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    PLANEJAMENTO ESTRATGICO MODELOS DE PLANEJAMENTO

    E OPES ESTRATGICAS QUE PODEM SER CONSIDERADAS

    Tiago Luiz C. Soares - Administrador com habilitao em Marketing pela ESPM/RS;

    Analista de Mercado da DHB Componentes Automotivos S.A. e-mail:

    [email protected]

    RESUMO

    O planejamento estratgico gera um constante desafio aos gestores na busca da

    efetividade na organizao. O planejamento estratgico conhecido e utilizado hoje resultado

    da contribuio de inmeros precursores que, no decorrer dos tempos, foram desenvolvendo e

    divulgando suas descobertas, estudos e prticas. Muitos desses precursores so autores

    preocupados com a solidificao do embasamento que justifique a prtica do planejamento

    estratgico nas organizaes. Os modelos de planejamento e as opes de estratgias

    empresariais foram sendo adaptados e melhorados ao longo dos anos por pesquisadores daAdministrao Estratgica, que, inserindo novas variveis e abordagens, adequaram os

    modelos de planejamento e identificaram novas opes estratgicas para ambientes cada vez

    mais turbulentos e imprevisveis. Neste artigo, procuram-se identificar as diferentes

    caractersticas dos modelos de planejamento estratgico e as diferentes opes de estratgias

    empresariais, que visam dar s organizaes sustentabilidade e vantagens competitivas, em

    um mercado onde o presente e o futuro esto marcados pela competio acirrada e pela

    incerteza macroambiental.

    Palavras-chave: Planejamento estratgico, Plano estratgico, Planejamento de longo prazo,

    Estratgia Empresarial, Estratgias, Modelos Estratgicos, Opes Estratgicas.

    mailto:[email protected]:[email protected]
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    ABSTRACT

    The Strategical Planning generates a constant challenge to the managers on the

    search for effectiveness inside the organization. Its current form of application is resulted of

    the contribution of innumerable precursors that in elapsing of the times had been developing

    and share its practical discoveries and studies. Many of these precursors are authors

    concerned about the building of the basement which justifies its usage in the organizations.

    The models of planning and the options of enterprise strategies had been adapted and

    improved through the years of researchs by the Strategical Administration, inserting new

    variables and boardings, adjusted to the planning models and identified to new strategical

    options to unexpected environment. This article is designed to identify the different

    characteristics of Strategical Planning models and the different options of enterprise strategies

    which aim to help organizations with competitiveness and advantages today and the future

    marked by the stronger competition.

    Key Words: Strategical Planning, Strategical Plan, Long Period Planning, EnterpriseStrategy, Strategies, Models and Strategical Options.

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    A evoluo do planejamento estratgico

    O planejamento estratgico tem evoludo ao longo da histria, tanto em sua forma

    como em sua concepo, em especial na medida em que a sociedade avanava da eraindustrial para a era da informao e, dessa, para a era do conhecimento.

    A origem do planejamento estratgico pode ser identificada nas mais antigas

    civilizaes. Os reis, governantes e administradores sempre tiveram a necessidade de decidir

    antecipadamente o que fazer, o porqu de fazer, como fazer e o quando fazer, para alcance do

    sucesso e avano de seus recursos no longo prazo. Apesar de todos esses anos, dcadas,

    sculos e milnios de amostras de planejamento estratgico exercido na prtica, somente nos

    anos 50 surge o Planejamento Estratgico com a finalidade de tratar do problema econmico

    entre oferta e demanda.

    Na dcada de 70, o planejamento estratgico surgiu caracterizado por frmulas

    simplistas de difcil utilizao e, nos anos 80, sofreu um declnio, sendo deixado para segundo

    plano (MINTZBERG e AHLSTRAND 2000). Esse declnio ocorreu pela ascenso de novos

    modelos de gesto como Programas de Qualidade Total, Administrao por Objetivos,

    Reengenharia, Seis Sigma, Produo Enxuta, Teoria dos Jogos, Empowerment, OrganizaesVirtuais,E-bussiness, entre outros. Um estudo realizado por Davenport (2004) mostrou que

    desde Vencendo a Crise, livro escrito por Tom Peters em 1982, apareceram quase setenta

    novas ferramentas de gesto. As empresas, nessa poca, buscam vantagens competitivas

    apenas em ferramentas de gesto da moda, deixando de lado anlises mais profundas,

    reflexes e a criatividade necessria para o sucesso de longo prazo.

    Entretanto, muitos especialistas como Peter Druker, Michael Porter, Henry

    Mintzberg, Nitin Nohria, Clayton Christensen, entre outros, vm chamando ateno para o

    risco das empresas em adotarem solues genricas sem um alinhamento com enfoque

    estratgico, criando, assim, uma desvinculao das realidades da empresa e culturas

    organizacionais foradas. Porter (2002) explica que, nos anos 90, estabeleceu-se um caos

    conceitual referente a Planejamento Estratgico. O autor argumenta que muitas empresas

    perderam seus posicionamentos encantadas com novos modelos gerenciais, os quais acabaram

    falhando um aps outro.

