um conjunto de projetos na forma de demonstrações financeiras projetadas e orçamentos.

Dessa forma quanto mais longe for a projeção menos detalhado será o plano financeiro, causando assim um resultado de planejamento não muito consistente.

O planejamento financeiro e uma parte fundamental da administração financeira, e através deste que são tomadas as decisões das necessidades de caixa de uma empresa. O planejamento financeiro auxilia e analisa o ciclo operacional. Dessa forma o administrador financeiro pode conseguir manter baixos os custos de financiamentos e evitar elevados estoques e excesso de capacidade produtiva. Com um adequado plano financeiro o administrador pode conduzir as melhores decisões mesmo com as mudanças na atividade econômica.

Planejamento financeiro e um processo de projeções das necessidades de caixa, de controle de custos, fixação de metas de vendas futuras e lucros, da decisão da melhor alocação de recursos escassos e do desenvolvimento de estratégias alternativas para evitar possíveis problemas caso os planos existentes não funcionem.

É um trabalho que envolve uma serie de decisões futuras, para ter maior eficácia precisa estar embasado em informações confiáveis. As informações de que se vale o administrador financeiro estão normalmente contidas em relatórios e demonstrativos contábeis, e quanto mais exatas forem as informações apuradas, mais acertadas serão as decisões tomadas.

Quatro etapas principais compõem o planejamento:

1. Estabelecimento dos objetivos a alcançar;2. Tomada de decisões a respeito das ações futuras;3. Elaboração de planos: e4. Ação.

O planejamento, portanto, começa com a determinação dos objetivos e posteriormente detalha os planos necessários para atingi-los da melhor forma possível. Planejar é definir os objetivos e escolher antecipadamente o melhor curso

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de ação para alcançá-los. O planejamento define onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, como e em que sequência.

De acordo com seu grau de amplitude, o planejamento pode ser categorizado em três níveis distintos: o planejamento estratégico, o tático e o operacional.

Planejamento Estratégico: é o planejamento mais amplo e abrangente da organização. Projetado a longo prazo, tem seus efeitos e consequências estendidos a vários anos pela frente, além de envolver a organização como um todo, abrangendo todos os seus recursos e áreas de atividade, e preocupar-se em atingir os objetivos a nível mais abrangente. É definido pela cúpula da organização e corresponde ao plano maior ao quais todos os demais estão subordinados.

Planejamento Tático: por seu turno, é projetado a médio prazo, geralmente para o exercício anual. Envolve segmentos da organização, abrangendo seus recursos específicos, e é definido por cada segmento da organização.

Planejamento Operacional: é o planejamento feito para cada tarefa ou atividade. Geralmente é projetado para o curto prazo, e envolve cada tarefa ou atividade isoladamente, preocupando-se com o alcance de metas específicas.

Alguns detalhes devem ser observados no processo de planejamento. Inicialmente, é fundamental para o sucesso do plano que o objetivo planejado seja eficaz, coerente e possível, sob o risco de os planos não saírem nem ao menos do papel (aliás, uma das causas do insucesso de muitos dos planos governamentais adotados no Brasil, como se verá adiante, foi justamente a falta de rigor técnico na definição dos objetivos).

Objetivos possíveis, coerentes e eficazes não bastam. O planejamento deve definir os meios suficientes, necessários, potentes e eficazes, além de coerentes entre si, para a consecução dos objetivos propostos. É justamente nesse ponto que reside o cerne do sucesso ou não da implementação do planejamento proposto.

Outro aspecto que merece destaque é que o planejamento deve considerar os terceiros envolvidos no processo. Ora, a implementação dos planos propostos vai depender diretamente das pessoas envolvidas em sua execução, em todos os níveis. O planejamento deve prever, na medida do possível, os efeitos dessa inter-relação. Esse é um dos pontos fracos do planejamento na área governamental, pois quanto maior o número de atores envolvidos no processo, mais difícil se torna a previsão das ações reativas ao plano.

Em suma, para obter êxito o planejamento deve incluir tanto o "deve ser", quanto o "pode ser" e o "fazer".

