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USO DE MADEIRA NA CONSTRUÇÃO PEDE MAIS PROTEÇÃO E ACABAMENTO 30 Química e Derivados - abril - 2012 Antonio Carlos Santomauro TINTAS CUCA JORGE Aplicação de verniz sobre chapa de madeira, na Renner Sayerlack tintas.indd 30 22/05/2012 11:53:49

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USO DE MADEIRA NA CONSTRUÇÃOPEDE MAIS PROTEÇÃO E ACABAMENTO

30 Química e Derivados - abril - 2012

Antonio Carlos SantomauroTINT

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Aplicação de verniz sobre chapa

de madeira, na Renner Sayerlack

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erdem de um lado, ganham do outro. Se hoje encontram ambiente menos favorável no segmento da produção de mó-veis, os fornecedores de produ-tos para proteção e acabamento de madeira podem se beneficiar

da contínua expansão do agribusiness no Brasil, e de um uso mais vasto dessa matéria-prima na construção civil, a ponto de exigir a definição de normas específicas (ver box).

E, obviamente, eles se valem tam-bém da crescente oferta de madeira de reflorestamento e dos painéis compostos, como aglomerados e compensados de sobras de madeira, que têm na indústria química uma aliada capaz de torná-los concorrentes mais adequados das cha-madas madeiras nobres, mais raras, mais caras e mais submetidas à vigilância dos interessados na preservação ambiental.

Na indústria moveleira, porém, os negócios desse setor enfrentam uma conjuntura adversa, em parte, relaciona-da à complicada situação econômica dos países de economia mais desenvolvida, e seu impacto na exportação de móveis. Outros, decorrentes de um processo de substituição de tecnologias no qual, em detrimento das tintas e vernizes, películas e filmes ganham espaço crescente como alternativas de revestimento dos móveis (por enquanto, especialmente daqueles de menor valor).

Resultado: “No segmento moveleiro, a disputa é atualmente muito focada no preço”, observa Fábio Fortes, geren-te de negócios da AkzoNobel Wood Finishes and Adhesives (unidade do grupo AkzoNobel responsável pelos negócios com produtos para madeira comercializados em escala industrial). Nesse mercado dos móveis, ele destaca, os negócios hoje se resumem basica-mente a tecnologias já consolidadas, como o acabamento com poliuretano, algum uso de nitrocelulose (com a qual são formuladas as lacas), e a cura por radiação ultravioleta. “Mesmo a cura por ultravioleta, uma tecnologia ainda mais nova – relativamente às duas outras –, já é quase uma commodity”, enfatiza Fortes.

Até mesmo como consequência dessa conjuntura, não há atualmente grandes inovações na tecnologia de produtos

Ppara proteção e revestimento da madeira destinada a móveis, informa o gerente da AkzoNobel. “Há evolução nos aspectos decorativos; por exemplo, com o uso de pigmentos de efeito, como aqueles que mudam de cor conforme o ângulo de visão”, ressalta.

Mas, se a conjuntura lhes é pouco favorável na indústria moveleira, as em-presas focadas na proteção da madeira veem com entusiasmo o atual momento de um cliente tradicional e extremamen-te relevante: o setor agropecuário, em aplicações como mourões e esticadores de cercas. E, paralelamente, apostam de maneira incisiva no mercado da constru-ção civil, no qual cresce o uso da madeira não só no próprio processo construtivo, mas também como elemento estrutural e decorativo.

Diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos e na Europa, no Brasil não havia a cultura de utilização da madeira na construção civil, como observa Dulcidio Macedo, diretor técnico-industrial da Montana (empresa de capital brasileiro especializada em produtos para madeira). “Agora se usa mais esse material nas estruturas de telhado, ou nas vigas de imóveis comerciais e residenciais”, ele destaca. “Devidamente tratada, a madeira pode ser mais durável que os outros ma-teriais usados em construção.”

Água na madeira – Apesar do aparente paradoxo – teoricamente, a água é grande inimiga da madeira –, consolidou-se nos últimos anos, na indústria de proteção e revestimento desse material, um processo de acentuada expansão mercadológica dos produtos elaborados em base aquo-sa. Por enquanto, esse mercado ainda é menor em relação ao dos produtos com base em hidrocarbonetos, mas cresce rapidamente.