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    Joyce, Nhoria e Roberson (2003) realizaram uma pesquisa com 160 empresas no

    perodo de 10 anos (entre 1986 e 1996), com o objetivo de identificar os motivos pelos quais

    algumas empresas prosperam nos contextos mais difceis, enquanto que outras do mesmo

    setor de atividade, com um porte parecido e utilizando uma tecnologia semelhante, entraram

    em decadncia. A pesquisa mostrou que o planejamento estratgico aparecia em primeiro

    lugar como uma das prticas mais importantes e fundamentais realizadas pelas empresas com

    maior sucesso. Dessa forma, Joyce, Nhoria e Roberson (2003), mostraram que a estratgia

    um fator chave para o sucesso das empresas.

    Para Kaplan e Norton (2004), o planejamento estratgico est em fase de

    renovao e reinveno. Os autores argumentam que as empresas voltam a usar a ferramentacomo forma de sustentabilidade, recuperando sua relevncia perante as organizaes.

    Planejamento Estratgico

    Almeida (2003) esclarece que o planejamento estratgico uma atividade que,

    atravs do ambiente de uma organizao, cria a conscincia de suas oportunidades e ameaas

    para o cumprimento de sua misso e estabelece o propsito de direo que a organizao

    dever seguir para aproveitar as oportunidades e evitar os riscos. Nessa mesma linha depensamento, Oliveira (1999, p.24) reconhece que a sua finalidade estabelecer quais sero

    os caminhos, os cursos, os programas de ao que devem ser seguidos para alcanar os

    objetivos ou resultados pela empresa. Da mesma forma Wright, Kroll e Parnell (2000, p.24),

    preconizam que ela refere-se aos planos da alta administrao para alcanar resultados

    consistentes com a misso e os objetivos gerais da organizao. Por fim, para Certo e Peter

    (1993, p.17), ela definida como um curso de ao com vistas a garantir que a organizao

    alcance seus objetivos. Portanto, planejamento estratgico a capacidade da empresa emprojetar e selecionar estratgias para a realizao dos objetivos organizacionais, mostrando

    como a organizao escolhe evoluir da situao presente at uma situao desejada no futuro.

    Existe, porm, uma diferena entre planejamento e estratgia: segundo Ansoff e

    Mc. Donnell (1993), enquanto planejamento a unio da programao no tempo

    caracterizada por articular e elaborar vises j existentes, a estratgia a combinao da

    intuio e criatividade em perspectivas integradas de direo. O planejamento uma

    programao projetada ao futuro com a qual os objetivos so definidos, estratgias

    estabelecidas e recursos alocados visando a sua implementao. Segundo os autores, a parte

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    analtica dessa abordagem recebeu o nome de estratgias, e o processo pelo qual os

    administradores conjuntamente formulam estratgias tem sido chamado de planejamento

    estratgico. J para Mintzemberg (2004), o planejamento uma anlise, diferentemente da

    estratgia, que a sntese. O ponto essencial dessa abordagem que as melhores estratgias

    so vises e no planos, e o planejamento a articulao de estratgias ou de vises j

    existentes. Estabelecer estratgias absorver as aprendizagens dos dirigentes, suas

    experincias pessoais, as experincias de outros dados obtidos por pesquisas ou por outros

    meios, sintetizando-os na viso da direo a ser seguida.

    Os modelos do processo de Planejamento Estratgico

    O enfoque evolutivo do planejamento estratgico, ao invs de descartar os

    enfoques antecedentes, assimila os seus elementos mais valiosos e condizentes com as

    mudanas.

    A literatura sobre planejamento estratgico ampla e apresenta muitos modelos

    com diferentes etapas a serem seguidas. observado que os modelos vm sendo adaptados

    com a insero de novas variveis e abordagens, na tentativa de desenvolvimento do modelo

    ideal.

    Embora cada modelo tenha caractersticas distintas, pode-se observar que todos os

    modelos apresentam seis macro-etapas bem definidas: (1) definio das Diretrizes

    Estratgicas, que determinam como a empresa dever atuar no ambiente; (2) a anlise

    estratgica do ambiente interno, que compreende um levantamento das informaes sobre a

    organizao, buscando identificar suas potencialidades e fraquezas; (3) anlise estratgica do

    ambiente externo, que compreende a anlise do macro-ambiente, da indstria, da

    concorrncia, do mercado, e previses futuras; (4) formulao dos objetivos e metas que a

    empresa pretende alcanar; (5) escolhas e definio das estratgias, visando a estabelecer uma

    posio futura para atender os objetivos estabelecidos, e (6) implementao do plano

    estratgico. Cada macro-etapa analisada anteriormente possui suas particularidades, revelando

    elementos especficos a serem considerados para a realizao do planejamento estratgico.

    Segundo Kaplan e Norton (2004, p.5), no existem duas organizaes que

    pensem sobre estratgia da mesma maneira, o que leva a concluir que o modelo a ser

    escolhido deve seguir a linha de cultura, aprendizado e conhecimento da organizao.

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    O quadro 1 compara 13 modelos distintos de Planejamento Estratgico. O

    objetivo identificar uma maior ou menor nfase em determinadas etapas, cuja prpria

    nomenclatura e diviso delimitam a importncia dos passos a serem seguidos. A numerao

    descrita no quadro identifica a ordem temporal adotada por cada autor.