Abaixo, como sínteses dessa definição do planejamento são apresentadas algumas das características do planejamento:

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O planejamento é um processo permanente e contínuo; O planejamento é sempre voltado para o futuro: o planejamento está sempre

ligado intimamente à previsão, embora não se confunda com ela; O planejamento visa selecionar, entre várias alternativas, um curso de ação; O planejamento é sistêmico: deve considerar tanto o sistema como os

subsistemas que o compõem; O planejamento é interativo; O planejamento é uma técnica de alocação de recursos humanos e não

humanos; O planejamento é uma função administrativa que interage com as demais; e O planejamento é uma técnica de coordenação e de integração.

4. Discutir o processo de planejamento de caixa e a preparação, a avaliação e a utilização do orçamento de caixa.

RESP.: O orçamento de caixa será fundamental para a empresa estabelecer um equilíbrio financeiro entre as receitas e os custos projetados, no sentido de estimar, antecipadamente, o saldo necessário entre entradas e saídas financeiras, evitando assim possíveis embaraços na hora de cumprir os futuros compromissos da empresa.

A complexidade na elaboração do orçamento de caixa poderá variar de empresa para empresa, porém, na sua essência, serão semelhantes. O orçamento de caixa será, sem dúvida, o instrumento mais importante que a empresa poderá utilizar para obter o equilíbrio financeiro ao longo do período orçado.

A fim de melhor administrar a empresa será necessário e indispensável à existência do orçamento de caixa, para que a administração financeira possa alocar seus recursos de maneira eficiente, pois o mesmo irá informar as estimativas de ingressos e desembolsos de caixa. Assim, a empresa deverá projetar o total de ingressos e desembolsos para obter o controle total do volume monetário, que irá necessitar ou não para o período considerado. O nível desejado de caixa não deverá ser maior do que o estritamente necessário, pois os recursos financeiros da empresa não poderão ficar ociosos.

O conhecimento prévio da existência de possíveis excedentes financeiros possibilitará à administração financeira dar a destinação mais eficaz a esses recursos, assim como a escassez de caixa determinará a busca em fontes menos onerosas os recursos necessários. Uma vez elaborado o orçamento de caixa, o comitê de planejamento financeiro e orçamento terá condições de planejar, em termos financeiros, o que fazer no próximo período.

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Na elaboração do orçamento de caixa serão utilizadas as projeções de vendas, produção e despesas operacionais, considerando os prazos médios de vendas e compras com as prováveis datas de recebimentos e pagamentos no período orçado, bem como as futuras aquisições de itens do ativo imobilizado, os aumentos de capital social da empresa e as participações em empresas coligadas e/ou controladas.

Dentre os conceitos de orçamento de caixa encontram-se dispostos, a seguir, aqueles que mais se identificam com o sistema de planejamento financeiro e orçamento, a saber:

a) orçamento de caixa é o instrumento que relacionará os futuros ingressos e desembolsos financeiros de caixa para um dado período de tempo;

b) orçamento de caixa é a técnica utilizada pela administração financeira, que sintetizará o somatório de ingressos e o somatório de desembolsos a serem movimentados no exercício orçado, permitindo detectar, antecipadamente, se haverá excedente ou escassez de recursos financeiros no período projetado;

c) orçamento de caixa é a ferramenta financeira que irá projetar as entradas, as saídas e o nível desejado de caixa para o período considerado;

d) orçamento de caixa é o plano que irá refletir as situações econômico-financeiras e patrimoniais da empresa para determinado período.

O principal objetivo do orçamento de caixa será a projeção da disponibilidade necessária de recursos financeiros para a execução do plano geral de operações, bem como estabelecer o nível desejado de caixa. Nestes termos, o objetivo do orçamento de caixa será dispor dos recursos financeiros necessários para que a empresa possa continuar funcionando normalmente, além de viabilizar o que foi planejado no plano geral de operações e / ou de investimentos.

