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14 CAPÍTULO TONSILITE (AMIGDALITE) E FARINGITE ou FARINGOAMIGDALITE 14.A - TONSILITE (AMIGDALITE) 14.A.1 - CONCEITO DE TONSILITE Tonsilite (popularmente conhecida como amigdalite ou dor de garganta) é uma inflamação nas tonsilas palatinas (popularmente chamadas de amígdalas), que pode ter diversas origens, como uma infecção por estreptococos ou uma infecção viral (Sidell & Shapiro, 2012). Quando bacteriana (ou seja: causada por bactérias), poderá haver uma inflamação das tonsilas e a formação de placas de pus nas mesmas. TONSILITE / FARINGITE Em geral a tonsilite vem acompanhada por inflamação na faringe (faringite). 14.A.2 - ANATOMIA (TONSILAS) As tonsilas palatinas são um componente do anel de Waldeyer, uma matriz circular de tecido linfoide secundário na orofaringe que fornece vigilância imunológica e produz imunoglobulina. As amígdalas linguais, adenoides e tonsilas palatinas compõem este anel, e as tonsilas palatinas são o maior dos três grupos de tecidos (Brodsky & Poje, 2006; Hafeez et al., 2009; Wiatrak & Woolley, 2005). Superfície medial é coberta por epitélio escamoso e apresenta de 15 a 20 criptas (reentrâncias nas amígdalas), geralmente conectadas com restos epiteliais e de bactérias (figura 1.14). Figura 1.14 - Ilustração mostrando tonsilas saudáveis à esquerda e inflamadas (tonsilite) à direita. Imagem gentilmente cedida por Bruce Blaus. (Exsudatos substância constituída de líquido, células, fragmentos celulares, resultante de processo inflamatório, que escorre para fora a partir das criptas tonsilares).

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14CAPÍTULO

TONSILITE (AMIGDALITE) E FARINGITE ouFARINGOAMIGDALITE

14.A - TONSILITE(AMIGDALITE)

14.A.1 - CONCEITO DETONSILITE

Tonsilite (popularmente conhecida comoamigdalite ou dor de garganta) é uma inflamaçãonas tonsilas palatinas (popularmente chamadasde amígdalas), que pode ter diversas origens,como uma infecção por estreptococos ou umainfecção viral (Sidell & Shapiro, 2012).

Quando bacteriana (ou seja: causada porbactérias), poderá haver uma inflamação dastonsilas e a formação de placas de pus nas mesmas.

TONSILITE / FARINGITE

Em geral a tonsilite vem acompanhada porinflamação na faringe (faringite).

14.A.2 - ANATOMIA (TONSILAS)

As tonsilas palatinas são um componentedo anel de Waldeyer, uma matriz circular detecido linfoide secundário na orofaringe quefornece vigilância imunológica e produzimunoglobulina. As amígdalas linguais,adenoides e tonsilas palatinas compõem esteanel, e as tonsilas palatinas são o maior dos três

grupos de tecidos (Brodsky & Poje, 2006; Hafeezet al., 2009; Wiatrak & Woolley, 2005).

Superfície medial é coberta por epitélioescamoso e apresenta de 15 a 20 criptas(reentrâncias nas amígdalas), geralmenteconectadas com restos epiteliais e de bactérias(figura 1.14).

Figura 1.14 - Ilustração mostrando tonsilassaudáveis à esquerda einflamadas (tonsilite) à direita.Imagem gentilmente cedida porBruce Blaus. (Exsudatos –substância constituída de líquido,células, fragmentos celulares,resultante de processoinflamatório, que escorre parafora a partir das criptas tonsilares).

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14.A.3 - ETIOLOGIA

Streptococcus pyogenes (ou estreptococobeta-hemolítico do grupo A de Lancefield) é aespécie bacteriana frequentemente associada àetiologia de infecções primárias das tonsilas efaringe (Cunningham, 2000; Scalabrin et al., 2003;Sidell & Shapiro, 2012) (figura 7.14). Espalha porcontato próximo e através do ar, em áreas cheiasde pessoas (aviões, ônibus, escola,acampamento militar, cinemas, etc...).