A marca Sparlack, com a qual a AkzoNobel disponibiliza vernizes e stains para madeira não destinados a aplicações industriais – utilizados, por exemplo, por marceneiros e no uso doméstico –, há cerca de três anos relaciona a base água em seu portfólio. “Esses produtos têm sido bem-aceitos, até porque consegui-mos dotá-los da performance daqueles baseados em solventes”, afirma Tamara Góes, gerente da marca Sparlack. “E pro-

dutos com base água têm teor baixíssimo de VOC, baixa emissão de CO2 e de odor”, destaca a gerente da AkzoNobel (empresa que atua com a marca Coral no segmento das tintas para madeira).

Além disso, ressalta Nelson Junior Pinto de Campos, gerente nacional de vendas da Renner Sayerlack, produtos confeccionados com base água des-tinados ao varejo receberam alguns benefícios fiscais, e isso favoreceu sua comercialização. A Renner Sayerlack disponibiliza uma linha completa de vernizes e stains com base água, denomi-nada Aquaris. Por enquanto, a base água gera cerca de 10% dos negócios reali-zados no Brasil pela Renner Sayerlack. Na Itália, porém, essa empresa mantém desde 2004 uma planta exclusivamente dedicada a esses produtos.

Mas a busca por produtos para ma-deira ambientalmente mais saudáveis não gera apenas produtos com base água: a AkzoNobel, afirma Fortes, desde o final do ano passado não usa mais nenhum pigmento à base de metais pesados. “E esse mercado usa bastante tais pigmen-tos, especialmente cromatos de chumbo e molibidatos, que nós substituímos por pigmentos orgânicos”, ele detalha.

Além disso, prossegue Fortes, sua empresa realiza estudos para a substi-tuição de outros componentes, como estireno e plastificantes derivados de ftalatos. “Os produtos com base água, por sua vez, respondem atualmente por mais de 40% de nosso volume de vendas”, informa.

A Montana, conta Macedo, ainda este ano lançará linha de produtos destinada ao mercado da construção civil totalmente fundamentada na base água. Ela será produzida em um espaço a ser construído no local onde hoje está a área de expedição da empresa, que em meados do ano será transferida para uma instalação em um terreno anexo à fábri-ca, na zona sul da cidade de São Paulo.

Renovável e inteligente – Ao lado do maior uso da base água, pode ser percebido o início do aproveitamento de insumos de fonte renovável na indústria dos produtos para proteção e acabamento da madeira. A Montana, revela Macedo, trabalha no desenvol-

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Evimento de ácidos graxos dotados de propriedades fungicidas e bactericidas obtidos de óleos vegetais. “Já temos resinas formuladas com ácidos graxos provenientes de óleo de soja e de babaçu. E já se produzem resinas para sistemas poliuretânicos com óleo de mamona”, acrescenta Macedo.

Na opinião do diretor da Montana, além de atender às demandas próprias da sustentabilidade, esse setor deve trabalhar de maneira mais decidida com o conceito do smart coating (pro-teção inteligente), destinado a atender,

revestimentos capazes, por exemplo, de responder aos estímulos ambientais de variações de luz, temperatura, umi-dade e pressão, entre outros. Exemplo de um smart coating “pode ser um revestimento para móveis de cozinha com resistência química a produtos de limpeza, ou a café, vinho, vinagre”,

Mas parece haver também maior de-manda por produtos já consagrados em outros países, e ainda pouco utilizados no Brasil; caso dos retardantes de chama, que a AkzoNobel começa a oferecer com maior intensidade no mercado nacional (por enquanto, eles são produzidos em uma planta italiana da empresa). “Temos hoje duas tecnologias de retardantes, ambas para poliuretanos, à base de água e com solvente”, conta Fortes.

Segundo ele, a demanda por retar-dantes de chamas cresce no Brasil por-que se amplia o uso das portas prontas, um dos maiores segmentos consumido-res desse gênero de produtos, e porque a legislação de alguns municípios do país im-põe sua aplicação por parte das construtoras.