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    Etapas do Modelo Vasconcellos e Pagnoncelli Almeida Oliveira Rasmussen

    Diagnstico estratgicopreliminar

    1. Definio do Negcios

    3. Identificao dos Princpios- - -

    Princpios Norteadores2. Definio da Misso

    5. Viso

    1. Misso

    2. Vocao da empresa

    1.Definio da Viso

    5.Misso

    6. Propsito

    4. Elaborao de macro polticas

    Anlise Externa 4. Anlise Ambiental4.Anlise Ambiental

    5.Campo de atuao

    2.Oportunidades e ameaas

    3.Anlise dos Concorrentes

    7. Definio de cenrios

    1. Anlise do macro Ambiente

    Anlise Interna -3. Aspectos Internos

    6. Identificao da estratgia vigente4.Pontos Fortes, Fracos e neutros 2. Anlise do Micro-ambiente

    Objetivos 6. Def inio dos Objet ivos 7.Def inio dos Objetivos10.Objetivos gerais

    11.Obejtivos Funcionais3. Elaborao dos Macro objetivo

    Formulao dasEstratgias

    - 8. Direc ionamento das Estratgias 13.Definio de estratgias e Pol ti cas 5.Elaborao de macro estra tgias

    Metas - 9.Projees de faturamento 12. Desafios e Metas -

    Implementao 7. Implementao e Comunicao 10. Definir aes 14.Plano de Ao 6.Preparao do plano de ao

    Controle -11. Sistema de controle e

    monitoramento15.Econmico e Financeiro

    nfase estratgica domodelo

    Estratgias Competitivas Estratgias Genricas16. Posio competitiva

    17.Estratgias de desenvolvimentoPlanejamento em ambientes turbulentos

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    Quadro 1 - Comparativo entre os modelos de Planejamento Estratgico

    Quadro 1 - Comparativo entre os modelos de Planejamento Estratgico

    Etapas do Modelo Ansoff Certo e Peter Tavares Gracioso

    Diagnstico estratgicopreliminar

    - -

    Princpios Norteadores1. Objetivos

    6.Misso3. Misso

    1. Definio da misso

    4.Reviso da misso

    5.Elaborao de filosofias e polticas

    1.Viso estratgica da empresa

    Anlise Externa1. Oportunidades2. Ameaas

    3. Limitaes

    1. Anlise Externa 2. Anlise do ambiente externo2. Cenrio Global3. Anlise do mercado, evoluo e

    tendncia

    4.Perfil de respostas dos concorrentes

    Anlise Interna4. Pontos Fortes

    5. Pontos Fracos2. Anlise interna 3. Anlise do ambiente interno 6.Anlise do sistema de negcios

    Objetivos 7. Reviso dos Objetivos 4. Objetivos 6. Definio de objetivos5. Objetivos tentativos

    7. Objetivos revistos

    Formulao dasEstratgias

    8. Estratgias de diversificao

    9. Estratgias de expanso

    10.Estratgias financeira

    11. Estratgias administrativa

    5. Formulao das Estratgias 7. Seleo das estratgias 8. Estratgias de compet io

    Metas -8. Formulao das metas e aes

    setoriais-

    Implementao 12. Implementao das estratgias 6. Implementao

    9. Elaborao do oramento

    12. Implementao 9. Implementao e Controle

    Controle 13.Controle estratgico 7. Controle10. Definio dos parmetros de

    avaliao

    13.Avaliao

    -

    nfase estratgica domodelo

    Mix de produtos e mercados Vantagem Competitiva Vantagem Competitiva Orientao para o mercado

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    Quadro 1 - Comparativo entre os modelos de Planejamento Estratgico

    Etapas do Modelo Thomas e Lopez Wright, kroll e Parnell Steiner e Miner Andrews

    Diagnstico estratgicopreliminar

    1. Auditoria da situao atual da

    empresa-

    Princpios Norteadores 6. Misso e diretrizes 4. Misso 6.Misso, Finalidades, Polticas -

    Anlise Externa1. Exame externo

    4.Fator pesquisa informacional

    1. Anlise Externa

    2. Oportunidades e Ameaas

    2. Expectativa de grandes interesses

    externos

    4. Oportunidades e Ameaas

    1. Anlise externa

    3. Oportundiades e riscos

    Anlise Interna2. Exame Interno

    3. Fator Crtico

    5. Estimativas

    3. Recursos

    3. Expectativa de grandes interesses

    internos

    5. Foras e fraquezas

    2. Competencias e diferenciais

    4. Pontos fortes e fracos

    Objetivos 7. Objetivos 5.Objetivos 7. Objetivos

    Formulao dasEstratgias

    8. Formulao de alternativas

    estratgicas

    9.Seleo e desenvolvimento de

    alternativas

    6. Formulao de estratgias

    empresariais

    7.Formulao de estratgias de unidade

    de negcio

    8. Estratgias de programas

    9. Programas de mdio prazo

    10.Planos de curto prazo

    5. Considerao de todas combinaes

    do ambiente interno e externo

    6.Escolha de produtos e mercados

    Metas - - - -

    Implementao 10. Plano de Ao9. Estrutura da organizao

    Liderana, poder e cultura

    organziacional

    11. Implementao 7. Plano de Ao

    Controle -10. Controle estratgico de

    desempenho12.Avaliao -

    nfase estratgica domodelo

    Sistema de informao como base para

    o planejamento

    Estratgias de crescimento, estabilidade

    e de reduo - Estratgias competitivas

    Estratgias funcionais

    Polticas internas para atingir os

    objetivos da organizaoEstratgias Econmicas

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    Estratgias Empresariais

    Porter (1986) define que o objetivo de uma estratgia encontrar uma posio

    dentro do mercado, de forma que a companhia possa se defender contra foras competitivas

