TÓPICOS EM EDUCAÇÃO I

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TÓPICOS EM EDUCAÇÃO I APRENDIZADO NA PRÁTICA EDUCACIONAL

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TÓPICOS EM EDUCAÇÃO I

APRENDIZADO NA PRÁTICA EDUCACIONAL

Caro(a) acadêmico(a)! Podemos conceituar a educação como um conjunto dos processos de desenvolvimento dos sujeitos que ocorre na mediação ativa do homem com o meio em que vive, e em suas relações mútuas. Nesse processo, alguns aspectos necessitam serem compreendidos. Assim, na quarta etapa deste curso, iremos abordar questões que dizem respeito ao aprendizado na prática educacional.

Organizamos a etapa em quatro tópicos. O primeiro tratará de uma das grandes preocupações dos educadores: o conhecimento. É por causa do conhecimento que professores e alunos se relacionam no dia a dia da escola. É, também, em função do conhecimento que os sujeitos do processo educacional trabalham, estudam, avaliam, entre outros.

O segundo tópico apresenta o currículo como elemento fundamental à ação de ensino e aprendizagem. Nesse tópico, trataremos da função e da construção deste documento escolar.

O planejamento, o plano de ensino e o plano de aula serão os temas apresentados no terceiro tópico que abordará a organização do trabalho pedagógico e suas dimensões.

Para encerrar a etapa, fez-se a opção de apresentar a você, prezado(a) acadêmico(a), uma metodologia de ensino que vem ganhando espaço no universo da escola: a metodologia de projetos.

Vamos em frente e bons estudos!

APRESENTAÇÃO

Organização

Tania Cordova Equipe Tutoria Interna

de Pedagogia

Reitor da UNIASSELVI

Prof. Hermínio Kloch

Pró-Reitora do EAD

Prof.ª Francieli Stano Torres

Edição Gráfica e Revisão

UNIASSELVI

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APRENDIZADO NA PRÁTICA EDUCACIONAL

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1 CONHECIMENTO

De acordo com Tomelin e Siegel (2007), a dúvida, a inquietação, o desejo de conhecer e transcender-se sempre foram, desde os primórdios da humanidade, a mola propulsora de desenvolvimento e transformação da humanidade. O desenvolvimento e as transformações pelas quais a humanidade vem passando, em diferentes momentos da história, estão diretamente relacionadas ao conhecimento produzido pelas diferentes sociedades. O conhecimento está na gênese do desenvolvimento humano.

Prezado(a) acadêmico(a)! Você já parou para refletir que a escola e os sujeitos que dela fazem parte estão ligados à produção do conhecimento. O que é o conhecimento escolar? E como ele está relacionado à produção do currículo que orienta o fazer na escola? Vamos abordar estas questões? Iniciamos por conceituar conhecimento.

O homem é um ser dotado de categorias sui generis que orientam seu mundo de expressão e relação e que exigem o ato de conhecer. Assim, o homem é um ser cognoscível que desenvolve questionamentos em torno das formas, origem, valor e métodos de conhecimento que lhes são próprios. (TOMELIN; SIEGEL, 2007).

Sui generis significa “de seu próprio gênero”, ou seja, “único em seu gênero”.

O conhecimento é a relação que se estabelece entre o sujeito que conhece ou deseja conhecer e o objeto a ser conhecido ou que se dá a conhecer. De acordo com Tomelin e Siegel (2007), o paradoxo está em pensar se o conhecimento deriva do sujeito que conhece ou se deriva do objeto que está sendo conhecido, ou seja, a uma variante que parte do olhar do sujeito sobre a realidade, que determinará a forma como o objeto será conhecido. Para exemplificar essa variável, os autores apresentam a seguinte problemática.

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Um povo que não batizou o azul:

As florestas da Papua-Nova Guiné, na Oceania, são azuis. Pelo menos para os berimnos, povo primitivo que habita o país. Pesquisadores das universidades de Londres e Surrey, na Inglaterra, descobriram que os berimnos classificam suas cores de modo particular. O verde e o azul, por exemplo, são uma cor só. Eles dão nome a apenas outras quatro cores, equivalentes ao vermelho, amarelo, branco e preto. Por muitos anos, psicólogos e antropólogos discutiram se a linguagem humana evolui para adequar-se à forma como vemos o mundo ou se a forma como vemos o mundo depende do modo como usamos a linguagem. A descoberta feita em Papua-Nova Guiné sugere que a classificação das cores pode variar segundo a cultura. Estudos com esquimós chegaram a resultado semelhante. Há vários nomes para o branco, equivalentes aos matizes que os esquimós enxergam na neve e no gelo. (ÉPOCA, 1999. TOMELIN; SIEGEL, 2007).

Paradoxo: há muitos sentidos para esta palavra. Pode ser compreendida como aquilo que é contrário à maioria; aquilo que é contrário em si mesmo; verdade que é paralela a outra. Como na frase: “esta frase é falsa”. Se é verdadeira é falsa, se é falsa é verdadeira. (TOMELIN; SIEGEL, 2007).

