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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO DE GRADUAÇÃO MARIAMA DE FREITAS GÓIS RESIDENCIAL PRÓ-RECIFE Trabalho por uma casa consciente, simples e viável

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

TRABALHO DE GRADUAÇÃO

MARIAMA DE FREITAS GÓIS

RESIDENCIAL PRÓ-RECIFE

Trabalho por uma casa consciente, simples e viável

JUNHO 2009

RECIFE-PE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

TRABALHO DE GRADUAÇÃO

MARIAMA DE FREITAS GÓIS

RESIDENCIAL PRÓ-RECIFE

Trabalho por uma casa consciente, simples e viável

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da

Universidade Federal de Pernambuco.

Professor Orientador: Antônio José do Amaral e Silva

JUNHO 2009

RECIFE-PE

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APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

01. Introdução (descrição sucinta do trabalho) 1

02. Cooperativa dos Catadores Profissionais do Recife – PRO-Recife 1

02.1. A cooperativa 1

02.2. Condição atual de moradia (tb caranguejo) 1

02.3. Necessidades declaradas - escolha do local 1

03. A Região da Lagoa do Araçá 1

03.1. Breve Histórico 1

03.2. Análise Urbana Atual (problemas e potencialidades, demanda

geradas)

1

04. Conceitos utilizados / Referência Teórica (conceituação e aplicação) 1

04.1. (Simples) Paradigma Ecológico na arquitetura (Baixo Impacto

Ambiental e bem estar– ser coletivo e individualidade; vida simples;

personalização)

1

04.2. (Viável) Habitação Popular - Baixo Custo (técnicas construtivas

indicadas)

1

04.3. (Consciente) Cooperativismo 1

05. Definição do Programa e Pré-dimensionamento 1

06. Estudo Preliminar 1

06.1. Escolha do terreno 1

06.2. Implantação e Plano Volumétrico (legislação) 1

06.3. Definição das plantas e fachadas 1

07. Ante-projeto (apresentação tipo prefeitura - se der tempo) 1

08. Bibliografia 1

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01. Introdução

No Recife, segmentos da população vivem da transformação do que é desvalorizado pela maioria. Do que é descartado.O que alguns chamam de lixo eles chamam de matéria prima pós-uso. O catador, como todo habitante da cidade, vive em busca de melhorias. Enquanto os automóveis se incomodam com sua lenta presença, e os transeuntes se espantam com homens e mulheres remexendo no lixo, ele se organiza, e assume um olhar critico sobre si e sobre a sociedade para quem serve. Em sua maioria moradores de favelas, sem vinculo empregatício, sem instrução formal e com grande família, eles ainda tateiam o caminho para melhorar de vida.O número de catadores na cidade do Recife já passa de ___ mil, o que tornou impossível ignorá-los, e tanto o poder publico como a sociedade civil vem percebendo as necessidades desta classe. Aliados a uma comoção mundial para as questões ambientais, e a crescente organização profissional, o catador adquire um status maior que o de simples “trabalhador de rua” para o de agente ambiental.Com isso, existe um trabalho dentro e fora das associações de catadores para viabilização as melhorias na vida desses profissionais.O Trabalho de Graduação, “Residencial Pró-Recife” vem de uma, conhecida e solicitada, demanda habitacional por parte dos associados da Cooperativa de Catadores Profissionais do Recife – PRÓ-Recife, sendo inicialmente atentada pelos catadores e a cada dia sendo mais ouvida pelos poderes públicos.Neste trabalho será expostos o cliente, a conceituação e a proposta de habitação. O entendimento do trabalho de beneficiamento de resíduos recicláveis, do cooperativismo, do contexto da moradia atual, e da área que abrange o local de viver e trabalhar, trarão questões de grande importância para a produção desse espaço de moradia. O Residencial será visto como um elemento favorável para a educação, o lazer, o fortalecimento da cooperativa e o desenvolvimento dos catadores e da sua família. Buscando tirar partido da organização já estabelecida entre os moradores em busca de facilitar as ações coletivas de manutenção e melhoria.

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02. Cooperativa dos Catadores Profissionais do Recife – PRÓ-Recife

A oportunidade de melhoria da renda e de qualidade de vida através do beneficiamento

de resíduos recicláveis de modo organizado proporcionou a formação da Cooperativa

PRÓ-Recife (Cooperativa de Catadores Profissionais do Recife) em 04 de abril de 2006 na

comunidade Caranguejo/Campo Tabaiares no bairro de Afogados e Ilha do Retiro.

A idealização ocorreu em 2004, numa capacitação de catadores ocorrida nesta ZEIS

(Zona Especial de Interesse Social) promovida pela ASPAN (Associação Pernambucana de

Defesa da Natureza), e mais tarde havendo a atuação na cooperativa do PANGEA - Centro

de Estudos Sócio-ambientais.1

O trabalho profissional e a sensibilização sócio-ambiental da comunidade local e

empresariado feitos pela cooperativa consegue a confiança e respeito dos doadores e

firmam novas parcerias. A organização da Cooperativa PRO-Recife facilita importantes

parcerias com entidades de ações sociais pelas quais os cooperados recebem assistência

técnica em gestão cooperativa, educação ambiental, habilidade específica em

reciclagem, além de aulas de alfabetização e apoio sócio-educativo aos cooperados e

seus familiares.2

A Cooperativa PRO-Recife – tem seu trabalho estruturado no planejamento e

operacionalização da coleta, armazenamento, triagem e comercialização de resíduos

recicláveis. Atualmente a coleta seletiva é feita porta a porta por cooperados com

carroças e o recolhimento de grandes volumes em empresas doadoras é feito por

cooperados com caminhão baú. O armazenamento e triagem dos materiais recicláveis

são feitos no Centro de Triagem e sede da Cooperativa PRO-Recife que se localiza na

região da Lagoa do Araçá, Imbiribeira. O local da atual sede, segundo José Cardoso da

Fonte que é o atual presidente da cooperativa, foi escolhido...

A sede da Cooperativa PRÓ-Recife hoje abriga as atividades de administração e produção

da cooperativa e de capacitação dos cooperados.

02.1. A condição atual de moradia

Inicialmente a Cooperativa PRÓ-Recife tinha em sua formação apenas moradores da

região de Caranguejo/ Campo Tabaiares, hoje possuindo alguns cooperados que residem

em Sítio Grande e IPSEP.

