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AULA 03

Bom dia! Saudades de vocês já! Tivemos aí uma primeira aula, um primeiro encontro, e hoje nós vamos fechar a programação que eu preparei para vocês que vão fazer o concurso para o TJ do Rio Grande do Sul.

Hoje nós teremos uma programação um pouco diferente, para complementar o que já estuda-mos. Eu vou começar a aula por uma questão que eu deixei, não sei se vocês lembram, como desafio. Eram as relações de causa e consequência. E aí eu falei: eu vou deixar essa questão e vocês vão finalizar. Mas tudo bem, se vocês não lembrarem. Eu vou começar por ela, que era uma questão que trabalhava as relações de causa e consequência. Bem nos moldes de algumas questões da FAURGS, em que a banca retira trechos do texto e pergunta se, ali, um é causa para o outro, um é consequência do outro, e tudo o mais. Vou mostrar para vocês.

E hoje nós teremos uma aula bem de gramática textual. Você vai ver que, diferentemente, da primeira aula, que foi só interpretação de textos, hoje eu vou precisar recorrer a uma base gramatical para a gente poder trabalhar algumas questões da banca, que são questões dentro daquele tópico chamado de coesão e coerência. As relações semânticas do texto.

Nós estamos trabalhando em cima do edital dos últimos concursos do TJ do Rio Grande do Sul e, dentro do edital, dentro do conteúdo programático, vocês vão ver que esse assunto que vai vir hoje aparece lá no meio dos outros tópicos, mas quando você pega as provas anteriores é o que mais cai. Então, assim, de todos os assuntos que eu vejo serem abordados nas provas dessa banca, em Português, o que mais é trabalhado em termos qualitativos e quantitativos, ques-tões de mais alto nível também, não é só quantidade de questões não, questões boas. É esse que nós vamos ver hoje. Por isso que eu vou fazer uma revisão gramatical, que é toda a parte de conjunções, valores semânticos das preposições. A banca trabalha muito bem isso. E eu vou aproveitar e fazer uma revisão com vocês.

Então hoje a gente vai ter um pouquinho de teoria. Nós vamos revisar – só para vocês terem noção – aquelas conjunções coordenativas e subordinativas, os valores semânticos das con-junções, com dicas pontuais em relação ao concurso de vocês. Por que eu digo isso? Porque se você pega, em qualquer gramática, conjunções, você vai ver que o assunto é dado de uma maneira bem geral. Mas quando se estuda a banca – e é isso que eu estou fazendo –, eu peguei as provas anteriores e detectei que há particularidades que são muito pedidas. Por exemplo: a banca gosta muito dos valores do ‘como’. Nas provas anteriores foi muito comum se perguntar. Destacava-se um ‘como’ e queria saber se o ‘como’ era causal… então saber as classificações do ‘como’, do ‘e’, do ‘que’.

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O ‘que’, então, é uma festa! Volta e meia você vai ver questões em que a banca ora pede a clas-sificação, o sentido do que, ora mistura sentido com sintaxe. Lembrando que eu aqui vim muito para interpretação de texto, só que não dá pra separar, às vezes, interpretação de gramática. Então são questões que misturam muito interpretação com gramática, por isso a gente vai fazer uma revisão.

Então nós vamos começar a aula com o assunto anterior, depois nós vamos estudar os valores semânticos das preposições, os valores semânticos das conjunções, sempre com muitas ques-tões. Vocês vão treinar aqui comigo. Eu vou sempre mostrar a questão e dar um tempo para vocês resolverem. E, à medida que eu for sentindo que algo fica mais complexo, eu vou resu-mindo aqui do lado para vocês. Tá bom?

Então, hoje, a aula é de gramática textual, que é semântica dentro do texto.

Eu vou começar pela questão onde nós paramos.

(…)

Outra técnica muito comum dessas questões é colocar-se o verbo no gerúndio. Isso é uma téc-nica muito comum que as bancas utilizam para confundirem o candidato. Porque, assim, verbo no gerúndio é cilada! Tanto é que, nas discursivas, nas redações, alguém já deve ter dito para você assim: evite verbo no gerúndio. Não que seja errado usar verbo no gerúndio, claro que não! Há casos em que o gerúndio é um erro? Sim, que é o caso, especificamente, do gerun-dismo. Quando é que gerúndio está errado? Gerúndio está errado quando ele é utilizado para uma ação instantânea, quando, na verdade, ele tem que ser duradouro.

Gerúndio só está errado nesse sentido. Quando a atendente diz assim: “vou estar transferindo” a sua ligação. Isso está errado por quê? Isso é gerundismo, isso é erro! “Estar transferindo”. Por que é erro? Porque gerúndio indica repetição, duração, continuidade. E, nesse caso aqui, ele está sendo usado para uma ação que deveria ser instantânea. Tem que transferir logo, né? Então isso é gerundismo!

(…)

Mas nem tudo é interpretação. Existe a gramática textual. E essa é a diferença entre quem sabe e quem não tem noção. Quem não tem noção vai achar que é tudo interpretação. Mas vocês já começam a ver que, para resolverem essas questões de “interpretação”, vocês precisam dessa base gramatical.

Não sei como vocês estão na gramática porque eu não acompanho vocês na gramática. Mas eu não vou presumir que vocês saibam tudo. Eu vou fazer uma revisão gramatical da maneira como eu acho que é necessário, mesmo que vocês saibam tudo, porque excesso não atrapalha. Não saber é que atrapalha. Saber muito não atrapalha nunca.

Vou fazer uma revisão com vocês de preposição.

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Há umas questões dos concursos anteriores para o TJ, em que a banca retira na prova preposições do texto e pede os valores semânticos dessas preposições. De onde vem isso na gramática? Vem desse ponto aqui, que nós vamos hoje rever.

Bom, primeiro, o que é preposição? Preposição é conectivo, é palavra que liga.

Tudo que eu coloquei aqui é muito importante e eu não coloquei coisas que você não precisa saber. Então eu só coloquei o que você tem que saber, então é pouca coisa, mas presta atenção para você caminhar comigo. Olha só!

Primeiro conceito importante de preposição é esse. Preposição pode ligar palavras: casa de José. E preposição pode ligar orações, assim como a conjunção. Então, quando nós estudamos lá pela gramática parece que só conjunção é que liga orações. Não, preposições também podem ligar. Preposição pode trazer, entre orações, ideia de oposição, ideia de causa, ideia de consequência, como uma conjunção faz. Então esse é o primeiro ponto importante.

