Trabalhando em CHÃO DE ESTRELAS - RECIFE, PE.

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Atuação na Favela Chão de Estrelas Elio E. Müller Senhoras de liderança em Chão de Estrelas com Doris e Maria José.

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Atuação em Chão de Estrelas Elio E. Müller Senhoras de liderança em Chão de Estrelas com Doris, Maria José, Dona Celeste e Sueli Lima. Um olhar para o quintal. "Senhoras da sociedade pernambucana faziam crochê para doar aos mortos de fome da Índia, sem olhar para o quintal delas" (João Cabral de Melo). Uma das nossas propostas básicas, através do Plano de Ação Diaconal Missionária da IECLB = "PADIM", foi a ida para dentro da Favela Chão de Estrelas para ali estabelecer, exemplarmente, a missão de Cristo, com

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Atuação na Favela Chão de Estrelas

Elio E. Müller

Senhoras de liderança em Chão de Estrelas

com Doris e Maria José.

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Um olhar para

o quintal.

"Senhoras da sociedade pernambucana faziam crochê

para doar aos mortos de fome da Índia, sem olhar para o quintal delas"

(João Cabral de Melo).

Uma das nossas propostas básicas, através do Plano de Ação Diaconal Missionária da IECLB = "PADIM", foi a ida para dentro da Favela Chão de Estrelas para ali estabelecer, exemplarmente, a missão de Cristo, com as famílias já integradas através do Projeto O Caminho.

Chão de Estrelas era semelhante ao quintal do nosso Centro Comunitário

do Cajueiro e nos fez recordar das palavras de João Cabral de Melo quando criticou a visão errada e quase miopia de muitos trabalhos voltados aos marginalizados e necessitados.

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A situação estava diante de nossas vistas, de pessoas colocadas à margem

da vida, pela sociedade injusta que nós mesmos ajudamos a construir ou senão, à qual nós também pertencíamos.

Crianças: as mais necessitadas de ação diaconal e solidária, no Nordeste.

Quando Doris e eu chegamos ao Recife, já havia um trabalho em andamento, realizado através do "Projeto O CAMINHO", voltado à população de "Chão de Estrelas", idealizado pelo Pastor Bernt Emmel, quando pároco da CECL-Recife.

O Projeto contava com o trabalho de duas obreiras da Associação

Diacônica Luterana, as jovens Maria José Pereira da Silva e Luzimar Wuttke Krause.

Com a nossa chegada, a minha esposa, Doris Bobsin Müller, assumiu a

coordenação do Projeto O Caminho e dos passos iniciais para o estabelecimento da nossa proposta de cunho diaconal missionário. Nós cuidamos desta tarefa por mais de quatro anos.

Doris e sua equipe de obreiras e mais duas estagiárias.

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Doris Bobsin Müller – Coordenadora do Projeto “O Caminho”,

promovendo atividades na Favela Chão de Estrelas.

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A realidade:

Favelas em todos os cantos do Recife.

Aceitar isso, aceitar a fome e a pobreza de forma passiva é insultar a Deus.

"Quem oprime ao pobre insulta a Deus, que o criou, mas quem se compadece do necessitado honra a Deus". (Provérbios 14.31)

Um rosto apenas . . .

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A luta por lugares

Eis que vivenciamos, hoje, em nossos dias, um processo novo, diferente.

Não vemos mais uma luta de classes. Vemos uma busca da excelência, na qual a luta de classes cede lugar à

expressão "luta por lugares". Para muitos jovens (veja foto acima), das camadas de bairros periféricos,

de nossas favelas, a questão se desenha em torno da pergunta: Como posso me inserir em uma sociedade que me rejeita?, na noção de exclusão social. Claro que eles não fazem essa pergunta de forma tão direta e explícita.

Nossa sociedade os rejeita porque esses jovens estigmatizados e

depositários das mazelas sociais são os perigosos, sujos, bandidos, drogados. Nós partimos ao encontro desses jovens e dessas famílias. Um passo destes não é simples e pode trazer conseqüências não

desejadas, em particular para quem não entende a cultura e não conhece a vida e o mundo que eles vivem.

O fato de querer chegar até eles, de se expor, de se doar plenamente, pode

ser mal interpretado, numa sociedade consumista e de apelo à exploração em todos os níveis e aspectos. Até a sexualidade entra em questão, e pode estabelecer armadilhas bem inesperadas...

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Vista do Lixão de Olinda.