Segundo o Diagnóstico Social da Cooperativa PRÓ-Recife de abril de 2007 realizado pela

PANGEA todos os cooperados eram moradores da ZEIS Caranguejo/ Campo Tabaiares.

1 DIAGNÓSTICO SOCIAL DA COOPERATIVA DOS CATADORES PROFISSIONAIS DO RECIFE – PRÓ-RECIFE, PANGEA. abr. 2007. (colocar autora Juana Santos)2 PROJETO PRÓ-RECIFE, PANGEA. 2007.

7

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Deixar com menos dados e colocar as “pizzas” de porcentagem.

Em 2007, alguns dos cooperados possuíam morada própria, 27%, os demais cooperados

moram com familiares, 55%, e em moradas alugadas, 18%. Estas moradias em sua

maioria são de alvenaria, 66%, tendo outra parcela ainda feita de madeiras descartadas,

34%. Boa parte da população da ZEIS Caranguejo/ Campo Tabaiares ainda não tem

acesso aos serviços públicos. Em sua maioria os cooperados não têm acesso à água

encanada e fazem o seu abastecimento através de coleta na casa de parentes, 46%,

outros coletam água em uma torneira existente nas proximidades do canal que divide

Caranguejo de Tabaiares. O abastecimento de água através da rede pública chega para

poucas casas, 27%. Uma parcela significante desta população ainda não possui banheiro

em casa, 36%, e esgotos encontram-se sem tratamento e escoando a céu aberto, 64%.

Há algum tempo os cooperados se organizam em busca de melhoria para a sua

habitação.

Caranguejo/ Campo Tabaiares

As áreas invadidas ou ocupadas por favelas muitas vezes tinham as limitações legais que

serviam de argumento ou geravam controvérsias na questão de instalação ou não de

infra-estrutura.3

Observamos a presença nas casas de alvenaria o uso constante, mesmo que mínimo, do

terraço.

Casas abrem para as ruas pequenos comércios e placas indicam a presença de algum

serviço a ser prestado.

O trabalho nos currais de camarão ocupa parte desta população que também se

encarrega de fazer a venda no bairro de Afogados.

Por falta de acesso ao serviço de coleta para alguns moradores e sensibilidade coletiva

com a limpeza de outros, muitas vezes o lixo doméstico é jogado na maré, que nos dias

de maré alta traz de volta para as palafitas o entulho que fica boiando.

A grande maioria da população tem acesso à energia elétrica. Alguns com a situação

regularizada com a companhia de distribuição de energia, mas boa parte alimenta suas

casas de maneira irregular utilizando gambiarras, os chamados “macacos”.

Um dos fatores que mais ... é a condição do sistema sanitário na comunidade. É comum

encontrar casas sem banheiro e rara é a presença de fossa. A área não é provida de

esgotamento sanitário público e as valetas existentes em algumas ruas fazem as vezes

da rede de drenagem de esgoto. Comumente encontramos nas ruas o esgoto das casas

escoando pelas ruas sem calçamento que seguem para o canal ou para o alagado.

3 Instrumentos de planejamento e gestão, p. 32 (alterado)8

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As áreas mais próximas das ruas de acesso a comunidade são constituídas de casas de

alvenaria. A medida que as áreas alagadiças ficam mais perto observamos o aumento no

número de casas feitas de materiais de descarte. Tapumes, madeiras, placas de plástico,

lonas, zinco. Nas proximidades das áreas alagadiças

9

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03. A Região da Lagoa do Araçá

Situado ao norte do bairro da Imbiribeira, encontramos a Lagoa do Araçá. As águas

delimitam quase por completo esta região da cidade que é identificada pelo nome da

lagoa. Seus limites são definidos pelo Rio Tejipió a oeste e norte, pelo Rio Jordão a leste e

por uma área de manguezal a sul. O Rio Jordão nesta área faz limite também com o

Parque dos Manguezais que fica mais a leste.

03.1. Breve Histórico

A região da Lagoa do Araçá, segundo Semira Adler Vainsencher, pertencia originalmente

às terras da antiga região da Barreta que mais tarde se tornaria o bairro da Imbiribeira. O

local onde se encontra a Lagoa aparece na cartografia holandesa, no século XVII, como:

“(...) área de vegetação arbórea, provavelmente densa, entre os rios Jordão e Tejipió,

antes da confluência deste com o Rio Jiquiá (...)”.4

Constituía um dos inúmeros baixios ribeirinhos sem forma definida à mercê dos fluxos da

maré, iguais a tantos outros da planície recifense. Era local de convergência das águas

nascentes desta área e caminho destas para o Rio Tejipió. Desta forma atravessou os

séculos XVIII e XIX sem sinal de avanço na urbanização sobre os seus espaços.5

Conforme arquivo do Cadastro das Unidades de Conservação da Cidade do Recife existe

planta da Cidade6, de 1876, assinalando a presença de alguns assentamentos

(provavelmente “viveiros de peixes”) e algumas edificações na bifurcação da “Estrada do

Sul”, a leste. Em 1924, a Estrada do Sul passa a chamar-se Estrada da Imbiribeira, tendo

surgido perpendicular a ela uma pequena nucleação, denominada Mira Mar, com cerca de

25 casas, localizada a menos de 500m da Ponte Motocolombó, e mais uma dezena de

casas dispersas aproximando-se do local onde hoje se encontra a Avenida Pinheiros

(provavelmente habitações de baixa renda). Em 1955, a prefeitura delineou o

Loteamento Nossa Senhora do Pilar que configurou o traçado das atuais ruas da região

da Lagoa do Araçá. Ao que tudo indica a ocupação da área entre a margem direita do Rio

Tejipió e a Estrada da Imbiribeira só viria a estabelecer-se na década de 1960. Sobretudo

após os estímulos trazidos à construção civil pelo BNH. A lagoa teria sido aprofundada

através da sua escavação, para a execução das obras de dragagem e aterro da região,

4 VAINSENCHER, Semira Adler. FUNDAJ. Disponível em <www.fundaj.org.br>. Acesso em: 20 de setembro. 2008.

5 Idem 2.6 CADASTRO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA CIDADE DO RECIFE. PCR. dez, 1996.

10

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procedendo à execução dos loteamentos de classe média que ali se instalariam. Em 1979

os espaços adjacentes da Lagoa já eram ocupados pelos loteamentos Nossa Senhora do

Pilar, Jardim Europa e Conjunto Residencial INOCOOP – Guararapes, assumindo aquela