    dos concorrentes ou influenci-las a seu favor. Segundo Porter (1999), o ponto de partida do

    desenvolvimento de uma estratgia competitiva eficaz ter em mente o objetivo principal de

    obter um bom retorno sobre os investimentos para os acionistas e demais colaboradores. No

    quadro 2, o autor apresenta os princpios do posicionamento estratgico.

    1 O posicionamento estratgico deve comear com o objetivo certo: superioridade no longo prazo do retorno

    sobre o investimento.

    2 A estratgia da empresa deve possibilitar o cumprimento de uma proposio de valor, ou um conjunto debenefcios para os clientes, diferente do oferecido pelo concorrente.

    3 A estratgia deve refletir-se numa cadeia de valor especfica. Para desenvolver vantagem competitivasustentvel, a empresa precisa executar atividades diferentes dos rivais ou executar de maneira diferente asmesmas atividades dos rivais.

    4 As estratgias poderosas envolvem trade-offs. As empresas precisam fazer escolhas, elas devem abandonarou abrir mo de algumas caractersticas dos produtos, servios, ou atividades, a fim de serem inigualveis emoutras.

    5 A estratgia define o modo como se encaixam os elementos das atividades das empresas. A estratgiaenvolve o exerccio de escolhas interdependentes, ao longo de toda a cadeia de valor; todas as atividades daempresa devem ser mutuamente reforadas.

    6 A estratgia requer continuidade de direo. A empresa deve definir uma proposio de valor a sersustentada no longo prazo, mesmo que isso signifique a renncia a certas oportunidades.

    Os Princpios do posicionamento estratgicoFonte: Porter (1999)

    Porter (1989) argumenta que a estratgia consiste em selecionar um conjunto de

    atividades em que a organizao ser excelente, criando a diferenciao sustentvel no

    mercado. Isso pode consistir em fornecer aos clientes um maior valor do que os concorrentes

    ou em fornecer valor comparvel, porm com um custo mais baixo que os concorrentes. Suasoluo ser diferente. Portanto, o autor sugere que as empresas escolham sempre um

    conjunto diferente de atividades em relao aos concorrentes para fornecer um conjunto nico

    de valor. Alm disso, o autor alerta que, para as empresas serem diferentes de seus

    concorrentes, precisam fazer escolhas, ter foco e saber o que fazer e o que no fazer. Caso no

    ocorram trade-offs, no haver necessidade de escolha e, portanto, no haver necessidade

    de estratgia. Sem o trade-off, as empresas voltam a concorrer pela eficcia operacional.

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    A essncia da formulao de uma estratgia competitiva relacionar uma

    organizao ao seu meio ambiente. Porter (1986) descreve a estratgia competitiva como

    aes ofensivas ou defensivas a fim de criar uma posio na indstria contra as foras

    competitivas e com o propsito de obter um melhor retorno sobre o investimento. Entretanto,

    desloca a ateno para trs estratgias genricas que podem ser usadas para superar os

    concorrentes ao enfrentar as cinco foras competitivas, melhorando sua posio a longo

    prazo: liderana no custo total, diferenciao e enfoque.

    Miles e Snow (2003) abordam a complexidade das estratgias buscando sua

    compreenso nos padres de comportamento das organizaes; sugerem algumas respostas

    para diversas perguntas e mostram a importncia de se analisar a organizao sob a ticaorgnica, em vez da mecnica. No processo de adaptao organizacional, os autores ressaltam

    que a adaptao o tpico de maior interesse gerencial e estaria recebendo apenas um

    limitado tratamento terico. Muito embora a adaptao organizacional seja um processo

    complexo e dinmico, ela pode ser amplamente conceituada como um ciclo de ajustamentos

    potenciais requerendo a simultnea soluo de trs dos maiores problemas:

    empreendedorismo, engenharia e administrao.

    Estratgia, para Quinn (2001), um modelo ou um plano que integra os principais

    objetivos, polticas e seqncias de ao num todo sinrgico. Para o autor, uma estratgia bem

    formulada apia o lder e distribui os recursos da organizao numa postura nica e vivel,

    baseada nas competncias e deficincias internas relativas, na antecipao de alteraes do

    meio-ambiente e nas mudanas contingenciadoras dos concorrentes.

