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    TEORIASDA ADMINISTRAO I

    2009

    Francisco Mirialdo Chaves TrigueiroNeiva de Arajo Marques

    Ministrio da Educao MEC

    Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior CAPES

    Diretoria de Educao a Distncia DEDUniversidade Aberta do Brasil UAB

    Programa Nacional de Formao em Administrao Pblica PNAP

    Bacharelado em Administrao Pblica

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    T828t Trigueiro, Francisco Mirialdo ChavesTeorias da Administrao I/ Francisco Mirialdo Chaves Trigueiro, Neiva de Arajo

    Marques. Florianpolis : Departamento de Cincias da Administrao / UFSC; [Braslia] :

    CAPES : UAB, 2009.170p. : il.

    Inclui bibliografiaBacharelado em Administrao PblicaISBN: 978-85-61608-71-2

    1. Teoria da administrao. 2. Administrao de empresas. 3. Processo decisrio. 4.Educao a distncia. I. Marques, Neiva de Arajo. II. Coordenao de Aperfeioamento dePessoal de Nvel Superior (Brasil). III. Universidade Aberta do Brasil. IV. Ttulo.

    CDU: 65.01

    Catalogao na publicao por: Onlia Silva Guimares CRB-14/071

    2009. Universidade Federal de Santa Catarina UFSC. Todos os direitos reservados.

    A responsabil idade pelo contedo e imagens desta obra do(s) respectivos autor (es). O contedo desta obra foi licenc iado temporria e

    gratuitamente para utilizao no mbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil, atravs da UFSC. O leitor se compromete a utilizar o

    contedo desta obra para aprendizado pessoal, sendo que a reproduo e distribuio ficaro limitadas ao mbito interno dos cursos.A citao desta obra em trabalhos acadmicos e/ou profissionais poder ser feita com indicao da fonte. A cpia desta obra sem autorizao

    expressa ou com intuito de lucro constitui crime contra a propriedade intelectual, com sanes previstas no Cdigo Penal, artigo 184, Pargrafos

    1 ao 3, sem prejuzo das sanes cveis cabveis espcie.

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    PRESIDENTE DA REPBLICA

    Luiz Incio Lula da Silva

    MINISTRO DA EDUCAOFernando Haddad

    PRESIDENTE DA CAPES

    Jorge Almeida Guimares

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

    REITORlvaro Toubes Prata

    VICE-REITORCarlos Alberto Justo da Silva

    CENTRO SCIO-ECONMICO

    DIRETORRicardo Jos de Arajo Olive ira

    VICE-DIRETORAlexandre Marino Costa

    DEPARTAMENTO DE CINCIAS DA ADMINISTRAO

    CHEFE DO DEPARTAMENTOJoo Nilo Linhares

    SUBCHEFE DO DEPARTAMENTOGilberto de Oliveira Moritz

    SECRETARIA DE EDUCAO A DISTNCIA

    SECRETRIO DE EDUCAO A DISTNCIACarlos Eduardo Bielschowsky

    DIRETORIA DE EDUCAO A DISTNCIA

    DIRETOR DE EDUCAO A DISTNCIACelso Jos da Costa

    COORDENAO GERAL DE ARTICULAO ACADMICANara Maria Pimentel

    COORDENAO GERAL DE SUPERVISO E FOMENTOGrace Tavares Vieira

    COORDENAO GERAL DE INFRAESTRUTURA DE POLOSFrancisco das Chagas Miranda Silva

    COORDENAO GERAL DE POLTICAS DE INFORMAOAdi Balb inot Junior

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    COMISSO DE AVALIAO E ACOMPANHAMENTO PNAP

    Alexandre Mar ino CostaClaudin Jordo de Carvalho

    Eliane Moreira S de SouzaMarcos Tanure Sanabio

    Maria Aparecida da SilvaMarina Isabel de Almeida

    Oreste PretiTeresa Cristina Janes Carneiro

    METODOLOGIA PARA EDUCAO A DISTNCIA

    Universidade Federal de Mato Grosso

    COORDENAO TCNICA DED

    Andr Valente de Barros BarretoSoraya Matos de Vasconcelos

    Tatiane Michelon

    Tatiane Pacanaro Trinca

    AUTORES DO CONTEDO

    Francisco Mirialdo Chaves TrigueiroNeiva de Arajo Marques

    EQUIPE DE DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS DIDTICOS CAD/UFSC

    Coordenador do ProjetoAlexandre Marino Costa

    Coordenao de Produo de Recursos DidticosDenise Aparecida Bunn

    Superviso de Produo de Recursos DidticosFlavia Maria de Oliveira

    Designer InstrucionalDenise Aparecida Bunn

    Andreza Regina Lopes da Silva

    Supervisora AdministrativaErika Alessandra Salmeron Silva

    CapaAlexandre Noronha

    IlustraoIgor Baranenko

    Projeto Grfico e FinalizaoAnnye Crist iny Tessaro

    Editorao

    Rita Caste lanReviso Textual

    Sergio Meira

    Crditos da imagem da capa: extrada do banco de imagens Stock.xchng sob direitos l ivres para uso de imagem.

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    PREFCIO

    Os dois principais desafios da atualidade na reaeducacional do pas so a qualificao dos professores que atuamnas escolas de educao bsica e a qualificao do quadro

    funcional atuante na gesto do Estado Brasileiro, nas vriasinstncias administrativas. O Ministrio da Educao estenfrentando o primeiro desafio atravs do Plano Nacional deFormao de Professores, que tem como objetivo qualificar maisde 300.000 professores em exerccio nas escolas de ensinofundamental e mdio, sendo metade desse esforo realizado peloSistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). Em relao aosegundo desafio, o MEC, por meio da UAB/CAPES, lana oPrograma Nacional de Formao em Administrao Pblica(PNAP). Esse Programa engloba um curso de bacharelado e trs

    especializaes (Gesto Pblica, Gesto Pblica Municipal eGesto em Sade) e visa colaborar com o esforo de qualificaodos gestores pblicos brasileiros, com especial ateno noatendimento ao interior do pas, atravs dos Polos da UAB.

    O PNAP um Programa com caractersticas especiais. Emprimeiro lugar, tal Programa surgiu do esforo e da reflexo de umarede composta pela Escola Nacional de Administrao Pblica(ENAP), do Ministrio do Planejamento, pelo Ministrio da Sade,pelo Conselho Federal de Administrao, pela Secretaria deEducao a Distncia (SEED) e por mais de 20 instituies pblicas

    de ensino superior, vinculadas UAB, que colaboraram naelaborao do Projeto Poltico Pedaggico dos cursos. Em segundolugar, esse Projeto ser aplicado por todas as instituies e pretendemanter um padro de qualidade em todo o pas, mas abrindo

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    margem para que cada Instituio, que ofertar os cursos, possaincluir assuntos em atendimento s diversidades econmicas e

    culturais de sua regio.Outro elemento importante a construo coletiva do

    material didtico. A UAB colocar disposio das instituiesum material didtico mnimo de referncia para todas as disciplinasobrigatrias e para algumas optativas. Esse material est sendoelaborado por profissionais experientes da rea da administraopblica de mais de 30 diferentes instituies, com apoio de equipemultidisciplinar. Por ltimo, a produo coletiva antecipada dosmateriais didticos libera o corpo docente das instituies para umadedicao maior ao processo de gesto acadmica dos cursos;

    uniformiza um elevado patamar de qualidade para o materialdidtico e garante o desenvolvimento ininterrupto dos cursos, semparalisaes que sempre comprometem o entusiasmo dos alunos.

    Por tudo isso, estamos seguros de que mais um importantepasso em direo democratizao do ensino superior pblico ede qualidade est sendo dado, desta vez contribuindo tambm paraa melhoria da gesto pblica brasileira, compromisso deste governo.

    Celso Jos da Costa

    Diretor de Educao a DistnciaCoordenador Nacional da UAB

    CAPES-MEC

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    SUMRIO

    Apresentao.................................................................................................... 9

    Unidade 1 Introduo Administrao

    Introduo................................................................................................... 13

    As organizaes e a administrao: conceitos e fundamentos....... ...... ....... ...... ... 14

    A formao profissional no campo da Administrao........ ...... ....... ....... ....... ...... . 22

    Teorias da Administrao e das Organizaes................................................ 26

    Unidade 2 As funes administrativas e organizacionais

    Funes desempenhadas pelos administradores................................................. 35

    Nveis de administrao............................................................................ 38Nmero de empregados e atividades nos nveis................................................... 40

    Funes organizacionais................................................................................. 42

    Habilidades dos administradores......................................................................... 46

    Unidade 3 Ambientes organizacionais e da administrao

    Ambientes organizacionais...... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... . 55

    Macroambiente................................................................................................ 57

    Ambiente de tarefa............. ...... ....... ....... ...... ....... ....... ...... ....... ....... ...... ....... ....... . 75

    Microambiente................................................................................................ 82

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    8Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    Unidade 4 Processo administrativo integrado

    Planejamento............................................................................................. 89Organizao............................................................................................... 97

    Liderana......................................................................................................... 101

    Execuo e controle............................................................................ 104

    Unidade 5 Composio organizacional e estrutural

    Estrutura formal da organizao........................................................................... 113

    Tipos de organizao........................................................................... 116

    Departamentalizao............................................................................. 119

    Delegao e poder..................................................................................... 125

    Responsabilidade e prestao de contas.............................................................. 129

    Centralizao e descentralizao.............................................................. 131

    Unidade 6 O papel do administrador frente s mudanas na sociedade

    Administrao nos novos tempos......... ....... ........ ....... ........ ....... ....... ........ ....... ..... 139

    Paradigma da administrao......................................................................... 142Papel dos administradores................................................................................... 147

    Consideraes finais................................................................................. 166

    Referncias.................................................................................................... 168

    Minicurrculo.................................................................................................... 172

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    9Mdulo 1

    Apresentao

    APRESENTAO

    Caro Estudante!

    Seja bem-vindo disciplina Teorias da Administrao I eao universo desta cincia, responsvel por estudar e conhecer

    sistematicamente as organizaes, sejam elas de fins lucrativos ouno. Esta disciplina tem como objetivo abordar os fundamentostericos que regem o funcionamento, a estrutura, as funes e aimportncia das organizaes.