área a sua configuração atual.7

No início dos anos 1980 foi proposto o aterro da Lagoa do Araçá para fins imobiliários. A

população local, liderada por Lourdinha Tenório, defende a permanência da lagoa

evitando o seu aterramento. Este grupo de moradores organizou-se em 1989 sob a forma

da Associação dos Moradores da Lagoa do Araçá conseguindo grandes vitórias, entre elas

a criação do Parque Ecológico Lagoa do Araçá em 1994. O parque ecológico tem área de

12 hectares e possui a única lagoa natural ainda existente na cidade. A margem da lagoa

foi urbanizada e equipada com espaços para lazer em 1995 pela prefeitura da cidade. 8

"(...) Antes de 1994, a Lagoa do Araçá era uma espécie de depósito de lixo, e o seu

contorno uma das áreas marginais do Recife, refúgio de desocupados e até de pessoas

que se dedicavam ao desmonte de carros roubados. Hoje, a população que a circunda é a

sua maior defensora e faz cobranças consistentes ao poder público para melhorar sempre

o local. O agora chamado Parque Ecológico Lagoa do Araçá é opção de lazer para muitos

habitantes da cidade. (...)" 9

03.2. Análise Urbana Atual

O local tem a maioria dos seus lotes ocupados por residências térreas e até dois

pavimentos compondo o cenário horizontalizado, possuindo alguns galpões distribuídos

sem uniformidade que por vezes comprometem a qualidade da paisagem e de utilização

das ruas onde estão instalados. No contorno imediato da lagoa há grande quantidade de

edifícios de quatro pavimentos sem pilotis e o grande número de construções de edifícios

de oito a quatorze pavimentos. Chegando a encontrar oito empreendimentos de uma

mesma construtora (ver Figura 4). A valorização imobiliária da região foi estimulada pela

prefeitura da cidade que conseguiu o apoio da Câmara Municipal para aprovar o projeto.

Em maio de 2008, a lei que proibia a construção de edifícios com mais de quatro

pavimentos a menos de cinquenta metros de distância da Lagoa do Araçá foi modificada

permitindo hoje a construção após os vinte metros.

Tem como principais caminhos de acesso a Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes e a

Rua Arquiteto Luiz Nunes que são ligadas ao bairro de Afogados pelas pontes

Motocolombó e Gilberto Freyre, respectivamente. A Avenida Marechal Mascarenhas de

Moraes é caracterizada na cidade como importante eixo de comércio, serviços e onde se

encontra grande número de galpões de depósito de indústrias para distribuição. A

7 Idem 4.8 JORNAL DO COMMERCIO, 11 maio 2001.9 JORNAL DO COMMERCIO, 11 maio 2001.

11

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existência dos galpões na área é justificada pela proximidade com rodovias

intermunicipais e possuir fácil acesso para a distribuição de mercadoria nas demais

localidades da cidade. A Rua Arquiteto Luiz Nunes tem boa parcela dos lotes ocupados

por residências. Por ser um dos principais acessos a área da lagoa também identificamos

o aumento das atividades de comércio e serviço mais direcionado para atender as

necessidades do bairro (ver Figura 5). Hoje a Rua Arquiteto Luiz Nunes está em fase de

prolongamento ligando-se a Rua Jean Emile Favre para servir de rota de acesso ao bairro

do IPSEP, tornando mais acessível à circulação entre a Zona Oeste e a Zona Sul. Com o

maior número de pessoas circulando nesta área as edificações residenciais tendem

gradativamente a dar lugar ao comércio e serviço conforme inúmeros casos já

presenciados na cidade.

A Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes é o principal acesso ao transporte coletivo

com o maior número de linhas de ônibus que dão acesso a diferentes zonas da cidade. Os

deslocamentos são feitos pelos moradores com facilidade fora do curto horário de pico

(início da manhã e da noite). Na área encontramos o terminal de ônibus linha Pinheiros

que percorre as ruas próximas da Lagoa do Araçá e segue para o centro da cidade (ver

Figura 6). Observa-se bom número de deslocamentos feitos por bicicletas.

Apesar de identificarmos na cidade o aumento da infra-estrutura para a utilização da

bicicleta como meio de transporte e lazer não há a presença de um sistema cicloviário na

região da Lagoa do Araçá. Na Avenida Sul encontra-se em conclusão a linha sul do metrô

que terá a estação Imbiribeira a 700 metros da margem da Lagoa do Araçá. O Metrô

representará importante meio de transporte para os moradores da área.

12

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04. Referências Teóricas

04.1. O Paradigma Ecológico e a Arquitetura

“Ao término de um período de decadência sobrevém o ponto de mutação. A luz poderosa

que fora banida ressurge. Há movimento, mas este não é gerado pela força... O

movimento será natural, surge espontaneamente. Por essa razão, a transformação do

antigo torna-se fácil...Ambas as medidas se harmonizam com o tempo, não resultando

daí nenhum dano.” I Ching

Paradigma.

Substantivo masculino

1 - um exemplo que serve como modelo; padrão

2 - Rubrica: gramática.

Conjunto de formas vocabulares que servem de modelo para um sistema de flexão

ou de derivação (p.ex.: na declinação, na conjugação etc.); padrão.

3 - Rubrica: lingüística estrutural.

Conjunto dos termos substituíveis entre si numa mesma posição da estrutura a

que pertencem.

Ecologia.

Substantivo feminino

1 - Rubrica: biologia.

Ciência que estuda as relações dos seres vivos entre si ou com o meio orgânico ou

inorgânico no qual vivem.

2 - Derivação: por analogia.

Estudo das relações recíprocas entre o homem e seu meio moral, social,

econômico.

Segundo Thomas Kuhn10, um paradigma científico define um padrão de “realizações –

concepções, valores e técnicas”, o qual norteia a comunidade científica, que dele se

utiliza, legitimando problemas e soluções.

10 Teia da vida, capra13

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Uma mudança de paradigma, de acordo com Kuhn, ocorre por uma ruptura

revolucionária, através de novas descobertas, que subjugam ou ampliam os paradigmas

anteriores.

Capra11 generaliza e amplia a definição do paradigma científico de Kuhn para um

paradigma social, no qual se apresenta como “uma constelação de realizações –

concepções, valores, percepções e práticas compartilhadas por uma comunidade, que dá

forma a uma visão particular de realidade, a qual constitui a base da maneira como a

comunidade se organiza”.

