Tipos de Pedagogia

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Métodos de ensino- Contrastando com a educação tradicional, as novas tendências pedagógicas visam proporcionar espaços mais descontraídos, opondo-se como investigação livre, à educação ensinada. Os novos métodos de ensino visam à auto- educação e a aprendizagem surge de um processo ativo. Tabela de conteúdo [esconder ] 1 Método de ensino vs teoria pedagógica 2 Principais métodos de ensino o 2.1 Pedagogia Tradicional o 2.2 Pedagogia Progressista o 2.3 Pedagogia Renovada o 2.4 Pedagogia Tecnicista o 2.5 Pedagogia Montessoriana 3 Pedagogia Construtivista o 3.1 Pedagogia Waldorf (Antroposofia) o 3.2 Pedagogia Pragmática 4 Entrevistas o 4.1 Entrevista 1: Colégio Particular o 4.2 Entrevista 2: Colégio Público o 4.3 Entrevista 3: Escola Municipal 5 Conclusão 6 Referências bibliográficas Método de ensino vs teoria pedagógica Método de ensino é a maneira pela qual o professor organiza as atividades de ensino para atingir os objetivos de ensino / aprendizagem, compreendendo as estratégias, ações e procedimentos adotados que estão vinculados a reflexão, compreensão e transformação da realidade.

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Mtodos de ensino-Contrastando com a educao tradicional, as novas tendncias pedaggicas visam proporcionar espaos mais descontrados, opondo-se como investigao livre, educao ensinada. Os novos mtodos de ensino visam auto-educao e a aprendizagem surge de um processo ativo.Tabela de contedo[esconder] 1Mtodo de ensino vs teoria pedaggica 2Principais mtodos de ensino 2.1Pedagogia Tradicional 2.2Pedagogia Progressista 2.3Pedagogia Renovada 2.4Pedagogia Tecnicista 2.5Pedagogia Montessoriana 3Pedagogia Construtivista 3.1Pedagogia Waldorf (Antroposofia) 3.2Pedagogia Pragmtica 4Entrevistas 4.1Entrevista 1: Colgio Particular 4.2Entrevista 2: Colgio Pblico 4.3Entrevista 3: Escola Municipal 5Concluso 6Referncias bibliogrficas

Mtodo de ensino vs teoria pedaggicaMtodo de ensino a maneira pela qual o professor organiza as atividades de ensino para atingir os objetivos de ensino / aprendizagem, compreendendo as estratgias, aes e procedimentos adotados que esto vinculados a reflexo, compreenso e transformao da realidade.Teorias pedaggicas so construes determinadas pelas circunstncias histricas, que relacionam-se aos ideais defendidos pelos tericos em funo dos problemas vividos em cada etapa de desenvolvimento da sociedade. Por uma questo didtica fazem-se classificaes, porm se misturam e transformam-se ao longo da histria. So produtos dos seres humanos e estes, ao serem sempre dinmicos, devido a interaes com as condies e circunstncias cotidianas, tambm histricas, tm suas lgicas (culturalmente internalizadas) enredadas com lgicas da sobrevivncia.Principais mtodos de ensinoPedagogia TradicionalSua origem data do sculo XVIII, nas escolas pblicas francesas, a partir do Iluminismo. O objetivo principal era universalizar o acesso do indivduo ao conhecimento. Possui um modelo firmado e certa resistncia em aceitar inovaes, e por isso foi considerada ultrapassada nas dcadas de 60 e 70.A formao de um aluno crtico e criativo depende justamente da bagagem de informao adquirida e do domnio dos conhecimentos consolidados. No h lugar para o aluno atuar, agir ou reagir de forma individual. No existem atividades prticas que permitem aos alunos participar. Geralmente, as aulas so expositivas, com muita teoria e exerccios sistematizados para a memorizao.O professor o guia do processo educativo e exerce uma espcie de poder. Tem como funo transmitir conhecimento e informaes, mantendo certa distncia dos alunos. As avaliaes so peridicas, por meio de provas, e medem a quantidade de informao que o aluno conseguiu absorver.As escolas que adotam o mtodo de ensino tradicional preparam seus alunos para o vestibular desde o incio do currculo escolar