Tiago - Uma Abordagem Contextualizada - Lições Bíblicas Didaquê

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ESTUDOS BÍBLICOS VOLUME XXXVIII ^ A Swif« fow

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Carta de Tiago foi endereçada, primariamente, aos judeus cristãos dispersos pelo mundo, por causa das perseguições. Porém, é um escrito de caráter universal e se estende a todas as comunidades cristãs, simbolizadas nas doze tribos. Sobretudo para nós que fazemos parte da realidade latino-americana, esta Carta se reveste de especial relevância, pois nos desafia a uma fé conseqüente. Na perspectiva de Tiago, a fé cristã não é algo teórico e estático. Pelo contrário, a verdadeira fé é dinâmica e se manifesta histórica e concretamente, através de atos de justiça. A espiritualidade individualista, intimista e contemplativa - tão em voga atualmente – é rejeitada por Tiago. Ele condena também a religiosidade legalista e estéril. O seu escrito é essencialmente prático. Ele não dá lugar à dissociação entre o que se crê e o que se vive. Para ele, fé é vida, é atitude, "porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também que a fé sem obras é morta"(Tg 2.26). O que legitima e qualifica a fé, é a práxis determinada pelo amor e traduzida em compromisso, integridade, coerência e justiça.

Transcript of Tiago - Uma Abordagem Contextualizada - Lições Bíblicas Didaquê

  • ESTUDOS BBLICOS VOLUME XXXVIII ^

    A Swif d fow

  • "A Servio do Reino"

    Rua Maria Olinda, 22 - Caixa Postai 22Cep 36970-000 - Manhumirim, MG

    Telefax: (033) 341-1572

    1. Edio: abril/97 35.0002. Edio: junho/97 10.0003. Edio: setembro/97 5.000

    EDITORAO ELETRONICAW&W Comunicao(Belo Horizonte, MG)

    IMPRESSOEditora Betnia S/C

    (Belo Horizonte, MG)CAPA

    Franco & Associados(So Paulo, SP)

    proibida a reproduo parcial ou total (inclusive atravs de fotocpias),sem a autorizao expressa da DIDAQU.

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  • Ff VIDA

    ACarta de Tiago foi endereada, primariamente, aos judeus cristos dispersos pelo mun-do, por causa das perseguies. Porm, um escrito de carter universal e se estendea todas as comunidades crists, simbolizadas nas doze tribos.Sobretudo para ns que fazemos parte da realidade latino-americana, esta Carta se reves-

    especial relevncia, pois nos desafia a uma f consequente.Na perspectiva de Tiago, a f crist no algo terico e esttico. Pelo contrrio, a verdadei-

    ra f dinmica e se manifesta histrica e concretamenfe, atravs de atos de justia.A espiritualidade individualista, intimista e contemplativa - to em voga atualmente -

    rejeitada por Tiago. Ele condena tambm a religiosidade legalista e estril. O seu escrito essencialmente prtico. Ele no d lugar dissociao entre o que se cr e o que se vive. Paraele, f vida, atitude, "porque, assim como o corpo sem esprito morto, assim tombem Qf sem obros morto"(]Q 2.26). O que legitima e qualifica a f, a prxis determinada peloamor e traduzida em compromisso, integridade, coerncia e justia.

    Este o volume XXXVIII dos "Estudos Bblicos DIDAQU". Ele chega num momento impor-tante da caminhada da igreja evanglica brasileira, tendo em vista a nfase "verticalista" quetem sido dada f, em diversas comunidades, em detrimento dos desafios que o tempo e olugar em que vivemos nos apresentam.AF e Vida o que se espera de cada um de ns.

    "A Servio do Reino BIBLIOTECA DIDAOUEPr/. Antnio de P&ia.

  • EINFORMAES t SUGESTES

    ste volume contm 13 Estudos Bblicos baseados na carta de Tiago. Os Estudos possuem a seguinteestrutura:

    Introduo

    * Anlise do Texto - Oferece esclarecimentos acerca de palavras, frases e ideias mais complexastrados no texto bsico.

    * Aplicaes - Esta seco apresenta a mensagem do texto, destacando vrias lies teis para o desen-volvimento da vida crist.

    * Discusso - Algumas questes so levantadas, a fim de ampliar o viso acerca do tema esudado,especialmente a partir da realidade e do pono de vista de cada aluno.

    Para tornar o aprendizado mais eficaz, sugerimos aos coordenadores de grupo, os seguintes procedi-mentos:

    * Uilizar sempre a Bblia como referencial absoluo.* Elaborar pesquisas e anotaes, buscando nouras fones subsdios para a complementaro dos

    dos.* Planejar a minisraco dos esudos, relacionando-os enre si para que haja coerncia e se evie a

    antecipao de maria.* Eviar o distanciamento do assunto proposo no esudo.* Dinamizar o estudo sem monopolizar a palavra, evitando oferecer resposas pronas.* Relacionar as mensagens ao coidiano dos alunos, desafiando-os a praicor as verdades aprendidas.* Ao final do esudo, desperor os alunos quanto ao prximo assunto a ser esudado, mostrando-lhes a

    possibilidade de aprenderem coisas novas e incenivondo-os a esudar durane a semana.* Depender sempre da iluminao do Esprito Santo, orando, estudando e colocando-se diane de Deus

    como instrumento para a instruo dos outros.* Verificar a transformao na vida dos alunos, a fim de avaliar o xito de seu trabalho.

  • : NDICENo. TEMA PG.

    *01. A IMPORTNCIA DAS PROVAES 04

    J)2. UMA REVISO DE VALORES 07 _

    0< 0 O PERIGO DAS TENTAES l O04. A BONDADE DE DEUS 13

    05. A PRTICA DO EVANGELHO 16

    ?06. COMO SE DEVE TRATAR OS POBRES 19

    007. A FE TRADUZIDA EM OBRAS 22

    08. A DISCIPLINA DA LNGUA,.:,... 2500 A VERDADEIRA SABEDORIA 28

    l 0. A ARROGNCIA HUMANA ,... 31

    Jll. A INJUSTIA SOCIAL 34

    012. A PERSEVERANA CRIST 37 13. A ORAO EFICAZ 40 3

  • l. A I M P O R T N C I A DAS PROVAtf g 1.2-4DIA-A-DIA

    COMAPALAVRA

    Segunda-FeiroJfl

    1.13-22Tera-Feira

    Isoas43.1-13

    Quarta-FeiraRomanos

    5.3,4Qunto-Feiro

    Romanos8.18-25

    Sexlo-FeiraRomanos8.31-39Sbadol Pedro1.1-12

    DomingoApocalipse

    7.9-17

    Nem todos os que possam por provaes nesta vida so capazes de afirmar como^Napoleon Hill: "Sou muito grato s adversidades que apareceram na minha vida;^pois elas me ensinaram a tolerncia, a simpatia, o auto-controle, a perseverana eoutros qualidades que, sem essas adversidades eu jamais conheceria". *O que se percebe, com muita frequncia, so pessoas revoltadas e inconformadas com as

    provaes pelas quais possam. Muitos blasfemam e se rebelam contra Deus, atribuindo culpa a^Ele pelas adversidades da vida. "

    H, iambm, os crentes que pensam que Deus tem que isent-los de provaes e dificulda-0ds, pelo fato de terem se tornado cristos. Estes so aqueles da vida crist fcil, que no^compreendem ainda que a cruz (smbolo do sofrimento) faz parte da caminhada crist^jemundo. ^J ^

    A partir do texto de Tiago, vejamos um pouco daquilo que a Bblia tem a dizer sobre osprovaes. ^

    ANLISE DO TEXTO Tiago dirige palavras de encorajamento aos cristos, a quem ele chama de "

    (2.2). Estes "irmos" eram aqueles que estavam sendo perseguidos ou provados por causo desua f em Cristo. Eles enfrentavam "vrias" provaes devido ao seu compromisso com Cristo.Em seu comentrio da epstola de Tiago (Edies Vida Nova e Editora Mundo Cristo), o profes-sor Douglas J. Moo, declara que "devido qualificao 'vrias', provavelmente devemos pensaranto nas dificuldades comuns a todas as pessoas, bem como em adversidades especficas queos cristos precisam enfrentar; como resultado da f que possuem. Assim, os doenas (5.1 4),dificuldades financeiras (1.9) e perseguies econmicas e sociais (2.6) estariam todas inclu-

    das nas vrias provaes".O cristo deve passar pelas provaes com alegria, pensando naquilo que elo pode produzir. Naturalmente,

    ningum pode evitar uma reao de desapontamento e tristeza quando surge a provao; no entanto, necessriopensar ou refler no resultado da provao. A alegria est no que ela pode produzir, e no no problema em si. Areao de alegria por saber que a provao pode produzir uma f mais fortalecida (Rm 5.3,4). A

    k perseverana produzida pela provao aquela "capacidade da pessoa ficar onde est, debaixo de um grandepeso: E a 'prova' o meio que se usa para medir esta capacidade", diz o professor Alan Pallister.

    No versculo 4, Tiago declara que a perseverana deve ter "oo completa", ou seja, ela deve ter uma obracompleta, que a perfeio e a inteireza do carter cristo. A maturidade crist o resultado final das provaes.