A partir dos séculos XVI e XVII a visão do mundo medieval, baseada na “filosofia

aristotélica e na teologia cristã” com características orgânicas e espirituais, foi sendo

substituída por uma visão mecanicista, noção e estudo do universo por blocos

elementares e dissociados, na qual se vê o corpo humano como uma máquina, a vida em

sociedade como uma luta competitiva pela existência, e se acredita no processo material

ilimitado que deve ser obtido pelo crescimento econômico e tecnológico (Capra, 1996).

Essa mudança se deu pelas novas descobertas em física, matemática e astronomia,

conhecida como Revolução Científica e encabeçada por figuras como Copérnico,

Descartes, Galileu, Bacon e Newton.

Durante o século XIX essas idéias ganharam corpo e prática. A microbiologia, o

pensamento evolucionista, as leis da hereditariedade, a formulação da teoria das células,

e outras descobertas contemporâneas, afirmaram a crença em que “todas as

propriedades e funções dos organismos vivos seriam finalmente explicadas em termos de

leis químicas e físicas” (Capra). Tal crença foi sintetizada em “A concepção Mecanicista

da Vida” de Jacques Loeb, apresentada em 1911.

No fim do século XVIII e inicio do século XIX, o paradigma cartesiano mecanicista sofreu

sua primeira oposição, o movimento Romântico, na arte, filosofia e na literatura,

retomam a visão aristotélica de aproximação com o natural e com as formas orgânicas.

William Blake resume:

“Possa Deus nos proteger da visão única e do sono de Newton.” 12

Contemporâneos de Blake, Goethe e Kant, também versam pensamentos de oposição ao

mecanicismo. Este ultimo, argumentou “ que os organismos vivos, ao contrario das

maquinas, são totalidades auto-reprodutoras e auto-organizadoras”, não podendo serem

estudados nem pensados como contrário. (Capra)

Em meados do século XIX pensadores como Thoreau e Emerson reforçam a oposição ao

mecanicismo, a favor de uma postura mais ecologicamente responsável, já visualizando o

11 Teia da vida, capra

12 Teia da vida, Capra14

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desgaste e os traumas, atuais e futuros, causados pela revolução industrial no meio

ambiente e no meio social13.

O termo ecologia veio a ser forjado em 1866, pelo biólogo alemão Ernst Haeckel, unido os

termos gregos “oikos” (casa) e “logos” (estudo ou linguagem), que a definiu como “a

ciência das relações entre organismo e o mundo externo circunvizinho”. Dava-se inicio a

um processo de compreensão e sistematização do novo paradigma, o paradigma

ecológico.

“A natureza cíclica dos processos ecológicos é um importante princípio da ecologia. Os

laços de realimentação dos ecossistemas são as vias ao longo das quais os nutrientes são

continuamente reciclados. Sendo sistemas abertos, todos os organismos de um

ecossistema produzem resíduos, mas o que é resíduo para uma espécie é alimento para

outra, de modo que o ecossistema como um todo permanece livre de resíduos. (...) Um

dos principais desacordos entre a economia e a ecologia deriva do fato de que a natureza

é cíclica enquanto que nossos sistemas industriais são lineares. (...) Os padrões

sustentáveis de produção e de consumo devem ser cíclicos, imitando os processos

cíclicos da natureza.” (Capra, 1996)

Além disso o paradigma ecológico propõe uma nova maneira de pensar o humano, de

uma maneira muito mais inclusiva e não dissociada do seu meio, oposta ao modo

individualista e desvinculado que instala o capitalismo como modo de produção, onde a

exploração dos recursos, tanto humanos com ambientais, é apoiada pela idéia liberal de

progresso e desenvolvimento, que por sua vez se sustenta na máxima evolucionista da

“lei do mais forte”.

Sobre o novo paradigma, Capra sustenta a “parceria” como sendo um dos certificados de

qualidade de vida, e que nas comunidades humanas a “parceria” se reflete em

democracia e poder pessoal, onde, enquanto o capitalismo prega a expansão, a

competição e a dominação, a ecologia enfatiza a conservação, a cooperação e o respeito.

São também princípios da ecologia a interdependência, a reciclagem, a flexibilidade, a

diversidade e como conseqüência de todos a sustentabilidade.

O termo sustentabilidade tem sua origem no “desenvolvimento sustentável”, descrito no

Relatório de Brundtland ou “Nosso futuro comum” de 1987, como a capacidade de "suprir

as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de

suprir as suas". O relátorio foi elaborado pela Comissão Mundial sobre Desenvolvimento e

Meio Ambiente (CMMAD), na época presidido pela primeira-ministra da Noruega Gro

Harlem Brundtland.

Foram princípios ditos no relatório:

13 Franco, Planejamento Ambiental15

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- Limitar o crescimento populacional;

- Garantir alimentação a longo prazo;

- Preservar a biodiversidade dos ecossistemas;

- Diminuir o consumo de energia;

- Desenvolvimento de tecnologias que admitem o uso de fontes energéticas renováveis;

- Aumentar a produção industrial nos países não-industrializados à base de tecnologias

ecologicamente adaptadas;

- Controlar a urbanização selvagem;

As questões ambientais comeram a se inserir nas pautas políticas, os impasses sobre

impactos ambientais, sustentabilidade e mudança de hábitos saem das esferas filosóficas

e se instalam no cotidiano das comunidades.

A “Cúpula da Terra”, ou Eco92, encontro de líderes e governantes de todo o planeta para

elaborar estratégias de reversão dos processos de degradação ambiental. O documento

que resultou dessa conferência, conhecido como Agenda 21 ou Declaração do Rio,

sintetiza em 27 princípios as bases para se alcançar o desenvolvimento sustentável em

nível global, no qual, segundo o Secretário Geral da Conferência Maurice Strong, nada

será conseguido se não houver parceria entre os países.

A Agenda destaca a promoção da planificação e da ordenação sustentável do uso da

terra; promoção de sistemas sustentáveis de energia e transporte; a diminuição dos

dejetos; o retorno ao ciclo produtivo dos materiais descartados, entre outros.

Segundo Maria Assunção de Ribeiro Franco, na arquitetura contemporânea visualiza-se

uma tendência de integração dos trabalhos de planejamento territorial, de urbanismo, de

paisagismo e de desenho predial numa forma de trabalho cooperativo chamado de

“Arquitetura Total” podendo ser considerada a vertente mais próxima do Paradigma

Ecológico no processo de criação arquitetônica.