    Mintzberg (2001) sugere que a estratgia escolhida pela organizao deve ser

    criativa e inovadora, assegurando seu xito nos negcios atuais, ao mesmo tempo em que

    constri as competncias essenciais do amanh. O autor alerta que a estratgia realizada de

    uma organizao nem sempre coincide com a estratgia pretendida, devido s constantes

    mudanas verificadas no atual ambiente turbulento dos negcios. Segundo o autor, a

    formulao de estratgias gera uma atividade contnua entre cinco dimenses: estratgias

    pretendidas, estratgias deliberadas, estratgias emergentes, estratgias realizadas e estratgias

    no realizadas. Conseqentemente, a estratgia realizada acaba sendo uma composio de

    aes planejadas e reaes necessrias para condies imprevistas.

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    Embora cada situao seja nica, existem alguns critrios comuns que tendem a

    definir uma boa estratgia. Na tica de Quinn (2001), o fato de que uma estratgia tenha

    funcionado em determinada situao no um critrio suficiente para determinar os

    resultados finais de uma organizao. H que se considerar, tambm, outros fatores, como

    sorte, recursos existentes, implementao e erros inimigos. O autor sugere que, para a

    avaliao das estratgias, deve-se levar em conta o seu grau de clareza, impacto motivacional,

    consistncia com o meio competitivo, grau de risco, horizonte do tempo, valores pessoais dos

    estrategistas e sua praticabilidade. As principais estratgias empresariais foram aqui reunidas

    visando identificar as opes estratgicas que as organizaes possuem na atual

    competitividade mercado.

    Estratgia de Liderana no Custo Total

    A estratgia Liderana em Custo Total uma abordagem competitiva forte em

    mercados onde muitos compradores so sensveis aos preos. O objetivo buscar uma

    vantagem em custos sustentveis como base para colocar preos mais baixos que os preos

    dos concorrentes e ganhar participao de mercado ou obter uma maior margem de lucro,

    vendendo ao preo do mercado. Segundo Porter (1986), a meta da estratgia de Liderana em

    Custos a grande penetrao de mercado com base na vantagem competitiva de custos mais

    baixos que os concorrentes, oferecendo produtos bsicos, com pouco sensacionalismo, porm

    com uma qualidade aceitvel. A nfase na produo busca a contnua reduo de custos

    baseada na curva de aprendizado ou experincia, sem sacrifcio da qualidade.

    Para Ansof (1990), a estratgia de Liderana em Custo a mais tradicional e

    ocorre com a competio baseada no menor preo de mercado. Essa estratgia baseada nas

    premissas microeconmicas de que o sucesso no mercado depende apenas do menor preoofertado. Em conseqncia do menor preo, as empresas maximizam sua participao no

    mercado e aumentam seus lucros derivados da economia de escala. A estratgia de Liderana

    em Custo muito eficaz principalmente quando a concorrncia de preos entre empresas for

    especialmente vigorosa, o tipo de produto for essencialmente padronizado, existirem poucas

    possibilidades de diferenciao entre os produtos, os compradores usarem os produtos de uma

    mesma forma e quando os compradores forem grandes, podendo barganhar menores preos.

    Estratgia de Diferenciao

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    Sempre que as necessidades e desejos dos clientes forem muito diversificados

    para serem satisfeitos com produtos padronizados, a estratgia de Diferenciao torna-se uma

    abordagem competitiva atrativa. Segundo Porter (1989), a estratgia de Diferenciao deve

    espelhar os diferentes atributos que o produto possui quando comparado com produtos de

    concorrentes.

    O objetivo da estratgia de Diferenciao , assim como na de Liderana em

    Custo, conseguir uma grande participao de mercado. Porm, a estratgia de Diferenciao

    oferece aos compradores algo diferente dos concorrentes, com uma linha de produtos variados

    e com uma produo que cria um maior valor do produto para os clientes.

    Segundo Thompson e Strickland (2004), uma forma de criar uma estratgia de

    diferenciao eficaz incorporar algumas caractersticas aos produtos que possam reduzir os

    custos para o cliente no seu uso ou incorporar caractersticas que aumentem o desempenho

    esperado pelo cliente, ou ainda, incorporar valor ao produto de maneira no econmica ou

    tangvel.

    Estratgia de Enfoque

    O principal diferencial da estratgia de Enfoque em relao a de Lder em Custo e

    de diferenciao a ateno concentrada em um nicho de mercado, em um pequeno segmento

    que pode ser atrativo para uma empresa atender. Segundo Porter (1986), a estratgia de

    enfoque pode ser definida pela concentrao geogrfica e por necessidades especficas dos

    clientes de utilizao do produto. O objetivo da estratgia de enfoque atender a necessidades

    e preferncias distintas dos clientes. Ela tem a capacidade de oferecer aos seus clientes

    produtos personalizados de acordo com suas necessidades e desejos.

    A estratgia de Enfoque pode ainda ser de Enfoque em Custo ou Enfoque em

    Diferenciao. O Enfoque em Custo busca uma vantagem de custo em determinado nicho de

    mercado, enquanto a estratgia de Enfoque em Diferenciao busca uma vantagem baseada na

    diferenciao para atuar nesse nicho de mercado. Para Porter (1989), ambas as estratgias

    devem atender a segmentosalvo de compradores com necessidades incomuns atravs de um

    sistema de produo e distribuio que o atenda de forma personalizada.

