Tom Ross - Uma Exposição Batista Do Livro de Atos

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Comentário de Atos

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Uma Exposio Batista do Livro de AtosPorTom RossPastor, Autor, Professor da Bblia, e Preletor em Conferncias de Reavivamento.

Verso da Bblia Utilizada:Sociedade Bblica Trinitariana do Brasil(SBT)

DedicaoEste livro dedicado a todos verdadeiros Batistas, desde o ministrio de Cristo at a presente data, que tem fielmente obedecido aos mandamentos do Grande Cabea da Igreja, como registrado na grande comisso. Desde o tempo em que o Senhor Jesus Cristo organizou a primeira igreja Batista, durante seu ministrio terreno, tem existido uma santa sucesso de verdadeiros Batistas, que tem pregado o Evangelho, batizado os convertidos, e ensinado a verdade. Muitos tm bravamente sofrido perseguies, prises, calabouos, fogo, e espada, a fim de batalhar pela f que uma vez foi dada aos santos (Judas 3). Eu aplaudo a coragem, convico, e consistncia de todos os genunos Batistas que tem lutado pela verdade, a despeito do seu custo. ReconhecimentosAgradeo a todos que fizeram da publicao desta obra uma realidade, ao responderem ao formato de ordem de pr-pagamento. algo que humilha e abenoa o meu corao saber que crentes em Cristo colhem benefcios espirituais da obra que o Senhor me permitiu publicar. Que encorajamento saber que ainda h pessoas que se regozijam em alimentar suas almas maneira antiga, atravs da saudvel literatura bblica. Obrigado mais uma vez pelas palavras de encorajamento e gentil apoio atravs destes anos. PrefcioEu sou um Batista por convico e sem desculpas. Eu creio que a igreja que Jesus organizou, durante seu ministrio terreno, era em doutrina e prtica o que hoje identificamos como uma igreja Batista. Eu creio que as igrejas no livro de Atos eram igrejas Batistas. No havia Catlicos Romanos, Luteranos, Presbiterianos, Episcopais, Metodistas, Campbelistas, Mrmon Testemunha de Jeov, Reformados, Pentecostais, Carismticos, ou qualquer outra denominao humana existente durante os tempos apostlicos. Com isso em mente, todas as vezes que eu mencionar o tipo de igreja do Senhor neste livro, estarei falando estritamente daquelas que so Batistas em doutrina e prtica. Como um Batista eu creio que a nica maneira de um pecador ser salvo atravs da graa, por meio da f no Cristo crucificado, sepultado, e ressuscitado. Os Batistas no livro de Atos pregaram o Evangelho de Cristo como o nico meio de salvao. Os verdadeiros Batistas tem sempre defendido a salvao somente atravs de Cristo, independentemente de qualquer afiliao denominacional ou ordenana religiosa. Eu no creio que voc tem que ser um Batista para alcanar o cu. Voc s precisa crer no Senhor Jesus Cristo como o seu Salvador pessoal para alcanar o cu. As igrejas no Livro de Atos, e atravs do Novo Testamento, eram locais e visveis, congregaes compostas de crentes biblicamente batizados e reunidos com o propsito de cumprirem a Grande Comisso. A igreja universal e visvel, inventada pelos Catlicos, e a universal e invisvel, inventada pelos Protestantes, no pode ser encontrada no Livro de Atos. As igrejas do Novo Testamento no eram msticas e nem invisveis. Elas eram congregaes locais compostas de cristos genunos, que haviam sido biblicamente batizados em gua, pela autoridade de uma Igreja Batista No-Testamentria. Cada igreja era individual e independente, um corpo autnomo de Cristo em determinada localidade. Os pregadores, missionrios, e pastores Batistas no livro de Atos eram homens chamados por Deus que operavam sob a liderana de Cristo, do Esprito Santo, e da autoridade de uma igreja local. Os verdadeiros missionrios, pregadores, e pastores Batistas eram membros de uma igreja Neotestamentria e sujeitos autoridade da mesma. O Livro de Atos revela que todo trabalho missionrio era feito por meio da autoridade de uma igreja local em particular. No havia estas coisas de pregador Batista freelance, autnomo, ou desfiliado no Livro de Atos. A pregao no Livro de Atos era evangelstica e totalmente dependente do poder do Esprito Santo. Os membros das igrejas do Senhor eram comprometidos em compartilhar o Evangelho de Cristo com os pecadores de todos os lugares. Sua mensagem e mtodo eram marcados pela simplicidade. As igrejas Batistas no Livro de Atos confiavam no poder do Esprito Santo para que o Evangelho fosse eficaz no corao dos ouvintes. Eles no utilizavam de truques, peas teatrais, ou outros tipos de entretenimento para levar a mensagem de Cristo aos pecadores. Eles simplesmente testemunhavam e apontavam aos pecadores a morte, sepultamento, e ressurreio do Senhor Jesus Cristo. No havia nenhum Hardshell ou Arminiano no Livro de Atos.Vivemos em uma poca onde muitos dos que se intitulam de Batistas esto de mos dadas com os Catlicos, Protestantes, Reformados, e Carismticos. Eu no tenho desejo algum de ser aceito em seus crculos de influncia. Sinceramente, eu estou cansado de todos estes aguados, sem convico, superficiais, e inspidos homens, que so Batistas apenas no nome. Os Batistas de hoje precisam retornar quele velho caminho anteriormente demarcado pelos Batistas no Livro de Atos. Os Batistas tm estado em todos os lugares desde que Jesus organizou a sua primeira igreja durante seu ministrio terreno. Aos Batistas foi entregue a Grande Comisso. Somente as Igrejas Batistas tem autoridade para administrar as ordenanas do batismo e ceia do Senhor. As igrejas Batistas no reconhecem as ordenanas da igreja Catlica ou das denominaes Protestantes que saram da velha prostituta. Eu no me envergonho da minha lealdade a Jesus Cristo e sua igreja. Eu no me preocupo com os rtulos que identificam aquilo que eu creio e pratico. Eu sou um Batista independente, Missionrio, e Fundamentalista, que acredita nas doutrinas da livre e soberana graa de Deus. Eu creio que as igrejas no Livro de Atos sustentavam estas mesmas verdades. EU NO SOU um Catlico, Protestante, Reformado, ou Carismtico. EU SOU UM BATISTA.Que Deus se agrade em abenoar esta exposio do Livro de Atos. O que est escrito simplesmente o que tenho pregado em Mt. Pleasant Missionary Baptist Church of Chesapeake, Ohio, durante os estudos deste abenoado livro aos domingos noite. Um pecador salvo pela GRAA SOBERANA.Irmo Tom Ross I Cor. 9: 16; Josu 24: 15.

ndice Remissivo

Dedicao, Reconhecimentos Prefcio pelo Autor Introduo aos Atos dos Apstolos Exposio de Atos Captulo Um (1) Exposio de Atos Captulo Dois (2) Exposio de Atos Captulo Trs (3) Exposio de Atos Captulo Quatro (4) Exposio de Atos Captulo Cinco (5) Exposio de Atos Captulo Seis (6)Exposio de Atos Captulo Sete (7) Exposio de Atos Captulo Oito (8) Exposio de Atos Captulo Nove (9) Exposio de Atos Captulo Dez (10) Exposio de Atos Captulo Onze (11) Exposio de Atos Captulo Doze (12) Exposio de Atos Captulo Treze (13) Exposio de Atos Captulo Catorze (14) Exposio de Atos Captulo Quinze (15) Exposio de Atos Captulo Dezesseis (16) Exposio de Atos Captulo Dezessete (17) Exposio de Atos Captulo Dezoito (18) Exposio de Atos Captulo Dezenove (19) Exposio de Atos Captulo Vinte (20) Exposio de Atos Captulo Vinte e Um (21)Exposio de Atos Captulo Vinte e Dois (22) Exposio de Atos Captulo Vinte e Trs (23) Exposio de Atos Captulo Vinte e Quatro (24) Exposio de Atos Captulo Vinte e Cinco (25)Exposio de Atos Captulo Vinte e Seis (26) Exposio de Atos Captulo Vinte e Sete (27) Exposio de Atos Captulo Vinte e Oito (28)Bibliografia Notas Sobre O Autor Outros Livros de Tom Ross

INTRODUO AOS ATOS DOS APSTOLOSO Livro de Atos provavelmente o mais excitante dos livros dentro do escopo da Revelao de Deus. um livro que eclode com uma diversidade de aes advindas do poder e obra do Esprito Santo de Deus, atravs da instrumentalidade de obscuros indivduos e igrejas locais. A pregao do Evangelho,revestida com o poder do Esprito Santo, serve como um fio de ouro que corre atravs de todo o livro. um livro que contm relatos miraculosos de cura, extraordinrias e espantosas converses, provas e perseguies, trabalho missionrio e estabelecimento de igrejas, debates teolgicos, oraes poderosas e vitoriosas, dons e vises sobrenaturais, terremotos e naufrgios, diversidade de culturas e costumes, e etc. Em resumo, o Livro de Atos um pacote cheio de ao, suspense, e emoo, que de longe nem se compara a qualquer romance secular ou srie de televiso j produzidos.