Segundo Richard Rogers, as cidades foram as responsáveis pelo atual desequilíbrio

ambiental, com seus inapropriados padrões de comportamento econômico e social, e que

o arquiteto tem papel predominante na resolução dessa crise, pensando e encontrando

soluções adequadas para redução dos impactos, para a reutilização dos espaços e para

reciclagem de materiais e hábitos.

“... os excluídos das sociedades de consumo, são relegados à miséria das favelas... E

uma vez que as questões sociais e ambientais estão entranhadas, não deveria ser

surpresa se o fato de sociedades e cidades, caracterizadas por desigualdades, sofrerem

intensa privação social e causarem danos ainda maiores ao meio ambiente”. (Rogers,

1997)

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De acordo com Richard Rogers, o centro da idéia de desenvolvimento sustentável se

insere na redefinição de riquezas para incluir o capital natural, que segundo ele, são: o ar

limpo, água potável, camada de ozônio efetiva, mar sem poluição, terra fértil e

abundante diversidade de espécies.

Rogers continua, afirmando que esse capital natural está se transformando no principio

orientador do moderno desenho urbano.

Hoje os selos verdes e as ISOs são algumas das formas de pressão social para o

cumprimento das premissas do desenvolvimento sustentável, transformando princípios

de responsabilidade ambiental em mercadorias, onde esse cumprimento é repassado ao

cliente por um valor agregado ao produto.

04.2. Habitação Social

Estrutura:

Déficit Habitacional no Recife (história e atual)

Consolidação de favelas (ZEIS)

Habitação Social em Recife

Reivindicação organizada por moradias digna

Teorias sobre habitação social

História déficit Recife:

Ocupação das áreas mais inóspitas (alagados e morros)

Surgimento das favelas

Liga contra mocambos (demolição das favelas)

__________________________________________________________

DÉFICIT HABITACIONAL, NECESSIDADE DA HABITAÇÃO SOCIAL

O uso de materiais não-duráveis e/ou improvisados, moradias esporádicas e improvisadas

em local não originariamente construído para habitação, e a coabitação (a existência de

mais de uma família por residência) são três critérios usados para definir moradia

inadequada pelo economista Robson Gonçalves.

17

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O estudo realizado pela fundação João Pinheiro, em 1995, sobre o dimensionamento do

déficit habitacional brasileiro afirma que é nas regiões metropolitanas que está a grande

maioria da população favelada e de sem-casa que, além da demanda por novas moradias

– déficit quantitativo -, são os maiores responsáveis pelo déficit qualitativo. Usamos então

a expressão “déficit habitacional” como a quantidade de cidadãos sem moradia

adequada em uma determinada região.14

Cidades como Recife apresentam significativo crescimento de domicílios em favelas no

período 1980-91; 615,39%.15

HISTÓRIA DA HABITAÇÃO SOCIAL.

Embora não se possa precisar, a Idea habitação social teve inicio em meados do século XIX, na França e na Inglaterra, onde, após a revolução industrial, a população, que dobrara em um período de tamanho na virada do século anterior, se amontoava nas grandes cidades. A diminuta estrutura das cidades medievais, tanto espacial como viária e sanitária, não comportava o ritmo da era moderna, tornando-se problema de saúde publica e risco a segurança nacional.

Ao temor das epidemias, como a da cólera, e a fúria dos milhões que padeciam do déficit habitacional, surgia, através do poder publico, as primeiras políticas de habitação social. No final do século o problema se tornara a principal preocupação do estado, o qual enxergava na sua intervenção uma oportunidade de favorecer-se aos olhos tanto burguesia, cuja produção era afetada pela perda da força de trabalho da população, e do proletariado, que não suportava mais o caos urbano.

Com o surgimento do interesse estatal, a visão acadêmica passou a envergar a habitação popular, que ate então era, majoritariamente, um amontoado de casas sem consideração com a posição das propriedades limítrofes, que buscavam ao máximo a incorporação da área disponível. Também era muito comum a ausência de unidade sanitária própria, como acontecia nos cortiços dos burgos, os quais foram pivôs das moléstias da época.

Tentava-se, então, pioneiramente, por ordem e limite no caos que se tornara a periferia das cidades. Buscava-se, ainda que conservadoramente e insatisfatoriamente, através do loteamento, abrir o mínimo de espaço para a circulação publica e do ar. Esperava com isso amenizar a perda da força de trabalho causada pelas ascendentes distâncias e enfermidades respiratórias.

Com o avanço da medicina sobre os conceitos de higiene pessoal e coletiva, objetivava-se, com igual prioridade, o melhoramento sanitário. Retomava-se o nível significativo de grandes obras de saneamento, ausente dês do antigo império romano. Elevava-se também o numero de unidades habitacionais completas, munidas de todos os cômodos, quarto, banheiro e cozinha, proporcionando unidade familiar mais privativa.

Já no Brasil, o emprego efetivo do conceito data-se do estado novo, criado por Vargas na terceira década do século passado. Onde, embora ainda presente, as preocupações surgidas no século passado subpunham-se às emergentes. Intensificava-se a importância

14 Instrumentos de planejamento e gestão, p. 34 (alterado)15 Instrumentos de planejamento e gestão, p. 77

18

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da habitação social na estratégia de industrialização do país e formação ideológica do trabalhador.

Onde, em 1937, o decreto 1749, autorizou aos IAPs(Institutos de Aposentadoria e Pensões) criar carteiras prediais, definindo o ‘modus operandi’ de cada instituição no setor habitacional, ou seja, cada instituição podia agora determinar seus próprios regulamentos de atuação no setor habitacional, seguimento que poderia ser alvo de até metade dos seus vultosos fundos de investimento.

Embora não uniforme, o modo de operação dos outros institutos acabaram por se aproximar ao do IAPI (industriários), baseado em três planos, os quais:

Plano A: locação ou venda de unidades habitacionais em conjunto residenciais adquiridos ou construídos pelos institutos, com o objetivo de proporcionar aos associados moradia digna, sem prejuízo da remuneração mínima do capital investido.

Plano B: financiamento aos associados para aquisição da moradia ou construção em terreno próprio.

Plano C: empréstimos hipotecários feitos a qualquer pessoa física ou jurídica, bem como outras operações imobiliárias que o instituto julgasse conveniente, no sentido de obter uma constante e mais elevada remuneração de suas reservas.

