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Artigo de Leonardo Santos.

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XV CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA

26 a 29 de julho de 2011, Curitiba (PR)

GT 09 ENSINO DE SOCIOLOGIA

Ensino de Sociologia e a formao de professores no Oeste Catarinense

Leonardo Rafael Santos leito(UFFS)

Jaqueline Russczyk(IF-SC)

Ensino de Sociologia e a formao de professores no Oeste Catarinense.

Leonardo Rafael Santos Leito1Professor da Universidade Federal da Fronteira Sul, coordenador do curso de Licenciatura em Cincias Sociais da Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapec-SC ([email protected])

Jaqueline Russczyk2Professora da rea de Cincias Humanas do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia de Santa Catarina Campus Chapec ([email protected])

INTRODUOCom o retorno da sociologia como disciplina obrigatria no ensino mdio, cresceu o interesse de pesquisadores da rea das cincias sociais em relao ao contexto no qual est disciplina passa a ser ministrada e, principalmente, o perfil dos atuais docentes e os desafios da formao dos futuros profissionais nesta rea. Os nmeros relacionados a quantidade de professores que hoje ministram aulas de sociologia demonstram a grande necessidade de adequar a formao desses professores a nova exigncia legal. Dos mais de 20 mil professores que hoje atuam nas disciplinas de sociologia, apenas 12% possuem formao especfica na rea (Handfas, 2009). Na busca por qualificar e adequar a formao dos professores do ensino bsico, uma srie de polticas vem sendo adotadas por parte do Ministrio da Educao. O plano nacional de formao de professores (PARFOR) e o processo de interiorizao das Universidades pblicas tm sido a grande aposta para diminuir o nmero de docentes que ministram disciplinas sem formao especfica e qualificar a formao docente.Com o objetivo de problematizar e refletir sobre essas polticas de formao de professores na rea de sociologia, esta pesquisa procurou analisar o atual quadro da disciplina nas escolas e os espaos de formao de professores na cidade de Chapec, oeste de Santa Catarina, estado que h mais de 10 anos tem a disciplina como obrigatria no ensino mdio. A pesquisa analisou o currculo e a estrutura poltico- pedaggica do curso de graduao em Licenciatura em Sociologia, atravs da Plataforma Freire, realizado em parceria com a UNOCHAPEC, universidade comunitria da regio e do curso de Licenciatura em Cincias Sociais da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), universidade criada no ano de 2009 a partir do plano de expanso e interiorizao das universidades federais. O curso oferecido pela Plataforma Freire na UNOCHAPEC iniciou no ano de 2010 e hoje conta com uma turma de cerca de 17 alunos e o curso oferecido pela UFFS neste mesmo ano, com 100 vagas, divididas em duas entradas. A presena destas instituies formadoras de professores em sociologia contribui para suprir a alta demanda de docentes, porm, a pouca tradio da sociologia no ensino mdio e a histrica diviso da Universidade brasileira entre formao de professores e formao de pesquisadores leva-nos a uma reflexo sobre o carter deste tipo de formao especfica. A realizao desta pesquisa visa problematizar essa formao fragmentada e seus reflexos na implementao da disciplina. certo que outras reas do conhecimento passam pela mesma dificuldade na formao de professores, todavia, a sociologia como disciplina escolar foi pouco problematizada no campo das cincias sociais, haja vista a tradio bacharelesca da rea. Antes da lei que torna a a sociologia obrigatria nas escolas de