    APLICAES:_ ~'~rr: ' ----- -

    l . A F CRIST NO ELIMINA AS PROVAESNo so poucos os pregadores do Evangelho que tm apresentado a vida crist como um mar de facilidades,

    onde os problemas e provaes no esto presentes, porque no da vontade de Deus que seus filhos convivam comadversidades. Essa no a verdadeira mensagem bblica, pois em todos os tempos os filhos de Deus passaram epossom por grandes tribulaes. O nosso compromisso com Cristo no nos isenta das tribulaes.

    4

  • Ajtej6rig_^oyodejeys_no Antigo Testamento est_[ep_[etq de duras provas pelas quais homem.e. mulher
  • outor deseja que "se tome conscincia do processo e doresultado desta experincia (tribulao). Esta fortalece o esp-writo, produz uma 'pacincia militante', com obras perfeitas;^tudo isso concede integridade pessoa, comunidade". ^

    Portanto, o grande desafio das provaes provocar nocristo o amadurecimento da f e a fortificao espiritual. Sa-^bendo disso, fico mais fcil entender o que Tiago quer dzer^sobre a alegrio nas provaes.

    Temos que nosjembrar que Deus no vai nos abandonar^nas horas difceis. E preciso saber que Ele est conosco no meio da tempestade (SI 23.4). Como diz Pedro: "Para que ovalor do vosso f, uma vez confirmado, muito mis precioso do9

    SNTESEAs provaes, que soo uma realida-

    de na vida das pessoas, principalmente doscristos, devem se constituir num motivode alegria por causa daquilo que elas pro-duzem, revelando assim que, de fato, estcomprometido com Cristo e sua causa.

    que o ouro perecvel, mesmo opurodo por fogo, redunde em louvor, glria e honro no revelao de Jesus

    3. AS PROVAES IDENTIFICAM OS VERDADEIROS CRISTOS

    Pode-se concluir, dizendo que a f e os seus resultados (obras), precisam andar juntos numa demonstra-o de verdadeira vida, pois isso que agrada a Deus e disso que consiste a salvao.

    DISCUSSO1. H diferena entre as boas obras praticadas pelos crentes, e pelos no-crentes?

    2. Por que muitos cristos no esto praticando boas obras?

    A autenticidade da f se manifesta atra-vs de uma vida espiritual que, no prtica,revele coerncia entre o ser e o fazer. O amor,traduzido em obras, h de manifestar a viva-cidade da igreja, que mediante um f vivaserve a um Deus vivo.

    Autor: REV. SRGIO PEREIRA TAVARES (Mantiumirim - MG)24

  • 8. A DISCIPLINA DA LNGUA Tg 3J-12; 4.11,12; 5.12DIA-A-DIA

    COMAPALAVRA

    Segunda-FeiraSalmo

    15Terco-Feira

    Salmo120

    ^uarto-Feira^Provrbios

    17.27,28Quinta-Feira

    Edesiastes5.1-7

    Sexta-FeiraMateus7.1-5

    SbadoMateus

    12.33-37DomingoRomanos2.1-24

    HNao te precipites com a tua boca,nem o teu corao se apresse o pronunciarpalavra alguma, diante de Deus; porque Deus est nos cus, e tu no terra;portanto, sejam poucas as tuas palavras. Porque dos muitos trabalhosvm os sonhos e do muito faiar, palavras nscias"(h 5.3,4). Certamente,

    um dos problemas que mais afeta a igreja, diz respeito ao que as pessoas falam. J se tornouconhecida a expresso que afirma que h gente, cuja lngua no cabe na boca. So aqueles quefalam demais. Falam sem pensar, falam sem saber, falam irrefletidamente e costumam causarmuitos males comunidade.

    Falar algo por demais srio e exige cuidado. A advertncia foi feito por Jesus: J'Digo-vosque de toda palavra frvola que proferirem os homens, dela daro conta no dia do juzo; porquepelos tuas palavras sers justificado, e pelas tuas palavras sers condenado"^ 12.36,37).

    O objeivo do presente estudo mostrar a importncia e a necessidade de se controlar alngua, pois "a morte e o vida esto no poder da lngua; o que bem o utilizo come do seufmto"(Pv 18.21).

    ANLISE DO TEXTOOs versculos tomados por base para este estudo, apresentam advertncias quanto ao uso

    da lngua. Analisando esses versculos, o prof. Michel Trimaille afirma que "um dos grandesperigos que ameaam a vido crist o 'muito falar': um tempo perdido para a aco ou, piorainda, um pretexto cmodo para no se fazer nada. Nas provoces/tentaces, a palavraincontrolada pe a culpa em Deus. (...) Por isso, a lngua deve ser dominada (1.26; 3.5-12), e

    o cristo convidado com insisntia a fazer coincidir o falar e o fazer (2.12). Algum poderia, com efeito, contentar-se em confessar-se crente, mas o f no se manifesta pela palavra somente, mesmo que seja a da confisso de f: sonecessrios os atos de amor. Tambm a sabedoria se exprime menos pelas palavras do que pelos exemplos de boa

    ia (3.13). E, depois, falar muito leva a dizer mal dos outros (4.11), e isto colocar-se no lugar de Deus!",i nfase de Tiago recai, portanto, no pecado de um falar crtico, impuro, injusto e irrefletido. Ele utiliza figuras

    ... apropriados para mostrar o poder da lngua, bem como os efeitos nocivos da lngua descontrolada.Conforme notas da Bblia Sagrada Edio Pastoral, "a riqueza de particulares desse texto faz com que ele possa

    ser definido como o 'cdigo de disciplina da lngua".

    ^ APLICAES1. A DISCIPLINA DA LNGUA PRODUZ COERNCIA ENTRE O

    FALAR E O AGIRA Bblia diz que "no muito falar no falta transgresso, ms o que modera os seus lbios prudente"(?v

    10.19).Tiago comeo falando sobre o peso do responsabilidade daqueles que tm o dom da palavra (3.1). O prof.

    25

  • Douglas J. Moo afirma: "Aquele que se compromete a liderar os outras pessoas na f precisa ter cuidado para que suaprprio vido reflita o que ele est ensinando. Seu maior conhecimento vem acompanhado de uma maior responsabi-lidade de viver de acordo com o que conhece. A inteno de Tiago no dissuadir do ensino estas pessoas que, comoele prprio, tm o chamado e o dom para ensinar. O que ele deseja fazer imprimir sobre seus leitores a naturezasrio do ministrio, advertindo-os de que no se deve ingressar nele por motivos frvolos ou egostas". Aquele que sededica ao ensino, corre o risco no s de tropear nas palavras, mas tambm de viver uma incoerncia entre o queensino e o que pratico. Jesus censurou os escribas e fariseus por causa disso. Eles ensinavam (e muito bem), mas nopraticavam o que ensinavam (Mt 23.1-4).

    O dom do ensino envolve o uso da lngua, mas tal tarefo por demais perigosa. O apstolo Paulo se esforavapara que, tendo pregado a outros, no viesse ele mesmo a ser desqualificado (l Co 9.27).

    Quando medimos os palavras, no falando mais do que convm, fica mais fcil estabelecer a coerncia entre ofolar e o agir.

    Segundo Tiago, "se algum no tropeo no folar perfeito mo, capaz de refrear tombem todo o se,p"(3.2). A ideia que, quem capoz de controlar a sua lngua, noa ter dificuldade paro controlar todas as ouuoaces. Entretanto, talvez seja mais fcil controlar os cavalos com freios na boca e os grandes navios atravs de umpequeno leme, do que a lngua.

    Quando no se tem disciplina na lngua, ocorre o incoerncio entre o faiar e o agir e assim, "de umo s bocaprocede bno e mo//ra"(3.10). Esta triste incoerncia se verifica de vez em quando no ambiente da igreja. Socrentes, cuja prtica de vida, se distancia profundamente da f que professam. No difcil encontrar crentes que segabam de sua ortodoxia ou de uma pretensa superioridade espiritual baseada em experincias-sobrenaturais, crentesque apresentam discursos e testemunhos impressionantes, mas cujas obras, em desarmonia com suas palavras,revelam carnalidode e desqualificao espiritual.

    2. A DISCIPLINA DA LNGUA EVITA CONSEQUNCIAS DESASTROSASTiago afirma que "a lngua fogo "(3.6). Ele usa esta figura de linguagem para referir-se ao potencial destrutivo

    da lngua. Os pecados cometidos atravs do lngua afeom a pessoa por inteiro e atinge os outros tambm. Infelizmen-te, mesmo no contexto da igreja, muitas vezes donos enormes so causados a pessoas ou comunidade, por causade boatos e fofocas, quase sempre sem fundamento. Em alguns casos os danos so irreparveis. Na opinio do prof.Douglas J. Moo, "pr fim a tais rumores pode ser mais difcil do que parar um incndio numa floresta".