    Para isso, voc vai estudar os seguintes temas: conceitos,habilidades do administrador; funes administrativas e seusdesenhos organizacionais; alm de aprender sobre a anlise dosambientes e das atividades do administrador.

    Procuramos redigir esse livro didtico em linguagem de fcilentendimento, a fim de que voc compreenda temas s vezes pouco

    conhecidos e estabelea interao conosco, autores, por meiodesta leitura.

    Queremos lembr-lo que a competncia de um gestor ou deoutro profissional est intimamente ligada ao seu conhecimento,pois pesquisas tm revelado que este melhora consideravelmente aao prtica. Assim, a relevncia dessa disciplina se d pelas basestericas fundamentais para a formao do futuro administrador.Mas, lembre-se de registrar durante a leitura suas anlises,avaliaes, consideraes e idias novas que lhe surgirem, pois notemos a pretenso de esgotar o assunto, e sim apresentar um olhar

    dentre os inmeros que abordam os assuntos aqui citados.Desejamos a voc uma tima leitura e xito nos estudos!

    Professores Francisco Mirialdo Chaves Trigueiro eNeiva de Arajo Marques

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    UNIDADE 1

    OBJETIVOSESPECFICOS DEAPRENDIZAGEM

    Ao finalizar esta Unidade voc dever ser capaz de:

    f Conceituar Organizao e Administrao;

    f Contextualizar e relacionar esses conceitos;

    f Explicar o processo de formao legal e pedaggica do Curso de

    Administrao;f Identificar os princpios fundamentais da Administrao, como

    a eficincia e eficcia; e

    f Fazer uma sntese da construo do conhecimento da Administrao

    e suas teorias.

    INTRODUO ADMINISTRAO

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    12Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

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    13Mdulo 1

    Unidade 1 Introduo Administrao

    INTRODUO

    Ol participante!

    Seja muito bem-vindo primeira Unidade de nosso livro.

    com muito orgulho e entusiasmo que vamos comear esta

    verdadeira viagem pela Teoria Geral da Administrao,

    termo este que voc j deve ter lido ou escutado.

    Mas voc sabe qual o significado da palavra administrao?Conhece a evoluo histrica dessa Cincia ou campo do

    conhecimento humano? Voc sabe por que as organizaes

    precisam de um administrador?

    No se preocupe. Buscaremos dirimir suas dvidas ao longodesta Unidade. Para isso, selecionamos os seguintes temas paraestudo:

    X as organizaes e a administrao: conceitos efundamentos;

    X administrao na histria da humanidade;

    X Teorias da Administrao e das organizaes; e

    X formao e legislao profissional.

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    14Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    ASORGANIZAESEAADMINISTRAO: CONCEITOSE

    FUNDAMENTOS

    O que voc compreende por administrao? J paroupara pensar? Quando ouve a palavra administrao,

    o que lhe vem mente, de imediato?

    Certamente, voc deve ter pensado em vrios tipos deadministrao, seja ela: de empresas, de hospital, de escola, decondomnio, do lar, e vrias outros.

    Pois bem, a palavra administrao, vem do latim ad, que

    significa direo e minister, subordinao ou obedincia; isto ,uma atividade realizada por algum sob o comando de outro.

    Megginson et al. (1998) conceituam administrao comosendo o trabalho atravs de recursos humanos, financeiros emateriais a fim de atingir objetivos organizacionais por meio dodesempenho das funes de planejar, organizar, liderar e controlar.

    J para Maximiano (2006a, p. 6), a administrao

    [...] o processo de tomar decises sobre objetivos e utili-zao de recursos. O processo administrativo abrange cin-

    co tipos de funes: planejamento, organizao, liderana,execuo e controle.

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    15Mdulo 1

    Unidade 1 Introduo Administrao

    Observe que o conceito acima caracteriza a administraode um modo geral, e se aplica a toda e qualquer organizao, sejam

    elas de fins lucrativos ou no. por meio da administrao, que asorganizaes funcionam, j que necessitam de diretrizes, aesestratgicas e instrumentos que controlem os resultados e odesempenho pretendido. Assim, podemos afirmar que a funo doadministrador consiste em fazer com que as pessoas exeramsuas atividades, ao mesmo tempo em que atende aos anseios docliente ou pblico, dos parceiros e colaboradores.

    Em outras palavras, podemos dizer que a finalidade daadministrao estabelecer e alcanar objetivos* e metas*.Observe o fluxo da administrao, a partir das funes do

    administrador passando pelo processamento dos recursos at atingiros objetivos da organizao conforme a Figura 1.

    Figura 1: Fluxo da Administrao

    Fonte: Elaborada pelos autores

    As empresas com fins lucrativos buscam, alm de aumentarseus lucros, tambm atender s necessidades de diversos pblicosde interesse, tais como os: clientes, fornecedores, comunidade,governo, funcionrios e outros com os quais mantenhamrelacionamentos diretos ou indiretos. Para aquelas sem finslucrativos, os objetivos podem ser os mais diversos, como atenderaos anseios da sociedade, no caso de uma empresa pblica ou deuma Organizao No-Governamental (ONG).

    Para isso, as empresas necessitam organizar as funesadministrativas como planejamento e liderana e utilizam-se de

    pessoas (recursos humanos), de dinheiro (recursos financeiros) eedifcios, equipamentos e matrias-primas (recursos materiais).

    *Objetivo propsito a

    ser atingido por uma or-

    ganizao, instituio,empresa, grupo empre-

    sarial ou por uma pes-

    soa. Fonte: Lacombe

    (2004).

    *Meta resultado a ser

    atingido como conseq-

    ncia de um plano, pro-

    grama ou projeto, os

    quais normalmente tm

    um prazo estabelecido

    para sua execuo. Fon-

    te: Lacombe (2004).

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    16Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    Na Unidade 2 vamos analisar as funes administrativas e,na Unidade 4, o processo administrativo integrado, detalhando as

    atividades essenciais da administrao.

    Aps estudar o concei to de administrao, vamos agora

    compreender as organizaes e como as mesmas precisam da

    administrao.

    comum a palavra administrao estar relacionada comempresas privadas que visam lucro. como se s essas empresas

    fossem cientif icamente administradas. E ainda, s elasnecessitariam de certos controles. Pois essa uma idia errnea e

    vrios so os autores que se pronunciam a respeito, como Megginsonet al. (1998). Esses autores afirmam que relacionar administraosomente s empresas privadas uma relao parcialmente correta,mas incompleta uma vez que a administrao necessria emtodos os tipos de atividades e em todos os tipos de organizao.

    Vivemos na Sociedade de organizaes. Vivemos em ummundo de organizaes, sejam elas pblicas, privadas ou aschamadas deTerceiro Setor*. Todas as atividades humanas esto

    organizadas e esto inseridas em um ambiente cada vez maismutvel e complexo: so diversas empresas que desenvolvemprodutos e servios para atender pessoas ou outras organizaes,que mudam constantemente, de acordo com os problemas enecessidades que se apresentam. Podem se diferenciar quanto a:objetivos, setores (pblico, indstria, comrcio, servios) e portes(micro, pequenas, mdias e grandes).

    Assim, para que as organizaes alcancem seus objetivos,processem suas atividades e forneam o produto final ao usurioou comprador, precisam de dinheiro, equipamentos, tecnologias,

    pessoas, estrutura, informao, conhecimento e insumos. Noentanto, para fazer uso adequado desses recursos, precisaro deum profissional de administrao, de algum que consiga estabelecerinterao e envolvimento das partes durante todo o processo. Para

    *Terceiro Setor conjun-to de organizaes e ini-

    ciativas privadas que vi-

    sam produo de bens

    e servios pblicos. Este

    o sentido positivo da ex-

    presso. Bens e servi-

    os pblicos, nesse

    caso, implicam uma du-

    pla qualificao: no ge-

    ram lucros e respondem

    a necessidades coleti-

    vas. Fonte: Fernandes

    (1994).

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    17Mdulo 1

    Unidade 1 Introduo Administrao

    compreender o papel dessas organizaes e como deve ser cumprido,voc precisa estudar administrao. Provavelmente, poder fazer

    parte de alguma organizao, seja pblica ou privada, se j nofaz parte.

    A administrao conduz as organizaes de forma integrada,de modo que as reas como finanas ou gesto de pessoas, porexemplo, possam convergir para os objetivos comuns, o que, nofinal das contas, significa contribuir com o desenvolvimentoscioeconmico do pas, por meio de produtos e servios dequalidade. O desempenho das organizaes no mundocontemporneo motivo para avaliar o impacto no desenvolvimentode uma sociedade. Maximiano (2006a) afirma que as organizaes

    tm assumido importncia, sem precedentes, na sociedade e navida das pessoas.

    Mas ser que a administrao se relaciona primordialmente

    s empresas?

    Acer tou se respondeu que no. Imagine aquele si te derelacionamento chamado orkut, que voc com certeza conhece ou

    acessa, que em pouco tempo, pelo menos, aqui no Brasil, reuniumilhares de pessoas em torno de discusses, encontros, amizades,troca de informaes, anncios, comunidades, em uma plataforma

    vi rtual . um exemplo tpico de organizao. Neste exemploconseguimos observar a importncia e impacto exercidos pelo sitesobre o comportamento das pessoas.

    Mas o que organizao para voc?

    No senso comum, organizar-se uma forma de ter tudoarrumado para projetar aes etc.. J na li teratura voc encontrardiferentes definies. Vamos conhecer algumas delas:

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    18Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    X existe uma organizao todas as vezes que duas oumais pessoas interagem para alcanar certo objetivo

    (MEGGINSON et al., 1998);X a organizao consiste num grupo humano, composto

    por especialistas que trabalham em conjunto numaatividade comum (DRUCKER, 1994 apudCARAVANTES, 1998);

    X organizao a reunio de duas ou mais pessoastrabalhando juntas cooperativamente dentro de limitesidentificveis, para alcanar um objetivo ou metacomum (SILVA, 2005); e

    X uma organizao um sistema de recursos que procurarealizar algum tipo de objetivo ou conjunto de objetivos(MAXIMIANO, 2006a).

    Agora sua vez! Com base nos concei tos apresentados

    identifique o que h de comum nessas definies.