O Livro de Atos tambm serve como uma ponte de transio que liga a economia do Velho Testamento como a do Novo. Por este motivo ele tem sido o foco de numerosos debates teolgicos atravs dos sculos. O Livro de Atos no um tratado especfico de teologia sistemtica; antes, ele serve como uma breve histria a respeito das igrejas primitivas e de como elas eram revestidas do poder do Esprito Santo. Os temas simples e comuns de poder, orao, pregao, e perseguio (normalmente nesta ordem) raramente so deixados de lado. Um dos aspectos mais importantes do Livro de Atos que ele serve para autenticar a obra das igrejas do Senhor do Novo Testamento. Por sculos os propsitos de Deus, as promessas, as alianas, a lei, e as revelaes foram confiados principalmente nao de Israel num sentido corporativo. O Livro de Atos mostra Deus transferindo a sua Glria shekinah da nao de Israel para a instituio identificada como a igreja do Senhor Jesus Cristo. O Livro de Atos mostra Deus depositando e revelando a verdade no, e por meio, do seu tipo de igrejas. O Livro de Atos tambm mostra a expanso do propsito de Deus na redeno, como isso no inclua somente os Judeus, mas tambm os Gentios: no somente a terra da Palestina, mas o mundo todo tambm. De maneira alguma a comisso estava confinada apenas s ovelhas perdidas da casa de Israel (Mateus 10: 6), agora a mensagem do Evangelho era para ser levada at aos confins da terra (Atos 1: 8). John Gill fez o seguinte resumo do Livro de Atos:Ele contm a histria do ministrio e dos milagres dos apstolos de Cristo, sendo uma espcie de dirio de suas aes, de onde lhe sobreveio o nome. Ele comea com a ascenso de Cristo, e alcana o aprisionamento do apstolo Paulo em Roma, sendo uma histria de mais de trinta anos; ele traz relatos da primeira igreja evanglica estabelecida em Jerusalm, e do progresso do Evangelho ali e na Judia por meio dos apstolos, e particularmente Pedro, o ministro da circunciso, sendo tambm aquele que primeiramente abriu a porta da f aos gentios; ele mostra como o Evangelho partiu de Jerusalm e se espalhou pelo mundo gentlico, especialmente atravs do apstolo Paulo, em cuja companhia Lucas estava, e que foi o escritor deste livro ... Ele o mais excelente e til trabalho j feito, mostrando como foi plantado inicialmente o cristianismo, e as igrejas crists, ambos entre os Judeus e os Gentios; o progresso e a propagao do Evangelho em vrias partes do mundo; que tipo de sofrimento os apstolos foram submetidos por causa dele; e com que tipo de pacincia e coragem eles suportaram tudo isso; de como alcanaram sucesso nesta obra, e a prova e a confirmao irrefutvel da religio Crist. (1)Os eruditos mais consagrados concordam que Lucas, o autor do terceiro Evangelho e companheiro de Paulo, o autor do Livro de Atos. Este fato se confirma na dedicao de ambos os Livros a Tefilo, na similaridade do estilo e esprito, na semelhana da linguagem utilizada, pois nada menos do que quarenta palavras so encontradas em ambos os livros, e que no aparecem em nenhum outro lugar do Novo Testamento. Lucas era mdico de profisso, sendo identificado como tal pelo apstolo Paulo em Colossenses 4: 14, que diz: Sada-vos Lucas, o mdico amado, e Demas.Fica claro que Paulo respeitava Lucas como um valoroso e leal companheiro missionrio. Quando Paulo escreveu sua ltima epstola a Timteo ele relembrou: S Lucas esta comigo (II Timteo 4: 11).A maioria dos comentaristas acredita que Lucas era Grego, um convertido da cidade de Antioquia. Um documento histrico escrito entre 160 e 180 D.C, relata o seguinte aspecto da vida de Lucas:Lucas era um Srio, nascido em Antioquia, e mdico por profisso. Ele foi um dos discpulos dos apstolos e depois companheiro de Paulo at o seu martrio. Ele serviu ao Senhor sem distrao alguma, sem esposa, sem filhos, e morreu quando estava com oitenta e quatro anos, cheio do Esprito Santo. (2)O Livro de Atos est dividido em duas partes principais relacionadas ao ministrio de Pedro e Paulo. Em Atos captulo 1 at ao 12, o ministrio de Pedro aos Judeus ressaltado, tendo Jerusalm como o centro de sua misso e atividades. Em Atos captulo 13 at ao 28, o ministrio de Paulo ressaltado, tendo Antioquia como o centro de sua misso e atividades. No podemos esquecer que o Livro de Atos primeiramente um livro que trata a respeito das misses no Novo Testamento, e nossa responsabilidade obedecer ordem de Cristo de pregar o Evangelho a toda criatura, at aos confins da terra literalmente. Que Deus conceda a ambos, ao escritor e aos leitores, o mesmo santo e reverente desejo de estudar, aprender, e guardar as verdades maravilhosas registradas no Livro de Atos para o nosso proveito. A minha orao para que Deus nos conceda a mesma medida e devoo do zelo apostlico que caracterizou as igrejas do primeiro sculo. a minha esperana, ao estudarmos este livro abenoado, que o mesmo esprito de poder, orao, e pregao, possa nos motivar enquanto servimos ao Senhor ressurreto. Talvez um genuno avivamento possa romper entre ns, levando outros a dizer o que eles disseram a respeito de Pedro e Joo em Atos 4: 13: Ento eles, vendo a ousadia de Pedro e Joo, e informados de que eram homens sem letras e indoutos, maravilharam-se e reconheceram que eles haviam estado com Jesus. Quo glorioso seria se o que eles falaram a respeito de Paulo tambm pudesse ser dito a nosso respeito neste sculo vinte e um: Estes que tm alvoroado o mundo, chegaram tambm aqui (Atos 17: 6).

Atos Captulo UmEsboo:Recebereis a VirtudeIntroduo de Lucas (1: 1-5)A Pergunta dos Discpulos (1: 6-8)A Ascenso de Cristo aos Cus (1: 9-11)

A indicao de Matias A Orao da Igreja (1: 12-14)O Novo Apstolo (1: 15-26)Recebereis a VirtudeAtos 1: 1-11

O que esta registrado em Atos 1: 1-11 a ltima conversa que Jesus Cristo teve com seus discpulos antes de ascender aos cus a fim de dar continuidade a sua obra intercessria como Sumo Sacerdote. Muitas verdades maravilhosas so mencionadas nesta curta passagem das Escrituras. A certeza absoluta da ressurreio de Cristo dentre os mortos, a promessa de revestimento de poder do Esprito Santo, e a gloriosa ascenso de Cristo aos cus, associada com a promessa de sua volta de forma semelhante, so relatadas para o nosso proveito. Todas estas verdades esto cuidadosamente entrelaadas e associadas com o poder da ressurreio de Cristo e do Esprito Santo. De fato, o poder para servir, ou engajar-se em qualquer atividade espiritual, pode ser traado pela unio e identificao com Cristo e a capacitao do Esprito Santo. O Livro inteiro de Atos uma constante afirmao de duas passagens das Escrituras, ou seja: Joo 15: 5 que diz: Eu sou a videira, vs as varas; quem est em mim, e eu nele, esse d muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer e Filipenses 2: 13, que declara: Porque Deus o que opera em vs tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.

A INTRODUO DE LUCAS (Atos 1: 1-5)

1. (Atos 1: 1) Lucas comea o livro de Atos de maneira muito semelhante introduo do Evangelho que carrega o seu nome. Ele escreve a um homem chamado Tefilo, cujo nome significa amigo de Deus. Acredita-se que Tefilo tenha sido um oficial Romano muito prspero que residia na cidade de Antioquia. No evangelho de Lucas Tefilo recebe o ttulo de excelente, um ttulo somente conferido aos oficiais Romanos (Atos 23: 26; 26: 25).

H.A. Ironside tem um comentrio interessante a respeito do motivo de Lucas no se dirigir a Tefilo com o ttulo de excelente no livro de Atos: Isso (omisso do ttulo excelente) pode ser mais significativo do que pensamos. Eu gosto de pensar que provavelmente isso signifique que este oficial Romano, como resultado da leitura do Evangelho de Lucas, chegou a um conhecimento to significativo a respeito de nosso Senhor Jesus Cristo, que ele abertamente proclamava-se um Cristo, e talvez por causa disso, ele tenha sido demitido ou se demitiu deste ofcio e, portanto, no foi mais tratado de excelente, mas simplesmente de irmo em Cristo. (3)

2. Lucas faz um breve resumo do seu tratado anterior, que consistia em um relato detalhado da vida de Cristo, suas palavras, milagres, sofrimentos, morte, sepultamento e ressurreio, at ao dia em que Ele ascendeu aos cus. muito significativo o fato de Lucas usar a frase acerca de tudo o que Jesus comeou, no s a fazer, mas a ensinar ao invs de aquilo que Jesus fez e ensinou, como se suas obras e ensinos tivessem terminado. O ministrio terreno de Jesus Cristo durou cerca de apenas trs anos, mas o livro de Atos nos fornece um relato da continuidade de seu ministrio, sendo Ele glorificado por intermdio do seu povo e de suas igrejas. Atravs do Livro de Atos ns contemplamos o Cristo glorificado guiando, direcionando, confortando, e encorajando seus servos. Outro ponto que deveria ser notado que Jesus deu um excelente exemplo a seu povo no que diz respeito a fazer e ensinar. A religio que ensina, visando meramente o conhecimento intelectual, v e sem proveito algum. O cristianismo mais do que uma coleo de fatos a respeito da Bblia. Ele tem o propsito de promover um vibrante e vivo relacionamento com nosso Senhor, que resulta em ao e obedincia aos princpios da Palavra de Deus inspirada. Jesus disse: Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelh-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha (Mateus 7: 24).Tiago escreveu: E sede cumpridores da palavra, e no somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos (Tiago 1: 22). Aps os doze discpulos retornarem da sua primeira empreitada evangelstica (Lucas 9: 1-10) temos o seguinte relato: E os apstolos ajuntaram-se a Jesus, e contaram-lhe tudo, tanto o que tinham FEITO como o que tinham ENSINADO(Marcos 6: 30). No suficiente apenas ensinarmos aquilo que cremos, devemos tambm seguir o exemplo de nosso Bendito Senhor, que viveu aquilo que ensinava, se que desejamos ser testemunhas eficazes e que glorifiquem a Deus.

3. A escolha dos apstolos e os mandamentos entregues a eles, por intermdio do Esprito Santo, esto registrados em Atos 1: 2. A salvao, assim como o servio a Deus, est diretamente ligada doutrina da eleio incondicional. Muitos hoje em dia acreditam somente na eleio para o servio. Entretanto, no haver servio prestado, santidade autntica, ou uma vida consagrada parte do decreto da soberana e incondicional eleio para a salvao, como Efsios 1: 4-5 declara: Como tambm nos elegeu nele antes da fundao do mundo, para que fssemos santos e irrepreensveis diante dele em amor;E nos predestinou para filhos de adoo por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplcito de sua vontade.Da mesma maneira, o servio genuno est diretamente ligado prtica da obedincia aos mandamentos de Deus.

4. Atos 1: 3 revela que Cristo permaneceu quarenta e quarenta noites aquina terra antes de ascender aos cus, e durante aquele tempo Ele instruiu seus discpulos nas coisas pertencentes ao reino de Deus. O que Ele ensinou precisamente, no revelado, por isso seria intil entrar em vs especulaes sobre aquilo que as prprias Escrituras permanecem em silncio. Uma coisa certa, durante aqueles quarenta dias Ele demonstrou que realmente havia ressuscitado dos mortos, no como um esprito, como alguns falsamente pensam, mas com mesmo corpo em que havia sido crucificado. Jesus deu a eles muitas provas infalveis, ou provas especficas de que Ele tinha literalmente ressuscitado dentre os mortos. Jesus claramente disse aos seus discpulos de que ele no era um esprito, e provou isso a eles, como Lucas 24: 39 declara: Vede as minhas mos e os meus ps, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um esprito no tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. Durante aquele perodo de quarente dias Jesus comeu, caminhou, ensinou, e compartilhou com seus discpulos as infalveis provas de que Ele era realmente o Filho de Deus ressuscitado dentre os mortos, como havia prometido que faria. Verdadeiramente Jesus foi Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Esprito de santificao, pela ressurreio dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor (Romanos 1: 4).

Simon Kistemaker, em seu comentrio do livro de Atos, faz uma lista de 10 ocasies distintas nas quais Jesus apareceu s pessoas em seu corpo ressuscitado, como uma infalvel prova da realidade da sua ressurreio.1. s mulheres no tmulo (Mateus 28: 9-10).2. Maria Madalena (Marcos 16: 9-11; Joo 20: 11-18).3. Aos dois homens na estrada de Emas (Marcos 16: 12; Lucas 24: 13-32).4. Pedro em Jerusalm (Lucas 24: 34; I Corntios 15: 5).5. Aos dez discpulos (Lucas 24: 36: 43; Joo 20: 19-23).6. Aos onze discpulos (Joo 20: 24-29; I Corntios 15: 5).7. Aos sete discpulos que pescavam na Galileia (Joo 21: 1-23).8. Aos onze discpulos na Galileia (Mateus 28: 16-20; Marcos 16: 14-18).9. quinhentos irmos (possivelmente na Galileia I Corntios 15:6).10. Tiago, o irmo do Senhor (I Corntios 15: 7). (4)

