TocaNews 11, de Junho de 2010

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1 Boletim Informativo das Pesquisas de Paleotocas no estado do Rio Grande do Sul Número 11 – Junho de 2010 Site: www.ufrgs.br/paleotocas Distribuição Dirigida Responsável: Prof. Heinrich Frank Contato: [email protected] Fone: 51.30320382 EDITORIAL Através de pesquisa de campo própria, dicas dadas por pessoas que se interessaram pelo assunto e pesquisa pela internet (Prospecção Digital) encontramos tantas paleotocas novas nestes últimos dois meses que resolvemos apresentar neste Boletim apenas seis. Se apresentarmos todos, o Boletim fica muito grande e o arquivo, que está disponível para download na internet, muito pesado. A propósito: com tantas paleotocas por aí – cadê os bichinhos? Veja texto na página 2. Boa Leitura. PROJETO PALEOTOCAS APRESENTARÁ TRABALHOS Em julho, no Rio de Janeiro, realiza-se o VII Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados, um evento científico importante que reúne pesquisadores de “dinossauros” não só do Brasil, mas também de outros países. As pesquisas da equipe do Projeto Paleotocas, auxiliada pelo grupo de apoiadores (proprietários das áreas, gente que passou informações, etc.) permitiu a apresentação de dois trabalhos neste evento, ambos aprovados pela Comissão Científica. O primeiro trabalho apresenta o Programa de Mídia, consistindo de homepage, email, boletim, folheto, matérias em jornais e outros, responsável por quase metade das ocorrências encontradas. O segundo trabalho discute a forma de ocorrência das paleotocas: quase sempre em grupos, mostrando que eram redes de túneis em locais favoráveis de moradia. PROSPECÇÃO DIGITAL DE PALEOTOCAS O que ocorre: uma pessoa se informa sobre paleotocas e depois diz: “Na minha cidade tem uma caverna enorme! Você tem que ir lá!” E agora, ir ou não ir? Vale a pena? Para poder decidir se vale a pena ou não, iniciamos uma pesquisa pela internet, no mecanismo de busca Google, com as palavras “caverna”, “gruta”, “grutão”, “grota”, “furna” e “toca”, combinado ou não com as palavras “índios”, “bugres”, “onça” e outros. Não apenas texto, mas também imagens e vídeos. Com isso, localizamos 150 “cavernas” em mais de 60 municípios gaúchos. A grande maioria dos “buracos” é do tipo “abrigos sobre rocha”. Além disso, muitas “grutas” artificiais; só de Grutas de Nossa Senhora de Lourdes achamos 30. Mas, neste mar de informações, surgem fotos e dados como aqueles sobre a “Caverna dos Índios” em Maratá, e sobre a “Caverna Misteriosa” em Boqueirão do Leão. Ambas são paleotocas e fizeram esse trabalho todo valer a pena. UMA TARTARUGA QUE CAVA TÚNEIS Na Flórida vive hoje em dia uma tartaruga que cava túneis que chegam a ter 17 metros de comprimento. Estes túneis são usados por muitos outros animais como abrigo contra o sol e queimadas. Um excelente vídeo da BBC sobre estes túneis está em http://www.youtube.com/watch?v=o5FwvUD2e94 .

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Boletim Informativo das Pesquisas de Paleotocas no estado do Rio Grande do Sul Número 11 – Junho de 2010 Site: www.ufrgs.br/paleotocas Distribuição Dirigida Responsável: Prof. Heinrich Frank Contato: [email protected] Fone: 51.30320382

EDITORIAL

Através de pesquisa de campo própria, dicas dadas por pessoas que se interessaram pelo assunto e pesquisa pela internet (Prospecção Digital) encontramos tantas paleotocas novas nestes últimos dois meses que resolvemos apresentar neste Boletim apenas seis. Se apresentarmos todos, o Boletim fica muito grande e o arquivo, que está disponível para download na internet, muito pesado. A propósito: com tantas paleotocas por aí – cadê os bichinhos? Veja texto na página 2. Boa Leitura.