    Muito bem, podemos dizer que organizao toda e qualquer

    atividade que rene pessoas em busca de determinados fins, seja olucro (iniciativa privada, como supermercados), a realizao deum projeto social (Organizao No-Governamental) ou asegurana pblica (como os presdios). Veja a Figura 2.

    Figura 2: O papel da organizao na sociedade

    Fonte: Adaptada de Maximiano (2006a)

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    19Mdulo 1

    Unidade 1 Introduo Administrao

    Como j vimos, existem diferentes maneiras de nomear asorganizaes. Elas podem ser privadas, do terceiro setor ou pblicas.

    As diferenas fundamentais entre elas voc encontra, de formasucinta, a seguir:

    X Organizaes privadas : visam o lucro, soresponsveis pela produo de bens e servios, muitosdeles essenciais para a humanidade, como alimentos,roupas e moradias.

    X Terceiro setor : desde a dcada de 1980,principalmente, vm ocupando o espao deixado peloEstado, na oferta de servios sociedade, como sade,

    educao e lazer.XOrganizaes pblicas: atuam nos nveis Federal,

    Estadual e Municipal, e entre elas temos as que seconfiguram em Administrao Direta* eAdministrao Indireta*.

    Seu estudo sobre organizaes pblicas ser aprofundado na

    disciplina Teorias da Administrao Pblica, no mdulo 3.

    Todos os trs tipos distintos de organizao anteriormentecitados so fundamentais para a sociedade. Sendo as organizaespblicas essenciais, por interferirem diretamente na produo debens, no nvel de consumo e emprego, nos impostos e tributos.Segundo Delfim Neto, em artigo publicado na Revista Carta Capital,de 27 de fevereiro de 2008, p. 17:

    Para sobreviver, a sociedade precisa de uma organizao o Estado capaz de prover alguns bens pblicos, ordem,segurana, justia, infraestrutura, assistncia aos desvali-dos e estabilidade do valor da moeda, que o sistema demercado no pode produzir. Para financiar seus servios, oEstado cobra um imposto sobre tudo o que produzido.

    *Administrao Direta

    conjunto dos rgos in-

    tegrados diretamente

    na estrutura administra-

    tiva em mbito Federal,

    Estadual ou Municipal.

    *Administrao Indireta

    conjunto de entes compersonalidade jurdica

    prpria, executam ativi-

    dades do governo que

    so desenvolvidas de

    forma descentralizada.

    Fonte: Matias-Pereira

    (2007).

    v

    Amplie seus

    conhecimentos

    acessando o site ,

    onde voc encontrar

    vrios artigos sobre o

    Terceiro Setor.

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    20Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    Os impostos pagos pelos brasileiros ao Estado se revertemem servios pblicos essenciais oferecidos populao, tais como:

    segurana, educao, sade, transportes etc.Em um nvel macro, temos o Estado, considerado aqui a

    Repblica Federativa do Brasil, que responsvel pela conduodo pas nos aspectos econmicos, sociais, culturais, educacionais(especialmente o nvel superior), tributrios, legais e constitucionais,internacionais etc.

    No nvel intermedirio, temos os Estados da Federao, comoMato Grosso, Paraba e Santa Catarina. So organizaesresponsveis pela administrao dos recursos pblicos regionaispara atendimento das necessidades da sociedade.

    Por fim, temos o nvel micro, composto pelas prefeituras, queso responsveis pela administrao pblica das cidades brasileiras.Cada municpio regido pela Lei Orgnica, que elaborada porsua cmara municipal. Alm da Constituio Federal, aLei Orgnica deve respeitar as normas da Constituio Estadual.

    Mas como saber se as organizaes privadas, do terceiro setor

    ou pblicas esto realizando o que deveriam realizar?

    Temos conceitos e princpios fundamentais em Administraoque vo possibilitam identificar se a organizao est em direo realizao de suas propostas/metas ou se est fazendo outrocaminho no especificado/no esperado. Dentre esses conceitospodemos indicar dois que so fundamentais para medir o seudesempenho: a eficincia e a eficcia.

    Quando as empresas satisfazem seus diversos pblicos, comoclientes, usurios, funcionrios, a sociedade de uma forma geral eo governo, entre outros, e ainda por cima resolvem seus problemase atingem seus objetivos, elas esto sendo eficientes e eficazes emsua administrao.

    vA Lei Orgnica oferece aomunicpio instrumentoslegais capazes de

    enfrentar mudanas que

    a cidade passe,proporcionando nova

    ordem ao

    desenvolvimento do

    municpio.

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    21Mdulo 1

    Unidade 1 Introduo Administrao

    Mas voc sabe o que significam eficincia e eficcia? Quais

    as suas diferenas?

    Eficincia a capacidade de fazer as coisas direito, umconceito matemtico. a relao entre entrada e sada (input eoutput). Um administrador eficiente aquele que consegue maiorprodutividade ou desempenho em relao quantidade de insumos(mo de obra, material, dinheiro, mquinas e tempo) utilizados paraa sua consecuo. Para Maximiano (2006a), eficincia a palavrausada para indicar que a organizao utiliza produtivamente, oude maneira econmica, seus recursos. Em outras palavras, significa

    usar menor quantidade de recursos para produzir mais.J a eficcia consiste na capacidade de fazer as coisas certas

    ou de conseguir resultados. Isto inclui a escolha dos objetivos maisadequados e os melhores meios de alcan-los (MEGGINSON et al.,1998). Para Maximiano (2006a), eficcia a palavra usada paraindicar que a organizao est realizando seus objetivos. Quanto maisalto o grau de realizao dos objetivos, maior a eficcia organizacional.

    Ass im, por exemplo, uma empresa pode desenvolver umproduto de forma eficiente, utilizando os recursos (materiais,financeiros, pessoais) economicamente, mas o produto no obter

    xito comercial. Nesse caso, a empresa foi eficiente, porm ineficaz,porque adotou a estratgia errada ou lanou o produto errado.

    D uma parada, relaxe sua mente e seu corpo, e depois retome

    aos estudos com essa pequena atividade: Para verificarmos se

    voc compreendeu o que administrar escreva um pequeno texto,

    de apenas uma pgina, completando a frase: Para mim

    administrao ... Compartilhe com os colegas e com o seu tutor!

    Agora que voc j sabe o que organizao e o que administrao e, principalmente, a diferena entre ambas vaiconhecer como se forma um administrador e a parte legal daprofisso. Bons estudos!

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    22Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    A FORMAOPROFISSIONALNOCAMPODA ADMINISTRAO

    A formao do profissional de administrao exige estudo

    dos conceitos e fundamentos da Administrao, do corpo tericocientfico, bem como a aplicao dos princpios da Administraonas organizaes existentes em todas as pocas, sejam elas pblicas,privadas ou do terceiro setor. Agora, vamos estudar como se deu aimplantao dos cursos de Administrao no Brasil.

    Voc sabia que os primeiros cursos de Administrao surgiram

    nos anos 1950? E que em 1965 foi regulamentada a profisso?

    Estas e outras questes sero analisadas a seguir.

    A primeira instituio de ensino superior no Brasil a oferecero Curso de Administrao foi a Fundao Getlio Vargas (FGV),em 1952, quando fundou a Escola Brasileira de AdministraoPblica (EBAP). Em 1954, foi criada a Escola de Administraode Empresas de So Paulo (EAESP), com o objetivo de prepararprofissionais para atuarem em empresas privadas, que vinham emum ritmo grande de crescimento. J a Universidade de So Paulo(USP) criou, em 1946, a Faculdade de Economia e Administrao (FEA),

    mas s veio a oferecer o curso de Administrao a partir de 1963.Com o desenvolvimento do pas, no governo de Getlio

    Vargas e, posteriormente, no de Juscelino Kubitschek (anos 1950),com a industrializao, principalmente de bens durveis(automveis, por exemplo), sentiu-se a necessidade de contratar

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    23Mdulo 1

    Unidade 1 Introduo Administrao

    profissionais com conhecimento suficiente para compreender a novasociedade que comeava a se consolidar. Marcada pela

    urbanizao e novas tecnologias esta sociedade precisava deprofissionais para gerenciar e dar suporte a essas novas empresas.

    As mudanas econmicas e sociais, bem como nasestruturas organizacionais das empresas, acentuaram a importnciado Administrador nesse momento histrico do pas. Assim, por meioda Lei n. 4.769, de 9 de setembro de 1965, foi regulamentada aprofisso de Tcnico de Administrao. Com esta Lei, definiu-se adesignao profissional, o exerccio da profisso, o campo deatuao (financeira, material, oramento, administraomercadolgica, administrao e seleo de pessoal, administrao

    da produo), a atividade profissional (como pesquisas, anlises,planejamento, elaborao de pareceres e relatrios, funes dechefia ou direo, magistrio) e a obrigatoriedade da Carteira deIdentidade de Tcnico de Administrao no exerccio profissional,dentre outras prerrogativas.

    No ano seguinte aps a regulamentao da profisso, oConselho Federal de Educao fixou, por meio do Parecer n. 307/66(aprovado em 8 de julho de 1966), o primeiro currculo mnimo doCurso de Administrao. Em 1967, a Lei foi regulamentada pormeio do Decreto n. 61.934, de 22 de setembro de 1967. Com isto,

    criou-se o rgo responsvel pela disciplina e fiscalizao dacategoria profissional: o CFTA Conselho Federal de Tcnicos de

    Administrao. O objetivo maior da entidade era definir, afirmar efixar a atuao do administrador nas organizaes, de modo acontribuir com o desenvolvimento socioeconmico do pas. Emseguida, foram fundados os Conselhos Regionais de Administraonas diversas capitais brasileiras, formandoo atual sistema CFA/CRAs.

    Em 1985, no 20 aniversrio da

    profisso de Administrador, a Lei Federaln. 7.321, de 13 de junho de 1985, alterou adenominao Tcnico de Administraopara Administrador, aps intensa campanha

    CFA/CRAs

    Pesquise a lei que regula a profisso de Admi-

    nistrador; o cdigo de tica da profisso; alm

    do smbolo e juramento, histria da profisso

    e papel do Conselho Federal de Administra-

    o, dentre outros no site .

    Saiba mais

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    24Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    coordenada pelo CRA-SP, com apoio de universidades, faculdadese outros conselhos regionais.