Ainda sobre o conhecimento destaca-se que:

• O conhecimento se dá pela vivência circunstancial e estrutural das propriedades necessárias à adaptação, interpretação e assimilação do meio interior e exterior ao ser.

• O conhecimento é o resultado de um processo histórico que supõe necessa r i amente fo rmas p rogress ivas de educação , evo lução e desenvolvimento, abrangendo sempre em todas as c i rcunstâncias biopsicossociais do homem elementos básicos que o definem como sujeito (BARROS; LEHFELD, 2007).

Dependendo da forma como o homem vê o mundo e de como o interpreta e o interioriza, surge a dimensão de seu entendimento e ação. Nesse aspecto:

Agimos entendendo e entendemos agindo. Dois atos nossos que, evidentes, saltam-nos aos olhos, imediatamente, quando nos colocamos a mirar o nosso modo de ser. À medida que agimos, buscamos compreender o mundo em que e com o qual agimos e, à medida que o compreendemos, cuidamos de reordenar e reorientar nossa ação ‘i luminados’ pelo ‘entendimento’ conseguido. (LUCKESI et al, 1984, p. 47).

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Em consequência, o homem, em seu ato de conhecer, conhece a realidade vivida, porque os fenômenos atuam sobre os seus sentidos. Todavia, este mesmo homem, pode também, agir sobre estes fenômenos, adquirindo uma experiência pluridimensional do mundo.

De acordo com o movimento que orienta e organiza a atividade humana, conhecer, agir, aprender se dá de formas diferenciadas de percepção e apreensão da realidade, embora elas estejam interrelacionadas.

O conhecimento representa um processo de maturidade do complexo humano. Essa constante evolutiva do passado, do presente e do futuro é própria aos tipos de conhecimento predominantes a cada necessidade do conhecer, que se diferencia de indivíduo para indivíduo em relação ao espaço e à temporalidade. (BARROS; LEHFELD, 2007).

Partindo do pressuposto de que todo o conhecimento humano reporta a um ponto de vista e a um lugar social, compreende-se que “há muitas formas de se conhecer o mundo, que dependem da postura do sujeito frente ao objeto conhecido: o mito, o senso popular, a ciência, a filosofia e a arte”. (TOMELIN; SIEGEL, 2007, p. 68).

De acordo com Tomelin e Siegel (2007), esses elementos são formas de conhecimento, pois desvendam os segredos do mundo, atribuindo-lhes um significado, um sentido. Vamos compreender essas perspectivas sob os quais se busca o conhecimento e o sentido das coisas?

• O conhecimento mítico ou religioso proporciona um saber que procura explicar os mistérios da existência humana. É considerado mágico, porque ainda se encontra permeado pelo desejo de atrair o bem e afastar o mal com a intenção de propiciar conforto e segurança ao homem. Seu critério para a verdade encontra-se na fé.

• O senso popular, ou conhecimento espontâneo, é a primeira compreensão do mundo resultante da herança do grupo a que pertencemos e das experiências atuais que continuam sendo efetuadas. Pode ser subdividido em: senso comum, senso prático, bom senso, senso crítico.

• O conhecimento científico procura desvelar o funcionamento da natureza através, [...], das relações de causa e efeito, busca um conhecimento objetivo, [...], lógico, através de métodos desenvolvidos para manter a coerência interna de suas afirmações. A aplicação da ciência resulta no conhecimento tecnológico. O critério para estabelecer a verdade está na experiência controlada [na sistematização do método científico].

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Acresce-se que é do procedimento e/ou conhecimento científico que a ciência se constitui.

• O conhecimento filosófico, por sua vez, propõe-se a oferecer um tipo de conhecimento que busca, com todo o rigor, a origem dos problemas, relacionando-os a outros aspectos da vida humana, numa abordagem que vislumbre a totalidade e a radicalidade (que vai à raiz das coisas). Sua finalidade não está em estabelecer uma verdade absoluta, mas em questionar e, continuamente, refletir sobre as coisas.

• O conhecimento artístico não nos dá o conhecimento de um objeto, mas de um mundo, interpretado pela sensibilidade do artista e traduzido numa obra individual que, pelas suas qualidades estéticas, recupera o vivido e nos reaproxima do concreto. A verdade está na sua representação daquele que comunica sua forma de ver e de interpretar a realidade.

FONTE: As Formas de Conhecer o mundo. In: TOMELIN, J. F.; SIEGEL, N. Filosofia Geral e da Educação. Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2007.

O ato de conhecer reporta a um ponto de vista e a um lugar social. O conhecimento difundido pela escola é socialmente construído e precisa preparar o sujeito para a apropriação de outros saberes. Cabe destacar que, o conhecimento escolar é uma construção específica do universo educativo, com características próprias que os diferenciam de outras formas de conhecimento, isto é, o conhecimento escolar é um tipo de conhecimento produzido pelo sistema escolar e pelo contexto social e econômico mais amplo. Produção essa que se dá em meio das relações de poder estabelecidas na instituição escolar e entre essa instituição e a sociedade. (SANTOS, 1995).

Nesse sentido, questiona-se:

• Que conhecimentos devem ser ensinados na escola?

• Como são selecionados e organizados os conteúdos que fazem parte da formação escolar dos sujeitos?

