Trabalho 3 Apologia de Socrates

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Aug.·. e Resp.·. Loj.·. Simb.·. Benfeitores da Humanidade Nº 39 Á Gl.·. do G.·.A.·.D.·.U.·. O Ideal Maçônico na Apologia de Sócrates Ir.·. Bagesterio - Apr.·. Maç.·. Nesta apologia apresentada por Sócrates, diante do Tribunal Ateniense, ele usa trechos das acusações que lhe foram feitas como defesa, como no caso dele ter habilidade com as palavras. Afirma com convicção de que em nenhum momento usará palavras floreadas ou discursos enfeitados, mas falará usando palavras simples e entendidas; pede que todos se atentem ao fato do que se o que ele diz é justo ou não, pois a virtude do juiz e do orador é dizer a verdade. Através da sua oratória, podemos concluir que alguns de seus acusadores não estavam presentes, visto que ele diz que se defende “quase combatendo com sobras”, sem que ninguém o respondesse. Ele sofria com duas classes de acusadores: os que o acusavam desde sempre e os que eram recentes. E através dessa oratória, Sócrates além de se defender, procura remover da mente dos presentes a má opinião que fora acolhida. Ali ele vai apresentando cada uma das acusações que lhe foram feitas e a cada uma delas vai apresentando a sua defesa. Em vista das calúnias e difamações, ele próprio afirma que se fosse alguém ocupado em fazer exatamente o que os outros eram acostumados a fazer, ele não teria ganhado tal fama e nem haveria acusações. Se ele conquistou nome foi por alguma sabedoria, a saber, a sabedoria humana. Depois que seu amigo Xenofonte consultou o oráculo de Delfos foi revelado que era ele, Sócrates, o homem mais

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Aug.·. e Resp.·. Loj.·. Simb.·. Benfeitores da Humanidade Nº 39

Á Gl.·. do G.·.A.·.D.·.U.·.

O Ideal Maçônico na Apologia de Sócrates

Ir.·. Bagesterio - Apr.·. Maç.·.

Nesta apologia apresentada por Sócrates, diante do Tribunal Ateniense, ele usa trechos das acusações que lhe foram feitas como defesa, como no caso dele ter habilidade com as palavras. Afirma com convicção de que em nenhum momento usará palavras floreadas ou discursos enfeitados, mas falará usando palavras simples e entendidas; pede que todos se atentem ao fato do que se o que ele diz é justo ou não, pois a virtude do juiz e do orador é dizer a verdade.

Através da sua oratória, podemos concluir que alguns de seus acusadores não estavam presentes, visto que ele diz que se defende “quase combatendo com sobras”, sem que ninguém o respondesse. Ele sofria com duas classes de acusadores: os que o acusavam desde sempre e os que eram recentes. E através dessa oratória, Sócrates além de se defender, procura remover da mente dos presentes a má opinião que fora acolhida.

Ali ele vai apresentando cada uma das acusações que lhe foram feitas e a cada uma delas vai apresentando a sua defesa. Em vista das calúnias e difamações, ele próprio afirma que se fosse alguém ocupado em fazer exatamente o que os outros eram acostumados a fazer, ele não teria ganhado tal fama e nem haveria acusações. Se ele conquistou nome foi por alguma sabedoria, a saber, a sabedoria humana. Depois que seu amigo Xenofonte consultou o oráculo de Delfos foi revelado que era ele, Sócrates, o homem mais sábio da Grécia. No entanto, Sócrates sabia que não sabia; eu só sei que nada sei, dizia ele. Por ventura, em saber que não se sabe, nisto reside a sabedoria? Sim. Porque sábio é o homem que chegou a ter idéia do quanto ignora. Saber que ignora, e quanto ignora, é já saber, porque o verdadeiro ignorante nem que não sabe não sabe. Um animal inferior desconhece que haja medicina, engenharia, direito; já qualquer homem comum sabe que ignora estas disciplinas. Pois Sócrates declarava saber que conhecia a extensão da sua ignorância, e esta consciência o fazia o mais sábio da Grécia, porque o resto dos gregos do seu tempo, nem que não sabia não sabia. Mas Sócrates quis por a limpo a sentença do Oráculo, e por isso saiu a verificar se havia, na Grécia, algum homem que soubesse mais que ele. E assim, entra em discussão com os

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poetas, e em disputa com os artesãos; depois de tudo, chega a este resultado: os artesãos padeciam do mesmo defeito dos poetas: porque são peritos em seus ofícios, por isso cuidam que tudo sabem, e com isto mostram-se ignorantes. Assim, um especialista em qualquer disciplina, porque conhece bem sua profissão, sente-se autorizado a opinar sobre aquilo de que não entende.

Através disso, Sócrates conquistou inimizades e através delas se derivaram grandes calúnias e difamações que lhe atribuíram à qualidade de sábio. E por causa dessa investigação estava tão ocupado que não tinha tempo de fazer nada e se encontrava em extrema pobreza.

Os jovens ociosos – filhos de ricos – o seguiam espontaneamente. Gostavam de ouvi-lo examinando os homens e por vezes o imitavam por sua própria conta; os examinados, cheios de cólera por eles e por Sócrates, o acusavam de corromper os jovens.

Defende-se da acusação de Meleto afirmando que a sua acusação foi apenas para colocá-lo à prova ou por não saber a quem poderia atribuir culpa.

Apresenta sua defesa sem saber se será absolvido ou não, mas no caso de ser absolvido sob a regra de não poder mais pesquisar e filosofar preferia a morte; sempre ele persuadia todos, jovens e velhos, a não se preocuparem ardentemente com riquezas e o corpo, mas sim com a alma. Ele não corrompe ninguém dizendo isso, muito pelo contrário, promove a virtude. Quem diz o contrário, fala mentira.

Sócrates se lembra da época que trabalhava como senador, como procurou sempre agir com justiça, demonstrando ser a mesma pessoa em público ou particular. Se tivesse corrompido alguém, seria inevitável que este quando tivesse mais idade, compreendendo a má ação naquele momento estaria ali par acusá-lo e se vingar pessoalmente; se não quisesse ir, mobilizaria a família para recordar ali. Pelo contrário, ali presentes estão muitos que já estiveram junto com ele.

Por nenhuma razão ele levaria estes e seus filhos para rogar absolvição por ser um homem corajoso e honrado, e também por não parecer belo aos seus olhos e os da cidade, tendo em vista a idade que tem e a fama que carrega, sendo merecida ou não.

Depois de apresentar sua defesa, ele é condenado. Então, apresenta a sua contraproposta: ser enviado ao Pritaneu à custa do Estado, o que lhe é negado.

Ao se despedir do tribunal, afirma que em nenhum momento se arrepende de ter se defendido e prefere morrer a viver de outro modo; afirma que o difícil não é fugir da morte, mas da maldade que corre velozmente. Morrer pode ter uma dessas duas conseqüências: o morto não tem nenhuma conseqüência (e ficar como se estivesse dormindo) ou migrar para outro mundo (e reencontrar quem já partiu).

Pede que quando seus filhos tornarem-se adultos sejam atormentados da mesma forma que fazia Sócrates, caso eles se preocupem mais com as riquezas do que com as virtudes. Se assim o fizessem, seriam tidos por justos.

Sócrates vai para a morte enquanto os outros continuam a viver. Mas quem vai para a melhor sorte só deus é quem sabe.

Oriente de São Paulo, 07 de Março de 2013