Tópicos em Ecologia
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1
PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU
Tópicos em Ecologia
Guia de Estudo 2
Autora: DSc. Renata Venturim Fontes
INSTITUTO IBE
2
Módulo 01: ENSINO DE BIOLOGIA: Tópicos em Ecologia.
Objetivos:
Atualizar os conhecimentos de profissionais da Biologia e áreas afins,
capacitando-os e qualificando-os em assuntos relacionados à Ecologia, por
meio de uma educação continuada.
Ementa: Compostos secundários e alelopatia. Interferência dos aleloquímicos
na germinação e desenvolvimento. Liberação dos aleloquímicos das plantas
para o ambiente. Alelopatia e sucessão vegetal. Distribuição dos aleloquímicos
entre os órgãos das plantas. Alelopatia e controle de plantas daninhas.
Alelopatia e competição. Determinação potencial alelopático. Espécies de
plantas produtoras de aleloquímicos. Autotoxicidade e heterotoxicidade.
Aleloquímicos e estresse oxidativo.
Dois pontos importantes devem ser esclarecidos:
Primeiro: este trabalho não é original, trata-se de uma reunião de materiais
(livros, sites, vídeos, fotos, artigos de autores diversos), com assuntos
considerados essenciais para o curso em questão.
Segundo: trabalhos científicos devem ser redigidos, preferencialmente, em
linguagem impessoal, mas optou-se neste trabalho por uma linguagem, de
certa forma, informal, com o objetivo de um entendimento mais claro.
Durante a leitura do material, dúvidas, questionamentos ou mesmo
curiosidades podem surgir. Por isso, ao final da apostila encontra-se uma
listagem de referências consultadas, referências sugeridas, sites e vídeos
interessantes, que foram utilizados como base para a confecção da apostila e
que podem servir como complementação mais aprofundada dos assuntos
abordados na mesma.
Bom estudo!
DSc. Renata Venturim Fontes
3
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................6 1.1 Compostos secundários e alelopatia........................................................8 1. 2 Interferência dos aleloquímicos na germinação e desenvolvimento..10 1. 3 Liberação dos aleloquímicos das plantas para o ambiente.................12 1.4 Alelopatia e sucessão vegetal..................................................................14 1. 5 Distribuição dos aleloquímicos entre os órgãos das plantas..............15 1. 6 Alelopatia e controle de plantas daninhas............................................16 1.7 Alelopatia e competição...........................................................................18 1. 8 Determinação potencial alelopático........................................................19 1.9 Espécies de plantas produtoras de aleloquímicos................................21 1. 10 Autotoxicidade e heterotoxicidade.......................................................24 1.11 Aleloquímicos e estresse oxidativo.......................................................24 2. REFERÊNCIAS CONSULTADAS.................................................................27 3. BIBLIOGRAFIA SUGERIDA.........................................................................34
4. SITES INTERESSANTES.............................................................................35
4
5. VÍDEOS INTERESSANTES..........................................................................36 6. QUESTÕES – MÓDULO 01..........................................................................37
5
1. INTRODUÇÃO
Desde os tempos antigos sabe-se que algumas espécies vegetais podem
prejudicar o crescimento de outras que estão nas suas proximidades, sendo
que durante muito tempo esse fato foi considerado um fenômeno inexplicável
(RODRIGUES et al., 1992 apud ALMEIDA et al., 2008).
Muitas plantas são capazes de produzir substâncias químicas com
propriedades que afetam de forma benéfica ou maléfica, outras espécies de
plantas. Denomina-se este fenômeno como alelopatia, cujo significado é de
origem grega, em que allelon quer dizer de um para outro e, pathós que
significa sofrer (MOLISCH, 1937 apud ALMEIDA et al., 2008).
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_sjX51bjYiMA/Ss3babLnnAI/AAAAAAAAIUo/1-
McEVUXE9M/s400/ALELOPATIA.gif
6
Alelopatia refere- se, então, a qualquer efeito, seja direto ou indireto, danoso ou
benéfico que uma planta pode exercer sobre outra pela produção de
compostos químicos liberados no ambiente (RICE, 1984 apud ALMEIDA et al.,
2008). O termo alelopatia pode ser definido, também, como uma interferência
natural, em que determinada planta produz substâncias que, ao serem
liberadas no ambiente, são capazes de beneficiar ou prejudicar outros
organismos (GLIESSMAN, 2000 apud WANDSCHEER & PASTORINI, 2008).