Segundo ponto importante: você precisa ter memorizado na vida (eu acho que todo mundo decorou isso aqui) aquela lista das preposições.

Essas são as chamadas preposições essenciais. Por que elas são chamadas assim? Essenciais, porque elas nasceram como preposições, são essencialmente preposições.

Precisa saber reconhecer uma locução prepositiva. Locução em língua portuguesa é expressão. Por exemplo: locução adjetiva é uma expressão com valor de adjetivo, locução adverbial é uma expressão com valor adverbial, locução prepositiva é uma expressão com valor de preposição. Tudo bem com conceito de locução?

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Locução prepositiva é chamada assim, porque é fácil reconhecer (inclusive, por isso) a última palavra dela. É sempre uma preposição. A locução prepositiva termina sempre com preposição. Aliás, é isso que a diferencia da locução conjuntiva. Por exemplo: a fim de e além de são locuções prepositivas, porque terminam com preposições. Agora, se eu colocar aqui um que muda tudo.

Então isso é elementar, isso é básico! Você saber reconhecer e não confundir preposição com conjunção e essa é a dica que eu estou te dando. A locução prepositiva termina sempre com preposição e a locução conjuntiva termina sempre com conjunção.

Saber diferenciar é importante por uma questão de nomenclatura, embora ambas tenham va-lores semânticos… agora eu vou falar um português bem claro: nos dois casos o valor semânti-co é de adição, nos dois casos o valor semântico é de finalidade. O que muda é a classificação morfológica!

Então, assim, no português isso tem que estar muito claro, para não entrar em pânico. Saber diferenciar a classificação gramatical, que é o que nós chamamos de morfologia (classe), da se-mântica, que é o que nós estamos estudando juntos em texto.

Semântica é sentido. Quanto ao sentido elas se equivalem. Sentido de soma e sentido de finali-dade. Então, semanticamente, elas se substituem. Morfologicamente, que é a classificação gra-matical, elas se diferenciam. E elas têm estruturas diferentes morfológicas. E aí é aquilo: uma termina com preposição, é locução prepositiva, e a outra termina com conjunção, é locução conjuntiva. Tá bom?

Mas a troca de uma pela outra não gera alteração semântica! Só gera mudança de estrutura-ção da frase, porque aí muda. Se eu coloco o ‘além de’, eu coloco um verbo no infinitivo. Tipo: “Além de estudar ela trabalha”. Se eu trocar pelo ‘além de que’, mudou a estruturação da frase. Então: “Ela trabalha além de que estuda”. Entendeu? Você muda o verbo. No primeiro caso o verbo vem no infinitivo, no segundo caso ele vem conjugado. É uma questão morfológica, de estruturação, mas quanto ao sentido elas se assemelham.

Então, por que você está estudando isso comigo? Porque eu estou preparando você para as questões em que a banca pede os valores semânticos das preposições, e estou fazendo a co-

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nexão com as conjunções. Para você entender que, da mesma forma que uma conjunção tem valores semânticos, a preposição tem.

Já relembrou a lista das preposições essenciais, já sabe reconhecer uma locução prepositiva – termina sempre com preposição – e agora eu vou te preparar para as questões de semântica falando dos valores semânticos das preposições.

O que é isso, valor semântico das preposições? É assim: toda vez que uma preposição vem à frase, toda vez que ela aparece na frase, ela pode aparecer por dois motivos. Existem dois mo-tivos. Acompanhem aqui comigo.

Se eu digo assim: “Gosto de livros”. E se eu digo assim: “Blusa de Maria”. Então eu tenho aí a mesma preposição em ocorrências bem distintas.

Toda vez que uma preposição aparece, ou ela aparece por ser exigida gramaticalmente ou ela aparece para acrescentar valor semântico. No primeiro caso ela vem por uma questão de re-gência. Quem gosta, gosta de. A gramática chama isso aqui de valor gramatical. A preposição tem valor gramatical, vem por regência. No segundo caso, a preposição não vem por regência, até por que se eu digo blusa, era uma blusa, eu não preciso dizer de quem. Nesse caso a prepo-sição não vem por uma questão gramatical, ela vem para indicar ali um valor semântico. Ela não está aqui, portanto, por ser exigida pelo termo anterior, ela está aqui para indicar um sentido.

E, aí, são esses os sentidos que a banca vai perguntar. Traduzindo: eu vou treinar com vocês agora um pouquinho das inúmeras questões que vêm nas provas de valor semântico da prepo-sição. Preposição tem valor semântico quando não tem valor gramatical. Conseguiram enten-der essa lógica? Isso é o valor semântico.

Existem inúmeros valores semânticos, mas existem aqueles que são preferidos nas provas e são eles que eu vou mostrar para vocês aqui.

Por exemplo, aqui, para aproveitar esse exemplo, essa preposição tem um valor semântico de quê? “Blusa de Maria” é um valor semântico de quê? Sentido de quê? De posse. É o que se cha-ma de valor semântico de posse, porque Maria possui a blusa. Entendeu?

E existem muitos, olha:

Mas é aquilo, fiquem muitos tranquilos, porque a gente estava até comentando agora da FGV. A FGV é uma banca que vai fundo nisso aqui, mas não é o caso de vocês. Vocês têm que saber os mais comuns, vocês ã ver pelas provas, eu vou mostrar para vocês como que é abordado em

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prova. Vocês não têm que saber o detalhe do detalhe. Vocês têm que saber, por exemplo, o que é causa, conformidade, concessão. Esses são os mais comuns. São eles que eu vou treinar, mas existem uns que são muito mais específicos. Ausência… enfim, a gente vai ver.

Antes de eu mostrar como é que isso cai em prova eu vou treinar um pouquinho com vocês para ver se vocês têm essa base. Então eu trouxe aqui frases retiradas de provas e eu quero ver como é que vocês se saem nisso, diante de cada uma delas. Nós vamos identificar o valor semântico da preposição. Tá bom? (…)

Ela me pergunta assim: Adriana, no caso do complemento nominal, a preposição? Eu vou apli-car isso que eu acabei de colocar em sintaxe para você fazer a correlação. Tá bom?

Pausa para isso. Anotem. Aproveitem. Ela quer saber o seguinte: valor gramatical. Eu vou refor-mular a sua pergunta para organizar isso melhor, tá?