Outros microor-ganismos que podemestar envolvidos são:

Staphylococcus sp;

Haemophilus influenzae;

Pneumococo.

O papel desempenhado por vírus natonsilite aguda é desconhecido.

14.A.4 - EPIDEMIOLOGIA

Tonsilite causada por estreptococo:

Ocorre em qualquer faixa etária, porém émais comum em crianças e adolescentes comidade entre 5 e 15 anos e mais frequente entrepessoas de classe socio-econômica mais baixa(Bisno et al., 1997). É sazonal, ocorrendo commaior frequência no inverno e primavera.Período de incubação de 12 a 24 horas (Scalabrinet al., 2003).

Pode ocorrer, secundariamente, como umresultado de infecção das vias aéreas superioresapós infecção viral.

14.A.5 - FISIOPATOLOGIA

O processo de inflamação originado dentroda tonsila é acompanhado por hiperemia eedema, com a conversão de folículos linfoidesem pequenos abscessos que são descarregadosnas criptas amigdalianas.

14.A.6 - TIPOS DE TONSILITE

14.A.6.1 – TONSILITE FOLICULAR

Quando o exsudato inflamatório éacumulado nas criptas tonsilares, estas seapresentam como múltiplos pontos brancos nasuperfície tonsilar inflamada, dando origem aoquadro clínico de tonsilite folicular.

F igura 2.14 - Tonsilite folicular. Nota-se oexsudato inflamatório acumula-do nas criptas tonsilares (pontosbrancos do lado esquerdo). Fotoabaixo gentilmente cedida porMichael Bladon.

Essa massa chama-se cáseo (ou ainda:caseum, tonsiolito. Ela é formada nas chamadascriptas amigdalianas, que são reentrâncias nasamígdalas).

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189Tonsilite (amigdalite) e faringite ou faringoamigdalite

14.A.6.2 – TONSILITE MEMBRANOSA

Algumas vezes a exsudação das criptaspode coalescer para formar uma membrana sobrea superfície da amígdala, dando origem ao quadroclínico da tonsilite membranosa.

Figura 4.14 - Tonsilite catarral. Foto gentilmentecedida por Assianir (Itália).

14.A.6.4 – TONSILITE PARENQUIMATOSA

Quando toda a tonsila é uniformementecongestionada e inchada é chamada deamigdalite aguda parenquimatosa

Em termos práticos, os tipos de tonsiliteexistentes servem apenas para reconhecerquando a garganta está inflamada e o tratamentonecessário a ser prescrito.

Figura 3.14 - Tonsilite membranosa. Foto daesquerda gentilmente cedidapelo Dr. James Heilman (Universityof British Columbia, Canada) e dadireita por Salvanel (Itália).

14.A.6.3 – TONSILITE CATARRAL

Quando as tonsilas estão inflamadas,como parte da infecção generalizada da mucosaorofaríngea, é chamada tonsilite catarral.

Figura 5.14 - Tonsilite parenquimatosa. Fotogentilmente cedida por Pbeck.

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14.A.7 - CARACTERÍSTICASCLÍNICAS

14.A.7.1 – SINTOMAS

Desconforto na garganta;

Dificuldade de engolir;

Dor generalizada no corpo (dor muscular);

Fala grossa e dor de ouvido;

Náusea, vômito;

Dor de cabeça, fadiga.

14.A.7.2 – SINAIS

Tonsilas inchadas congestionadas comexsudatos;

Gânglios linfáticos jugulo-diagástricoaumentadas e macias;

Ausência de tosse;

Ausência de gotejamento nasal;

Ausência de rouquidão;

Febre > 38 °C .

Petéquias1 palato mole.