De acordo com Lorenzi (2000) apud França et al., 2008, a alelopatia é um
processo em que produtos do metabolismo secundário de um determinado
vegetal são liberados, e impedem ou estimulam a germinação e o
desenvolvimento de outras plantas localizadas nas proximidades. Estes
produtos ou substâncias são liberados pelas partes aéreas, subterrâneas ou
mesmo pela decomposição do material vegetal (LORENZI, 2000 apud
FRANÇA et al., 2008).
A Sociedade Internacional de Alelopatia define, atualmente, esta interação
como sendo vários processos que envolvem a produção de metabólitos
secundários em plantas, algas, bactérias e vírus, que interferem no
crescimento e desenvolvimento de sistemas biológicos e, também, agrícolas.
Tais processos envolvem, também, estudos das funções dos metabólitos
secundários, sua significância nas organizações biológicas, sua origem
evolutiva e a elucidação dos mecanismos que estão envolvidos nas relações
entre plantas, plantas e microorganismos, plantas e vírus, plantas e insetos,
bem como as interações entre planta-solo-planta” (GNIAZDOWSKA &
BOGATEK, 2005).
Em 1937, o alemão Hans Molish citou pela primeira vez o termo alelopatia, que
ao longo dos anos também tem sido citado por diversos autores (MALHEIROS
& PEREZ, 2001 apud CENTENARO et al., 2009; PINTO et al., 2002).
Assim, a alelopatia é aceita como uma ciência abrangente, que pode ser
utilizada no controle de doenças, insetos e plantas daninhas que interferem
7
negativamente nas espécies medicinais produtoras de matéria-prima para a
indústria de fitoterápicos (DIAS, 2005 apud CENTENARO et al., 2009).
1.1 Compostos secundários e alelopatia
Os efeitos alelopáticos sobre os organismos são mediados por substâncias
pertencentes a diferentes categorias de compostos secundários (ALVES et al.,
2004). Entre estes compostos podem ser citados: os ácidos graxos de cadeia
curta, os óleos essenciais, os compostos fenólicos, os alcalóides, os esteróides
e os derivados de cumarina, que são liberados no ar ou excretados pela raiz e
carreados até o solo pela água da chuva que lava as partes aéreas da planta
(LARCHER, 2000). Após liberados, interferindo na conservação, dormência e
germinação das sementes. Podem interferir, também, no crescimento de
plântulas, no vigor vegetativo de plantas adultas e na competição entre
espécies (OLIVEIRA et al., 2002).
Estas substâncias ou compostos secundários atuam inibindo ou favorecendo o
processo germinativo e o processo de divisão celular. Estes compostos são
conhecidos como alelopáticos ou aleloquímicos. Quase sempre estas
substâncias são liberadas no solo (MEDEIROS, 1990; FERREIRA &
BORGHETTI, 2004 apud CAPOBIANGO et al, 2009; NIEMEYER, 1988 apud
FRANÇA et al., 2008).
Já foram identificados como aleloquímicos vários tipos de compostos orgânicos
produzidos por plantas superiores ou microrganismos. Os terpenos e os
esteróides são exemplos de aleloquímicos oriundos da rota metabólica do
acetato mevalonato. Já os fenóis simples, cumarinas, alcalóides, flavonóides e
taninos hidrolizáveis e condensados são exemplos de compostos orgânicos
que atuam como aleloquímicos e que são originados da rota metabólica do
ácido chiquímico (REZENDE & PINTO, 2003 apud ALMEIDA et al., 2008).
8
Os aleloquímicos podem ser originados, também, do metabolismo primário,
mas em sua maioria são provenientes do metabolismo secundário (FERREIRA
e AQÜILA, 2000; RODRIGUES, 2002 apud MARASCHIN-SILVA & ÁQUILA,
2006).
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8a/Metabolismo-
secundario.svg/690px-Metabolismo-secundario.svg.png
9
1. 2 Interferência dos aleloquímicos na germinação e desenvolvimento
A alelopatia, como uma interação bioquímica entre vegetais, é considerada
como uma forma de adaptação química defensiva das plantas, sendo
considerada, também, como um fator de estresse ambiental para muitas
espécies (LOVETT & RYUNTYU, 1992 apud MARASCHIN-SILVA & ÁQUILA,
2006).