Valor gramatical da preposição ocorre em que casos sintáticos? A preposição vai ter valor gra-matical quando iniciar os termos que são sintaticamente obrigatórios na frase, porque, pare para pensar, se ela é obrigatória, o que vem depois é obrigatório. Então já podemos fazer, aqui, a liga, fazer a correlação. Se quando ela tem valor gramatical ela é obrigatória, então ela inicia os termos sintaticamente obrigatórios, que são sempre preposicionados.

Quais são aqueles dois termos sintáticos que vem à frase – e, quando eles vêm, são obrigató-rios – e vêm sempre com preposição? O objeto indireto e o complemento nominal! Por quê? Porque – tem tudo a ver com isso aqui – eles são obrigatórios e são preposicionados. Então já concluímos que as preposições dos objetos indiretos e dos complementos nominais têm valor gramatical e não semântico!

Vamos dar um exemplo de complemento nominal: “Construção da casa”. Isso aqui é um com-plemento nominal, de construção. Essa preposição tem valor gramatical.

Assim como ela tem valor gramatical quando ela inicia objeto indireto.

Tá bom? Então vamos lá! Agora vamos para o outro lado aproveitar.

E aqui? Quais são aqueles termos sintáticos que terão preposição com valor semântico? A gen-te acabou de aprender que a preposição tem valor semântico quando ela não é obrigatória. Vamos pensar na sintaxe, quando vocês estudaram o básico de análise sintática. Aqueles ter-mos sintáticos que vinham com preposição, mas que eles não são obrigatórios, são apenas adjuntos? São os dois adjuntos: o adjunto adnominal e o adjunto adverbial. O nome já diz. Se

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eles são adjuntos, eles não precisam estar ali. São enfeites. Eles terão sempre preposição com valor semântico.

Então, a preposição do objeto indireto e complemento nominal têm valor gramatical. E a pre-posição do adjunto adnominal e do adjunto adverbial têm valor semântico. Por exemplo, aqui, em “Blusa de Maria”, se fôssemos fazer a análise sintática, de Maria é o que na sintaxe? Adjun-to adnominal de blusa. E a preposição tem valor gramatical ou valor semântico? Valor semânti-co de posse.

(…)

Então, venha comigo, acompanhe meu raciocínio. Todos esses exemplos aqui, vocês vão ver que isso aqui é um exercício para você identificar o valor semântico das preposições. Então pense comigo. Todas as preposições que estão aqui têm valor semântico. Abandonei isso aqui, que isso é valor gramatical e eu não estou aqui para isso hoje, para dar aula de regência, estou aqui para trabalhar semântica no texto. Então todas aqui têm valor semântico. Se você pensar bem, se você quiser depois fazer um exercício de análise sintática, em todas essas frases a pre-posição estará iniciando ou adjuntos adverbiais ou adjuntos adnominais. Entendeu? Porque só nessas situações ela aparece. Vamos treinar?

(…)

Muita gente confunde meio com instrumento. E qual é a diferença de meio para instrumento? Na realidade, todo instrumento é meio, mas nem todo meio é instrumento. (…) Daí a confusão. Só que o instrumento tem o nome especial, ele é um meio com nome especial, porque é um meio que você manipula. Tudo que você manipula é um instrumento. Então, se eu digo assim: “Nós nos falamos por e-mail”. Isso não é um instrumento, porque não é aquilo que eu mani-pulo. Isso é meio! Então essa preposição tem valor semântico de meio, porque eu não estou manipulando. Beleza.

Agora: “Cozinhar com colher de pau”. Isso é instrumento, porque é aquilo que eu manipulo. É um meio, claro, que eu utilizei para cozinhar, mas, se eu manipulo, é instrumento. Então essa preposição tem valor semântico de instrumento. Tá?

Meio pode ser meio de comunicação. Meio pode ser meio de transporte. Preposição com valor semântico de meio aparece em meio de comunicação (foi o exemplo que eu te dei aqui em cima), em meio de transporte, quando você diz “vamos de avião”. Isso é meio. E pode ser meio social, que é o último, por exemplo, quando você diz assim “entre professores é comum essa linguagem”. Isso é meio social.

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Agora, instrumento é diferente, é aquilo que você manipula. Apanhar de cinta é um instrumento. Cozinhar com colher de pau.

(…)

Há uma tendência de acharmos que tudo é modo. No desespero, a gente fala modo. Depois a gente cria um pânico e não chama mais de modo até quando é modo. Mas cuidado, porque normalmente a gente erra dizendo que é modo. (…) Modo é jeito. Se não for jeito, não é modo!

(…)

A palavra “até”, anote isso daí, por favor, e a gente vai resumindo aquilo que é mais importante. “Até” pode trazer duas ideias: de limite e de inclusão. Quando trouxer ideia de limite pode ser limite de tempo ou limite de lugar. Esses são os valores semânticos do até, que é uma palavra muito comum nas provas. Por exemplo, o até inclusão: “Até eu vou à festa”. Esse até indica inclusão, inclusive eu. Mas ele também pode indicar limite, por exemplo: “Ficarei até a noite” – limite de tempo. “Foi até o curso” – limite de lugar.

(…)

Agora a gente vai fazer uma revisão de conjunção, tá bem?

Daqui a pouco a gente vai fazer uma pausa rapidinho para o café.

Conjunção eu vou dividir em duas partes. É o assunto mais importante de hoje, porque nós vamos a fundo. Vamos começar pelo conceito de conjunção. (…)

Vamos começar pelas coordenativas.

Na realidade, esse conceito é mais para constar, porque antigamente (…) eu entendia que co-ordenativa era independente, no ponto de vista semântico, ou seja, eu podia tirar que estava tudo bem. E subordinativa era dependente. Só que hoje já se sabe que esse critério é um equí-voco! Esse negócio que diferencia coordenativa de subordinativa nada tem a ver com “pode

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sair, não pode sair”, sob o ponto de vista de sentido. Não dá pra ficar colocando a mão em cima. A gente fazia isso, colocava a mão em cima. Pode sair? Então é coordenativa. Não existe isso! Na verdade elas têm esses nomes por uma questão sintática. As coordenativas não exercem função sintática entre elas e as subordinativas exercem.

Para a prova, o que a banca vai querer? Que você classifique os valores semânticos das conjun-ções, então pouco importa o nome completo “conjunção coordenativa...”. Tem que saber valor semântico: aditiva, adversativa…

Então você tem que saber identificar o que é uma adição, o que é uma adversativa, o que é uma alternância. É isso que nós vamos fazer agora, tá?