14.A.8 - DIAGNÓSTICO

14.A.8.1 – EXAME FÍSICO

As características do exame físico não sãoespecíficas ou únicas para o paciente com doençaaguda das amígdalas. As tonsilas palatinas sãofacilmente visualizadas, na maioria dos casos,no paciente pediátrico usando um cataglossopara abaixar a língua. Em contraste, a tonsilapalatina pode ser menos evidente no pacienteadulto; no entanto, os pilares tonsilares devempermanecer visíveis. Existe um sistema declassificação que permite o clínico documentaro tamanho das tonsilas com algum grau deobjetividade, quantificando o percentual da

amígdala, que se situa fora da fossa tonsilar(Sidell & Shapiro, 2012).

14.A.8.2 – EXAME LABORATORIAL

• Esfregaço da garganta (padrão-ouro);

• Teste de detecção rápida do antígeno:

• Se negativo, é necessário fazeresfregaço;

• Contagem de leucócitos;

• Esfregaço Periférico;

Figura 6.14 - Streptococcus pyogenes em ágar-sangue. Foto gentilmente cedidapor Micronerdbox.

Cultura de esfregaço da garganta

• Procurar pelos seguintes patógenos:

• Streptococcus beta-hemolíticos do grupo A;

• Corynebacterium diphteriae (raro);

• Neisseria gonorrhoeae (raro).

• Se positivo para Streptococcus beta-hemolíticos do grupo A precisamos fazerantibiograma?

• Existe resistência à penicilina?1Petéquia - Cada uma das pequenas manchas vermelhas oupurpúreas, não salientes, que surgem na pele ou emmembranas mucosas, devido às hemorragias intradérmicas ousubmucosas. No seu curso evolutivo, essas manchas passam aazuis ou amarelas.

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191Tonsilite (amigdalite) e faringite ou faringoamigdalite

Figura 7.14 - Streptococcus pyogenes comaumento de 900X (fotogentilmente cedida pelo Centersfor Disease Control andPrevention – Governo Federal dosEstados Unidos).

14.A.9 -TRATAMENTO

OBJETIVOS DO TRATAMENTO:

• Prevenção de complicações;

• Melhora sintomática;

• Erradicação da bactéria;

• Prevenção de contaminação;

• Redução do uso desnecessário deantibióticos.

Muitos tipos de antibióticos podemerradicar Streptococcus beta-hemolíticos dogrupo A da faringe (será visto adiante – emfaringite).

Iniciando o tratamento dentro de 9 dias(do início dos sinais e sintomas) é suficiente paraprevenir a Febre Reumática Aguda

Febre Reumática Aguda é uma sequela deinfecção na garganta (causada pela bactériaEstreptococo beta hemolítico do Grupo A deLancefield) que não foi devidamente tratada.Pode se manifestar por volta de 7 a 15 dias depoisde um episódio infeccioso de faringoamigdalitecom febre e afetar o cérebro, as articulações, o

tecido subcutâneo e o coração. A doençareumática do coração é uma sequela crônica daFebre Reumática Aguda, que é rara em paísesricos, mas permanece nos países pobres e emdesenvolvimento (Carapetis et al., 2005).

USO DE SUCRALFATO COMO ANALGÉSICO EMPÓS-TONSILECTOMIA

O sucralfato é usado para tratar e prevenirúlcera duodenal. Também pode ser usado comoanalgésico pós-cirurgia de tonsilectomia(retirada das amígdalas). Tonsilectomia deixaduas grandes feridas ulceradas, e sucralfato podeligar a essas feridas de forma similar aomecanismo que faz com úlceras pépticas. Poristo, reduz significativamente a dor de gargantae uso de analgésicos após a cirurgia. (Ozcan etal., 1998).

14.B - FARINGITE

14.B.1 - CONCEITO DEFARINGITE

É a inflamação da membrana mucosa e daparte subjacente da faringe, sendo uma dascausas mais comuns de ausência da escola ou dotrabalho (Alcaide & Bisno, 2007).

