Texto sobre antígona

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Page 1: Texto sobre antígona

Texto sobre Antígona, de Sófocles

Uma breve reflexão

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Consciência individual versus Razão do estado

Os ideais que inspiraram Antígona são os fundamentos do

pensamento político ateniense, mostrando que um estado é

livre quando formado por cidadãos livres.

Creonte, o governador de Tebas, afirmou que Polinice, tendo-

se levantado contra Tebas, merece o máximo dos castigos.

Polinice está morto e Creonte recusa-lhe sepultura.

Para os gregos era sumamente importante sepultar os

mortos pois, de acordo com a suas crenças, só assim a alma

poderia ingressar na morada subterrânea, na segunda vida.

O morto sem sepultura tornava-se “alma errante”, nunca

alcançando o repouso.

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.

Creonte, ao recusar sepultura ao inimigo morto, invadiu o

domínio dos deuses, pois só a eles é cabível o julgamento

dos mortos.

Pela boca de Tirésias, Sófocles condena a impiedade de

Creonte.

Nesse instante, cresce a estatura de Antígona. Para ela,

enterrar o irmão é um dever indeclinável. Burlando a

vigilância dos soldados de Creonte, cobre o irmão de terra

com as suas próprias mãos. Quando é descoberta e levada

à presença de Creonte, assume o seu ato e dispõe-se a

assumir as consequências.

Creonte argumenta que Polinice não merece tanta dedicação

por ser um traidor, que um inimigo morto não se torna um

amigo.

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Antígona responde: “Não nasci para o ódio, mas para o

amor”.

Ao que Creonte responde:

“Está bem, se necessitas tanto amar, desça para baixo

da terra para amar os mortos”. “Enquanto viver, não

permitirei que uma mulher me faça as leis”.

Na sequência da história, Antígona morre para satisfazer a lei

de Creonte e a sua própria lei.

Hemon, filho de Creonte e noivo de Antígona, busca a morte.

Eurídice, desesperada por perder o filho, também se mata.

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Creonte fica só. Abatido e desorientado ouve as últimas frases

da tragédia, quando o corifeu diz:

“Os orgulhosos poderão ver como suas grandes palavras

são pagas pelos grandes golpes do destino”.

Antígona é uma figura complexa. Ao resistir contra o estado todo

poderoso e suas razões, torna-se símbolo de resistência. Sua

ação – sepultando ela própria o irmão – tem caráter individual.

Para o poeta, do inconformismo individual nasce a

transformação do estado como soma de vontades individuais.

Antígona – tem a têmpera histórica: quer enterrar Polinice.

Duas grandes personagens: Antígona e Creonte. Ambos

mantêm-se a maior parte do tempo em cena.

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Antígona versus Creonte

Antígona defende um “nómos” ( ); Creonte não permite

honras fúnebres a Polinice.

“Nómos” – hábito, costume, coisas estabelecidas pelo uso. Lei.

Enterrar Polinice, para Antígona, é alguma coisa ligada ao

“génos” ( ).

Antígona e Ismênia devem enterrar Polinice porque só elas

restam – são do mesmo sangue. Ato que deve ser realizado à

custa da própria vida (ênfase dada à tradição familiar).

Creonte sente o castigo por meio da morte dos seus. Sente na

pele a ação dos deuses familiares.

No instante em que Antígona poderia ser salva, ela acaba de

se suicidar.

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Tradição mítica. Problema muito forte entre a família e o

estado. A atitude de Antígona é ligada à família – “génos” –

linhagem.

A posição de Antígona é individual, o que deveria prevalecer é

“a lei da cidade”. Creonte exprime a decisão do governante.

Ismênia – talvez Ismenia fosse menos preocupada com as

tradições da linhagem e mais integrada à “polis” ( ). O fato

de Ismênia não ajudar Antígona, deve mudar um pouco as

suas pretensões.

Trágico de Antígona – entregar a própria vida por um

irmão que está morto.

Em Sófocles, a expressão verbal sobrepuja a ação.

Nietzsche. “A origem da tragédia”.

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Dionisíaco – mundo dos instintos.

Apolínico – mundo da razão, da ordem, da luz.

A arte plástica grega é toda apolínica. A origem do teatro,

contudo, é dionisíaca.

A Grécia não é só a fachada olímpica, a Grécia é dionisíaca,

da irracionalidade, das artes, etc.

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