Segundo WEIR et al (2004), as substâncias alelopáticas liberadas por uma
planta são capazes de afetar o crescimento e prejudicar o desenvolvimento
normal das espécies e, até mesmo, inibir a germinação de suas sementes.
Segundo Fritz et al (2007), os efeitos inibitórios sobre a germinação e o
crescimento de plantas são freqüentemente associados a alelopatia.
Realmente este processo é de grande importância na compreensão das
interações vegetais em ambientais naturais e agroecossistemas.
Por exemplo, a inibição da germinação e/ou do crescimento de espécies
daninhas por efeito alelopático da leucena, uma espécie de planta, sugere
alternativas de controle de plantas daninhas. Além do uso potencial de seu
extrato como um agente químico natural, a partir daí podem ser detectados
novos grupamentos químicos isolados destes extratos, os quais podem ser
manipulados pela indústria de modo a descobrir novas moléculas com efeito
herbicida. Para se constatar o efeito alelopático, o procedimento inicial consiste
na técnica do bioensaio.
Nesta técnica emprega-se material biológico como indicador da ação da
substância em estudo (INDERJIT & DAKSHINI, 1995 apud PIRES et al., 2001).
Posteriormente deve-se proceder a identificação e quantificação da substância
responsável pela atividade alelopática (LOWRY et al., 1985 e CUTLER, 1986
apud PIRES et al., 2001).
Estes compostos secundários são encontrados em diferentes partes da planta,
sendo distribuídos em concentrações variadas durante o seu ciclo de vida.
10
Somente quando liberados em quantidades suficientes, os aleloquímicos são
capazes de causar efeitos alelopáticos que podem ser observados na
germinação, no crescimento e/ou no desenvolvimento de plantas já
estabelecidas (CARVALHO, 1993 apud ALMEIDA et al., 2008).
A ação visível dos aleloquímicos sobre as plantas é apenas uma sinalização
secundária de mudanças ocorridas anteriormente. Os estudos relacionados
aos efeitos de aleloquímicos na germinação e desenvolvimento das plantas são
considerados manifestações secundárias, pois processos já ocorreram
inicialmente a nível molecular e celular (FERREIRA & ÁQUILA, 2000;
FERREIRA & BORGHETTI, 2004 apud CAPOBIANGO et al, 2009).
Segundo Pires et al (2001) e Iganci et al (2006), a maioria dos estudos em
alelopatia relaciona somente o efeito do aleloquímico sobre a germinação e o
crescimento da planta-teste, mas não considera os eventos celulares
relacionados às mudanças fisiológicas e genéticas.
Geralmente, a alelopatia é resultado da ação de vários aleloquímicos em
conjunto. Esta mistura pode conter substâncias similares ou de naturezas
químicas diversas (EINHELLIG, 1999 apud MARASCHIN-SILVA & ÁQUILA,
2006).
Na maior parte dos casos, os aleloquímicos encontrados nessas misturas não
são capazes de causar nenhum efeito sobre a planta-alvo quando sozinhos,
pois em condições naturais são liberados em pequenas quantidades
(EINHELLIG, 1999 apud MARASCHIN-SILVA & ÁQUILA, 2006; REIGOSA et
al., 1999).
É importante destacar que a ação alelopática se dá através do efeito destas
substâncias aliado às condições ambientais (CAPOBIANGO et al, 2009).
11
Fonte: http://www.scielo.br/img/revistas/qn/v30n2/25f10.gif
1. 3 Liberação dos aleloquímicos das plantas para o ambiente
Os aleloquímicos podem ser liberados pelas plantas por meio de lixiviação,
volatilização, excreção, ou então, durante a decomposição (WEIR et al., 2004;
ALMEIDA et al., 2008; HARBORNE, 1993 e GLIESSMAN, 2000 apud FARIA et
al, 2009).
12
Fonte: http://www.biologia.edu.ar/plantas/alelopatia_archivos/image005.jpg
As toxinas solúveis em água (alcalóides e compostos fenólicos, por exemplo)
podem ser lixiviadas da parte aérea ou das raízes das plantas, ou mesmo dos
resíduos vegetais em decomposição.