14.B.2 - ANATOMIA (FARINGE)

É a cavidade musculomembranosa atrásdas cavidades nasais, boca e laringe. Comunicacom elas e com o esôfago.

• Composta de músculos esqueléticosrevestida por membrana mucosa;

• Função digestiva e respiratória;

• Dividida em:

• Nasofaringe;

• Orofaringe;

• Hipofaringe (laringofaringe) (figura8.14).

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Figura 8.14 - Anatomia da faringe. Ilustraçãogentilmente cedida pelo GovernoFederal dos Estados Unidos.

14.B.3 - ETIOLOGIA

A maioria destas faringites é provocadapor vírus.

Viral: rhinovirus, adenovirus, EBV (VírusEpstein-Barr), HSV (Herpes Simplex Virus), vírusda gripe. Envolvimento de outras membranasmucosas, ocorrendo rinorreia (coriza), espirrose tosse.

Bacteriana: causada por Streptococcusbeta-hemolíticos do grupo A. Exposição aoagente etiológico conhecido provoca febre alta,calafrios, dor de cabeça, dor abdominal.Adenopatia* cervical** dolorosa. Patógeno raroem crianças com menos de 2 anos (quase 100%das faringites tem origem viral nesta faixa etária.

Adenopatia* - designação comum àsafecções dos gânglios linfáticos ou das glândulas.

Cervical** - relativo ao pescoço.

Outras causas: alergia, trauma, toxinas,neoplasia.

Fatores predisponentes: fumo (incluindopassivo), rinossinusite, doença periodontal.

14.B.4 - EPIDEMIOLOGIA

É muito comum em crianças (pico 4 a 7 anosde idade).Afeta todas as raças e ambos os sexosde forma igual, estando associada à infecção dasvias aéreas superiores. Em geral, quando ocorre

infecção e consequente infla-mação da faringe(faringite), as áreas próximas também sãoafetadas (tonsilas e laringe).

14.B.5 - FISIOPATOLOGIA

Vírus e/ou bactérias invadem diretamentea mucosa causando uma resposta localinflamatória.

Alguns vírus causam a inflamação damucosa secundária pela secreção nasal.

IDADE x INFECÇÃO

Até os 3 anos de idade quase 100 % dasfaringites tem origem viral

De 5 a 15 anos de idade de 15 a 30 % dasfaringites são causada por Streptococcus beta-hemolíticos do grupo A.

Nos adultos, cerca de 10 % das faringitessão causadas por Streptococcus beta-hemolíticosdo grupo A.

14.B.6 - CARACTERÍSTICASCLÍNICAS

14.B.6.1 – SINTOMAS

Dor de garganta é o principal sintoma;

Febre, dor de cabeça;

Faringite aguda: início rápido, duraçãocurta, com disfagia e mal estar;

Faringite crônica: persistente, dor leve,secura. Eliminar a causa subjacente.

14.B.6.2 – SINAIS

Edema e eritema da faringe;

Nos exsudatos podem estar presentes:

• Streptococcus beta-hemolíticos do grupo A;

• EBV (Vírus Epstein-Barr);

• Adenovirus;

• Infecção por HIV;

• Candida albicans;

• Francisella tularensis.

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193Tonsilite (amigdalite) e faringite ou faringoamigdalite

14.B.7 - DIAGNÓSTICO

Abaixar a língua do paciente com o auxíliode um cataglosso e iluminar o fundo da garganta.Esta parede do fundo é a faringe. Se estiverinflamada, o paciente está com faringite (figura9.14).

Tonisilite / Faringite viral:

• Rinite adicional, rouquidão, conjuntivitee tosse.

• Faringite é acompanha-da porconjuntivite em infecções de adenovírus

• Vesículas orais, úlceras apontampresença de vírus

14.B.7.1 – DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

• Faringite estreptocócica;

• Faringite não-infecciosa;

• Abscesso Peritonsilar;

• Candidíase faríngea;

• Difteria.