ensino bsico, a sociologia, assim como a filosofia, eram tratadas como conhecimentos transversais dos quais todo aluno deveria dominar ao trmino do ensino mdio. A transversalizao dos conhecimentos sociolgicos, ao mesmo tempo que rompia com a fragmentao disciplinar, tambm colocava este conhecimento em segundo plano, sendo dificilmente abordado por professores de outras disciplinas. A mudana para o carter obrigatrio coloca para a sociologia o desafio de encontrar um lugar e ganhar uma cara prpria no ensino mdio, assim como outras disciplinas historicamente consolidadas. O problema de pesquisa que este estudo busca responder, portanto, de que maneira a formao de professores deve ser pensada e estruturada em seu currculo, de forma a contribuir para que o docente em sociologia tenha capacidade de romper com a tradicional diviso entre cincia e ensino (Silva, 2006), levando para a sala de aula as contribuies da produo do conhecimento sociolgico. No se trata apenas inverter os lados e tornar o ensino de sociologia um ensino estritamente erudito e com pouca relao com as necessidades formativas dos alunos. Ao contrrio, cabe a sociologia estabelecer uma relao inseparvel entre pensamento crtico, reflexivo e transformador com o rigor da pesquisa e da teoria.SOCIOLOGIA SEM SOCILOGOS: A NECESSIDADE DE FORMAO DE PROFESSORES NO ESTADO DE SANTA CATARINA.A demanda por professores qualificados a ministrarem disciplinas de sociologia no ensino mdio reflete na prpria (in)possibilidade de pensar estratgias de ensino e efetivao da disciplina nas escolas. No ano de 1997, a Secretaria da Educao do Estado de Santa Catarina (SED-SC) organizou um curso de Fundamentao Terico Metodolgica do Ensino de Sociologia e Sociologia da Educao. Participaram deste curso 70 professores de Sociologia e Sociologia da Educao da rede pblica estadual. Entre eles, apenas 6 possuam formao em Cincias Sociais, os demais eram provenientes de reas como pedagogia, geografia e filosofia (SED/SC, 1997). Deste curso saiu a proposta curricular do ensino de sociologia e sociologia da educao. Tal situao paradoxal: temos a formulao de propostas curriculares em sociologia discutidas e formuladas por professores cuja grande maioria no possui formao especfica em Sociologia. Essa situao pontual apresentada acima demonstra a urgncia de criao de espaos formativos e reflexo sobre a formao de professores de sociologia. Nos ltimos anos tem aumentado o nmero de instituies que oferecem formao acadmica com habilitao em sociologia. Tal aumento decorre da obrigatoriedade do ensino de sociologia e da necessidade de qualificao dos professores que hoje ministram a disciplina sem formao especfica. Por mais que, em praticamente todas as Universidades Federais hoje seja oferecido a formao em Cincias Sociais (Handfas, 2009), a demanda por formao em municpios do interior ainda grande principalmente de maneira a poder reverter esse quadro paradoxal do ensino de sociologia sem socilogos. Em Santa Catarina a sociologia obrigatria nos currculos escolares desde o ano de 1998. No entanto, os espaos de formao de professores nesta rea so poucos e restritos ao litoral do estado, como o caso da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que at o ano de 2009, antes da criao da Universidade Federal da Fronteira Sul, era a nica instituio pblica que oferecia o curso de Licenciatura em Cincias Sociais. Outras 7 instituies de ensino superior tambm oferecem o curso Licenciatura em Cincias Sociais conforme possvel visualizar no quadro abaixo. QUADRO 1 IES QUE OFERECEM FORMAO EM LICENCIATURA EM CINCIAS SOCIAIS EM SC.IESANO DE INCIOMODALIDADEVAGAS OFERTADAS