Os compostos aromáticos são volatilizados das folhas, flores, caules e raízes,
podendo ser absorvidos por outras plantas. Fazem parte deste grupo o gás
carbônico (CO2), a amônia (NH3), o etileno e os terpenóides. Estes últimos
compostos atuam sobre as plantas vizinhas por meio dos próprios vapores ou
condensados no orvalho, ou mesmo, ao alcançarem o solo acabam sendo
absorvidos pelas raízes.
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Um grande número de compostos alelopáticos são liberados na rizosfera
(exsudação pelas raízes), podendo atuar direta ou indiretamente nas
interações entre plantas e na ação de microrganismos. Entre esses compostos
encontram-se o ácido oxálico, a amidalina, a cumarina e o ácido transcinâmico.
As toxinas podem ser liberadas pela decomposição de partes aéreas ou
subterrâneas, direta ou indiretamente, pela ação de microrganismos. A perda
da integridade das membranas celulares ocasiona a liberação de vários
compostos tóxicos aos organismos vizinhos. Dentre eles destacam-se os
glicosídeos cianogênicos, ácidos fenólicos, cumarinas e flavonóides.
Após liberados no ambiente, os aleloquímicos podem causar diversos efeitos
diretos e indiretos sobre as plantas circundantes.
Como efeitos indiretos, destacam-se: alterações nas propriedades e
características nutricionais do solo e mudanças nas populações e atividades de
microrganismos, nematóides e insetos. Dentre os efeitos diretos incluem-se:
alterações no crescimento e no metabolismo vegetal (RIZVI et al., 1992 apud
MARASCHIN-SILVA & ÁQUILA, 2006), bem como alterações em nível celular,
fitormonal, fotossintético e respiratório e, até mesmo, modificações no
funcionamento de membranas, na absorção de nutrientes e nas relações
hídricas (RICE, 1984 e RIZVI et al., 1992 apud MARASCHIN-SILVA & ÁQUILA,
2006).
1.4 Alelopatia e sucessão vegetal
A alelopatia é um fenômeno que tem influência na sucessão vegetal primária e
secundária, na estrutura e na composição de comunidades vegetais, bem
como na dinâmica entre diferentes formações e na dominância de certas
espécies vegetais, o que afeta a biodiversidade local (CHOU, 1986 e RIZVI et
al.,1992 apud MARASCHIN-SILVA & ÁQUILA, 2006; REIGOSA et al., 1999).
14
Fonte: http://www.ceplac.gov.br/radar/Artigos/artigo23_arquivos/image006.jpg
A dominância de certas espécies vegetais, proporcionada pela alelopatia afeta
a agricultura, atividade considerada alvo da maioria dos estudos envolvendo
este mecanismo. Segundo Erasmo (2004), muitas plantas produzem
metabólitos secundários que apresentam função fisiológica aparentemente
inferior à dos metabólitos primários, entretanto, representam uma função
ecológica muito importante para as plantas.
Assim, a alelopatia pode ser considerada um fator determinante para o sucesso
ou insucesso no cultivo de plantas (FERREIRA & BORGHETTI, 2004 apud
CAPOBIANGO et al, 2009).
1. 5 Distribuição dos aleloquímicos entre os órgãos das plantas
De acordo com Weston (1996) apud Almeida et al (2008), todas as partes das
plantas podem conter compostos alelopáticos (folhas, caules aéreos, rizomas,
raízes, flores, frutos e sementes), entretanto, dentre os órgãos vegetais, as
folhas e as raízes são consideradas as fontes mais importantes de
aleloquímicos.
15
Fonte: http://etablissements.ac-amiens.fr/0601178e/quadriphonie/IMG/arton685.gif
1. 6 Alelopatia e controle de plantas daninhas
A maior parte das plantas são potencialmente capazes de sintetizar compostos
alelopáticos. Entretanto, as espécies cultivadas e suas variedades comerciais
perderam grande parte dessa capacidade, sendo esta característica mais
comum nos precursores silvestres das atuais plantas cultivadas, que acabaram
se adaptando para competir com outras plantas, garantindo não só a formação
de estandes puros, como também a defesa contra insetos e patógenos
(BANSAL & BHAN, 1993 apud ALMEIDA et al., 2008).