Recentemente, prossegue Fortes, a AkzoNobel lançou uma linha de tintas para móveis infantis, entre outras aplicações, com

funções bactericidas e fungicidas. No mercado da construção civil, Fortes projeta o crescimento dos negócios re-lacionados a itens como portas, janelas e vigas. “Não vejo crescimento em pisos, até porque, nesse caso, há a concorrência de materiais que imitam madeira, como pisos cerâmicos, plásticos”, pondera o gerente da AkzoNobel, que prevê para este ano um incremento de 10% nos negócios realizados pela empresa com produtos para madeira utilizados em escala industrial.

Por sua vez, a Thor atua no mercado da proteção da madeira basicamente pelo fornecimento do ativo IPBC, fun-gicida passível de utilização tanto na preservação quanto em formulações de

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Fortes: focado em preço, setormoveleiro tem pouca inovação

Macedo: setor deveoferecer alternativas

de smart coating, comfunções especí�cas

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dos ataques de organismos xilófogos (deterioradores da madeira), como inse-tos, fungos apodrecedores e perfuradores marinhos, e a madeira tratada com ele é utilizada em segmentos como construção

-lha Macedo.

Para ele, em diversos segmentos haverá uso mais intenso de produtos capazes de associar a proteção conferida por um revestimento – geralmente, contra intempéries e outros fatores ambientais –, com uma impregnação pela qual o substrato é resguardado também da ação de outros agressores, como os fungos. Nesse quesito, destaca-se o stain, já

tintas e vernizes para acabamento de ma-deira. “A forma como nossos produtos são apresentados ao mercado é que nos difere da concorrência, pois é baseada na tecnologia Advanced Micro Matrix Embedding”, destaca Ridnei Brenna, diretor-geral da Thor Brasil. “Trata-se de um método de produção de fungici-das e algicidas por encapsulamento de ativos em microcápsulas que promovem benefícios técnicos e menores riscos relacionados à utilização de biocidas em formulação de tintas e vernizes, princi-palmente em base água”, descreve.

“Verdes e impregnados” – Este ano, a Montana deve registrar incremento de negócios similar àquele previsto para o PIB do país: algo entre 4% e 5%, estima Rafael Ferreira, gerente de marketing e comunicação da empresa. Para ele, pode haver crescimento de negócios até mesmo na indústria moveleira, especialmente naquela focada nos consumidores de alto padrão, e no mobiliário para escritórios. “Um móvel de madeira é personalizado. Em Milão, cidade italiana que puxa as tendências nessa indústria, percebe-se a tendência de uso maior de madeira em

-cios crescem especialmente na construção civil e nas madeireiras fornecedoras do agribusiness”, complementa.

No caso de produtos destinados ao agribusiness e também à proteção de pos-tes, parecem ainda predominar soluções bastante tradicionais, como aquelas à base de CCA (arseniato de cobre cromatado), aplicadas por sistemas de vácuo-pressão. Na Montana, esse produto é comercializa-do com a marca Osmose K33: “Ele possui

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Madeira aparente precisa de proteçãocontra o sol, fungos,algas e insetos

Campos: vernizes de base aquosa têmvantagens até na tributação

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muito empregado na proteção de por-tas, janelas, vigas, estruturas roliças para construções e decks. “O stain tem vantagem também na manutenção: para haver maior aderência, o verniz e a tinta velhos precisam ser removidos antes da manutenção, e com o stain basta uma limpeza”, compara Macedo.

Segundo ele, o stain Osmocolor, da Montana, também confere efeito decorativo, pois possui dezenove co-res diferentes. E é registrado como stain preservativo no Ibama (registro necessário para os produtos preser-vativos da madeira). “O Osmocolor protege a madeira das intempéries,

hidrorrepelentes”, destaca.Na Renner Sayerlack, alguns pro-

dutos – tanto base água quanto base solvente – têm entre seus diferenciais a combinação de ultrabloqueador,

exclusiva de proteção antibacteriana denominada Microban.