e enfatizam que no h como formar um aluno questionador sem uma base slida, rgida e normativa de informao.Destaca-se nesta metodologia a importncia que o conhecimento continua tendo na vida atual como meio de transformao do homem. No entanto, cabem algumas consideraes feitas por estudiosos da rea: No existem verdades absolutas e todo o conhecimento do passado deve ser contextualizado na realidade atual, pois este ser sempre dinmico e provisrio (ARAGO, 1993); Memorizao e repetio no devem ser entendidos como sinnimo de aprendizagem, visto que memorizar conceitos ou frmulas no aprender. Aprender passa pela memria, mas no se reduz memria. Memorizar no provoca relaes entre os diversos conhecimentos em processo e os j estruturados. necessrio reformular a viso enciclopedista. Aprender no acumular conhecimentos, apesar de passar pelas informaes, no se resume a elas. Somente transmitir conhecimentos no garante a aprendizagem. Aprendizagem pressupe anlise, comparao, associao com o j conhecido, predisposio negociao e a interao com o novo. Deve-se mudar a metodologia favorecendo a interao dos alunos com os conhecimentos acerca da temtica em questo, articulando os diversos conhecimentos, aplicando o Princpio da Transdisciplinaridade, conforme Nicolescu, 1999. H a crena na neutralidade do professor e do conhecimento, no entanto a construo do conhecimento subjetiva, pois a pessoa que recebe tal conhecimento o transforma e o adequa sua estrutura mental. O ser humano uma articulao da razo com a emoo (Damsio, 1996).Pedagogia ProgressistaEntre as tendncias que compem esta pedagogia, destacam-se a Pedagogia Libertadora de Paulo Freire e a Pedagogia Crtico-Social dos Contedos. Esta ltima conta com um grande nmero de seguidores e, atualmente, as orientaes dessa pedagogia tm-se revelado muito uteis na produo de pesquisas na rea educacional. Pretende, em ltima instncia, a transformao social. Pontuamos a seguir algumas de suas caractersticas: Reivindica ensino pblico, gratuito, democrtico e de qualidade, assim como um relacionamento democrtico entre alunos e professor sem abrir mo da diretividade. No descuida da relao da Educao com o social, com o poltico e com a filosofia. A prtica pedaggica deve estar, sempre que possvel, inserida na prtica social. Tambm no descuida da relao Objetivos Educacionais, Contedos e Mtodos, incentivando a anlise crtica da estrutura social e sua ideologia dominante. Essa pedagogia sempre denunciou a conscincia ingnua que d lugar dicotomia teoria e prtica. Ainda hoje, mesmo nas universidades, os professores acreditam que adotar meios didticos que dinamizam as aulas fazer mudana de paradigma. Esses professores estao apenas mudando os metodos. V os alunos como agentes de transformao da sociedade e privilegia meios didticos que mais favorecem sua participao ativa, tendo em vista uma sociedade igualitria e democrtica. Pretende proporcionar aos alunos domnio de contedos cientficos e de mtodos cientficos de raciocinar, a fim de alcanar a conscincia crtica da realidade social na qual esto inseridos.Na perspectiva dessa Pedagogia, as pesquisas proporcionam uma multiplicidade de temas: Ideologia, poder, alienao, conscientizao, reproduo, contestao, classes sociais, emancipao, resistncia, relao teoria-prtica, educao como prtica social, o educador como agente de transformao, articulao do processo educativo com a realidade (CANDAU, 2000). As produes cientficas sob essa orientao parecem oferecer muitos elementos para articulao e sistematizao de um quadro referencial, segundo os princpios do Pensamento Complexo, compartilhando com ela a utopia de uma sociedade justa onde caibam as diferenas individuais, culturais e religiosas.Pedagogia RenovadaO movimento chamado Escola Nova, como conhecido no Brasil, teve incio nadcada de 1920, inspirado em 'John Dewey'.Na poca, o mundo vivia um momento de crescimento industrial