    Estratgia de Carteira

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    Ansoff (1990) explica que, para a estratgia de carteira, existem quatro

    componentes principais: vetor de crescimento, vantagem competitiva, sinergia e flexibilidade

    estratgica. O vetor de crescimento especifica o alcance e a direo dos negcios futuros da

    empresa. A vantagem competitiva leva a empresa a um posicionamento no mercado que a

    diferencie de seus concorrentes. A sinergia visa o entrosamento entre as reas e atividades da

    empresa e a flexibilidade faz com que essa empresa se adapte facilmente s mudanas de

    mercado.

    Componentes do Vetor de CrescimentoFonte: Ansoff (1990)

    A penetrao no mercado expressa uma busca de crescimento pela empresa, no

    mercado corrente, com os produtos correntes. J o desenvolvimento de produtos significa que

    a empresa cria novos produtos a serem ofertados nos mercados em que ela j compete. O

    desenvolvimento de mercados busca novos mercados para os produtos correntes da empresa e

    a diversificao cria novos produtos para novos mercados. Entre os trs primeiros vetores de

    crescimento, existe um forte elo em que a empresa aproveita suas potencialidades adquiridas

    pela experincia enquanto que, na diversificao, em funo de a empresa no possuir a

    mesma experincia nem no mercado nem no produto, o elo tornasse mais fraco.

    A diversificao envolve o crescimento da empresa atravs da aquisio de

    empresas em outros segmentos, indstrias e negcios. Segundo Certo e Peter (1993), existem

    dois tipos de diversificao: as relacionadas, em que as empresas fazem uso compartilhado

    dos recursos, e as no relacionadas, em que o segmento ou linha de negcio completamentediferente. Alem da diversificao atravs da aquisio de outras empresas, Wright, Kroll e

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    Parnell (2000) sugerem fuses e alianas estratgicas como forma de crescimento sustentado

    para as empresas. Na fuso, a empresa se une com outra empresa, formando uma terceira

    organizao. As alianas estratgicas so parcerias entre as empresas buscando sinergias para

    um projeto especfico.

    Estratgia de Defesa

    Westwood (1996) cita como estratgias tipicamente defensivas aquelas que

    busquem melhorar a imagem da empresa, a qualidade, a confiabilidade, durabilidade, o

    desenho dos produtos e a confiabilidade nos prazos de entrega.

    Segundo Thompson e Strickland III (2004), em mercados competitivos, as

    empresas esto sempre sujeitas a ataques de concorrentes. Por isso, as estratgias defensivas

    visam a diminuir o risco de ataques, enfraquecendo seus impactos competitivos ou levando as

    concorrentes a atacarem outras empresas. Embora no melhorem a vantagem competitiva das

    empresas, tais estratgias fortalecem sua posio no mercado. Segundo os autores, existem

    duas formas de as estratgias defensivas fortalecerem a posio da empresa no mercado,

    impedindo ataques de concorrentes: bloquear as oportunidades ofensivas do concorrente com

    a expanso de linha de produtos e atender a novos nichos, com lanamento de novas marcas.Alm disso, outras mudanas podem mostrar aos concorrentes o vigor competitivo da

    empresa, acenando com a indicao de que existe uma forte pretenso de retaliao no caso

    de um ataque por concorrentes.

    Estratgia de Crescimento

    As estratgias de crescimento podem ser realizadas atravs da inovao, o que

    torna os produtos atuais obsoletos, ou atravs de integraes com clientes, fornecedores ou

    concorrentes.

    Com a inovao, as empresas garantem seu futuro estimulando a demanda atravs

    do lanamento de novos produtos. Para Westwood (1996), as estratgias de crescimento

    buscam aumentar a participao da empresa no mercado, ofertando produtos novos ou

    modificados aos atuais clientes ou mercados. Caracteristicamente, a estratgia de crescimento

    busca aumentar a variedade dos produtos ou atravs de opes de cor, tamanho, matria

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    prima, variedade ofertada e variedades de utilizao, ou atravs da criao de um novo

    produto.

    As estratgias de crescimento atravs de integraes podem ser subdivididas emintegraes verticais, quando uma organizao vem a ser responsvel por duas ou mais etapas

    interligadas pelo processo de fabricao de um bem qualquer, ou integraes horizontais, que

    envolvem a aquisio de empresas concorrentes em um mesmo segmento de mercado.

    Estratgia de Ataque

    Na busca de novos clientes e de aumento da participao de mercado, a empresa

    utiliza estratgias de ataque. Essas estratgias ameaam a posio do concorrente com a oferta

    de um produto melhor, com mais qualidade, ou com menor preo. Segundo Westwood

    (1996), nenhuma empresa possui 100% do mercado atual, o que oportuniza a busca de novos

    clientes. As estratgias comuns de ataque so realizadas atravs da mudana nos preo, nas

    praas (distribuio), na busca de novos mercados geogrficos ou novos setores industriais.

    Pode ainda ser feito o uso da ferramenta propaganda para efetivar uma estratgia de ataque.

    Segundo Thompson e Strickland III (2004), a vantagem competitiva sempreconseguida por meio de mudanas ofensivas. Segundo os autores, a formao e a deteriorao

    da vantagem competitiva segue um ciclo equivalente ao ciclo de vida dos mercados, nos quais

    existe um perodo de formao, em que as mudanas ofensivas so realizadas; um perodo de

    benefcios, onde atingido o pice da vantagem competitiva e um perodo de deteriorao, no

    qual os concorrentes atacam com imitaes que enfraquecem a vantagem da empresa.