Embora ainda ofuscado pela verdadeira perspectiva atuarial dos institutos, assegurar máxima rentabilidade para reservas acumuladas. Os planos A e B apresentaram um bom desempenho social, sendo responsável pela produção de 142.127 habitações, sobretudo nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, os quais obtiveram pouco mais da metade do montante.

Porem, como visível na centralização de recursos, a vulnerabilidade do estado novo ao lobismo impediu transferência de propriedade entre empreendedor e inquilino. Impactando pouco na expressiva maioria locatária do país. Falhado ao ideal de proporcionar a propriedade privada ao proletariado. Assim como tolheu a unificação dos IAPs.

Fato só ocorrido em 1964, durante o regime militar, com a criação do Banco Nacional da Habitação (BNH), intuição de segunda linha.Ou seja, que não opera diretamente com o publico. Tendo a incumbência de realizar operações de credito e gerir o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), por intermédio de bancos privados e/ou públicos e de agentes promotores.

Dentre elas as diversas Companhias de habitação (COHABs)

HISTÓRIA HABITAÇÃO SOCIAL RECIFE

No Recife do início do século, o termo mocambo caracterizava as habitações pobres da

cidade, em geral situadas nos mangues e predominantemente ocupadas por ex-escravos.

Em 1939, 33% da população do Recife habitava mocambos. Em 1990 esse número

19

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chegou a 42% da população distribuída em aproximadamente 500 favelas e em áreas

consideradas precárias.16

Antes da fundação da Liga Social Contra o Mocambo, em Pernambuco algumas iniciativas

pioneiras, ainda que muito limitadas, foram praticadas pela municipalidade recifense com

a Vila Proletária do Arraial, em 1921 e pelo Governo Estadual em 1920/21 com a

Fundação A Casa Operária, cuja atividade não teve produção ou expressão significativa

para além da Vila de São Miguel de Afogados e Engenho do Meio (SOUSA, 1990, p.104).

O Censo dos Mocambos de 1939 identifica o mercado de construção e aluguel de

mocambos. Observa-se a existência de uma nova modalidade de propriedade, a casa

autoconstruída sobre terreno alugado, onde a incerteza do chão levava a constante

transferências dessas moradias e reconstrução a partir dos mesmos materiais.17

“A verdade é que, por si mesma, a casa de palha não é nenhum horror nem vergonha.

Pode ser até mais saudável, em clima tropical – sendo higiênico o seu piso e higiênica a

sua latrina – do que a casa de alvenaria mal adaptada a esse clima. (…) É o problema dos

mocambos, como problema social, muito mais do que o das mocambarias, como

‘vergonha urbanística’, que precisa ser resolvido pelo Recife, pelo Nordeste, pelo Brasil”

(Gilberto Freyre)

“o mocambo encerrava uma realidade ambígua: mais próximo da realidade da senzala

que do quilombo, denunciava a sua inserção em um sistema de exploração social do

trabalho reminiscente ao latifúndio da cana-de-açúcar cuja modernização tampouco

parecia fornecer à maioria dos habitantes da cidade os seus benefícios.” (Josué de

Castro)

As demolições geridas pela Liga Contra os Mocambos, em 1945, chegou a 12 mil de

mocambos contrabalançando com a defasada construção das novas Vilas que chegava a

pouco mais de 5 mil unidades.18 Os moradores que até então ocupavam a planície nas

áreas de mangues se deslocaram parte para os morros da zona norte, onde se concentra

hoje uma parcela significativa da população pobre, e outros emigraram do Recife.19

Acentuando, assim, a precariedade habitacional em nome das novas perspectivas

urbanísticas.

16 Instrumentos de planejamento e gestão, p. 7217 Reconstruindo Cajueiro Seco, p. 119 (alterado)18 Reconstruindo Cajueiro Seco, p. 12019 Instrumentos de planejamento e gestão, p. 72

20

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As vilas populares construídas e locadas pela Liga se organizavam por categoria

profissional, as Vilas Operárias - Vila das Lavadeiras, das Cozinheiras, etc. – e serviu

muito mais como instrumento político de cooptação de lideranças e influências do que

como medida efetiva para diminuir o déficit habitacional e melhorar as condições de vida

daqueles que viviam nos mocambos.20

CONSOLIDAÇÃO DE FAVELAS

Em 1976 o documento produzido no Habitat I, conferência internacional acontecida em

Vancouver, colocou no governo o ônus na provisão de abrigo, entretanto nos últimos dez

anos, tornou-se evidente a capacidade limitada dos governos em promover habitação,

resultando desta constatação a certeza de que o Poder Público pode ser um facilitador do

processo de provisão, incorporando nessa tarefa, novos interlocutores: os

empreendedores privados, as populações interessadas, os grupos comunitários e as

organizações não-governamentais.21

Os movimentos sociais e os profissionais envolvidos com a questão urbana, por meio de

pressões políticas e sociais, passam também a influenciar os novos preceitos

constitucionais estabelecidos em 1988, quando pela primeira vez a Constituição passa a

conter um capítulo específico sobre política urbana e a determinação da função social da

propriedade. As Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) é implantada como

instrumento integrador da ação pública.22

De modo geral, os tipos mais notórios de moradia popular são: as favelas, os loteamentos

clandestinos ou irregulares, os conjuntos habitacionais periféricos e os cortiços. Os

conjuntos habitacionais periféricos de produção pública permitem acesso a unidades

financiadas produzidas por empreiteiras ou – mais recentemente – com a participação

dos movimentos populares.23

04.2. Cooperativismo

Cooperativo24

Adjetivo

1 - que coopera, que auxilia; cooperador

20 Reconstruindo Cajueiro Seco, p. 12121 Instrumentos de planejamento e gestão, p. 3322 Instrumentos de planejamento e gestão, p. 7223 Instrumentos de planejamento e gestão, p. 7224 Houaiss

21

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2 - que envolve a ação, a contribuição de vários indivíduos, visando a um mesmo fim

A Biologia25 classifica as relações entre os seres como harmônicas ou desarmônicas.

Nas relações harmônicas, considera-se que os participantes não sofrem qualquer tipo de dano ou prejuízo no processo, ocasionando em benefícios de graus semelhantes para ambos.

As relações harmônicas são categorizadas em: Colônias e Sociedades (para seres de mesma espécie), Mutualismo, Comensalismo e Protocooperação (para seres de espécies diferentes).