    Aquelas pessoas que tm a lngua "solta" causam terrveis danos ao prximo. Segundo Tiago, a lngua indisciplin^h"contamino o corpo inteiro e no s pe em chamas todo a carreira da existncia humana, como posta ela mesmoem chamas pelo inferno". Ele afirma aindo, que mais fcil domar "todo espcie de feros, de aves, de rpteis e de setes marinhos", do que domar a lngua. Ela "mal incontido, carregado de veneno mortero". A Bblia diz que osperversos "aguam o lngua como serpente: sob os lbios tm veneno de spide"(5\. "O mpio com a bocodestri o prximo... "(Pv 11.9) e "... o insensato de lbios vem a arruinar-se"(?v 10.8).

    Jesus afirmou que "o que sai do boca vem do corao, e isso que contamino o homem. Porque do coraoprocedem mous desgnios, homicdios, adultrios, prostituio, furtos, folsos testemunhos, blasfmias. So estos ascousas que contaminam o /jomem"(Mt 15.18-20). A boca fala do que est cheio o corao, e o expresso dessesmales que nascem no corao se d atravs da lngua. E quando isto acontece desastre na certa.

    A maledicncia um pecado extremamente odiado e condenado na Bblia (Lv 19.16; SI 101.5; Pv 11.13).No captulo 4.11,12, Tiago falo, novamente, acerca deste gravssimo pecado. "A lei de que Tiago fala oqui o

    mandamento do amor (cf. 2.8). Ho relacionamento bumano no cabe a ns julgar o outro pois acabaramos cometen-26

  • do injustias. S Deus pode julgar, pois s ele conhece inteiramente o que o homem" (Bblia Sagrada EdioPastoral).

    Porm, triste constatar que nas igrejas sempre h pessoas que cometem esse tipo de injustia, julgando a vidados outros (muitas vezes precipitadamente), fazendo fofocas e difamando o prximo. Muitos problemas poderiam serevitados se todos tivessem um pouco mais de domnio da lngua. Tiago mesmo afirma: "se algum supe ser religiosodeixando de refrear o sua lngua, antes enganando o prprio corao, a sua religio v"(\)

    O verdadeiro servo de Deus aquele que "vive com integridade, e pratico o justio, e, e corao, fala overdade; o que no difamo com o suo lngua, no faz mol oo prximo, nem lano injria contra o seu viznho"($\.

    3. A DISCIPLINA DA LNGUA PRODUZ CREDIBILIDADENo captulo 5.1 2 Tiago recomenda: "Acima de tudo, porm, meus irmos, no jureis nem pelo cu, nem pelo

    , nem por qualquer outro voto; ontes seja o vosso sim, sim e o vosso no, no, para no cairdes em juzo". Estanendaco de Tiago no entro em choque com a legitimidade dos juramentos praticados frequentemente noAntigo Testamento em ocasies importantes. Tambm no desqualifica ou probe os juramentos solenes feitos perantetribunais legitimamente constitudos, desde que no contrariem os mandamentos de Deus e os princpios cristos. Oque acontecia, porm, nos dias de Tiago, que muitos estavam habituados a se valer dos juramentos mesmo nasconversas mais triviais, a fim de impressionar e convencer os outros, de sua honestidade. Muitas vezes, por trs de umjuramento ocultava-se uma mentira.

    Segundo Alan Pallister, em seu comentrio Carta deTiago, intitulado "Os Radicais", "na nossa conversa, ensi-nam Jesus e Tiago, nunca devemos usar tais juramentos;faz-lo equivale praticamente a uma desobedincia ao man-damento que probe tomar o nome do Senhor em vo (x.20.7). Devemos ser pessoas cuja simples palavra tem va-lor; devemos merecer confiana de maneira que o nosso'sim' quer dizer 'sim' e o nosso 'no' quer dizer 'no'. Seno costumamos usar palavras ociosas, a nossa seriedadeser reconhecida; nunca precisaremos acrescentar 'juro pe-

    us' para que as outras pessoas saibam que, nestaao, estamos a dizer a verdade".Quem fala o que vem boca, nas horas e lugares imprprios, e envolve com leviandade o nome e as coisas de

    Deus em suas conversas, receber no s o desprezo das pessoas, mas tambm o juzo de Deus. Porm, o quedisciplina a sua lngua conquistar credibilidade por parte das pessoas e ser aprovado diante de Deus.

    DISCUSSO

    SNTESEA falta de disciplina da lngua algo

    destrutivo e condenado por Deus. Porm, alngua disciplinada facilita a coerncia entreo que se fala e o que se vive e,consequenemente, produz credibilidade.Todos so exortados a cuidar do seu falar,disciplinando a sua lngua.

    l . Por que algumas pessoas amam tanto a fofoca?2. Como a igreja deve tratar os que cometem o pecado da maledicncia?

    Autor: REV. ENEZIEL PEIXOTO DE ANDRADE (Manhumirim -27

  • 9. A VERDADEIRA SABEDORIA g 1.5-8; 3.13-18DIA-A-DIA

    COMAPALAVRA

    USegundo-Feira

    Provrbiosl

    Terca-FeiraProvrbios

    2Quarta-Feira

    Provrbios3

    QuintG-FeimProvrbios

    9.1-12Sexta-Feira

    l Corntios1.18-31Sbadol Corntios

    2Domingol Corntios3.18-23

    F eliz o homem que acha sabedoria e o homem que adquire conhecimen-to; porque melhor o lucro que ela d, do que o da prata, e melhor a suarenda do que o ouro mais fino.Mais preciosa do que prolasfe tudo oque podes desejar no comparvel a e/o"(Pv 3.13-15).

    O estadista, orador e escritor romano Ccero (106-43 a.C), dizia que a sabedoriaera a "princesa das virtudes".

    Porm, a Bblia sempre adverte e condena a atitude daqueles que se acham sbiosaos seus prprios olhos, estribando-se no seu prprio entendimento. Em Is 5.2"! nnrexemplo, encontramos as seguintes palavras de juzo: "Ai dos que so sbios \ olhos, e prudentes em seu prprio conceito1/'.

    Frequentemente, ns, humanos, somos tentados a subestimar tudo e a todos quantosse acham nossa volta, como se soubssemos todas as coisas. Tal atitude no reflete averdadeira sabedoria.

    O objetivo do presente estudo despertar e orientar quanto busca da verdadeirasabedoria: a que procede de Deus.

    ANLISE DO TEXTONas referncias bblicas tomadas por base para este estudo, Tiago fala de dois tipos

    de sabedoria: a terrena, que procede do homem e falsa, e a que desce do alto, vinda deDeus e que verdadeira.

    Em ambos os textos, Tiago apresenta a sabedoria como uma necessidade, devendo, por isso, ser busca-da. A verdadeira sabedoria auxilia na compreenso da vontade de Deus e na obedincia a esta vontade. Aabordagem de Tiago ao tema da sabedoria est em perfeita consonncia com a mentalidade vtero-test"tria, como expressa no livro de Provrbios, onde a sabedoria tema predominante.

    Na opinio de Douglas J. Moo, "est claro que Tiago considera a 'sabedoria' uma virtude disposiiuu uetodos (l .5), e mesmo 3.1 realmente no se dirige a mestres, mas queles que queriam se tomar mestres.Portanto, a exortao de Tiago melhor compreendida como se fosse dirigida a todos os crentes em geral,mas especialmente queles que se orgulhavam de seu conhecimento superior".

    APLICAES1. A VERDADEIRA SABEDORIA MUITO MAIS DO QUE MERO INTELECTUALISMO

    Muitas pessoas cometem o equvoco de confundir sabedoria com bagagem cultural ou intelectualismo. Absolutamente, no so a mesma coisa. A Bblia ensina que o temor do Senhor o princpio da sabedoria (SI 4

    28

  • 111 .1 0; Pv l .7; 9.1 0) . Uma excelente formao acadmica e uma vasta cultura no fazem do indivduo um' sbio. A sabedoria humana - centrada na lgica e em bases cientficas - quando destituda do temor de Deus considerada loucura (l Co 3.18-21).\o comentrios da Bblia Sagrada Edio Pastoral, a verdadeiro sabedoria " o exerccio do> discernimento, a capacidade de perceber o que mais importante fazer dentro das situaes. Muitas pessoasl se apresentam como 'aquelas que sabem tudo'. A sabedoria verdadeira, porm, no a cultura terica que

    se aprende em livros, mas a experincia do vida que se manifesta no discernimento que leva o um compor-tamento iuso e pacfico".

    1 inadmissvel haver entre o povo de Deus, pessoas que se julguem mais importantes e superiores s> demais, em funo do currculo que ostentam. Alis, a verdadeira sabedoria no adquirida nos meios acadmicos, nem na "escola da vida", como se diz, mas provm l do alto, vem de Deus.( ^o captulo 2 da primeira Carta aos Corntios, o apstolo Paulo declara que o Evangelho apresentado por

    eleexpressava no a sabedoria humana, mas a sabedoria de Deus. Vale a pena conferir esse texto onde oapstolo descreve o mistrio e a superioridade da sabedoria do alto.