e de expanso urbana e, nesse contexto, um grupo de intelectuais brasileiros sentiu necessidade de preparar o pas para acompanhar esse desenvolvimento. A educao era por eles percebida como o elemento-chave para promover a remodelao requerida. Inspirados nas idias poltico-filosficas de igualdade entre os homens e do direito de todos educao, esses intelectuais viam num sistema estatal de ensino pblico, livre e aberto, o nico meio efetivo de combate s desigualdades sociais da nao.O movimento ganhou impulso na dcada de 1930, aps a divulgao do Manifesto da Escola Nova (1932). Nesse documento, defendia-se a universalizao da escola pblica e gratuita. Entre os seus signatrios, destacavam-se os nomes de: Anisio Teixeira - futuro mentor de duas universidades no pas - a Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, desmembrada pelo Estado Novo de Getlio Vargas - e a Universidade de Braslia, da qual era reitor, quando do Golpe Militar de 1964. Alm dessas realizaes, Ansio foi o fundador da Escola Parque, em Salvador (1950), instituio que posteriormente inspiraria o modelo dos Centros Integrados de Educao Pblica - CIEPs, no Rio de Janeiro, na dcada de 1980. Fernando de Azevedo (1894-1974) - que aplicou a Sociologia da Educao e reformou o ensino em So Paulo na dcada de 1930 Loureno Filho (1897-1970) - professor Ceclia Meireles (1901-1964) - professora e escritoraA atuao destes pioneiros se estendeu pelas dcadas seguintes sob fortes crticas dos defensores do ensino privado e religioso. As suas idias e prticas influenciaram uma nova gerao de educadores como: Darcy Ribeiro (1922-1997); e Florestan Fernandes (1920-1995).A constituio da Escola Nova se contraps aos conservadores (Pedagogia Tradicional) que mantinham a hegemonia no controle da educao com objetivos voltados para a manuteno do sistema econmico anterior industrializao. Os chamados progressistas (escolanovistas), imbudos do esprito otimista do incio da era industrial e do iderio de sociedade democrtica apontado por John Dewey, preconizavam a transformao da sociedade atravs da Educao. Hoje, no mais se absolutiza o papel da Educao como nos termos colocados por essa pedagogia.Nas dcadas de sua influncia, essa pedagogia introduziu muitos elementos positivos que, ainda hoje, constituem a bandeira de luta dos educadores. No entanto, deve-se contextualiz-los novamente, atualizando e redimensionando as idias a contidas. Os lemas aprender a aprender e aprender fazendo, na concepo dos filsofos-mentores da Escola Nova, tinham o propsito de chamar a ateno para a nova modalidade de aprendizagem e a mudana metodolgica na construo do conhecimento, reconhecendo a autonomia e liberdade de expresso e pensamento da criana no seu dilogo com o conhecimento, valorizando a criatividade e a socializao, sem perder de vista o iderio educacional embutido na organizao das atividades metodolgicas. No entanto, na prtica de muitos professores prevaleceu o reducionismo, restando apenas o como aplicar o mtodo ativo. E assim, a forma (frmula) predominou sobre o contedo. Os contedos que ainda eram repassados atravs desses mtodos eram direcionados para a preservao da verdade que mantinha o sistema tradicional juntamente com seus valores. Os lemas aprender a aprender e aprender fazendo, anos depois, com a introduo do tecnicismo nos anos da ditadura militar, foram interpretados e direcionados para a aprendizagem de conhecimentos teis ao mercado de trabalho. O objetivo dos escolanovistas visava a formao de sujeitos ativos com esprito investigativo, senso crtico, situados na sociedade em transio. Com o tecnicismo, esse objetivo foi redirecionado para o instrumentalismo. Acreditando que as atividades escolares fossem significativas para o aluno (centralidade no aprender, portanto no aluno) e transformando o conhecer numa aventura e jogo, essa pedagogia incentivou a construo de dinmicas de grupo