Titulo do Projeto: Síntese de glicero-fosfatos com atividade antiincrustante em embarcações....

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Titulo do Projeto: Síntese de glicero-fosfatos com atividade antiincrustante em embarcações. Pesquisadores: Claudio Cerqueira Lopes; Rosangela Sabbatini Capella Lopes e Jari Nobrega Cardoso, UFRJ, Instituto de Química, Departamento de Química Analítica, CT, Bloco A, quinto andar sala 508, Rio de Janeiro, RJ. Capitão Willian Batista Romão- Instituto de Pesquisa do Mar Almirante Paulo Moreira – IEAPM, organização militar pertencente a Marinha do Brasil, localizado na cidade de Arraial do Cabo – RJ

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Titulo do Projeto: Síntese de glicero-fosfatos com atividade antiincrustante em embarcações.

Pesquisadores: Claudio Cerqueira Lopes; Rosangela Sabbatini Capella Lopes e Jari Nobrega Cardoso, UFRJ, Instituto de Química, Departamento de Química Analítica, CT, Bloco A, quinto andar sala 508, Rio de Janeiro, RJ.

Capitão Willian Batista Romão- Instituto de Pesquisa do Mar Almirante Paulo Moreira – IEAPM, organização militar pertencente a Marinha do Brasil, localizado na cidade de Arraial do Cabo – RJ

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1.1 Bioincrustação

Bioincrustação é um processo natural que ocorre com qualquer estrutura quando posta em contato com água onde exista a presença de microorganismos. Deste modo, o mar desponta como sendo o local ideal para que este processo venha ocorrer.A bioincrustação inicia-se imediatamente após o objeto ser colocado no mar, desenvolvendo-se até o ponto onde se verifica a presença de macroorganismos marinhos como algas, balanídeos* e mexilhões.

Figura 1.1 Protozoário

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Tipo, a extensão e a severidade da bioincrustação:

Em zonas polares, com temperaturas abaixo dos 5ºC, a ação da bioincustração é baixa; em zonas temperadas, com temperaturas de 5 a 20ºC, o risco torna-se médio; já em zonas tropicais e subtropicais, onde as temperaturas são maiores que 20ºC, o risco associado com bioincrustação é alto.

Problemas devido à presença de bioincrutações são abrangentes, indo desde o entupimento de canalizações, passando pelo comprometimento estrutural de plataformas e chegando a ação prejudicial da performance de embarcações.

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1.2 Combate a Bioincrustação

Os problemas relacionados com a bioincrustação marinha têm sido enfrentados por alguns milhares de anos. Inicialmente, Fenícios e Cartagineses usaram piche e possivelmente coberturas de cobre, enquanto outras culturas mais antigas usavam cera, alcatrão e asfalto para combater as incrustações nas obras-vivas* dos navios (YEBRA et al., 2004).

Por volta do século dezoito, o problema foi basicamente solucionado com a aplicação de folhas de cobre aos cascos de madeira. Este método trabalhou bem, minimizando o crescimento e diminuindo a necessidade de freqüentes raspagens nas obras-vivas das embarcações.

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Porém, quando da substituição das embarcações de madeira por cascos de ferro e aço, tal procedimento ao ser continuado, e devido ao desconhecimento sobre corrosão galvânica, foi entendido a duras penas que tal método de combate à incrustação deveria ser abandonado.Atualmente no combate a bioincrustação, várias ações podem ser tomadas. Dependendo da situação e da aplicabilidade, pode ser feita a remoção mecânica dos organismos incrustados de tempos em tempos; utilizar materiais menos propensos a bioincrustação; usar proteção eletroquímica, etc. Porém o mais efetivo e econômico método tem sido o uso de tintas antiincrustantes contendo TBT (tributil-estanho).

Figura 1.2 Hélice incrustado

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1.3 Banimento e Substituição do TBT

Em novembro de 1999, uma assembléia da “International Maritime Organization”-IMO, Agência das Nações Unidas, responsável pelo aprimoramento da segurança marítima e pela prevenção de poluição por navios, conclamou para uma proibição global, a partir de 1º de janeiro de 2003, da aplicação de compostos organo-estanho como agentes biocidas em sistemas de pintura antiincrustantes de navios, tendo como prazo final 1º de janeiro de 2008 para sua completa proibição de uso.

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Alternativas químicas ao uso de TBT :

- pinturas convencionais a base de cobre (cobre metálico, óxido cuproso ou tiocianato cuproso), a qual apesar de sua menor performance, é consideravelmente menos tóxico do que o TBT.

- pinturas a base de cobre com resinas de autopolimento, onde compostos secundários (zinco-piritiona ou cobre-piritiona) reforçam a ação biocida (efetiva a grandes velocidades > 20 nós).

-uso de pinturas não tóxicas com o uso de Teflon, o qual evita ou minimiza a adesão de organismos quando a embarcação encontrar-se em movimento (fouling release coatings). -Outra variação se faz usando polímeros de silicone, com mais sucesso.

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- A alternativa que vem sendo considerada a mais promissora é o uso de biocidas naturais, e vários antiincrustantes naturais tem sido isolados dos mais diversos organismos marinhos, os quais incluem bactérias, esponjas, corais, ascidias e diversas algas (BURGESS et al., 2003; TEIXERA, 2002). Embora antiincrustantes naturais tenham sido pesquisados por mais de 10 anos, o desenvolvimento de tintas com esta base, ainda não se encontra plenamente disponível.

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1.4 Produtos Naturais de Espécies Marinhas

O Instituto de Pesquisa do Mar Almirante Paulo Moreira – IEAPM, , organização pertencente a Marinha do Brasil, localizado na cidade de Arraial do Cabo – RJ, e o Laboratório de Síntese e Análise de Produtos Estratégicos (LASAPE), Instituto de Química, Departamento de Química Analítica- UFRJ, preenchem satisfatoriamente todos os requisitos para atuarem na identificação, avaliação biológica e síntese de biocidas com atividade antiincrustante, utilizando a glicerina como matéria- prima, um sub-produto do programa Biodiesel.

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O constituinte abaixo, obtido de esponjas marinhas australianas da espécie Crella incrustans, por exemplo, atua como um poderoso antiincrustante, inibindo o assentamento ou estabelecimento de larvas de ascídia, cracas, briozoários e de algas. (TEIXERA, 2002; BUTLER et al., 1996).

Figura 1.5 Glicero-fosfolipídio extraído de esponja

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Esponjas marinhas pertencem ao Filo chamado Porifera, - em referência à estrutura porosa do corpo, no qual estão catalogadas aproximadamente 15.000 espécies. Estes animais são tidos como os mais primitivos do sub-reino Parazoa*, e são organizados em três grupos distintos: o Hexactinellida (esponjas vítreas), o Demospongiae, o mais diverso de todos, reunindo 90% de toda espécie conhecida, e o Calcarea (esponjas calcárias). Sendo na verdade, animais pluricelulares, de aspecto semelhante ao de várias plantas, consistindo de massas de células consolidadas em uma matriz gelatinosa (DEMBITSKY et al., 2003; BELARBI et al.,2003).

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As espécies podem se apresentar como crostas finas e chatas, em forma de vaso, ramificadas, globulares ou de forma variada, de 1mm até 2 metros de diâmetro. Muitas são coloridas de cinzento ou pardo e outras são vermelhas brilhante, alaranjadas, azuis, violáceas ou pretas. A maioria das esponjas vive da linha da maré baixa até a profundidade de 60.0 metros. Todas são fixas a rochas, conchas ou outros objetos sólidos.

Figura 1.8 Esponja Prpura

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