O Artigo 210 da Constituição Federal de 1988, determina que é dever do Estado indicar os “conteúdos mínimos para o Ensino Fundamental, de maneira a assegurar a formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais”. (BRASIL, 2011). Em cumprimento a esta determinação, o Ministério da Educação, em 1995, inicia a divulgação dos documentos que passam a orientar as diretrizes curriculares da Educação no país. Estes documentos são: os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil/RCNEI, os Parâmetros Curriculares Nacionais/PCN para o Ensino Fundamental, e os Referenciais Curriculares para o Ensino Médio. Posteriormente, o Conselho Nacional de Educação definiu as Diretrizes Curriculares para a Educação Básica.

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FIGURA 1 – PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

FONTE: Disponível em: <www.mec.gov.br>. Acesso em: 2 maio 2011.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996), no Artigo 26, estabelece que “Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela”. Nesse aspecto, entende-se que o currículo escolar deve manter uma base comum de conhecimento, mas pode operacionalizar de forma flexível sobre a parte diversificada dos conhecimentos há serem trabalhados na escola.

É importante destacar que as Diretr izes Curr iculares Nacionais regulamentam as direções para a elaboração de um currículo, mas não são o próprio currículo. A autonomia da escola e do professor, acentuadas nas DCN e na LDB garantem as possibilidades de se construir um currículo escolar a partir das necessidades da cada estado. Nesse aspecto, as Diretrizes oferecem linhas de pensamento, orientando os educadores para uma definição do currículo. Os PCN, por sua vez, propõem um roteiro de conteúdos e métodos para as disciplinas e áreas do conhecimento, ou seja, os PCN têm caráter de sugestão na elaboração do currículo, desta forma, também não são o próprio currículo.

Caro(a) acadêmico(a)! No próximo tópico, refletiremos sobre a função do Currículo Escolar trazendo para a discussão questões como: O que é o currículo? Para que serve? A quem se destina? Como se constrói?

2 O CURRÍCULO E A ESCOLA

A palavra Currículo deriva do latim (curriculum) e originalmente significa “pista ou circuito atlético”. Mas também pode significar “ordem como sequência” e “ordem como estrutura”. O termo foi incorporado na escola e foi interpretado como envolvendo a definição de objetivos e a seleção, organização e avaliação dos conteúdos escolares. (BIELLA, 2010).

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A palavra currículo associa-se às diferentes concepções de educação, que resultam dos diversos modos de como a educação foi organizada histor icamente, bem como das inf luências teóricas que a ela foram incorporadas. Nesse sentido, o currículo deve ser pensado como traduzindo valores, pensamentos e perspectivas de uma época ou sociedade. Diferentes fatores sociais, econômicos, políticos e culturais contribuem para que o currículo venha a ser entendido como:

• os conteúdos a serem ensinados e aprendidos;

• as experiências de aprendizagem escolar vividas pelos alunos;

• os planos pedagógicos elaborados por professores, escolas e sistemas de ensino;

• os objetivos traçados para alcançar a aprendizagem;

• o processo avaliativo dos conteúdos escolares;

• os procedimentos pedagógicos selecionados nos diferentes níveis de escolarização;

• as relações interpessoais.

Nessa perspectiva, o currículo é um artefato cultural através do qual se constituem identidades e subjetividades. O sistema social em que a escola está inserida fornece os conteúdos que compõem a prática pedagógica e dão sustentação e forma ao currículo de cada instituição escolar. Logo, o currículo não é uma abstração, mas um reflexo de uma realidade concreta.

Na concepção tradicional de escola, o currículo escolar era entendido como: estático, fragmentado e seguia uma estrutura disciplinar rígida. O quadro a seguir apresenta um panorama das Teorias Educacionais acerca das formas de pensar o currículo.

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QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO DAS TEORIAS DO CURRÍCULO

TEORIAS TRADICIONAIS TEORIAS CRÍTICASTEORIAS

PÓS-CRÍTICASEnsinoAprendizagemAvaliaçãoDidáticaOrganizaçãoPlanejamentoEficiênciaObjetivos

IdeologiaReprodução Cultural e SocialPoderClasse SocialCapitalismoRelações Sociais de produçãoConscientizaçãoEmancipação e LiberdadeCurrículo OcultoResistência

IdentidadeAlteridadeDiferençaSubjetividadeSignificação e discursoSaber e poderRepresentaçãoCulturaMulticulturalismoGênero, sexualidade e etnia.

FONTE: Adaptado de: Silva (2001).

O currículo é uma construção, seus elementos constituintes são diretamente influenciados pelos contextos em que ele é produzido. Observe o significado do currículo de acordo com os contextos:

FIGURA 2 – DIFERENTES CONTEXTOS E O CURRÍCULO

CONTEXTOS

AULA:Os sujeitos envolvidos e os instrumentos (recursos) disponíveis.

PESSOAL E SOCIAL:O conjunto de experiências que cada sujeito traz da sua vida pessoal, para o ambiente de ensino e aprendizagem.

CONTEXTOS

HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO:A tradição construída pelo conjunto de experiências passadas, que influenciam as práticas atuais da escola.