e uma variedade de tcnicas didticas (trabalho em grupo, atividades cooperativas, pesquisas, projetos, experimentaes, mtodos de descobrir conhecimentos) que devem ser resgatas e refundamentadas, mas como um dos elementos do agir pedaggico, sem absolutizar nem as tcnicas didticas (como fizeram os tecnicistas), nem dar a centralidade exclusiva no aluno. A Educao deve manter a diretividade. Os objetivos educacionais devem ser resultados de uma filosofia social e no se resumir aplicao da lista elaborada por MEC, que tambm no deixa de ser uma simplificao. Filosofia, objetivos educacionais, metodologia e tcnicas didticas devem manter coerncia entre si. Ao ser fragmentado, o agir pedaggico passa a se pautar pela pedagogia tradicional-tecnicista. A centralidade no aluno, portanto, no aprender, retomada pelas teorias, denominadas por Libneo, de Cognitivistas. Nessa linha, houve ampla divulgao de trabalhos de Emilia Ferreiro (1986) e Ana Teberosky (1989) como iniciadoras de pesquisas sobre a lngua escrita, mostrando o conhecimento e a evoluo da criana sobre a escrita antes de entrar na escola. Essa linha de pesquisa, hoje chamada de construtivista, tem acrescentado conhecimentos de grande valia, como tambm as pesquisas cognitivistas em geral.A herana desta Pedagogia valiosa e significativa, repercutindo at os dias atuais. Os conceitos dessa pedagogia devem ser reescritos, atualizados e reorganizados. O foco dado criana e aprendizagem foi muito importante. A nfase em atividades, dando lugar construo de uma diversidade de mtodos de ensino, merece ser retomado e repensado, isto , colocando os dois elementos enfatizados por essa Pedagogia (aluno/tcnicas didticas) no mesmo nvel de igualdade com o outro elemento enfatizado pela Pedagogia Tradicional (conhecimento). O trs elementos so igualmente importantes no agir pedaggico.Pedagogia TecnicistaA Pedagogia Tecnicista surgiu nos Estados Unidos na segunda metade do sculo XX e foi introduzida no Brasil entre 1960 e 1970. Nessa concepo, o homem considerado um produto do meio. uma conseqncia das foras existentes em seu ambiente. A conscincia do homem formada nas relaes acidentais que ele estabelece com o meio ou controlada cientificamente atravs da educao.Reestruturando sua base filosfica de adaptao do homem ao sistema para a de transformao do homem, essa Pedagogia tem mostrado o potencial das tcnicas utilizadas na educao para dinamiz-la, porm, no se deve acreditar que as tcnicas didticas e tecnologias educacionais solucionam os problemas da sala de aula e nem deve-se perder de vista a importncia do conhecimento na formao dos jovens. As tcnicas didticas no so apenas para mant-los interessados. Atravs do instrumental metodolgico e tecnolgico mobilizam-se todos os sentidos e dimenses do ser humano na percepo, aprofundamento e construo do conhecimento, a fim de que cada um possa se situar no mundo contemporneo. Seu conceito de aprendizagem se fundamenta na teoria behaviorista. Aponta somente para a mudana de comportamento. Educar adaptar o indivduo ao meio social. Hoje, ela tem sua utilidade na internalizao de hbitos mecnicos, como por exemplo dirigir um carro, e constitui uma linha de terapia que recomendada para tratamento de fobias em geral. Pressupe que a filosofia j est dada pelo sistema scio-econmico dominante. Pode-se dizer que se pautam pela multidisciplinaridade que uma superposio de conhecimentos, assim como toda a estruturao da grade curricular dos cursos hoje em vigor. Vao se sobrepondo disciplinas do mais geral para o mais especfico. As relaes existentes entre os diversos conhecimentos ficam a cargo de cada um dos alunos, mas em geral, quando muito, estes alunos terminam com uma cabea bem cheia ao invs de uma cabea bem feita (MORIN, 2001). Busca a racionalizao e objetivao do ensino. Acredita na objetividade e neutralidade da Cincia e na impessoalidade do professor. A