The Shift 2ndEd Allison Cerra FINAL Ep

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El CambioA evoluo do mercado, os agentes e os modelos de negcios do mundo 2.0Alcatel, Lucent, Alcatel-Lucent e o logotipo da Alcatel-Lucent so marcas registradas da Alcatel-Lucent. Todas as outras marcas comerciais citadas neste livro so propriedade de seus respectivos detentores. As informaes apresentadas esto sujeitas a mudanas sem aviso prvio. A Alcatel-Lucent no se responsabiliza pelas imprecises aqui contidas. Copyright 2011 Alcatel-Lucent. Todos os direitos reservados.

SumrioPREFCIO. PRLOGO: O FIM DA INTERNET QUE CONHECEMOS.

Parte 1: O impacto da gerao.Captulo 1 Baby Boomers: Os eternamente jovens Captulo 2 Gerao X: Os filhos do meio da Amrica. Captulo 3 Gerao do milnio: Os nativos da era digital

Parte 2: Os envolvidos no ecossistema 2.0.Captulo Captulo Captulo Captulo 4 O mercado dos desenvolvedores: Mais de 14 milhes de mentes criativas 5 Observando como um desenvolvedor comercial 6 Observando como um desenvolvedor de TI corporativo. 7 Publicidade: Olhos voltados para ela.

Parte 3: A influncia do consumidor 2.0.Captulo 8 Vdeo: O prximo modelo de negcios instvel Captulo 9 Redes sociais: Lucrando com bilhes de conversas Captulo 10 Games: No um esporte para espectadores

Parte 4: Enterprise 2.0 necessrio.Captulo Captulo Captulo Captulo Captulo 11 Pequena empresa: O sonho americano. 12 Sade: Aposta alta, recompensa mais alta ainda. 13 Governo: Protetor, empregador e servidor 14 Educao: A corrida das conquistas globais 15 TI nas grandes empresas: Em busca da relevncia.

Parte 5: O Processo 2,0 para a America LatinaCaptulo 16 Brasil e Mxico: Um conto de dois pases Captulo 17 Pequena empresa: Mecanismo de crescimento da Amrica Latina Captulo 18 Desenvolvedores: Mercado emergente no Brasil EPLOGO: A cadeia evoluda de valor no mundo 2.0. Referncias.

PREFCIOA Internet nos levou a um ponto notvel da histria. Muitos fatores contriburam para transformar o presente em uma poca de quebra de muitas barreiras, rica em inovaes e mudanas culturais: Lei de Moore (ver pg. 13), banda larga praticamente em toda parte, computao em nuvem e tecnologia social de leitura/gravao na Internet domstica e corporativa. Os funcionrios "tuitam" para seus chefes, as pessoas ouvem legalmente as suas msicas preferidas (sem pagar por isso), os jornais podem parar de ser impressos em breve e muitos estudiosos temem que isso levar a uma nova "Era da Escurido". Usamos iPads que parecem ter sado dos desenhos dos Jetsons e esses tablets futuristas foram o produto que atingiu mais rapidamente a marca de US$ 1 bilho de vendas na histria. um momento incrvel. Alm disso, os caminhos ainda so "silenciosos". As rotas pelas quais os dados de Internet e telefonia circulam so mudas. At certo ponto, elas simplesmente agrupam dados, sem diferenci-los por tipo ou fonte de contedo. Uma perspectiva poltica diz que assim mesmo que deveria ser: a legislao de neutralidade da rede pode fazer com que os caminhos continuem em silncio. Mas pensemos no outro lado da histria. E se os provedores de servios de telecomunicao equipassem seu fluxo de dados? E se eles medissem, monitorassem, analisassem e disponibilizassem informaes para que os desenvolvedores de softwares externos pudessem criar servios com base nesses dados? No com o objetivo de espreitar ladres e impostores de filmes, desperdiando largura de banda e propriedade intelectual, mas para criar servios de valor agregado proveitosos a todos com base em uma rede inteligente. E sobre isto que fala este livro. Ele relata os tipos exclusivos de dados que os provedores de rede podem oferecer para um ecossistema mais abrangente, onde os desenvolvedores possam criar softwares e servios. Que tipo de dados os provedores de rede podem oferecer para uma comunidade de desenvolvedores? Eis a questo. A rede tem conhecimento sobre a presena, a disponibilidade, o local e o perfil do usurio de um software no final da linha - em um notebook ou telefone. Os hospitais talvez queiram saber em que local do estabelecimento est um mdico e qual seu perfil profissional (Exemplo: "Qual cardiologista est mais prximo ao quarto andar agora?"). este tipo de informao que uma rede poderia expor para um desenvolvedor que, por sua vez, poderia criar uma interface para exibir tais dados de forma til para o usurio do software. Dentro desse contexto, o provedor de rede poderia oferecer uma interface de programao de aplicativos (Application Programming Interface, API) a ser utilizada por desenvolvedores de terceiros na criao de integraes, interfaces e mashups. A rede tambm sabe o que est acontecendo com sua prpria qualidade de servio e possui dados de diagnstico recursos de segurana e faturamento. Uma rede inteligente poderia oferecer essas informaes para os desenvolvedores como um servio. A pesquisa apresentada neste livro comprova que a demanda do desenvolvedor exatamente essa. Grandes quantidades de dados significativos so disponibilizadas em tempo real pelo provedor de rede. Isso quer dizer que existem oportunidades para inovar limitadas somente pela capacidade de processamento, poltica e imaginao de uma grande comunidade de desenvolvedores de software. O que isso significa? Representa novos aplicativos, novas experincias de usurio, melhor desempenho, mais envolvimento e novos tipos de software que

nem imaginvamos precisar. Cerra e James passaram a maior parte deste livro discutindo as mudanas culturais s quais esto se submetendo vrios grupos da sociedade ("Baby Boomers", pessoas que presenciaram a chegada de um novo milnio, anunciantes, desenvolvedores de TI corporativa e profissionais dos setores de educao e sade), com base em pesquisa de mercado e antropologia contempornea. Elas discutem quais necessidades desses grupos poderiam ser satisfeitas pelas APIs dos provedores de rede. Grupos diferentes tm desejos e objetivos diferentes, mas um caminho inteligente pode oferecer algo a todos eles. Vrios mercados esto dispostos e podem pagar por este tipo de recurso, de acordo com muitos estudos, originais e compilados, que voc encontrar nestas pginas. Esta a questo. Consumidores e desenvolvedores querem e pagaro por recursos que possam ser criados com base em dados de presena e disponibilidade para fins de segurana e diagnstico. Esse dinheiro ajudar a pagar o qu? Mais caminhos! Todos querem banda mais larga e rpida e os consumidores gostariam de obt-la por um preo menor do que o atual. Como os provedores podero aumentar a capacidade e, ao mesmo tempo, diminuir o custo dos servios bsicos? Cerra e James afirmam que os tipos de recurso vendidos a desenvolvedores e consumidores poderiam ser a fonte da receita usada para pagar a to sonhada criao de maior capacidade de rede. Isso pode ser muito motivador, mas preciso levar em considerao alguns cuidados. As autoras no esto, por exemplo, na rea "sem privacidade". Na realidade, fazem algumas declaraes destemidas a respeito da primazia do controle do usurio sobre seus prprios dados. Segundo elas, o valor agregado pela atividade do usurio e pelos dados de perfil deve ser levado em conta. As autoras oferecem uma anlise extraordinariamente sofisticada e multi-geracional sobre os requisitos variveis das pessoas quanto privacidade das informaes pessoais. Cerra e James escreveram aqui um texto informativo, no apenas do ponto de vista da privacidade do consumidor, mas considerando os muitos pontos em que existe uma interseo entre a tecnologia e a cultura contempornea. E criando as oportunidades chamadas de "capacitao de aplicativos" neste livro que o provedor de rede (e agora editor!) Alcatel-Lucent pretende fazer muito mais no futuro. No entanto, muitos acharo este livro informativo, independentemente de serem ou no clientes em potencial dos servios da Alcatel-Lucent. A melhor forma de marketing est nas empresas que contribuem de modo significativo com discusses de interesse geral. Sua marca pega carona em todos os tpicos de interesse geral, pois os leitores passam a contribuio da empresa para um nmero maior de pessoas. Esse grupo inclui uma porcentagem menor, mas um nmero maior de vendas em potencial. E todos ns samos ganhando. Tal modelo de marketing o emblema da nova Internet abordada neste livro, que mostra como deixar tudo mais sofisticado atravs da capacitao de aplicativos. Recentemente, a Alcatel-Lucent adquiriu o ProgrammableWeb.com, um banco de dados de APIs, servio de monitoramento e blog de notcias e sobre o qual haver referncias neste livro. o espao ideal para saber mais sobre as APIs que sero integradas ao tipo de dados fornecido pelas redes inteligentes que adotam a estratgia descrita neste livro. O potencial aqui to alto que espero que os novatos do mundo das APIs estejam entusiasmados. algo que voc precisa ver para crer. Assim, o ProgrammableWeb importante por ser um local onde possvel ver inmeras recombinaes de fluxos de dados em tempo real e recursos de vrias origens inseridos em novos contextos e interfaces, analisados para revelar novos padres e oportunidades ocultas. Como as nuvens de computao ao nosso redor sabero onde estamos? Como sabero o que queremos ver? Como a segurana ser gerenciada e o diagnstico executado? Esse exatamente o tipo de informao que as redes inteligentes podem fornecer para os desenvolvedores de aplicativos. Trata-se de uma viso geral das vantagens desse tipo de capacitao de aplicativos por parte dos provedores de rede, muito bem relatada nas prximas pginas. Mas, o que dizer dos caminhos silenciosos? Alguns gostam que seus caminhos sejam silenciosos. Os adeptos da legislao de neutralidade da rede podem discordar do fato de que o trfego de rede deva ser equipado, analisado e tratado de modo diferente. Cerra e James, obviamente, mencionam isso, mas argumentam que precisaremos que esperar e ver que tipo de legislao entrar em cena. Haver alguma, provavelmente. Enquanto isso, a Internet espera por uma regulamentao. H um potencial incrvel para o desenvolvimento de tecnologias mutuamente benficas com base no que chamado neste livro de capacitao de aplicativos. Leia e imagine as possibilidades. Marshall Kirkpatrick, coeditor da ReadWriteWeb [email protected] Agosto de 2010