CONTEXTO POLÍTICO:As relações de poder que ocorrem no interior da escola são reflexos das relações de poder que definem o modo de ser de uma sociedade num determinado momento histórico.

FONTE: Adaptado de: Biella (2010).

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Sob essas perspectivas, compreende-se que o currículo é o conjunto de ações desenvolvidas por diferentes agentes que integram as práticas efetivadas no contexto de atuação da escola. No quadro a seguir, destacam-se as dimensões do currículo no espaço da instituição de ensino:

Currículo Características

Currículo Oficial

Constituído pelo planejamento oficial. São as propostas Curriculares (da União, do Estado, do Município). Organiza os temas, assuntos, conteúdos a serem desenvolvidos nos componentes curriculares dos vários níveis de escolarização.

Currículo FormalÉ o planejamento pedagógico feito na escola. O Currículo Oficial é parte integrante do Currículo Formal.

Currículo Real

Organiza as aprendizagens realizadas pelos estudantes enquanto participantes de um sistema de ensino, ou seja, um sistema composto de competências, conhecimentos, habilidades, valores e atitudes.

Currículo Explícito

Reúne o conjunto de aprendizagens intencionais que um curso, uma disciplina proporciona ao estudante. São as escolhas que a instituição de ensino faz e que aparecem explicitamente no seu planejamento.

Currículo Oculto

É o resultado não intencional das práticas escolares. É formado principalmente por valores e atitudes que acompanham as ações pedagógicas e que nem sempre foram previamente pensados pelos educadores.

Currículo Nulo

Também denominado de Currículo Vazio. Reúne competências importantes para o conhecimento da (e para a intervenção na) realidade do estudante, mas que não foram contemplados nem pelo Currículo Formal nem se efetivou no Currículo Real.

QUADRO 2 – AS DIMENSÕES DO CURRÍCULO

FONTE: Adaptado de: Biella (2010).

O currículo manifesta-se na prática pedagógica. Esta por sua vez está ancorada em diversos contextos como: o tipo de profissional que atua na escola; os recursos didáticos disponíveis; o sistema organizacional da escola; a relação professor e aluno e o grau de abertura da escola em relação à comunidade. Desta forma, podemos definir a prática pedagógica como multicontextualizada.

Para finalizarmos as reflexões sobre o currículo é importante reiterar a necessidade de considerar o momento histórico em que este foi concebido, considerar o currículo a partir dos objetivos da escola e compreender que o currículo configura-se como um conjunto de mecanismos que a escola utiliza para distribuir socialmente o conhecimento produzido em determinado contexto social.

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3 CONTEÚDOS QUE COMPÕEM O CURRÍCULO

Os conteúdos que compõem o currículo escolar não podem ser vistos como um fim em si mesmo, mas como meio para os alunos desenvolverem capacidades que lhes permitam produzir e usufruir bens culturais, econômicos e sociais. A sua seleção deve proporcionar a ressignificação e a ampliação, para além, de fatos e conceitos, da inserção de procedimentos, valores, normas e atitudes. Assim, são abordadas as três categorias que permitem que o conhecimento, a partir da seleção dos conteúdos, permite o desenvolvimento de uma rede de aprendizagens significativas. São elas:

• Conceituais – desenvolvem as competências e operam com símbolos, ideias, imagens e representações que permitam organizar a realidade. Para a aquisição do conhecimento, o educando precisa buscar informações e vivenciar s i tuações envolvendo conceitos , para ass im, construir generalizações parciais que, ao longo de sua experiência, se tornarão conceitualizações cada vez mais amplas e significativas.

• Procedimentais – os procedimentos expressam o saber fazer, que envolve tomada de decisões e realização de ações de maneira ordenada para atingir um objetivo. São propostas de ações concretas.

• Atitudinais – perpassam todo o desenvolvimento da ação pedagógica. Envolvem valores, atitudes, normas, posturas que influenciam nas relações e interações dos sujeitos que compõem o universo da escola.

Caro(a) Acadêmico(a)! Na prática docente, o professor operacionaliza as diversas dimensões citadas. O planejamento, o plano de ensino e o plano de aula são elementos que constituem o Trabalho Pedagógico.

4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

A educação é um processo social que abrange diversas dimensões da sociedade. Na medida em que a sociedade vai se tornando complexa, as intenções educativas se expandem num movimento que abrange os diferentes tipos de formação necessária ao exercício pleno da cidadania. Dessa maneira, a educação é um processo integral enraizado na prática social, que ocorre nas diferentes instituições, onde os indivíduos estão envolvidos no sentimento de pertencerem a uma sociedade.

A concepção de educação incorpora a ideia de que a dimensão pedagógica perpassa toda a sociedade. Essa ideia vem evidenciando o trabalho pedagógico para além dos muros escolares. Isto é, além do espaço escolar

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formal, este trabalho vem abrangendo esferas mais amplas da educação informal repercutindo nas novas formas de atuação para os profissionais. Segundo Ramal (2002), a ação do pedagogo se modifica e sua profissão se torna estratégica mediante a ampliação do campo de atuação deste profissional.