Visitando esta realidade encontramos pessoas juntando alimentos (estragados) para prover a mesa da família, em seus.casebres (barracos) onde vegetam. Já dissemos: aceitar a fome e a pobreza passivamente é insultar a Deus. Até perdemos o sono, ao ver esta realidade dura e cruel.

Não foi só pela IECLB, que optamos por um trabalho nas favelas. Na verdade, logo na nossa vinda ao Recife, por ordem dos chefes do

Comando Militar do Nordeste = CMNE, não ficamos apenas restritos a uma assistência espiritual aos efetivos militares, nos Quartéis do Nordeste.

Ficamos, também, incumbidos de coordenar e de desenvolver uma “Ação Solidária”, em nome do Exército Brasileiro, nas favelas da Região Metropolitana do Recife.

Os recursos eram recolhidos no nosso meio militar do Recife, à partir do

QG do CMNE, no Curado, através da chamada “Cesta da Solidariedade”.

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Pessoalmente e às vezes em companhia de Padre EUDES, tivemos que visitar esta favela (foto acima) e outras tantas, sob a ordem do Comando do CMNE.

).

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PADIM LUTERANO.

Plano de Ação Diaconal Missionária (PADIM) da IECLB, no Nordeste.

Objetivo: Formar Comunidades abertas, solidárias e fraternas, dispostas a acolher todas as pessoas, em particular os próprios nordestinos para formar "Núcleos Comunitários" em cada Estado do Nordeste Brasileiro. Preparar e mobilizar estas pessoas para o agir do PADIM, da IECLB, no Nordeste.

Núcleo Comunitário da IECLB, em Chão de Estrelas.

Escolhemos Chão de Estrelas para dar início à formação de "Núcleos

Comunitários da IECLB". "Chão de Estrelas", a aproximadamente um quilômetro do Cajueiro, local

da nossa sede do Recife.

Liderança na Ação em Chão de Estrelas.

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Em questão de um ano de reuniões e cultos vieram os frutos. Foram feitos

casamentos, confirmações de adultos e jovens, profissões de fé, e o batismo de dezenas de crianças, nas duas Favelas escolhidas.

Doris e Maria José.

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Passamos a ministrar a Santa Ceia, em todos os cultos, realizados nos núcleos comunitários criados nestas favelas. O fato é que eles, os moradores destas favelas, vinham de uma tradição católica, onde a Eucaristia sempre estava presente em todas as Missas.

Sou de opinião de que é, simplesmente, um compromisso evangélico (cristão) de estarmos a serviço deste povo sofrido, com o risco de deixarmos de merecer o nome de discípulos de Cristo, se não cumprirmos essa missão.

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Atuação na Favela Riacho do Mel.

GRAVATÁ – PE.

Foto: Riacho do Mel, em Gravatá – PE.

Com a vinda da Irmã Gerda Nied, sugerimos que ela escolhesse dentre três localidades, o ponto onde ela haveria de se estabelecer.

Fomos com ela até Natal – RN e a colocamos em contato com o líder local

Romeo Valzumito Romminger. Depois seguimos até Fortaleza – CE deixando-a em contato com o líder Renato Holz e família e finalmente a levamos até Gravatá – PE, deixando-a em contato com o líder Manoel Ferreira.

Irmã Gerda, depois de avaliar as três possibilidades optou por Gravatá.

Para ali iniciar um serviço diaconal missionário dentro da ideia do PADIM LUTERANO, IECLB.

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Foto: Manoel Justiniano Ferreira, Presidente do Núcleo Comunitário

da IECLB em Gravatá-PE, casado com a professora Elisete Becker, natural de Blumenau-SC.

.

Já em 1995, desde o primeiro dia do estabelecimento do PADIM, confiamos o mesmo para receber a assistência do Divino Espírito Santo para inspirar e iluminar a caminhada, para estar sob a graça que foi revelada através de Nosso Senhor Jesus Cristo, à fim de que a presença da IECLB no Nordeste Brasileiro pudesse ser, sempre, frutífera e fiel aos desígnios do Pai Eterno.

No nosso entender era de vital importância a "nordestinização da vida comunitária", em todos os núcleos estabelecidos, portanto, com "a integração de gente nordestina como membros efetivos das Comunidades".

O primeiro passo dado, primeiro em "Chão de Estrelas" agora seguia para

Gravatá, onde Irmã Gerda escolheu a Favela de Riacho do Mel para se estabelecer.

Em Chão de Estrelas uma dezena de famílias, inteiras, vieram, de maneira

espontânea, efetuar casamentos, batizando seus filhos e os confirmando ou fazendo a profissão de fé.