    A regra para utilizao da estratgia de ataque a um lder de mercado, proposta

    por Porter (1989), no atacar com estratgias imitativas, independentemente das condies

    da empresa. O autor argumenta que, com estratgias imitativas, o concorrente-lder que est

    sofrendo com o ataque passa a defender-se com uma forte retaliao; alm disso, Porter

    (1989) sugere que, para atacar um lder de mercado, necessrio que a empresa satisfaa trs

    condies: (1) tenha uma vantagem competitiva, de baixo custo ou diferenciao; (2) tenha

    uma proximidade com outras atividades, disponha de defesas para neutralizar as outras

    vantagens do lder; e (3) possua alguma defesa para a provvel retaliao do lder.

    Estratgia de estabilidade

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    Conforme Wright, Kroll e Parnell (2000), as empresas muitas vezes so foradas a

    utilizar a estratgia de estabilidade por estarem em uma indstria com nenhum ou um baixo

    crescimento sem outras opes viveis de crescimento. A estratgia de estabilidade descrita

    por Certo e Peter (19993) uma estratgia focada em concentrar as atividades da empresa,

    manter o que ela j possui e buscar a manuteno de sua estrutura atual.

    Outro fator para que a empresa adote essa alternativa diz respeito ao custo

    benefcio. Empresas que j dominam o mercado buscam a estabilidade para minimizar suas

    chances de serem processadas por prticas monopolistas. Um ltimo fator referente escolha

    dessa estratgia se d pelas empresas menores que se concentram em produtos e servios

    especializados, temendo que um crescimento resulte na reduo da qualidade e em um pior

    atendimento ao cliente.

    Estratgia reduo, desintegrao ou desmembramento

    A estratgia de desmembramento envolve a retirada de certas atividades da cadeia

    de valor de uma empresa, incumbindo a fornecedores externos a fabricao de seus produtos.Segundo Thompson e Strickland III (2004), o desmembramento somente faz sentido quando a

    atividade puder ser melhor realizada pelos fornecedores, com mais economia, com a reduo

    de riscos, propondo uma acelerao na tomada de deciso para que a empresa possa focar-se

    apenas em seu negcio chave.

    A desintegrao refere-se ao movimento de reduo do tamanho da cadeia de

    atividades, tanto no nvel administrativo, com reduo do nmero de nveis hierrquicos,

    como tambm no nvel da produo, por meio da reduo e eliminao de alguns processos e

    de alguns postos de trabalho. O elemento central da desintegrao encontra-se na reduo do

    tamanho da cadeia de atividades de uma dada empresa (WRIGHT, KROLL E PARNELL,

    2000). Isso deixa o conceito de desintegrao vertical em aberto, tanto em termos de aes

    precedentes (aes que, se adotadas, levam reduo do tamanho de cadeia de atividades),

    quanto em termos de aes conseqentes (aes que se impem como intrinsecamente

    decorrentes de uma reduo do tamanho da cadeia de atividades).

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    Para Certo e Peter (1993), a estratgia de reduo busca tornar a empresa mais

    enxuta e eficaz, eliminando aes que no geram resultados favorveis. Para os autores, essa

    estratgia pode ser dividida em trs nveis: rotatividade, voltada para a reduo da fora de

    trabalho, canais de distribuio e de produtos no lucrativos; desinvestimento, voltado

    venda do negcio no lucrativo; e liquidao, voltada venda da empresa e fechamento da

    unidade de negcio.

    Estratgia de Excelncia Operacional

    Estratgia de excelncia operacional pode ser entendida como uma estratgia que

    oferta aos clientes produtos e servios confiveis, com preos competitivos, que so entregues

    com um mnimo de dificuldade ou convenincia. Essa estratgia busca a combinao de

    qualidade, preo e facilidade de compra como caractersticas nicas no mercado. Segundo

    Treacy e Wiserma (1995), as empresas que aderirem a essa estratgia devero ser inovadoras

    em seus produtos e servios e prezarem por um relacionamento personalizado com seus

    clientes.

    Porm, Porter (1999) no considera excelncia operacional uma estratgia. Para

    ele, qualquer organizao deve cultivar a excelncia operacional para implementar suaestratgia especfica. A proposio de valor, para Porter (1999), deve representar o que a

    organizao oferece para seus clientes, no como a organizao gerencia seus processos

    internos.

    Estratgia de liderana no produto

    Para Treacy e Wiserma (1995), as empresas que utilizam a estratgia de liderana

    no produto so as primeiras a chegar ao mercado com suas caractersticas e funes

    inovadoras e aprimoradas. Assim, a empresa que adota a estratgia da liderana em produtos

    busca dominar o que ainda nenhum concorrente tentou, ou, ainda, oferecer aquele tipo de

    satisfao muito desejada pelos clientes. Desta forma, tal empresa procura fazer uma oferta

    cujo desempenho ainda no tenha sido atingido, o que indica que a proposio de valor dos

    clientes, neste caso, o melhor produto. A busca da liderana em produtos faz com que a

    empresa disponha de produtos de ltima gerao ou novas aplicaes para produtos ou

    servios que j existem.