Nesse sentido, o trabalho pedagógico ganha outras dimensões e precisa ser entendido como uma práxis social transformadora de um sujeito (educador) em interação situada com outro sujeito (aprendiz), em que a produção de saberes, técnicas, atitudes, valores e de significados em torno de conteúdos de aprendizagem “caracteriza e direciona a comunicação, a dialogicidade e o entendimento entre ambos na direção de uma emancipação fundada no ser social” (THERRIEN, 2006, p. 8). O quadro a seguir apresenta possíveis locais de atuação do pedagogo, para além do espaço escolar:

QUADRO 3 – ATUAÇÃO DO PEDAGOGO

AÇÃO PEDAGÓGICA EXTRA – ESCOLARProfissionais que exercem sistematicamente atividades pedagógicas utilizando-se parte do

seu tempo nessa atividade.

a) Formadores, animadores, organizadores, técnicos, consultores, instrutores que desenvolvem atividades pedagógicas (não escolares) em órgãos públicos, privados e públicos não estatais, ligadas às empresas, à cultura, aos serviços de saúde, alimentação, promoção social etc.

b) Formadores ocasionais que ocupam parte de seu tempo em atividades pedagógicas em órgãos públicos estatais e não estatais e empresas. Por exemplo: engenheiros, supervisores etc., que dedicam parte de seu tempo a supervisionar e ensinar trabalhadores no local de trabalho, orientar estagiários, elaboradores de guias, vídeos educativos, criadores de programas etc.

FONTE: Libâneo (2009 apud MARTINS; COELHO, 2011).

O trabalho pedagógico configura-se como um processo que oportuniza a apreensão e ressignificação de saberes e modos de agir acumulados ao longo da existência humana, todavia, este trabalho pressupõe uma organização. E quando, falamos, caro(a) acadêmico(a), em organização do trabalho pedagógico (seja nos espaços formais ou informais), nos referimos ao planejar, sistematizar, executar e avaliar.

Desta maneira, as instituições de ensino precisam elaborar planos de trabalho ou plano de ação onde são definidos seus objetivos e sistematizados os meios para a sua execução, bem como os critérios de avaliação da qualidade do trabalho que realiza. Estes aspectos devem estar presentes no Projeto Político Pedagógico, documento que será estudado na próxima etapa deste curso.

As ações pedagógicas estão fundamentadas em métodos e técnicas de ensino, que por sua vez, estão intimamente ligados ao tipo de concepção de ensino, de aprendizagem, do saber do professor. Para cada tipo de concepção

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terão destaques diferentes métodos e técnicas de ensino. Estes métodos e técnicas já foram estudados em etapas anteriores deste curso.

Os métodos e as técnicas de ensino organizadas pelo professor precisam ser planejados. Assim, vamos abordar as três ações que configuram o Trabalho Pedagógico: o planejamento de ensino, o plano de ensino e o plano de aula. Vamos iniciar pelo planejamento de ensino.

4.1 PLANEJAMENTO DE ENSINO

Planejar as atividades é o meio pelo qual se procura organizar o tempo e assegurar o que se pretende atingir. No âmbito da educação, o planejamento das ações pedagógicas tem como objetivo assegurar o processo de ensino e aprendizagem dos educandos. Nesse aspecto, o docente precisa questionar-se acerca de:

• Quais os objetivos de aprendizagem que se pretende alcançar?

• Quanto tempo é preciso para realizar as atividades de ensino?

• De que maneira, ou, como realizar as atividades de ensino?

• Quais recursos didáticos serão necessários?

• O que e como analisar o processo de ensino e aprendizagem no aspecto de avaliar se os objetivos estão sendo alcançados?

Esses questionamentos perpassam o trabalho docente em todas as dimensões do planejamento do processo de ensino. O planejamento se desdobra de formas variadas. Entre elas destacam-se o plano de ensino e o plano de aula.

Os termos Planejamento de ensino e Plano de ensino estão estreitamente relacionados. No entanto, não são sinônimos e nem significam a mesma coisa. O planejamento de ensino é o processo que envolve:

[. . . ] a atuação concreta dos educadores no cotidiano do seu trabalho pedagógico, envolvendo todas as suas ações e situações, o tempo todo, envolvendo a permanente interação entre os educadores e entre os próprios educandos. (FUSARI, 1989, p. 10).

O planejamento de ensino requer o conhecimento da realidade escolar em âmbito social, isto é, exige a compreensão do espaço social onde está inserida a escola, bem como a realidade dos educandos que dela fazem parte.

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4.2 PLANO DE ENSINO

O plano de ensino configura-se em um documento, que associado à execução e à avaliação compõe o planejamento, isto é, o plano de ensino, a execução e a avaliação são etapas do planejamento de ensino.

O plano de ensino é um documento mais elaborado, que contém as propostas de trabalho e intervenção docente em um determinado período de tempo (ano letivo, semestre ou bimestre) em torno da disciplina e dos conteúdos previstos no currículo. É organizado em unidades sequenciais como: justif icativa e os pressupostos da disciplina, objetivos gerais e específicos, conteúdos, procedimentos metodológicos e referências. A seguir, apresentamos uma proposta para a elaboração de um plano de ensino.