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Seremos capazes de mantê-los integrados na vida comunitária da IECLB

no Nordeste?

Interessante que na Comunidade do Recife alguém que não acompanhara o diálogo e debate sobre o estabelecimento do Plano de Ação Diaconal Missionária da IECLB, nos questionou com veemência, dizendo: - "Afinal, que futuro teremos, com a vinda destes pobres moradores de favelas para a IECLB?".

Foi preciso explicar e até dizer com toda a firmeza: - A verdade é que nós, a IECLB, optamos em passado recente, ao criar o PROJETO “O CAMINHO”, e, mais ainda, agora, desde 1994, ao passarmos a entrar intensivamente nas favelas para realizar um serviço diaconal e de formação de vida comunitária da IECLB, com a integração destas pessoas. Se assim decidimos, devemos ter, também, a coragem de aceitá-los como membros efetivos da Igreja, se eles aguardam que esta possibilidade se concretize, na prática, sem restrições, sem exclusão e sem discriminações. Ou senão, é acabar, de uma vez por todas, com o serviço diaconal, nas favelas, para voltarmos a ser "Comunidade Fechada e Exclusiva" integrando apenas gente vinda da Alemanha ou do sul do Brasil (gente com vínculos eclesiais arraigados na base confessional que professamos). Então sobra somente uma alternativa, é de decretarmos a nossa falência como Igreja de Cristo e da falência do serviço solidário, do amor bem concreto aos excluídos da nossa sociedade.

O nosso convite foi: - Orando e trabalhando, com as mãos prontas para ambas as coisas, para amar e orar, dispostos a acolher aqueles que vivem à margem desta sociedade tão injusta, que nós mesmos ajudamos a construir, para que verdadeiramente eles sintam de que são nossos irmãos, queridos, e que até podem receber um lugar preferencial em nossa vida comunitária e eclesial, também nos cultos e na Mesa do Senhor, na na EUCARISTIA.

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Atuação nas Favelas de Natal - RN

Irmã Gerda foi enviada pela Comunidade da IECLB no Recife

Para desenvolver o trabalho do PADIM em Gravatá – PE.

A proposta foi a de ampliarmos cada vez mais a nossa ação também para

outros locais, onde surgiram "Núcleos Comunitários da IECLB", no Nordeste. Depois do êxito da vinda e do envio de Irmã Gerda Nied, para Gravatá, foi

idealizada uma tentativa em Natal - RN, através do Projeto Potiguar Solidário. O Projeto não vingou. Não irei aqui revelar os motivos deste fracasso. Porém a Comunidade da IECLB no recife, após tratativas e entendimentos

com o Presbitério de Natal – RN, enviara o diácono potiguar Nicolau Nascimento Paiva.

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Ele foi recebido pelo Sr. Romeo Valsumiro Romminger e recebeu garantias

de hospedagem e subsistência financeira. Otrabalho diaconal em Natal - RS, foi portanto estabelecido a convite do

Presbitério da CECL-Natal, RN. Com a frustração desta iniciativa diaconal missionária foi necessário

recolher o diácino Nicolau para o RECIFE. Em entendimento com Irmã gerda Nied tornou-se possível redirecioná-lo para Gravatá, para auxiliar na ação do Padim em Riacho do Mel.

Nicolau, o “Poty" da IECLB,

investido, pela CECL-Recife, como obreiro diaconal para atuar no PADIM Luterano.

Em 1996, foi chamado pela CECL-Natal, da cidade de Natal , do Rio Grande do Norte,

para assumir a implantação do "Projeto Potiguar Solidário".

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Nicolau, já quando membro da CECL-Recife e depois em Gravatá, sentiu-se chamado para exercer o pastorado na IECLB. A Comunidade apoiou Nicolau, encaminhando-o à Escola Superior de Teologia - EST para vir a ser um Bacharel em Teologia e, com o firme propósito de um dia trazê-lo de retorno ao Nordeste, para a missão estabelecida em Chão de Estrelas e Riacho do Mel..

Acreditamos que é de vital importância, mantermos uma especial dedicação

à causa diaconal missionária, mesmo que problemas ou crises que estão surgindo, sejam capazes de ofuscar o trabalho ou até de trazer dificuldades ao serviço e à vida da Comunidade.

Ninguém está livre de dificuldades, mesmo ficando em casa, sem fazer

nada. O leitor concorda?