Nas ciências naturais, a cooperação e a competição são tipos de relações diametralmente diferentes, porém com a mesma finalidade, a sobrevivência.

Na era industrial, durante o século XIX, enquanto o capitalismo se afirmava como modo de produção hegemônico, a competição e o lucro se consolidavam como elementos norteadores do trabalho.

Em paralelo alguns pensadores descreviam possibilidades contrárias ao capitalismo e a competição, entre eles:

Robert Owen (considerado o pai do cooperativismo); Charles Fourier (idealizador dos Falanstérios, comunidades integrais de produção); Charles Gide (professor universitário e pensador importante do cooperativismo); Philippe Buchez (pensador do cooperativismo autogestionado).

O que depois veio a ser chamado de “socialismo utópico” descreveu alternativas mais “harmônicas” de relação, propondo um pensamento mais igualitário na relação entre os indivíduos e a cooperação como método de trabalho.

Deu-se inicio a um processo de sistematização dos ideais cooperativistas, tendo como base:

A idéia de associação e ênfase na união em atividades sociais e econômicas; A cooperação como força de ação emancipadora da classe trabalhadora, através

da organização por interesses de trabalho; Sendo esta organização por iniciativa própria, cujo controle e administração

devem ser democráticos e autogestionado.

Na Inglaterra de 1844, a comunidade de Rochdale se tornou mundialmente conhecida por fundar a primeira cooperativa nos moldes modernos, a “Rochdale Society Of Equitable Pioneers”.

No Brasil, a colônia Tereza Cristina no interior paranaense, é considerada uma das precursoras, sendo fundada em 1847, baseada nas idéias de Charles Fourier e seus Falanstérios.26

25 Soares, Jose Luis.

26 S.m. “No fourierismo, organização comunitária concebida como uma realização plena da natureza humana, por meio do encontro entre princípios socialistas, como a propriedade coletiva dos meios de

22

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Recentemente, durante o congresso do centenário da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) em 1995, a definição de cooperativa foi descrita como:

“Ser uma associação autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida”.

De acordo com a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), são sete os princípios cooperativistas:

1. Adesão livre e voluntária;2. Controle democrático pelos sócios;3. Participação econômica dos sócios;4. Autonomia e independência;5. Educação, treinamento e informação;6. Cooperação entre cooperativas;7. Preocupação com a comunidade.

No campo jurídico o cooperativismo é sistematizado pela Lei n.º 5.764, de 16 de dezembro de 1971, que diz:

Art. 3° Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro.

As cooperativas são classificadas, inicialmente, por tipos, ou “ramos” como utiliza a linguagem oficial.

Existem 13 ramos de atuação das cooperativas no Brasil:

Consumo; Agropecuário; Crédito; Trabalho; Saúde; Energia Rural e Telecomunicações; Educacional; Habitacional.

A cooperativa Habitacional foi criada pelo extinto Banco Nacional de Habitação (BNH) e o Serviço Federal de Habitação e Urbanismo, em 1964, com a finalidade de estimular a construção de habitações e financiar a casa própria pela classe média e de baixa renda, através da coordenação das ações dos órgãos públicos e orientação da iniciativa privada.

O Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais (INOCOOP) foi criado para coordenar e assessorar essas cooperativas.27

produção, e prescrições comportamentais, que incluem a plena liberdade sexual.” Segundo dicionário Houaiss.

27 http://www.ocb.org.br/site/ramos/habitacional_historia.asp23

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Segundo Alessandra Gobbi, as cooperativas habitacionais, da época do BNH (64/88), não atendiam as necessidades básicas tanto ambientais como sociais, já citadas anteriormente pelos modernistas, os quais buscavam “compatibilizar economia, prática, técnica e estética, com o objetivo de viabilizar financeiramente, garantindo dignidade e qualidade arquitetônica”. Mas somente a partir da década de noventa, as cooperativas se inseriram numa perspectiva moderna de política pública habitacional “para emergência de programas que fomentem a questão sócio-habitacional, associados a um planejamento urbano e a preservação do meio ambiente, dentro de uma nova linha de gestão (autogestão)”.

Nesse sentido, as cooperativas habitacionais autogestionadas vêm se estruturando como modelo de habitação social focado no respeito ao meio ambiente, na qualidade de vida e no desenvolvimento urbano orientado, mas sem se desvincular da necessidade de viabilização com baixo custo.

05. Definição do projeto e pré-dimensionamento

24

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O conjunto habitacional proposto abrigará quarenta famílias compostas por membros da

Cooperativa PRO-Recife e suas famílias. As famílias dos cooperados são formadas por três

a dez pessoas configurando uma média de seis pessoas por habitação.

Tabela 1 – Áreas Totais (m²)Local Área Soma

Cole

tivo

Salão multiuso 30

113

Banheiros fem. e masc. 12Depósito 12Escadas 45Guarda temporária de lixo 14

Mora

dia

Apartamentos 2 quartos (40 un)

40

3.200

Apartamento ampliação (40 un)

40SOMA TOTAL (m²) 3.313

Tabela 2 - Apartamento 2 quartos (m²)Ambiente Local

Sala estar 6,00

Sala Jantar 6,00Cozinha 4,00Serviço 1,40Banheiro 2,60Quarto casal/solteiro 2 camas (2 un)

14,00

Soma Parcial (m²) 34,00Divisórias (15%) 5,10

SOMA TOTAL (m²) 39,10

07. Estudo Preliminar

07.1. Escolha do Terreno

A localização da sede da Cooperativa PRÓ-Recife na Rua Antônio Cardoso da Fonte

possibilita que a habitação seja proposta em suas proximidades por haver na mesma rua

um número significante de terrenos loteados ainda sem edificações. (colocar imagem da

foto aérea com indicação dos terrenos)

Para a escolha do terreno foi estudado três possibilidades de implantação e plano

volumétrico.

25

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O primeiro estudo foi desenvolvido utilizando o terreno indicado pelos trabalhadores da

própria cooperativa. Este se encontra vazio, sem proteção por muros e com a casa em

ruína e com esta desvalorização atual seria de mais fácil aquisição por possuir,

provavelmente, custo mais baixo. Por estas condições provavelmente o terreno possui

valor mais baixo do que os demais terrenos vazios encontrados na mesma rua. Neste

terreno foi proposto quarenta apartamentos de 50m² sem a possibilidade de ampliação.