Devido à importância que a alelopatia apresenta em ecossistemas, tanto
naturais quanto manejados, muitos estudos já foram realizados sobre este
assunto, sendo que a maior parte dos trabalhos envolve espécies de interesse
econômico. Assim, nas últimas décadas, a função da alelopatia nestes
ecossistemas tem despertado o interesse de muitos pesquisadores
(MARASCHIN & ALVES-ÁQUILA, 2005 apud ALMEIDA et al., 2008).
Nos últimos anos, vários esforços têm sido empregados com o objetivo de
identificar propriedades alelopáticas em espécies que apresentam potencial
16
para serem inseridas em sistemas agroflorestais e silvipastoris, tanto em nosso
país como em outros países (SOUZA FILHO et al., 2005).
Um dos principais focos dos estudos relacionados ao uso da alelopatia é a
pesquisa sobre produtos naturais potenciais no controle de plantas daninhas.
Estas pesquisas objetivam a diminuição da utilização de herbicidas sintéticos,
preservando o meio ambiente e, assim, contribuindo para uma agricultura
sustentável (CARVALHO et al., 2002; FERREIRA & ÁQUILA, 2000; SANTOS
et al., 2004).
Segundo Souza Filho (2006), os compostos tóxicos naturais produzidos pelas
plantas podem apresentar alto potencial para o controle de ervas daninhas.
Geralmente, estes compostos apresentam baixa toxicidade aos organismos
não alvo de controle, além disso, são considerados uma fonte potencial para a
descoberta de novas moléculas para fabricação de herbicidas menos
agressivos ao ecossistema (MORALES et al., 2007), atendendo, dessa forma,
as necessidades, tanto atuais quanto futuras da agricultura (MACÍAS et al.,
1998; PERES et al., 2004).
Teoricamente, os aleloquímicos podem ser utilizados diretamente na
formulação de bioerbicidas ou ser modificados a fim de aumentar sua atividade
biológica (SOUZA FILHO & ALVES, 2002 apud WANDSCHEER & PASTORINI,
2008; SOUZA FILHO et al., 2006).
No Brasil, os estudos com alelopatia apresentam-se, muitas vezes, restritos à
influência das plantas cultivadas e das invasoras sobre os cultivos,
principalmente, no caso do manejo em rotação de culturas (FERREIRA &
AQUILA, 2000) ou, então com espécies de Eucalyptus (ALVES et al., 1999
apud FARIA et al., 2009).
Um exemplo é apresentado pelo eucalipto, que tem sido apontado como
produtor de compostos aleloquímicos, interferindo, dessa forma, nos cultivos de
hortaliças que são produzidas em áreas próximas às plantações desta espécie,
17
o que resulta em problemas para o agricultor (AFUBRA & SINFIFUMO, 2001
apud FARIA et al., 2009).
1.7 Alelopatia e competição
Normalmente, o fenômeno da alelopatia é confundido com o processo de
competição. A competição reduz ou remove do ambiente um fator de
crescimento considerado necessário a ambas as plantas, como a luz, a água
ou os nutrientes, enquanto que na alelopatia ocorre a adição de um fator ao
meio (SOUZA et al., 2003). Na alelopatia apenas um organismo é afetado,
enquanto o outro permanece estável (RADOSEVICH et al., 1997 apud
ALMEIDA et al., 2008).
Nesse sentido, os problemas oriundos da presença das plantas daninhas têm
sido relacionados apenas sob o ponto de vista da competição. Assim, se tem
dada pouca atenção às perdas econômicas, em campos infestados, causadas
pelas interferências alelopáticas destas plantas daninhas sobre a cultura
(EINHELIG & LEATHER, 1988 apud ALMEIDA et al., 2008).
Fonte:
http://2.bp.blogspot.com/_8mXqzso74eM/SF3ClUsdXhI/AAAAAAAAAUA/VObGUWF9W0M/s40
0/alelopatia.gif
18
1. 8 Determinação potencial alelopático
Na determinação do potencial alelopático de uma planta utiliza-se, inicialmente,
a técnica de extratos aquosos e orgânicos, técnica esta realizada em
laboratório e em casa de vegetação, considerada a mais simples e usual e,
fundamenta-se na capacidade de melhor isolar o efeito alelopático de outras
interferências (GOMIDE, 1993 apud FRANÇA et al., 2008).