PRLOGO

O FIM DA INTERNET QUE CONHECEMOSEm 1999, eu (Allison) fui FUNCIOnRIA DE um dos maiores provedores de servios dos Estados Unidos, comercializando um produto que era pioneiro na poca: Digital Subscriber Line - DSL. Lembro-me de ter participado de vrias reunies em que ocorreram debates calorosos sobre como comercializar melhor junto s massas esse novo ingrediente da sopa de letrinhas das telecomunicaes, o DSL. Estvamos entusiasmados com seu potencial, mas ramos cautelosos. Se fosse bem-sucedido, esse servio geraria um novo fluxo de receita no visto desde os dias da tecnologia discada. Ao mesmo tempo, muitos ficavam imaginando se isso algum dia decolaria. No final das contas, estvamos vivendo em um mundo em que o e-mail continuava sendo o famoso "aplicativo matador" da Internet. Por que algum precisaria, ou mesmo pagaria por velocidades de Internet mais rpidas se o modem de 56 KB era perfeito para navegar em um mundo virtual que usava muito texto? Dez anos depois, eu estava em um provedor de servios regional, diferente e muito menor. Novamente, participava de debates calorosos sobre o servio de banda larga da empresa. S que, desta vez, no pensvamos se algum realmente pagaria por velocidades de Internet mais rpidas; ao contrrio, nos perguntvamos como poderamos continuar oferecendo banda larga com o preo fixo de varejo que se popularizou na dcada de 1990. Nosso problema no era mais atrair novos clientes para a rede. Estvamos em uma posio muito mais difcil: como poderamos acompanhar o ritmo de uso de nossos clientes quando o trfego consumido na rede estava crescendo a uma taxa mais rpida do que o previsto? O debate ao redor da mesa - e o cenrio nossa volta - tinha mudado radicalmente na ltima dcada. O que aconteceu? Como chegamos a esse ponto? Veja alguns momentos marcantes da histria da banda larga que nos daro uma pista da resposta: Em fevereiro de 2005, trs ex-funcionrios desconhecidos da PayPal fizeram um grande avano, revolucionando a Web que os usurios conheciam at ento. O que comeou como um obscuro site de compartilhamento de vdeo marcou a mudana rumo a uma Brava Nova Rede Mundial. Apenas 21 meses depois, o fenmeno, agora conhecido como o onipresente YouTube, seria vendido para o poderoso Google pela impressionante quantia de US$ 1,65 bilho. Em menos de dois anos , o site adicionou mais um ingrediente sua ascenso meterica como importante integrante da tecnologia Web 2.0, deixando o Yahoo! em segundo lugar da lista de mecanismos de pesquisa mais populares do mundo todo. Esta certamente no foi a primeira vez na histria que um novato e desconhecido da Web comandaria um lder de mercado. A "superrodovia" foi incrementada com investimentos no incio. Mas era diferente. O YouTube no era apenas uma startup da Web. Ele foi desenvolvido com base em duas tendncias que mudariam o jogo da Web: a proliferao de contedo gerado pelo usurio juntamente com a distribuio de vdeo que consome muita largura de banda. Como resultado, ocorreu uma mudana ssmica que foi muito alm do comportamento do usurio e afetou as redes de largura de banda subjacentes limitadas pelo peso do uso de dados exponenciais quase da noite para o dia. Avanando rapidamente para outro momento importante da histria da banda larga, temos 29 de junho de 2007. Nesta data, centenas de consumidores curiosos invadiram as lojas de varejo dos Estados Unidos para conferir o mais novo dispositivo de acesso rede mvel: o Apple iPhone. Telefones celulares vm e vo. Mas havia algo especial e muito aguardado antes do lanamento do iPhone: um telefone sem teclado, nenhum manual de proprietrio complicado e nenhuma interface de usurio importuna era o sonho de todos. A Apple era a nica empresa que poderia satisfazer esses desejos extremamente ambiciosos e aqueles consumidores ansiosos que esperaram pacientemente nas longas filas pelo prximo dispositivo de "TI" sem fio no ficariam desapontados. Aps alguns meses do lanamento, o iPhone tornou-se o lar de milhares de aplicativos de terceiros que geravam um trfego consumido pelos usurios dez vezes maior. Se o YouTube tinha revolucionado a Web, transformado-a de uma experincia unidirecional baseada em texto em um ambiente multimdia com imerso completa, o iPhone incrementou e agitou o mundo sem fio com novos modelos de negcios direcionados para uma comunidade de desenvolvedores cada vez maior. A mudana para um mundo 2.0 transformou as redes com fio em redes sem fio, alterando inegavelmente o cenrio da banda larga mais uma vez. De modo bastante simples e sutil, o consumidor tinha se transformado no produtor. Poucos poderiam ter previsto uma mudana to radical nos anos de 1990, quando a banda larga atingiu pela primeira vez uma importante massa crtica. Em um mundo Web 1.0, o consumidor simplesmente o beneficirio de um contedo fornecido por outros. O mundo Web 1.0 caracterizado por provedores de contedo profissionais que criam um caminho de comunicao unidirecional com os consumidores. A velocidade de download soberana. Ambientes ricos em texto so a regra e os clientes sentemse satisfeitos simplesmente ao usar a mdia e o contedo disponibilizado por outros. A Web 2.0 mudou tudo. Com ainda mais facilidade, preo mais atraente e mais qualidade do que nunca, os consumidores foram equipados para produzir seu prprio contedo. A digitalizao de tudo, desde cmeras a armazenamentos econmicos, transformou cada usurio em um cineasta, paparazzo ou artista em potencial. Alm disso, as redes de banda larga sempre ativas e com velocidades antes reservadas aos usurios corporativos e com preo de mercado em massa agitaram as chamas do crescimento. Pela primeira vez, os consumidores tinham liberdade para se expressar. Sua voz seria ouvida. Sem eliminar mdias geradas por profissionais, o contedo dos usurios criou um novo meio de expresso. Blogs, podcasts, redes sociais, mensagens de texto e transmisso de informaes em massa mudaram o cenrio, transformando-o de uma comunicao unidirecional voltada s multides em uma conversa bidirecional de milhes de pessoas. A proliferao do contedo produzido e consumido criaria uma nova gerao de pessoas que presenciariam a chegada de um novo milnio, insacivel por largura de banda, que literalmente cresceria nesse envolvente mundo on-line.

A invaso do Exaflood?A exploso de trfego que teve sua origem na rede com fio e se espalhou para as redes sem fio, tinha uma leva de profetas. Assim que comearam os rumores de uma nova onda no setor de banda larga, surgiu o fenmeno "exaflood" (N.R.: na traduo literal, inundao de exabytes). A pergunta era simples: quanto trfego exponencial a rede poderia sustentar devido aos aumentos incrementais de largura de banda em um tempo to curto? A pergunta no foi feita pensando em termos de rentabilidade; em vez disso, abordava as limitaes fsicas de capacidade das redes de banda larga subjacentes. Embora o planejamento da capacidade certamente fosse importante, uma questo mais essencial estava em jogo: quem continuaria a investir em redes enfraquecidas por um apetite de banda larga aparentemente insacivel? Vamos recorrer histria para obter a resposta bvia. As redes de banda larga so o produto de bilhes de dlares investidos por provedores de servios. Durante anos, AT&T, Verizon, Comcast, Time Warner, Sprint e suas linhas

de comunicao injetaram dinheiro em caminhos maiores e mais rpidos para os usurios finais. Testemunhamos o aumento da velocidade de banda larga de mseros 768 kilobits por segundo (ainda doze vezes mais gil do que o servio discado mais rpido) para bem mais de 10 megabits por segundo. Ao mesmo tempo, a tecnologia sem fio deixou de ser um luxo baseado em voz e reservado para o funcionrio corporativo ou consumidor preocupado com a segurana e passou a ser uma necessidade de entretenimento e comunicao para as massas. Alm disso, no momento em que este livro foi escrito, uma nova administrao da FCC (Federal Communications Commision) sob a liderana de Julius Genachowski emitiu uma chamada do setor para equipar 100 milhes de lares dos EUA com 100 megabits por segundo nos prximos 10 anos. Para onde vamos agora? Alguns poderiam argumentar que os provedores de servios que investiram nestas redes devem simplesmente continuar fazendo isso. Afinal, eles so beneficiados com a receita gerada por inscries pagas diretamente pelos usurios finais que desejam obter o privilgio de acesso. Mas, se esses provedores de servios devem continuar investindo de modo constante nas redes em meio ao crescimento do trfego de banda larga, sem eliminar os planos de preo de varejo, como podero gerar um atraente retorno do investimento (Return on Investment, ROI)? Para aumentar a eficincia nas redes propriamente ditas, podemos recorrer a uma tendncia formulada pelo cofundador da Intel, Gordon E. Moore em 1965. Segundo essa tendncia, o poder da computao dobra aproximadamente a cada dois anos. Embora a Lei de Moore certamente tenha um papel importante ao permitir que os provedores de servios aproveitem custos mais atraentes por bit transmitido, nem mesmo ela pode aliviar as despesas incrementais decorrentes de um apetite insacivel por banda larga dos usurios finais. Alm disso, se no houver nenhum motivo atraente para esses provedores de servios continuarem investindo, como a prxima gerao do Facebook ou YouTube poder alcanar seu pblico-alvo em uma rede capaz de fornecer seu valor? Alguns esto recorrendo ao limite de banda larga como uma resposta em potencial. Em vez de oferecer aos usurios finais uma taxa fixa e com tudo incluso, o preo mensal da banda larga limita o uso a uma quantidade especfica por ms; depois que esse limite atingido, o usurio paga por cada byte baixado. O limite coloca grande parte do imposto da rede nas costas daqueles que consomem mais largura de banda. No entanto, o desafio continua sendo duplo: 1. Como um provedor de servios pode comear a treinar novamente uma base de clientes sobre o modo como o uso ser cobrado de acordo com esse novo modelo? O setor passou a maior parte dos ltimos 10 anos explicando para o pblico o que velocidade de download e upload e por que isso importante. Mesmo hoje, com nveis de banda larga quase saturados, alguns consumidores inteligentes poderiam responder o que uma taxa de megabit por segundo realmente fornece, embora tenham aprendido que quanto mais rpido, melhor. Imagine a complexidade associada ao treinamento desses consumidores sobre o que um gigabyte ou quantos gigabytes a casa deles consome por dia, semana ou ms. Alm disso, como voc orienta o consumidor, principalmente os pais, a monitorar seu trfego domstico e impor limites para os filhos que podem facilmente consumir a cota mensal sozinhos? Este o contexto. Comercializar bits e bytes complicado. E as capacidades de largura de banda aumentam essa complexidade. 2. Os limites so interessantes, mas temporais. O insacivel por banda larga de hoje pode ser o usurio casual de amanh. Como um provedor de servios mantm a flexibilidade ajustando as capacidades de banda larga dinamicamente enquanto o uso continua sendo dimensionado? Mais uma vez, aumentamos a complexidade do sistema. Muitos questionariam esses pontos e mencionariam diversos exemplos bem-sucedidos de limites de banda larga que esto sendo impostos no mundo todo para comprovar seu ponto de vista. Embora saibamos que outros provedores de servios ao redor do mundo tm feito a transio de taxa fixa para um modelo de preos de banda larga com base no uso e obtido bons resultados, acreditamos que existem outras maneiras, talvez melhores, de aproveitar a carga de trfego incremental nas redes em vez de usar um modelo meramente transacional entre o usurio final e o provedor de servios. Essa mudana simplesmente adota gigabytes na rede do provedor, no megabits por segundo. Os provedores de rede continuam sendo um utilitrio por meio do qual outros fornecem servios e aplicativos que agregam valor para o usurio, mas ainda no conseguem estabelecer uma relao mais slida com consumidores e desenvolvedores que crie receita suficiente para justificar o investimento contnuo em rede. Se comearmos a observar as diferenas bsicas e cada vez maiores entre ecossistema e rede de banda larga, descobriremos novos modelos de negcios que vo alm do faturamento baseado em assinatura entre provedores de servios e usurios finais. A mudana: diferenas entre 1.0 e 2.0 1.0 Comunicao unidirecional Ambiente da Web baseado em texto Banda larga para redes fixas Preo fixo da banda larga Experincias bidirecionais Ambiente da Web rico em vdeo Banda larga em qualquer rede Preo varivel da banda larga 2.0