(colocar foto do terreno)

Talvez colocar no trabalho apenas a implantação 1A já que na 1B o que proporciona a

mais é uma praça descoberta que poderia ser suprida pela utilização da praça pública na

margem do rio.

Na implantação 1A a edificação é composta por quatro pavimentos com habitação,

podendo ser térreo mais três pavimentos com dez apartamentos em cada ou pilotis mais

quatro pavimentos onde os dois últimos serão duplex. O pilotis abrigaria espaços

coletivos da comunidade e quatro apartamentos destinado a moradores com mobilidade

reduzida. A sugestão de uma praça pública na margem do manguezal com equipamentos

infantis, área de contemplação, descanso e mesa para jogos serviria como local de

convívio descoberto que atenderia a demanda dos novos moradores do conjunto

habitacional e da vizinhança.

Na implantação 1B foi liberada parte de terreno possibilitando o abrigo de área de

convívio descoberto para implantação de parque infantil e equipamentos de lazer para os

moradores. Nesta proposta a edificação é composta por cinco pavimentos onde os dois

últimos abrigam dezesseis apartamentos duplex e os demais pavimentos oito

apartamentos cada.

- A unidade habitacional é de 50m² sem possibilidade de ampliação;

- Mais econômico;

- A praça, importante espaço de relação com a comunidade fica localizada numa área

mais reservada.

A utilização de apenas um terreno para a construção das habitações é a proposta de

custo mais baixo em curto prazo. Os apartamentos de 50m² solucionam as questões mais

urgentes da população, mas se visualizarmos a médio e longo prazo observamos uma

moradia que não supre os confortos básicos dos moradores (média de seis pessoas por

apartamento). Teríamos, assim, possíveis evasões de famílias para habitações que

ofereçam mais conforto. A desvalorização deste tipo de edificação segundo Aravena... O

tempo de vida útil da edificação deve ser observado de maneira sustentável e segundo

as palavras de Richard Rogers... A área de convívio social tem espaços mais tímidos em

relação ao entorno desfavorecendo a relação com a vizinhança.

26

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No segundo e terceiro estudo foi proposto habitações com 40m² com a possibilidade de

ampliação para 80m², seguindo a pensamento defendido pela Elemental já explanado

anteriormente neste trabalho.

O segundo estudo utiliza cinco terrenos remembrados localizados na margem do

manguezal. Sua composição é se um terreno vazio, indicado pela cooperativa, um galpão

e duas casas de pequeno porte e uma casa de médio porte. Tendo como diretriz a

ampliação da unidade de produção da cooperativa, que já indica início de saturação

espacial, nos dois terrenos seguintes teríamos a integração física entre trabalho e

habitação.

A utilização das três casas existentes causa o deslocamento destas famílias trazendo um

maior transtorno e elevação dos custos na aquisição dos terrenos.

Por ser esbelto o terreno não favorece a construção de áreas cobertas de convívio social

que é de essencial importância para afirmação e desenvolvimento desta comunidade.

Este formato do terreno também leva a uma disposição das moradias de maneira linear

que promove uma relação mais individualizada entre cada habitação e com o entorno

desfavorecendo o caráter coletivo do condomínio.

A margem neste local hoje se encontra desvalorizada sem tratamento adequado e

servindo para o acúmulo de lixo. Entretanto, a possibilidade de intervenção com a

implantação de áreas públicas de lazer, como o tratamento urbanístico desta margem e

uma praça próxima ao terreno C, agregariam valor a edificação e teriam papel

fundamental para o convívio social entre os novos moradores e a vizinhança. Podendo ser

abrigo de ações sócio-ambientais.

O terceiro estudo utiliza quatro terrenos remembrados formando um terreno quase

quadrado com duas frentes onde uma destas está localizada na rua da cooperativa. Esta

opção, por possuir todos os terrenos vazios, é favorecida por ocasionar menos

transtornos com deslocamento de famílias da vizinhança. O formato do terreno traz a

possibilidade de implantação de áreas de convívio social centralizada e vinculada por

uma praça com a rua da cooperativa fortalecendo as relações dos moradores do

condomínio entre si e com a vizinhança.

Volumetricamente temos uma leitura correspondendo à variedade encontrada na cidade

em uma densidade maior, característica que também representa a situação de

Caranguejo/ Campo Tabaiares que os trabalhadores residem atualmente.

27

Page 28: Tg 2 Htp  Desenvolvimento 2009 05 31 (1)

08. Referências

Livros

BONDUKI, Nabil. Origens da Habitação Social no Brasil: Arquitetura Moderna, Lei do

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Newton R. Eichermberg. 9. ed. São Paulo. Cultrix Ltda, 2000.

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FRANCO, Maria de Assunção Ribeiro. Planejamento Ambiental para uma cidade

sustentável. 2edição, São Paulo: Ana Blume: FAPESP, 2001.

GRIMBERG, Elisabeth (org.), BLAUTH, Patrícia (org.). Coleta Seletiva: Reciclando Materiais,

Reciclando Valores. São Paulo, Pólis, 1998.

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JACQUES, Paola Berenstein. Estética da Ginga. 3. ed. Rio de Janeiro, Casa da Palavra,

2003.

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2003.

MINDLIN, Henrique E. Arquitetura Moderna no Brasil. Trad. Paulo Pereira. 2. ed. Rio de

Janeiro, Aeroplano Editora/IPHAN, 2000.

MIRANDA, Luciana Leite de. O que é lixo. São Paulo, Brasiliense, 1995.

ROGERS, Richard. Cidades para um pequeno planeta. Trad. Anita Regina di Marco.

Barcelona, Gustavo Gili, 2001.

Periódicos

CADASTRO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA CIDADE DO RECIFE, PCR. dez, 1996.

INFORMATIVO PRO-RECIFE, N. 01, out. 2007.

JORNAL DO COMMERCIO, 11 maio 2001.

REVISTA AU, n. 71, abr. 1997.

REVISTA AU, n. 82, fev. 1999.

28

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???????????

Gestão do uso do solo e disfunções do crescimento urbano: instrumentos de

planejamento e gestão urbana em aglomerações urbanas: uma análise comparativa,

IPEA, INFURBE. Brasilia, IPEA, 2001. (tem escrito como série)

SANTOS, Juana. Diagnóstico Social da Cooperativa dos Catadores Profissionais do Recife –

PRÓ-Recife, PANGEA. abr. 2007. (é um documento)

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29