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    Com essa estratgia, as empresas conseguem propor maiores preos e conquistam

    uma maior participao de mercado, pois oferecem produtos com funcionalidade superior.

    Porm, segundo Treacy e Wiserma (1995), a empresa que opte por essa estratgia deve dispor

    de um desempenho que supere o de seus concorrentes e seja valorizada por seu segmento de

    clientes.

    Estratgia de solues completas

    A estratgia de solues completas considera a venda de uma soluo total e no

    apenas a venda de um produto ou servio de forma isolada para o cliente alvo. Dessa forma, a

    empresa intima do cliente, entregando no somente o valor que o mercado quer, mas sim o

    valor que o cliente deseja (TREACY & WIESERMA, 1995). Percebe-se, portanto, que a

    empresa que entrega valor atravs da intimidade com o cliente tem suas atenes voltadas

    para os relacionamentos e no simplesmente para as transaes. Tais relacionamentos so

    construdos por meio do grau de empenho da empresa em surpreender seus clientes,

    entregando a eles muito mais valor do que esperam receber.

    Segundo Hax e Wilde (2002), essa estratgia desloca a ateno do produto para o

    cliente, buscando uma soluo que satisfaa todas suas necessidades e desejos,proporcionando empresa o mais alto ndice de satisfao ao cliente.

    Estratgia de aprisionamento (lock-in)

    Hax e Wilde (2002) propem uma nova abordagem para o desenvolvimento das

    estratgias destinadas a enfrentar as foras econmicas mais complexas que surgem no

    ambiente competitivo. Os autores desenvolveram o modelo Delta voltado para a economia

    interconectada. O tema central do modelo delta a estratgia, tanto para a velha quanto para a

    nova economia. Entretanto, ao invs de considerar o processo de formulao de estratgia

    baseado na competio, o modelo delta enfatiza a amarrao que pode ser obtida entre

    consumidores, fornecedores, concorrentes, substitutos e complementadores.

    Os Complementadores no so, necessariamente, fornecedores, clientes ou

    concorrentes. Eles criam um maior valor por meio da venda de produtos compatveis e

    relevantes para os clientes, so provedores de servios que realam direta ou indiretamente aoferta da empresa. Para atrair, satisfazer e reter os clientes, a empresa necessita tambm atrair,

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    satisfazer e reter os complementadores, o que eleva o valor do sistema, em virtude da maior

    participao dos componentes, e, dessa forma, todos ingressam em uma zona econmica de

    retornos e expanso crescentes (HAX E WILDE, 2002). Entretanto, o estabelecimento da

    posio do aprisionamento do sistema requer que algumas condies sejam atendidas: os

    custos de troca dos clientes precisam ser altos e a cpia dos produtos pelos concorrentes

    precisa ser cara.

    Estratgia de Segmento Alvo - Lucratividade

    Segundo Kaplan e Norton (1997) a estratgia de segmento alvo e lucratividade

    visa a classificar os clientes conforme seu potencial de lucro a fim de criar aes estratgicas

    para a vantagem competitiva da empresa em seu mercado.

    Clientes Lucrativo No Lucrativo

    Segmento Alvo Reteno Transformao

    Segmento No especfico Monitorao Eliminao

    Quadro Segmento Alvo X LucratividadeFonte: Kaplan e Norton (1997)

    Os clientes que pertencem ao segmento-alvo da empresa e so lucrativos,

    localizam-se no quadrante Reteno. Esse quadrante identifica os clientes que a empresa

    deve manter atravs de fazer esforos competitivos. J os clientes que pertencem ao segmento

    alvo da empresa, ms no so lucrativos, localizam-se no quadrante Transformao. Esse

    quadrante indica as empresa que devem ser transformadas em lucrativas, atravs dareconfigurao dos servios ou da negociao dos preos. Por sua vez, os clientes no

    pertencentes ao segmento alvo da empresa, porm lucrativos, localizam-se no quadrante

    Monitorao. Esse quadrante indica que os clientes que devem ter seu desempenho

    monitorado para futuramente virarem a ser alvo da empresa. E, finalmente, os clientes que

    no so alvo da empresa e no so lucrativos, devem ser eliminados com aes de

    desinvestimento em produtos que possam estar atraindo esse tipo de cliente.

    O Planejamento Estratgico, independentemente de suas diferentes interpretaes,

    conceitos e modelos, consiste em um conjunto de mudanas que visam a fazer com que as

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    organizaes busquem um desempenho competitivo no futuro. Ele mostra como as

    organizaes pretendem criar valor para seus acionistas, clientes, colaboradores e cidados,

    tratando da formulao explcita da mobilizao e do alinhamento dos ativos tangveis e

    intangveis da organizao. Portanto, mostra como a organizao cria valor sustentvel no

    futuro. A grande vantagem das empresas em possurem um Planejamento Estratgico a

    capacidade de equilibrar foras contraditrias como os investimentos em ativos intangveis,

    para aumentar a receita em longo prazo, e o corte de custos, para melhorar o desempenho

    financeiro em curto prazo.

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