Os provedores desejam desenvolver o prximo "aplicativo matador" Aproveitamento do ecossistema de desenvolvedores para criar aplicativos

A necessidade de um novo modeloSe h uma lio a aprender com o iPhone, esta o valor da exposio da inteligncia - neste caso, por meio de um dispositivo - para uma ampla comunidade de desenvolvedores. Os usurios do iPhone tm muito mais do que um simples telefone. Eles esto equipados com um arsenal de bem mais de 300.000 aplicativos, desde o mais irrelevante e obscuro at o mais prtico e popular. Considere o poder de mais de 300.000 aplicativos limitados a um dispositivo que s atingiu a massa crtica nos ltimos dois anos. Se apenas um dispositivo pode criar toda essa loucura, imagine por um momento se a inteligncia das redes pudesse ser exposta da mesma maneira. Outra lio que podemos aprender com o iPhone a existncia de consumidores com um desejo voraz de fazer tudo que precisam e acessar todos os dados, vdeos, comunicados, mdias sociais e qualquer outro contedo que se possa imaginar de modo fcil e com uma interface simples. Consumidores

querem o contedo desejado, no momento desejado e do modo desejado. Com esse tipo de demanda, nem mesmo um dispositivo como o iPhone consegue satisfazer todas as necessidades. Para satisfazer essa necessidade, os principais concorrentes aproveitam as falhas de servio dos provedores, oferecendo solues pontuais que podem ser integradas em aplicativos tradicionais de comunicao, vdeo e mdia social. Neste momento, os consumidores so obrigados a usar tais solues pontuais provisrias para atingir sua meta de acesso a qualquer momento e em qualquer lugar. Por exemplo, se os consumidores quiserem assistir a vdeos adquiridos em dispositivos diferentes, mesmo com todas as opes disponveis, eles precisaro ser seus prprios integradores de sistema. Eles podem carregar vdeos em um dispositivo mvel para vdeo um iPod ou outro player porttil. Podem conectar o computador televiso. E tambm podero assistir a vdeos atravs de servios sob demanda, como os da Amazon ou Netflix, no computador ou na televiso, se possurem um conversor ou um reprodutor de DVD especial habilitado para Internet. Eles podem comprar hardware ou software da Sling para assistir programas de televiso enquanto estiverem fora de casa. Mas nem todos os servios pagos pelos usurios esto disponveis em todas as plataformas atuais. O consumidor deve enfrentar as limitaes dos jardins cercados oferecidos por iTunes, Amazon, Netflix ou servios de TV, e esses limites esto presentes mesmo depois dele fazer investimentos significativos em taxas de assinatura, direitos de contedo digital em plataformas diferentes e adquirir caros aparelhos como dispositivos portteis de vdeo digital, conversores especiais, computadores, televisores de alta definio e muito mais. O fenomenal que, apesar da complexidade de integrao desses diferentes servios e dispositivos, muitos consumidores esto fazendo tais investimentos em vdeo, comunicao e em seus perfis de mdias sociais. Eles j decidiram que vale a pena gastar tempo e dinheiro. Embora os usurios possam ser leais a um determinado dispositivo, como seu iPhone, smartphone BlackBerry ou televisor de alta definio, somente os provedores que oferecerem a experincia mais simples nas diversas plataformas e integrarem as novas mdias conseguiro atrair os consumidores. Em um mundo 2.0, at mesmo um dispositivo como o iPhone , no final, um sistema de fornecimento para os aplicativos e servios valorizados pelos consumidores. O modelo de negcios que requer a integrao dos sistemas por parte dos usurios para agregar o mximo de valor no est funcionando bem; mas exatamente isso que temos hoje. Ento, qual o papel da rede? As redes so slidas de muitas maneiras. Primeiro, no dependem de dispositivos. Uma mesma rede capaz de conectar com facilidade milhares de variedades de dispositivos mveis, modems de banda larga e at mesmo conversores.. Em segundo lugar, elas so invasivas. No so restritas, por exemplo, pelos limites da bateria que geralmente so a perdio dos dispositivos sem fio. Finalmente, as redes so poderosas. Desde o armazenamento at a capacidade de processamento, elas esto equipadas para lidar com a carga equivalente de milhares de dispositivos. Mas isso no sugere que os dispositivos so menos importantes. Pelo contrrio. A sua inteligncia permite que a rede fornea mais recursos. uma relao simbitica no ecossistema. Quando os dispositivos ficam mais poderosos, as redes tambm ficam. Alm disso, o usurio acaba se beneficiando com uma experincia mais rica. No entanto, essa linha de raciocnio considera que, se um dispositivo como uma plataforma pode atrair milhares de desenvolvedores, por que uma rede com recursos no poderia alcanar ainda mais usurios em ainda mais dispositivos? Veja apenas alguns exemplos de recursos de inteligncia possveis de ser expostos: Presena, ou status de disponibilidade, de um usurio final em qualquer dispositivo ou tipo de rede Localizao de um usurio final, exata ou aproximada, no reservada exclusivamente para smartphones com recursos de GPS, mas disponvel para a grande maioria dos telefones presentes nos bolsos dos consumidores hoje em dia. A localizao pode incluir recursos de determinao da regio geogrfica que detectam os consumidores que entram em um determinado raio, talvez na rea de uma loja, e, como resultado, enviam cupons para o dispositivo mvel desses consumidores. Criao do perfil de um usurio final, incluindo os sites que ele acessa regularmente, os canais e programas que assiste e o tempo que passa em cada tipo de mdia. Para aqueles que lerem isso, enfatizaremos constantemente as funes de privacidade, segurana e coleta de dados baseada em permisso como os principais elementos de qualquer modelo de negcios ao longo deste livro. Por enquanto, diremos somente que os consumidores devem continuar controlando seus perfis e a autorizao explcita de ativao deve ser concedida para garantir a proteo do usurio. No entanto, para quem deseja oferecer algumas informaes sobre seus hbitos em troca de ofertas e opes de entretenimento e comunicao mais segmentadas, os benefcios so tangveis. Qualidade de servio (Quality of Service, QoS), que pode otimizar a experincia de visualizao do usurio final adaptando o desempenho da rede. A Internet tem sido caracterizada como uma mdia de melhor esforo. Em outras palavras, a velocidade do usurio final pode oscilar dependendo do desempenho da rede. A QoS ajusta a rede automaticamente para melhorar o desempenho ou a potncia quando o consumidor precisa (por exemplo, quando, temporariamente, baixam ou reproduzem um videoclipe). Imagine esse recurso em uma rede mvel, onde a transmisso do vdeo pode ser aprimorada e o contedo formatado automaticamente e otimizado para consumo atravs de uma forma mvel menor. Armazenamento, que se popularizou graas a abordagens baseadas em rede adotadas pela Amazon e por outros. Nessa equao, o provedor de servios oferece a possibilidade de distribuir esse armazenamento mais perto do usurio final. Quanto mais distribudo for o armazenamento de contedo baseado em rede, melhor ser a experincia do usurio final. Pense assim: so necessrios menos saltos na rede para fazer download de um vdeo localizado mais perto do usurio final. Quanto menos saltos, mais rpida a transmisso. Alm disso, os provedores de servios tm ativos de armazenamento estratgicos localizados na periferia da rede, em muitos casos se estendendo at a casa do consumidor. Segurana, que pode ser traduzida em diversas formas. Talvez a maneira mais bvia seja aquela onde a rede cria um tnel seguro ou tipo de rede privada virtual (Virtual Private Network, VPN) de conexo para quem est familiarizado com comunicaes corporativas que pode ser mantido em uma nica sesso enquanto o usurio troca de dispositivo. Faturamento, que pode se manifestar, por exemplo, na capacidade de cobrar micropagamentos de modo direto e seguro na fatura do provedor de servios do usurio final.

Resumindo, esta viso mundial trata da exposio de recursos na rede de uma maneira gerenciada e controlada para uma comunidade abrangente de desenvolvedores. A isso chamamos de "capacitao de aplicativos", pois a rede permite que recursos inteligentes agreguem mais valor para vrios envolvidos no ecossistema. Os desenvolvedores so beneficiados com recursos de rede slidos capazes de abastecer seu prximo aplicativo; os provedores de rede so beneficiados com novos fluxos de receita que podem financiar a prxima leva de investimentos e os usurios finais so beneficiados com aplicativos mais complexos e avanados. Talvez, voc critique esta abordagem de uma dessas duas maneiras: Perguntando-se por que uma comunidade de desenvolvedores precisaria de acesso a esses recursos, dada a proliferao de interfaces de programao de aplicativos (Application Programming Interfaces, APIs) baseadas na Web e amplamente disponibilizadas atravs de sites como o ProgrammableWeb e de dispositivos como o iPhone e a plataforma de tecnologia mvel Android. Este livro descreve um estudo quantitativo baseado em evidncias realizado com mais de 1.300 desenvolvedores da Amrica do Norte para comprovar o interesse e a disposio de pagar por esses recursos aprimorados baseados em rede. Ou talvez se pergunte por que um provedor de servios iria expor a rica inteligncia de sua rede, visto que esses ativos continuam sendo o baluarte do valor da empresa. Resumindo, no se trata da exposio aleatria de recursos de inteligncia da rede na selva da Internet. Ao contrrio, trata-se da reinsero do provedor de servios na cadeia de valor, reconhecendo-o apenas como uma parte importante das diversas que compem um grande e complexo ecossistema. Tambm no se trata da imposio de controles onerosos por parte dos provedores de servios em uma comunidade de desenvolvedores de modo que a inovao seja reprimida; em vez disso, refere-se permisso de colaborao entre esses dois mundos para que ambos sejam beneficiados. Tal mudana de paradigma no coloca a responsabilidade de identificar e criar o prximo aplicativo matador nas costas do provedor de servios. Vamos enfrent-lo. Se a histria servir como indicativo, esse empenho j est ocorrendo nas atividades de algum em uma garagem ou um dormitrio. No entanto, necessrio identificar os ativos tangveis na rede que podem deixar o prximo aplicativo matador ainda melhor. Caso ainda no tenhamos sido claros, falaremos de modo diferente: a abordagem descrita neste livro trata da criao de modelos de banda larga rentveis e sustentveis em um ecossistema abrangente de desenvolvedores de contedo e aplicativo, fabricantes de dispositivo, anunciantes e provedores de servios para proporcionar melhores experincias ao usurio final. No se trata de dividir a mesma torta e ter uma estratgia que fornea uma fatia maior para desenvolvedores ou provedores de rede. Trata-se de fazer uma torta maior e melhor com desenvolvedores capacitados para criar novos sabores e variedades, gerando receita para todos. Em outras palavras, isso no sugere que os provedores de servios devam lucrar custa dos desenvolvedores, ou vice-versa. Tudo comea a partir do argumento bsico de que um mundo 2.0 precisa de um ecossistema de interdependncias. Se no houver incentivo para os provedores de servios continuarem financiando redes de banda largas da prxima gerao, os investimentos deixaro de