Recentemente, a Renner Sayerlack lançou o stain Polisten Acqua (versão base água de um produto antes comer-cializado apenas com solventes). “Ele é indicado para uso em áreas internas e externas, como decks, e tem durabi-lidade garantida de três anos”, destaca Campos.

Ele considera “bastante razoável” a obtenção, no decorrer deste ano, de um crescimento entre 6% e 8% nos negócios da sua empresa. “Por ser ela a única matéria-prima realmente renovável, pela sua facilidade de uso e pela durabilidade e beleza que confere aos diversos projetos, deve crescer substancialmente nos próximos anos o uso de madeira na construção civil”, avalia o gerente da Renner Sayerlack.

Para ele, também crescerá muito o

de áreas de replantio sustentável; e essa demanda deverá ser acompanhada por produtos de proteção e acabamento capazes de aliar alta performance ao

cuidado com o meio ambiente. “Os produtos base água têm respondido a

Como explicou, é possível formu-

Brenna: microencapsulamentoaproveita melhor os biocidas

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Provavelmente ainda neste primeiro semestre, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) deve publicar uma norma focada na preservação de madeira destinada à construção civil, des -taca Sergio Matias Pereira Jr., pesquisador químico do Laboratório de Preservação de Madeiras e Biodeterioração de Materiais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Por enquanto, essa preservação é normatizada apenas na madeira destinada à eletri�cação (para postes e cruzetas), transporte ferroviário e atividade rural. A norma em elaboração acompanha o crescente uso desse material na cons -trução civil, com aplicação em estruturas de telhado, vigas de sustentação e até em fundações.

Essa expansão decorre tanto de fatores relacionados à sustentabilidade

quanto às questões econômicas: a�nal, é grande o investimento na produção de madeira oriunda de re�orestamento (eucaliptos e pinus, em especial), com oferta abundante: “Árvores de re�orestamento com seis anos estão prontas para serem abatidas e virarem material construtivo”, comenta.

Embora não seja naturalmente tão durável quanto as madeiras com uso já consagrado nessa atividade, como jacarandá, mogno, ipê e peroba, graças ao desenvolvimento de tecnologia, a madeira oriunda de re�ores-tamento pode hoje ter uma vida útil longa nas construções. “Com o uso de técnicas corretas de preservação, projetos adequados e devida manutenção, pode durar mais de quarenta anos”, especi�ca Pereira.

Segundo Pereira, a tecnologia de pre -servação de madeiras segue evoluindo para

lar tintas e vernizes base água com resinas especiais usadas habitualmente pela indústria: acrílicas, alquídicas, poliu-retânicas, melamínicas e mesmo as foto-curáveis, desde que essas resinas também sejam solúveis em água, neste caso, apre-sentadas na forma de soluções, emulsões ou dispersões, dependendo do processo

oferecer produtos menos agressivos ao ambiente. A substituição de preservativos de madeira produzidos com pentaclorofe-nol e lindane por outros formulados com piretroides ou produtos difusíveis, que contêm boro e �úor em sua composição, já viabilizam alternativas para os insumos mais empregados na proteção da madeira nas mais variadas condições de uso. “Em vez dos preservativos clássicos como óleo creosoto, CCA (cobre, cromo e arsênio), e CCB (cobre, cromo e boro), pode-se hoje utilizar o CA-B, composto por cobre e tebuconazol, um azol capaz de substituir arsênio e boro”, detalha o pesquisador do IPT.

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produtivo. “Os produtos base água têm resistência química, física e durabilidade similares ou até melhores, porém o único limitante que ainda encontramos é a obtenção de alto brilho, como obtemos com produtos base sol-vente”, avaliou.

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Pereira: madeira de re�orestamento dura muito se for tratada

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Crescem continuamente, no Brasil, a produção e a respectiva capacidade produtiva dos painéis de madeira (ver Tabela 1). Cerca de 50% dessa produ-ção recebe, já nos próprios fabricantes, algum tipo de revestimento, especial-mente melamina aplicada em BP (Baixa Pressão), FF (Laminação em Finish Foil) ou Pintura Direta ou revestimentos como AP (Alta Pressão), lâmina de madeira ou pintura direta. “Se considerarmos toda a cadeia produtiva, virtualmente, 100% dos painéis de madeira constituída recebem algum tipo de revestimento protetivo e/ou decorativo antes de atingir o consumidor final”, observa Gerson Aldo de Souza, gerente técnico da Guararapes (empresa produtora de compensados e MDF).