PROJETO PALEOTOCAS APRESENTARÁ TRABALHOS

Em julho, no Rio de Janeiro, realiza-se o VII Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados, um evento científico importante que reúne pesquisadores de “dinossauros” não só do Brasil, mas também de outros países. As pesquisas da equipe do Projeto Paleotocas, auxiliada pelo grupo de apoiadores (proprietários das áreas, gente que passou informações, etc.) permitiu a apresentação de dois trabalhos neste evento, ambos já aprovados pela Comissão Científica. O primeiro trabalho apresenta o Programa de Mídia, consistindo de homepage, email, boletim, folheto, matérias em jornais e outros, responsável por quase metade das ocorrências encontradas. O segundo trabalho discute a forma de ocorrência das paleotocas: quase sempre em grupos, mostrando que eram redes de túneis em locais favoráveis de moradia.

PROSPECÇÃO DIGITAL DE PALEOTOCAS

O que ocorre: uma pessoa se informa sobre paleotocas e depois diz: “Na minha cidade tem uma caverna enorme! Você tem que ir lá!” E agora, ir ou não ir? Vale a pena? Para poder decidir se vale a pena ou não, iniciamos uma pesquisa pela internet, no mecanismo de busca Google, com as palavras “caverna”, “gruta”, “grutão”, “grota”, “furna” e “toca”, combinado ou não com as palavras “índios”, “bugres”, “onça” e outros. Não apenas texto, mas também imagens e vídeos. Com isso, localizamos 150 “cavernas” em mais de 60 municípios gaúchos. A grande maioria dos “buracos” é do tipo “abrigos sobre rocha”. Além disso, muitas “grutas” artificiais; só de Grutas de Nossa Senhora de Lourdes achamos 30. Mas, neste mar de informações, surgem fotos e dados como aqueles sobre a “Caverna dos Índios” em Maratá, e sobre a “Caverna Misteriosa” em Boqueirão do Leão. Ambas são paleotocas e fizeram esse trabalho todo valer a pena.

UMA TARTARUGA QUE CAVA TÚNEIS

Na Flórida vive hoje em dia uma tartaruga que cava túneis que chegam a ter 17 metros de comprimento. Estes túneis são usados por muitos outros animais como abrigo contra o sol e queimadas. Um excelente vídeo da BBC sobre estes túneis está em http://www.youtube.com/watch?v=o5FwvUD2e94 .

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CADÊ OS BICHINHOS ? Com pouco mais de dois anos de pesquisa de paleotocas na Região Metropolitana de Porto

Alegre, estamos chegando a 50ª ocorrência registrada. Uma ocorrência pode conter desde apenas

um túnel (aberto – paleotoca, ou entupido – crotovina) a uma ou duas dezenas de túneis. No total,

encontramos nesta região 40 túneis abertos e mais de 100 entupidos. Nossa pesquisa de campo

mostrou que em cada município é possível encontrar pelo menos cinco ocorrências, às vezes bem

mais. Inclusive nos morros graníticos de Porto Alegre e Viamão estamos encontrando paleotocas –

20 até o momento.

Isso mostra que animais escavadores eram um componente normal da fauna desta região em

tempos pré-históricos – mais de 10.000 anos atrás. Estamos encontrando túneis com pelo menos 3

diâmetros diferentes (0,8m, 1,2m e 2,0m) o que mostra que não havia apenas um animal que fazia

túneis, mas vários tipos diferentes. É possível que alguns destes tipos caracterizam-se por um

macho grande e a fêmea bem menor. Ou os filhotes também cavavam túneis. De qualquer maneira,

temos que partir do pressuposto de que havia várias espécies de bichos escavadores, provavelmente

vivendo em épocas diferentes. Portanto: as paleotocas são de bichos diferentes de épocas diferentes.

Com tantos túneis, cadê os ossos dos bichinhos ? Em algum lugar teria que se encontrar

algum vestígio destes animais escavadores. Um crânio, um resto de carapaça, alguma garra, etc.. No

Chile, por exemplo, foi possível encontrar em uma caverna alguns pedaços de couro de preguiça-

gigante com os longos pêlos típicos destes animais. Mas por aqui por enquanto não achamos nada.