ser feitos. De modo similar, se os desenvolvedores no conseguirem encontrar modelos de negcios rentveis, a inovao ser comprometida. Quando um grupo de acionistas mantido sem prejudicar o ecossistema maior, os demais continuam se beneficiando. Desse modo, quando um grupo perde, suas interdependncias tambm correm o risco. Este livro procura entender os novos modelos de negcios empregados no mundo 2.0, onde o consumidor continua controlando sua experincia, a comunidade de desenvolvedores se beneficia com recursos aprimorados e os provedores de servios lucram com seus investimentos para abastecer a futura inovao. Esta publicao faz isso com uma abordagem cientfica, baseada em uma extensa pesquisa solicitada pela Alcatel-Lucent e realizada pela Penn Schoen Berland com milhares de consumidores, empresas, desenvolvedores comerciais e anunciantes para avaliar sua perspectiva exclusiva e a disposio de pagar por recursos de rede inteligentes medida que olham as coisas com as lentes do mundo 2.0. Alm disso, como a pesquisa fornece informaes direcionais e estratgicas, mas pode ser mais limitada para prever o futuro com preciso, sero incorporados exemplos do mercado que oferecem suporte adicional. Visto que grande parte da adoo da tecnologia formulada pelas atitudes de cada gerao, comearemos observando os "Baby Boomers", a "Gerao X" e as pessoas que presenciaram a chegada de um novo milnio para identificar como os comportamentos emergentes esto criando oportunidades para mudanas ssmicas na cadeia de valor. Em seguida, falaremos sobre os causadores de rupturas no ecossistema e sobre aqueles com o maior potencial para mudar modelos de negcios: desenvolvedores e anunciantes. Como o valor a ser extrado em um ecossistema depende da satisfao das metas no atendidas do mercado, abordaremos consumidores e empresas como componentes fundamentais de nossa anlise. Alm disso, como esses mercados de usurio final no so segmentos homogneos, separaremos com cuidado os motivadores subjacentes e os desafios exclusivos dos vrios subsegmentos, incluindo os grupos comportamentais dos consumidores do mundo 2.0 e setores especficos, no caso dos negcios. Finalmente, como existe um crescimento econmico significativo nos pases emergentes, compararemos e contrastaremos os resultados da pesquisa entre a Amrica do Norte e a Amrica Latina para diferenciar as nuanas que separam um mercado maduro de um mercado em desenvolvimento. No final, como leitor, voc dever entender melhor as implicaes do ecossistema mais abrangente medida que os modelos de negcios se adaptam influncia 2.0. Ento, vamos comear.

Parte 1o impacto da gerao

Captulo 1Baby Boomers: Os eternamente jovensPrincipais destaques do captulo Totalizando aproximadamente 80 milhes de pessoas, os "Baby Boomers" (nascidos entre 1946 e 1964) gastam US$ 2,3 trilhes por ano, o que representa 53% a mais do que a faixa etria de 18 a 39 anos. Os comerciantes no devem cair na armadilha da obsesso juvenil e esquecer dessa populao. Os "Baby Boomers" esto interessados e familiarizados com as tecnologias, principalmente os produtos e servios que correspondem a seus valores e estilos de vida, incluindo entretenimento em vdeo, solues mveis, aplicativos que aproveitam o aumento da largura de banda em casa e, cada vez mais, as mdias sociais. Os "Baby Boomers" esto redefinindo os conceitos de aposentadoria e envelhecimento trabalham mais, sentem-se mais independentes e rejeitam a ideia de que devem ser "deixados de lado". Em 2006, os cuidados com pais idosos levavam em mdia 21 horas por semana, o que representava economicamente um total de US$ 350 bilhes mais do que os Estados Unidos gastaram na rea da Sade em 2005. As tecnologias que aliviam esse fardo tm um impacto econmico e social significativo. Ao observar a cobertura jornalstica feita sobre a evoluo e o futuro da tecnologia, fcil notar que a discusso comea com a Gerao X, destaca a Gerao Y ou a Gerao do Milnio e termina esperando a vinda da prxima gerao de jovens cujo nome ainda ser escolhido talvez Gerao Z ou a proposta "Gerao Alfa". Aparentemente, de A a Z, estamos falando de jovens em meio a uma revoluo tecnolgica. Uma pesquisa recente feita pela rede TV Land mostra quo equivocada essa abordagem pode ser para redes, agncias de publicidade, anunciantes e empresas que criam produtos e servios inovadores no setor da tecnologia. A prtica amplamente aceita de segmentar principalmente os consumidores mais jovens simplesmente errada. Existe uma necessidade clara e imediata dos comerciantes repensarem nessa abordagem e atenderem aos 78 milhes de Baby Boomers dos Estados Unidos, que agora esto em seus anos produtivos", disse Larry Jones, presidente da TV Land, em um anncio do estudo New Generation Gap feito em novembro de 2006.1 A demarcao da gerao dos "Baby Boomers" varia, mas geralmente comea depois da Segunda Guerra Mundial, indo de 1946 a 1964, como j dissemos. As estimativas atuais variam de 76 milhes a aproximadamente 80 milhes. Este estudo, junto com o estudo Joy of Tech da TV Land e a pesquisa subsequente, procura examinar as noes pr-concebidas sobre a gerao "Baby Boom" e suas abordagens com relao a entretenimento e tecnologia. De acordo com os resultados, muitos dos momentos decisivos da gerao

identificados pelos "Baby Boomers" envolviam a televiso. Cinco principais eventos culturais O surgimento da televiso a cabo 45% A criao da televiso colorida 40% A morte de John Lennon 37% A era das discotecas 33% A morte de Elvis 29% Cinco principais eventos histricos A exploso do nibus espacial Challenger (1986) 57% Assassinato de John F. Kennedy 52% A guerra no Vietn 52% Mandato de Ronald Reagan como presidente dos Estados Unidos 42% Renncia de Nixon/crise de refns no Ir/descoberta da AIDS 38% (empate) 2 Para os "Baby Boomers", a experincia de mundo, o que e como eles lembram esto profundamente ligados com a televiso. Eles se recordam da primeira TV que tiveram, da mudana para a televiso colorida e testemunharam os momentos mais histricos da nao pela televiso. A pesquisa tambm mostrou que somente 17% dos Baby Boomers qualificados se identificavam com esse termo. 3 Eles acreditam que so muito jovens para serem enquadrados nessa categoria e tinham associaes negativas com esse rtulo. Por outro lado, pelo menos de acordo com a rede TV Land, 57% dos participantes preferiam ser chamados de "gerao da TV". A TV Land respondeu com uma campanha publicitria que tinha o slogan TV Land: TV for the TV Generation (TV Land: TV para a gerao da TV). Um tema recorrente na pesquisa da TV Land mostra que os "Baby Boomers" se mantm atualizados com a tecnologia e acreditam que isso um sinal de honra, uma fonte de diverso e uma maneira de manter o contato com as geraes mais jovens. Eles no so to velhos para acompanhar o ritmo da tecnologia, no a encarando como algo complexo ou intimidador como seus pais, nem to jovens para achar tudo fcil demais. Os "Baby Boomers" realmente aproveitam os benefcios do avano tecnolgico e ainda esto ativamente envolvidos em sua criao e produo. Principais estatsticas sobre os "Baby Boomers" e as comunicaes em 20084 74% usam a Internet, em comparao com os 40% em 2000. Isso corresponde a 36% da populao da Internet e 33% do trfego dirio 72% possuem um telefone celular, em comparao com os 34% em 2000 62% usam banda larga em casa, em comparao com os menos de 5% em 2000 43% se conectam usando a rede sem fio 47% usam a "nuvem" 38% usam sites de compartilhamento de vdeos Baby Boomers" e o comrcio eletrnico: 81% usam a Internet para pesquisar produtos, 70% para fazer compras, 68% para reservar pacotes de viagem e 55% para acessar servios bancrios on-line Esse interesse e discernimento tecnolgicos, juntamente com os gastos que fazem, transformam essa gerao em um alvo rico, porm negligenciado para produtos, servios e publicidade. Os "Baby Boomers" sabem disso e indicaram uma propenso a punir empresas, redes e mdias que os ignoram. Na poca em que o estudo da TV Land foi realizado, os "Baby Boomers" gastavam US$ 2,3 trilhes por ano, o que representava 53% a mais do que a faixa etria de 18 a 39 anos. 5 Alm disso, mais da metade dos participantes do estudo New Generation Gap "afirmou que prestam pouca ou nenhuma ateno aos anncios que, segundo eles, eram voltados para jovens adultos, enquanto um tero disse que haveria uma menor probabilidade de comprar esses produtos". 6 Desse modo, o que querem os "Baby Boomers" no que diz respeito ao entretenimento? De acordo com The Mature Market, quatro coisas principais: controle, escolha, clareza e comunidade. 7 Controle: 28% dos participantes do estudo Joy of Tech indicaram a mudana peridica (TiVo, DVRs e VoD) como o fator mais importante de sua deciso para adquirir tecnologias de entretenimento. Assim como seus colegas mais jovens, eles querem assistir ao contedo em seu prprio ritmo, no no ritmo da rede. Escolha: Mais de 40% acredita que uma grande variedade de opes de contedo a qualquer momento "muito importante". O benefcio da variedade aumentou ainda mais em suas mentes com a mudana peridica. Clareza: 58% disseram que "alta qualidade para visualizar e ouvir" muito importante. As tecnologias que melhoram a qualidade e a vivacidade da experincia domstica tm muito valor para os "Baby Boomers", pois eles criam "ninhos digitais" com espaos de entretenimento dedicados e equipados com os mais modernos televisores de alta definio e home theater. Comunidade: Aproximadamente um quarto dos participantes acredita que "permitir a conexo com amigos e familiares" (21%) e "ajudar a acompanhar o ritmo das atividades de entretenimento realizadas por amigos e familiares" (25%) so "muito importantes". A visualizao do contedo considerada uma experincia comunitria compartilhada com familiares ou colegas de trabalho durante os intervalos. Existe uma oportunidade excelente para aproveitar o poder de compra dos "Baby Boomers" e seu desejo por entretenimento de alta qualidade. Segundo