FIGURA 3 – PLANO DE ENSINO

Identificação

Período de DuraçãoTema/ apresentação

Instituição (Escola): Série: Professor:Localidade: Turma: Ano:Curso: Disciplina ou área do conhecimento: Semestre:

Objetivos (Gerais e específicos):

Cronograma:

Conteúdos:

Procedimentos Metodológicos:

Recursos:

Avaliação:

Referências/Bibliografia:

FONTE: A autora

Ainda sobre o plano de ensino é importante, caro(a) acadêmico(a), citar que este documento deve ser entendido como um instrumento do trabalho docente que contribui para a realização dos objetivos, garantindo a efetivação da relação de ensino e aprendizagem. O Plano de Ensino é uma ação que contribui para a promoção da eficiência do ensino.

Todavia, para que o plano de ensino se torne um eficiente recurso do trabalho docente ele deve ser elaborado a partir das necessidades dos alunos e das condições locais, considerando o tempo e os recursos disponíveis. Precisa

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ser compreendido como um instrumento de ação docente, no entanto, não se configura em um documento pronto e acabado, ao contrário, a clareza das ações e a flexibilidade são aspectos que precisam constantemente perpassar esse documento escolar.

4.3 PLANO DE AULA

Este documento configura-se também em uma ação docente que compõe o Trabalho Pedagógico. O plano de aula é a sistematização de todas as atividades que se pretende desenvolver em uma aula ou em um conjunto de aulas. É neste documento que o docente concretiza o previsto no plano de ensino, especificando e operacionalizando os procedimentos diários do ensino.

A organização de um plano de aula demanda a especificação dos comportamentos esperados dos discentes e dos meios como: conteúdos, procedimentos metodológicos e recursos que serão utilizados para a aula. Segundo Haidt (2004, p. 103-104), ao planejar uma aula o professor deve levar em consideração os seguintes aspectos:

• prevê os objetivos imediatos a serem alcançados (conhecimentos, habilidades e atitudes);

• especifica os itens e subitens do conteúdo que serão trabalhados durante a aula;

• define os procedimentos de ensino e organiza as atividades de aprendizagem de seus alunos (individuais e em grupo);

• indica os recursos que vão ser usados durante a aula para despertar o interesse, facilitar a compreensão e estimular a participação dos alunos;

• estabelece como será feita a avaliação das atividades.

O ato de planejar aulas é indispensável, pois visa romper com uma ação docente pautada no espontaneísmo, sem planejamento. Outra ação que compõe o trabalho pedagógico é a avaliação. Sobre ela já estudamos no Tópico 5, da segunda etapa deste curso.

Um modo de planejamento é a metodologia por projetos. Sobre esse tema estudaremos no próximo tópico.

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5 METODOLOGIA DE PROJETOS

A metodologia de projetos vem ganhando espaço no universo educacional no Brasil. Quando falamos em projetos, entramos em uma das dimensões do planejamento: a mediação. Esta, por sua vez, contempla vários elementos, sendo a metodologia um deles. Etimologicamente, metodologia significa estudo de métodos. A palavra método vem do grego méthodos - de meta (pelo, através, fim) e hodós (caminho). Portanto metodologia é o modo, a maneira que o professor desenvolve uma atividade. Vamos conhecer a metodologia de projetos. Iniciamos por conceituar projeto e a sua função:

O projeto é um planejamento de um trabalho a ser executado, é a ideia do fazer algo que, tem como função elaborar estratégias para solucionar um determinado problema. Assim, vamos compreender esta ação da prática pedagógica.

A prát ica docente vem incorporando, nos úl t imos anos , novas metodologias de ensino que intentam criar estratégias de melhoria na educação. Entre estas, destaca-se a metodologia de projeto didático, que vem se tornando popular nas redes de ensino de todo o país.

De acordo com Moço (2011), educadores têm optado por esta metodologia devido a diversos motivos: eles permitem dar um sentido mais amplo às práticas escolares, evitam a fragmentação de conteúdos, possibilitam a proposta de tarefas complexas e desafios que estimulem os alunos a mobilizar seus conhecimentos e completá-los e tornam os estudantes corresponsáveis pela aprendizagem.

O trabalho com projetos possibilita o desenvolvimento de competências. A experiência com esta metodologia tem se mostrado eficaz no desenvolvimento das inteligências múltiplas, no trabalho com os conteúdos atitudinais e procedimentais, além de permitir que o conhecimento passe a ser tratado como uma “rede de significados” que, contrapondo o olhar cartesiano, possui múltiplos ou nenhum centro, o que depende do interesse dos professores e alunos sobre o tema em estudo. (MACHADO, 2004).

A metodologia de projetos é um tipo de organização e planejamento do tempo e dos conteúdos que envolvem uma situação-problema. Seu objetivo é articular propósitos didáticos (o que os alunos devem aprender) e propósitos sociais (o trabalho tem um produto final, como um livro ou uma exposição, que vai ser apreciado por alguém). Nesse aspecto, a função do projeto é favorecer a criação de estratégias de organização dos conhecimentos

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escolares referentes ao tratamento da informação e a relação entre os diferentes conteúdos a partir de problemáticas e hipóteses apresentadas aos alunos. (MOÇO, 2011).