Segundo Silva et al (2009), vários métodos podem ser utilizados para
caracterizar os efeitos alelopáticos, sendo que um dos mais empregados é a
obtenção de extratos de partes das plantas com o uso de solventes, dos quais
a água é um dos mais utilizados. O uso de extratos é considerado uma
ferramenta muito útil na identificação do potencial alelopático de espécies
vegetais. A definição da composição do extrato dependerá do tipo de solvente
ou da associação dos solventes utilizados na sua obtenção e, também, do
método de extração que foi utilizado. Solventes polares, como a água,
apresentam alta afinidade por compostos polares, enquanto solventes
apolares, a exemplo do hexano, apresentam alta afinidade por substâncias
apolares.
Fonte: http://www.universointegral.com.br/imagem/aromaterapia.jpg
19
Utiliza-se nas extrações, primeiramente, a água destilada, seguida por
solventes orgânicos de vários graus de polaridade. O emprego de um extrato
aquoso em testes alelopáticos visa simular o que acontece na natureza
(MEDEIROS, 1989 apud FRANÇA et al., 2008).
Outro método que tem sido utilizado na detecção e avaliação de efeitos
alelopáticos é a semeadura em substituição. Entretanto, no Brasil, este método
é pouco utilizado (SILVA et al., 2009).
Segundo Silva et al (2009), esta técnica foi utilizada por Olofsdotter e
colaboradores em 1999, em um experimento realizado com diferentes
genótipos de arroz (Oryza sativa), que foram identificados, previamente, com
relação ao seu potencial alelopático sobre a germinação e o desenvolvimento
de plântulas de capim-arroz (Echinochloa crusgalli). Este método utiliza,
inicialmente, a semeadura da planta doadora em laboratório (com suspeita de
potencial alelopático), seguida, após alguns dias, da semeadura de uma
espécie indicadora. Esta irá se desenvolver juntamente com as plântulas da
espécie doadora, sendo que o convívio entre estas espécies irá permitir a
avaliação do efeito das substâncias liberadas pela espécie doadora.
Na escolha da espécie indicadora devem ser levadas em consideração
diversas características, dentre as quais: apresentar alto índice de germinação
em meio natural, boa disponibilidade de sementes, homogeneidade entre os
indivíduos, bem como alta sensibilidade à ação de diferentes compostos
alelopáticos. A resistência ou a tolerância aos metabólitos secundários que
funcionam como aleloquímicos é mais ou menos específica, havendo espécies
mais sensíveis do que outras (FERREIRA & ÁQUILA, 2000).
Quanto à utilização de espécie daninha como indicadora, Silva et al (2009)
ressalta que podem ocorrer alguns problemas. A desuniformidade da
germinação, devido à baixa homogeneidade dos propágulos é considerada um
destes problemas. Isto não é verificado quando são utilizadas espécies
cultivadas em escala comercial.
20
Entre os agentes alelopáticos, existem mais de três centenas de compostos
secundários vegetais e microbiológicos pertencentes às várias classes de
produtos químicos. Este número continua crescendo como resultado de novas
pesquisas. Esta diversidade entre estruturas aleloquímicas é um dos fatores
que dificultam os estudos de alelopatia, bem como a problemática de que a
origem de um aleloquímico, normalmente, é obscura e sua atividade biológica
pode ser reduzida ou aumentada pela ação microbiológica, oxidação e outras
transformações. Dentre as possíveis fontes de aleloquímicos no ambiente das
plantas, incluem-se numerosos microrganismos, certas invasoras, uma cultura
anterior ou mesmo a cultura atual (RICE, 1984 e EINHELLIG, 1996 apud
ALMEIDA et al., 2008).
1.9 Espécies de plantas produtoras de aleloquímicos
Azadirachta indica A. Juss., também conhecida como nim, é uma espécie de
planta nativa da região de Bruma, localizada no sudoeste do continente
asiático. É considerada uma planta cosmopolita com destacada importância
econômica (AERTS & MORDUE, 1997).
Sua importância econômica se deve à sua utilização, a mais de 2000 anos, no
controle de pragas, nematóides, fungos e bactérias na região do leste asiático.
Também, tem utilidade como fertilizante e na alimentação animal,
proporcionando ao esterco excelente qualidade. Além disso, o nim é uma
planta que apresenta propriedades medicinais, sendo utilizada como anti-
séptico, curativo e vermífugo (SCHMUTTERER, 1990).