a pesquisa, eles esto dispostos a pagar uma taxa se isso simplificar suas vidas e oferecer mais opes e controle. "Baby Boomers" e a sade Opes, controle, e a sensao de que eles so mais jovens do que realmente so tambm aumentaro o desejo de adquirir tecnologias relacionadas a cuidados mdicos em casa, permitindo aos "Baby Boomers" continuar mais independentes medida que envelhecem e os problemas de sade comeam a afetar cada vez mais sua qualidade de vida. Os "Baby Boomers" mais velhos esto construindo uma nova tica social de rejeio e morte, assim como fizeram com sexo e procriao durante sua juventude. Enquanto o ethos juvenil surgiu da autoindulgncia, o ethos senil ter como base a autorrejeio. Para esclarecer, grande parte disso ser apenas simblico. Os "Boomers" que esto envelhecendo vo se glorificar das virtudes da autorrejeio, mas iro mantero pessoalmente (at onde sua renda permitir) sua indulgncia com tranquilidade. 8 Embora para as geraes anteriores a aposentadoria fosse uma meta e um estgio aguardado da vida, os "Baby Boomers" esto formando uma tica "antiaposentadoria" e impondo uma nova viso da terceira idade, segundo a qual permanecem ativos e envolvidos no mundo que tanto influenciaram em parte, devido a princpios e em outra parte porque isso ser necessrio para que possam manter seu estilo de vida e permanecer em suas casas. Essa gerao (especialmente os membros que nasceram no final do perodo) teve um crescimento de renda muito mais lento do que a Gerao Silenciosa, e hoje se depara com um atraso insupervel na renda lquida domstica mdia. Os "Boomers" nunca economizaram muito nem receberam bons seguros de seus empregadores e esperam que programas pblicos como Previdncia Social e assistncia mdica sejam ajustados ao tamanho de sua gerao.9 Embora provavelmente vivam mais, em 2030, seis a cada dez "Baby Boomers" tero vrias doenas crnicas - como a diabetes - afetando uma a cada quatro pessoas.10 Atualmente, os primeiros "Baby Boomers" esto chegando idade da aposentadoria e sentindo o gosto de ser idoso na Amrica tal como foram seus pais. Suas experincias impulsionaro suas prprias expectativas quando atingirem a terceira idade. Em um artigo de 2007 sobre o cuidado de pais idosos, o USA Today descreveu em detalhes a mudana das casas de repouso para opes de residncia que oferecem mais independncia, como instalaes assistidas por profissionais especializados e servios de home care prestados na casa dos pais idosos ou na casa do filho adulto. Alm dos custos com cuidados, os cuidadores contratados por filhos adultos, vrios deles "Baby Boomers", passam muito tempo fazendo o que normalmente seria feito para eles nas casas de repouso, incluindo: Acompanhamento e qualidade de cuidados Fornecimento de transporte Coordenao de planos de tratamento entre profissionais da rea mdica Administrao de medicamentos Superviso de pais muito doentes para ficarem sozinhos Fornecimento de cuidados dirios como limpeza, preparao de alimentos e visitao Em 2006, essas e outras atividades contriburam para gerar uma mdia de 21 horas por semana de cuidados com pais idosos, totalizando US$ 350 bilhes mais do que os Estados Unidos gastaram na rea da sade em 2005.11 Devido ao interesse e ao aumento da integrao da tecnologia em suas casas, os "Baby Boomers" esto solicitando maneiras pelas quais a tecnologia possa aliviar esses fardos para seus filhos e permitir que tenham mais qualidade de vida com mais anos de independncia. Em um estudo realizado pela AARP (American Association of Retired Persons) e pela Microsoft sobre os "Baby Boomers" e a tecnologia, os participantes do grupo estudado falaram sobre alguns dos principais aplicativos de sade que eles desejam e, em alguns casos, esto usando hoje em benefcio prprio e de seus parentes idosos. Um dos avanos favoritos foi a telemedicina, incluindo consultas e monitoramento em casa. Como comentou um participante: "Uma consulta ao mdico leva um dia inteiro. Minha av acorda s seis da manh para se arrumar para a consulta que est marcada para as duas da tarde. Se pudssemos fazer a consulta em casa, haveria muito menos ansiedade. 12 O monitoramento em casa foi considerado parte integrante do "envelhecimento atual" em comparao necessidade de morar com parentes ou coloclos em uma casa de repouso. Segundo a opinio deles, o monitoramento em casa incluiria dispositivos mdicos que transmitem informaes para o mdico e alguns parentes e, alm disso, o monitoramento da casa propriamente dita. "Se houvesse um monitor para dizer que a minha me no tinha fechado a torneira, eu teria economizado cerca de US$ 100.000 em seu apartamento", disse outro participante. Os servios de comunicao e com base em local tambm poderiam ajudar a acompanhar os pacientes com mal de Alzheimer e outras condies associadas demncia. Embora alguns tenham expressado preocupaes sobre a falta de privacidade dos aplicativos de monitoramento em casa, a segurana e o controle dos dados e sobre quem tem acesso a eles pode eliminar esses medos em comparao com os benefcios maiores. Muitos desses aplicativos mdicos dependem de avanos mais abrangentes em nossa infraestrutura nacional de comunicao, como: Aumento da banda larga nos lares para fornecer largura de banda a fim de transmitir imagens e dados mdicos em comunidades urbanas, suburbanas e rurais Implantao em larga escala e acesso seguro a registros mdicos pessoais Criao de sistemas de sade conectados que expandem o escopo dos cuidados com segurana fora do hospital Ativao de todas essas tecnologias na rede mvel A tecnologia fundamental para diminuir as consultas mdicas, permitindo o fluxo de informaes para reduzir a necessidade de manuteno de registros por parte dos cuidadores e facilitando a administrao dos cuidados no conforto do lar. A possibilidade de oferecer cuidados de modo mais personalizado fora do hospital ser ainda mais importante, visto que o volume de "Baby Boomers" que esto se aposentando criar uma lacuna de

profissionais. De acordo com a American Hospital Association: Em 2005, houve falta de aproximadamente 220.000 enfermeiras registradas nos EUA; em 2020, essa lacuna ser mais de 1 milho. A falta de profissionais de enfermagem causada pelo aumento da demanda e pelo envelhecimento da fora de trabalho - as enfermeiras tambm so Boomers". 13 O impacto das novas abordagens de cuidados mdicos e a funo da capacitao de aplicativos sero discutidos no captulo sobre a rea da sade, mas, com relao gerao "Baby Boom", fornecer aplicativos de sade para o consumidor e estender os servios de comunicao avanada at o lar do paciente so interesses sociais e financeiros vitais. Avs no Facebook? Obviamente, os "Baby Boomers" no se conectam com os familiares somente para transmitir o resultado dos exames de glicose de jejum pela manh. Eles tambm tm um forte desejo de saber o que est acontecendo na vida de sua famlia e de continuar mantendo contato com filhos e netos. O desejo de conexo motivou um nmero cada vez maior de "Baby Boomers" a participar das redes sociais on-line. Essas pessoas certamente no usam os sites de rede social tanto quanto os mais jovens, mas o nmero dos "Baby Boomers" est aumentando. Em uma pesquisa da Pew realizada em 2009, 20% dos "Baby Boomers" mais jovens (entre 45 e 54 anos) indicaram que usavam as mdias sociais, em comparao com os 9% dos "Baby Boomers" mais velhos (entre 55 e 63 anos). A maioria deles usa o Facebook, que o principal site de rede social para adultos mais velhos.14 Em janeiro de 2010, os adultos com mais de 55 anos eram a faixa etria que crescia com mais rapidez no Facebook, um aumento anual de dez vezes. 15 O estudo da AARP/Microsoft descobriu trs fatores que estimulam o uso das mdias sociais por parte dos "Baby Boomers": contato com a famlia, contato com amigos (antigos e novos) e redes profissionais. medida que trabalham mais em um ambiente econmico incerto, eles encaram as mdias sociais como uma maneira de permanecer em contato com colegas e encontrar novas oportunidades. Como mais "Baby Boomers" se uniram s redes sociais de seus filhos, as autoridades no assunto questionaram se isso no seria o final de redes como o Facebook e o Twitter. Segundo uma das teorias, as pessoas mais jovens abandonariam essas redes assim que soubessem que seus avs estariam lendo suas atualizaes de status e conferindo as fotos das festas. Conforme veremos ao falar sobre as pessoas que presenciaram a chegada de um novo milnio, no necessariamente isso o que acontece. Eles esto muito mais acostumados com o envolvimento de parentes. Uma das caractersticas que definem a gerao mais jovem a disposio de seus membros de compartilhar informaes sem se preocupar muito com a separao entre vida pessoal, profissional e familiar. Alm disso, eles j esto aprendendo a ajustar o que colocam on-line, entendendo que as limitaes de privacidade em um site de mdia social no indicam que seus dados estaro l para sempre. De acordo com outra ideia, o aumento da participao dos "Baby Boomers" sinaliza o incio da influncia corporativa e de comercializao e a diminuio do utilitrio como um "parque de diverses privado" para os jovens. At agora, isso ainda no aconteceu. No mesmo perodo de janeiro de 2009 a janeiro de 2010, o uso do Facebook continuou aumentando entre os mais jovens, com mais de 50% dos usurios entre 18 e 24 anos e 88% entre 13 e 17 anos. Embora alguns usurios pioneiros possam abandonar o barco medida que uma rede social que j esteve na vanguarda eletrnica engolida pelos subrbios digitais, muitos adotam essas mdias pelo menos at uma nova rede importante chegar para substituir a antiga, como o Facebook fez com o MySpace. 16 Os "Baby Boomers" so mveis! 94% dos proprietrios de iPhone tm mais de 18 anos e impressionantes 74% deles tm mais de 25 anos! Trecho do blog de uma pessoa de 27 anos sobre o desenvolvimento de aplicativos do iPhone O blogueiro mencionado acima afirmou que os desenvolvedores de games do iPhone no conhecem seu pblico-alvo e, depois de fazer pesquisas para comprovar sua teoria, descobriu a verdade "assustadora" atravs das estatsticas da AdMob (Advertising Mbile). As estatsticas de fevereiro de 2010 so ligeiramente diferentes. Agora, 87% dos proprietrios de iPhone tm mais de 18 anos e 75% mais de 25 anos. Isso no deve ser surpreendente. Adquirir um iPhone ainda relativamente caro tanto pelo custo do dispositivo quanto pelo plano de dados e o nmero de pessoas com menos de 18 anos que podem comprar um ou cujos pais permitem que eles tenham um dispositivo assim compreensivelmente baixo. um dispositivo para quem trabalha e tem renda prpria, o que nos revela uma verdade que vai mais alm: um tero dos proprietrios de iPhone tem mais de 45 anos e 14% mais de 55 anos. 17 Juntando tudo Com mais de US$ 2 trilhes de poder de compra, os "Baby Boomers" no sero ignorados. Provedores, desenvolvedores e anunciantes que procuram ganhar sua fatia nesse mercado devem notar o seguinte: Os "Baby Boomers" esto vivendo mais e suas vidas so mais produtivas. Eles no sero deixados de lado. So os idealistas da Amrica os eternamente jovens. Aqueles que permitirem que os "Boomers" se reinventem com aplicativos voltados para o desenvolvimento contnuo atingiro o cerne desta gerao. Alm disso, como os "Baby Boomers" esto cada vez mais cuidando de seus pais idosos e envelhecendo, os aplicativos de sade que satisfazem duas necessidades aparentemente contraditrias o desejo de ser independente e monitorado clinicamente de modo contnuo com um oramento cada vez menor encontraro seu espao nesse mercado lucrativo. Os "Baby Boomers" precisam de simplicidade. Provedores e desenvolvedores devem evitar complicar demais as propostas de valor. Esta gerao a que tem mais falta de tempo de todas, visto que cuidam dos pais idosos e tambm das pessoas que presenciaram a chegada de um novo18

milnio, sendo que uma a cada oito dessas pessoas com mais de 22 anos voltaram para casa durante as pocas de recesso. Esta gerao espera receber suporte consistente e completo (lembre-se de que eles so os arquitetos da era TQM) e os provedores fazem bem em escut-la. Caso contrrio, eles sero rapidamente esquecidos em uma gerao que no coloca a lealdade marca acima do desempenho. No entanto, por mais bvio que o poder de compra dos "Baby Boomers" possa parecer, necessrio enfatiz-lo constantemente. Assim como os anunciantes e as redes de TV, os desenvolvedores de aplicativo e os provedores de servios precisam perceber isso. Os "Baby Boomers" esto vivendo mais e continuaro solicitando um mercado de aplicativos avanados que estejam de acordo com suas metas, seus valores e seu estilo de vida por mais algum tempo.