Beleza. Aditiva é aquela que soma. Da prova que você vai fazer, para essa prova eu quero que você marque as seguintes conjunções. Quais são as que são importantes aqui, quais são aque-las que são mais cobradas para vocês, de vocês? O nem aparece muito nas provas. Por que esse ‘nem’ aparece muito? Porque muita gente se enrola com ele, deixa eu dar um exemplo aqui: “Nem trabalho, nem estudo”. Muita gente se enrola aqui, tem gente que fica assim “nem, nem”, “ou, ou”, “ora, ora”. E muita gente confunde com as alternativas. Só que, na realidade, esse ‘nem’ não está alternando trabalho e estudo. É como se eu dissesse “não trabalho e não estudo”. Então ele é uma conjunção coordenativa aditiva. Sempre! Sempre! E ele vem sempre ligado a uma negação.

Aliás, uma outra pegadinha é em relação ao primeiro ‘nem’, porque, cuidado, somente o segun-do ‘nem’ é uma conjunção! O primeiro ‘nem’ nem conjunção é! Na realidade é esse aqui que está somando, né? O primeiro está fazendo o quê? O primeiro é igual a não, ele é um advérbio de negação. (…) É gramaticalmente possível usar-se esse ‘nem’ para negar. Você não precisa colocar o não, entendeu? É norma culta mesmo. Nem trabalho nem estudo. É como se eu dis-sesse “não trabalho e não estudo”.

O que é típico da coloquialidade, e que se deve evitar, é colocar o ‘e’ antes do ‘nem’. A gente faz muito isso. No dia a dia a gente fala “nem trabalho e nem estudo”. Isso sim deve ser evitado, porque se o ‘nem’ já é um ‘e não’, então você não vai usar um ‘e’ diante dele. Então nada de dizer ‘e nem’. É muito comum as pessoas falarem ‘e nem’. Nem faço isso e nem aquilo. Não! É ‘nem’ só.

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Tá? Então isso é importante você grifar. Além disso, não sei se vocês lembram, nós resolvemos uma questão no nosso primeiro encontro, disso aqui que eu vou marcar: ‘não só… mas tam-bém’, ‘não só… como também’, ‘não só… mas ainda’. Coloquem um asterisco nela e façam uma referência. Elas são as expressões correlativas.

Como é que elas vêm em prova? Nós fizemos uma questão sobre elas, em que a banca perguntava o que se esperava depois do ‘não só’. A banca retirava o ‘não só’ do texto e perguntava. Na sequência, o que se espera num texto depois que se diz ‘não só’. E perguntava: letra a, oposição; letra b, causa; letra c, consequência; letra d, adição. Toda vez que se usa o ‘não só’ ou ‘não apenas’, na sequência espera-se a outra parte que vai se somar a ela. Se uma pessoa chega e fala assim (isso é típico da pessoa que se perde na conversa): “Oi, tudo bem? Olha, hoje, não só está um dia super difícil, caramba, você não tem noção, o meu voo atrasou, eu esqueci isso, esqueci aquilo, horrível. Tchau!”. Aí você fica assim, espera aí, ela disse o ‘não só’, espera-se o quê? A continuidade, que é a ideia de soma. Se a pessoa não vier com o ‘mas também’ fica incoerente.

Foi uma questão que nós fizemos. Aparentemente de interpretação, a pessoa acha que é interpretação, mas é pura gramática, porque é uma expressão correlativa. Então você acabou de grifar as expressões correlativas de adição. Uma pede a presença da outra. Quando se usa uma, espera-se a outra. Foi o que aconteceu nesse segundo exemplo: “Ela não só dirigiu a pesquisa como também escreveu o relatório”. Esse ‘não só’ exige o ‘como também’. Tá? E elas são correlativas de adição.

(…)

O que você está estudando? Você está estudando os valores semânticos das conjunções. Estamos estudando as coordenativas, já vimos as mais importantes das aditivas, e agora vamos para as adversativas.

Adversativa é contraste. Contraste é o mesmo que oposição. Então, em prova, tanto pode vir com o nome de contraste quanto como oposição, são sinônimos.

Um outro modelo de questão comum nessa banca que vocês vão fazer, nesse estilo de prova, é a banca perguntar o que a conjunção adversativa está opondo. Isso é muito comum quando a banca é alto nível. A FGV faz isso também.

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Quem não tem noção acha que a conjunção adversativa quando aparece opõe uma frase à outra. Normalmente, o aluno acha que está tudo que vem aqui em relação ao que vem depois, quando, na realidade, não. Aqui está mole, porque é pequeno, o trecho é curto, mas normalmente você tem que ficar atento, porque a conjunção adversativa não opõe tudo de um lado a tudo de outro. Ela opõe expressões, vocábulos.

Opõe o que nesse caso aqui? O ‘porém’ está opondo que termos? Que expressões? Parece simples, mas não é não. É compreensão mesmo. Você tem que ficar lendo para ver o que está opondo. Opondo o que a que? Tentei e não consegui. Porque a relação de tentar e não conse-guir é que é um contraste.

Então, te dei uma outra dica de prova. Toda vez que vier uma conjunção adversativa, atente ao fato de que ela vai opor expressões ou palavras, e não as duas orações como um tudo, tá?

Agora vamos ver às alternativas.

Quero que você marque essas duas ideias. A conjunção alternativa pode trazer duas ideias: de alternância ou de escolha. E são ideias diferentes, uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. Não é tudo a mesma coisa, entendeu?

Alternância é, por exemplo, quando digo: “O cavalo avançava ora para a esquerda, ora para a direita”. Isso são ações que se alternam. Então, nesse caso, você vai dizer que é conjunção alter-nativa com valor semântico de alternância. Tudo bem?

Agora, vem pra cá: “Ou saio eu ou sai ele desta sala”. E aí? Aqui eu não tenho ações que se al-ternam. Aqui eu tenho ações que se excluem. É o que se chama de valor semântico de exclusão ou escolha. Escolha é o mesmo que exclusão, ora se usa um nome, ora outro, é a mesma coisa. Tá bom?

Então é isso. O nome da conjunção é igual: conjunções alternativas. Só que o nome do valor semântico é que é diferente. Ou seja, não é porque é alternativa que vai indicar alternância. Isso que é importante para a prova. Em prova eles vão te pedir o valor semântico, e não o nome da conjunção, tá bom?