O educador que optar por desenvolver seu trabalho a part ir da metodologia de projetos deve tomar conhecimento da estrutura que o compõe. Segundo Hernández (1998), estabelecer um objetivo é exigir que as metas sejam cumpridas, esse é o papel fundamental do professor frente a esta metodologia. Para todo o trabalho educativo deve-se saber o que se quer. Pensando nisso, caro(a) acadêmico(a), foram destacadas algumas ações fundamentais para a construção de um projeto:

• Delimitar e conhecer bem o assunto que será estudado e pesquisá-lo previamente.

• Escolher uma meta de aprendizagem principal e outras secundárias que atendam às necessidades de aprendizagem.

• Ter clareza do que os alunos conhecem e desconhecem sobre o tema e o conteúdo do trabalho.

• Construir um cronograma com prazos para cada atividade, delimitando a duração total do trabalho.

• Selecionar previamente os recursos e materiais que serão usados.

• Deixar claro os objetivos sociais do trabalho e quais os encaminhamentos.

• Relacionar uma etapa à outra, em uma complexidade crescente. Neste caso, primeiro vem a leitura, depois a escrita coletiva e, por fim, a individual.

• Antecipar quais serão as perguntas que serão feitas para encaminhar a atividade.

• Prever em quais momentos serão organizadas atividades em grupo e individuais.

• Revisar o que foi realizado.

• Escolher um produto final para dar visibilidade aos processos de aprendizagem e aos conteúdos aprendidos.

• Prever os critérios de avaliação e registrar a participação de cada indivíduo ao longo do trabalho.

FONTE: Adaptado de: Moço (2011).

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A metodologia de projetos torna-se um apoio para uma proposta educacional fundamentada na autonomia. Cria condições para que os alunos experimentem suas descobertas, desenvolvam a confiança na própria capacidade de aprender e tomar decisões. Possibilita o ouvir e refletir sobre fatos; defender suas ideias de forma apropriada; tomar providências para concretizar objetivos, além de possibilitar a organização do currículo escolar por temas e situações problemas, envolvendo os educandos na pesquisa, tornando o ensino e a aprendizagem significativos.

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AUTOATIVIDADE

Caro(a) acadêmico(a)! Chegamos ao final desta etapa, vamos responder às autoatividades e estudar a próxima etapa deste curso.

1 O termo “sui generis” significa:

a) Algo comum, padrão.b) De várias maneiras, formas.c) Único em seu gênero.d) Designa o gênero feminino em uma sentença.

2 Sobre o conhecimento, assinale a alternativa CORRETA:

a) O conhecimento se dá pela vivência circunstancial e estrutural das propriedades alheias à adaptação, interpretação e assimilação do meio interior ao ser.

b) O conhecimento é o resultado de um processo histórico que supõe necessa r i amente fo rmas p rogress ivas de educação , evo lução e desenvolvimento humano.

c) O conhecimento produzido pela sociedade humana é inerte, estático e não possibilita as mudanças no contexto social.

d) O conhecimento humano representa as apropriações incognoscíveis que desenvolvem e idealizam métodos de conhecimento padrão.

3 Sobre o conhecimento produzido pela escola, assinale a alternativa CORRETA:

a) É socialmente construído e remete a uma alienação social e política.b) É politicamente construído, pois a escola tem como função formar sujeitos

apolíticos.c) É socialmente produzido e precisa preparar o sujeito para apropriação de

outros saberes.d) O conhecimento produzido no contexto da escola deve ficar restrito às

classes dominantes e aos intelectuais.

4 A respeito do currículo escolar, leia e complete a seguinte sentença:

A palavra __________ associa-se as diferentes __________ que resultam dos diversos modos de como a educação foi organizada __________, bem como das influências __________ que a ela foram incorporadas.

Agora, assinale a alternativa CORRETA:

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a) conteúdo - maneiras - politicamente - teóricas.b) teoria - formas - socialmente - necessárias. c) currículo - concepções - historicamente - teóricas.d) currículo - instituições - culturalmente - pedagógicas.

5 O currículo é uma construção. Seus elementos constituintes são diretamente influenciados pelos contextos em que ele é produzido. Sendo assim, assinale a alternativa que diz respeito ao significado do currículo ao contexto político:

a) O conjunto de experiências constituído historicamente não influencia as práticas educacionais.

b) Os elementos políticos são definidores e determinantes dos conteúdos que compõem o currículo, sendo estes inflexíveis e não passíveis de mudanças.

c) Conjunto de experiências que cada indivíduo traz da sua vida pessoal, para o ambiente de ensino e aprendizagem.

d) As relações de poder que ocorrem no interior da escola são reflexos das relações de poder que definem o modo de ser de uma sociedade num determinado momento histórico.

6 Sobre o Currículo Oculto é correto afirmar:

a) Reúne o conjunto de aprendizagens intencionais que um curso e/ou uma disciplina proporciona ao estudante.

b) É o resultado não intencional das práticas escolares.c) Também é denominado de currículo vazio.d) É o planejamento feito na escola e é parte integrante do currículo formal.