14.B.8 - TRATAMENTO

O QUE OS FARMACÊUTICOS PODEM RECEITAR

O tratamento é sintomático;

Descanso, Líquidos e gargarejo com águasalgada são as principais medidas de apoio;

Paracetamol (acetaminofeno) é omedicamento para dor e febre alta;

14.B.8.1 – FARINGITE VIRAL

Sempre usar um imunomodulador* queestimule o sistema de defesa do organismo, ouseja, um imunoestimulante ou imunoesti-mulador:

Levamisol (Ascaridil®) – medicamentopara Ascaris lumbricoides (lombriga) e quetambém serve como imunoestimulante (Renoux& Renoux, 1972). Tem uso clínico para prevenirinfecções recorrentes nas vias aéreas superiores(rinossinusite, tonsilite, etc...) de crianças(Rahman, 2003). Posologias usadas estão nosestudos de caso no final deste capítulo;

Pelargonium sidoides (Kaloba® , Unckam®)uma planta da África do Sul. Tem efeito antiviralcontra HIV e vírus de herpes (Helfer et al., 2014;Schnitzler et al., 2008). Posologia: Criançasmenores de 6 anos: 10 gotas, três vezes ao dia.Crianças com idade entre 6 e 12 anos: 20 gotas,três vezes ao dia. Adultos e crianças maiores de12 anos: 30 gotas, três vezes ao dia por 5 a 7 dias(ou até por 10 dias);

Lactobacillus plantarum diminui virulênciade Streptococcus pyogenes (Rizzo et al., 2013).

Magnésio melhora a atuação do sistemade defesa do organismo - sulfato de magnésio,Nomes comerciais: Sal de Andrews®, Milantaplus®, Magnésia bisurada®. O melhor deles é o

Figura 9.14 - Faringite (foto à esquerda cedida gentilmente por Braegel e da direita por Dake).

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Sal de Andrews®, pois contém mais de 800mg desulfato de magnésio – 1 saquinho por dia durante5 a 7 dias.

Prescrever um ou dois deles e antes,verificar a incompatibilidade medicamentosa.

14.B.8.2 – FARINGITE ALÉRGICA

• Cloridrato de benzidamina (Ciflogex®)(Baba, 1968)

• Difenidramina (Benadryl®)

• Cloridrato de difenidramina + cloreto deamônio + citrato de sódio (Benalet®)

14.B.8.3 – FARINGITE BACTERIANA

USO TÓPICO (pastilhas):

• Tirotricina + benzocaína (Amidalin®,Gargotricin®) – tirotricina tem efeito contraestreptococos (Ruckdeschel et al., 1983);

• Flurbiprofeno (Strepsils®) – uso de8,75mg (Blagden et al., 2002; Russo et al., 2013).É um inibidor da biossíntese de prostaglandinas(Reynolds, 1989). Tem propriedades analgésica,anti-inflamatória e antipirética sendo útil paraalívio da dor por via oral (Singh et al. 1993; Sureshet al. 2001). Além disto, o flurbiprofeno é umantibiótico não convencional que tem atividadeantimicrobiana contra a bactéria Staphylococcus

aureus, contra o fungo Candida albicans eespécies de Trichophyton, Microscoporum eEpidermophyton (Chowdhury et al., 2003);

USO SISTÊMICO:

• Pelargonium sidoides (Kaloba® ,Unckam®) uma planta da África do Sul. Além deefeito antiviral, tem efeito antibiótico contraestreptococo beta-hemolítico (Bereznoy et al.,2003), sendo usada para combaterfaringoamigdalite. Posologia: Crianças menoresde 6 anos: 10 gotas, três vezes ao dia. Criançascom idade entre 6 e 12 anos: 20 gotas, três vezesao dia. Adultos e crianças maiores de 12 anos: 30gotas, três vezes ao dia por 5 a 7 dias (ou até por10 dias);

• Lactobacillus plantarum diminuivirulência de Streptococcus pyogenes (Rizzo etal., 2013).