5. (Atos 1: 4-5) Enquanto Jesus estava reunido com seus discpulos Ele os instruiu a aguardarem em Jerusalm pela promessa do Pai. A promessa do Pai era simplesmente que Cristo iria batizar a primeira igreja Batista com o poder do Esprito Santo. Este batismo autenticava o fato de que Deus agora estava dando continuidade a sua obra atravs da instituio conhecida como igreja, ao invs da nao de Israel. Era a mera transferncia da glria Shekinah de Israel para a igreja do Senhor. As igrejas do Senhor ainda hoje esto sendo beneficiadas do poder e dos dons concedidos primeira igreja em Jerusalm, quando elas so revestidas do poder do alto para cumprir a Grande Comisso. importante entendermos que o batismo com o Esprito Santo realizado por Cristo sobre a primeira igreja, tinha apenas o objetivo de dar poder e autenticar. Este batismo com o Esprito no dizia respeito obra de regenerao, nem da habitao do Esprito Santo, ou do nascimento da igreja como muitos erroneamente ensinam. Os discpulos j haviam nascido de novo e, portanto, este batismo com o Esprito Santo no tinha nada a ver com a regenerao. Todos os convertidos, no importando em que poca viveram, foram regenerados e tinham o Esprito Santo habitando neles, se que Romanos 8: 9 significa alguma coisa: Mas, se algum no tem o Esprito de Cristo, esse tal no dele.O Esprito Santo habitava pessoalmente em cada um dos discpulos, pois Ele passa a residir em todo verdadeiro Cristo quando da regenerao, e isto j ocorria antes do dia de Pentecostes. O fato dos discpulos estarem orando em Atos 1: 14 uma indicao clara de que o Esprito Santo j habitava neles individualmente. A orao e a presena do Esprito Santo nos coraes esto diretamente relacionados, como indica Romanos 8: 26: E da mesma maneira tambm o Esprito ajuda as nossas fraquezas; porque no sabemos o que havemos de pedir como convm, mas o mesmo Esprito intercede por ns com gemidos inexprimveis.Glatas 4: 6 tambm corrobora esta verdade: E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos coraes o Esprito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. Cristo batizou a sua igreja com o Esprito Santo no dia de Pentecostes, a fim de dar poder a ela como instituio. Jesus mesmo declarou em Atos 1: 8 que o Esprito viria sobre os seus discpulos a fim de lhes dar poder, no para regener-los. Antes deste evento do Esprito, Cristo mesmo habitou no meio dos discpulos instruindo e dando poder a eles para trabalharem. O Batismo com o Esprito Santo tambm no tem nada a ver com nascimento da igreja, como muitos dos seguidores do ensino de C.I. Scofield erroneamente supem. A igreja j havia sido constituda e recebido a Grande Comisso do prprio Jesus Cristo antes do dia de Pentecostes. A igreja que Jesus iniciou durante o seu ministrio terreno j tinha um hol de membros de 120 pessoas antes do dia de pentecostes (Atos 1: 15). De fato, a igreja do Senhor tinha previamente realizado um culto de sesso de negcios antes de Pentecoste (Atos 1: 26), a fim de eleger um novo apstolo para ocupar o lugar de Judas Iscariotes.

A PERGUNTA DOS DISCPULOS (Atos 1: 6-8)

1. (Atos 1: 6) Pelo fato de Jesus ter dito aos seus discpulos que o Esprito Santo seria derramado no muito depois daqueles dias, eles erroneamente assumiram que Jesus iria restaurar a nao de Israel e dar incio ao seu reino milenar sobre a terra ao mesmo tempo. A pergunta era muito vlida porque o advento do Esprito Santo est definitivamente relacionado restaurao e salvao dos eleitos de Israel nos ltimos dias (Joel 2: 28-32; Zacarias 12: 5 e 13: 1). A pergunta tambm era vlida luz dos fatos de que Cristo havia previamente prometido a eles uma posio exaltada no reino em Mateus 19: 28, que diz: E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vs, que me seguistes, quando, na regenerao, o Filho do homem se assentar no trono da sua glria, tambm vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. Antes de julgar os discpulos duramente, o leitor precisa considerar estes fatos.

2. (Atos 1: 7) Jesus no repreende duramenteseus discpulos por causa desta pergunta, como alguns eruditos amilenaristas querem que voc creia. Jesus tambm no os corrige quanto ideia de um reino terrestre literal, e que envolve a restaurao dos eleitos de Israel. Ele simplesmente diz a eles o seguinte: No vos pertence saber os tempos ou as estaes que o Pai estabeleceu pelo seu prprio poder.Eu dificilmente posso crer, que se Jesus no pretendia voltar a terra para estabelecer o seu reino, Ele no teria dito isso abertamente aos seus discpulos, ou seja, que estava somente interessado no reino espiritual daqueles 40 dias,poca em que os instruiu acerca do reino de Deus. O fato de os discpulos ainda acreditarem num reino terrestre literal, aps quarenta dias de ensino sobre as coisas pertencentes ao reino de Deus, corrobora o fato de Jesus no rejeitou a ideia deles como sendo falsa, e claramente prova que em algum tempo no futuro, haver um reino literal de Cristo com os seus santos aqui na terra.

3. (Atos 1: 8) Jesus no prometeu que o seu reino milenar seria estabelecido naquela ocasio, mas que Eles receberiam o poder do Esprito Santo a fim de edificar seu reino espiritual sobre o qual Ele agora reina. O poder concedido no era governamental ou judicial, mas poder espiritual do alto para capacit-los a testemunhar da morte, sepultamento, e ressurreio de Jesus Cristo, a fim de propagar o reino espiritual da graa. Que privilgio ns temos de ser testemunhas de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos amou e se entregou a si mesmo por ns! O fato de gostarmos disso ou no, acaba repercutindo em nossa vida para um bom ou mau testemunho do nome e da glria de Cristo, e por isso devemos seguir a ordem de II Timteo 2: 19 que diz: qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.

4. espantoso que Jesus tenha dito aos seus discpulos que eles seriam testemunhas poderosas em Jerusalm, onde Ele havia sido crucificado e considerado como um inimigo pelos lderes Judeus religiosos. Jesus disse aos discpulos que eles seriam testemunhas poderosas na terra da Judeia, e tambm em Samaria, onde o preconceito racial e a tenso eram constantes entre Judeus e Samaritanos. Cristo ento estende o escopo do testemunho deles at aos confins da terra. Este pequeno grupo de Cristos obscuros iriam em breve colocar o mundo de cabea para baixo e mudar totalmente o curso da histria humana pela pregao de um Cristo morto, crucificado, e ressuscitado dentre os mortos, como o nico meio de salvao para os Judeus e gentios. Pense em todas as almas que tem sido salvas e transformadas pelo poder de Deus atravs do cumprimento do mandamento dado por Cristo em Atos 1: 8.

A ASCENSO DE CRISTO AOS CUS (Atos 1: 9-11)

1. (Atos 1: 9) Jesus j havia anteriormente ascendido aos cus imediatamente aps a sua ressurreio, antes mesmo de ser tocado por algum de seus discpulos, de acordo com que Ele havia dito a Maria em Joo 20: 17, que diz: No me detenhas, porque ainda no subi para meu Pai, mas vai para meus irmos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.

2. (Atos 1: 10) Agora, na presena dos seus discpulos, Jesus foi elevado aos cus em uma nuvem de glria. Este sinal milagroso deixou os discpulos perplexos e com olhar fixo nos cus. O Filho de Deus, pelo seu poder, j havia rompido os laos da morte na sua ressurreio, e agora desafiava as leis da gravidade ao ascender aos cus, mo direita do Pai. Cristo tinha uma obra especfica a realizar na glria, ou seja, interceder como Sumo Sacerdote em favor do seu povo, como Hebreus 9: 24 declara: Porque Cristo no entrou num santurio feito por mos, figura do verdadeiro, porm no mesmo cu, para agora comparecer por ns perante a face de Deus.

3. (Atos 1: 11) Enquanto os discpulos olhavam fixamente para o cu, dois anjos redirecionam a ateno deles com a promessa de que Jesus voltaria da mesma maneira, o que implica que sua volta ser pessoal e visvel, e em meio a nuvens de glria. O Cristo que ascendeu aos cus o mesmo que voltarcom poder e grande glria, trazendo consigo o seu povo. Que Deus conceda a este escritore aos seus leitores este mesmo poder, a fim de sermos testemunhas eficazes do Evangelho de Jesus Cristo, nosso Senhor e Sumo Sacerdote que ascendeu aos cus. Oh, que nossos coraes transbordem do desejo de testemunhar para Cristo at aos confins do mundo!

A ESCOLHA DE MATIASAtos 1: 12-26

O restante do captulo 1 descreve as aes da primeira igreja imediatamente aps Jesus milagrosamente ascender aos cus. Houve um perodo de dez dias entre a ascenso de Cristo e a descida do Esprito Santo no dia de Pentecostes. interessante notar como este pequeno grupo de cristos foi transformado de um bando de covardes que haviam abandonado seu Senhor, em um grupo de corajosos e leais testemunhas totalmente comprometidos a obedecer s ordens de Cristo.A IGREJA EM ORAO (Atos 1: 12-14)

1. (Atos 1: 12) Os discpulos partiram do Monte das Oliveiras, aps Jesus ascender aos cus, e voltaram para Jerusalm a fim de aguardarem a promessa do Pai. A jornada de um sbado era aproximadamente 1,9 km, por isso eles no poderiam ir muito longe. interessante notar a pronta obedincia demonstrada pelos discpulos. Embora eles soubessem do perigo e oposio que enfrentariam em Jerusalm, eles seguiram as ordens de Jesus e foram para o local indicado. Os discpulos estavam totalmente comprometidos com a causa de Cristo. Os seus coraes estavam inflamados por um amor genuno pelo Salvador, o qual foi manifestado pela pronta obedincia s suas ordens. Oh, que Deus nos inflame desta santa e voluntria obedincia em nossos dias!2. (Atos 1: 13) Este pequeno grupo de 120 almas se reuniu no Cenculo (uma sala ampla em um piso superior) para orar. Muitos acreditam que esta sala foi a mesma que os discpulos utilizaram quando o Senhor instituiu a Ceia. Os nomes dos onze discpulos restantes so mencionados por Lucas. Os nomes das mulheres que cooperaram com o ministrio de Jesus tambm so mencionados, juntamente com Maria, a me de Jesus, e os irmos do Senhor, que so identificados em outras passagens como: Tiago, e Jos, e Simo, e Judas (Mateus 13: 55). interessante notar que aps Atos 1: 14, Maria nunca mais mencionada na Bblia. Ela desempenhou um importante e necessrio papel no nascimento e na vida de Cristo, sendo referida como: Bendita s tu entre as mulheres (Lucas 1: 42). Entretanto, Maria no deve ser adorada ou exaltada como os Catlicos Romanos falsamente ensinam. interessante notar que quando a igreja se reuniu em orao, eles no dirigiram suas oraes Maria, que estava no meio deles, Mas a Deus no cu (vs24). No h absolutamente nenhuma evidncia Bblica provando que as oraes devam ser dirigidas a Maria ou a algum dos santos que j partiram. Tal ensino heresia oriunda do Paganismo Romano.

3. (Atos 1: 14) um dos meus versculos favoritos no livro de Atos. a primeira vez que a palavra unanimemente usada, denotando a unidade de corao, mente, e propsito, que a primeira igreja desfrutava.Vrias vezes a palavra unanimemente encontrada no Livro de Atos. O povo de Deus estava unnime em orao Atos 1: 14; em expectativa Atos 2: 1; em consagrao Atos 4: 24; Em separao Atos 5: 12; e em cooperao Atos 15: 25. A primeira igreja estava mais interessada na glorificao do Cristo ressuscitado do que brigar e provocar diviso entre eles. Grandes coisas podem ser realizadas atravs de uma igreja Batista que est unida em desejo e propsito. As igrejas Neotestamentrias se renem hoje em dia, mas raramente esto de acordo entre si. Que beno para a igreja desfrutar da unidade do Esprito. O Salmo 133: 1 Declara: OH! quo bom e quo suave que os irmos vivam em unio.Se qualquer igreja tem a expectativa de que Deus opere com e por meio dela, um certo grau de unidade e proximidade deve ser alcanado atravs da obra do Esprito Santo. Na verdade, somos ordenados em Efsios 4: 3 a: guardar a unidade do Esprito pelo vnculo da paz.