    1 Segundo Douglas J. Moo, "a sabedoria que desce l do alto celestial em natureza, espiritual em> essncia e divina em origem".i, 2. A VERDADEIRA SABEDORIA DEMONSTRADA MEDIANTE UM CONDIGNO

    PROCEDERA sabedoria humana, descrita por Tiago em 3.1 3-1 8 como "terrena, animal e demonaco", tem sido

    ' extremamente prejudicial, pois ela permite que se abrigue no corao sentimento de inveja amargurada,sentimento faccioso, mentira, confuso e toda espcie de cousas ruins. Por outro lado, as marcas da verdadei-

    ' r sabedoria, tambm apontadas por Tiago nesse texto, devem ser evidentes entre o povo de Deus. Em Rm1 2.1 6, Paulo recomenda: "Tende o mesmo sentimento uns paro com os outros; em lugar de serdes orgulho-

    , 505, condescendei com o que humilde; no sejais sbios aos vossos prprios olhos".No versculo 1 4, Tiago afirma que a verdadeira sabedoria demonstrada mediante um condigno proce-

    1 der. No com palavras que se demonstra a verdadeira sabedoria, mas com atos, "mediante condignoiQder", isto , um procedimento em que h a dignidade conveniente. Segundo R. N. Champlin, "Q sabe-doria nada ser, a menos que se manifeste na forma de boas obras e de uma vida moral e espiritual correia.Tambm precisa ser frutfera e poderosa, tal como se espera que seja a f crist, porquanto, de outro modo,ser algo morto e intil".

    No versculo 17, Tiago apresenta as caractersticas da verdadeira sabedoria: " primeiramente pura;depois pacfico, indulgente, Mvel, plena de misericrdia e de bons frutos, imparcial sem fingimento". Averdadeira sabedoria confronta-nos com todo sentimento humano que h em ns e que no produz justia,paz e bem-esar, e que no glorifica a Deus. Ela molda o carer do crente, frutificando em toda boa obra."Quem entre vs sbio e entendido? Mostre em mansido de sabedoria, mediante condigno proceder, as

    Infelizmente, mesmo entre os cristos, h muitos cujo procedimento no tem sido nem um pouco29

  • condigno, revelando estultcia e insensatez. Tais pessoas precisam levar a srio as exortaes da Palavra deDeus(Ef4.1;5.15-17;Cl.9,10).

    3. A VERDADEIRA SABEDORIA DEVE SER BUSCADA EM DEUSNo captulo l .5-8, Tiago oriento: "Se, porm, algum de vos necessito de sabedoria, peco-o o Deus, que

    o todos d liberalmente..."J no passado distante, o povo de Deus orava: "Ensino-nos a contar os nossos diosf para que alcancemos

    corao 5i/o"(SI 90.12).Como j foi focalizado, o texto de Tiago 3.13-18 faz meno a dois tipos de sabedoria: a "terrena" e a

    "que desce l do alto". Esta sabedoria que vem do oito a verdadeira sabedoria e ela procede de Deus. Oapstolo Paulo declarou: "Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados; no, porm, a sabedoriadeste sculo, nem a dos poderosos desta poca, que se reduzem a nada; mas falamos da sobedo^ftos... "(l Co 2.6,7). Champlin afirma que "a sabedoria espiritual consiste em compartilhar da sabedoriadivina; e essa misicamente transmitida, isto , mediante o poder e a comunho do Esprito. Por suo vez,isso significo que, segundo o Novo Testamento, a sabedoria no consiste em mera ascio humana, emaplicao habilidosa do conhecimento, e mesmo de um vastssimo conhecimento". A verdadeira sabedoria essencialmente espiritual e, oo se busc-la, preciso observar o seguinte:

    a) Deve ser buscada na fonte certa - "pea-a o Deus"(] .5). Pv 2.6 diz que, "o Senhor d a sabedoria, do suoboca vem a inteligncia e o entendimento".b) Deve ser buscada com f - "Peca-a, porm, com f, em nada duvidando"(] .6).c) Deve ser buscada com determinao - Pois, no alcanar do Senhor cousa alguma o "homem de nimodobre, inconstante em todos os seus caminhos"(] .7,8).d) Deve ser buscada mediante o Esprito - "porque o Esprito o todas as 'cousas perscruta, at mesmo asprofundezas de Deus"(\o 2.10). E Jesus prometeu: "o Consolador, o Esprito Santo, a quem o Pai enviarem meu nome, esse vos ensinar todos as cousas...""quando vier, porm o Esprito da verdade, ele vosguiar a toda a verdode"( Jo 14.26; 16.13).

    DISCUSSO

    1. O que significo ser sbio aos prprios olhos?

    2. sabedoria que vem de Deus, dispensa a busca e avalorizao do conhecimento cientfico e cultural?

    SNTESETiago fala de duas sabedorias: a que pro-

    cede do homem e o que procede de Deus. Aque procede de Deus superior, pois pura eperfeito. Todos so exortados a buscar em Deusesta sabedoria que demonstrada atravs deatitudes dignas. Esta sabedoria, transmitidapelo Esprito de Deus, deve ser buscada comf e determinao.

    AUO: m ENEZIEL PEIXOTO DE ANDRADE {Manhumirim-MG)30

  • 10. A ARROGNCIA HUMNA Tg 4.13-17DIA-A-DIA

    COMAPALAVRA

    Segunda-FeiraSalmo

    20Terco-Feio

    Salmo39

    Em linhas gerais, todo mundo sonha e faz planos. Seja em sua vida particular, familiar,profissional etc., as pessoas de diferentes lugares, vivem na expectativa de algumacoisa. Algum j disse que este o sinal maior da nossa existncia, de maneira que,quando algum pra de sonhar, possivelmente, no est de bem corn a vida e comea amorrer. Alis, este um dos sintomas daqueles que se encontram estressados e desanimadoscom a vida.

    No incio de coda ano, muito comum encontrar sonhadores que esperam novas oportuni-dades e grandes desafios. Uns querem se mudar, outros aguardam um ano melhor; algunsquerem obter grandes lucros, outros, pretendem mudar de vida: casar, vencer um vcio, arranjarum novo emprego, fazer um novo curso etc.. At a, tudo bem.

    Porm, isto nem sempre depende do gente. Dizia Salomo que "o corao ao homempode fazer planos, ms a resposta certa aos lbios vem ao Senhor" (Pv 16.1). Aqueles, portan-to, que confiam em s mesmos, tendem a sofrer grandes decepes. o problema dos presuno-sos e arrogantes que, sentindo-se donos do mundo, vivem de reivindicaes, como se disses-sem: "eu tenho a forca", ou citando disorddamene as Escrituras dizem: "tudo posso naqueleque me fortalece". Alis, esa interpretao deficiente que move os adeptos da teologia daConfisso Positiva.

    J no primeiro sculo, o apstolo Tiago aborda este assunto, trazendo uma sria exortaoaos que se alimentam do arrogncia para sustentar os seus projetos de vida. E ento, vamosconsiderar este tema?

    ANLISE DO TEXTOTiago um dos poucos autores bblicos a se referir a aividades comerciais. Porm, sabe-se

    que, no primeiro sculo, houve um progresso considervel do setor comercial. O imperador romano Cludio (44-45 a.D.), por exemplo, estimulou sobremaneira o transporte fluvial, facilitando a remoo das produes, uma vez que otransporte por terra era muito dispendioso. Naturalmente, muitas viagens perigosas ofereciam riscos constantes aosviajantes. Alm de proporcionar a movimentao de pessoas e recursos, transportava tambm problemas de toda

    . o alto preo do progresso que, vezes sem conta, leva a reduzir o custo-benefdo do comrcio. Muitas vidasvtimas de naufrgios ou engolidas pelas fortes correntezas e inundaes. Na linguagem popular, pode-se dizerque "muitos sonhos e planos foram por gua abaixo".

    Enquanto os comerciantes se gloriavam nos suas conquistas, o apstolo Tiago apresentava uma sria advertn-cia que continua a incomodar a quantos que confiom em si mesmos sem perceber que a vida passa como uma neblinaque logo se dissipa. Afinal, "qm o vossa wrfo?"- pergunta Tiago.

    APLICAES

    P Salmo131

    Quinta-FeraLucas

    12.13-21Sexla-Feira

    Lucas19.1-10SbadoRomanos1.28-32

    DomingoII Timteo

    3.1-9 .