Captulo 2Gerao X - Os filhos do meio da AmricaPrincipais destaques do captulo: Embora seja uma gerao menor, os aproximadamente 60 milhes de membros da Gerao X esto seguindo seu caminho, atingindo a idade em que tomam as rdeas do poder corporativo e poltico. A liderana da Gerao X ser marcada por pragmatismo e pela incredulidade nas instituies e tradies. Eles querem as coisas sua prpria maneira e tempo, sem levar em considerao os sistemas e modos antigos de fazer as coisas. Eles j so a maior gerao empreendedora da histria dos EUA; seu conhecimento em alta tecnologia e a resilincia do mercado tm ajudado a Amrica a prosperar na era da globalizao. Com a Gerao X, as tecnologias que transformaram o mundo dos negcios passaram a ser comuns no mundo dos consumidores e-mails, mensagens, telefones celulares e videoconferncia. Como trabalhadores e como consumidores, o ROI da Gerao X significa "retorno do envolvimento" valor no s para o dinheiro, mas tambm para esforo, energia, tempo e lealdade. Como consumidores e pais no lado da demanda e empreendedores e CEOs no lado do fornecimento, os membros da Gerao X procuraro novas maneiras de remover os profissionais intermedirios (advogados, contadores, corretores e consultores) das transaes comerciais. Ao longo da cadeia, aqueles que no agregam valor fundamental podem ser eliminados. de muitas maneiras, A Gerao X a gerao dos filhos do meio da Amrica. Totalizando cerca de 60 milhes de pessoas nascidas entre 1965 e 1980 (alguns especialistas dizem que o ano final 1976), ela est entre duas geraes grandes e influentes de 76 milhes a 80 milhes de "Baby Boomers" e 80 milhes de pessoas que presenciaram a chegada de um novo milnio. Em um artigo de 1990 sobre a recm adulta Gerao X, a Time Magazine declarou: At agora, essa gerao no foi valorizada, sendo dificilmente reconhecida como uma fora social ou sequer notada. Acredito que somos uma gerao espreita, que fica sempre esperando na sombra e elaborando nosso plano em silncio, diz Rebecca Winke, 19 anos, de Madison, Wis. Talvez seja por isso que ningum nos observa. 19 A Gerao X foi a primeira gerao de crianas nascidas durante o novo perodo de aborto legalizado, controle de natalidade, aumento das taxas de divrcio e instabilidade econmica, tudo herdado seus pais. Como resultado, se distanciou do idealismo de seus pais "Baby Boomers". Os membros da Gerao X logo aprenderam a no confiar nas instituies, comeando na famlia, pois o mundo adulto era agitado pela revoluo sexual, pelo aumento do divrcio e por uma cultura popular regular. Com as mes entrando no mercado de trabalho em uma poca em que no havia tantos cuidados com as crianas, muitos tiveram uma infncia solitria. 20 Enquanto a Gerao do Milnio cresceria em uma sociedade centrada nas crianas com mais participao e superviso dos pais, a Gerao X caracterizada pela falta disso. Desse modo, ganhou uma reputao de "pragmatismo enrijecido", autoconfiana e, conforme envelhecem, cinismo e apatia. Na dcada de 1990, os "Baby Boomers" deram o sinal de que essa nova "gerao preguiosa" nunca seria capaz de liderar a nao, e o espectro da ambivalncia preguiosa da Gerao X foi reforada na cultura popular por filmes como O Balconista (1994), Caindo na Real (1994) e, obviamente, Slacker (1991). Uma anlise inicial da Gerao X costumava usar termos como: crianas solitrias, ambivalente moralmente, alienado, falta de confiana nas autoridades, solido e perdido. Em 2007, o autor Patrick Neate escreveu uma defesa da "gerao preguiosa" porque tinha atingido a meia idade, argumentando que, apesar da reputao, a Gerao X ingnua e criativa, principalmente com relao tecnologia. No estou sugerindo que inventamos a Internet. No fizemos isso. Nem somos seus herdeiros naturais, o que um benefcio a ser usufrudo por nossos sucessores. No entanto, fomos os bravos soldados da frente da linha de batalha nos anos esquecidos antes da conquista inevitvel da vitria. Pense assim: no foram os "Baby Boomers" nem os jovens impertinentes da Gerao Y que tentaram baixar trailers em uma conexo de 9600 bps; fomos ns. Isso levou horas, a conexo continuava caindo e o filme tinha uma resoluo de pixels incoerente, mas mantnhamos a f. 21 Ao contrrio do que sugere seu apelido, a Gerao X conheceu a nova tecnologia com capacidade de adaptao e independncia, o que impulsionou o esprito empreendedor por trs da exploso tecnolgica da dcada de 1990. A Gerao X foi escravizada, disse Neate, trabalhando "80 horas por semana para atingir o nobre objetivo de que um dia todos possam ter acesso pornografia com facilidade". Alm da pornografia, a Gerao X motivou mudanas tecnolgicas e culturais que as prximas geraes nem se daro conta. Quando entrou no

mercado de trabalho, tinha o desejo de trabalhar de forma mais independente e sem seguir estruturas hierrquicas rgidas. Rejeitaram o modelo "esforce-se e ganhe seu relgio de ouro" usado para a promoo dos funcionrios porque sabiam que o relgio de ouro no era garantido. Os membros da Gerao X acreditam que devem ser leais a si mesmos, a seus amigos e familiares no s empresas. A relao profissional impulsionada por trocas e benefcios mtuos, que esperam usufruir agora, no em 50 anos quando estiverem aposentados. Conforme ilustrado na poca da exploso da Internet, eles trabalhariam horas extraordinrias se soubessem que, no final, valeria a pena. Alm de procurarem agir de acordo com seus propsitos, os membros da Gerao X possuem uma viso pouco fiel da carreira, o que levou as geraes anteriores a os acusarem de deslealdade e egosmo. No entanto, com o passar do tempo, essa gerao tem mudado o mercado de trabalho, conforme declararam os observadores geracionistas Neil Howe e William Strauss em um artigo de 2007 da Harvard Business Review. No trabalho, eles preferem liberdade em vez de lealdade corporativa, sendo que trs a cada cinco pessoas dessa gerao dizem que algum dia sero seu prprio chefe. Eles j so a maior gerao empreendedora da histria dos EUA; seu conhecimento em alta tecnologia e a resilincia do mercado tm ajudado a Amrica a prosperar na era da globalizao.22 O desenvolvimento profissional, a expanso dos benefcios individuais e as discusses sobre o equilbrio entre vida pessoal e profissional hoje so essenciais no mundo corporativo, incluindo as questes de flexibilidade de tempo, organizaes mais simples e foco na realizao do trabalho, no no esforo envolvido. Esta nova abordagem influenciou e foi propiciada pela tecnologia. No existe telecomunicao abrangente sem VPNs, e-mail e udio conferncia. Alm disso, existem aplicativos multimdia e de mobilidade, que deram origem aos smartphones. Essas tecnologias comearam a ser usadas no mundo dos negcios e explodiram no mercado dos consumidores finais, mudando a vida de todos. Embora o fenmeno tenha dado aos funcionrios uma incrvel liberdade e flexibilidade, ironicamente tambm deixou o limite entre casa e trabalho quase imperceptvel. A primeira "coliso dos mundos" no ocorreu quando seu chefe procurou sua pgina no Facebook, mas quando ele ouviu a voz de seus filhos (Gerao do Milnio) ao fundo de uma conference call. A Gerao X envolve opes e flexibilidade. medida que os "Baby Boomers" se aposentam de seus postos de poder nacional e os membros da Gerao X ocupam seu lugar, essa abordagem tem efeitos profundos, de acordo com Howe e Strauss. Como consumidores e pais no lado da demanda e empreendedores e CEOs no lado do fornecimento, os membros da Gerao X procuraro novas maneiras de remover os profissionais intermedirios (advogados, contadores, corretores e consultores) das transaes comerciais. Ao longo da cadeia, aqueles que no agregam valor fundamental podem ser eliminados. Os setores que atualmente so compostos pela maior parte da fora de trabalho, como agricultura, sade, educao e servios pblicos, talvez estejam percebendo que suas posies duradouras esto sendo atacadas. 23 Como freelancers e consumidores, os membros da Gerao X se preocupam com resultados finais, produtos personalizados e servios que fornecem benefcios personalizados, alm de agregar valor. Tal mudana refletida na era atual de alteraes tecnolgicas. A exploso do desenvolvimento de aplicativos reflete a exploso do esprito empreendedor como uma exploso de tecnologia. De algum modo, os desafios enfrentados pelos provedores de servios (incluindo novidades tecnolgicas, sistemas de fornecimento alternativos e a padronizao de recursos) refletem a tenso entre o modo como os "Baby Boomers" e a Gerao X fazem negcios. A rede de provedores de servios, que surgiu na era do ps-guerra, vista como um intermedirio. Os novatos contratados ou supervisionados, pelos membros da Gerao X desde o boom tecnolgico da dcada de 1990 at hoje esto dizendo: Tenho mil maneiras diferentes de fornecer servios que vo alm dos provedores de servios tradicionais. Meu objetivo no garantir a sobrevivncia deles. Se eles no agregarem valor, devero e sero obrigados a se retirar ou, pelo menos, sero tratados como um caminho silencioso e classificados apenas como um mero transporte. Adapte-se ou aposente-se. Obviamente, acreditamos que os provedores de servios no precisam ser delegados funo de intermedirios. A rede fornece vantagens diferentes neste novo ecossistema de envolvidos. Mas a vaca sagrada est fora do curral e a caminho do matadouro no que diz respeito necessidade de novos modelos de negcios que deixam os modos de prestao de servio rentveis e sustentveis. Observe o dilema enfrentado pelo setor de entretenimento filmes, msica e televiso aberta. Como menciona Neate, foi a Gerao X que comeou a baixar arquivos de vdeo e msica, comercializando-os na Internet e ignorando o modelo econmico do setor de entretenimento, tambm conhecido como roubo e identificao de propriedade intelectual. Embora as corporaes de entretenimento conseguissem combater a pirataria e o compartilhamento ilegal de arquivos, e usassem a tecnologia para monitorar e perseguir os ofensores o suficiente para limitar um pouco a prtica, s os meios legais de combate ao problema no bastavam. As corporaes tambm precisavam comear a mudar os modelos de negcios e oferecer mecanismos para dar aos consumidores jovens o que eles queriam com um preo que atendesse demanda. O que eles queriam? Somente algumas msicas, no o lbum inteiro, e uma biblioteca de msicas porttil e personalizada. Agora os consumidores esto comeando a desejar outros tipos de entretenimento: TV e vdeo sob demanda, vdeo on-line, vdeo porttil e transmisso de vdeo em dispositivos sem fio, vdeo com mudana de tempo e espao com DVRs e hardware Slingbox. A Gerao X foi a pioneira no uso desses mecanismos de fornecimento alternativos em casa como consumidores e no trabalho como desenvolvedores e profissionais, causando oscilaes no setor: A greve dos roteiristas de 2008 e as ameaas de greve de atores e diretores foram impulsionadas em grande parte por reivindicaes de receita dos direitos das mdias digitais. O crescimento de DVRs e vdeo sob demanda, as tendncias de visualizao on-line e o aumento da assinatura a cabo ameaaram a rentabilidade