É verdade que foram dados passos arriscados, por nós, o responsável por este pastorado, e, por extensão, pelo Presbitério da CECL-RECIFE, ao conceder inclusão a obreiros nordestinos: - Em Paulo Afonso - BA apresentou-se José Aparecido Barbosa da Silva, para um trabalho voluntário, como membro da IECLB. Jairo Menezes, de Casa Amarela (Recife), ingressou na CECLR e assumiu serviço diaconal na favela. Em Chão de Estrelas, foi preparada Sueli Pinto da Silva, filha da líder Celeste, foi admitida como auxiliar de trabalho diaconal no firme propósito de enviá-la para a Associação Diaconica Luterana – ADL. .

Para a Favela Riacho do Mel (Gravatá-PE) foi trazida da ADL Cristiane dos Santos Souza, natural do Estado da Rondônia e foi localizada a professora Elisângela G. Neves.

Às pressas tive que perparar ambas para a Confirmação e Profissão de Fé.

Elas ingressaram na IECLB como membros da IECLB. Para a jovem Cristiane dos Santos Souza essa preparação e confirmação

visou permitir a sua inclusão no Quadro de Obreiros Diaconais, da IECLB.

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Foto: Crianças em Chão de Estrelas A segunda, da esquerda, na primeira fila, é afilhada de P. Elio e Doris.

A terceira é afilhada de Rodrigo e Cristiane (filha de Elio e Doris). Portanto batizamos crianças, confirmamos,

concedemos bênçãos matrimonias e cuidamos de ofícios fúnebres...

Começamos a vivenciar um nítido ensaio, visando a "nordestinização" da vida comunitária da CECL-Recife.

Aparecido, Sueli, Jairo e Elisângela revelaram o desejo de freqüentar algum

curso diaconal da nossa Igreja. Tivemos que constatar que, como Igreja, ainda não estamos preparados

adequadamente, em nossos setores de ensino da IECLB, para receber e preparar gente, nestas condições e para atender a realidade nordestina.

A verdade que constatei é que estamos ainda muito avessos a pessoas de

cultura e costumes diferentes dos nossos, para serem acolhidos em nossas escolas de formação eclesiástica.

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Na foto aparecem Doris B. Müller, Maria José da Silva, do Recife,

e José Aparecido Barbosa da Silva de Paulo Afonso – BA,

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O nosso esforço para firmar a ação do “PADIM”

É preciso explicar, no entanto, que as principais viagens para a fundação

de Núcleos Comunitários da IECLB no Nordeste não correram por conta do Comando Militar do Nordeste – CMNE, como já pessoas andaram insinuando .

A Doris e eu aproveitamos as nossas férias e os feriadões para executar o

plano. Financiamos, em grande parte, com nossos próprios recursos, na condição

de Oficial Superior do Exército Brasileiro, grande parte deste trabalho eclesial, da IECLB, servindo também na qualidade de pároco da CECL-RECIFE.

No entanto, o meu vencimento mensal, é claro, veio dos cofres da União e,

além disso, devo ao apoio recebido, dos Generais Leite e Pamplona, a oportunidade de dedicar-me ao trabalho em favor do PADIM, da IECLB, no Nordeste.

O Exército Brasileiro, através dos Chefes Militares, portanto, queira eu ou

não, concedeu ao capelão, pastor luterano, liberdade e precioso espaço de ação eclesial.

Não tenho vergonha de deixar isto claro nestas palavras de informação, que

concedo aos superiores eclesiásticos, na IECLB. Pelo contrário, sinto gratidão aos Chefes Militares que me apoiaram.

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O Relógio da História.

Não é possível parar o relógio da história. Ele somente avança . . . O que hoje aqui vemos e retratamos, amanhã poderá ter outra feição.

As pessoas mudam, passam... O mundo muda, passa... Tudo se transforma com o tempo. Nada permanece igual.

Isto vale também para o Plano de Ação Diaconal Missionária, da IECLB, no Nordeste, o "PADIM LUTERANO".

Se hoje concedemos ênfase para o trabalho nas Favelas, amanhã isto poderá mudar ou até acabar.

Casamos, confirmamos e batizamos gente humilde das favelas. Terão eles, com o recebimento do Sacramento do Batismo, um lugar garantido em nossa mesa de comunhão?

Só podemos confiar e esperar que sempre teremos lideranças de bom senso, capazes e prontos para manter um olhar para o quintal, para ver os "lázaros" que jazem bem perto das nossas portas, gemendo, com suas feridas totalmente expostas e visíveis, (sofrendo de fome, miséria, doenças e abandono).

Recife – PE, 1997.

Elio e Doris Müller [email protected]