Warren Wiersbe fez este interessante comentrio:O centro da comunho deles era o Cristo Ressuscitado, e todos o adoravam e exaltavam. Quo fcil seria para algum promover algum tipo de diviso naquela maravilhosa assembleia de pessoas to humildes! Os membros da famlia do Senhor poderiam ter reivindicado reconhecimento especial, ou Pedro poderia ter sido criticado por sua covardia em negar ao Salvador. Ou talvez Pedro poderia ter envergonhado a Joo, pois foi ele quem o levou casa do Sumo Sacerdote (Joo 18: 15-16). Joo poderia muito bem relembrar aos outros que ele havia permanecido firmemente aos ps da cruz, e at sido escolhido pelo Salvador para cuidar de Sua me. Mas no houve nada disso. Na verdade, ningum mesmo ousava mais discutir quem era o maior entre eles (5).

4. (Atos 1: 14) Os membros da primeira igreja no eram somente unnimes, mas tambm estavam firmemente engajados em orao. Eles estavam derramando seus coraes a Deus em orao e splicas. A primeira igreja acreditava e praticava fervente e constante orao. Oh, que Deus restaure este mesmo zelo e f apostlica s nossas frias e negligentes igrejas. A razo pela qual ns hoje raramente desfrutamos da alegria e do deleite da orao, porque nos tornamos independentes de Deus. Os Cristos do sculo vinte e um cometem o mesmo erro pelo qual o Israel do Velho Testamento foi repreendido: Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de guas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que no retm guas (Jeremias 2: 13). Todo povo de Deus necessita voltar orao e simples dependncia de dEle, se desejamos receber do mesmo poder e bnos que foram derramados sobre as igrejas primitivas. O NOVO APSTOLO (Atos 1: 15-26)

1. (Atos 1: 15-16) Pedro levantou-se e liderou a reunio explicando o significado Messinico do Salmo 69: 25 e 109: 8, aplicando estas passagens Judas Iscariotes, o infame traidor de nosso Senhor Jesus Cristo. interessante notar que Pedro no acreditava que o Velho Testamento j no era to importante para a dispensao do Novo Testamento. Na verdade, a maioria dos sermes pregados no livro de Atos contm pores das Escrituras do Velho Testamento. Em Atos 1: 16 uma excelente definio da inspirao plenria nos dada. o Esprito Santo inspirando os homens a falar e escrever a Palavra de Deus. Pedro acreditava na inspirao Divina das Santas Escrituras, e ele fielmente a pregava como tal. Os verdadeiros Batistas sempre permaneceram firmes na defesa da inspirao verbal, plenria, e autoridade das Santas Escrituras.

2. (Atos 1: 17) O cumprimento dos Salmos Messinicos envolvia a morte trgica de Judas Iscariotes e a eleio de outro homem para ocupar o lugar de apstolo. A vida e a morte de Judas Iscariotes deveria servir de solene advertncia para todo professor de Cristianismo. Judas foi um apstolo que caminhou com Jesus, ouviu seus ensinos, presenciou seus milagres, mas no era um salvo. Que coisa terrvel e trgica ser religioso e perdido ao mesmo tempo. Conhecer Jesus, mas no conhec-Lo como Senhor e Salvador. Estar na companhia de Cristo e dos apstolos em vida, mas somente para ser banido da sua presena eternamente, para o inferno, com o diabo. Mas estou certo que este tambm ser o destino de muitos Cristos nominais, como Mateus 7: 21-23 declara: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrar no reino dos cus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que est nos cus. Muitos me diro naquele dia: Senhor, Senhor, no profetizamos ns em teu nome? e em teu nome no expulsamos demnios? e em teu nome no fizemos muitas maravilhas?.Como estas palavras proferidas por Cristo devem ter assombradoJudas, que vivia sob uma falsa profisso de f. Por mais de 2.000 anos estas palavras tem torturado a sua conscincia nos tormentos do inferno eterno. No a toa que Paulo disse aos Corntios: Examinai-vos a vs mesmos, se permaneceis na f; provai-vos a vs mesmos. Ou no sabeis quanto a vs mesmos, que Jesus Cristo est em vs? Se no que j estais reprovados (II Corntios 13: 5). O relato de Judas uma solene e impactante ilustrao do fato de que no suficiente algum apenas ter externamente o nome de Cristo, ou ser batizado, ou ir igreja. Voc precisa conhecer e confessar Jesus Cristo como Senhor e Salvador de sua vida, tendo um real e permanente relacionamento com Ele.

3. (Atos 1: 18-20) Muitos dos crticos mais severos dizem que o relato de Pedro sobre a morte de Judas contradiz o relato apresentado no Evangelho de Mateus. O relato de Pedro no contraditrio, mas complementar. O dinheiro que Judas devolveu aos prncipes dos sacerdotes (Mateus 27) no foi colocado no cofre das ofertas pelos Judeus hipcritas, porque era preo de sangue. Mas foi utilizado para comprar o campo de um oleiro, ou campo de sangue, sendo assim, Pedro corretamente atribui a compra Judas em Atos 1: 18, pois as trinta moedas de prata eram suas por direito. Alm disso, Mateus 27 relata que Judas se enforcou a si mesmo, mas em Atos captulo 1 nos dito que ele precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram. A explanao pode ser facilmente conciliada. Judas enforcou a si mesmo em uma rvore, e com seu peso, o galho se partiu. A fora da queda foi to violenta, que suas entranhas ficaram expostas pelo impacto com o solo. Esta morte trgica ficou bem conhecida por todos os habitantes de Jerusalm. Judas mereceu morrer sob o julgamento de Deus. Ele foi reprovado como sendo indigno de receber a menor das misericrdias de Deus. Se no fosse pela exclusiva graa de Deus, eu tambm teria o mesmo destino eterno de Judas. Mas louvado seja Deus pela sua Soberana e distinta graa! importante notar que Judas caiu da posio de apstolo. Ele no caiu ou perdeu a salvao. Ele foi um diabo reprovado desde o princpio. Ele nunca foi salvo pela graa de Deus, por isso seria impossvel ele perder algo que na verdade nunca possuiu!

4. As qualificaes de um apstolo so descritas em Atos 1: 21-22. Um apstolo tinha que ter sido um fiel discpulo de Cristo durante o seu ministrio terreno. Um inconstante nunca se qualificaria como um apstolo de Jesus Cristo. Um apstolo tinha que ter sido batizado por Joo, o Batista, o nico apontado por Deus com autoridade Divina para preparar os materiais para a organizao da primeira igreja. Um apstolo tinha que ter sido testemunha ocular da ressurreio de Cristo. Baseado nessas qualificaes, no h a mnima possibilidade de termos apstolos em nossos dias, a despeito de alguns Mrmons, Carismticos, e praticantes da Nova Era falsamente ensinarem.

5. (Atos 1: 23) A ao tomada pela primeira igreja prova que no tem base nas Escrituras a ideia de que somente os ancios que tem autoridade para dirigir todos os assuntos pertinentes igreja. Pedro no deliberou de forma arbitrria a escolha dos dois candidatos. Antes, a igreja democraticamente escolheu os dois candidatos que preenchiam as qualificaes, ou seja, Jos e Matias. No havia papas, cardiais, sacerdotes, ou presbteros para decidir tudo. As muitas formas falsas de governo da igreja se desenvolveram atravs dos anos pela exaltao e ambio dos pregadores. Qualquer igreja que no seja democrtica em natureza, no deveria ser considerada como uma igreja do Novo Testamento! Os verdadeiros Batistas sempre acreditaram numa igreja de governo democrtico, tendo Jesus Cristo como o seu cabea.

6. (Atos 1: 24-26) Aps a eleio dos dois homens, a igreja comeou a orar para que Deus mostrasse qual deles Ele havia escolhido para tomar o lugar de Judas Iscariotes. Tudo o que a igreja primitiva fazia era sob a direo da orao. Eles realmente dependiam de Deus para dirigir suas decises e caminhos, de maneira que tudo contribusse para a Sua honra e glria. Muitas vezes ns oramos sem qualquer respeito direo ou vontade de Deus. No era assim com a igreja primitiva, pois eles buscavam ao Senhor de todo corao. A sorte caiu sobre Matias para ocupar o lugar de Judas Iscariotes como um apstolo do Senhor Jesus Cristo.

Atos Captulo DoisEsboo:

O Poder no PentecostesO Batismo com o Esprito Santo (2: 1-4)O Propsito do Batismo com o Esprito Santo Revelado (2: 5-11)A Explicao de Pedro quanto ao Fenmeno (2: 14-21)

O Primeiro Sermo Evangelstico de PedroO Fundamento Colocado (2: 22-24)A Explanao da Profecia de Davi (2: 25-29)A Exaltao de Cristo Mo Direita do Pai (2: 30-36)

Os Resultados da Pregao do EvangelhoConvico e Converso (2: 37-40)Refutando a Doutrina Catlica Romana e Campbellita da Regenerao Batismal (2: 38)Alegria e Simplicidade na Igreja (2: 41-47)

O Poder no PentecostesAtos 2: 1-21

Em Atos captulo 2 os discpulos estavam aguardando ansiosamente o cumprimento da promessa do Pai, ou seja, o poder do Esprito Santo. Jesus Cristo batizou a primeira igreja Batista do Novo Testamento com o Esprito Santo a fim de autenticar Seu tipo de igreja como um instrumento do testemunho e da glria de Deus para este tempo. O Esprito Santo foi derramado de forma milagrosa, fazendo que os discpulos glorificassem a Deus em diversos idiomas. Aps o espanto inicial daqueles que testemunharam este evento milagroso, Pedro comeou a explanar o seu significado como o cumprimento parcial da profecia de Joel, e ento prosseguiu pregando corajosamente o Cristo morto e ressuscitado, como Senhor de tudo. Aps ouvirem a pregao de Pedro os Judeus foram convencidos do pecado e 3.000 foram salvos, batizados, e acrescentados primeira igreja Batista de Jerusalm. Atos captulo 2 provavelmente um dos captulos mais excitantes de toda a Bblia.

O BATISMO COM O ESPRITO SANTO (ATOS 2: 1-4)

1. (Atos 2: 1) O batismo com o Esprito Santo foi cumprido no dia de Pentecostes, de acordo com a profecia de Joo o Batista (Mateus 3: 11), a promessa do Pai, e a prpria promessa de Cristo de que o Consolador viria (Joo 14: 16-18, 26). Joo o Batista profetizou em Mateus 3: 11 que Jesus batizaria seus discpulos com o Esprito Santo dizendo: E eu, em verdade, vos batizo com gua, para o arrependimento; mas aquele que vem aps mim mais poderoso do que eu; cujas alparcas no sou digno de levar; ele vos batizar com o Esprito Santo, e com fogo. Jesus tambm prometeu o derramamento corporativo do Esprito Santo sobre os seus discpulos enquanto pregava no templo, por ocasio da festa dos Tabernculos, como vemos em Joo 7: 38-39: Quem cr em mim, como diz a Escritura, rios de gua viva correro do seu ventre. E isto disse ele do Esprito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Esprito Santo ainda no fora dado, por ainda Jesus no ter sido glorificado. O que aconteceu em Pentecostes foi um evento nico e que somente se repetiu, em menor escala, em outras trs ocasies. Em Atos 8: 14-17 os Samaritanos convertidos tiveram o Esprito Santo derramado sobre eles pela imposio das mos, aps terem sido biblicamente batizados, e no se menciona nenhum deles falando em lnguas. Em Atos 10: 44-48 o Esprito Santo foi derramado sobre os gentios da casa de Cornlio, enquanto Pedro pregava, antes deles serem biblicamente batizados. Em Atos 19: 1-7 alguns inconsistentes seguidores de Joo o Batista foram rebatizados pelo apstolo Paulo, e o Esprito Santo veio sobre eles, capacitando-os a falar em outras lnguas. Cada caso foi diferente, embora o poder e a autenticao da igreja do Senhor ficassem evidentes em cada um deles. O Esprito foi derramado sobre os Judeus em Atos 2, sobre os Samaritanos em Atos 8, sobre os Romanos em Atos 10, e sobre os Gregos em Atos 19, o que se alinha perfeitamente com a ordem dada por Cristo em Atos 1: 8, que diz: Mas recebereis a virtude do Esprito Santo, que h de vir sobre vs; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalm como em toda a Judia e Samaria, e at aos confins da terra.