Outros objetivos poderão ser relacionados ao elaborar-se o orçamento de caixa como:

a) Dimensionar o nível de caixa da empresa para manter sua liquidez, aproveitando as oportunidades de mercado, quando for de seu interesse;

b) Estabelecer adequado fluxo financeiro entre ingressos e desembolsos de caixa da empresa;

c) Otimizar, de forma rentável e segura, as futuras inversões de capitais próprios e de terceiros;

d) Aplicar os futuros excedentes de caixa no mercado financeiroe) Captar os recursos financeiros para suprir as necessidades de caixa; f) Realizar a captação de capitais financeiros necessários para a execução do

plano geral de operações.

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Assim, podemos afirmar que o orçamento de caixa objetivará estabelecer o equilíbrio entre os ingressos e desembolsos financeiros, visando projetar o nível desejado de caixa, assim como captar empréstimos para suprir as necessidades de caixa temporárias ou aplicar os excedentes de caixa no mercado financeiro, evitando que os recursos fiquem ociosos.

O orçamento de caixa caracteriza-se por projetar os ingressos da empresa decorrentes de vendas à vista e a prazo de produtos e servi ços, aumentos de capital social, recebimentos de aluguéis e receitas financeiras.

Quanto aos desembolsos de caixa, caracterizam-se pelos pagamentos de compras à vista e a prazo de matérias-primas, salários com mão-de-obra direta e indireta com os encargos sociais, as despesas indiretas de fabricação e as despesas operacionais da empresa no período orçado.

o orçamento de caixa é identificado por projeções de ingressos e desembolsos financeiros, que incorrerão na empresa no período futuro.

Neste sentido, as principais decisões para elaborar-se o orçamento de caixa, serão:

1. Definir o valor das vendas e suas condições, ou seja, as formas de recebimentos projetados;

2. Fixar o valor das compras e suas condições, ou seja, as formas de pagamentos estimados;

3. Estimar o valor das despesas operacionais a serem desembolsadas no período;4. Relacionar outras entradas e saídas de caixa orçadas.

5. Explicar os procedimentos simplificados adotados para elaborar e avaliar a demonstração de resultado projetado e a projeção do balanço.

RESP.: A projeção das demonstrações projetadas pode ser feita a partir de informações orçamentárias, e as informações não disponíveis podem ser projetadas por um método intitulado método simples. Os dados necessários para a preparação de demonstrações projetadas, utilizando-se a técnica simplificada, são: as demonstrações financeiras do período anterior ao que se está projetando e a

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previsão de vendas para o período seguinte. Um ponto importante a se considerar na técnica simplificada envolve diretamente a linha de produção, pois cada modelo fabricado pelo mesmo processo pode exigir quantidades de matérias-primas e mão de obras diferentes. Os administradores da área financeira tendem a confiar nas relações financeiras verificadas nas demonstrações financeiras passadas, pois acreditam que essas relações não sofrerão modificações significativas para o período seguinte, isto é, que os acontecimentos passados se repetirão. O método simples de elaborar a projeção da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) consiste em estabelecer na DRE do período anterior (DRE inicial) uma relação percentual (análise vertical) entre as vendas e a informação desejada, em seguida multiplica-se o percentual encontrado pela previsão de vendas encontrando-se desse modo a nova informação, e assim se vai estruturando a DRE projetada. A grande crítica a esse método está em ser uma proporção matemática, o que nos leva a uma distorção do resultado final, distorção essa que se deve ao fato de não se considerar se a natureza dos custos e despesas é fixa ou variável, pois o regime de proporcionalidade usado passa a considerar todos os custos e despesas como sendo variáveis. Ora, se a nova previsão de vendas apresentarem um crescimento no valor das vendas, ainda que todos os fatos previstos ocorram idênticos ao ocorrido no passado, o lucro real ao ser apurado será bem maior do que o lucro projetado. Mas se a previsão for de decréscimo nas vendas, o lucro apurado também será bem menor que o projetado. Esse fenômeno decorre do grau de alavancagem financeira da empresa, quanto maior os custos e as despesas fixas do negócio, maior será o grau de alavancagem. A utilização do orçamento operacional pode ser mais trabalhosa, porém a distorção será sempre menor. A projeção do balanço é elaborada com base em premissas retiradas do planejamento estratégico da empresa, do orçamento de investimento, do orçamento de caixa e do orçamento operacional. O orçamento de investimento fornece as variações que ocorrerão tanto no Ativo Permanente quanto no Passivo Exigível em Longo Prazo e Patrimônio Líquido, uma vez que este orçamento determina quais os ativos fixos que irão ser incorporados ao patrimônio, assim como a época, o valor e a origem do recurso se de terceiros ou próprio. Como os ativos fixos têm um prazo de retorno maior que um ciclo operacional, é conveniente que sua captação de recursos seja feita em longo prazo.