Universidade Castelo Branco2007Educao DistnciaNo divulgado

Universidade do Contestado2003Presencial50 vagas anuais

Universidade do Extremo Sul Catarinense2009Presencial40 vagas anuais

Universidade Federal da Fronteira Sul2010Presencial100 vagas anuais

Universidade Federal de Santa Catarina1972Presencial90 vagas anuais

Universidade Luterana do Brasil2005Educao DistnciaNo divulgado

Universidade Regional de Blumenau1987Presencial45 vagas anuais

Universidade Comunitria de Chapec3O curso de Licenciatura em Sociologia oferecido pela UNOCHAPEC no se encontra cadastrado na plataforma E-Mec do Ministrio da Educao. Os dados foram levantados no site da prpria universidade (www.unochapeco.edu.br)

2010PresencialNo divulgado

Fonte: Quadro elaborado pelos autores com base nos dados do INEP (Plataforma E-mec)Na regio oeste do estado, onde fica localizada a cidade de Chapec, locus deste estudo, no havia, at o ano de 2010, nenhuma instituio, seja pblica ou privada, que formasse professores de Sociologia. A falta de instituies formadoras contribuiu para que grande parte dos professores que hoje ministram a disciplina no tenham formao em Cincias Sociais. Duas grandes polticas nacionais vm sendo implementadas com o objetivo de reverter esse quadro. O PARFOR (Programa Nacional de Formao de Professores da Educao Bsica) e o processo de interiorizao das Universidades Federais. Na cidade de Chapec as duas polticas chegaram recentemente e so encaradas como aes importantes de melhoria da educao, principalmente no que diz respeito a formao de professores. Esse trabalho no tem como objetivo fazer uma anlise das polticas apresentadas acima, mas apenas analisar as propostas de formao de professores que esto sendo implementadas na cidade de Chapec e que acabam tendo impacto em toda a regio oeste do estado de Santa Catarina. O PARFOR, conforme definio do prprio Ministrio da Educao:... resultado de um conjunto de aes do Ministrio da Educao - MEC, em colaborao com as secretarias de educao dos estados e municpios e as instituies pblicas de educao superior neles sediadas, para ministrar cursos superiores gratuitos e de qualidade a professores em exerccio das escolas pblicas sem formao adequada Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional LDB, de dezembro de 1996. (MEC, 2010)Em Chapec, a Universidade Comunitria de Chapec (UNOCHAPEC) a instituio responsvel por gerir o curso de Licenciatura em Sociologia. No que diz respeito ao processo de interiorizao das Universidades Federais, o estado de Santa Catarina foi contemplado com o campus sede da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) que fica localizado no municpio de Chapec. A UFFS possui ainda mais 4 campi, 2 no estado do Rio Grande do Sul (Cerro Largo e Erechim) e 2 no estado do Paran (Laranjeiras do Sul e Realeza). O Curso de Licenciatura em Cincias Sociais da UFFS oferecido nos municpios de Chapec (SC) e Erechim (RS). OS CURSOS DE LICENCIATURA: UFFS E UNOCHAPECO curso de Licenciatura em Sociologia da UNOCHAPEC ofertado de forma gratuita atravs da inscrio4A inscrio feita a atravs da Plataforma Freire, que segundo definio do prprio MEC: A Plataforma Freire, um programa que foi criada pelo MEC Ministrio da Educao, exatamente com o objetivo de tornar-se uma porta de entrada para os professores da educao bsica pblica no Brasil, no exerccio do magistrio, nas instituies pblicas de ensino superior. E com este mesmo objetivo, este plano coloca em prtica o Plano Nacional de Formao de Professores da rede de Educao Bsica (MEC, 2010)

de professores j formados em outras reas e que buscam uma formao complementar a formao inicial. As instituies que participam do PARFOR so contempladas com recursos do Ministrio da Educao. O curso oferecido em 8 semestres com aulas concentradas a noite e aos finais de semana. Conforme definio da prpria instituio: O objetivo principal da graduao em Sociologia a formao de profissionais com condies para atuar de forma criativa e autnoma, contribuindo para a melhoria da vida em sociedade. Para isso, o Curso de Graduao Licenciatura em Sociologia da Unochapec oferece ao futuro profissional autonomia intelectual, capacidade analtica, competncia na articulao entre teoria, pesquisa e prtica social, e compromisso social. Com base nos princpios tico-profissionais, democrticos e de respeito s diferenas e de pluralidade de pensamento, a graduao oferece conhecimentos tericos e metodolgicos das cincias humanas e sociais. (UNOCHAPEC, 2010)No objetivo principal do curso apresentado a preocupao em no estabelecer uma fronteira rgida entre as atividades formativas de carter pedaggico e as atividades de pesquisa e metodolgicas, tambm necessrias para uma formao slida do licenciando. Essa preocupao percebida ao analisarmos a estrutura curricular do curso. No quadro abaixo pode-se observar a distribuio das disciplinas de formao pedaggica, metodolgicas, tericas e de pesquisa ao longo do curso.