Então, venha comigo. Estamos estudando as conjunções. As conjunções coordenativas podem indicar... até agora vimos o quê? Aditivas, que são aquelas que somam. Adversativas, que são aquelas que trazem ideia de contraste, que é o mesmo que oposição. E as alternativas, que podem indicar dois valores semânticos, que são alternância ou escolha que é o mesmo que exclusão.

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Conclusivas, o nome já diz.

Desse conceito você sabe o que é importante? Conclusão é o mesmo que consequência. Presta atenção: em prova eles tanto vão destacar a conjunção conclusiva perguntando se o valor se-mântico é de conclusão como também vão perguntar se o valor semântico é de consequência. Conclusão e consequência são afins, são a mesma coisa.

Por que eu estou sendo tão enfática? Porque muita gente se enrola. Por exemplo, a banca vai lá numa prova, destaca o ‘portanto’ e pergunta assim: “a expressão grifada indica consequên-cia?”. Aí quem não tem experiência diz assim: não é consequência, é conclusão. Entendeu o que eu estou falando que não pode acontecer? Se é conclusão é consequência!

São elas as conjunções: logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim. Atenção: esse ‘pois’ conclusivo é o pois que vem deslocado! Como assim deslocado? O pois conclusivo vem sempre depois do verbo!

Esse ‘pois’ não está depois do verbo? É o ‘pois’ conclusivo, deslocado. E, aí, quando ele vem deslocado ele vem entre vírgulas!

Mas não quer dizer que, quando ele vem entre vírgulas, ele está deslocado, né? Foi uma outra questão da FGV. A banca colocou um ‘pois’ entre vírgulas e perguntou se ele estava deslocado. Só que ele estava antes do verbo e, na verdade, ele estava entre vírgulas porque a vírgula que estava depois não tinha nada a ver com ele. Aí todo mundo marcou que sim, que era deslocado e conclusivo, e não era. (…) Ele não é conclusivo só porque ele está entre vírgulas. Ele é conclu-sivo porque ele está deslocado!

E aí, se perguntarem se ele traz um valor de consequência, você vai dizer que sim! Até porque existe ali uma relação de causa e consequência. Qual é a relação? O fato de estar bem prepara-do para o teste fez com que não ficasse nervoso. Tudo bem?

Para fechar as coordenativas, as explicativas.

Explicativa é aquela que explica, justifica. São elas: que, porque, pois (mas aí é o pois que não é deslocado, é o pois no início da oração), porquanto. Atenção ao porquanto, que também cai

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muito em prova. Porquanto é sinônimo de pois e é diferente de portanto! Portanto é conclusi-vo.

Aí vem o exemplo: “Venha para casa, pois está começando a chover”. Esse ‘pois’ é uma explica-ção para o que se disse na outra oração.

Outra coisa que você não pode esquecer é que a conjunção explicativa vem, muitas vezes, com uma outra oração com o verbo no imperativo. Verbo no imperativo seguido de ‘pois’, ‘porque’, normalmente, é explicação. Por quê? O verbo imperativo não está dando uma ordem? Normal-mente você explica depois da ordem. Só para relembrar.

Então a gente vai tomar um café e, quando a gente voltar, é exercício e depois as questões. Tá bom?

Então vamos lá! Eu quero que vocês abram a apostila na página 11 e, antes de falar das conjun-ções subordinativas, vamos fazer esse exercício de conjunções coordenativas.

(…)

Conjunção subordinativa.

A oração subordinada é aquela que depende da principal, porque tem uma relação sintática com ela. Na prática, em conjunção, você não precisa saber nada disso. Você só precisa – e, aí, você precisa mesmo – decorar quais são as coordenativas e quais são as subordinativas, porque na hora da prova você vai ver que a banca não quer o nome completo, ela quer apenas que você identifique o valor semântico. Então, a gente tem que ter decorado que as coordenativas são cinco (aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas).

As subordinativas se subdividem em dois blocos: de um lado as integrantes, de outro lado as adverbiais.

As integrantes (e a FAURGS cobra muito isso nas provas, o ‘que’ e as classificações do ‘que’) são aquelas que integram a oração substantiva.

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E, aí, tem um macete para elas. As integrantes são aquelas que iniciam uma oração substantiva, uma oração que equivale a um substantivo, uma oração que pode ser trocada por isso. Espero isso. Pode ser tanto o ‘que’ quanto o ‘se’.

Um exemplo com o ‘se’: “Não sei se sairemos hoje”. Não sei isso. E esse ‘se’ é conjunção inte-grante.

De um lado essas integrantes e lá no outro extremo, as adverbiais, que são aquelas que trazem valores semânticos adverbiais. São nove, lembra? E aí eu sempre peço para decorar assim:

Seis que começam com a letra C + FTP. Os 6 Cs quais são? Causais, concessivas, consecutivas, conformativas, comparativas e condicionais. F de final, T de temporal e P de proporcional.

Perfeito, agora vamos só revisá-las uma a uma.

Concessivas: das concessivas o que nós não podemos esquecer? Temos que memorizar duas coisas. A concessão é uma ideia contrária. Concessão está no campo semântico da oposição. Quando você diz que você vai fazer uma concessão é porque você vai fazer algo que não se espera. Segunda coisa que a gente não pode esquecer: a concessão leva sempre o verbo para o subjuntivo. Sempre.

Atenção ao ‘conquanto’, que vem muito em prova, ao embora! ‘Se bem que’, ‘por mais que’. Atenção ao ‘posto que’ que, no direito, é muito utilizado com valor semântico de ‘porque/visto que’, mas na realidade ele é concessivo. ‘Posto que’ não é ‘porque’. ‘Posto que’ não é... “o réu

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foi condenado posto que culpado”. O réu foi condenado posto que inocente! ‘Posto que’ é igual a ‘embora’. O direito usa muito ‘posto que’ com valor de ‘porque’. Não pode! É igual a ‘embora’.

O direito faz muito isso por causa de Vinícius de Moraes, que usou o ‘posto que’: “Que seja imortal, posto que é chama”. Ele usou o ‘posto que’ com valor de causa. Mas foi Vinícius, ora! Ele enchia a cara e estava “doidão” quando fez isso, todo mundo sabe. Só que ele tinha liberda-de poética de fazer o que ele queria e do jeito que ele queria, né? E aí o direito perpetuou isso e acaba por confundir quem escreve.

Mas se você for escrever, fazer uma redação com o ‘posto que’ com valor de causa, você é pe-nalizado. Então, não pode. Posto que é embora!