O que estamos vendo é que dentro das paleotocas corre muita água depois de chuvas fortes. Com

esta água, mesmo que houvesse um osso dentro das paleotocas, já estaria apodrecido há muito

tempo. Como os animais certamente não habitavam tocas com água escorrendo pelo fundo, o clima

na época em que as tocas eram habitadas deve ter sido muito mais seco que atualmente.

Quanto aos ossos – os animais provavelmente não morriam dentro das tocas, mas eram

mortos fora delas. E os ossos só se preservam em condições muito especiais: precisam ser

soterradas imediatamente na lama de um lago, banhado ou rio. Portanto, devem estar por aí, muito

difíceis de encontrar. O que podemos esperar é que haja algum resto dos animais em uma paleotoca

que se preservou seca até os dias de hoje. Um túnel longo, que não sofre infiltração de água,

totalmente protegido, portanto com sua entrada fechada. E com os ossos de um tatu gigante ou uma

preguiça gigante no final da paleotoca. Nossa torcida é por uma situação destas.

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PALEOTOCAS NA MÍDIA

Nestes últimos dois meses houve duas ocasiões em que notícias de paleotocas foram maciçamente divulgadas. Inicialmente as paleotocas de Maratá. Na página 5 deste Boletim está relatada nossa excursão a Maratá. Uma matéria produzida pela Assessora de Comunicação de Maratá, a Cristiane Scherer, foi um dos destaques do Projeto Paleotocas nestes dois meses. A matéria foi reproduzida por uma série de veículos de comunicação, como a Radio Viva (90.7, Metropolitana), o Jornal Ibiá (Montenegro), o site Lê ou Vê (Notícias de Serra Gaúcha), o Clipping da Ufrgs, o site Falas e Fatos (O Vale do Caí na Internet), a Central Sul de Jornais e alguns outros. Depois a paleotoca de Boqueirão do Leão. Visitamos a paleotoca no dia 1.6.2010 e já naquele dia recebemos ligação da jornalista Cíntia Marchi, de Lajeado. Com isso, a paleotoca foi chamada de capa e teve quase uma página no jornal “O Informativo do Vale” de 2.6.2010. No dia seguinte, a matéria saiu no Jornal Zero Hora e nos outros jornais do Grupo RBS: Diário Gaúcho, Pioneiro e Diário de Santa Maria, sempre acompanhada das versões eletrônicas destes jornais. Outros sites copiaram a matéria. Na sexta-feira seguinte, saiu a notícia no jornal “O Boqueirão” de Boqueirão do Leão. Aproveitando as matérias sobre as paleotocas, nossa colaboradora Soraya de Bom Retiro do Sul publicou uma notícia sobre a paleotoca de Bom Retiro do Sul, da propriedade de Gilmar Hart, que é uma paleotoca com 23 metros de comprimento e 1,2 metros de largura, perto da Pedreira.

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NOVAS ESTRUTURAS - 1 No Boletim TocaNews 9, de fevereiro/2010, apresentamos uma ocorrência de paleotocas preenchidas (crotovinas) em Berto Círio (Nova Santa Rita). Com a continuação da implantação de uma revenda de caminhões neste local, ao lado da BR-386, também continuaram as escavações naquela área. Nós acompanhamos estes trabalhos e pudemos constatar o desaparecimento de algumas das crotovinas que já fotografamos e o surgimento de pelo menos 4 crotovinas novas. A rocha no local é sedimentar, muito antiga e muito argilosa, com uma cobertura aluvial que contém seixos muito bem arredondados de quartzo e ágata, provenientes do Planalto ao norte e depositados pelo antigo Rio dos Sinos, cujo curso hoje em dia está a quase 1,5 km do local. As crotovinas estão mal definidas, mas são perfeitamente reconhecíveis. Portanto, abaixo estão algumas imagens das novas crotovinas de Nova Santa Rita.

Neste ponto há duas crotovinas bem visíveis e, à direita, provavelmente uma terceira.

Muito mal definida, mas aqui há uma crotovina com um diâmetro aparente de pelo menos 1,5 metro.