    Mas foi em 4 de outubro de 1993, que a Resoluo doConselho Federal de Educao n. 2 aprovou um novo currculomnimo, substituindo o de 1966. A formao bsica e instrumentalera composta por disciplinas como Economia, Direito, Filosofia,Sociologia, Psicologia, Matemtica, Estatstica, Contabilidade eInformtica. As disciplinas de formao profissional incluamTeorias da Administrao, Administrao (Mercadolgica, deProduo, Financeira e Oramentria, de Recursos Humanos, deMateriais e Patrimoniais, de Sistema de Informao) e Organizao,Sistemas e Mtodos. O Artigo 4 estabeleceu que os mnimos de

    contedo e durao, fixados nessa Resoluo sero obrigatrios apartir de 1995, podendo, as instituies que tenham condies paratanto e assim desejarem, aplic-los a partir de 1994.

    Com a redemocratizao do pas e a abertura econmica,em 1990, o papel do Administrador torna-se imprescindvel para odesenvolvimento da sociedade, por meio dos setores primrio,secundrio e tercirio. Neste cenrio competitivo as organizaesprecisam dar resultados e alcanar objetivos de forma eficiente eeficaz. Para isso, precisam ser gerenciadas por profissionais capazesde compreender a dinmica, o processo, a interdependncia das

    partes, as variveis ambientais. E por tudo isso, os administradorestm habil idades para envolver os elementos essenciais noplanejamento e execuo de cada ao a ser realizada.

    Foi nesse novo panorama que em 2005 o MEC instituiu asnovas diretrizes do Curso de Administrao (Resoluo n. 4, de13 de julho de 2005), atravs da Cmara de Educao Superior doConselho Nacional de Educao, no qual as universidades devemse adequar para inserir no mercado de trabalho, profissionaiscapacitados e habilitados. nesta adequao que voc se destacar

    no mercado de trabalho como sendo um profissional altamentecapacitado e habilitado para planejar, organizar, liderar, coordenare controlar as organizaes a fim de alcanar os objetivosestabelecidos de forma eficiente e eficaz.

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    Unidade 1 Introduo Administrao

    Contribuindo com estas novas diretrizes temos o Artigo 3da Resoluo n. 4/05, que diz:

    A formao na rea de Administrao deve ensejar comoperfil desejado do formando, capacitao e aptido paracompreender questes cientficas, tcnicas, sociais e eco-nmicas da produo e de seu gerenciamento, observadosnveis graduais do processo de tomada de deciso, bemcomo para desenvolver gerenciamento qualitativo e ade-quado, revelando a assimilao de novas informaes eapresentando flexibilidade intelectual e adaptabilidadecontextualizada no trato de situaes diversas, presentesou emergente, nos vrios segmentos do campo de atuaodo administrador.

    E aborda como competncia e habilidades essenciais opensamento sistmico e estratgico; expresso e comunicao naarte de negociar; raciocnio lgico, crtico e analtico; iniciativa,criatividade, inteligncia interpessoal; capacidade para darconsultoria e assessoria empresarial; reconhecer e definir problemas;equacionar solues; refletir e atuar criticamente sobre a esfera daproduo; ter vontade poltica e administrativa; ter conscincia tica

    do seu exerccio profissional, dentre outros.

    A Cincia da Administrao dinmica, pois as

    organizaes so sistemas abertos capazes de receber

    e exercer influncia com o ambiente externo e interno.

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    26Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    TEORIASDA ADMINISTRAOEDAS ORGANIZAES

    Neste tpico iremos lhe apresentar as diversas teorias que

    constroem o corpo terico da Administrao e das

    Organizaes. Mas o que teoria? E Teoria da Administrao

    e das Organizaes?

    Antes de tudo, precisamos esclarecer o que uma teoria nosenso comum. De acordo com o que dispe o Dicionrio Aurlio(2001) a expresso senso comum significa: Conjunto de opiniesto geralmente aceitas em poca determinada que as opiniescontrrias aparecem como aberraes individuais. Assim,podemos dizer que cada ser humano em determinado perodo temuma teoria prpria que explica aparentemente como as coisasfuncionam e os respectivos porqus. So explicaes bvias parao leigo no assunto e nem sempre correspondem realidade descritapor um especialista.

    J no campo cientfico a teoria pode ser definida segundoKerlinger (1973, p. 9) como

    [...] um conjunto de construes, definies e proposiesinter-relacionadas que apresenta uma viso sistemtica dos

    fenmenos atravs de uma especificao de relaes entrevariveis com o objetivo de explicar e prever os fenmenos.

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    27Mdulo 1

    Unidade 1 Introduo Administrao

    O que o autor quis dizer que uma teoria deve:

    X explicar os fatos observados (do modo mais simplespossvel);

    X ser consistente com outro(s) corpo(s) de conhecimentoe fornecer meios para a sua verif icao (testesinvestigativos de relaes entre variveis resultandona confirmao de tais afirmaes ou no); e

    X ser til (uma teoria sempre um modelo).

    E o significado da Teoria da Administrao e das Organizaes,

    voc sabe qual ?

    As Teorias da Administrao, segundo Maximiano (2006a),so conhecimentos organizados e produzidos pela experinciaprtica das organizaes. J para Chiavenatto (2006, p.2), a teoriadas organizaes o campo do conhecimento humano que se ocupado estudo das organizaes em geral. Enquanto as

    [...] teorias da administrao so conhecimentos organiza-

    dos e codificados em decorrncia da experincia prtica eemprica da administrao em organizaes.

    Na Administrao, ao longo do tempo, os resultados deestudos, pesquisas, experincias, levantamentos e observaes nasorganizaes deram origem a um conjunto de teorias, que podemser divididas em vrias correntes ou abordagens. Cada abordagemrepresenta uma maneira especfica de encarar a tarefa e ascaractersticas do Trabalho de Administrao. A classificao dasescolas de Administrao nos permite visualizar estas etapas lgicasde aprendizado.

    importante observarmos que as Teorias de Administraopraticadas, no passar dos anos, receberam contribuies einfluncias variadas, de importantes correntes de pensamento

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    28Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    administrativo e tambm de cientistas de diversas tendncias.Tiveram como base modelos diversos de conduo de organizaes,

    como por exemplo: organizao da Igreja Catlica (modelo dehierarquia simples); organizao Militar (conceitos de: unidade decomando, linha, centralizao, descentralizao, estratgia);Revoluo Industrial (modelo de administrao hoje conhecido),entre outras.

    Vimos neste tpico que no campo da Administrao asteorias significam um conjunto de conhecimentos a respeito dofuncionamento das organizaes e da forma como soadministradas. Nesse sentido, estamos tratando da rea cientficada Administrao. No entanto, Administrao tambm

    considerada uma arte.

    Mas o que cincia? E ar te? Por que o prof issional de

    administrao precisa ter o conhecimento cientfico e, ao

    mesmo tempo, ter habilidades artsticas?

    Pois bem, arte e cincia tm em comum o fato de nuncaserem conclusivas, e de ambas serem exposies imprecisas da

    realidade. A cincia conhecimento organizado, a arte corresponde tcnica da obteno do memorvel. A cincia interpreta arealidade com base em mtodos e a arte a retrata com smbolos.

    Na administrao voc vai precisar da arte para implantarmudanas e da cincia para implantar as mudanas certas. Vaiprecisar tambm dominar a arte de trabalhar com pessoas e a cinciada compreenso desses talentos no ambiente organizacional.Finalmente, compreender a necessidade de utilizar, simultaneamente,cincia e arte, razo e emoo, em propores variveis caso a caso.

    E afinal, em que consiste administrar? Conhea a seguir o

    que alguns dos pensadores da rea de Administrao assumem

    que seja administrar.

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    29Mdulo 1

    Unidade 1 Introduo Administrao

    Levitt (1985), afirma que administrar consiste em analisarracionalmente uma situao e selecionar os objetivos a serem

    alcanados, desenvolvendo sistematicamente estratgias paraatingir tais objetivos, coordenando os recursos, desenhandoracionalmente a estrutura, dirigindo e controlando com preciso, efinalmente motivando e recompensando as pessoas que trabalhampara que os objetivos sejam efetivamente alcanados, isto ,

    Administrao uma cincia.

    De outro modo, Boettinger (1978) entende que administrarconsiste em arrastar a outros, e isso implica, para quem administra,a capacidade de compreender as necessidades e os desejos dosoutros para compartilhar com eles uma viso que aceitam como

    prpria, isto , administrar uma arte.Por outro lado, Megginson et al. (1998) afirmam que em

    muitos aspectos de planejamento, liderana, comunicao e tratocom o elemento humano, os administradores tambm usam asabordagens artsticas, baseando suas decises em julgamento,intuio ou simplesmente em palpite.

    A Administrao cincia, o ato de administrar uma

    arte. Levitt (1985) assevera que o sucesso est nas

    mos daqueles que encaram a funo que exercemcom a paixo do artista e o mtodo do cientista.

    A cincia tenta descrever o que , mas evita tentar determinaro que . J as cincias sociais so todas as atividades que estopreocupadas em sistematicamente investigar e explicar aspectosda relao entre o indivduo e a sociedade da qual faz parte(LUPTON, 1972 apud CARAVANTES, 1998). E quando se utilizao conhecimento para agir, ento passamos para o campo das

    Cincias Sociais Aplicadas.A Administrao denominada Cincia Social Aplicada,

    pois investiga as organizaes, de modo a conhec-las, para quepossa aplicar constantemente novos conhecimentos, teorias,

    vEste termo nasceu dassituaes deconcorrncia: guerra,jogos e negcios. uma

    palavra herdada dos

    gregos, que a usavam

    para designar a arte dos

    generais, pelo que se

    conclui que sua origem

    militar.

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    30Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    princpios, contribuindo assim, com odesenvolvimento das mesmas. uma

    cincia que aplica os conhecimentos ao, como afirmava Peter Drucker. Dadevemos observar que se trata de umacincia no-exata, possibilitando a cadaao receber reaes distintas porque

    vai depender do momento, das pessoasenvolvidas, do modo como se definiu oproblema, do local onde se agiu etc.