7 No que diz respeito à educação, leia e complete a seguinte sentença:

A educação é um processo __________ enraizado na prática __________, que ocorre nas diferentes instituições onde os __________ estão envolvidos no sentimento de pertencerem à sociedade.

a) parcial - política - professores.b) integral - docente - professores.c) integral - social - indivíduos.d) parcial - cultural - sujeitos.

8 Em relação ao trabalho pedagógico é correto afirmar:

a) É um processo que oportuniza a apreensão e ressignificação de saberes e modos de agir ao longo da existência humana e está pautado em uma organização.

b) É um processo que impõe ao professor normas e regras do trabalho na escola.

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c) É um processo de acúmulo de atividades que são necessárias à prática docente.

d) É um processo sistemático em que o professor organiza as suas tarefas, mas não é obrigatório nas escolas brasileiras.

9 Entre as ações que configuram o Trabalho Pedagógico estão:

a) A sala de aula, o professor e o material didático.b) O planejamento de ensino, o plano de ensino e o plano de aula.c) O espaço físico, o material didático e a prática discente.d) O plano de curso, o plano de ação e o Projeto Político Pedagógico.

10 Sobre as ações fundamentais para a construção de um projeto didático, classifique as seguintes sentenças em V para as verdadeiras ou F para as falsas:

( ) Delimitar e conhecer parcialmente o conteúdo que será abordado.( ) Antecipar quais serão os questionamentos que serão feitos para encaminhar

a atividade.( ) Prever os critérios de avaliação e registrar a participação de cada indivíduo

ao longo do trabalho.( ) Selecionar, no decorrer do trabalho, os recursos materiais que serão

usados.( ) Escolher uma meta de aprendizagem principal e outras secundárias que

atendam às necessidades de aprendizagem.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) V - V - V - V - V.b) F - V - V - V - V.c) F - V - V - F - V.d) F - V - F - F - V.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 28 jul. 2011.

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LUCKESI, C. et. al. Fazer universidade: uma proposta metodológica. São Paulo: Cortez, 1984.

MACHADO, N. J. Educação: projetos e valores. 5. ed. São Paulo: Escrituras, 2004.

MARTINS, J.; COELHO, K. S. Didática e Formação de Professores. Indaial: Editora Grupo UNIASSELVI, 2011.

MOÇO, A. Tudo o que você sempre quis saber sobre projetos. Revista Nova Escola, São Paulo, ano XXVI, n. 241, p. 50-57, abr. 2011.

RAMAL, A. C. Pedagogo: a profissão do momento. Rio de Janeiro: Gazeta Mercantil, 2002.

SANTOS, L. L. C. P. O Processo de Produção do Conhecimento Escolar e a Didática. In: MOREIRA, A. F. B. (Org.). Conhecimento Educacional e Formação do Professor. Campinas: Papirus, 1995.

SILVA, T. T. Documentos de Identidade – uma introdução às teorias do Currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

THERRIEN, J. De alguns princípios da pedagogia e os impasses na definição desse campo de saber profissional. ANAIS XIII ENDIPE. Recife: 2006. CD-ROM.

TOMELIN, J. F.; SIEGEL, N. Filosofia Geral e da Educação. Indaial: Editora Grupo UNIASSELVI, 2007.

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GABARITO

1 O termo “sui generis” significa:c) Único em seu gênero.

2 Sobre o conhecimento, assinale a alternativa CORRETA:b) O conhecimento é o resultado de um processo histórico que supõe

necessa r i amente fo rmas p rogress ivas de educação , evo lução e desenvolvimento humano.

3 Sobre o conhecimento produzido pela escola, assinale a alternativa CORRETA:c) É socialmente produzido e precisa preparar o sujeito para apropriação de

outros saberes.

4 A respeito do currículo escolar, leia e complete a seguinte sentença:c) A palavra currículo associa-se as diferentes concepções que resultam dos

diversos modos de como a educação foi organizada historicamente, bem como das influências teóricas que a ela foram incorporadas.

5 O currículo é uma construção. Seus elementos constituintes são diretamente influenciados pelos contextos em que ele é produzido. Sendo assim, assinale a alternativa que diz respeito ao significado do currículo ao contexto político:

d) As relações de poder que ocorrem no interior da escola são reflexos das relações de poder que definem o modo de ser de uma sociedade num determinado momento histórico.

6 Sobre o Currículo Oculto é correto afirmar:b) É o resultado não intencional das práticas escolares.

7 No que diz respeito à educação, leia e complete a seguinte sentença:c) A educação é um processo integral enraizado na prática social , que

ocorre nas diferentes instituições onde os indivíduos estão envolvidos no sentimento de pertencerem à sociedade.

8 Em relação ao trabalho pedagógico é correto afirmar:a) É um processo que oportuniza a apreensão e ressignificação de saberes

e modos de agir ao longo da existência humana e está pautado em uma organização.

9 Entre as ações que configuram o Trabalho Pedagógico estão:b) O planejamento de ensino, o plano de ensino e o plano de aula.

10 Sobre as ações fundamentais para a construção de um projeto didático, classifique as seguintes sentenças em V para as verdadeiras ou F para as falsas:

c) F - V - V - F - V.