    As colocaes do apstolo merecem toda a nossa ateno. Sobretudo, daqueles que se encontram envaidecidose exaltados pelo que conquistaram ou pelo que possuem e concentram os seus esforos em suos posses, planejandograndes lucros em seus negcios. Esta mensagem no se envelhece com o tempo. Alis, a cada dia se torna mais auale necessria ao nosso tempo, onde as pessoas perdem de vista a perspectiva do alm, deixando-se dominar por

    31

  • muias sutilezos e superenfaizando as coisas efmeras e passageiros da vida. Na verdade, Tiago parece ser um dosnossos contemporneos. Ele ensina a respeito desta inquetante questo da vida nossa de cada dia, orientando-nosquanto s seguintes questes:

    1. A INSTABILIDADE DA VIDATiago pretende ensinar que a nossa vida muito instvel, sujeita a inmeros situaes adversas. Ao levantara

    questo: "que a vosso vido?", o opstolo faz uma feliz comparao, utilizando uma figura comum da natureza, ouseja, uma neblina que passa e logo se dissipo. Ensina o apstolo que a arrogncia humana no combina com a vidoque to instvel. Frente a esta terrvel realidade, o homem no tem motivos para se exaltar. Observa-se, a partir do que:

    1.1. A vida muito frgil - Tal qual alguns produtos, deveramos carregar conosco a seguinte recomendao:"Cuidado, frgil". Vidos so ceifados de diferentes maneiras. Algumas bastante [ovens ou atravs de siuoces quaseinexplicveis. Na verdade, o nossa vida vive presa a um pequeno fio que, ao se romper, tudo est terminado. Somoscriaturas inteligentes sim, porm muito sensveis.

    l .2. A vida muito breve - Quando pensamos na idade da terra, somos levados a perceber que a vida h- mesmo que alguns poucos ultrapassem a coso dos 100 anos - muito curta e passo velozmente. So mtfiguras bblicas que descrevem a brevidade do vida, por exemplo, o sombra, a lana, a corrida, o vopor ec. O saimisiadizia: "Diante do Tua presena o tempo de minha vida nada " (...) "como breve o minha existncia" (SI 39.5;89.47). Semelhantemente, dizia Moiss: ..."acabam-se os nossos anos como um breve pensamento (...}pois tudoposso rapidamente e ns voamos" (SI 90.9,10).

    l .3. A vida muito insegura - A morte uma realidade universal comum o todos os mortais. No so poucos osque buscam a proeco dos seguros, planos de sode, aposentadoria ec., pois sentem quo insegura o existnciahumana. Inclusive, os cristos que crem na eternidade, tambm contam com estes recursos que se tornam indispen-sveis nossa vida presente. Se de um lado, a cincia alcana resultados fabulosos em suas pesquisas, de outro, ,sente-se acompanhado e terrivelmene ameaada por muias enfermidades mortais.

    2. A SUBMISSO A DEUSPara Tiago, os planos que fazemos s podem ser concretizados se se colocarem submissos vontade suprema ,

    do Senhor. Parece ser da, a origem da conhecida (e repetida) expresso: "Se Deus quiser!", que utilizamos comfrequncia, apesar de muias vezes, nem nos lembramos de consultar o Deus. E por qu?

    2.1. Deus o auor da vida - Somos criados por Deus e Ele sabe tudo a nosso respeito. Desde o venre da me, ,Deus tem um plano para cada criatura (Veja SI 139.14-16). Ou como citou o apstolo Paulo em Atenas: "DOISnelevivemos e nos movemos, e existimos, como algum dos vossos poetas tm dito: dele somos gerao" (At 17.28). 'Infelizmente, milhes de pessoas no nascem, porque criminosos interrompem a gestao de muias vidas, e o Blamentavelmente, o campeo mundial no priica de abortos. Deus nos fez e conhece iodas as nossas necessid'e haver de revelar aos seus filhos o sua vontade.

    2.2. Deus o preservador da vida - Nada acontece por ocaso, como obra do destino ou mero coincidncia.Cremos na providncia de Deus e descansamos em seu cuidado, proeco, companhia. Ele , de fato, o Deus Emanuel,Deus conosco, que controla todas as coisas e exerce o seu domnio sobre todas as coisas. Um exemplo mencionadopor Jesus, diz respeito aos lrios do compo e s aves dos cus; "olhai os lrios do campo (...) oihoiasavesdo cu" (Mf6.25-34). Se Deus cuida deles de uma forma especial, imagine o quano Deus faz em nosso favor, como criaturasfeitas sua imagem e sua semelhana!

    2.3. Deus o Senhor da vida - Disse Jesus: "toda o autoridade me foi dada no cu e na ferra" (Mi 28.18). Eo apstolo menciona que todo joelho se dobrar e toda a lngua confessar que Jesus Cristo o Senhor (Fp 2.10,11). Aqueles que ostentam arrogncia, auioconfano, e pretensamene se colocam no lugar de Deus, precisam sevoltar submissos ao poder d Deus Todo-poderoso e que domina sobre tudo e todos.

    32

  • SNTESEAs improvisaes trazem muitos problemas.

    Sempre vole a pena planejar bem, fazer bem feito.Porm, isto no pode subir cabea da pessoa aponto dela se considerar melhor ou superior aos seussemelhantes; ou, de repente, at- chegar conclu-so de que no precisa nem mesmo de Deus, "Oque a nossa vida?" - eis o pergunta-chave do tex-to que respondida de forma brilhante pelo apsto-lo. Ele pretende mostrar que a nossa vida limita-da, e s encontra sentido e razo em Deus, o nicoque possui as nossas vidas em suas poderosas mos.Tiago adoa o mesmo ensino do profeta que ensi-nou: "no se glorie o sbio no sua sabedoria, nem oforte na sua fora, nem o rico nas suas riquezas;mas o que se gloria, glorie-se no Senhor" (Jr9.23,24).

    l 3. A INCERTEZA DO FUTUROAfirma o apstolo Tiago: "vs no sabeis o que suce-

    \ omon/i". interessante observar que, por quatro(vezes, ele utiliza o verbo "fazei", denunciando a disposi-

    o das pessoas de seu tempo em fazer, em projetar, em1 executar, esquecendo-se de que o futuro sinnimo dei incerteza e no se encontra disponvel os pessoas. Mais do

    que isto, pode-se verificar no texto que:3.1.0 futuro pertence a Deus- Quando entregamos a

    nossa vida ao poder e domnio do Senhor, aprendemos alhe entregar todas as nossas necessidades e o lhe confiartodos os nossos dias. Compreendemos, ento, que o futurose encontro nas mos de Deus. Ensinou o Mestre dos mes-

    i"no vos inquieteis com o dia de amanh, pois of nh trar os seus cuidados; bosta QO dia o seu prprio

    1 ma' (Mt 6.34). Semelhantemente, recomendo o sbio:i "no te glories no dia de amanh, porque no sobes o que

    tora luz" (ft 27.}).1 3.2. Os valores espirituais merecem Q prioridade dai vida - O texto no condeno fazer planos, almejar melhores: resultados nos negcios, melhorar o padro de vido, ou mes-

    mo possuir riquezos. Condena sim, a arrogncia doqueles que fazem destas coisas o seu alvo principal de vido,esquecendo-se de que os verdadeiros valores so de ordem espiritual, e estes precisam ocupar o primazia de nossovida. Critica Tiago aqueles que so to autoconfantes, que terminam por abandonar a Deus e os seus valores.Segundo o apstolo, esta arrogncia ou pretenso jacanciosa (vaidoso, presunoso, arrogante), maligna, e seconstitui em omor ao mundo (Veja l Jo 2.15-17). Ou como a personagem mencionada por Jesus que obteve muitoslucros, mas esqueceu-se do principal: "Louco, esta noite te pediro o suo o/mo e o que tens preparado poro quem5er?"(U12.20)

    3.3. Deve-se fazer o bem oos outros- Conclu Tiago, condenando os mercadores que deixom de fazer o bem comos seus benefcios. Lamentavelmente, torna-se comum a busco de lucros s custas dos outros e sem uma preocupao

    . com o bem-estar social. Isto prprio de modelos, tal como aquele adoado pelo governo aual, onde o progresso construdo com um alto custo sociol; o cidado comum transformado em consumidor, as pessoas sofridos (desem-

    dos, favelados, mendigos, sem- teto, sem-terra etc.) so tidas apenas com um mero detalhe, podendo at serionadas ou eliminadas em nome do desenvolvimento. Ao contrrio, ensina a Palavra que os nossos ganhos

    devem ser repartidos e compartilhados com os necessitados: "...trabalhe, fazendo com as prprios mos o que bom,paro que tenho com que ocudiroo necessitado" (Ef 4.28). Alis, no este o modelo bblico de Igreja? (At 2.42-47;4.32-35). Que o Senhor nos ensine a dar uma dimenso de um amor social e poltico ao nosso trabalho!

    DISCUSSO1. Qual deve ser a atitude dos cristos ricos em favor dos carentes?2. Existe oigumo forma de exaltao.por parte dos evanglicos? Por qu?

    Autor: REV. WILSON EMERICK DE SOUZA (Campinas - SP)33

  • 11 Tg 5.1-6DIA-A-DIA

    COMAPALAVRA

    Segunda-FeiraLevtco19.9-15

    Terca-FeiraSalmo113

    Q u a ri a-F eiraProvrbios

    30.7-9Quinia-Feiro

    Amos5.1-15

    Sexa-FeiraMiqufas6.9-16

    SbadoLucas

    6.20-26DomingoApocalipse18.9-20

    O temo do injustia social um dos mais necessrios e relevantes para a reflexo do povo de Deus, em todos os tempos e lugares.lsfo, porque os pecados ligados (,injustictTsocial so dos mais terrveis que o ser humano pode cometer; ^consequenemente, seus efeitos so os mais desastrosos. Especialmente a nossa poca, tem sido marcada por injustias sociais gritantes. Na introduo palestra intitulada ".|jEvangelizao e Busca de Liberdade, de Justia e de Realizao pelo Homem" que ministrou no ^Congresso Internacional para Evangelizao Mundial em Lausanne (Sua) em 1974, Samuel ~Escobar fez uma interessante citao:"... se o mundo fosse uma aldeia com openas 100 wpessoas, destas, 66 seriam pobres e os restantes 34 seriam, em grau maior ou menor, ricos:

    . destes, 8 seriam norte-amercanos. Os 66 continuariam pobres e assistindo os outros 34jM-quecer-se cada vez mais..." W 9

    A desigualdade social em nosso tempo brutal: apenas trs pases - Estados Unidos, Alemanha e Japo - sozinhos, produzem cerca de 47% de toda a renda mundial. Logicamente, ^isto significa que em um grande nmero de pases a renda baixssima, sendo muito grande o nmero de pobres. &

    Muitas pessoas pensam que isto natural. Na verdade, no da vontade de Deus que haja injustia social no mundo que Ele criou. Observando-se algumas leis do Antigo Testamento,percebe-se que o propsito divino que sempre houvesse equilbrio scio-econmico entre o Vpovo de Deus, sem desigualdades gritantes. No entanto, nem sempre isto aconteceu. Este fato, ^que tem sido uma realidade presente em quase todas^as culturas do mundo, precisa ser estuda-do luz da revelao de Deus na Escritura Sagrada. o que este estudo pretende fazer.