Relao professor/alunos intermediada (neutralizada) pelas tcnicas para minimizar relaes pessoais e afetivas que denigrem a objetividade do processo. Por trs dessas idias est a crena da objetividade do conhecimento, em detrimento da subjetividade. O papel reservado ao professor e tambm aos alunos e o de no pensar. Pois, o contexto geral j estava dado, ao professor cabe executar o programa instrutivo. O seu pensamento j estava delimitado pela chamada razo instrumental (Habermas,1988). As tcnicas didticas so sistematizaes formuladas segundo o conceitual terico daquele que as utiliza, portanto, elas embutem em si o fundamento ideolgico que as determina. A essncia das tcnicas est em nossa maneira de ver (SANTOS, 1999). Preocupao exclusiva com a formao tcnico-profissional. Enfatiza a tcnica, o saber-fazer suficiente para uma determinada profisso sem maiores questionamentos nem aprofundamentos no conhecimento. Essas atividades estavam diretamente relacionadas com a orientao ideolgica da poca. A preocupao com a formao tcnico-profissional deve estar presente, mas no com exclusividade. Em primeiro lugar est o homem e o desenvolvimento das suas potencialidades para situar-se neste mundo (nas palavras de Paulo Freire: tornar-se sujeito), aperfeioando o seu instrumental terico de interpretao e acompanhamento da dinmica social.A dicotomia teoria-prtica se d quando as autoridades, concluindo que os professores no so capazes de formular suas prprias filosofias, ou intencionalmente pretendem control-los retirando as discusses tericas, elaboram os objetivos educacionais ou as competncias a serem alcanadas. No Tecnicismo, ao professor compete fazer a contextualizao imediata e no a contextualizao filosfica.Ao longo da histria, a educao sempre foi atrelada aos interesses ideolgicos/filosficos. A ascenso ou declnio das teorias pedaggicas resultado dos embates polticos nos nveis nacional e internacional. A dominao dos homens em funo do macrossocial, sempre tem encontrado resistncia no microssocial (professor/aluno). A sua capacidade auto-eco-organizador (MORIN, 1991) prevalece. A autonomia do homem um fenmeno surpreendente. Ela se sobrepe e sobrevive ao ambiente mais desfavorvel.O aprofundamento do especialista atravs do conhecimento deve se articular com a contextualizao. O macro e o micro esto vinculados atraves da relao todo/partes, destacando a necessidade de uma viso global superando as fragmentaes a que estamos sujeitos, trazendo desdobramentos conceituais como o conceito de conhecimento como uma rede de relaes (CAPRA,1999). Contrapondo-se representao usual do conhecimento como uma rvore com suas diversas ramificaes, desenvolvendo-se linearmente e sem conexes entre os ramos, a atual tendncia substituir tal representao por uma raiz rizomtica (interconectada).Pedagogia MontessorianaCriada pela pedagoga italiana Maria Montessori (1870-1952), a linha montessoriana valoriza a educao pelos sentidos e pelo movimento para estimular a concentrao e as percepes sensrio-motoras da criana.O mtodo parte da idia de que a criana dotada de infinitas potencialidades. Individualidade, atividade e liberdade do aluno so as bases da teoria, com nfase para o conceito de indivduo como, simultaneamente, sujeito e objeto do ensino.Maria Montessori acreditava que nem a educao nem a vida deveriam se limitar s conquistas materiais. Os objetivos individuais mais importantes seriam: encontrar um lugar no mundo, desenvolver um trabalho gratificante e nutrir paz e densidade interiores para ter a capacidade de amar.As escolas montessorianas incentivam seus alunos a desenvolver um senso de responsabilidade pelo prprio aprendizado e adquirir autoconfiana. As instituies levam em conta a personalidade de cada criana, enfatizando experincias e manuseios de materiais para obter a concentrao individual e o aprendizado. Os alunos so expostos a trabalhos, jogos