2. importante entendermos o significado da data em que Cristo batizou a primeira igreja com o Esprito Santo. Isso ocorreu quando Cumprindo-se o dia de Pentecostes (Atos 2: 1).Pentecostes no algum tipo de experincia exttica a ser buscada em nossos dias. Ela era a festa Judaica mais popular que ocorria exatamente cinquenta dias aps o sbado da semana da Pscoa. Ela era comumente chamada de Dia das Primcias ou Primeiros Frutos (xodo 34: 22), pois era a festa das colheitas, e a sua observao inclua a apresentao de dois pes levedados, preparados com trigo maduro para o Senhor. A ordem para se observar a festa de Pentecostes relatada em Levtico 23: 15-17, que diz: Depois para vs contareis desde o dia seguinte ao sbado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras sero. At ao dia seguinte ao stimo sbado, contareis cinquenta dias; ento oferecereis nova oferta de alimentos ao SENHOR. Das vossas habitaes trareis dois pes de movimento; de duas dzimas de farinha sero, levedados se cozero; primcias so ao SENHOR. interessante notarmos que no dia de Pentecostes houve uma colheita de 3.000 almas, que foram salvas e acrescentadas primeira igreja Batista de Jerusalm.

3. A unio da primeira igreja novamente mencionada em Atos 2: 1. Os crentes em Cristo estavam reunidos em um s lugar, com um s objetivo, aguardando o batismo de poder da parte do Senhor Jesus Cristo, o Legislador e Cabea da igreja que ascendera aos cus. A primeira igreja no era mstica, nem universal, nem invisvel, como alguns falsamente ensinam, mas era uma assembleia reunida em um lugar, de acordo com as Escrituras. Eles tambm tinham um s corao e mente, cujo principal propsito era glorificar ao Senhor ressurreto.

4. (Atos 2: 2-4) Enquanto os discpulos sentados e aguardando, algumas coisas estranhas e milagrosas subitamente comearam a acontecer. Primeiro, o som de um vento veemente e impetuosovindo do cu encheu toda a casa. Segundo, lnguas repartidas, como que de fogo, repousou em cada um dos discpulos. Terceiro, eles foram cheios do Esprito Santo e comearam a falar em diferentes lnguas. Eles ouviram, viram, e falaram coisas milagrosas como resultado do batismo com o Esprito Santo. Deve ter sido um sinal surpreendente ver aqueles incultos Galileus falando em diferentes lnguas sobre as maravilhas de Deus.

Eu penso que muito significativo notar o que no aconteceu no dia de Pentecostes, luz do que muitos Carismticos e Pentecostais (falsamente assim chamados) ensinam. Primeiro, ningum foi visto orando fervorosamente num antigo altar a fim de receber poder Pentecostal ou o dom de lnguas. Antes, eles estavam sentados aguardando o cumprimento da promessa do Pai. Segundo, quando eles falaram em outras lnguas, no desencadearam algum tipo de verborragia que no pudesse ser entendido pelos ouvintes presentes. Pelo contrrio, pois eles falavam em outros idiomas que o povo podia claramente entender. Terceiro, quando eles falaram em outras lnguas, foi com o propsito de falar a respeito das maravilhas de Deus (Atos 2: 11), e no exibir o novo dom espiritual que haviam recebido a fim de exaltarem os possuidores do dom de lnguas no crculo central da igreja. Quarto, no h indicao alguma de que eles ficaram em xtase, correndo pelos corredores, pulando entre os bancos, danando no esprito, ou rolando no cho. Porque Deus no Deus de confuso, seno de paz, como em todas as igrejas dos santos (I Corntios 14: 33). Para concluirmos, o que ocorreu no dia de Pentecostes foi bem diferente dos embustes que acontecem nos dias atuais no meio dos Pentecostais, Carismticos, e os praticantes da Nova Era. O que ocorreu em Pentecostes foi dirigido pelo Esprito Santo de Deus, e resultou em muitas bnos, com pecadores sendo salvos. O que ocorreu e ocorre nos sculos vinte e vinte e um, definitivamente um fenmeno espiritual que no procede de Deus, mas de Satans. Paulo fez um alerta contra este falso ensino em II Corntios 11: 4, 13-15, ao dizer: Porque, se algum for pregar-vos outro Jesus que ns no temos pregado, ou se recebeis outro esprito que no recebestes, ou outro evangelho que no abraastes, com razo o sofrereis... Porque tais falsos apstolos so obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apstolos de Cristo. E no maravilha, porque o prprio Satans se transfigura em anjo de luz. No muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justia; o fim dos quais ser conforme as suas obras.

O PROPSITO DO BATISMO CLARAMENTE REVELADO (Atos 2: 5-11)

1. (Atos 2: 5) O propsito desta manifestao extraordinria do Esprito Santo era demonstrar que a glria de Deus (Shekinah) agora repousava sobre a igreja do Senhor. Esta obra de autenticao foi precisamente escolhida quando um grande nmero de Judeus, proveniente de vrias naes, estivesse em Jerusalm e pudesse assim ver e ouvir este derramar milagroso de poder sobre a igreja do Senhor Jesus Cristo. O que ocorreu em Pentecostes mostrou nao Judaica que Deus agora estava trabalhando atravs de humildes seguidores de Jesus Cristo, e no da apstata religio de israel. Sendo assim, as lnguas foram dadas como um sinal de julgamento para a desobediente nao de Israel, como I Corntios 14: 22 declara: De sorte que as lnguas so um sinal, no para os fiis, mas para os infiis; e a profecia no sinal para os infiis, mas para os fiis Paulo tambm declara em outro lugar: Visto como na sabedoria de Deus o mundo no conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregao. Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; Mas ns pregamos a Cristo crucificado, que escndalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que so chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus (I Corntios 1: 21-24).

2. Os homens devotos, que eram cuidadosos e reverentes quanto s coisas de Jeov, puderam testemunhar os resultados milagrosos do derramar do Esprito. O Esprito Santo foi cuidadoso ao utilizar as palavras homens religiosos, pois se tratava de Judeus respeitados, e no de visionrios ou fanticos,que ouviram cada um daqueles homens falar das grandezas de Deus em sua prpria lngua. Deus sabiamente ordena cada evento da providncia para a sua prpria glria, at mesmo nos mnimos e despercebidos detalhes.

3. (Atos 2: 6-11) A natureza das lnguas faladas claramente revelada. Eles falaram lnguas inteligveis ou dialetos que o povo de diferentes naes entendia. Deus milagrosamente concedeu aos apstolos a habilidade de falar em outros idiomas com os quais no estavam familiarizados anteriormente. Eles eram Galileus iletrados, e por este motivo a multido se maravilhou quando os ouviu falar cada um na prpria lngua em que eram nascidos. As diferentes lnguas e dialetos falados esto relacionados em Atos 2: 9-11.

Simon Kistemaker classificou assim as naes:Lucas lista quinze naes do mundo civilizado daqueles dias. Ele comea com as naes do leste (Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotmia), volta-se ento via Judia para a sia Menor (Capadcia, Ponto, sia, Frgia, e Panflia), de l para a frica (Egito e Cirene), e ento para Roma, Creta, e Arbia. Lucas parece agrupar as naes em categorias lingusticas, pois seu objetivo, neste relato de Pentecostes, enfatizar que as Boas Novas transcendem as barreiras lingusticas. (1)

4. (Atos 2: 12-13) A resposta da multido de Judeus oriundos de diversos pases aos discpulos, que declaravam em vrias lnguas e dialetos as grandezas de Deus, relatada em Atos 2: 12 e 13. Eles ficaram literalmente maravilhados e espantados ao verem aqueles Galileus iletrados serem capazes de declarar as maravilhosas obras de Deus num idioma completa e previamente desconhecido por eles. Eles estavam testemunhando um milagre inexplicvel e sem precedentes. Como de costume, o poder de raciocnio da mente carnal vem tona. Ao invs de reconhecer que Deus operava no meio deles, capacitando os discpulos de maneira sobrenatural, eles comearam a duvidar e a questionar o que estava ocorrendo. Eles comearam a perguntar uns aos outros: Que quer isto dizer? Outros ainda zombaram do que estava ocorrendo, acusando os discpulos de estarem bbados. O mundo sempre buscar uma maneira de desacreditar a mensagem e as obras de um Deus Santo. Os Fariseus fizeram isso quando Jesus Cristo realizou alguns milagres, ao atriburem a Belzebu, o prncipe dos demnios, a fonte do Seu poder para expulsar demnios. Eles tambm acusaram a Cristo de ser comilo e beberro. Cristo ensinou aos seus discpulos a esperar por perseguies e desprezo da parte do mundo em Joo 15: 20-21, que diz: Lembrai-vos da palavra que vos disse: No o servo maior do que o seu SENHOR. Se a mim me perseguiram, tambm vos perseguiro a vs; se guardaram a minha palavra, tambm guardaro a vossa. Mas tudo isto vos faro por causa do meu nome, porque no conhecem aquele que me enviou.

Bengel, em seu comentrio escreveu: O mundo comea zombando; depois prossegue questionando (4:7), ameaando (4: 17), prendendo (5: 18), aoitando (5: 40) e por fim, assassinando (7: 58). O homem natural est acostumado a ser ignorante e impudente, atribuindo s coisas sobrenaturais a causas naturais. (2)

5. Os discpulos no estavam cheios de vinho novo, mas com a influncia emocionante do Esprito Santo. Como os bbados ficam controlados pelo vinho, assim os discpulos ficaram controlados pelo Esprito Santo. Como os bbados frequentemente perdem qualquer inibio e medo ao beberem vinho, assim as lnguas dos discpulos foram soltas, e eles destemidamenteproclamavam as maravilhas de Deus. Eles perderam toda timidez e inibio e corajosamente proclamavam a glria de Deus. Efsios 5: 18-20 declara: E no vos embriagueis com vinho, em que h contenda, mas enchei-vos do Esprito; Falando entre vs em salmos, e hinos, e cnticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso corao; Dando sempre graas por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.

A EXPLICAO DE PEDRO (Atos 2: 14-21)1. (Atos 2: 14)Pedro, o pescador temeroso que anteriormente havia negado ao Senhor por trs vezes, em resposta as acusaes feita por uma jovem, agora corajosamente se apresenta diante daquela multido de religiosos tiranos como um seguidor leal de Jesus Cristo, na mesma cidade onde o Seu Senhor fora crucificado. Pedro, pelo poder de Deus, se levantou e dirigiu-se multido sem temor algum. Esta habilidade de Pedro ao dirigir-se multido era o resultado do poder da ressurreio de Cristo e de Sua obra intercessria. Jesus disse a Pedro em Lucas 22: 31-32: Disse tambm o Senhor: Simo, Simo, eis que Satans vos pediu para vos cirandar como trigo; Mas eu roguei por ti, para que a tua f no desfalea; e tu, quando te converteres, confirma teus irmos.