Tá! Duas coisas que a gente tem que saber sobre as concessivas: elas trazem ideia contrária e elas colocam sempre o verbo no subjuntivo. Por que eu estou repetindo essas duas coisas? Por-que isso é típico das provas, compararem as concessivas com as adversativas.

E aí agora eu vou organizar desse lado aqui à medida que a gente for fazendo a revisão, tudo que semanticamente pode pegar em prova.

Primeiro problema que advém dali, das concessivas, é esse. Se as concessivas trazem ideia con-trária, então o que as diferencia das adversativas? As adversativas, você acabou de ver, tam-bém trazem ideias contrárias (mas, porém, contudo, todavia). Não é contraste, oposição? En-tão o que as diferencia?

Primeiro vamos colocar aqui o que elas têm em comum. Qual é a semelhança entre elas? É a ideia de contraste. As duas contrastam. Sob esse ponto de vista elas se assemelham.

Qual é a diferença? Eu vou organizar dessa forma que vocês não vão esquecer mais. São três diferenças entre elas e, dessas três diferenças, começam a surgir as questões.

A primeira diferença é tão simples que parece até que eu estou brincando. São as listas de con-junções que, aqui entre nós, se você não decorar, ferrou!

Se eu não souber que ‘conquanto’ está na lista das concessivas, eu vou dizer que é adversativa. Para pra pensar. Tem que decorar conjunção! Tem gente que fala: “ai, eu não gosto de deco-rar!”. Eu não gosto de decorar, aliás, eu odeio esse português de decoreba, mas tem coisa que tem que decorar, porque isso é língua! Lista de conjunção tem que decorar, porque são listas diferentes!

Qual é a lista das conjunções adversativas? Eu tenho que ter decorado. Quais são? Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto.

E qual é a lista das concessivas? Embora, conquanto, posto que, ainda que.

Então essa é a primeira diferença: cada uma na sua lista.

Segunda diferença: os verbos! Nas adversativas, o verbo fica no indicativo. E nas concessivas, o verbo fica no subjuntivo. E é por isso que vocês vão ver nas questões que as bancas vão ter o cuidado de falar que a troca de uma pela outra mantém a ideia de contraste, mas gera erro gramatical. Porque gera erro gramatical? Porque a troca da adversativa pela concessiva gera erro gramatical? Se eu digo: “Foi à praia, porém chovia”. Se eu trocar o ‘porém’ por ‘embora’, a ideia de contraste se mantém, mas eu terei que fazer o quê? Trocar o verbo. “Foi à praia, em-bora chovesse”. ‘Chovia’ é o quê? Indicativo. E ‘chovesse’ passou a ser o quê? O imperfeito do

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subjuntivo. Então é troca de uma pela outra, mantém o sentido de oposição, mas interfere na estrutura da frase. Eu tenho que mudar o verbo, se não fica errado. A troca de uma pela outra gera erro gramatical.

E um terceiro ponto que eu vejo, e eu cheguei a comentar, mas acho que eu não tinha feito essa revisão, talvez não tenha fica tão claro. Mas no primeiro encontro eu comentei isso e agora vai ficar mais claro. A gente pegou uma questão que era da FAURGS e a banca trocava um ‘porém’ numa adversativa pelas concessivas, ela fazia essa brincadeira que é muito comum. Só que quem olha rapidamente acha que isso aqui é reescritura, acha que o que eu estou dizendo aqui é o mesmo que e estou dizendo aqui.

Rapidamente olhando parece beleza, porque, se as duas trazem ideia de contraste, parece que eu estou dizendo a mesma coisa. Só que a troca de uma pela outra muda a ênfase da frase. Por que muda e, com isso, muda o sentido. Lembra? Porque quando eu uso a conjunção adversa-tiva ela enfatiza o quê? Eu cheguei a comentar, mas não sei se vocês lembram. Lembra que eu disse: toda vez que aparece a conjunção adversativa, enfatiza-se o que vem depois. Entretanto, no texto, muitas vezes, a conjunção apresenta a tese. A ideia mais importante. Lembra? Eu até brinco: é aquela história do gatinho que quer terminar com a gatinha. “Você é linda, maravilho-sa, você é perfeita, porém…”. E aí ele está querendo dizer que não vai rolar. E ela, se não tiver um pouquinho de base de interpretação de texto, vai falar: “eu sou linda mesmo e a gente ain-da tem chance”. Só que, na realidade, ele veio dizer que não vai rolar!

Por quê? Porque, por mais que você agrade antes do ‘porém’, se você falar uma coisa ruim depois do ‘porém’, na verdade você veio falar da coisa ruim. Então, a conjunção adversativa enfatiza o que vem imediatamente depois dela!

Já a conjunção concessiva enfatiza o que vem na outra oração! Ou seja, se eu estou dizendo ‘embora chovesse’, na verdade eu vim dizer que ele foi à praia. Eu quero falar mesmo que ‘ele foi à praia’. E aqui eu quero falar que ‘chovia’, eu quero mostrar que chovia.

É o exemplo que eu dou do réu. “O réu foi condenado, porém inocente”. O que eu estou enfati-zando? A inocência dele.

Agora... “O réu foi condenado, embora inocente”. O que eu estou enfatizando? A condenação.

A troca de uma pela outra muda o sentido da frase, porque muda a ênfase.

Então são 3 coisas que a gente precisa saber sobre a relação entre a adversativa e a concessiva. A terceira é: as conjunções adversativas dão ênfase ao que vem depois. E as conjunções con-cessivas dão ênfase à outra oração, não necessariamente antes, mas é à outra oração.

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Vou te dar um outro exemplo de concessiva pra você visualizar isso.

“Embora tenha sido em legítima defesa, ele matou.”

“Ele matou, porém foi em legítima defesa.”

E aí? Troquei a concessiva pela adversativa, não troquei? Repare. Dessas coisas que a gente falou. Primeiro: as listas vão ser sempre diferentes. Quando eu olho para o ‘embora’ eu sei que ele vai ser sempre concessivo e o ‘porém’ vai ser sempre adversativo, porque eu decorei.

Segundo: o que muda? A adversativa leva o verbo para o indicativo (foi) e a concessiva leva o verbo para o presente do subjuntivo (tenha).