    __ ANLISE DO TEXTOTiago 5.1-6 apresenta uma crtica aos ricos, em um estilo que lembra alguns textos profticos do Antigo Testa-

    mento (como Is 10.1-4; Am 4.1-3; 5.6-12; Mq 2.1-5 efc). Ele j havia anteriormente, em sua epstola, criticado osricos (l .9-11). Provavelmente, o crtica aos ricos tem seu incio em 4.13-17, onde condenada a atitude de fazerplanos para enriquecer, ainda mais, sem se importar com quem precisa receber ajudo, e o que pior, sem sequerpensar em submeter estes planos soberania divina. Esto uma descrio que se encaixa perfeitamente uos^Acondenados no texto analisado neste estudo e na vida da grande maioria dos ricos, em qualquer perodo da historiae em qualquer lugar deste mundo.

    O tema desta passagem foi sabiamente expresso pelo ttulo a ela aplicado pela Sociedade Bblico do Brasil:"Deus condena as riquezas mal adquiridas e mal empregadas". O grande problema no est na riqueza em si, masna maneira como esta riqueza adquirida, e na maneira como ela administrada. A Bblia, em sua totalidade, exortoaos filhos e filhas de Deus que no tenham qualquer ansiedade em adquirir riquezas e que sempre se preocupem emajudar aos desfavorecidos. Lembrando desta nfase que a Palavra de Deus apresento, pode-se estudar melhor estapassagem.

    APLICAES_. . . . . - >.- -

    1. A INJUSTIA SOCIAL TOTALMENTE CONTRRIA VONTADE DE DEUS34

  • Tiogo radicol em suas palavras de condenao aos ricos que enriqueceram devido injustia social. Ele diz queso "riquezas corruptos"(v.2). E o faz porque, em toda a Bblia, a injustia social tremendamente condenada peloSenhor. Por isso, a lei da antiga aliana proibia terminantemente cobrar juros de emprstimos realizados a pobres etomar como penhor aquilo que era basicamente necessrio para uma vida com um mnimo de dignidade (x 22.25-27; Lv 25.35-37); a lei tambm proibia pagar com atraso salrio de funcionrios (Lv 19.13). No se pode esquecerda principal das leis sociais de Israel: a lei do ano do jubileu (Lv 25.8-34), que regulamentava uma peridicaredisribuico de terras, o que impediria a formao de latifndios (condenados em Is 5.8) e, consequentemente,empobrecimento do povo. O ideal da lei que, em Israel, o povo eleito para viver um relacionamento especial naaliana com o Oeus Eterno, no houvesse pobres (cf. Dt 15.4).

    Eses exemplos so suficientes para mostrar que a injustia social abominada pelo Deus Altssimo. A justia um dos atributos de Deus que, mais vezes, encontrado nas pginas das Escrituras; s no livro de Salmos, sodezenas e dezenas de referncias-l 0.8; 15.2; 17.15; 96.13; 98.9). O que se aprende destes textos que Deusrequer justia de seu povo. Ao mesmo tempo, aprende-se que Deus condena a injustia.4fe^ 'uz e Pano ^e ^ un^ ^ ''co/ P0^"56 Atender melhr Q condenao feita pelo Senhor Jesus aos ricos em^R4-26, e as palavras de Tg 5.1-6. Pois o que est por detrs de toda injustia social o pecado da ganncia e daavareza, que idolatria (cf. Cl 3.5). Os salvos por Cristo no podem ter em sua vida qualquer manifestao deinjustia social, que totalmente contrria vontade de Deus.

    Isto precisa ser lembrado, especialmente, porque h muitas injustias sociais acontecendo hoje entre ns: leisinjustas (condenadas em Is 10.1,2), especialmente sobre impostos; tributos e taxas que penalizam, especialmente,pessoas que tm poucos recursos; aposentadorias de trabalhadores honestos, escandalosamente reduzidas, ao passoque muitos polticos e funcionrios pblicos desfrutam de aposentadorias absurdamente elevadas; uma poltica dejuros abusivos; baixos salrios; enfim, uma situao que cobra dos cristos uma posio coerente com o ensinobblico acerca desta questo.

    2. A INJUSTIA SOCIAL SEMPRE PREJUDICIAL AO PRXIMOO texto de Tiago deixa bem claro que toda e qualquer injustia social causo srios prejuzos e, sempre aos

    pequeninos, aos mais fracos, sem recursos, sem vez e sem voz na sociedade. O versculo 4 diz: "Els que o salrio aostrabalhadores que c/foram os vossos comps, que por vs foi retido com fraude, est clamando: e os demores dosceifeiros penetraram at QOS ouvidos do Senhor dos Exrcitos".

    A Escritura tem vrios exemplos que mostram como o injustia social causa prejuzos a quem no tem poder parase defender. Um coso clssico o do rei Acabe de Israel, que aumentou seu patrimnio s custas do sacrifcio da vidadeNaboe(IRs21.1-16).

    s que se enriquecem injusta e fraudulosamene, prejudicam muitas pessoas para conseguir suas riquezas. PorBblia adverte contra a tentao de querer enriquecer de qualquer maneira (l Tm 6.9,10).

    nu nossa sociedade, lamentavelmente, no so poucos os casos de pessoais enganadas e exploradas para queuns poucos se enriqueam.

    No se pode deixar de mencionar o modelo econmico conhecido como "neo-liheralsmo", auolmenle em vogano Brasil e em muitas outras partes do mundo; este modelo uma das piores manifestaes de injustia social donosso tempo, pois transforma o mercado em uma selva onde impera a "lei do mais forte" na economia, isto : quem[ tem poderio econmico consegue sobreviver, mas os pequenos, destitudos deste poderio, so obrigados a sair decena, sendo engolidos pelos grandes. Isto ajuda a entender por que h tantos problemas sociais em nosso pas, queprejudicam, especialmente, crianas, idosos e outras pessoas que tm limitaes e dificuldades para lutar e se defen-der. A igreja crist deve exercer um srio trabalho diaconal, no apenas para trotar dos sintomas destes problemas,mas tombam para atacar suas causas e, assim, demonstrar de maneira concreta, o amor de Cristo.'

    3. A INJUSTIA SOCIAL AFASTA DE DEUS AQUELES QUE A PRATICAM' 35

  • "Tendes vivido regaladamente sobre o terra. Tendes vivido nos prazeres. Tendes engordado os vossos coraesemdiodemotono"(v.5).

    Com esos eloquentes palavras, Tiago nos transmite a ideia de pessoas fteis e inteis/ que alm de noproduzirem nada para a sociedade, exploram os que produzem, e se preocupam apenas com festas e banquetes, demaneira totalmente insensvel s dores e anseios dos explorados.

    O que Tiago quer dizer que, quem vive da explorao e da injustia socio, acaba afastando-se de Deus, poispensa que no precisa do Senhor e da ajuda que somente Ele pode dor.

    ' Bem antes de Tiago, o Senhor Jesus j havia dito que -"ningum pode servir a dois senhores; porque ou h deaborrecer-se de um, e amor ao outro; ou se devotar a um e desprezar ao outro. No podeis servir o Deus e sriquezos"(N(\. Consequentemene, os que vivem do injustia social se esquecem e se afastam do Deus Eterno,passando a adorar e a servir s riquezas.

    Diante-deste ensino bblico, impressionante como, mesmo assim, haja pessoas que defendam que os filhos deDeus tm, necessariamente, que ser ricos, e que a pobreza sinal de maldio. A Bblia adverte quanto ao perigo dasriquezas injustas que afosom de Deus. Ao mesmo tempo, a Palavra de Deus recomenda que os seguidores de PJesus devem investir nos valores eternos do Reino de Deus (Mi 6.19-21). Isto porque, conforme o ensino de JeHs,"... um rico dificilmente entrar no reino dos cus. E ainda vos digo que mais fcil passai um camelo pelo fundo deuma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus"W l9.23b,24). . '

    Os cristos tm que tomar cuidado para que no cometam injustia social, que tem, como um de seus tristesresultados, o afastamento de Deus.