2. (Atos 2: 15)Pedro responde acusao de embriagues declarando que era apenas a terceira hora dia, um horrio muito improvvel para que Judeus piedosos tomassem uma garrafa de vinho. O dia dos Judeus comeava s 06h e terminava s 18h, portanto, era apenas 09h da manh do domingo, o primeiro dia da semana, quando isto ocorreu. Alm do mais, o costume dos Judeus proibia que eles tomassem ou comessem alguma coisa antes das 10h, de acordo com a pesquisa de John Gill, um Telogo Batista do sculo XVII, que era muito respeitado como um expert no campo dos costumes Judaicos e antiguidades. Tambm era proibido ao Judeu beber vinho sem comer po ou carne, pois fazer isso era vergonhoso e infame. No deveramos ficar surpresos quando o mundo nos acusa de imoralidade a fim de desacreditar a nossa lealdade a Cristo. Ns deveramos ser capazes de responder a tais acusaes com uma vida consagrada e um testemunho irrepreensvel. Ai do Cristo cuja vida to mundana que as acusaes contra ele so justificadas. Que reprovao e desgraa recaem sobre o amvel nome de Jesus quando os Cristos do ocasio aos inimigos de Deus para blasfemar.

3. (Atos 2: 16-18) Pedro explica os acontecimentos sobrenaturais com as Escrituras. Ele declara que o derramamento do Esprito Santo o cumprimento parcial da profecia de Joel. Os Judeus devotos que habitavam em Jerusalm eram bem familiarizados com as profecias do Velho Testamento. Pedro tambm declara que este derramamento do Esprito, sobre toda a carne, era a marca dos ltimos dias. Tecnicamente, os ltimos dias tiveram incio quando Cristo se manifestou em carne, de acordo com Hebreus 1: 1-3 e 9: 26, portanto, nos encontramos neste perodo chamado de ltimos dias h praticamente 2.000 anos. O que Pedro declarou em Atos 2: 17 e 18 estava ocorrendo diante dos olhos de todos. Deus deu poder a eles para publicamente proclamarem Suas maravilhosas obras atravs da profecia, que poderia ser em forma de louvor, adorao, testemunho, ou prevendo o futuro. Pedro diz aos Judeus que eles eram testemunhas oculares daquilo que Joel havia profetizado.

4. Os eventos descritos em Atos 2: 19-20 no ocorreram no dia de Pentecostes. Assim como muitas profecias da Bblia, h uma aplicao dupla nesta passagem. O Esprito Santo ser derramado novamente sobre toda a carne em correlao ao Segundo Advento de Jesus Cristo, que aqui mencionado como o grande e glorioso dia do Senhor. Enquanto Pedro estava pregando no ocorreu nenhum sinal nos cus, nem sangue, nem vapor ou fumaa, o sol no se converteu em trevas e nem a lua em sangue. Mas todas estas coisas ocorrero quando Jesus Cristo voltar com os seus santos e anjos, de acordo com Mateus 24: 29-30, que declara: E, logo depois da aflio daqueles dias, o sol escurecer, e a lua no dar a sua luz, e as estrelas cairo do cu, e as potncias dos cus sero abaladas. Ento aparecer no cu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentaro, e vero o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do cu, com poder e grande glria(ver tambm Zacarias 12: 10; 14: 4-9; Judas 14-18).

H.A. Ironside comentou:A profecia de Joel nos conduz vinda do Senhor, quando Ele ir estabelecer seu reino e aniquilar toda iniquidade. Mas o mesmo Esprito que tambm operar naquela ocasio o mesmo que veio em Pentecostes e tem operado poderosamente nos ltimos 2.000 anos, e Ele quem capacita os servos de Deus a ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda criatura, pois lemos: Porque todo aquele que invocar o nome do SENHOR ser salvo.(3)

5. (Atos 2: 21) Pedro ento declara a seus ouvintes como eles poderiam ser salvos;ao clamarem pelo nome do Senhor, o que consiste na verdade em lanar-se pessoal e totalmente sobre os mritos de Jesus Cristo como seu Profeta, Sacerdote, e Rei. A libertao da culpa, do poder, e eventualmente da presena do pecado, s pode ser alcanada pela obra consumadora de Cristo. No h outra maneira pela qual uma pessoa possa ser salva. Querido leitor, voc est convicto de que um pecador, est compungido em seu corao e ciente da sua necessidade de receber a Cristo como Senhor e Salvador? A sua nica esperana reside na obra consumadora do Cristo, que foi morto e ressuscitado, o nico que poderoso para salvar. E em nenhum outro h salvao, porque tambm debaixo do cu nenhum outro nome h, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos(Atos 4: 12). A minha esperana e orao para que Deus o capacite a clamar pelo nome de Jesus Cristo para salvao, perdo, e purificao dos seus pecados.

O PRIMEIRO SERMO EVANGELSTICO DE PEDROAtos 2: 22-36

Aps Pedro explicar o derramamento sobrenatural do Esprito Santo sobre os discpulos, como sendo o cumprimento parcial da profecia de Joel, ele prega o primeiro sermo evangelstico registrado no Livro de Atos. A mensagem de Pedro marcada pela simplicidade e poder. Ele no entra em argumentos teolgicos com os ouvintes Judeus, mas simplesmente declara o fato de que Jesus fora crucificado de acordo com o plano de Deus, e que ressuscitou dentre os mortos pelo poder de Deus. Deus usou a mensagem de Pedro para convencer e converter 3.000 almas no dia de Pentecostes. interessante notar que o sermo de Pedro no contm piadas hilrias a fim de aquecer a multido, nem qualquer tipo de manipulao fantasiosa, ou estrias que prendessem a ateno dos ouvintes. Ele simplesmente declarou a mensagem clara do evangelho, como Cristo morreu, foi sepultado, e ressuscitou, sendo exaltado destra de Deus. Este o tipo de pregao que Deus honra.

O FUNDAMENTO COLOCADO (Atos 2: 22-24)

1. (Atos 2: 22) Todo bom sermo necessita de um fundamento slido para ser edificado sobre ele. Pedro no perdeu tempo, mas foi direto a raiz do problema. Ele se dirige aos Judeus de forma respeitosa, chamando-os de homens Israelitas, o povo da aliana. Pedro era um pregador Judeu para aqueles Judeus que crucificaram o Senhor da glria. Ele chama a ateno deles ao dizer: escutai estas palavras. O evangelho deve ser corajosamente declarado por aqueles que o pregam. Pedro no perguntou se eles queriam ouvir a mensagem ou no. O homem natural nunca desejar ouvir o Evangelho. Ns devemos fielmente declar-lo aos pecadores depravados, orando para que Deus venha a abrir seus olhos cegos, a fim de que vejam o quanto necessitam de um Salvador. Pedro no ofereceu o Evangelho com timidez, mas corajosamente o declarou a eles.

2. Pedro inicia chamando a ateno deles para Jesus de Nazar, homem aprovado por Deus. Os Judeus sabiam perfeitamente a que Pedro estava se referindo. Jesus de Nazar foi a inscrio colocada na cruz onde Cristo morreu (Joo 19: 19), por ordem de Pncio Pilatos. Pedro queria chamar a ateno dos Judeus levando-os de volta ao momento da crucificao de Cristo. Jesus nasceu em Belm, mas foi criado na cidade de Nazar, na regio da Galileia. Nazar era uma cidade to desprezada e pequena, que Natanael respondeu rapidamente a Filipe, quando este lhe falou a respeito de Cristo, desta maneira: Pode vir alguma coisa boa de Nazar? (Joo 1: 46). Os Judeus estavam aguardando um Messias que os libertasse da escravido Romana. O candidato mais improvvel seria algum que viesse de Nazar, cujo pai fosse um carpinteiro de profisso. Como o cainho de Deus diferente dos caminhos dos homens mpios!

3. Pedro d ateno especial ao fato da humanidade do Salvador. um fato consumado nas Escrituras que Jesus Cristo ou Deus se manifestou em carne (I Timteo 3: 16), o que aponta para a Sua Divindade. Entretanto, a fim de que Cristo pudesse remir apenas um de todos os descendentes da raa cada de Ado, Ele necessariamente teria que tomar a forma humana, oferecendo-se a si mesmo como um sacrifcio perfeito como homem. Que maravilhosa graa e condescendncia evidenciada pelo fato de Deus vestir-se a si mesmo de uma natureza humana a fim de sofrer e morrer por pecadores to indignos. II Corntios 8: 9 declara: Porque j sabeis a graa de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vs se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecsseis. A fim de que homens pecadores pudessem ser reconciliados com um Deus santo, era necessrio que ambas as naturezas, a Divina e a humana, fossem misteriosamente unidas em uma s pessoa. Esta gloriosa encarnao tornou possvel que o sacrifcio, por um lado, fosse de valor eterno, e de outro, fosse capaz de pagar completamente a pena que a justia de Deus exigia pelo pecado. Esta extraordinria unio foi concebida na mente de Deus e realizada na gloriosa pessoa do Filho de Deus. Porque, na verdade, ele no tomou os anjos, mas tomou a descendncia de Abrao. Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que so tentados. (Hebreus 2: 16-18). Embora eu no possa entender todas as implicaes e mistrios desta gloriosa unio, eu louvo a Deus por isso, e por Ele terdeclarado plenamente esta verdade em Sua Santa Palavra!

4. Pedro tambm explica que a vida e o ministrio de Jesus Cristo foram aprovados por Deus, ficando assim evidenciado atravs de poderosos milagres e maravilhas por Ele realizados. O fato de Jesus de Nazar ter purificado leprosos, curado e alimentado multides, aberto os olhos aos cegos, feito aleijados andarem, falado com autoridade, e ressuscitado dentre os mortos, tudo isso atesta que Ele era um homem aprovado por Deus. Jesus fez todas estas coisas exatamente no meio deles. Os milagres, sinais, e maravilhas, que Jesus realizou, eram provas cabais de que Ele realmente havia sido enviado pelo Pai. Jesus firmemente declarou em Joo 5: 36: Mas eu tenho maior testemunho do que o de Joo; porque as obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que eu fao, testificam de mim, que o Pai me enviou.

5. Em Atos 2: 23 Pedro mostra que a morte de Cristo ocorreu segundo o soberano decreto de Deus. Jesus Cristo era o Cordeiro de Deus, O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundao do mundo, mas manifestado nestes ltimos tempos por amor de vs (I Pedro 1: 20). Tudo o que acontece est de acordo com o soberano decreto do Santo Deus que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade (Efsios 1: 11).No fora s o sacrifcio de Cristo que havia sido apontado por Deus no decreto eterno da eleio, mas tambm os objetos da redeno. Jesus Cristo estava em uma misso que havia sido planejada desde a eternidade passada, ou seja, remir todos aqueles que o Pai lhe deu pelo concerto da graa. O sacrifcio de Cristo ocorreu pela vontade Divina, tendo um o propsito especfico em mente, como evidenciado em Romanos 3: 24-25 que declara: Sendo justificados gratuitamente pela sua graa, pela redeno que h em Cristo Jesus. Ao qual Deus props para propiciao pela f no seu sangue, para demonstrar a sua justia pela remisso dos pecados dantes cometidos, sob a pacincia de Deus.

6. Conhecendo a depravao do homem natural, Pedro declara abertamente que os Judeus no poderiam culpar seus assassinos de matarem a Jesus por causa da soberana vontade de Deus. Pedro coloca sobre os ombros deles a culpa pela morte cruel e vergonhosa de Cristo. Que coragem Pedro demonstrou ao pregar assim! Imagine que sentimentos de culpa no devem ter assolado a mente e os coraes daqueles Judeus! Porque muitas pessoas tem tanta dificuldade em conciliar a soberania de Deus com a responsabilidade do homem? Amigos, no h necessidade de conciliarmos! A soberania de Deus claramente estabelecida nesta passagem, assim como a responsabilidade do homem pecador. Estas doutrinas no se opem uma outra, mas ambas so claramente ensinadas nas Santas Escrituras. Os Judeus conspiraram e executaram a crucificao de Cristo de acordo com a m e invejosa natureza de seus prprios coraes, sem qualquer conhecimento dos Decretos de Deus. Eles queriam ver Jesus morto, e executaram seus desgnios diablicos de forma pessoal e voluntria.