Aqui uma crotovina bem menor, mostrando que também neste ponto há túneis com dois tamanhos diferentes ocorrendo juntos.

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NOVAS ESTRUTURAS - 2

Pesquisando “cavernas” em geral pela internet, encontramos o relato de uma excursão que os “Trilheiros do Sul” fizeram em 2009 para a cidade de Maratá, localizada ao Norte de Montenegro. Em meio a dezenas de fotos, havia uma com três pessoas acocoradas em uma cavidade, com a referência “visita à caverna indígena”. “Caverna indígena” ???? Com um metro de altura e 10 metros de profundidade ???? No relato constava o nome da Guia de Turismo que conduziu o grupo, a Liani Büttenbender. Entramos em contato com a Secretaria de Turismo de Maratá a e tanto a Liane como a própria Secretária de Turismo, Katherine Kolling, prontamente nos convidaram a visitar o local. Num belo dia de outono fomos lá, entre quatro. No Morro Ibiticã, ao lado do Parque da Oktoberfest, na base de um paredão de pedra-grês com mais de 8 metros de altura, havia duas reentrâncias do tipo “abrigo sob rocha” e dois túneis – paleotocas, é claro! O primeiro possui 13 metros de comprimento e, devido a desabamentos, tem apenas meio metro de altura. O segundo possui um primeiro trecho de 10 metros com um metro de altura, depois um trecho de 4-5 metros com apenas 50 cm e depois continua com um metro de altura para dentro da montanha, inclusive fazendo um ângulo de quase 90 graus. Soma um total de 36 metros de comprimento. Tem algumas marcas na parede, mas não muitas. No final do túnel, pelo menos 15 nomes riscados na pedra, mostrando que tem gente entrando no túnel há muito tempo. Portanto, em Maratá há duas espetaculares paleotocas próximas à Ponta de Pedra. As paleotocas são visitáveis após contato prévio com a Secretaria de Turismo.

Entrada para a paleotoca de 36 metros – no meio da mata, na base do paredão. Um local perfeito para um tatu gigante, por exemplo.

Porção final da paleotoca. No piso, a trena estendida e o fio elétrico para o farolete, que está sendo usado por dois pesquisadores no fundo do túnel.

Condições de trabalho no final da paleotoca mais estreita e baixa.

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NOVAS ESTRUTURAS – 3

No município de Ivoti há um lugar, logo ao Norte da cidade, chamado de “Teufelsloch” em alemão – o “Buraco do Diabo”, pois toda a região foi povoada por colonos alemães que cultivam sua língua até hoje. O Teufelsloch é um excepcional local turístico, com a Ponte do Imperador, as antigas casas de enxaimel restauradas, feiras várias vezes ao mês e por aí vai. O Maurício e o Inácio Weber são dois irmãos que moram em Ivoti e que se apaixonaram pelo assunto “paleotocas”, procurando ocorrências novas, entrando em grutas e cavernas, perguntando por ocorrências quase esquecidas, etc. Como eles o Projeto Paleotocas vem fazendo excursões regulares. Muitas fotos destas excursões estão no álbum de fotos do Picasa que o Maurício está montando: http://picasaweb.google.com.br/artesmaw/PALEOTOCAS# . Numa das excursões inspecionamos um local no Teufelsloch, próximo ao entroncamento para a Linha 48 Baixa, onde foi retirado aterro para a estrada. Confirmamos um relato obtido de outros moradores de Ivoti e reencontramos um respeitável resto de paleotoca: 8 metros de comprimento, dois metros de largura (o que é excepcional) e apenas 0,8 m de altura porque a paleotoca está parcialmente preenchida. Nas paredes, algumas marcas de garra enormes que ainda temos que fotografar com calma. Pelo relato dos moradores, a paleotoca ia até a estrada, o que perfaz um total de 35 metros. Numa outra excursão voltamos ao local para tirar uma dúvida do Maurício e escavamos um sulco alongado em frente à paleotoca, confirmando que se tratava de uma outra paleotoca preenchida cortada horizontalmente pela metade pela máquina que escavou o terreno. Achamos o final dela – o que sobrou, pela metade, tem mais de 15 metros. Portanto, no Teufelsloch tem pelo menos dois túneis escavados não pelo diabo, que isso já é outra história, mas por grandes mamíferos extintos há milhares de anos. Sensacional !