    Peter Drucker

    Nascido em novembro de 1909, faleceu em novem-bro de 2005. Filsofo e economista, de origem

    austraca, considerado por todos o pai da ges-

    to moderna (cincia que trata sobre pessoas nas

    organizaes). Publicou 39 livros e inmeros arti-

    gos acadmicos sobre como os seres humanos

    esto organizados em todos os setores da socie-

    dade, nas empresas, rgos governamentais e nas

    organizaes sem fins lucrativos. Disponvel em:

    . Acesso em: 24

    jun. 2009.

    Saiba mais

    Complementando......

    Verifique o que separamos de complemento ao que voc estudou nestaUnidade e perceba como importante diversificar as leituras sobre cadaassunto, pois nos possibilita novas abordagens e novos olhares sobre osmesmos assuntos.

    Histr ia da Administrao publicado pelo Conselho Regional de

    Administrao do Cear, em setembro de 2005. Disponvel em: . Acesso em: 15 jun. 2009.Esse artigo mostra de um modo criativo toda a trajetria da

    Administrao. Vale a pena voc fazer a busca para conhecer maisdessa histria.

    Terceiro setor e o desenvolvimento social elaborado pela Gernciade Estudos Setoriais (GESET); Cludia Soares Costa; Gabriel Rangel.Disponvel em: Acesso em: 15 jun. 2009.

    Portal dos administradores onde voc encontra diversos artigos,monografias e notcias relacionadas ao mundo da Administrao. Para

    tanto acesse o site: .

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    31Mdulo 1

    Unidade 1 Introduo Administrao

    Agora, antes de continuar, d uma parada, e depois retome

    aos estudos com essa pequena atividade: Faa uma leitura do

    artigo Terceiro setor e o desenvolvimento social, disponvel em: e

    aps esta leitura faa uma reflexo a respeito do papel das

    organizaes do terceiro setor na sociedade brasileira. Escreva

    sobre essa reflexo e compartilhe com os colegas e com o seu

    tutor, postando a resposta no Ambiente Virtual de Ensino-

    Aprendizagem AVEA!

    ResumindoNesta Unidade voc viu que a Administrao uma

    cincia relativamente nova, mas que os seus princpios fun-

    damentais j eram aplicados desde a Antiguidade. Isto por-

    que na Administrao Pblica das antigas civilizaes, as

    funes de planejamento, organizao, comando, coorde-

    nao e controle foram relevantes na construo de Estadosfortes, como o Egito Antigo. Com a evoluo da humanidade,

    as organizaes privadas, pblicas e as do Terceiro Setor pas-

    saram a fazer parte da vida das pessoas. A sociedade, de um

    modo geral, depende da atuao eficiente e eficaz dos admi-

    nistradores, a fim de permitir o desenvolvimento das organi-

    zaes e, consequentemente, dela prpria. As Teorias da Ad-

    ministrao e das Organizaes foram criadas, a partir de 1900,

    aproximadamente, com o objetivo de explicar os aconteci-

    mentos da realidade social nas organizaes e de como estaseram e/ou deveriam ser administradas. A construo do co-

    nhecimento constante na rea da Administrao, conforme

    estudamos, e este deve ser amplamente aplicado.

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    32Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    Atividades de aprendizagem

    A partir de observao nas empresas, nas quais voc

    trabalha ou trabalhou, ou onde pessoas que lhe so prximas

    trabalham escolha pelo menos duas empresas , procure

    responder s questes a seguir. Em caso de dvida faa uma

    releitura do material e, se necessrio, no hesite em

    consultar o seu tutor.

    1) Qual o setor em que atuam? (pblico, privado ou terceiro setor)?

    2) Quais os objetivos da existncia dessas organizaes (escola, co-

    mrcio, indstria ou servios etc.) ?

    3) Voc as considera importantes? Por qu?

    4) Essas organizaes possuem administradores profissionais no seu

    quadro de funcionrios? Se sim, em quais cargos se encontram

    esses Administradores (diretores, gerentes e afins)? Se no, que

    outros profissionais trabalham nessas empresas (advogado, psi-

    clogo, economista, etc.)? So formaes que figuram entre as

    disciplinas do curso de Administrao, como Psicologia, Direito,

    Economia? Analise a importncia dessas cincias na formao do

    administrador.

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    Mdulo 1

    Unidade 1 Introduo Administrao

    33Mdulo 1

    Apresentao

    UNIDADE 2

    OBJETIVOSESPECFICOS DEAPRENDIZAGEM

    Ao finalizar esta Unidade voc dever ser capaz de:

    f Definir as funes da Administrao: planejamento, organizao,

    direo e controle;

    f Delimitar os nveis da Administrao, bem como as atividades e

    nmero de funcionrios em cada nvel;

    f Descrever as principais funes organizacionais: marketing,

    operao, finanas e recursos humanos; e

    f Elencar e compreender as habilidades dos Administradores.

    AS FUNES ADMINISTRATIVASE ORGANIZACIONAIS

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    Teorias da Administrao I

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    35Mdulo 1

    Unidade 2 As funes administrativas e organizacionais

    FUNESDESEMPENHADASPELOSADMINISTRADORES

    Caro estudante!

    Nesta Unidade, apresentaremos as funes e habilidades

    inerentes profisso de administrador; e discutir sobre as

    funes organizacionais e os diferentes nveis deadministrao dentro de uma organizao, para que voc

    tenha melhor embasamento para exercer a profisso.

    Vamos, ento, iniciar pelas funes desempenhadas pelos

    administradores.

    Primeiramente, interessante voc retornar Unidade 1 ondedefinimos o termo administrao como sendo o uso dos recursoshumanos, financeiros e materiais para atingir os objetivos da

    organizao atravs das funes de planejamento, organizao,liderana e controle. Observe como esses objetivos podero seralcanados e quem que tem a competncia para atuar, a fim deque tudo possa ser concretizado.

    De acordo com suas observaes, ou at mesmo com sua

    prtica, o que fazem os administradores? Quais so as suas

    funes? Atividades? Habilidades?

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    36Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    Uma das primeiras classificaes das funes administrativasfoi feita por Henry Fayol, em 1916, que sugeriu como funes

    principais, a previso, a organizao, a coordenao, o comando eo controle. Em qualquer que seja a organizao privada (indstria,comrcio, servio), pblica (autarquias, empresas pblicas, Estado,etc.) ou do terceiro setor (ONGs, OSCIPs, associaes), pelo menosquatro funes devem ser desempenhadas por um administrador:planejamento, organizao, liderana e controle das atividadesorganizacionais. Essas quatro funes esto inter-relacionadas ecoordenadas de forma a atingir os objetivos. Dependem umas das outras.

    Nesta Unidade, conceituaremos cada funo de acordo comMegginson et al. (1998) e a anlise do processo administrativo

    integrado ns faremos mais frente, na Unidade 4. Ento,

    vamos conhecer cada funo?

    X Planejar: significa escolher ou estabelecer a missoda organizao, seu propsito e objetivos, e depoisdeterminar diretr izes, projetos, programas,procedimentos, mtodos, sistemas, oramentos,

    padres e estratgias necessrias para atingi-los. NaIniciativa Privada, temos o planejamento da aberturade uma unidade fabril e na Administrao Pblica oPlano Plurianual (PPA), institudo pela ConstituioFederal de 1988, e que estabelece diretrizes, objetivose metas da administrao pblica por um prazo depelo menos quatro anos, mas pode definir o destinode toda uma gerao. Elaborar um PPA decidir quaisso os investimentos mais importantes dentro de umprojeto de desenvolvimento nacional, regional ou

    municipal.

    v

    A sigla ONG (Organizao

    No-Governamental), na

    realidade, expressa

    genericamente, o

    conjunto de organizaes

    do terceiro setor tais

    como associaes,

    cooperativas, fundaes,

    institutos, etc. No caso

    das OICIP's (Organizaes

    da Sociedade Civil de

    Interesse Pblico), trata-

    se de uma qualificao

    decorrente da Lei

    n 9.790, de 23/03/99 (ou

    Lei do Terceiro Setor).

    Assim, pode-se dizer que

    as OSCIPs so ONGs, que

    obtm um certificado

    emitido pelo poder

    pblico federal ao

    comprovar o

    cumprimento de certos

    requisitos por serem

    entidades privadas

    atuando em reas tpicas

    do setor pblico de

    interesse social com

    iniciativas sem retorno

    econmico. Fonte: Lei

    n 9.790 (23/03/99)

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    37Mdulo 1

    Unidade 2 As funes administrativas e organizacionais

    X Organizar: determinar os recursos e atividadesnecessrias para se atingir os objetivos da organizao,

    combinar esses recursos e atividades em gruposprticos, designar a responsabilidade de atingir osobjetivos a empregados responsveis e delegar a essesindivduos a autoridade necessria para realizar essastarefas. Em ambas administrao privada e pblica contratar pessoas e alocar recursos financeiros paraos projetos criados no planejamento so exemplos deorganizao.

    XLiderar: conseguir dos empregados que eles faamas coisas que voc deseja que eles faam. Portanto,abrange no s a qualidade, o estilo e o poder do lder,mas tambm suas atividades relacionadas comunicao, motivao e disciplina.

    XControlar: delinear os meios para se ter certeza deque o desempenho planejado seja realmente atingido.Definir as metas, considerando os indicadores atuais,para assim medir o desempenho alcanado com asdecises tomadas. Observe que as trs primeirasfunes sero ineficazes sem esta ltima: controlar.

    Para executar tais funes nas organizaes, preciso definiros nveis de administrao, que significa a alocao de autoridades,gerncia, operadores e suas atribuies.

    Lembra-se das empresas que voc observou e pesquisou na

    Unidade 1? Volte nelas agora para identificar como tem sido

    desempenhada cada uma dessas funes administrativas.

    Compartilhe sua anlise com os colegas e com o seu tutor!

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    38Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    NVEISDEADMINISTRAO

    Estudamos no tpico anterior as funes administrativas

    que so desenvolvidas nas organizaes nos seus mais

    diversos nveis. Mas voc sabe que nveis so esses?

    Teoricamente, so trs os nveis de administrao: oestratgico, o ttico e o operacional. Veja na Figura 3:

    Figura 3: Nveis de administrao

    Fonte: Elaborada pelos autores

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    39Mdulo 1

    Unidade 2 As funes administrativas e organizacionais

    No nvel administrativo ou estratgico a competncia bsica traduzir as incertezas de um mercado altamente dinmico, visando

    o estabelecimento de objetivos. Atravs das atividades deplanejamento, organizao e controle, de forma coordenada,objetiva-se atingir os macro-objetivos da organizao. As decisesestratgicas so normalmente de longo prazo e tomadas no altoescalo da empresa, por isso, geram atos cujos efeitos soduradouros e mais difceis de inverter.