E terceira: a ênfase. No primeiro caso, o que ele está enfatizando? Essa pessoa que falou está defendendo ou atacando o réu? Quando ele diz “embora tenha sido em legítima defesa, ele matou”, está atacando. A ênfase recai no erro dele, ele matou. Então a conjunção concessiva dá ênfase para a outra oração que é chamada oração principal, porque ela (a concessiva) é subordinada, ou seja, ela não manda nada. Quem manda é a outra oração, a oração principal, essa é a lógica argumentativa disso. Aqui não. Se você tá usando o ‘embora’ é porque você quer enfatizar a outra oração lá, a principal, a que você vai falar depois, na outra oração, não nessa oração. Entendeu?

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E aqui não. Aqui é “ele matou, porém foi em legítima defesa”. A ênfase recai sobre a defesa. Está defendendo o réu. Então a troca de uma pela outra mantém a relação de contraste, mas gera mudança de sentido. Tudo bem?

Pronto. Estamos, então, tratando das conjunções, estamos organizando esse tópico do edital que são as relações semânticas no texto. Estamos organizando as diferentes entre as coorde-nativas e as subordinativas, para vocês não se enrolarem. E a primeira diferença foi a diferença entre as adversativas, que são coordenativas, e as concessivas, que são subordinativas.

Agora vamos às condicionais.

(…)

O que é condição? É algo hipotético, que pode acontecer ou não. A condição está no campo semântico da hipótese. Não é o fato ocorrido. É o fato que pode acontecer ou não.

Essa é a lista das condições condicionais, mas o tipo de prova que vocês vão fazer vai muito além disso. Cá entre nós, ficar decorando só a lista e achar que está tudo bem é furtada, porque a banca vai pegar alguma que não está na lista e vai perguntar.

(…)

Conformativas:

Você vai ver que a banca pede muito o ‘como’. Eu trouxe para você um exemplo de questão de ‘como’. ‘Como’ e ‘que’ a banca adora. E aí eu aproveito esse como aqui só para a gente organi-zar o que o ‘como’ pode ser. Vamos deixar aqui no cantinho resumido o que o ‘como’ pode ser.

“O ataque ocorreu como havíamos planejado”. O ataque ocorreu conforme havíamos planeja-do.

Mas o ‘como’ pode trazer 3 ideias. Pode ser conjunção conformativa, causal (o fato de... fez com que…, “como choveu muito as ruas ficaram alagadas”) e comparativa. Causal, quando ti-ver o sentido de “já que”, conformativa, quando tiver o sentido de “conforme” e comparativa, quando tiver o sentido de “do mesmo modo que”.

“Ele é feliz como o irmão”. É como se eu dissesse “ele é feliz do mesmo modo que o irmão”.

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(…)

As conjunções causais são as mesmas conjunções explicativas, exceto o ‘como’.

(…)

Com isso a gente está entrando em outro ponto que, anote aí, lembra que aqui ao lado a gente está colocando tudo que pode pegar em prova? Qual é a diferença entre as causais e as expli-cativas? O que elas têm em comum e o que elas têm de diferente que pode me ajudar na ques-tão?

Qual é a semelhança? A lista, diferentemente das concessivas e das adversativas. Lembra que eu falei que a vantagem das concessivas e adversativas é que as listas são diferentes? Então se algum colega chegar para você falando assim: “porque o embora não é adversativo?”. Aí você vai falar para ele: “porque não é, está na lista das concessivas”. Ali você não tinha problema, porque você decorou e acertou na hora de classificar. Aqui não, porque as listas são iguais! Ex-ceto o ‘como’, lembra? O ‘como’ não pode ser explicativo.

Mas todas as outras causais podem ser explicativas. O pois pode ser explicativo ou causal, o porque pode ser explicativo ou causal, o porquanto. (...)

Qual é a diferença? (…) O que eu mato? O verbo? Não, o verbo é igual das causais e explicativas. A ênfase? Não, nada a ver. Então o que diferencia uma da outra? A diferença está… vou te dar duas frases e, com elas, a gente mata esse tipo de questão.

“Choveu, pois o dia foi quente.”

“Choveu, pois o chão está molhado.”

Copie essas frases, por favor.

Assim, pois está na lista das causais e explicativas. Não está deslocado, está antes dos seus respectivos verbos. Se estivesse deslocado eu mataria a questão (conclusivo). Está no início da oração, pode ser causal ou explicativo. Como eu vou saber se é uma ou se é outra? É simples. A linguística diz que a relação de causa e consequência se sobrepõe a qualquer outra. Isso é difícil para o aluno entender, mais fácil entender da seguinte forma. O macete é: olhe para a frase, primeiro pergunte se é causa. Se for causa, não será explicação. Se não for causa, será explicação. Não pergunte se é explicação! Se você perguntar se é explicação, você vai achar que é sempre explicativo tudo. Porque tudo tem cara de explicação. Tudo que a gente fala parece explicação, se você for pensar bem.

De uma maneira mais empolada, pergunte se há uma relação de causa e efeito. Se houver, é causal. Se não houver, é explicativa.

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“Choveu, pois o dia foi quente”. Vem comigo, vamos lá. Quero saber se esse ‘pois’ é causal ou explicativo. Como eu pergunto, então? Eu primeiro pergunto se ele é causa. E aí como é que eu pergunto isso? (…) A maneira mais fácil na hora de classificar a preposição ou conjunção é olhar para o que vem depois. Esse negócio de olhar para o lugar certo muda a tua vida, porque às vezes a pessoa perde a coordenação motora, olha lá para o outro lado e se enrola. Eu vou olhar para o que vem depois! Então vai… O fato de estar quente fez com que chovesse? O fato de o dia ter sido quente fez com que chovesse? Sim. Então esse ‘pois’ é causal. E aí o seu colega vai perguntar assim: “porque não é explicativo?”. Você vai responder assim: “porque é causal”.

Agora vá para a segunda. E aí?

Primeiro pergunto se é causa. Como é que eu faço? O chão estar molhado fez com que choves-se? Esse negócio de ‘fez com que’ salva para saber se é causa e efeito, né? O chão estar molha-do fez com que chovesse? Não! Então ele é o quê? Explicativo!

Gente, 20 anos de praia, 20 anos ensinando esse negócio. Eu aprendi muita coisa, eu aprendi até que o aluno não errava porque ele não entendia, eu aprendi que o aluno errava porque olhava para o lugar errado.