John Gill escreveu um excelente comentrio sobre este versculo:Deus no somente previu que isso ocorreria, mas tambm determinou que assim o fosse, pois faz todas as coisas segundo o conselho de sua vontade; e isso para a salvao do seu povo, e a glria da sua divina perfeio: embora houvesse esta resoluo fixa, este propsito declarado, e esta sbia determinao de Deus, isso no diminui nem um pouco pecado de Judas em tra-Lo, ou de Pilatos em conden-Lo, ou dos Judeus em crucific-Lo, nem infringiu a liberdade da vontade deles em agir, que fizeram o que fizeram, no por fora, mas voluntariamente: prendestes, crucificastes e matastes pelas mos de injustos; Eles o pegaram no jardim, manietaram-no, e o levaram primeiramente diante do sumo-sacerdote, depois a Pilatos, o governador Romano, e gritaram com grande voz, de maneira muito contundente, para que o crucificassem, o que lhes foi concedido por causa do importuno causado, embora Ele no tenha cometido crime algum, portanto, eles foram culpados pela morte e assassinato dEle. (4)

Eu acredito que os homens colocam-se a si mesmos em dificuldades por tentarem colocar uma doutrina contra a outra, interpretando este versculo e outros utilizando este mesmo pensamento, ou tentam ir alm do que Deus revelou em sua Santa Palavra utilizando-se de vs raciocnios e especulaes. Deuteronmio 29: 29 declara: As coisas encobertas pertencem ao SENHOR nosso Deus, porm as reveladas nos pertencem a ns e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.

7. Em Atos 2: 24 Pedro abertamente declara o fato de Cristo ter ressuscitado dentre os mortos. O Tema da ressurreio de Cristo est presente em todo o livro de Atos. A ressurreio de Cristo o evento mais extraordinrio e importante de toda a histria humana. O seu sacrifcio perfeito teria sido oferecido em vo se Ele no tivesse conquistado a morte e a sepultura, sendo ressuscitado por Deus como um Poderoso vencedor. A justificao de um Cristo est alicerada na ressurreio de Jesus Cristo, de acordo com Romanos 4: 24-25, que declara: Mas tambm por ns, a quem ser tomado em conta, os que cremos naquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor; O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificao.A frase soltas as nsias da morte aparentemente tem dois significados.De um lado, a morte e ressurreio de Cristo liberta o Cristo da escravido e tortura da segunda morte. Pelo poder da obra de Cristo ns ficamos libertos da condenao eterna que a lei requeria por causa do pecado. Por causa da ressurreio de Cristo ns podemos cantar com o apstolo Paulo: E, quando isto que corruptvel se revestir da incorruptibilidade, e isto que mortal se revestir da imortalidade, ento cumprir-se- a palavra que est escrita: Tragada foi a morte na vitria. Onde est, morte, o teu aguilho? Onde est, inferno, a tua vitria? Ora, o aguilho da morte o pecado, e a fora do pecado a lei. Mas graas a Deus que nos d a vitria por nosso SENHOR Jesus Cristo. Hebreus 2: 14-15 tambm faz meno desta bendita verdade: E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, tambm ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o imprio da morte, isto , o diabo; E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos servido.A outra aplicao de soltas as nsias da morte se refere libertao de Cristo da sepultura, a qual no poderia det-Lo. Cristo ressuscitou vitoriosamente da sepultura para nunca mais morrer. Ele nunca mais sofrer a crueldade da crucificao, a agonia da alma, e o vcio e presso do pecado de novo.De acordo com o plano Divino, e suas revelaes nas Escrituras do Velho Testamento, Cristo tinha que ressuscitar. Era impossvel para a morte ret-Lo em suas angstias. Cristo havia prometido que ressuscitaria aps trs dias e trs noites na sepultura, por isso a integridade da Divindade foi colocada prova. Se Cristo no ressuscitasse dos mortos nossa f seria em vo, Cristo um mentiroso, e a Palavra de Deus uma farsa. Mas louvado seja Deus, pois sabemos que verdadeiramente Jesus ressuscitou dentre os mortos, e agora est assentado destra do Pai para continuar a Sua obra intercessria como Sumo Sacerdote. Pedro menciona as profecias do Velho Testamento relativas ao Messias para provar a ressurreio de Jesus Cristo Atos 2: 25-36.Pedro colocou um fundamento slido em seu primeiro sermo evangelstico. Suas primeiras observaes tiveram o objetivo de chamar a ateno dos Judeus, mostrando a culpa e o pecado deles. Pedro utilizou as Escrituras para provar que a vida e o ministrio de Cristo procediam de Deus, estando de acordo com a vontade Divina, e tambm para declarar a certeza da ressurreio de Cristo pelo poder de Deus. Que simplicidade, poder, e coragem marcaram a pregao de um de servos escolhidos!

A EXPLICAO DA PROFECIA DE DAVI Atos 2: 25-29

1. (Atos 2: 25)Aps ter colocado um fundamento apropriado, Pedro agora faz meno das profecias do Velho Testamento com respeito ressurreio de Cristo. A mensagem de Jesus como Senhor e Salvador no somente evidenciada em Sua vida e ministrio, na aprovao de sua pessoa pelo Pai, na sua morte, e na sua ressurreio dentre os mortos, mas tambm apoiada pelas sagradas Escrituras, as quais os Judeus reverenciavam. Pedro foi um pregador sbio. Ele continuamente apelava s Sagradas Escrituras para provar e fundamentar aquilo que estava pregando. Oh, que Deus possa levantar homens em nossos dias que preguem a Bblia como aqueles que de fato nela creem. Os homens que permanecem com as Escrituras quando enfrentam oposio. Homens que exaltam a Cristo ao invs de fazer coceiras nos ouvidos de seus ouvintes.

2. Pedro dirige a ateno dos Judeus para o Salmo 16: 8-11, escrito por Davi. Os Judeus respeitavam Davi como um dos maiores lderes e reis que governaram Israel. A simples citao do nome de Davi arrastava a ateno dos Judeus. Pedro declara abertamente que Davi falou da ressurreio do Senhor Jesus Cristo. A interpretao e aplicao do Salmo 16 apontam para Jesus Cristo de vrias maneiras.

3. Atos 2: 25 revela a comunho ntima que Jesus Cristo desfrutava com Seu Pai. Jesus Cristo sempre teve em vista a honra e glria de Jeov durante toda a sua vida terrena, por isso a frase: Sempre via diante de mim o Senhor.Os preceitos de Deus sempre foram o deleite de Jesus Cristo, e a vontade de Deus a fora suprema que motivava a sua vida de absoluta obedincia ao Pai. Este relacionamento ntimo fica bem evidenciado nas palavras: Porque est minha direita. O resultado desta comunho to ntima a firmeza e determinao inabalvel a respeito da justia e santidade. Cristo no seria desviado do firme propsito de terminar a obra que seu Pai lhe havia confiado. Quando Pedro tentou dissuadir e repreender ao Senhor por falar de sua morte e ressurreio, Jesus prontamente respondeu: Para trs de mim, Satans, que me serves de escndalo; porque no compreendes as coisas que so de Deus, mas s as que so dos homens (Mateus 16: 23).Assim como o Cordeiro de Deus foi apontado para morrer pelos pecadores, Jesus tambm sabia perfeitamente tudo aquilo que lhe aguardava na cidade de Jerusalm, como relatado nas Escrituras: E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assuno, manifestou o firme propsito de ir a Jerusalm (Lucas 9: 51). Mesmo tendo antecipando o horror do pecado sendo lanado sobre Ele, enquanto orava no jardim de Getsmani, Jesus clamou acerca do copo da condenao que haveria de beber: todavia no se faa a minha vontade, mas a tua (Lucas 22: 42). Nossos coraes deveriam se encher de regozijo enquanto contemplamos a firmeza de Jesus Cristo em realizar a vontade de seu Pai! Hebreus 10: 9 declara: Eis aqui venho, para fazer, Deus, a tua vontade. Que os santos de Deus aprendam muito do exemplo daquele que o seu Sagrado Cabea. Se desejamos desfrutar da comunho com Deus, ento devemos sempre coloc-Lo diante da nossa face. Se desejamos ter intimidade com Deus, ento uma obedincia voluntria dever ser a nossa constate ocupao. Se desejamos desfrutar de consistncia e constncia no servio do Senhor, ento devemos nos ocupar na prtica de todos os seus mandamentos.

4. Atos 2: 26 fala da alegria que Cristo experimentou enquanto antecipava a certeza da sua ressurreio dentre os mortos. Esperana a antecipao da glria futura, e quando Cristo foi colocado no tmulo de Jos de Arimatia, Ele sabia muito bem que iria quebrar as cadeias da morte e do inferno. Por isso aqueles que esto unidos com o Senhor tambm disfrutam da mesma esperana, pela virtude da ressurreio de Cristo, assim tambm todos sero vivificados em Cristo (I Corntios 15: 22). Esta esperana e segurana fruto da nossa proximidade de Deus e da alegria que desfrutamos pela obedincia sua vontade. Por isso Cristo tinha alegria, felicidade, e esperana plena. Oh, que os santos de Deus possam reter esta abenoada instruo da vida de nosso Senhor ressurreto!

5. Atos 2: 27nos mostra aonde residia a confiana que levou Cristo a descansar em esperana enquanto estava no tmulo. Como o Santo de Deus, Ele no estava sujeito corrupo da sepultura. Em trs dias Ele ressurgiu Vitorioso sobre o negro domnio da morte e do inferno. O tmulo de Jesus Cristo no contm restos de um cadver putrificado. Ele ressuscitou e est mo direita de Deus, intercedendo a favor do seu povo como seu Grande Sumo Sacerdote!

6. Atos 2: 28 declara que Deus tornou conhecido a Cristo os caminhos da vida. Eu penso que o significado aqui duplo. Primeiro, o caminho da vida s poderia ser manifesto atravs da morte sacrificial de Jesus Cristo. Eu creio que exatamente a isso que Jesus se referiu em Joo 12: 23-24, que declara: E Jesus lhes respondeu, dizendo: chegada a hora em que o Filho do homem h de ser glorificado. Na verdade, na verdade vos digo que, se o gro de trigo, caindo na terra, no morrer, fica ele s; mas se morrer, d muito fruto. Segundo, o caminho da vida foi manifestado na ressurreio milagrosa de Cristo dentre os mortos.John Gill fez o seguinte comentrio sobre esta passagem:Quando Deus ressuscitou a Cristo dentre os mortos, Ele Lhe mostrou, ou fez com que Ele experimentasse o caminho da vida, ou seja, o caminho da ressurreio da morte para a vida; e este caminho da vida, ou da ressurreio para uma vida eterna e imortal, foi primeiramente mostrada a Cristo, que foi feito as Primcias dos que dormem, e o Primognito dentre os mortos (5)

Ao contemplar os frutos de sua morte e ressurreio, e a alegria de estar sentado destra do Pai, Ele teve pleno gozo. Hebreus 12: 2 declara: Olhando para Jesus, autor e consumador da f, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se destra do trono de Deus. Aquilo que levou Jesus Cristo a ter pleno gozo tambm deveria ser o nosso deleite. Quando que ns iremos aprender que a verdadeira alegria s pode ser encontrada na presena de Deus, no resplandecer do seu santo rosto sobre ns? A alegria deste mundo v e fugaz, mas a alegria que est escondida em Deus permanente e frutfera. 7. Em Atos 2: 29 Pedro abertamente fala aos seus irmos Judeus que a nica interpretao plausvel do Salmo 16 aquela que aponta para Jesus Cristo. Os restos mortais do corpo de Davi estavam na sepultura aguardando a ressurreio. A Alma de Davi estava com o Senhor, enquanto seu corpo dormia na sepultura aguardando o dia da gloriosa transformao, como Filipenses 3: 21 declara: Que transformar o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar tambm a si todas as coisas.