    J no nvel ttico ou intermedirio temos as estratgias, emplanos e projetos, a serem realizadas pelo nvel operacional. O tempode planejamento no nvel ttico o de mdio prazo. Neste nvel hmenos dvidas para as tomadas de decises, por isso so mais

    facilmente revistas, quando necessrias e de menos impacto nofuncionamento estratgico da empresa. O imperativo que cadarea ou funo tenha seus planos especficos, os quais estejaminterligados umbilicalmente s aes estratgicas da companhiacomo um todo.

    Enquanto no nvel operacional ou mais baixo daorganizao, os administradores executam os projetos. Neste nvelas decises operacionais esto ligadas ao controle e s atividadesoperacionais da empresa e so eminentemente tcnicas. Aqui otempo do planejamento o curto prazo.

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    40Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    NMERODEEMPREGADOSEATIVIDADESNOSNVEIS

    Como vimos, temos trs nveis administrativos, de um modo

    geral. E qual a relao destes nveis com as atividades

    desenvolvidas? Quantos empregados so necessrios emcada nvel? Vamos aprender tudo isso nesse tpico.

    O nmero total de empregados encontrado em cada nveldiminui medida que subimos nos nveis da organizao. Tal fatopode ser explicado considerando-se que no nvel operacional ondeocorre a maior padronizao das atividades e essas no soformadas somente pela transformao da matria-prima em produto

    acabado, mas, tambm, por funes de manuteno, vendas eentrega dos produtos resultantes da transformao, compras earmazenamento da matria-prima, entre outras, conforme aespecificidade e tipologia da empresa (MINTZBERG, 2003). Ouseja, no nvel operacional o lugar de realizao das aes onde senecessita do maior nmero de tcnicos das mais variadas reas doconhecimento.

    Na posio intermediria na hierarquia, encontramos osgerentes mdios, responsveis por supervisores ou por executoresde tarefa, normalmente em nmero bem reduzido em comparao

    com o nvel operacional, com autonomia para tomar algumasdecises, enquanto outras so transferidas para o nvel acima; e,por fim, temos os administradores de topo, que correspondem aosexecutivos da direo, que, geralmente, apresentam-se em nmero

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    41Mdulo 1

    Unidade 2 As funes administrativas e organizacionais

    muito reduzido e tm a responsabilidade pela organizao comoum todo, devendo assegurar que a mesma cumpra sua misso com

    eficcia.

    Voc conseguiu visualizar o perfil dos empregados encontrados

    em cada nvel da organizao? Vamos ver alguns exemplos?

    XNvel operacional: podemos observar numa fbrica,onde o pessoal de cho de fbrica representa o maior

    volume de empregados, como operadores das linhas

    de montagem, engenheiros, tcnicos, supervisores. Jna Administrao Pblica, temos os tcnicoscontratados por meio de concurso para operacionalizaras atividades de rotina, como compras por licitao.

    XNvel intermedirio: temos as gerncias responsveispor reas como finanas e gesto de pessoas, mastambm podem ser denominados de superintendente,chefe de departamento, diretores de escolas.

    X Topo da estrutura: neste nvel encontramos os

    diretores, o Chief Executive Office (Chefe do SetorExecutivo) ou CEO, o presidente da Repblica, oprefeito, o governador, que so responsveis peladeterminao de programas e diretrizes e pelaalocao de recursos oramentrios e objetivosestratgicos.

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    42Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    FUNESORGANIZACIONAIS

    As funes administrativas nas organizaes contemporneasesto intimamente ligadas s funes organizacionais, porque cadauma delas como operaes e vendas requer dinheiro, pessoas,

    materiais e insumos, equipamentos e tecnologias especficas.Para exercer sua atividade profissional, o administradorocupa diversas posies estratgicas nas organizaes e desenvolvepapis fundamentais para a sustentabilidade e crescimento dosnegcios. Para desempenhar suas funes e sustentar sua posio,o administrador deve desenvolver vrias habilidades* e algumasdelas so apontadas como fundamentais ao perfil de um bomadministrador.

    Stoner (1999) classifica o administrador pelo nvel que ocupana organizao (de primeira l inha, intermedirios e altos

    administradores) e pelo mbito das atividades organizacionais pelasquais responsvel (os chamados administradores funcionais egerais). Veja na Figura 4.

    Figura 4: Estrutura funcional de uma empresa

    Fonte: Adaptada de Megginson et al. (1998)

    *Habilidade a capaci-

    dade de colocar o conhe-

    cimento em ao, trans-

    formar a teoria (abstrata)

    em prtica (concreta),

    aplicando o conhecimen-

    to na anlise das situa-

    es, na soluo de pro-

    blemas, na inovao e na

    conduo do negcio.

    Fonte: Chiavenatto (2006,

    p. 5).

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    43Mdulo 1

    Unidade 2 As funes administrativas e organizacionais

    Com base na figura anterior podemos observar que osadministradores gerais supervisionam uma unidade ou diviso

    operacional completa, incluindo todas as atividades funcionaisdessa unidade. So exemplos de administradores gerais: o CEO, opresidente, gerente de diviso, o gerente de fbrica, o gerente defilial, dependendo do tamanho da empresa. Na AdministraoPblica, temos como exemplo o presidente da Repblica, ogovernador ou o prefeito.

    Os administradores gerais ocupam o nvel estratgico, que o centro de tomada de deciso e correspondem direo daempresa, ou seja, o nvel mais alto de sua estrutura. So responsveistambm por determinar objetivos e estratgias organizacionais,

    trabalhando com o todo da organizao, coordenando a integraodas reas, e com assuntos de longo prazo. So tambm eles que serelacionam com o ambiente externo da organizao.

    J os administradores funcionais so os responsveis poruma das funes principais (marketing, finanas, operao/produo) ou de apoio (contabilidade, recursos humanos, compras,pesquisa&desenvolvimento, jurdico). Na Administrao Pblica,temos, por exemplo, os secretrios de Educao, de Esporte, deCultura, de Finanas.

    No nvel ttico ou intermedirio, os administradoresfuncionais so os responsveis pela alocao de recursosinternamente na organizao, e correspondem as principais funesda organizao. Seu papel consiste em depois de definidas asestratgias, desdobr-las em planos programas, que seroexecutados pelo nvel operacional. neste nvel que se realizam astarefas e operaes referentes s funes de apoio, os programasdesenvolvidos e as tcnicas aplicadas, ou seja, aqui o trabalho relacionado fabricao dos produtos e prestao de servios.Este nvel segue programas e rotinas de curto prazo, desenvolvidas

    pelo nvel intermedirio.A seguir, vamos definir algumas funes organizacionais:

    X Produo: esta funo representa a reunio derecursos destinados produo de bens e servios.

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    44Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    Denominam-se como Administrao da Produo asatividades, decises e responsabilidades dos gerentes

    de produo, como afirmam Slack et al. (1997). Porexemplo, na padaria, diversos ingredientes sotransformados em diferentes tipos de po e outrosprodutos. No hospital pblico, equipamentos e mode obra so transformados nos mais variados serviosprestados aos pacientes.

    Na discipl ina Operaes e Logstica I e II dos mdulos 5 e 6,

    respectivamente, sero estudados os conceitos, princpios,

    fundamentos e aes da funo produo, operao e logstica.

    XMarketing: em agosto de 2004, aAmerican MarketingAssociation (AMA) elaborou uma definio nova parao termo marketing: Marketing uma funoorganizacional e uma srie de processos para criao,comunicao e entrega de valor para clientes, egerenciamento do relacionamento com os clientes deforma a beneficiar a organizao e seus pblicos de

    interesse, ou stakeholders. Por exemplo, umaatividade essencial o marketing de relacionamento,que abrange os servios de atendimento, depersonalizao, de ps-venda, de satisfao do cliente,independente da empresa ser pblica ou privada.

    XFinanceira: esta funo cuida do dinheiro da empresa,para proteg-lo e promover sua utilizao eficaz. Issoinclui a maximizao do retorno dos investimentos ea manuteno de certo grau de liquidez, para ocumprimento das obrigaes. As demonstraesf inanceiras so relatrios que classif icam equantificam as contas de uma empresa. E os trsprincipais so: o balano patrimonial, a demonstrao

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    45Mdulo 1

    Unidade 2 As funes administrativas e organizacionais

    dos resultados do exerccio e a demonstrao do fluxode caixa (MAXIMIANO 2006b).

    XRecursos humanos, ou de gesto de pessoas: funoresponsvel por procurar encontrar, atrair e reter aspessoas de que a empresa precisa. A Administraode Pessoas abrange desde o recrutamento at aresciso de contrato, passando pelo treinamento eavaliao de desempenho, dentre outras.

    Agora sua vez! Para saber se voc est acompanhando as

    explicaes at aqui apresentadas volte empresa pesquisada

    por voc , na Un idade I, e identif ique quai s as funesorganizacionais presentes nela. Escreva, sucintamente, as

    atividades desenvolvidas em cada uma das funes. Lembre-

    se de compartilhar sua experincia com seus colegas e seu

    tutor no Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem AVEA.

    Observe que para um administrador cumprir seu papelfuncional, precisam de habilidades necessrias para a gestoeficiente e eficaz das organizaes, o que apresentamos nasequncia.

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    46Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    HABILIDADESDOSADMINISTRADORES

    O trabalho do administrador deve compreender a anlisedos ambientes, seja o interno ou externo (como economia, poltica,cultural, natural etc.); pesquisas e sondagens de concorrentes,

    fornecedores, cl ientes; mensurao dos objetivos e aes;diagnstico de problemas; busca constante de novas informaes,conhecimentos e aprendizagens; e inovao.

    Para Levitt (apud CHIAVENATTO, 2006, p. 3)

    [...] o conhecimento do administrador apenas um dosmltiplos aspectos da sua capacidade profissional. Ele avaliado pelo seu modo de agir e decidir, suas atitudes,conhecimentos, habilidades, competncias, personalidadee estilo de trabalho.