O orçamento de caixa proporciona informações acerca do Passivo Circulante em relação a Fornecedores a Pagar, Salários a Pagar e Outras Contas a Pagar. Referente ao Ativo Circulante nos informa além do saldo das Disponibilidades (Caixa, Bancos e Aplicações Financeiras de liquidez imediata), o saldo das Contas a Receber. O orçamento operacional além de fornecer os elementos da Demonstração de Resultado do Exercício Projetada, fornece elementos sobre a conta de Estoque e Lucros Acumulados. Vejamos agora um exemplo de como projetar uma DRE pelo método simples, uma vez que as projeções a partir dos orçamentos será o tema da nossa aula número oito. Após o ordenamento das contas patrimoniais no Balanço projetado, isto é, todas as premissas foram transformadas em contas de Ativo e

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Passivo e é chegado o momento de se totalizar o tanto o Ativo quanto o Passivo, quase sempre nesse momento percebe-se que a equação patrimonial não está sendo observada, ou seja, o Ativo Total não é igual ao Passivo Total, é hora de executarmos o valor de ajustamento ou de balanceamento. Para isso procede-se da seguinte forma:

Verifica-se qual o valor da diferença entre Ativo Total e Passivo Total; Observa-se qual dos dois lados do Balanço possui o menor valor; Acrescenta-se o valor da diferença no lado que está a menor de modo que a

equação patrimonial fique equilibrada.

À primeira vista tal procedimento pode parecer absurdo, principalmente aos olhos do profissional de Contabilidade, mas devemos lembrar que esse Balanço é apenas uma peça de planejamento e não tem a finalidade de retratar na íntegra a realidade, e sim mostrar um cenário provável de ocorrer no futuro. Na verdade esse valor posto como balanceamento nos indica uma das duas alternativas:

O valor de balanceamento está colocado no lado do Ativo, isso representa que a captação de recursos será maior que a capacidade da empresa em utilizá-los, ou a empresa busca novos projetos para aplicar os recursos excedentes, ou não capta aquela totalidade prevista inicialmente ou utiliza o excedente para pagar dividendos aos seus proprietários.

O valor de balanceamento está posto no lado do Passivo, isso significa que existem projetos que não poderão ser executados por falta de recursos, ou a empresa capta novos recursos, ou abandona alguns de seus projetos.

6. Indicar as deficiências dos enfoques simplificados para a elaboração de demonstrações financeiras projetadas e os usos mais comuns dessas demonstrações.

O planejamento de lucro é realizado pela elaboração de demonstrações financeiras projetadas (Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado), que mostram, antecipadamente, os lucros, ativos, passivos e patrimônio líquido.

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O Balanço projetado pode ser estudado por meio da determinação do nível desejado de certos itens e fazendo-se o financiamento externo adicional atuar como elemento responsável pelo equilíbrio do balanço.

Uma técnica simplificada para desenvolver o Balanço Projetado, mas questionável, envolve estimar os níveis desejados de certas contas do Balanço e calcular o valor de outras contas e fazendo-se o financiamento externo necessário servir como elemento responsável pelo equilíbrio do Balanço.

As Limitações básicas dessa técnica devem-se às seguintes suposições:

A situação financeira passada da empresa é uma previsão exata da sua situação financeira futura;

Os valores de certas variáveis, como caixa, estoques e duplicatas a receber podem ser forçados a assumir certos valores desejados.