    4. A INJUSTIA SOCIAL SER CASTIGADA POR DEUS"Atendei agora ricos, chorai lamentando, por causa dos vossas desventuras, que vos sobreviro"^, l)..O Deus justo no permitir que nenhuma injustia acontea indefinidamente. Ele garante que desventuras

    sobreviro aos praticantes do injustia social.Mais cedo ou mais tarde, todo injustia ser castigada. J nos tempos do Antigo Testamento, v-se que Deus

    o vingador dos injusticados. Um dos pecados cometidos em Sodoma que levou o Senhor a destru-la, foi exaomeneo pecado da opresso e injustia social (cf. Ez 16.49). O j citado rei Acabe tambm ouviu uma palavra profticasobre o castigo que receberia de Deus aps a terrvel injustia que cometeu (l Rs 21.17-19). Tendo em mente queDeus castiga com severidade a injustia social, fica mais fcil entender Ap 18.9-20, onde o apstolo Joo descreve aqueda da Babilnia; vale lembrar que Babilnia no Apocalipse todo um sistema de rebeldia e oposio a Deus,marcado por muitos pecados, que se manifesta em todas as estruturas da sociedade humana, sejam estas religiosas,culturais, polticas, sociais ou econmicos, como descrito, especialmente, em Ap 18.11 -17.

    A igreja crist precisa levantar sua voz proftica contra grandes e pequenos que praticam injustia scioque possam se arrepender deste pecado e abandon-lo antes que sofram o justo juzo do Senhor.

    Para que isto acontea, necessrio que os cristos entendam que precisam ter uma participao poltica maisefetiva, pois atravs da poltico que se tomam muitas decises que produzem ou a justia ou a injustia socio.Agindo assim, os cristos do nosso tempo vo resgatar uma importantssima e saudvel herona reformada - atradio de um envolvimento correio na poltica, entendida como uma rea onde a glria de Deus pode, deve eprecisa se manifestar.

    DISCUSSO1. Por que, em geral, os cristos tm dificuldade em estudar e praticar o ensino bblico sobre a justia social?2. EfeYo, poro o cristo, buscor prosperidade financeira?

    Autor: REV. CARLOS RIBEIRO ULDAS FILHO (Limeira -SP)36

  • 12. A PERSEVERANA CRIST Tg 5.7-11DIA-A-DIA

    COMAPALAVRA

    Segunda-FeiraDeiiteronmio

    1.34-40Terco-Feira

    Mateus10.16-23

    a-Feiramnos.2

    Quinta-Feiral Corntios15.50-58

    Sexfa-FeiraHebreus

    11.30-40SbadoII Pedro

    3DomingoApocalipse

    2.1-10

    C onta-se que, por ocasio da Guerra de Tria, Penlope ficou ausente do marido pormuitos anos. Ela ficou na cidade de taca, aguardando fielmente o seu esposoUlisses, que estava regressando. A tumultuada viagem de volta, que demorou dezanos, foi compensadora, pois ela reencontrou o seu amado esposo, e ambos

    viveram felizes at ao final das suas vidas.Esta estria ajuda a entender a importncia da espera com pacincia. o que se

    pretende demonstrar atravs deste estudo.

    ANALISE DO TEXTO

    Diante de tantas tribulaes que as pessoas enfrentam neste mundo, elas ficamimpacientes, quase desesperadas.

    A mensagem do apstolo Tiago, neste texfo-base, no sentido de tranquilizar essaspessoas com a promessa da segunda vinda gloriosa do Senhor, pois com a chegadad'Ele, as aflies cessaro (Ap 21.1-5). No versculo 7, ele utiliza o exemplo dos agricul-tores que esperam a colheita, at receber as primeiras e as ltimas chuvas. Assim, osservos de Deus devem aguardar, com pacincia, a segunda vinda de Jesus Cristo; e oapstolo conforta aos cristos, declarando:"... pois a vindo do Senhor esto pr6xana*(v.).Em seguida, no versculo 9, Tiago instrui a todos quanto importncia de no se queixa-rem uns dos outros, mesmo que sejam comuns reclamaes de uns contra os outros. Em

    outras palavras, em vez de murmuraes, o que precisa prevalecer tolerncia e vigilncia a respeito dasegunda vinda do Supremo Juiz.

    Os cristos devem seguir o exemplo dos profetas, pois eles sofreram com pacincia por amor ao Reinolus(v.lO).Todas as pessoas que perseveram firmes, so consideradas felizes, pela Bblia.Um dos maiores exemplos de pacincia no sofrimento foi o patriarca J; no final da sua vida, ele foi

    icamente recompensado. Isto aconteceu porque Deus "cheio de tema misericrdia^.] l).

    APLICAES

    M

    1. A PERSEVERANA CRISTA DEVE SER EVIDENCIADA ATE A SEGUNDAVINDA DE CRISTO

    37

  • Tiago est ensinando, especialmente no v.7, que os cristos precisam de muita perseverana ecia, sendo que isso deve ser evidenciado at ao fim, ou seja, at segunda vinda de Cristo. O exemplo doagricultor oportuno, pois ele demonstra muita perseverana, aguardando pacientemente as chuvas, para^conseguir abundantes colheitas.

    A espero pela segunda vinda no algo esttico ou contemplativo, mas deve ser algo dinmico. 00agricultor espera, com pacincia, pelo fruto, mas isso precedido pelo ato de plantar a semente, pois, se no houver esforo no plantio, no adianta esperar a colheita. Portanto, perseverar at ao fim algo que impe ^atitudes dinmicas e eficazes.

    No livro do Apocalipse, o apstolo Joo mostra, com clareza, que a perseverana deve ser exercitada at *ao fim, expressando esta verdade da seguinte maneira: "S fiel at morte e dar-te-ei o com da wr"(Ap$2.10). 9

    E lamentvel observar que muitos no esto perseverando na f, como deveriam, pois esto distaJht-do-se das prticas espirituais. ^

    Aqui, seguem algumas orientaes para ajudar os cristos, para que eles perseverem at ao fim:9

    * Maior comunho com Deus atravs da orao, meditao e leitura da Bblia; 9* Participao nos servios religiosos; * Envolvimento na misso da igreja neste mundo; 9* Testemunho cristo autntico em todos os lugares; ^* No-conformismo com as prticas mundanas; _* Rejeio aos ensinos dos falsos profetas.

    2. A PERSEVERANA CRISTA DEVE SER EXERCITADA INDEPENDENTEMENTE DAS 9CIRCUNSTNCIAS 9

    A mensagem de Tiago quer mostrar que a perseverana crist precisa ser demonstrada em todas as^circunstncias, especialmente nos momentos mais difceis. No texto em foco, ele cita o exemplas*profetas e de J, os quais, em meio s lutas e sofrimentos, perseveraram firmes, at ao fim. No captulo l, v.12, o mesmo Tiago fala sobre a importncia da perseverana em meio s provaes. .0 apstolo9Pedro declarou: "Resisti-lhe firmes na f, certos de que sofrimentos iguais aos vossos esto se cumprindo9na vossa irmandade espalhada pelo mundo"(\ 5:9). Esse sofrimento, em determinadas circunstncias,^ resultado da manifestao de um autntico compromisso com a pessoa de Jesus. Isso pode ser verifica-do em Mt 10.22: "Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porm, que perseverar ooo fim, esse ser salvo". 9

    Infelizmente, percebe-se que muitos esto fraquejando na f nos momentos difceis da vida. So aqueles 9que demonstram despreparo para o enfrentameno das aflies, pois imaginam que a vida crist apenas deglrias, de facilidades, de prosperidade, e muito mais. Jesus Cristo deixou claro que as adversidades sempre A

    38 '

  • acompanharo os fiis (Mi 7.24-27; Jo } 6.33).

    3. A PERSEVERANACRIST PRODUZFELICIDADE

    O texto de Tiago declara:"& que temos po felizes os queperseverarom.../r(v.]}). No in-"A rloSSa Carta, ele afirma:

    wentvrodo o homem que

    SNTESE

    A grande mensagem deste Estudo Bbli-co, refere-se vida crist marcada pela per-severana, a qual no pode ser interrompi-da, mesmo diante do sofrimento, pois quempersevera at ao fim, vive e viver feliz.

    A vido crist caracteriza-da pela alegria, a qual exerceinfluncia sobre outras pessoas,mas o inimigo tem procurado roub-la, especialmente provocando o aumento das lutas e provaes.

    Na experincia de J, possvel verificar a sua perseverana em meio ao sofrimento. A Bblia diz que, nofinal da sua vida, ele recebeu a recuperao da sade, dos bens e at mesmo de familiares. O texto sagradodiz: "Assim abenoou o Senhor o ltimo estado de J mis do que o primeiro^ "entoo morreu J, velho eMo de fe"(J'42.12,17).

    Pode-se afirmar que, a pessoa que persevera feliz, pois Deus supre as suas necessidades e distribui asSuas ricas bnos.

    Portanto, luz deste ensino bblico, a felicidade no est nos bens materiais, no dinheiro, nos prazeres,nos ttulos etc, mas no perseverar no carreira crist, confiando firmemente no Senhor, aquele que tem todopoder, toda autoridade, toda misericrdia, e nos d a promessa e a garantia da maior felicidade, comoAtado da perseverana crist: a coroa da vida.