    O conhecimento significa o acmulo de informaes,

    as experincias, as aes, as idias. o administrador

    cientista e artista, conforme voc estudou na Unidade 1,

    que aprende a cada anlise sistemtica do ambiente

    em sua volta, como tambm age de acordo com seu

    feel ing (ou sentimento, percepo) e insight (ou

    compreenso imediata de uma situao). Para

    administrar preciso, enfim, ter habilidades.

    Para ocupar posies nas empresas, executar seus papis ebuscar as melhores maneiras de administrar, o administrador devedesenvolver e fazer uso de vrias habil idades. Katz ( apud

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    47Mdulo 1

    Unidade 2 As funes administrativas e organizacionais

    CHIAVENATO, 2006) classificou-as em trs grandes grupos:tcnicas, humanas e conceituais. Observe na Figura 5 que todo

    administrador precisa dessas trs habilidades.

    Figura 5: Habilidades do administrador

    Fonte: Adaptado de Katz (apud CHIAVENATO 2006)

    Com base na Figura 5 podemos perceber que para um bomtrabalho necessrio que o administrador domine as trs habilidadese dose-as conforme sua posio na organizao.

    Mas o que significa cada habilidade? Voc sabe diferenci-

    las? Vamos ver juntos?

    XHabilidades conceituais: so as habilidades mentaisnecessrias para se obter, analisar e interpretarinformaes de vrias fontes, e a partir da tomardecises complexas. Envolve a habil idade decompreender a relao das partes com o todo, deidentificar e interpretar as informaes advindas das

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    48Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    variveis ambientais que interagem com a organizao,como os clientes, a comunidade, os fornecedores, o

    governo, dentre outros.X Habilidades tcnicas : incluem o uso de

    conhecimento, instrumentos e tcnicas de umadisciplina ou campo especfico, como por exemplo,Contabilidade, Engenharia, produo ou vendas. Outrosexemplos so programar um computador, operar umamquina ou preparar declaraes financeiras.

    X Habilidades de Relaes Humanas : estashabilidades envolvem a capacidade para compreender

    outras pessoas e para com elas interagir eficazmente.Precisamos dessas habilidades para criar e manterrede de contatos, liderar, motivar e fazermos acomunicao com os colaboradores.

    Segundo Faria (2000), para atingirmos a eficcia na gestoadministrativa necessrio que os administradores que ocupamcargo de direo ou gerncia tenham equilibradas as habilidades:tcnica, humana e conceitual. medida que o profissional avana,hierarquicamente, na empresa cada uma das habilidades ter maiorou menor significado. No nvel operacional a habilidade tcnicaa mais exigida, no nvel institucional o gerente deve ser um bomlder, deve saber delegar funes e ser eficaz. J o cargo de gerente,alm das habilidades tcnicas e habilidades humanas, requermudana de atitude, ou seja, uma orientao maior s pessoas doque s tarefas, sem as quais o administrador pode levar seu trabalhoao insucesso. No entanto, a mudana de atitude, muitas vezes, no fcil (SILVA, 1995). Elas exigem aprendizagem sistemtica.

    Mas ser que um lder j nasce pronto?

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    49Mdulo 1

    Unidade 2 As funes administrativas e organizacionais

    No, todo mundo pode ser um lder. Segundo Penteado(1992), o lder no nasce pronto, ele deve desenvolver essas

    habilidades por meio de aprendizado sistemtico, e ainda,profissionais com mais experincia dentro da empresa podemcontribuir para a formao dos novos lderes. Drucker (1990)tambm acredita que a liderana pode ser aprendida e desenvolvida.

    Complementando......

    Para saber mais sobre os assuntos discutidos nesta Unidade leia os artigospropostos a seguir e acesse os sites indicados.

    Habil idades do Administrador de Ana Maria Romano Carro e MariaImaculada de Lima. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2009.

    Trabalho Tcnico e o Trabalho Administrativo de Osnaldo Arajo.Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2009.

    Por ta l da As so ci a o Nac iona l do s cu rs os de Gr ad ua o emAdminis trao neste site voc vaiencontrar artigos e publicaes sobre vrios assuntos da Administrao,como planejamento, marketing, produo, habilidades etc.

    Portal Empreender para todos onde voc tem contedo sobre funesadministrativas, tais como planejamento, organizao, liderana econtrole. Acesse: .

    Verax consultoria estesite destaca as funes organizacionais, como produo, marketing,finanas e recursos humanos.

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    50Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    ResumindoVoc estudou, nesta Unidade 2, as organizaes como

    um conjunto de funes integradas Marketing, Recursos

    Humanos, Operaes e Produo, Finanas etc. e que de-

    pendem de planejamento, organizao, liderana e contro-

    le, para que atinjam seus objetivos. E, consequentemente,

    de estrutura, pessoas, equipamentos, dinheiro, mas princi-

    palmente de liderana e comunicao. Como partes

    interdependentes, as pessoas que atuam em determinado

    setor devem se relacionar intimamente com as que traba-

    lham em outros setores, pois os resultados so a soma do

    esforo conjunto. Nesse sentido, o administrador deve ter

    habilidade para conduzir o processo, como analisar as infor-

    maes transmitidas, saber lidar com as pessoas, alocar os

    recursos adequadamente e operar equipamentos.

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    51Mdulo 1

    Unidade 2 As funes administrativas e organizacionais

    Atividades de aprendizagem

    Baseado no contedo do livro didtico, na seo

    Complementando e na pesquisa de campo que voc

    realizou nas organizaes para as unidades anteriores,

    respondas as questes a seguir. Lembre-se: em caso de

    dvida, faa uma releitura cuidadosa dos conceitos ainda no

    entendidos ou, se necessrio, entre em contato com seu tutor.

    1) O que so nveis administrativos e seus fundamentos? Caracteri-

    ze-os de acordo com a empresa estudada.

    2) Quais so as quatro funes do administrador? Explique cada uma

    delas e apresente como estas funes so desenvolvidas na em-

    presa em que voc est fazendo o estudo.

    3) Identifique as funes organizacionais e cite exemplos dessas fun-

    es conforme a empresa estudada.

    4) Quais so as habilidades administrativas utilizadas por adminis-

    tradores eficazes? Explique cada uma delas. Como podem ser uti-

    lizadas na organizao escolhida?

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    UNIDADE 3

    OBJETIVOSESPECFICOS DEAPRENDIZAGEM

    Ao finalizar esta Unidade voc dever ser capaz de:

    f Relacionar a interdependncia das foras micro e macro nas

    organizaes modernas;

    f Identificar e exemplificar de que maneira o macro ambiente

    interfere na administrao das organizaes; e

    f Analisar o ambiente de tarefa e suas interfaces com o ambiente

    interno das organizaes.

    AMBIENTES ORGANIZACIONAISEDAADMINISTRAO

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    Teorias da Administrao I

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    55Mdulo 1

    Unidade 3 Ambientes organizacionais e da administrao

    AMBIENTESORGANIZACIONAIS

    Caro estudante!

    Esta Unidade trata dos ambientes organizacionais, numa

    perspectiva de possibilitar a voc, futuro Administrador

    Pblico, conhecimento a respeito dos limites e

    possibilidades do ambiente externo, para avaliar

    eticamente os impactos que a economia ou a natureza

    exercem nas organizaes e na vida humana.

    Bons Estudos!

    Voc j percebeu que, quando se fala em ambiente econmico,

    normalmente se fala em crise? J parou para pensar por que

    isso ocorre? Qual seria a relao de um com o outro? Vamos

    ento, tentar compreender!

    Em 1929, a crise das bolsas de valores foi o primeiro grandeimpacto que o ambiente econmico causou tanto na iniciativaprivada, quanto na Administrao Pblica. Com o fim da SegundaGuerra Mundial, em 1945, as organizaes passaram a sofrerinfluncias significativas do seu ambiente externo, com o aumento,por exemplo, da concorrncia. Mas foi principalmente no final dosanos de 1980 que as foras externas e internas influenciam-semutuamente. Neste perodo a globalizao e o processo deinternacionalizao dos negcios imprimiram uma nova forma dos

    administradores observarem o mundo a sua volta. O grau dedinamismo dentro de um sistema aberto varia muito. Pois, comoressalta Silva (2005, p. 48)

    [...] as organizaes podem ser vistas como sistemas aber-tos, os quais tomam entradas do ambiente (sadas de ou-

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    56Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    tros sistemas) e, por meio de uma srie de atividades, trans-formam ou convertem estas entradas em sadas (entradas

    para outros sistemas) para alcanar algum objetivo.

    Na Disciplina Teorias da Administrao II, apresentada no

    prximo mdulo, voc vai estudar a Abordagem Sistmica,

    que tratar dos sistemas abertos.

    Trouxemos este cenrio para mostrar que o administrador precisaavaliar o impacto que a economia ou natureza exerce nos negcios.Precisamos avaliar a influncia dos concorrentes e fornecedores nas

    funes e estratgias organizacionais, ou seja, precisamos considerar oambiente e suas variveis, como mostra a Figura 6.

    Figura 6: Os ambientes de uma organizao

    Fonte: Adaptado de Megginson et al. (1998)

    Para que voc melhor compreenda cada uma dessas variveis

    indicadas na figura, elas sero explicadas, uma a uma, com

    exemplos de casos brasileiros.

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    57Mdulo 1

    Unidade 3 Ambientes organizacionais e da administrao

    MACROAMBIENTE

    O macroambiente composto de fatores bem amplos legal/poltico, internacional, tecnolgico, econmico, social e o ambientenatural que afetam todas as organizaes. Importante lembrar-se

    do ambiente natural.

    Como voc pode observar so diversos os fatores de influncia

    organizacional, certo? Mas o que voc entende por fatores

    pol ticos/legais?

    Esses fatores so os que tm relao com as atividades dogoverno federal, estadual e municipal que tenham impactos

    significativos nas organizaes. Segundo Silva (2005,p. 55), a legislao [...] afeta os salrios e taxas que as organizaespagam, os direitos dos empregados e as responsabilidades daorganizao por danos causados aos clientes pelos seus produtos.