• SAIS DE BISMUTO: Sais de bismuto temefeito contra infecções por estreptococo (Heite,1953).

Foi descoberto que subsalicilato debismuto (Peptozil®, Peptobismol®) tem efeitoantibiótico contra os seguintes microorganismos:Helicobacter pylori (Michael et al., 2004),Klebsiella pneumoniae (Domenico et al, 1992),Fusarium sp (Anthony et al., 2005) emicroorganismos gram-negativos (Domenico etal., 1991), sendo usado também para pneumonia(Daschner et al., 1988). Bismoverol (contém saisde bismuto) era usado na década de 50 para tratarfaringoamigdalite (Tatarintsev, 1952). Em 2012,Hernandez-Delgadillo e colaboradoresdescreveram que nanopartículas de bismutoinibem crescimento de Streptococcus mutans.

• SUCRALFATO é usado para úlceras, porémtem efeito antibiótico contra Escherichia coli,

Staphylococcus aureus, Pseudomonas

aeruginosa e Streptococcus pneumoniae.(Westet al., 1993).

A prescrição de um antibiótico(convencional ou não), deve ser seguida por umprobiótico (como Floratil®, Leiba®, BacResistente®, Yakult®, etc..) para evitar umadisbiose (alteração da flora intestinal). Oantibiótico deve ter um intervalo de 4 horas doprobiótico.

O QUE OS MÉDICOS PODEM RECEITAR

Os antibióticos são indicados para ainfecção por Streptococcus do Grupo A (suspeitaclínica ou cultura ou antígeno verificado). Devemser administrados até nove dias após o início dossintomas para prevenir a febre reumática (é umadoença reumática, inflamatória, de origem auto-imune, em resposta do organismo a infecçõespelo Streptococcus pyogenes do grupo A deLancefield).

Seleção de antibióticos requer aconsideração de alergias dos pacientes, eficácia

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195Tonsilite (amigdalite) e faringite ou faringoamigdalite

bacteriológica e clínica, a frequência deadministração, duração do tratamento, efeitoscolaterais, de conformidade e de custos.Penicilina oral continua a ser o medicamento deescolha na maioria das situações clínicas.Também são usadas as cefalosporinas eamoxicilina-clavulanato que produzemresultados de cura clínica superior (Borchardt,2013; Hayes &Williamson, 2001; Kaplan, 2013).

Antibióticos que não devem ser usados:

• Tetraciclina;

• Sulfonamidas;

• Co-trimoxasol;

• Cloranfenicol;

• Aminoglicosídeos.

Streptococcus beta-hemolíticos do grupo A

Controlar a cultura após o tratamento dedose completa?

• NÃO

Se houver histórico de Insuficiência RenalAguda:

• Faça cultura de controle após otratamento;

• Não há necessidade de filtrar ou trataros portadores.

Contagem de Mc Isaac

Desenvolvido por Mc Isaac ecolaboradores.

• Diminui o uso indiscriminado deantibióticos em 48%;

• Diminui os exames clínicos (esfregaçosda garganta).

Score Total Sugestões

0 - 1 pontos Nenhuma cultura,nenhum antibiótico

2 - 3 pontos Faça cultura (ou teste deantígeno), receite antibióticos somente sepositivo para Streptococcus.

4 - 5 pontos Faça cultura (ou teste deantígeno), receite antibióticos somente sepositivo para Streptococcus. Se sinais e sintomasforem severos, receitar antibióticos sem testar.

14.B.9 - COMPLICAÇÕES

• Principal preocupação em crianças ejovens (3-18 anos) é que Streptococcus beta-hemolíticos do grupo A não tratados podemcausar febre reumática;

• Órgãos adjacentes: otite, sinusite,abscesso peritonsilar;

• Inflamação respiratória aguda;

• Glomerulonefrite aguda;

• Síndrome do choque tóxico;

• Mortalidade devido à obstrução das viasaéreas (raro).