Apesar de essa técnica ser bastante comum, devido à facilidade dos cálculos envolvidos, são bastante questionáveis tais suposições.

As demonstrações projetadas são empregadas para:

• Estimar o valor do financiamento externo exigido para suportar dado nível de vendas.

• Fornecer uma base para analisar, antecipadamente, o nível de lucratividade e o desempenho financeiro global da empresa no ano seguinte.

Com base nas demonstrações projetadas, normalmente são desenvolvidas análises de índices financeiros, com a finalidade de avaliar a situação esperada da empresa. Assim, a partir da demonstração de resultado e do balanço projetados, é possível calcular vários índices (lucratividade, liquidez, rentabilidade, endividamento etc.) para avaliar o desempenho da empresa.

Questões Capítulo 11

1. Compreender as hipóteses básicas subjacentes ao custo de capital, seu

conceito fundamental e as fontes específicas de capital nele incluídas.

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RESP.: O custo do capital é o rendimento requerido sobre os vários tipos de financiamento. Este custo pode ser explícito ou implícito e ser expressado como sendo o custo de oportunidade para uma alternativa equivalente de investimento.

A determinação do custo de capital implica a necessidade de estimar o risco do investimento, analisando os componentes que conformarão o capital (como a emissão de acções ou a dúvida). Existem diferentes formas de calcular o custo do capital, que dependem das variáveis utilizadas pelo analista.

Por outras palavras, o custo do capital supõe a retribuição que irão receber os investidores por injectarem capital na empresa, isto é, o pagamento que obterão os accionistas e os credores. No caso dos accionistas, receberão dividendos por acção, ao passo que os credores irão beneficiar com os juros pela quantia desembolsada (por exemplo, aplicam 10.000 euros e recebem 12.000, o que perfaz um lucro/juros de 2000 euros.

A avaliação do custo de capital informa quanto ao preço que a empresa paga por usar o capital. Esse custo é calculado como uma taxa: existe uma taxa para o custo de dúvida e outra para o custo do capital próprio; ambos os recursos formam o custo do capital.

Cabe frisar que o capital de uma empresa é formado pelo capital contabilístico externo que se obtém através da emissão de acções comuns em oposição às utilidades retidas, pelo capital contabilístico interno proveniente das utilidades retidas, pelas acções preferentes e pelo custo da dúvida (antes e depois de impostos).

O custo de capital é a taxa de juros que as empresas usam para calcular o valor do dinheiro no tempo. O custo do capital equivale ao retorno que a empresa tem que obter em seu investimento para satisfazer as exigências de retorno de seus investidores.

A estrutura de capital é determinada pelo composto de endividamento a longo prazo que uma empresa utiliza para financiar suas operações. As decisões inadequadas de estrutura de capital podem resultar em um elevado custo de capital, o qual tornaria mais difícil encontrar investimentos aceitáveis. Boas decisões empresariais objetivam a diminuição do custo de capital da empresa, tornando mais fácil achar investimentos aceitáveis que aumentarão a riqueza dos proprietários.

Os dois tipos básicos de capital são: capital de terceiros e capital próprio. O termo capital denota fundos da empresa a longo prazo.

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O custo de capital é um conceito dinâmico, afetado por uma variedade de fatores econômicos gerais e específicos à empresa. Para identificar a estrutura básica do custo de capital, levantamos algumas hipóteses básicas:

Risco econômico ou de negócio: supomos que o risco de que a empresa não seja capaz de cobrir os custos operacionais não varia. Essa hipótese significa que a aceitação de um projeto por uma empresa não afeta sua capacidade de cobrir os custos operacionais.

Risco financeiro: supomos que o risco de que a empresa seja incapaz de saldar os compromissos financeiros (pagamentos de juros, aluguéis, dividendos de ações preferenciais) não varia. Essa hipótese significa que os projetos são financiados de tal maneira que a capacidade de cobertura de custos de financiamento pela empresa não se altera.

Os custos relevantes são aqueles após o imposto de renda: em outras palavras, o custo de capital é medido depois do imposto de renda. Essa hipótese é coerente com o enfoque adotado na tomada de decisões de orçamento de capital.