e atividades ldicas, que os aproximem da cincia, da arte e da msica.A diviso das turmas segue um modelo diferente do convencional: as crianas de idades diferentes so agrupadas numa mesma turma. Nessas classes, alunos de 5 e 6 anos estudam na mesma sala e seguem um programa nico. Posteriormente eles passam para as turmas de 7 e 8, em seguida para as de 9 e 10, e, finalmente alcanam o ltimo estgio, que agrega jovens de 11,12,13 e 14 anos. At os 10 anos, os alunos tm aulas com um nico professor polivalente, enquanto nas salas de 11 a 14, esse professor ganha a companhia de docentes especficos para cada disciplina.Os professores dessa linha de ensino so guias que removem obstculos da aprendizagem, localizando e trabalhando as dificuldades de cada aluno. Sugerem e orientam as atividades, deixando que o prprio aluno se corrija, adquirindo assim maior autoconfiana.A avaliao realizada para todas as tarefas, portanto, no existem provas formais.A disposio circular da sala de aula, prateleiras com jogos pedaggicos acessveis aos alunos, cubos lgicos de madeira para o ensino de matemtica so algumas das inovaes do mtodo montessoriano usadas at hoje nas escolas.Pedagogia ConstrutivistaInspirado nas idias do suo Jean Piaget (1896-1980), o mtodo procura instigar a curiosidade, j que o aluno levado a encontrar as respostas a partir de seus prprios conhecimentos e de sua interao com a realidade e com os colegas.Uma aluna de Piaget, Emilia Ferrero, ampliou a teoria para o campo da leitura e da escrita e concluiu que a criana pode se alfabetizar sozinha, desde que esteja em ambiente que estimule o contato com letras e textos.O construtivismo prope que o aluno participe ativamente do prprio aprendizado, mediante a experimentao, a pesquisa em grupo, o estimulo a dvida e o desenvolvimento do raciocnio, entre outros procedimentos. A partir de sua ao, vai estabelecendo as propriedades dos objetos e construindo as caractersticas do mundo.Para Piaget, a inteligncia lgica tem um mecanismo auto-regulador evolutivo, noes como proporo, quantidade, causalidade, volume e outras, surgem da prpria interao da criana com o meio em que vive. Vo sendo formados esquemas que lhe permitem agir sobre a realidade de um modo muito mais complexo do que podia fazer com seus reflexos iniciais, e sua conduta vai enriquecendo-se constantemente. Assim, constri um mundo de objetos e de pessoas onde comea a ser capaz de fazer antecipaes sobre o que ir acontecer.O mtodo enfatiza a importncia do erro no como um tropeo, mas como um trampolim na rota da aprendizagem. A teoria condena a rigidez nos procedimentos de ensino, as avaliaes padronizadas e a utilizao de material didtico demasiadamente estranho ao universo pessoal do aluno. As disciplinas esto voltadas para a reflexo e auto-avaliao, portanto a escola no considerada rgida.As idias de Piaget mostrram aos psiclogos que havia um mecanismo natural de aprendizagem e que a escola deveria acompanhar a curiosidade da criana, propondo atividades com temas que a interessassem naquele momento, sem se prender a um currculo rgido. O russo Lev Vygotsky, contemporneo de Piaget, desenvolveu uma psicologia tambm chamada construtivista, mas considerando as atividades interpessoais da criana e a histria social.Existem vrias escolas utilizando este mtodo. Mais do que uma linha pedaggica, o construtivismo uma teoria psicolgica que busca explicar como se modificam as estratgias de conhecimento do individuo no decorrer de sua vida.Pedagogia Waldorf (Antroposofia)A Pedagogia Waldorf se baseia na Antroposofia (gr.: antropos = ser humano; sofia = sabedoria), cincia elaborada por Rudolf Steiner, que estuda o ser humano em seus trs aspectos: o fsico, a alma e o esprito, de acordo com as caractersticas de cada um e da sua faixa etria, buscando-se uma perfeita integrao do corpo, da alma e do esprito, ou seja, entre o pensar, o