Foto acima: Maurício na entrada da primeira paleotoca. Foto acima à direita: Interior da primeira paleotoca, muito larga e parcialmente entulhada com areia. Foto à direita: A seta larga superior mostra a primeira paleotoca. A seta fina inferior mostra o eixo da segunda paleotoca, com o Maurício sentado no final da paleotoca.

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NOVAS ESTRUTURAS – 4

E a internet foi pródiga em continuar fornecendo informações sobre paleotocas Brasil a fora. Sem entrar em detalhes porque não há espaço para tanto, apresentamos aqui mais dois casos: 1) Paleotocas em Morro Grande – Santa Catarina. Fonte: http://inema.com.br/mat/idmat079988.htm 2) Paleotocas em Porto União – Santa Catarina Fonte: http://fragmentos-do-tempo.blogspot.com/2008/11/1983-joo-maria-e-as-cheias-de-porto.html

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NOVAS ESTRUTURAS – 5 A maior e mais bonita paleotoca encontrada nestes últimos dois meses foi a paleotoca de Boqueirão do Leão. Tudo começou a partir de uma pesquisa na internet, procurando “Cavernas” e “Rio Grande do Sul”. Encontramos uma matéria da jornalista Cíntia Marchi, publicada no jornal “O Informativo” de Lajeado em fevereiro de 2009, falando de uma “caverna misteriosa” em Boqueirão do Leão, na localidade de Sinimbuzinho, na propriedade de Laudir Ogliari. A foto que acompanhava a matéria mostrava um grande buraco que não era um abrigo sob rocha nem uma gruta artificial. Refinando a busca com “Boqueirão do Leão”, “caverna” e “Perau da Nega”, uma atração turística de Boqueirão do Leão, nosso amigo Maurício Weber encontrou duas fotografias de dentro da caverna, tiradas pelo Biólogo Wilson Weschenfelder. Contactamos todo mundo: a jornalista Cíntia, o biólogo Wilson, o proprietário Laudir e o Guido da Rosa, da ONG Terra de Araucária de Boqueirão do Leão. Visitamos a caverna e, é claro, é uma mega-paleotoca espetacular, com quase 40 metros de comprimento, de 2 a 3metros de largura, parcialmente preenchida. E, depois de todas as notícias de jornal ---- o pessoal de Boqueirão de Leão se lembrou de outra paleotoca que existe na região: menor, desabada e entupida, mas voltaremos para lá para pesquisar muito mais !!

Entrada da paleotoca de Boqueirão do Leão, parcialmente escavada e desabada.

Porção preservada da paleotoca, com o teto com a forma típica. A valeta foi escavada, a toca é seca.

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NOVAS ESTRUTURAS – 6 Recebemos o comunicado sobre uma toca em Bom Retiro do Sul da nossa colaboradora Soraya, da SMAM de Porto Alegre. Em uma propriedade rural há uma toca conhecida há muitos anos e, com a licença do proprietário, fomos visitar a toca. Trata-se de uma paleotoca muito bonita com 27 metros de comprimento. A entrada sofreu um pouco com desabamento, depois tem uma porção dela muito desabada porque há uma infiltração forte de água, mas os últimos 12 metros estão muito preservados, muito bonitos. Todas as paredes da paleotoca estão cobertas por fungos brancos. Quando se tira uma fotografia com flash parece que as paredes estão cobertas por geada. Um pouco de cuidado é bom, há várias aranhas enormes escondidas entre as pedras do piso da toca. Apesar das nossas investigações e dos esforços de amigos e colaboradores, não foi possível encontrar outra toca na região além dessa. Mas deve existir, porque onde há uma toca, sempre há mais.

Entrada para a paleotoca de Bom Retiro do Sul. Fica aos pés de um paredão de pedra-grês e a forma da toca, já de fora, deixa claro que é uma linda paleotoca.

A porção final da paleotoca, com pouco mais de um metro de largura, a forma típica e as paredes brancas de fungo.