QUADRO 2. DISTRIBUIO DAS DISCIPLINAS NA GRADE CURRICULAR (UNOCHAPEC)TIPO DE DISCIPLINAQUANTIDADETTULO DAS DISCIPLINAS

Formao Pedaggica13Tecnologias da Educao; Filosofia da Educao; Fundamentos de Psicologia; Sociologia da Educao; Didtica; Polticas e Gesto da Educao Bsica; Estgio Curricular Supervisionado I, II, III e IV; Fundamentos da Educao Especial; Seminrio: Educao de Jovens e Adultos;

Tericas21Sociologia I, II e III, Antropologia I, II e III, Poltica I, II e III, Sociologia da Religio, Epistemologia das Cincias Sociais, Gnero Organizao Social e Famlia; Sociologia Urbana, Teoria dos Movimentos Sociais, Poltica Brasileira; Polticas Organizacionais solidrias; Etnologia Indgena; Sociologia do Desenvolvimento; Gesto Pblica; Anlise do Discurso Poltico; Sociologia Rural e do Campesinato; Pensamento Social Brasileiro; Sociologia do Trabalho

Metodolgicas2Metodologia Cientifica, Metodologia da Pesquisa

Pesquisa3Trabalho de concluso de Curso I, II e III

Fonte: Elaborao dos autores com base nos dados disponveis no site do curso de Licenciatura em Sociologia da UNOCHAPEC A forma como as disciplinas esto distribudas ao longo do curso chama ateno em dois aspectos importantes: 1) a distribuio equnime entre as trs grandes reas que compem as cincias sociais5Apesar de a disciplina ministrada no ensino mdio receber o nome de Sociologia, h uma tendncia e um certo consenso entre os professores e pesquisadores de sociologia, de que as trs reas (antropologia, cincia poltica e sociologia) devem ser contempladas no programa e no currculo do ensino mdio.

, o que garante uma formao mais ampla; 2) a preocupao de uma formao consistente em teoria social. J o curso de Licenciatura em Cincias Sociais da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) oferta 100 vagas anuais, 50 no perodo matutino e 50 no perodo noturno. O curso possui alguns diferenciais interessantes comparados a outros cursos de graduao em Cincias Sociais. Como todos os demais cursos da UFFS, o Curso de Cincias Sociais dividido em trs grandes domnios: o domnio comum, que composto por disciplinas de formao geral, o domnio conexo, que inclui um conjunto de disciplinas voltadas a formao pedaggica e o domnio especfico que composto por disciplinas tericas e metodolgicas das cincias humanas e sociais. A busca pela indissociabilidade entre as atividades de pesquisa e de ensino constam no projeto poltico pedaggico do curso: Os princpios epistemolgicos e metodolgicos visaro formao profissional, cientfica e voltada para o entendimento das grandes questes que afligem a sociedade contempornea. Nesse sentido, o curso de Licenciatura em Cincias Sociais procurar orientar uma formao acadmica que vise superao da dissociao tradicional entre as figuras do socilogo, portador do ttulo de bacharel, e do professor de sociologia, transmissor e mero reprodutor dos conhecimentos das Cincias Sociais em sala de aula. Para tanto, o curso desenvolver uma articulao processual e permanente entre ensino, pesquisa e extenso, que permita ao estudante entender o prprio processo de ensino-aprendizagem, no qual ele estar envolvido quando estiver em sala de aula, como algo indissocivel da pesquisa e da extenso universitria, que poder envolver atividades acadmicas ou extra-acadmicas.(PPC do Curso de Licenciatura em Cincias Sociais da UFFS, 2010)A formao de um professor-pesquisador em Cincias Sociais fica explicita no PPC do curso e se materializa numa grade curricular que tambm equaciona as trs grandes reas das cincias sociais e garante uma formao densa em termos tericos e metodolgicos, conforme possvel visualizar no quadro abaixo. QUADRO 3. DISTRIBUIO DAS DISCIPLINAS NA GRADE CURRICULAR (UFFS)DOMNIO COMUMDOMNIO CONEXODOMNIO ESPECFICO