sentir e o querer.Surgiu em 1919, na Alemanha, e est presente no mundo inteiro. O ensino terico sempre acompanhado pelo prtico, com grande enfoque nas atividades corporais, artsticas e artesanais, de acordo com a idade dos estudantes. O foco principal da Pedagogia Waldorf o de desenvolver seres humanos capazes de, por eles prprios, dar sentido e direo s suas vidas.Tanto o aprimoramento cognitivo como o amadurecimento emocional e a capacidade volitiva recebem igual ateno no dia a dia da escola. Nessa concepo predomina o exerccio e desenvolvimento de habilidades e no de mero acmulo de informaes, cultivando a cincia, a arte e os valores morais e espirituais necessrias ao ser humano.O currculo, que se orienta pela lei bsica da biografia humana, os setnios ciclos de sete anos- (0-7/ 7-14/ 14-21), e oferece ricas vivncias, alternando as matrias do conhecimento com aquelas que se direcionam ao sentir e agir. No h repetncia, justamente para que as etapas de aprendizagem possam estar em sintonia com o ritmo biolgico prprio de cada idade.No primeiro ciclo (0-7), a nfase no desenvolvimento psicomotor, essa fase dedicada principalmente s atividades ldicas, ela no inclui o processo de alfabetizao. O segundo ciclo (7-14), que corresponde ao ensino fundamental, compreende a alfabetizao e a educao dos sentimentos, para que os alunos adquiram maturidade emocional. Nesta fase, no existe professores especficos para cada disciplina, mas sim um tutor responsvel por todas as matrias, que acompanha a mesma turma durante os sete anos. O tutor uma referncia de comportamento e disciplina para que o aluno possa se espelhar.J no terceiro ciclo, equivalente ao ensino mdio (14-21), o estudante est pronto para exercitar o pensamento e fazer uma anlise crtica do mundo. As disciplinas so dividas por pocas, em vez de ter aulas de diversas disciplinas ao longo do dia ou da semana, o estudante passa quatro semanas vendo uma nica matria. Nessa fase entram os professores especialistas, mas as classes continuam com um tutor.A avaliao dos alunos baseada nas atividades dirias, que resultam em boletins descritivos. O progresso dos alunos exposto detalhadamente em boletins manuscritos, nos quais so mencionadas as habilidades sociais e virtudes como perseverana, interesse, automotivao e fora de vontade. Como conseqncia, o jovem aluno tem grandes chances de se tornar um adulto saudvel e equilibrado capaz de agir com segurana no mundo.Pedagogia PragmticaElaborado no incio do sculo pelo educador norte-americano John Dewey (1859-1952), o pragmatismo ou instrumentalismo baseia-se na idia de que a inteligncia um instrumento. Privilegia a resoluo de problemas e a cincia aplicada. um modelo de educao que se ope ao ensino europeu clssico, mais abstrato e concentrado nas humanidades e na filosofia.Na dcada de 20, influenciou o movimento da Escola Nova, que, no Brasil, tentou a reforma do ensino introduzindo mtodos ativos de participao dos alunos na sala de aula.EntrevistasPara melhor exemplificar este trabalho, fizemos uma pesquisa de campo onde entrevistamos trs professores. Um da Grande Porto Alegre e dois da Capital (um de escola particular e outro de escola pblica).Entrevista 1: Colgio Particular Mudana do mtodo de ensino Tradicional para a Libertadora; Baseado nos livros e idias de Paulo Freire. Constatar e aprender fazendo. Mudanas observadas pelo professor:-Aprendizado mais rpido;-Melhor memorizao;-O aluno leva estas constataes e aprendizado para o futuro, como experincia;-Faz o aluno montar uma estratgia de raciocnio lgico;-O aluno observa mais, fazendo;-Aumenta a criatividade e a participao do aluno no aprendizado;-Leva a um desenvolvimento de opinies crticas; Obstculos observados pelo professor:-Alguns professores no se adaptaram ao novo mtodo; talvez por formao deficiente (aprenderam a ensinar apenas de uma maneira); talvez pelo impacto da mudana.