2. Determinar o custo de capital de terceiros de longo prazo e o custo de

ações preferenciais.

RESP.: O custo de capital de terceiros, (Ki), é definido de acordo com os passivos

onerosos presentes nos empréstimos e financiamentos mantidos pela empresa.

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Custo da Dívida de Longo Prazo: é o custo hoje, após IR, de captar recursos através de emissão e venda de títulos de dívida e que os pagamentos de juros das obrigações ocorram em períodos regulares.

Recebimentos líquidos: fundos realmente recebidos, depois de deduzidos os custos de colocação ou lançamento – os custos totais de emissão e venda de um título – que reduzem os recebimentos líquidos proporcionados pela venda. Esses custos aplicam-se a todos os custos de lançamentos públicos de títulos.

Esses custos compõem-se em dois componentes:

Custos de Underwriting : remuneração recebida pelos bancos de investimentos para a realização da venda dos títulos.

Custos Administrativos : despesas do emissor, que envolve gastos com serviços de assistência jurídica e contábil, impressão etc.

Em operações financeiras onde geralmente não há emissão de títulos de dívida, encontramos na formação da taxa os seguintes elementos formadores do custo:

Custo de um título considerado livre de risco (Klr);

Prêmio de risco de negócios (Prn);

Prêmio de risco financeiro (Prf)

Taxa de risco cobrado pelo credor adicionalmente aos juros, que varia de acordo com o tomador (spread).

Ki = (Klr + Prn + Prf) x (1- T)

O custo de capital de terceiros (Ki) é definido de acordo com os passivos onerosos presentes nos empréstimos e financiamentos mantidos pela empresa. Para o caso do pagamento de juros de obrigações da empresa, estes, são dedutíveis do pagamento do Imposto de Renda (I.R), o que provoca uma redução do custo de capital de terceiros em comparação com o custo do capital próprio como fonte de financiamento da empresa. No momento da identificação dos resultados (lucro aos acionistas), estes são definidos após a provisão tributária.

No Brasil, a alíquota de I.R. para a maioria das empresas é de 40%. Esse percentual é formado pela soma das seguintes alíquotas:

15% de I.R.P.J;10% sobre excedente de certo limite de lucro (R$ 20mil);15% de C.S.L.L.

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Equação:Ki = Kd x (1 – T)onde: Kd = custo do capital de terceiros antes do IR.T = alíquota do IR.

A ação preferencial representa um tipo especial de participação na propriedade da empresa, proporcionando aos acionistas o direito de receber dividendos antes de qualquer acionista ordinário sem prazo para vencimento.

O custo das ações preferenciais, é o quociente entre o dividendo da ação e o recebimento líquido com a venda das ações pela empresa. O recebimento líquido corresponde ao montante a ser recebido menos quaisquer custos de emissão. A equação que expressa essa definição é:

Onde:

= custos das ações preferenciais

= dividendo pago

= valor de face ou nominal da ação preferencial

= custos de emissão

F = taxa de deságio sobre o preço de lançamento das ações em percentuais.

d = despesas de underwriting, em percentual.

3. Calcular o custo de capital próprio e convertê-lo no custo de lucros retidos e no de novas emissões de ações ordinárias.

RESP.: O custo do capital próprio é mais difícil de ser calculado pois não existe um contrato formal de remuneração com o acionista (e como ocorre com o capital de terceiros). Deste modo, existe uma grande subjetividade na definição do custo do capital próprio.

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O método mais utilizado para definir o custo do capital próprio é o CAPM adaptado. O CAPM é um modelo de precificação de ativo que determina o retorno de um investimento (ação, título ou carteira) através da seguinte fórmula:

Ke = Rf + (RM - Rf) Beta

Sendo: Rf - retorno do título sem risco projetado;Rm - retorno do mercado projetado;Beta - medida de risco do investimento em relação ao mercado (projetada).