ESTUDO DE CASO 1

Em dezembro de 1987, uma mãe trouxeao consultório do Dr. Mujibur Rahman, sua filhade 6 meses de idade com histórico de ataquesrepetidos de infecções das vias aéreassuperiores. A criança teve o seu primeiroproblema quando era um bebê prematuro quenasceu com 33 semanas de gravidez. Antibióticoseram administrados 3 a 4 vezes por mês desde onascimento. Com a permissão dos pais foiprescrito levamisol 20mg, duas vezes por dia, por4 dias (A dose é mais baixa do que aquela usadacomo anti-helmíntico). Depois de um intervalode 7 dias, o medicamento voltou a seradministrado por 3 dias na mesma dose.Novamente, depois de um intervalo de 15 dias,outro tratamento de 3 dias foi feito. Então, depoisde um intervalo de um mês outro tratamento de3 dias e depois um intervalo de 3 meses. Pacientefoi observada durante este período e respondeubem ao medicamento. Ela não teve maissintomas da doença durante este período e nãoprecisou de antibióticos. Passados 15 anos emeio, a paciente está com 16 anos de idade evoltou ao consultório. Seis meses atrás,reclamou de infecção recorrente das viasrespiratórias, particularmente, rinossinusite

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crônica nos últimos 2 anos, pela qual tinhaconsultado médicos especialistas. Novamente,com a permissão dos pais, levamisol foi prescritona dosagem de 40 mg, duas vezes ao dia, por 4dias e depois com os intervalos relatados acima.Após 4 meses do tratamento, a paciente seencontra bem de saúde (Rahman, 2003).

ESTUDO DE CASO 2

Em 1989, uma paciente de 19 anos estavacom tonisilite recorrente pelos últimos 2 anos.Já havia consultado diferentes especialistassendo aconselhada a fazer tonsilectomia(remoção cirúrgica das amígdalas palatinas).Levamisol foi prescrito na dose de 60 mg, duasvezes por dia, por 4 dias, pelo Dr. MujiburRahman. A dose repetida nas semanas seguintes(tratamento repetido como descrito no caso 1).A moça respondeu bem ao medicamento, semqualquer efeito colateral. Ela não precisou fazercirurgia e, agora, raramente sofre com dor degarganta. Um acompanhamento foi feito por 10anos e, atualmente, é mãe de dois filhos(Rahman, 2003).

ESTUDO DE CASO 3

Em fevereiro de 1993, um pai relatou quesua filha de 14 meses de vida estava sofrendo deataques repetidos de febre, com tosse, desdeos 6 meses de vida. Ela sempre precisava deantibióticos, 2 a 3 vezes por mês, prescritos porpediatras. Foram feitos exames de rotina(sangue, urina e fezes) durante o ataque defebre e tosse. Não foi acusado nada que pudesseexplicar a infecção aguda. Levamisol foi prescrito,pelo Dr. Mujibur Rahman, na dose de 25 mg, duasvezes por dia, por 4 dias e repetido como descritono caso 1. A paciente respondeu bem aomedicamento. No presente momento, encontra-se com 8 anos e muito bem (Rahman, 2003).

ESTUDO DE CASO 4

Em 2005 (antibióticos não precisavam deretenção de receita), um balconista de uma

farmácia da cidade de Montes Claros (MG) alegouque havia curado a dor de garganta de umamulher, usando tetraciclina 2 gramas.

1) Quais são os erros cometidos pelobalconista?

2) O que você como farmacêutico(a) fariae receitaria?

Resposta para a questão 1:

Erro principal do balconista:POSSIBILIDADE DE SURGIMENTO DESUPERINFECÇÃO:

• A superinfecção é o surgimento de umanova infecção em função da terapiaantimicrobiana;

• Está comumente associada ao uso deantibiótico de amplo espectro (penicilinas de

amplo espectro, cefalosporinas, tetraciclinas,

cloranfenicol);

• Locais afetados: orofaringe, intestino,

Trato respiratório, trato geniturinário, pele.