do modelo de rede de TV baseado em anncios. A crise financeira das redes de transmisso receita perdida com a greve dos roteiristas, quedas na receita de publicidade e a ausncia de respostas sobre como adaptar o fornecimento do contedo em vdeo de maneira a substituir a receita gerada no antigo modelo de negcios. Qual o prximo passo? No apenas por que comprar o lbum, mas por que comprar o servio de TV com redes e programas que eu no quero? Um novo modelo de negcios surgir. Como lidar com a publicidade? Voc precisa de publicidade? Como a taxa de assinatura negociada entre provedores e redes muda? Como os estdios de produo ganham dinheiro suficiente para continuar criando novos contedos? As redes que conhecemos so mesmo necessrias para este processo? " assim que o sistema foi configurado para funcionar", disse um colega "Baby Boomer" recentemente sobre o modelo atual de entretenimento/anncios para TV. Essa resposta no ser suficiente para a Gerao X e certamente no ser para as pessoas que presenciaram a chegada de um novo milnio e as geraes subsequentes. A resoluo dessas e de outras perguntas ser um pouco darwiniana. Somente os melhores sobrevivero. E os melhores sero aqueles que descobrirem como criar mercados rentveis com e isso inevitvel novos modelos de negcios flexveis o suficiente para serem adaptados independentemente da prxima leva de tecnologia e de consumidor exigida pela demanda. Quais aplicativos os membros da Gerao X querem? Entretenimento Conforme j demonstrado, a Gerao X deseja portabilidade para suas mdias e acessibilidade de qualquer lugar e dispositivo. O uso do vdeo on-line explodiu com a Gerao do Milnio, mas a Gerao X est progredindo, com 31% de seus membros fazendo download de vdeos em comparao com os 38% da Gerao do Milnio.24 O desejo de flexibilidade tambm levar criao de aplicativos de vdeo em vrias telas que permitam controlar e visualizar o entretenimento domstico de qualquer lugar em que haja uma conexo de rede. Por exemplo, uma pessoa poderia assistir a programas gravados enquanto viaja e, depois, exclu-los para liberar espao no DVR. Outra possibilidade seria enviar os vdeos das frias para serem vistos na televiso com a ajuda de um conversor pelos familiares na volta para casa. Comrcio A Gerao X lidera as demais geraes no uso que faz do comrcio eletrnico, incluindo compras, servios bancrios e reserva de viagens on-line. Em uma pesquisa recente, constatou-se que 80% dos membros dessa gerao fizeram compras on-line em comparao com 71% da Gerao do Milnio e 70% dos "Baby Boomers". Alm disso, 65% usaram servios bancrios on-line, em comparao aos 57% da Gerao do Milnio e 51% dos "Baby Boomers". 25 26 A Gerao X agora tambm est entrando no perodo em que seus gastos atingiram valores elevados, mas eles esto levando o senso de pragmatismo para o comportamento consumista, principalmente na atual recesso. Essa gerao est definindo ROI como "retorno do envolvimento" o retorno do uso de ferramentas on-line, ativao de programas de e-mail, pesquisa, ferramentas de planejamento de refeies, cupons, sites de comparao etc. que visam fornecer informaes e agregar valor. A experincia dos que consomem usando tais ferramentas e tcnicas ensinou que o tempo investido na incorporao do seu uso na experincia de compra, isto , em mais envolvimento no processo, gerou um retorno (ROI) significativo em termos de tempo e dinheiro. 27 medida que a tendncia de dados mveis aumenta, os aplicativos que oferecem ainda mais suporte ao novo ROI no comrcio eletrnico mvel como a ativao de anncios, cupons e servios pagos mveis -, tambm atraem a Gerao X. Juntando tudo A Gerao X a mais mal entendida da Amrica. Com uma frao do poder de compra dos "Baby Boomers" e da Gerao do Milnio, eles esto literalmente espremidos no meio destes dois mamutes. Embora possam ser ignorados com facilidade, os desenvolvedores e provedores de servios no devem se esquecer do seguinte: Com o nascimento do computador e do console de videogame durante os anos de sua formao, os membros da Gerao X so os autnticos apaixonados por tecnologia. Os membros da Gerao X tambm gostam de entretenimento. Lembre-se de que o nmero de televisores em casa comeou a se multiplicar e os canais a cabo proliferaram durante sua infncia. Desse modo, eles tm uma forte influncia da cultura pop em sua formao (como prova disso, pense nos programas nostlgicos sobre as dcadas de 1970 e 1980). Isto tambm aponta para uma gerao que valoriza o entretenimento mais do que outras geraes. Os membros da Gerao X fazem parte da gerao do "Eu". Eles so filhos do divrcio, das dispensas corporativas, da Guerra Fria, da falncia da Previdncia Social e da AIDS (entre outros). necessrio ganhar a confiana deles, mas tambm muito fcil perd-la. Minimize a presso e deixe que esses usurios continuem no comando (com controles de privacidade, por exemplo). Os membros da Gerao X podem sofrer da conhecida sndrome do filho do meio, mas aqueles que procurarem entender o que se passa com eles conseguiro obter uma fatia de seu poder de compra de US$ 125 bilhes. Alm disso, como autnticos apaixonados por tecnologia da Amrica, os membros da Gerao X estimularo essas pessoas na cadeia de valor para ganhar seus negcios ou simplesmente encontraro maneiras alternativas aos modelos tradicionais, como tm feito com msica e vdeo on-line. Os provedores seriam sbios se mantivessem contato com a Gerao X no para aproveitar seu poder de compra, mas para evitar que eles no usem mais seus servios como intermedirios. Isso suficiente para dar grande destaque a esse filho do meio mal entendido.

Captulo 3

Gerao do milnio - Os nativos da era digitalPrincipais destaques do captulo Muitas tecnologias so quase onipresentes na Gerao do Milnio: texto, mdia social, voz e dados sem fio e vdeo on-line. A maioria no consegue imaginar o mundo sem msica e vdeo digital e porttil. A suposio de que a Gerao do milnio no se preocupa com a privacidade falsa. Ela tem uma viso diferente dos limites entre pblico e privado e uma disposio maior de compartilhar, mas seus membros demandam transparncia e autenticidade. A Gerao do Milnio acredita plenamente em sua importncia como indivduos e como uma gerao coletiva. As redes sociais atendem ao seu senso de comunidade e ao desejo de compartilhar e obter informaes de vrias fontes. Eles esto acostumados a realizar vrias tarefas e aprenderam a lidar com a sobrecarga de informaes. Esperam uma conversa bidirecional. Alm disso, o crescimento do mundo digital incentivou essa gerao a ser ativa e exigir respostas. A interatividade e a troca de informaes bidirecional superam as tecnologias e comunicaes transmitidas de modo unidirecional. Nativos da era digital. Entre todos OS nomes e caractersticas atribudos aos mais de 80 milhes de membros da Gerao do Milnio, "nativo digital" atinge bem o centro do que diferencia essa gerao das outras que a antecederam. Embora a Gerao X tenha crescido testemunhando as rpidas mudanas das tecnologias antigas para as novas, viver em um mundo sem nem mesmo fazer as coisas " moda antiga" reflete uma experincia de vida drasticamente diferente. Uma coisa mudar do vinil, para 8 faixas, para a fita cassete, para os CDs digitais e para a msica on-line digital no decorrer de uma gerao. Outra totalmente diferente no ter nenhuma coleo de msicas da era pr-digital e, para alguns do Grupo do Milnio, nenhuma experincia em comprar msicas que no possam ser carregadas em um iPod. A rpida mudana da tecnologia tambm dificulta a comparao entre o seu uso por parte desta gerao e o das geraes anteriores. O cenrio to diferente que no possvel nem sequer perguntar para a Gerao do Milnio ou qualquer outra gerao como o uso das mdias se compara com o das geraes anteriores porque o Twitter e muitas dessas tecnologias no existiam. No sabemos o que os membros da Gerao X faziam quando tinham 18 anos em relao a "tuitar". Isso no existia. Desse modo, alguns dados que podemos procurar em outras reas sobre atitudes religiosas, moralidade e diversas outras coisas que podemos fazer de modo longitudinal, no podemos faz-lo em se tratando do uso de mdias. 28 Outro fator importante que diferencia a Gerao do Milnio o que os "Baby Boomers" e a Gerao X chamariam de "ferver" e outros podem descrever como o envolvimento dos pais com maior intensidade e a adaptao da vida familiar ao redor dos filhos esportes programados e atividades extracurriculares, aumento da presena em sala de aula e contato constante graas tecnologia. Alguns desses pais so "Baby Boomers" extremamente afetados pelo advento da psicologia infantil e por um desejo de romper as barreiras da filosofia que prega o conceito de que as "crianas no devem ser vistas nem ouvidas". Outros so pais da Gerao X que cresceram como crianas solitrias e que se preocupam mais com o equilbrio entre vida profissional e familiar, sendo uma referncia fisicamente presente para seus filhos. Neil Howe, coautor de Millennials Rising: The Next Great Generation, diz que um indicador da mudana de atitude na paternidade da Gerao X com relao Gerao do Milnio a mudana dos filmes sobre paternidade. A dcada de 1970 retratou crianas demonacas nos filmes A Profecia, O Beb de Rosemary e Damien. Em 1982, quando nasceram os primeiros membros da Gerao do Milnio, vimos o surgimento dos adesivos de parachoque "Beb a Bordo" em toda a Amrica. Certo? Repentinamente, ningum queria assistir a esses filmes com crianas demonacas. S havia filmes com bebs fofinhos. Comearam a aparecer Presente de Grego, O Tiro que No Saiu pela Culatra e Trs Solteires e um Beb.29 Ao mesmo tempo, o setor prova de bebs decolou e o nmero de pais presentes na porta da escola saltou de aproximadamente 20% para 65%. Os pais da Gerao do Milnio enfatizavam que eram protetores e defensores de seus filhos no mundo l fora. A paternidade "helicptero" ou "advogado de defesa" comeou a aparecer na escola, depois na faculdade e, agora, para a infelicidade dos "Boomers" e da Gerao X, no local de trabalho. Em um relatrio da 60 Minutes de 2007, Mary Crane, ex-chefe da Casa Branca que agora presta servios de consultoria em empresas sobre questes geracionistas, falou sobre a extenso da paternidade no local de trabalho. Os departamentos de recursos humanos esto reclamando sobre os pais que toda hora trazem o currculo atualizado de seus filhos. Na realidade, voc se dirige aos empregadores e logo nota que eles comeam a expressar suas preocupaes com os pais que telefonaro para o RH dizendo: "Minha pequena Susie ou meu pequeno Johnny no recebeu a avaliao de desempenho que eu acho que ele merecia". 30 O relatrio de Morley Safer, mais antigo do que os prprios "Baby Boomers", criticou o desdm que algumas pessoas das geraes mais velhas sentem pelos recm empregados da Gerao do Milnio. Ironicamente, esse mesmo relatrio da 60 Minutes revelou os perigos de ignorar essa gerao como algo sutil, superficial e sem foco, autossuficincia ou tica profissional. Na seo de comentrios on-line que acompanha o vdeo e na transcrio do relatrio, a Gerao do Milnio no se pronunciou. Fui obrigado a aprender mais nos meus primeiros 20 anos de vida do que voc em seus primeiros 40 anos de vida. Como ousa olhar para mim com ar de superioridade? ... Voc gastou quatro anos e dezenas de milhares de dlares na faculdade, eu levei quatro meses e gastei quase US$ 300 em livros no Amazon.com e tenho a mesma qualificao. A experincia a nica coisa que o torna superior a mim, e mesmo isso pode ser desconsiderado, pois suas experincias em 1978 tm pouco impacto na realidade de 2009. Somos as pessoas mais sbias e adaptveis do mundo at agora e passamos nossa vida sendo menosprezados desse jeito pelos representantes da Gerao X e seus pais "Boomers" da idade da pedra, o que j suficiente.