Atualmente, conta Souza, cresce o uso da tecnologia de aplicação de lami-nação de melamina em baixa pressão, pois hoje ela consegue gerar, com custo menor e mais rapidamente, painéis com resistência similar àquela propiciada pela aplicação com alta pressão e com custos mais próximos da pintura direta. Com grande foco na diversidade de cores e texturas (com desenhos impressos com resoluções cada vez maiores), a tecnolo-gia BP, em muitos casos, vem substituindo a pintura. “Muitas indústrias de móveis, antes voltadas para a pintura, hoje usam mais essa possibilidade de receber os painéis prontos com a tecnologia BP para criar novas linhas ou até mesmo substituir parte das linhas existentes”, ele destaca.

O uso mais intenso da tecnologia BP somente é possível porque formulações mais sofisticadas de impregnação da resina melamínica aos papéis – nesse

caso, resinas melamina-formol – agilizam enormemente, sem perda de desempenho e com possibilidades mais sofisticadas de aplicação de texturas, o processo de cura, que hoje pode durar menos de dez segundos por prensagem.

De acordo com Souza, formulações da impregnação são cada vez mais aditivadas com diversos agentes, como resinas mela-mina-formol modificadas, catalisadores la-tentes (que aumentam o tempo de prateleira, tempo no qual o material fica estocado antes do uso, e a fluidez da resina durante a pren-sagem), agentes maximizadores de fluidez da resina, agentes antipoeira, umectantes de alto desempenho, agentes antibloqueio (para evitar que as folhas grudem antes do uso), agentes antibactericidas e agentes antirrisco (muitos desses feitos à base de minerais, como trióxido de alumínio).

Paralelamente, observa Souza, evoluiu também a tecnologia da pintura sobre os painéis de madeira constituída, com tintas e vernizes dotados de poros químicos e/ou mecânicos, sistemas de vernizes com alto poder de adesão a superfícies mais rígidas (antes possível apenas pelo tratamento me-cânico da superfície), vernizes formadores de polímeros mais flexíveis para evitar riscos, pois flexibilizam o material evitando a sua remoção e dano irreversível ao produto, entre outros ingredientes.

Paralelamente, desenvolvem-se tam-bém as tecnologias destinadas a prolongar a vida útil da madeira proveniente de reflo-restamento. E esse desenvolvimento não se restringe aos produtos: atinge também os métodos de aplicação. “As mais modernas autoclaves (equipamentos com os quais são aplicados os agentes protetores da

PRODUÇÃO E CAPA CIDADE DE PRODUÇÃO DE PAINÉIS DE MADEIR A NO BR A SILProdução (m3) Capacidade nominal instalada (m3)

2007 5,0 milhões 6,0 milhões

2008 5,2 milhões 6,4 milhões

2009 5,3 milhões 8,1 milhões

2010 6,4 milhões 9,2 milhões

2011 6,5 milhões 10,1 milhõesFonte: Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira (Abipa)

madeira contra fungos, radiação solar ou intempéries, já no local de corte das árvores) hoje permitem aplicações muito mais precisas“, destaca Ricardo Moura, diretor comercial da Plantar (empresa de Minas Gerais produtora de madeira de um clone de eucalipto denominado Amaru, desenvolvido por ela própria).

Graças a essa evolução a Plantar, antes dedicada basicamente ao mercado do agronegócio, hoje atua também no merca-do da construção civil. “Cresce o uso de madeira de reflorestamento na construção civil, em substituição a madeiras de mata nativa, até porque, com tratamento, elas podem durar mais, e algumas árvores nativas sequer têm permeabilidade para tratamento”, ele explica. “Nossa expec-tativa é que nossa madeira, devidamente tratada, dure pelo menos sessenta anos”, finaliza Moura.n

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Souza: painéis de baixa pressãoconquistam o setor moveleiro

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