Erro ético e grave: balconista não podeprescrever ou indicar medicamentos (com ousem tarja).

Resposta para a questão 2:

Um exame físico deve ser feito abaixandoa língua da paciente com um cataglosso everificando se há inflamação das tonsilaspalatinas e/ou faringe. Uma prescrição delevamisol 40mg (como descrito no caso 3) e doextrato alcóolico de Pelargonium sidoides

(Kaloba®). Se a paciente já toma outrosmedicamentos, deve ser receitado levamisol ouPelargonium sidoides para evitarincompatibilidade medicamentosa (que deveser verificada antes da prescrição ser emitida).O farmacêutico deve pedir à paciente pararetornar à farmácia duas semanas depois paranova avaliação. Se em 15 dias de tratamento, nãoocorrer melhora, a paciente deve serencaminhada ao médico especialista para novosexames.

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197Tonsilite (amigdalite) e faringite ou faringoamigdalite

ESTUDO DE CASO 5

Paciente, sexo feminino, 24 anos,apresenta-se ao posto de saúde municipal emBelo Horizonte (MG), três semanas atrás, comdor de garganta por causa de uma amigdalitebacteriana. O médico prescreveu amoxicilina 750mg, duas vezes ao dia. No segundo dia tomandoeste antibiótico, a paciente relata dor de barriga,febre, intestino queimando e início de umadiarreia (fezes líquidas), com cinco evacuaçõesdiárias. O problema da garganta não haviacessado e esta, segundo a paciente, continuava“tampada”. Retornou ao posto de saúde e omédico prescreveu Benzetacil® (benzil penicilinabenzatina) injetável (uma dose). Após estaúltima prescrição o problema da garganta foiresolvido, mas a diarreia permanece desde o diaem que tomou a amoxicilina (há três semanas).Novo retorno ao posto de saúde e o médicoprescreve sulfametoxazol (400 mg)/trimetoprima (80 mg), 2 vezes ao dia e Floratil®(Saccharomyces bullardii) 100 mg duas vezes aodia. Houve uma diminuição nas evacuações paratrês ao dia. A paciente relata que perdeu peso.

1) Qual foi o erro do médico?

2) O que você prescreveria para aamigdalite bacteriana?

RESPOSTAS:

1) Ao receitar a amoxicilina, o médicodeveria ter prescrito um probiótico (Floratil®,Florax®, Bac-resistente®, Leiba®, Yakult®, etc...).A amoxilina provocou um desequilíbrio de floraintestinal (disbiose). O probiótico evita adisbiose.

Pela quantidade de antibióticos que apaciente tomou, não há necessidade de tomarsulfametoxazol/trimetoprima. Estes antibióticosestão promovendo uma disbiose mais intensa.O certo é permanecer com o Floratil®, suspendero sulfametoxazol/trimetoprima. Substituir oantibiótico por loperamida (Imosec®) 2mg apóscada evacuação líquida por 2 dias (máx. 16mg/dia).

2) Pelargonium sidoides (Kaloba®) temefeito antibiótico, antifúngico, antiviral eimunoestimulante. Posologia: 30 gotas, trêsvezes ao dia, durante 10 dias. Ou então,prescrever levamisol (Ascaridil®), 40 mg (metadede um comprimido pediátrico), duas vezes aodia, por 4 dias. Em baixas doses, o levamisol éum imunoestimulante. Em altas doses é umimunossupressor.

NOTA DO EDITOR/AUTOR: todas asposologias e concentrações de medicamentosou suplementos devem ser verificadas nosartigos científicos antes de qualquer receituário.O Editor/Autor ou a Editora/Gráfica não seresponsabilizam por receituário errado devido aerro de imprensa. Todas as posologias são deinteira responsabilidade dos autores dos artigoscientíficos. Por favor, verifique sempre os artigoscientíficos publicados. E nunca se esqueça: adiferença entre o remédio e o veneno estáapenas na dose.

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