Minha gerao foi estimulada a ser a melhor desde a Segunda Guerra Mundial, ou seja, pense nas vantagens e desvantagens se no quiser perder a Previdncia Social. Algumas das discusses entre geraes ocorrem simplesmente por conflitos normais. Cada gerao pensa que as prximas geraes esto rebaixando a sociedade com sua lassido e seu senso de obrigao. Cada nova gerao pensa que o que aconteceu h 30 anos no tem nenhum efeito em seu mundo. Sem dvida, daqui h 30 anos, os membros da Gerao do Milnio olharo a sociedade com pena, pensando no que deu errado, enquanto seus filhos os chamaro de ultrapassados. No entanto, seus comentrios revelam atitudes importantes dessa gerao: foco na globalizao e na conexo, capacidade de adaptao, equivalncia entre instituies tradicionais e novos modos de aprender e viver e uma forte crena em sua importncia individual e coletiva. A Gerao do Milnio foi criada em um mundo que procurava proteger e preservar a autoestima, alm de enfatizar como cada criana especial simplesmente por existir. O "abrigo" protetor e os medos que esto por trs disso podem explicar por que a Gerao do Milnio usa a tecnologia dessa maneira. Como disse o pesquisador Danah Boyd em uma discusso em grupo do Pew Research Center: O que temos visto o aumento de sites de rede social em uma poca em que, comeando realmente com os adolescentes, eles esto em uma situao social na qual no tm o mesmo tipo de liberdade e flexibilidade que eram comuns nas geraes mais antigas. O medo tem sido inacreditavelmente invasivo na vida dos adolescentes e continua sendo com os jovens adultos. Notei isso em vrios adolescentes que entrevistei; eles no podiam sair de casa. Em todo esse contexto que crescemos, voc sabe, o use a sua bicicleta, chegue em casa antes de escurecer, tem desaparecido. O medo um grande componente disso tudo. 31 O tempo que as geraes anteriores passavam sem superviso em lugares em que se encontraram fisicamente com outros lanchonetes, parques ou shoppings agora gasto em espaos virtuais atravs de games e mdias sociais. Em um estudo da Pew Research Center publicado em fevereiro de 2010, 75% dos membros da Gerao do Milnio entre 18 e 29 anos usam um site de rede social e mais de 50% tm usado sites de rede social desde 2006.32 As mdias sociais, as mensagens de texto e as mensagens instantneas tambm lhes do liberdade para que possam se conectar com amigos, mesmo tendo uma vida extremamente programada e estruturada. O estudo da Pew tambm destacou que: A Gerao do Milnio usa mais a tecnologia sem fio 62% dos membros dessa gerao disseram que usam a Internet sem fio fora de casa, em comparao com apenas 48% da Gerao X e 35% dos "Baby Boomers". Quarenta e um por cento dos membros da Gerao do Milnio tm telefone celular, mas nenhuma linha fixa, em comparao aos 24% da Gerao X e 13% dos "Boomers". A Gerao do Milnio envia mais mensagens de texto e com mais frequncia 80% dos membros dessa gerao usaram mensagens de texto nas ltimas 24 horas, enviando vinte mensagens em mdia, em comparao aos 63% da Gerao X (doze mensagens) e 35% dos "Boomers" (cinco mensagens). A Gerao do milnio tem mais probabilidade de postar vdeos on-line por conta prpria 20% dizem que fazem isso, em comparao a apenas 6% da Gerao X e 2% dos "Boomers". O efeito na tecnologia uma mudana na ordem inversa em relao s alteraes que ocorreram conforme a Gerao X entrava no mercado de trabalho. Com a Gerao X, o desejo de equilbrio entre vida pessoal e profissional impulsionou mudanas na tecnologia dos negcios que, eventualmente, acabou se transformando em aplicativos para o consumidor final. Na Gerao do Milnio, a mudana est sendo impulsionada de outra maneira. medida que colocam seu modo de ser no local de trabalho, eles trazem suas tecnologias, objetos e filosofias pessoais junto consigo impondo as tecnologias do consumidor final no mundo corporativo e mudando o jogo mais uma vez. Abordagem relacionada privacidade pessoal Os membros da Gerao do Milnio se sentem vontade compartilhando mais de sua vida pessoal em uma tentativa de se conectar. Como vimos no estudo da Pew, o triplo de membros dessa gerao disse que postou vdeos on-line por conta prpria em comparao Gerao X. As maneiras pelas quais eles avaliam o que tm a perder ou ganhar expondo informaes pessoais so impulsionadas por motivaes semelhantes s dos jovens de outras pocas, mas agora o que vale ser notado pelos colegas ou at mesmo pelo mundo. No mundo dos reality shows e das celebridades do YouTube, ser voc mesmo ou uma verso mais provocativa de voc mesmo pode ser seu passaporte para a fama e talvez a fortuna. Os membros da Gerao do Milnio equilibram esse desejo com o modo como seu comportamento pode afetar a entrada em uma universidade ou a obteno de um emprego. A ponderao desses elementos varia dependendo da classe social, dos planos para o futuro e da idade, mas o impacto das mdias sociais na percepo de como eles avaliam esses comportamentos talvez j tenha sido alterado. 33 A suposio de que as "indiscries juvenis tomando emprestada uma frase de George W. Bush devem afetar de modo negativo o modo como voc encarado no aceita por todos. H muitos anos, voc no seria capaz de se tornar um candidato presidncia ou um presidente se admitisse que usava drogas. Depois tivemos Bill Clinton que no consumia e prosseguimos com George Bush e Barack Obama. Desse modo, mudamos nossos valores e atitudes nesse sentido, procurando ser uma autntica pessoa jovem.34 A Gerao do Milnio valoriza muito a transparncia e a autenticidade. Seu compromisso com essa vontade de ser voc mesmo considera tornar-se uma pessoa mais aberta. Antigamente, as informaes que voc compartilhava em um local fsico de encontros como o ptio da escola seriam particulares por padro e pblicas por acaso. O segredo compartilhado com um amigo s seria de conhecimento pblico se houvesse uma quebra de confiana. No local virtual de encontros, as informaes so pblicas por padro e particulares por acaso. Eles cresceram neste sistema. Eles tambm esto acostumados com altos nveis de estrutura e superviso. As ameaas de Columbine e o episdio de 11 de setembro introduziram novos nveis de

segurana e monitoramento, e eles aceitaram essas medidas pensando em sua prpria segurana. Sua inclinao natural para a abertura est mudando as regras para todo mundo. Um relatrio de 2009 do Monitor Group observou os membros da Gerao do Milnio no trabalho. Talvez o impacto mais radical da Gerao do Milnio no local de trabalho seja acionado por sua inclinao para compartilhar livremente informaes particulares e sua expectativa de que outros ajam da mesma maneira. ... As polticas de recursos humanos e, at a extenso mxima, as prticas administrativas, tendem a presumir que as pessoas no falaro sobre salrio, bnus e outros detalhes ntimos de sua relao trabalhista. Essa suposio no estar garantida, pois os membros da Gerao do Milnio entram no mercado de trabalho com uma dcada ou mais de exposio no MySpace, Friendster, Facebook e outros sites de rede social. J existem evidncias de que eles compartilharo abertamente informaes de salrio, conversas sobre treinamento e planos de desenvolvimento testando a integridade dos sistemas organizacionais. 35 Ento, o que eles desejam em relao privacidade? Mais uma vez, transparncia. Pessoalmente falando, isso significa: ser voc mesmo e ser quem voc diz que . Do ponto de vista tecnolgico e dos negcios, isso significa divulgao total dos dados e consistncia das polticas para que os usurios mantenham controle sobre suas informaes. 36 Isso quer dizer opes claras de permisso e recusa. Em termos prticos, quando algo modificado, eles so notificados com uma linguagem direta sobre o que mudou e como eles podem se adaptar para manter um nvel confortvel de privacidade. Tudo no passa de uma via de mo dupla Para a Gerao do Milnio, a vida uma questo de conexo, troca e colaborao. Redes sociais. Crowdsourcing. Mashups. Sees de comentrios nos sites de notcias. Eles cresceram em um mundo em que no s consomem mdias, mas interagem ativamente com elas. Eles esperam que sua voz seja ouvida e tenha peso. As informaes obtidas de autoridades provavelmente devem ser questionadas e ponderadas junto com seus prprios pensamentos, experincias e pesquisas. Por exemplo, o formato tradicional da sala de aula, principalmente para faculdades e universidades, est mudando muito. Os alunos no so mais repreendidos por falar durante uma hora, desde que faam anotaes. Eles querem no s uma experincia de aprendizagem mais interativa e colaborativa, mas tambm esto mais condicionados a responder mais a esse tipo de aprendizagem devido a suas experincias com a Internet e as novas tecnologias de comunicao um tpico que ser abordado em mais detalhes no captulo sobre educao. 37 Pesquisas recentes da Ivory Tower tm questionado se a propenso da Gerao do Milnio obteno de informaes de vrias fontes uma coisa boa. Um professor da Emory University, Mark Bauerlein, estudou tanto esse tema que escreveu o livro The Dumbest Generation: How the Digital Age Stupefies Young Americans and Jeopardizes Our Future (Or Dont Trust Anyone Under 30). No artigo Is Google making us stupid? (O Google est nos deixando estpidos?), Nicolas Carr questiona se a sociedade est se transformando no que retratado no filme 2001, em que " medida que dependemos dos computadores para mediar nosso entendimento do mundo, nossa prpria inteligncia se curva a uma inteligncia artificial".38 Don Tapscott, autor do livro Growing Up Digital de 1999 e do complemento Grown Up Digital de 2008, responde a essas opinies em um artigo postado na publicao on-line Edge. Segundo minha pesquisa, essas crticas esto erradas. Crescer em um mundo digital mudou seu modo de pensar de uma maneira que os ajudar a enfrentar os desafios da era digital. Eles so acostumados a realizar vrias tarefas e aprenderam a lidar com a sobrecarga de informaes. Eles esperam uma conversa bidirecional. Alm disso, crescer em um mundo digital incentivou essa gerao a ser ativa e exigir respostas. Em vez de esperar at que um professor confivel dissesse o que est acontecendo, eles descobrem tudo por conta prpria no Google e na Wikipdia.39 No importa se Tapscott est correto ao dizer que o crebro dos membros da Gerao do Milnio evolui to rpido para funcionar conforme ele descreve, o fato que eles esperam uma experincia interativa em praticamente todos os aspectos da vida, ou seja, Tapscott argumenta, a academia precisa de grandes mudanas. No modelo industrial da produo em massa de alunos, o professor o difusor