Podemos calcular o custo do capital próprio de uma empresa brasileira utilizando os seguintes parâmetros:

Rf - retorno do título do governo, como o CDI;

Rm - retorno do mercado, como o Ibovespa, índice da bolsa de valores de São Paulo;Beta - obtido com empresas especializadas (mas que pode ser calculado pelo analista para empresas com ações negociadas em bolsa de valores).

Outra forma de obter o valor do Ke é utilizar dados do mercado mundial. Neste caso, o Rf seria o retorno do título do governo norte-americano; Rm = retorno do mercado de Nova Iorque; Beta = obtido em relação ao mercado estrangeiro, facilmente disponibilizado nos sítios da Yahoo ou Google, entre outros, para as empresas brasileiras com ADRs. Com estes valores, deve-se lembrar que o risco do país já estará incorporado ao cálculo.

Para empresas sem informações (empresas sem ações negociadas em bolsa, por exemplo) pode-se utilizar valores aproximados de empresas com características similares, adicionando um prêmio por eventuais riscos.

O Custo de Capital Próprio é formado pelos Fundos de Longo Prazo proporcionado pelos proprietários da empresa (acionistas):

Fonte interna: retenção de lucros

Fonte externa: venda de ações1 ON e PN

O Capital Próprio é considerado a forma permanente de financiamento da empresa.

Possui direitos secundários (residuais) em relação aos credores da empresa.

Exige um retorno maior em função do risco inerente.

1 Valor mobiliário, emitido pelas companhias ou sociedades anônimas, representativo de parcela do capital. O capital da sociedade anônima é dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.

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O custo de capital próprio, (Ks) é o qual os investidores descontam os dividendos esperados da empresa para avaliar suas ações. Além disso, há duas maneiras diferentes de estimar o custo de capital próprio: qualquer forma do modelo de avaliação com crescimento constante (Modelo de Gordon) e o modelo de formação de preços de ativos de capital (CAPM).

Uso do modelo de avaliação com crescimento constante (Gordon)

Os modelos de avaliação com crescimento constante baseiam-se na premissa de que o valor de uma ação é determinado pelo valor presente de todos os dividendos futuros. Esse modelo estima que os dividendos cresçam a uma taxa anual constante por um período infinitamente longo.

Usando o modelo de crescimento constante, temos:

Resolvendo a equação acima obteremos o valor de (Ks), através da seguinte expressão:

= valor da ação ordinária

= dividendo por ação esperado ao final do ano 1

= retorno exigido da ação ordinária

g = taxa de crescimento constante dos dividendos.

4. Calcular o custo médio ponderado de capital (CMPC) e discutir esquemas alternativos de ponderação.

Podemos obter o custo de capital, através da média dos custos de captação, ponderada pela participação de cada fonte de fundos na estrutura de capital de longo prazo.

CMPC = Kj x Wj

Kj = custo específico de cada fonte de financiamento

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Wj = participação relativa de cada fonte de capital no financiamento total.

Fonte de Financiamento

ValorParticipação estrutura de

capital (w)Custo de capital (k)

Financiamento $700.000,00 35% 18%

Capital Próprio

Capital ordinário $800.000,00 40% 25%

Capital preferencial $500.000,00 25% 22%

Total $2.000.000,00

100%

CMPC = [(18% x 0,35) + (25% x 0,40) + (22% x 0,25)]

= 6,3% + 10% + 5,5% = 21,8%

Conclusão:

CMPC apurado, 21,8%, representa a taxa mínima de retorno desejada pela empresa em suas decisões de investimento;

Um retorno do investimento menor que o CMPC leva a uma destruição de valor de mercado, reduzindo a riqueza de seus acionistas.

5. Descrever os procedimentos adotados para determinar os pontos de quebra e o custo marginal ponderado de capital (CMgPC).

O custo médio ponderado de capital pode variar a qualquer momento, dependendo do volume de financiamento que a empresa possa levantar. Conforme o volume de financiamento aumenta, os custos de vários tipos de financiamento aumentarão, elevando o custo médio ponderado de capital.

Page 20: Trabalho - Contabilidade Financeira

O custo marginal ponderado de capital é simplesmente o custo médio ponderado de capital da empresa associado à próxima unidade monetária do novo financiamento total.