    DISCUSSO

    1. Quais so os principais obstculos perseverana crista?2. A perseverana crist depende de ns, ou depende de Deus?

    Autor: REV.DIONEI FARIA (Alto Jequitib-MG)39

  • 13. A ORAO EFICAZ g 5.13-20D1A-A-DIA

    COMAPALAVRA

    Segunda-FeraUeis

    17Terca-Feira

    l Reis18

    Quaro-FeraDaniel

    6Quinto-Feira

    Jonas2

    Sexia-FeiraJoo

    14.12-15Sbado

    Joo15.1-11

    DomingoAtos

    4.23-31

    Nem tudo que se realiza possui o efeito desejado, no verdade? A eficcia dosempreendimentos algo discutido hoje em dia. Fala-se muito, hoje, em "qualida-de total", pois o mais importante a produo com qualidade, sendo que oconsumidor est cada vez mais exigente. Aquilo que eficaz o que produz o

    efeito desejado. Isso pode e deve ser aplicado na prtica da orao. Da surge a pergunta:ser que todas as oraes feitas a Deus produzem os resultados desejados? Sabe-se quejxistem qgueles que orqfn bastontejiios no experimentam as bnos dos resujtgdos^

    Neste estudo bblico, a nfase est na eficcia da orao ou na orao eficaz, luz doensino de Tiago, o qual declarou; "Muito pode, por SUQ eficcia, o splica do justo5.16).

    ANLISE DO TEXTO -

    Este texto pode ser melhor compreendido quando se pensa em algumas caractersticas..da Igreja pois, aqui, Tiago est chamando a comunidade para evidenciar os feitos de umaverdadeira f. Ele quer que os sinais do Reino sejam evidentes;

    1. Uma Igreja que CANTA- "Conte /owe5"(v.l3). Os cristos daquele tempo esta-vam sempre dispostos a cantar louvores ao Senhor; cada vez que eles agradeciam, sentiam-se impulsionados a cantar. O hino pago era triste; em contraste, o Cristianismo caracteriza-va-se pelo gozo, alegria e pelos cnticos. Realmente, o cntico forte integrante da vidaais(ICol4.15-26;Ef5.19eCl3.16).

    2. Uma Igreja que CURA - Nisto, a Igreja herdou a tradio judaica pois, quando um judeu estava enfermodo corpo, antes do mdico, quem atendia era o "Rabi" (mestre, lder religioso judaico). O Rabi ungia com leo(azeite) e orava. bom citar que os antigos consideravam o azeite de oliveira dotado de propriedades medicinais(Is ] .6; Lc 10.34). O azeite no cura, por isso Tiago ensina que esse ato tinha de ser praticado "em nom^pJesus". A uno com leo era sempre considerada como um recurso de santidade e no como uma preparaopara a morte.

    3. Uma Igreja que ORA - Tanto o cntico quanto a cura deviam ser acompanhados, de orao. Para osjudeus, os sofrimentos e enfermidades eram provenientes do pecado. Por isso, Jesus comea a curar um paral-tico, dizendo: "Os teus pecados esto perdoados" (Mc 2.5). Era, portanto, orar pedindo perdo para receber acura. Para eles, no havia limite ao poder da orao. Elias citado como homem de orao e a sua histriacompleta est em l Reis 17 e 18.

    Nos versculos 19 e 20, Tiago recomenda que o cristo no pode se extraviar, apartar-se ou desviar-se daverdade. Esta verdade uma nova maneira ou estilo de se viver, e no algo puramente intelectual; a verdadecrist que tem de ser praticada (Jo 3.20). Ainda, ele desafia no sentido de ir ajudar queles que se desviam paraos caminhos errados, pois isso agradvel a Deus. Este ensino bblico, pois o amor fraterno e o perdo mtuo

    40

  • podem reconduzir os desviados paro o caminho da Salvao (Mi 18.15,21.22) e so proveitosos por quem osreconduziu (I P 4.8).

    A Corta termina com uma nota de esperana, que inclui a ideia de pecadores sendo conduzidos ao arrepen-dimento e vida.

    APLICAES

    L A ORAO EFICAZ E PRECEDIDA PELA INTEGRIDADE CRISTA

    Tiago enfatiza a importncia da orao no princpio, no meio e no final de sua carta. Ele mostro que Deuse s oraes que so feitas por pessoas ntegras.jto versculo 11, ele recomenda no jurar, e dizer somente

    rdade, apontando para uma vida ntegra e honesta. Realmente, a Bblia ensina que a honestidade comprovaa vida de integridade (SI 51.6; Ef 4.25). No versculo 14, ele manda chamar os presbteros, pois so vidas queprecisam ser caracterizados pela integridade. J no versculo 16, ele diz que a splica do justo poderosa, ouseja, atendida.

    Em seu livro " Corto de Tiago", Elsa Tamez fola o seguinte sobre a vida ntegra: "o maior desafio de Togoos comunidodes o integridade. Ocrslo deve ser, antes de tudo, coerente com sua f e seu agir. Sua f vivae, unicamente se segue acompanhada de boas obras. A santidade ou perfeio, para o autor da caria, significaser ntegro".

    bom dizer, ainda, que a vida ntegra desprovida de. egosmo. Da, Tiago tem uma duro crtico quelesque utilizavam a orao paro fins egostas. Esses que ossim faziam, no eram atendidos (4.1-4).

    Portanto, s umo vida ntegra poder orar de modo eficaz^O pecado no confessado faz separao entre ohomem e Deus, e as_oraes no so_ atendidas. Sua vida marcada pela integridade?.

    2. A ORAO EFICAZ E COMPROVADA POR RESULTADOS VISVEIS

    n texto ressalta resultados palpveis da oroco. Ele fala da orao que restauro o enfermo e perdoais: "Q orao do f salvar o enfermo"(v.] 5). No exemplo de Elias, esta eficcia visvel, pois ele orou

    puiu MOO chover e no choveu durante 3 anos e 6 meses, e depois orou para chover e choveu (v. 17). Realmente,a orao do justo pode at modificar as condies atmosfricas e interferir na prprio naurezo.

    Os resultados comprovam se as aces esto correias. Uma vida infrutfera (sem resultados) no agrada aDeus. Jesus disse que o ramo que no produz deve ser cortado e lanado fora (Jo 15.6).

    Quando se ora correamene, reconhecendo que o eficcia no est no homem e sim em Deus, os resulta-dos so visveis. Cada pessoa ntegra pode usufruir desta orao eficaz, pois Jesus declara que os que cremn'Ele faro grandes obros (Jo 14.12).

    3. A ORAO EFICAZ UM PRIVILGIO DE TODOS

    Tiago recomenda chamar os presbteros para orarem pelos enfermos, porm, ele ainda recomenda que no41

  • SNTESEA integridade crista fator fundamen-

    tal para a eficcia da orao, cujos resul-tados se tornaro evidentes. Sendo umprivilgio de todos os crentes, a oraoeficaz deve ser uma constante na vidada comunidade.

    caz, que um privilgio de todos, reflete os desejos dos membros dao amor, a verdade, a unidade, o forca e a sinceridade.

    4. A ORAO EFICAZ FAZ O CRISTO MAIS EFICIENTE

    se faca um "monoplio clerical" da ora-o. Por isso, no versculo 16, ele reco-menda a todos que confessem os peca-dos mutuamente e orem uns pelos ou-tros. O seu ensino maior, aqui, que aorao eficaz um privilgio, e ao mes-mo tempo, responsabilidade de todos.

    Com frequncia, muitos se esque-cem do grande volor da confisso depecados mtua. Neste momento, h aoportunidade para que se abra com oirmo, sem medo de ser criticadodo, mas, visando a purificao dae dos prprios coraes. Esta orao efi-

    Igreja de forma que na comunidade reine

    No final da Carta, o apstolo apresenta um ensino interessante, o qual mostra que, a partir da prtica daorao eficaz, cada cristo se torna uma pessoa til. A orao liga a pessoa a Deus e ao seu prximo. H muitasvidas que precisam ser salvas, e quem vive em orao est mais habilitado para alcanar essas vidas.

    A orao na vida crist no apenas um momento de recepo de bno, mas uma oportunidade desocorrer os necessitados. H muita gente carente da orao do povo de Deus, dos raios de luz que precisam serrefleidos pelos cristos. Neste sentido, o profeta Daniel declara: "Os que forem sbios, pois, resplandecero,como o fulgodo firmamento; e os que o muitos conduzirem justico,como as estrelas sempre e eternomente"(Dnl2.3). Paulo disse: "paro que vos torneis irrepreensveis e sinceros, filhos de Deus inculpveis no meio de umogerao pervertido e corrupto, no qual resplandeceis como luzeiros no /m//H/o"(Fp.2.15).

    triste observar o grande nmero de pessoas longe de Deus e da Igreja, as quais precisam servolta. Quem vive em orao, quem possui vida espiritual autntica, est capacitado e ser motivado a buscaressas vidas.

    DISCUSSO1. A orao capaz de mudar os planos de Deus?

    2. Como avaliar a eficcia da orao?

    Autor: REV.ANDERSON SATHLER (Governado* Valadares-MG)42

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