A Azadirachta indica A. Juss. se tornou uma espécie de planta bem conhecida
quando o seu principal composto, a azadiractina, foi isolado. Esta molécula é
muito complexa, dificultando o conhecimento de sua síntese. Tem-se
comprovada a eficiência deste composto tetranortriterpenóide no combate a
muitos insetos-pragas dos mais diversos tipos de culturas (SCHMUTTERER,
1990).
21
Outro exemplo de alelopatia é encontrado em cafeeiro. Na literatura, já está
bem documentada a atuação da cafeína como substância alelopática. Ela é
capaz de inibir a germinação de sementes, o crescimento de plântulas (CHOU
e WALLER, 1980 e WALLER et al., 1986 apud ROSA et al., 2006; SMYTH,
1992; PEREIRA et al., 2002) e, também, agir como pesticida natural (RIZVI et
al., 1987; BOJO & MANTLE, 2000; CHAUFOUN et al., 2000).
Estudos mostram que extratos aquosos de tecidos de plantas de C. arabica,
como folhas, caules e raízes, inibem a germinação e o crescimento de
radículas de plantas de arroz e alface. O crescimento de plântulas de alface
pode ser inibido, mesmo em concentrações de 1% dos extratos aquosos,
quando na presença de cafeína, dentre outros constituintes alelopáticos
(CHOU & WALLER, 1980), como paraxantine e ácidos clorogênicos, cumárico
e caféico. Exceto este último, todos estes componentes mostraram efeito
alelopático, em uma concentração de apenas 0,01%.
O girassol (Helianthus annuus) é uma espécie de planta de grande interesse
comercial, devido apresentar elevada produção de compostos do metabolismo
secundário (MACÍAS et al., 2003).
Estudos têm revelado que plantas de girassol podem interferir no
desenvolvimento de plantas localizadas em suas proximidades. Gawronska et
al. (2004) apud Silva et al. (2009), testou diferentes concentrações de extratos
aquosos de folhas de girassol na germinação e no desenvolvimento de
plântulas de trigo (Triticum aestivum) e mostarda (Sinapis alba). Estes autores
verificaram uma maior inibição na germinação de sementes e no crescimento
radicular de mostarda quando comparada ao trigo. Extratos de folhas obtidos
de dois cultivares de girassol, na concentração de 10%, foram capazes de inibir
a germinação e o desenvolvimento de plântulas de mostarda (Sinapis alba)
(BOGATEK et al., 2006).
22
Fonte: http://www.agroimport.com.br/galeria/11/Girassol.jpg
Ciarka et al. (2004) apud Silva et al. (2009), observaram que diferentes
concentrações de extratos aquosos de folhas de girassol reduziram a
germinação de mostarda e rabanete em 41 e 69%, respectivamente, na
concentração mais alta, enquanto que em trigo e pepino as inibições foram de
6 e 8%, respectivamente.
Os mecanismos responsáveis por esses efeitos alelopáticos de extratos de
girassol ainda não são bem conhecidos, entretanto, provavelmente ocorrem
porque esta espécie de planta é fonte de sesquiterpenoides e outros
compostos com atividade biológica (MACÍAS et al., 2003), variável entre seus
genótipos (LEATHER, 1983 apud SILVA et al., 2009).
Ainda há dúvidas se estes aleloquímicos são produtos finais do metabolismo
celular ou se são sintetizados pelas plantas com funções específicas. Alguns
pesquisadores defendem a primeira hipótese, devido à existência de maiores
quantidades destes compostos nos vacúolos das células, locais onde estes
seriam depositados para evitar sua própria autotoxicidade. Outros
pesquisadores consideram que a produção desses compostos é governada
pelas leis da genética, onde estes são constantemente sintetizados e
23
degradados pelas plantas (REZENDE & PINTO, 2003 apud ALMEIDA et al.,
2008).
1. 10 Autotoxicidade e heterotoxicidade
De acordo com Miller (1996), a autotoxicidade e a heterotoxicidade são formas
distintas de alelopatia.
Quando a planta produz substâncias tóxicas capazes de inibir a germinação
das sementes e o crescimento de plantas da sua própria espécie, este
processo é denominado de autotoxicidade. Já quando estas substâncias
fitotóxicas são liberadas por lixiviação, exsudação das raízes ou decomposição
de resíduos de algum tipo de planta, e atuam na germinação de sementes e no
crescimento de plantas de outras espécies, denomina-se heterotoxicidade
(NUÑEZ et al., 2006).