O administrador financeiro está interessado neste custo marginal porque ele é relevante nas decisões atuais.

ENCONTRANDO OS PONTOS DE RUPTURA

Para calcular o CMgPC, determinam-se os pontos de ruptura, que refletem o nível do novo financiamento total, no qual aumenta o custo de um dos componentes de financiamento. A equação abaixo pode ser usada para encontrar os pontos de ruptura:

PRi = TFi / Wi

Onde:

PRi - ponto de ruptura para o financiamento iTFi - total de fundos disponíveis da fonte de financiamento i a um dado custo.Wi - peso da estrutura de capital - histórica ou meta - para a fonte de financiamento i.

Quando a empresa exaurir seus lucros retidos disponíveis de R$ 300000,00 (kr = 13 %), terá que usar um novo financiamento de ações ordinárias, mais dispendioso ( kn

= 14% ), para suprir as necessidades do seu capital próprio. Além disso, a empresa espera emprestar somente R$ 400000,00 a um custo de 5,6 % ; um empréstimo adicional terá um custo após o IR de 8,4 %. Assim sendo, existem dois pontos de ruptura:

1. Quando os lucros retidos, R$ 300000,00 que custam 13 %, forem exauridos; e

2. Quando empréstimo a longo prazo, R$ 400000,00, que custa 5,6%, for exaurido:

PR capital próprio = 300000,00 / 0,50 = 600000,00

PR empréstimo a longo prazo = 400000,00 / 0,40 = 1000000,00

Faixa do novo financiamento

Fonte de capital Peso Custo Custo Médio

(1) (2) (3) (2) x (3)

0 a 600.000,00 Empréstimos a longo prazo

0,40 5,6 2,2

Ações Preferenciais

0,10 10,6 1,1

Page 21: Trabalho - Contabilidade Financeira

Ações Ordinárias 0,50 13,0 6,5

CMePC 9,8 %

600.000,00 a 1.000.000,00

Empréstimos a longo prazo

0,40 5,6 2,2

Ações Preferenciais

0,10 10,6 1,1

Ações Ordinárias 0,50 14,0 7,0

CMePC 10,3 %

Acima de 1.000.000,00

Empréstimos a longo prazo

0,40 8,4 3,4

Ações Preferenciais

0,10 10,6 1,1

Ações Ordinárias 0,50 14,0 7,0

CMePC 11,5 %

6. Explicar como o custo marginal ponderado de capital (CMgPC) pode ser usado em conjunto com a escala de oportunidades de investimento na tomada de decisões de financiamento e investimento da empresa.

RESP.: Num determinado momento, uma empresa dispõe de certas oportunidades de investimento. Essas oportunidades diferem, no que diz respeito ao tamanho do investimento antecipado, do risco e do retorno (uma vez que o custo médio ponderado de capital não é aplicável aos investimentos com risco variável).

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O perfil das oportunidades de investimento (POI) da empresa é uma classificação das possibilidades de investimento indo do melhor, retornos mais altos, ao pior, retornos mais baixos. À medida que a empresa aumenta o montante de recursos disponíveis para investimento em projetos de capital, o retorno (TIR) sobre os projetos diminuirá, visto que, geralmente, o primeiro projeto aceito terá o retorno mais elevado, o projeto seguinte escolhido será o segundo com retorno mais elevado, e assim por diante. Ou seja, o retorno dos investimentos diminuirá à medida que forem aceitos projetos adicionais.

TOMANDO DECISÕES DE FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO

Enquanto a TIR do projeto for maior que o custo marginal ponderado de novo financiamento a ser utilizado, a empresa deveria aceitar o projeto. O retorno dos investimentos diminuirá à medida que mais projetos forem aceitos, ao passo que o custo marginal ponderado de capital aumentará porque serão necessários maiores montantes de novo financiamento. Portanto, a empresa aceitaria projetos até o ponto em que o retorno marginal do seu investimento se igualasse a seu custo marginal ponderado de capital. Além desse ponto, o retorno de seus investimentos será inferior a seu custo de capital.

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