    As foras polticas e legais podem restr ingir ou oportunizar novosprojetos nas organizaes. Por exemplo, leis antipoluio so vistascomo restritivas por algumas empresas, mas so oportunidades paraoutras que atuam no controle de poluio do ar, tratamento deresduos slidos etc. De toda forma, as organizaes no esto livresdas polt icas governamentais e sua legislao. O Direito,

    objetivamente considerado, o conjunto de regras de condutacoativamente impostas pelo Estado (MEIRELLES, 2007, p. 37).

    No Brasil, temos vrios exemplos de leis e regulamentos.Conhea alguns:

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    58Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    X Consolidao das Leis Trabalhistas (CLT):instituda pelo Decreto-Lei n 5.452, de 1 de Maio de

    1943, durante o governo de Getlio Vargas. O Artigo1 explicita que Esta Consolidao estatui as normasque regulam as relaes individuais e coletivas detrabalho. Na CLT, esto normatizadas eregulamentadas, dentre outras, o uso da Carteira deTrabalho e Previdncia Social, o Contrato de Trabalho,os Livros de Registros de Empregados, a definio de

    Jornada de Traba lho, o Per odo de Descanso, oTrabalho Noturno, o Salrio Mnimo e Remunerao,as Frias Individuais e Coletivas, a Segurana e

    Medicina no Trabalho, os Equipamentos de ProteoIndividual, a Organizao Sindical e a Resciso deContrato. Desde ento, as empresas tiveram que seadaptar a nova legislao, que o instrumento dedefesa dos direitos do trabalhador.

    X Constituio Federal (CF): promulgada em 5 deOutubro de 1988, no Governo do Presidente JosSarney, ratifica muitos direitos do trabalhador urbanoe rural institudos na CLT, como a fixao de salrio

    mnimo, a jornada de trabalho (que no deve sersuperior a 44 horas semanais), o seguro-desemprego,o Fundo de Garantia por Tempo de Servio, o dcimoterceiro salrio e a licena gestante (que maisrecentemente foi ampliado para seis meses no setorpblico), dentre outros. A CF de 1988 tambmdetermina os tributos que devem ser recolhidos e oque compete Unio, Estados e Municpios e que afetaa Administrao Financeira das empresas.

    XCdigo de Defesa do Consumidor: Lei n. 8.078,

    de 11 de setembro de 1990, que dispe sobre asrelaes de consumo.

    X Leis ambientais: instituem a poltica de educaoambiental e oferecem outras providncias como, por

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    exemplo, a proibio da pesca da baleia (Lei n. 7.643/87,de 18 de dezembro de 1987).

    Em 2006, vrios decretos e regulamentos foram institudos,como a obrigatoriedade de mquinas de consulta de preos no

    varejo, o atendimento nas filas de bancos, institudo em algunsmunicpios, a obrigatoriedade dos bancos seguirem o Cdigo deDefesa do Consumidor, entre outros. Em 2008, tivemos o novodecreto n. 6.523/08, que regula o Servio de Atendimento aoConsumidor (SAC) ou Call Center.

    Agora que voc j conhece um pouco mais sobre fatores

    polticos/legais vamos aprofundar nossos estudos nos fatores

    econmicos? Vamos refletir um pouco sobre este tema?

    Comumente ouvimos falar em economia de um pas, regioou estado, como o crescimento, a estabilidade ou a recessoeconmica; ela medida principalmente pelo Produto InternoBruto* (PIB). Alm disso, a inflao, as taxas de juros, a balanacomercial, o cmbio e o nvel de emprego e renda influenciambastante as empresas, a arrecadao de impostos e tributos peloGoverno e o comportamento do mercado consumidor, so exemplosde fatores econmicos.

    Para Silva (2005, p. 55), as organizaes devem continuamentemonitorar as mudanas dos indicadores-mestres da economia, de modoa minimizar fraquezas e capitalizar oportunidades. Para isso, precisamplanejar e tomar as decises analisando sistematicamente oambiente econmico, e suas variveis como o comportamento dos

    juros, a estimativa de inflao e renda. A Economia, segundoGremaud et al. (2004, p. 8), uma cincia social que estuda a

    administrao de recursos escassos entre usos alternativos e finscompetitivos. Assim, os administradores devem investir osrecursos, como capital, trabalho, matria-prima, de modo a obterretorno e considerando sempre a escassez, o que contribui para adiminuio dos custos e o alcance dos resultados.

    vConhea as principais

    Leis ambientais do Brasil

    no site .

    *Produto Interno Bruto

    valor de mercado de to-

    dos os bens e servios

    produzidos por um pas

    em determinado pero-

    do. Fonte: Lacombe

    (2004).

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    60Bacharelado em Administrao Pblica

    Teorias da Administrao I

    Sabemos que so vrios os aspectos econmicos. Todos de

    suma importncia para a vida em sociedade, principalmente

    nos negcios. Vamos conhecer alguns desses aspectos?

    XSistema Especial de Liquidao e de Custdia*(Selic): esta taxa bsica de juros no Brasil,considerada uma das mais altas do mundo, a qualafeta os gastos com investimentos nas organizaes eno consumo do mercado, pois encarece o crdito e opreo do produto final. Segundo Triches e Caldart(2004), a taxa de juros tem se constitudo numa das

    mais importantes variveis macroeconmicas naconduo da poltica monetria e no desempenho daseconomias. Definida pelo Comit de Poltica Monetria(Copom) do Banco Central (BC), as taxas de juros,conforme ressaltam Triches e Caldart (2004),determinam de forma interdependente as demais

    va ri vei s globais da economia , como o nve l deemprego, a taxa de cmbio e inflao, entre outras.Em 20 de novembro de 2008, o Dirio Oficial da Uniopublicou a nova taxa de juros no Brasil 13,75% ao

    ano logo podemos observar que ela exerce papelfundamental na determinao do comportamento dosmercados macroeconmicos.

    XPlanos econmicos: desde 1986, o Brasil criou vriosplanos econmicos, tais como o Plano Cruzado I(1986), Plano Cruzado II (1986-87), Plano Bresser(1987), Plano Vero (1989), Plano Collor I (1990-91),Plano Collor II (1991-92) e Plano Real (desde 1994).O objetivo era controlar a inflao e proporcionar o

    crescimento slido das empresas, do pas e dasociedade, melhorando, assim, os ndices de renda eemprego. Volpi (2007) afirma que a entrada em vigordo Plano Real, em 1994, devolveu ao consumidor anoo de preos relativos na economia contribuindo

    *Sistema Especial de Li-

    quidao e de Custdia

    (Selic) o depositrio

    central dos ttulos emiti-

    dos pelo Tesouro Nacio-

    nal e pelo Banco Central

    do Brasil e nessa condi-

    o processa, relativa-

    mente a esses ttulos, a

    emisso, o resgate, o pa-

    gamento dos juros e a

    custdia. Fonte: . Acesso em:

    15 jul. 2009.

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    assim para o surgimento do consumidor modernobrasileiro. Neste cenrio correto afirmarmos que as

    organizaes precisam modificar suas prticas,relacionadas comercializao de produto e/ouservio. Oferecer qualidade, preo justo e ter boadistribuio nos pontos de venda para conquistar omercado so alguns dos fatores que influenciam ocomportamento do consumidor.

    XRenda: as polticas de renda e o impacto na economiaso enfatizadas por Gremaud et al. (2004, p. 266) porserem consideradas

    [...] medidas que afetam diretamente os preos dos diver-sos fatores de produo e dos prprios bens. Assim, comoexemplo de polticas de renda, teramos todos os esque-mas de congelamentos de preos e salrios introduzidos naeconomia brasileira nas dcadas de 1980 e 1990.

    Assim, podemos afirmar que o aumento ou diminuio darenda tem reflexo no nvel de consumo das pessoas, pois aumentarou no a demanda por determinados produtos. Se a demandaaumenta, a tendncia a organizao passar a produzir mais. No

    entanto, com a oferta maior de produtos, o cliente tem opo deescolha, o que significa que o aumento na renda no sinnimo de

    vendas para determinadas empresas. importante incluirmos outrosfatores para atendermos a esse mercado tais como: a qualidadedos produtos, a entrega, o atendimento e outros servios.

    X Balana comercial: registra todas as exportaesde mercadorias brasileiras e todas as importaes demercadorias do resto do mundo (GREMAUD et al.2004, p. 433). No caso do Brasil, a balana cresceu

    exponencialmente entre os anos de 2002 e 2007, oque afetou as empresas brasileiras positivamente, poisrepresenta novos mercados consumidores dos bensproduzidos no Brasil. O saldo comercial em 2006 foi

    vO consumidor moderno

    aquele que est cada vez

    mais seletivo e

    consciente de seus

    direitos e de seu poder

    nas relaes de

    consumo.

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    de 46 bilhes de dlares aproximadamente, segundoo Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio

    Exterior. Em 2007, fechou em 40,039 bilhes dedlares. Com a crise de 2008, a balana teve dficit*de US$ 435 milhes, segundo dados do Banco Central.No acumulado do ano teve forte queda de 40,7%,chegando a US$ 21,990 bilhes de dlares.

    Mas voc sabe o que significa o aumento das importaes?

    Vamos ver juntos?

    Aumentar as importaes significa que os produtos nacionaispassam a disputar espao com os importados no mercadoconsumidor, o que vem ocorrendo no Brasil com mais intensidadeaps a abertura econmica, em 1990.

    XTaxa de cmbio: segundo Gremoud et al. (2004) ataxa de cmbio a medida pela qual a moeda de umpas qualquer pode ser convertida em moeda de outropas. Com a globalizao e a abertura econmica ataxa de cmbio passou a representar uma varivel fortena economia brasileira e, consequentemente, noambiente das organizaes. Podemos visualizar estasituao diante da valorizao que a moeda brasileira,o real, vinha ganhando frente ao dlar, chegando aR$ 1,68 em 03 de maro de 2008. Mas com a crisefinanceira iniciada nos Estados Unidos, em 2008, acotao disparou desde setembro, fechando em 29 dedezembro de 2008 no patamar de R$ 2,416, segundoinformou o Banco Central. Quando pensamos em taxa

    de cmbio importante destacar que a valorizaoimpacta positivamente nas exportaes, mas para asempresas brasileiras que tm matria-prima atreladaao dlar, a situao se inverte.

    *Dficit calculado pela

    diferena entre paga-

    mentos e recebimentos

    em determinado perodo

    onde os pagamentos su-

    peram os recebimentos.

    Fonte: Lacombe (2