1.11 Aleloquímicos e estresse oxidativo
A ação dos aleloquímicos envolve a inibição e modificação do crescimento ou
desenvolvimento das plantas. Estas substâncias podem ser seletivas em suas
ações e as plantas podem ser seletivas em suas respostas, motivo pelo qual se
torna difícil esclarecer o modo de ação destes compostos (SEIGLER, 1996
apud ALMEIDA et al., 2008).
Alguns autores (REZENDE & PINTO, 2003 apud ALMEIDA et al., 2008)
enumeram diversos mecanismos de ação destes aleloquímicos: afetam os
processos de respiração, fotossíntese, atividade enzimática, relações hídricas,
abertura de estômatos, nível de fitormônios. Além disso, podem interferir na
disponibilidade mineral, na divisão e alongamento celular, na estrutura e
permeabilidade de membranas e parede celular. Muitos destes processos
ocorrem em função do estresse oxidativo.
24
No estresse oxidativo, uma molécula de oxigênio em seu estado diatômico (O2)
ao receber um elétron forma o superóxido O2-, que é a primeira espécie de
oxigênio reativo (EROs) formado. Tal processo ocorre em tecidos vegetais,
sendo que, por ação de algumas enzimas, este radical superóxido formado
pode ser transformado em água (MORI & SCHROEDER, 2004).
Dentre os vários efeitos dos aleloquímicos nas plantas destaca-se o controle da
produção e acumulação de espécies reativas de oxigênio (EROs). Como
respostas aos aleloquímicos, estas EROs se acumulam nas células,
ocasionando danos as mesmas e até mesmo a sua morte (TESTA, 1995 apud
ALMEIDA et al., 2008).
Os aleloquímicos são capazes de estimular a produção de EROs por diversos
mecanismos. Por exemplo, pelo bloqueio da cadeia transporta de elétrons,
onde estes ficam livres, reagindo facilmente com o O2, formando radical
superóxido. O sorgolene, substância presente em sorgo (Sorghum bicolor), é
capaz de inibir a fotossíntese das plantas pelo bloqueio da cadeia
transportadora de elétrons do fotossistema II (FSII) para fotossistema I (FSI)
(GNIAZDOWSKA & BOGATEK, 2005). Além disso, leva ao aumento da
produção de EROs que atuam no estresse oxidativo das membranas celulares.
Estes aleloquímicos formam radicais semioquímicos, compostos originados de
quinonas. Estes compostos apresentam alta reatividade e ao fornecerem
elétrons para o O2, formam, então, o radical superóxido (WEIR et al., 2004).
Outro mecanismo conhecido na formação de espécies reativas de oxigênio é a
atividade dos aleloquímicos sobre a NADPH oxidase. Esta enzima transfere
elétrons do NADPH para um aceptor (O2), formando radical superóxido
(FOREMAN et al., 2003).
Este radical superóxido pode sofrer uma série de transformações químicas.
Através de processos enzimáticos, por exemplo, pode se tornar mais reativo,
ao ser transformado em peróxido de hidrogênio (H2O2), hidroxil (OH-) ou
hidroperoxil (HO2-) (HAMMONDKOSAK & JONES, 1996 apud ALMEIDA et al.,
25
2008). Estes radicais, por sua vez, podem alterar a permeabilidade das
membranas celulares, acarretando danos às moléculas de DNA e às proteínas.
A eliminação do radical superóxido é realizada por algumas enzimas, como a
superóxido dismutase e a peróxido dismutase. Estas enzimas catalisam o O2-
em H2O2 (DEL RIO et al., 2002). Porém, os níveis intracelulares de H2O2,
composto que também apresenta toxicidade às plantas, são regulados por
outras enzimas, como a catalase e a glutationa redutase, que agem
transformando as espécies reativas de oxigênio intermediárias em água
(BLOKHINA et al, 2003).
Segundo Almeida et al (2008), a maior parte dos aleloquímicos levam ao
estresse oxidativo, sendo que as espécies reativas de oxigênio formadas
podem atuar diretamente ou, então, como sinalizadoras para os processos de
degradação celular. Dessa forma, impedem a germinação e o desenvolvimento
inicial das plantas, bem como interferem nos processos fisiológicos vitais às
mesmas.
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