A EXALTAO DE CRISTO DESTRA DO PAI (Atos 2: 30-36)

1. (Atos 2: 30-32) Pedro continua explicando que Davi no era somente um patriarca, mas tambm um profeta que acreditava na promessa de Deus, quando Ele jurou que a semente de Davi se sentaria em Seu trono, apelando assim para o Salmo 132: 11 como prova. A ressurreio de Cristo assegurou o cumprimento desta profecia. Cristo agora est assentado em seu trono medianeiro destra de Deus, atuando como nosso Grande Sumo Sacerdote, e intercedendo por seus eleitos. Este o trono que os santos so direcionados a procurar em tempos de necessidade, como Hebreus 4: 14-16 declara: Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos cus, retenhamos firmemente a nossa confisso. Porque no temos um sumo sacerdote que no possa compadecer-se das nossas fraquezas; porm, um que, como ns, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiana ao trono da graa, para que possamos alcanar misericrdia e achar graa, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno. Haver um dia em que todos os inimigos de Cristo sero colocados como escabelo de seus ps (Atos 2: 35) e Ele literalmente ocupar o trono de Davi durante o reino Milenar, como Jeremias 33: 15-17 declara: Naqueles dias e naquele tempo farei brotar a Davi um Renovo de justia, e ele far juzo e justia na terra. Naqueles dias Jud ser salvo e Jerusalm habitar seguramente; e este o nome com o qual Deus a chamar: O SENHOR a nossa justia. Porque assim diz o SENHOR: Nunca faltar a Davi homem que se assente sobre o trono da casa de Israel.Este o trono milenar que Jesus compartilhar com os santos vencedores, de acordo com Apocalipse 3: 21: Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono.

2. Em Atos 2: 33-35 Pedro declara que Jesus foi ressuscitado por Deus como herdeiro legtimo do trono de Davi. Deus, o Pai, exaltou a Cristo sua destra, e a prova disso foi o derramamento do Esprito Santo feito por Cristo. Isto era o que os Judeus estavam vendo e ouvindo, ou seja, o Cristo exaltado enviando o Esprito Santo, com poder, sobre os seus discpulos. Davi ainda no havia ascendido aos cus corporalmente, mas seu Filho maior sim, e foi exaltado destra de Deus at que seus inimigos sejam postos como escabelo de seus ps.

3. Em Atos 2: 36 Pedro acrescenta algo para dar um toque final ao seu primeiro sermo evangelstico. Ele desejava que os ouvintes Judeus tivessem certeza, pelas evidncias apresentadas, que Deus havia ressuscitado quele a quem eles haviam crucificado e morto, declarando que Jesus era Senhor e Cristo. Pedro encerra o seu sermo declarando a Divindade e igualdade de Cristo com o Pai. Jesus tem poder sobre toda a carne. Ele reina supremo sobre tudo, pela virtude de sua vida justa e da sua obedincia at a morte, como Filipenses 2: 9-11 declara: Por isso, tambm Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que esto nos cus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a lngua confesse que Jesus Cristo o SENHOR, para glria de Deus Pai. Pedro termina o seu sermo atribuindo a culpa da crucificao do Deus exaltado e ungido como Rei aos seus ouvintes. Aquele que eles haviam crucificado e morto era Senhor e Juiz deles. De uma maneira ou de outra eles iro se submeter Ele um dia, e dobrar seus joelhos perante o Senhor Jesus Cristo. Filipenses 2: 9-11 declara: Por isso, tambm Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que esto nos cus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a lngua confesse que Jesus Cristo o SENHOR, para glria de Deus Pai.

OS RESULTADOS DA PREGAO DO EVANGELHO (Atos 2: 37-40)

Aps Pedro pregar um dos mais poderosos sermes Evangelsticos registrado no Livro de Atos, muitos milagres foram operados pela mo de Deus. Trs mil almas foram convencidas do pecado, salvas, e batizadas na primeira igreja Batista de Jerusalm. Eles receberam a Palavra de Deus de muito bom grado, ficaram cheios de alegria, e continuaram firmes na comunho e na doutrina dos apstolos. Os resultados produzidos em Pentecostes serviram como um poderoso testemunho da graa Deus sendo derramada na presena daqueles Judeus obstinados e rebeldes, que mataram nosso Senhor Jesus Cristo. Todas as vezes que o Evangelho pregado, resultados so produzidos para a honra e glria de Deus. Muitas pessoas hoje em dia falsamente assumem que nossa pregao v, se no houver uma colheita de almas que se arrependem e creiam no evangelho. Este , com toda a certeza, o desejo de todo pregador das boas novas do Evangelho. Entretanto, nosso sucesso no medido por Deus em termos de resultado, mas pela nossa obedincia ordem de ide e pregai o evangelho a toda criatura. Enquanto ns fielmente pregamos o Evangelho da graa, devemos estar seguros de que Deus ir salvar ou trazer a julgamento aqueles que ouviram a mensagem. E graas a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo, e por meio de ns manifesta em todo o lugar a fragrncia do seu conhecimento. Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes certamente cheiro de morte para morte; mas para aqueles cheiro de vida para vida. E para estas coisas quem idneo? Ns devemos desejar ardentemente a salvao daqueles que ouvem a mensagem, mas devemos deixar o crescimento e a colheita nas mos do Soberano Senhor, que faz todas as coisas muito bem. No devemos cometer o erro de nos desanimarmos por no enxergarmos resultados visveis como os de Pentecostes. Devemos descansar na promessa de Deus registrada em Isaas 55: 11 que diz: Assim ser a minha palavra, que sair da minha boca; ela no voltar para mim vazia, antes far o que me apraz, e prosperar naquilo para que a enviei.Se os pecadores rejeitarem a mensagem do Evangelho, a Palavra pregada a eles ser usada para traz-los a julgamento, de acordo com Joo 12: 48: Quem me rejeitar a mim, e no receber as minhas palavras, j tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o h de julgar no ltimo dia.

CONVICO E CONVRESO (Atos 2: 37-40)

1. (Atos 2: 37) Os ouvintes de Pedro foram convencidos pelo poder do Esprito Santo de Deus. Aprouve ao Esprito de Deus usar a pregao de Pedro para convencer e compungir os coraes daqueles homens. Eles foram tomados e convictos pela culpa e condenao de seus pecados, especialmente pelo assassinato do Senhor da glria, o Salvador ungido por Deus. Jesus prometeu aos discpulos que a obra do Esprito Santo iria incluir a convico de pecado, como Joo 16: 8 declara: E, quando ele vier, convencer o mundo do pecado, e da justia e do juzo.A espada do Esprito cortou seus coraes expondo a maldade dos seus pecados. A pregao moderna perdeu o alvo deste tipo de convico, passando a focar o amor de Deus ao invs da culpa do pecador e a iminente condenao do julgamento. Hoje em dia pouco se ouve nos plpitos de todo mundo a respeito da ira de Deus contra o pecado. Muitos que se intitulam pregadores esto diluindo a verdade ao invs de corajosamente a declararem. J se foram os dias quando os pregadores trovejavam dos plpitos e alertavam os pecadores acerca da condenao, caso eles continuassem impenitentes. Os homens devem ser levados a sentir seus prprios pecados e culpa, a fim de clamarem por ajuda, como os ouvintes de Pedro fizeram.

2. Tendo sido convencidos de sua culpa eles ento perguntaram: Que faremos, homens irmos? Quando o Esprito de Deus desperta os homens para a sua condio pecaminosa e o terror da lei, eles comeam a perceber que todas as suas obras de justia no passam de trapos de imundcia e vaidade. Estes Judeus reconheceram sua culpa e notaram que deveriam olhar para fora si mesmos se realmente desejavam ser salvos e perdoados por Deus de todas as suas transgresses.Eles foram convencidos de que no tinham nada para oferecer, levando-os a clamar por misericrdia e perdo. interessante notar que Pedro no precisou lisonjear ou coagir aqueles Judeus a uma profisso de f. Ele no os convidou a vir frente e nem a fazer a orao do pecador arrependido. Quando a regenerao e a verdadeira convico do pecado produzida pelo Esprito Santo de Deus, o pecador prontamente se dispe a clamar por ajuda. Quando o pecador tomado pela genuna convico do Esprito Santo, no h necessidade da sabedoria psicolgica do homem e nem de tcnicas carnais a fim de se obter alguma resposta da parte dele. O Esprito de Deus comea e termina esta obra, atraindo o pecador contrito aos ps de Cristo.

3. (Atos 2: 38) O conselho de Pedro aos ouvintes Judeus foi simples: ARREPENDEI-VOS. A sua mensagem foi a mesma de Joo o Batista e de Jesus Cristo quando ambos iniciaram seu ministrio pblico. Ambos pregaram o arrependimento, como Mateus 3: 2 declara: Arrependei-vos, porque chegado o reino dos cus (idem Mateus 4: 17). O arrependimento uma mudana de mente e vontade, sendo acompanhada por uma mudana de comportamento. O verdadeiro arrependimento vem sempre acompanhado de uma f salvadora. Onde quer que o arrependimento mencionado com relao a converso nas Escrituras, a f salvadora est implcita, e vice e versa. Arrependimento e f so graas inseparveis, concedidas pelo Esprito Santo de Deus como resultado de Sua obra soberana de regenerao. Arrependimento e f so representados nas Escrituras como um dom de Deus, e no alguma coisa natural que o homem j possua (Atos 5: 31; 11: 18; II Timteo 2: 25; Efsios 2: 8-9; Filipenses 1: 29; I Pedro 1: 1-4). O homem natural, carnal, mundano, no tem a habilidade de se arrepender por causa do seu estado de espiritualmente morto (Efsios 2: 1). O homem natural no pode ver (Joo 3: 3), ouvir (Joo 8: 43) ou receber a verdade espiritual (I Corntios 2: 14). Ele no tem capacidade de entender as coisas espirituais enquanto est num estado de trevas e ignorncia ((Efsios 4: 18). Enquanto possuir apenas a natureza carnal e admica, impossvel ao homem levantar-se acima desta sua natural incapacidade e vir a Cristo (Joo 6: 44; 65). Romanos 8: 6-8 declara: Porque a inclinao da carne morte; mas a inclinao do Esprito vida e paz. Porquanto a inclinao da carne inimizade contra Deus, pois no sujeita lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que esto na carne no podem agradar a Deus. J que o arrependimento e a f so graas que agradam a Deus, impossvel ao homem natural exerc-las parte do poder e vida concedidos pelo Esprito Santo. Portanto, o Esprito Santo de Deus tem que conceder vida espiritual ao pecador morto, atravs da regenerao, pois s assim ele ser capaz de abandonar seus pecados e abraar a Cristo como Profeta, Sacerdote, e Rei com f salvadora. Resumindo, o Esprito de Deus tem de conceder vida espiritual antes que qualquer atividade espiritual ocorra. Assim que a vida espiritual compartilhada as graas do arrependimento e f so imediatamente exercidas pelos eleitos de Deus. No h nenhum lapso mensurvel de tempo entre a regenerao e a converso. Embora o homem natural seja incapaz