Quer ver? Vou te mostrar um aluno sem coordenação motora, para isso não acontecer com você, tá? Porque às vezes a gente perde a coordenação motora, mesmo sendo esperto. “Cho-veu, pois o chão está molhado”. Então, choveu… por isso o chão está molhado. Choveu e, por causa disso, o chão ficou molhado. Essa pessoa parece que está super boa, super sã, né? Não parece que tem tudo a ver o que eu estou falando? Choveu e, aí, o chão ficou molhado. Causa e consequência…

Agora eu quero q você me ajude, eu quero q você me salve. O que eu fiz de errado aqui? Pri-meiro que eu olhei para cá e, se eu quero classificar essa conjunção, eu tenho que olhar para lá. Então, na verdade, não é “choveu”, é isso aqui. Aí eu tenho que classificar esse ‘pois’, né? Gente, isso não é difícil. O problema é que as pessoas nem sabem para onde olhar! Então, se eu tenho que classificar isso aqui, eu olho para cá.

Então, eu tenho que perguntar se o chão estar molhado (é para ele que eu tenho que olhar) é causa ou explicação. Aí o teu colega vai querer te enrolar, porque aqui você é uma pessoa, lá fora, começa os fóruns, cada um quer dar uma resposta mais bonita, e aí o cara começa a falar umas coisas assim e o outro lá vai perguntar assim... mas isso não é consequência? Aí você vai dizer para ele: “olha, não é causa e se não é causa, é explicação”. E aí ele vai continuar te ten-tando: “mas não é consequência? Choveu, consequência: o chão ficou molhado?”. O que você

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vai dizer para ele? Eu estou te perguntando, eu sou agora do mal e eu quero que você perca to-das as suas convicções e eu estou aqui tentando você. Eu quero que porque não é consecutiva? Choveu, consequência: o chão está molhado. Porque não é? Porque o chão estar molhado não é consequência de chover? (…) Eu estou falando assim, porque depois você vai ficar sem mim e eu quero que você seja uma pessoa convicta, entendeu?

Então, assim, primeira coisa que vão tentar fazer com você. Choveu, consequência: o chão está molhado – pra mim é consecutiva. Você vai falar o seguinte. Primeiro, cuidado para não ler uma coisa e pensar em outra. É muito comum que a pessoa fale choveu, o chão ficou molhado. Tro-quei o ‘está’ pelo ‘ficou’ e já ficou diferente. Primeira coisa: ler o que está ali, não sair do que está ali, não extrapolar.

Agora, acima disso está o fato de decorar as listas. O ‘pois’ nunca vai ser consequência, a não ser que ele esteja deslocado!

Meninas, esse assunto é um dos assuntos, se não o mais, mais complexos da gramática. Sabe por quê? Eu estou falando isso porque vocês já estão com uma base boa e, mesmo assim, eu estou conseguindo mexer com vocês. É muito complexo, porque ele exige duas coisas do candi-dato. Memorização. Tem que ter decorado as listas, que, aqui entre nós, se você é uma pessoa que decorou, vai chegar para a outra vai falar assim: “não viaja”.

O ‘pois’ só pode ser três coisas. Se ele vem no início da oração, você acabou de organizar, ele é igual a ‘porque’, então, ele pode ser causal ou explicativo. E, aí, tudo vai depender da relação de causa e efeito. Foi o que vimos.

E, se vier deslocado, falamos disso hoje, se vier após o verbo, vai ser conclusivo. Por isso que tem que decorar! Os meus alunos ficam assim para mim: “Adriana, eu não gosto de decorar”. Porque realmente eu não gosto que ninguém decore nada, eu sempre procuro mostrar a lógi-ca. Mas quando o aluno começa a fazer corpo mole aqui: “ai, eu não gosto de decorar, não”, eu falo “aqui não dá”. Tem que decorar! Conjunção não tem jeito, você tem que decorar, porque isso vai poupar tempo e viagem.

A galera viaja, porque não decorou. Se você decorar que ele só vai ser conclusivo, ou seja, tra-zer uma ideia de consequência, se vier deslocado, quando a pessoa viajar e falar assim: “mas não pode ser consequência?”. Você fala: “não, porque o pois só vai trazer a ideia de consequ-ência se vier deslocado!”. E ele nem está deslocado, ele está no início da oração. Quando ele vem no início da oração, será causa ou explicação. Será causa se houver uma relação de causa e consequência. Se não, será o quê? Explicação!

Gente, lá na época em que isso começou a aparecer em prova, pra vocês terem uma noção, isso começou a aparecer em 2004, começou a vir em concurso esse negócio de conjunção. É que vocês não vivem disso, mas a gente que é professor, a gente vê as revoluções. Hoje vocês estão assistindo uma outra revolução, que é a revolução do texto. As bancas estão cobrando muito interpretação em redação, isso é uma revolução. É que vocês não acompanham, mas antes in-terpretação, a pessoa ia para a prova assim: “ai, tomara que eu goste do texto e tal”. E hoje em dia, se você gosta do texto, ainda é pior, porque você se envolve, perde a razão, perde a sanida-de, perde o controle. Então hoje mudou, hoje texto é uma revolução.

E outra revolução que aconteceu em concurso foi conjunção. Eu me lembro que eu dava aula nessa época, eu entrava no cursinho e o dono do cursinho, eu nunca me esqueço, eu fui dar aula de conjunção, a primeira aula, eu empolgadíssima, porque isso é lindo, né? Isso beneficia

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o aluno bom. E eu, toda empolgada dando aula de conjunção, fui para a minha casa, voltei na semana seguinte para dar aula e o dono me chamou e falou assim: “aquela aula que você deu na semana passada, você não consegue dar só depois do último cheque bater?”. Os alunos de-sistindo de estudar para concurso! Ele pedia para eu não ensinar isso antes do último cheque dos alunos bater, porque as pessoas desistiam de estudar. Falavam assim: “eu não quero mais estudar para concurso, isso é muito pior do que eu imaginava”. Porque todo mundo só estu-dava português como? Decorando! Vocês não são dessa época, mas português era o quê? Um monte de regra. Se alguém chega pra mim e fala assim: “português é regrinha”, eu nem olho, eu falo “vai na fé, você está fazendo concurso para onde?”. Porque português está longe de ser regrinha!

E esse assunto (conjunção) revolucionou, porque, aqui entre nós, tem que decorar, mas é raciocínio lógico. Aliás, isso é bem raciocínio lógico. O Bruno Lima, que é meu amigo, meu parceiro, a gente, quando tem tempo, fica conversando sobre isso, porque há lógica no português. Olha o que você fez aqui… pura lógica! Olhar para o lugar certo, pura lógica!

(…)

Vamos almoçar, né? (...)