Entrevista 2: Colgio Pblico Mudana da estruturao da educao no estado.Escola-modelo; Melhores professores (atrao dos melhores, status); Alunos selecionados por provas (como um vestibular); Os professores no seguiam uma metodologia de ensino nica; Apesar disso, o ensino era considerado de referncia; Mudanas observadas pelo professor:-Menor comprometimento dos professores, conseqente menor comprometimento dos alunos;-Salrios defasando pela inflao galopante, com reajustes abaixo da inflao;-Os melhores professores no eram mais atrados, mas sim repelidos;-Desmontagem do ensino-modelo;Entrevista 3: Escola MunicipalNa entrevista realizada, conversamos com a professora Neusa Koff, que leciona na Escola Municipal de Ensino Fundamental Getlio Vargas, em Cachoeirinha, na disciplina de Histria, dando aula para alunos de 5 a 8 srie.Direcionamos a entrevista para o lado prtico da questo, abstendo-se de teorias. Nossa inteno foi de perceber como se dava as atividades em sala de aula no dia-a-dia.A professora Neusa nos relatou alguns trabalhos propostos nos quais tentou trazer o contedo da aula para prximo da realidade do aluno. Sendo assim, quando trabalhou sobre a questo da colonizao no Rio Grande do Sul props uma pesquisa sobre a origem da sua famlia, a sua descendncia. Segundo ela, o trabalho deu resultados, pois despertou a curiosidade dos alunos. Realizou tambm um trabalho sobre os nomes de rua em homenagem as personalidades histricas, principalmente as ruas de Porto Alegre, as quais os prprios alunos escolheram.Freqentemente, apresenta filmes com contexto histrico e prope anlises do filme, por escrito ou discusso em sala.ConclusoTratamos de um longo perodo da histria educacional e, com isso, muitas relaes se situaram na superficie do tema.Na necessidade da sistematizao para poder assimilar a evoluo do conhecimento, os professores, pedagogos e psicologos tem construdo classificaes didticas, como as teorias comentadas neste texto. Nessas classificaes as relaes de conhecimento, aprendizado e inteligencia ficam um tanto tecnitizadas, transformando a dinmica em algo esttico. A dinamica da vida, as idias e as aes sao como raizes, com diversas ramificaes e cruzamentos inesperados. o conceito de conhecimento como uma rede de conexes.Portanto, as referncias multidisciplinares para os mtodos devem ser reescritas, guardando coerncia entre os diversos elementos que compem o Sistema Didtico: objetivos educacionais (filosofia), contedos (conhecimentos), mtodo e tcnicas didticas (conduo), relao professor-alunos (atitudes) e avaliao.A atitude de simplesmente adotar e aplicar um modelo no proporciona as conexes existentes entre as partes do Sistema. A fragmentao ofusca o senso crtico por omitir a Filosofia Educacional, que direciona a aplicao das tcnicas. Conceitos e atitudes so os fundamentos das tcnicas didticas, como diz Boff (1997): a mudana comea na conscincia. Para evitar a fragmentao e o reducionismo e no cair na simples mudana metodolgica consideramos imprescindvel que cada educador, e porque nao instituicao de ensino, faca a sua prpria caminhada, organizando um sistema conceitual, a fim de fazer a mudana epistemolgica! Quando nos interessamos por Mtodos de Ensino, nossa preocupao era em aprender a como ser um bom professor. Obviamente, no existe uma formula mgica e sabemos que essa tarefa bastante rdua. O trabalho em sala de aula exige muita pacincia e dedicao e, infelizmente, nem sempre recebemos o devido reconhecimento.Como prender a ateno do aluno? Tornar a aula agradvel e no ser aquele professor rabugento, que todo mundo tem medo.Existem correntes de ensino que se utilizam de mtodos diferentes. Todas tem seus pontos fortes e suas falhas e nem sempre podem ser aplicadas de forma generalizada, pois cada disciplina tem suas peculiaridades. Tambem devemos levar em conta a realidade dos alunos, como a localizacao da escola, pois o contexto social influencia enormemente no grau de interesse dos alunos e em seus objetivos de estudo.Referncias bibliogrficashttp://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/guia_para_pais-metodos.shtmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_Novahttp://www.pedagogia.com.brARAGO, R.M.R. Reflexes sobre Ensino, Aprendizagem, Conhecimento. In: Revista Cincia & Tecnologia, n.3. Piracicaba: UNIMEP, 1993.ASSMANN, H. Alguns toques na questo O que significa aprender?. In: Revista Impulso, n.21. Piracicaba: UNIMEP, 1997.CANDAU, V.M. Mesa 20 anos de Endipe. A Didtica hoje: uma agenda de trabalho. In: CANDAU, V.M. (org). Didtica, currculo e saberes escolares. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. CAPRA, F. A teia da Vida. So Paulo: Cultrix, 1999.DAMSIO, A. O erro de Descartes: emoo, razo e crebro humano. So Paulo: Companhia das Letras, 1996.FERREIRO, E. Alfabetizao em processo. So Paulo: Cortez, 1986.FREIRE, P. 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