Direitos e cidadania; Introduo informtica; Introduo ao pensamento social; Leitura e produo textual I e II; Matemtica instrumental; Meio ambiente, economia e sociedadeDidtica geral;Fundamentos da educao; Libras; Poltica educacional e legislao de ensino no Brasil; Teorias do desenvolvimento humano e da aprendizagemAlteridade e etnocentrismo; Antropologia estrutural; Antropologia no Brasil; Antropologia social e cultural; Cincia poltica no Brasil; Economia brasileira; Epistemologia das cincias sociais; Estgio curricular supervisionado I, II e III; EFormao da sociedade brasileira; Introduo economia; Metodologia de pesquisa qualitativa; Metodologia de pesquisa quantitativa; Metodologia de pesquisa terica em cincias sociais; Metodologia do ensino em sociologia; Optativa I, II , III, IV, V, VI; Pensamento poltico liberal e elitista; Pensamento poltico moderno; Pensamento social no BrasilSociologia I, II, III e IV; Sociologia da educao; Teorias polticas do sculo XX; Trabalho de concluso de curso I e II

Fonte: Elaborao dos autores com base nos dados do Projeto Poltico-Pedaggico do Curso de Licenciatura em Cincias Sociais da UFFS.

A grade curricular do curso da UFFS possibilita ao estudante, alm de uma consistente formao terica, que inclui um roll de disciplinas optativas uma formao mais ampla a partir das disciplinas do domnio comum, algumas delas de carter tcnico-instrumentais e outras de formao para a cidadania. No se trata aqui de realizarmos uma leitura superficial dos currculos dos dois cursos apresentados de maneira a acreditarmos que a estrutura curricular e os objetivos garantem uma boa formao de professores de sociologia. certo que outros fatores influenciam a formao. No entanto, ao observarmos a estrutura dos dois cursos, perceptvel a aproximao dos elementos que at ento eram vistos como exclusivos dos cursos de Bacharelado com a preocupao da formao pedaggica dos estudantes. Isso demonstra uma possibilidade de transformao do atual cenrio das cincias sociais brasileiras, onde, de uma certa forma, a licenciatura vista como uma formao de segunda categoria, mais flexvel e menos rigorosa em termos tericos e metodolgicos. Todavia, cabe alertamos para o risco que a expanso rpida da oferta de cursos de formao de professores em sociologia pode trazer. A pressa em formar professores, seja por formao continuada ou formao inicial possibilita o enxugamento das disciplinas e da carga horria, principalmente das disciplinas de carter terico e vinculadas a pesquisa. A formao slida, principalmente nas humanidades, requer tempo, que muitas vezes so exguos quando a demanda limita-se a simplesmente emitir diplomas ou habilitaes. Na seo posterior teceremos algumas consideraes mais amplas a respeito da formao de professores e dos desafios da consolidao da sociologia como disciplina no ensino mdio.

PESQUISADOR/PROFESSOR/MILITANTE?Alm das dificuldades de formao de professores em Sociologia, a disciplina enfrenta uma srie de outros desafios e obstculos para se consolidar no ensino mdio. Gostaramos de destacar aqui algumas questes que carecem de aprofundamento e discusso por parte da comunidade acadmica: as crticas a disciplina pelo seu carter ideologizante, por um lado, e a imputao de um papel transformador e crtico a disciplina, por outro, bem como as relaes entre professor/pesquisador e a relao entre teoria, poltica e ideologia. preciso considerar o poder inerente nas correlaes de fora da sociedade que disputam concepes tericas e prticas do ensino. Como coloca Silva (2006), os discursos pedaggicos que fundamentam os padres de comunicao entre o campo cientfico e o campo da educao esto permeados por concepes hierarquizantes que tendem a criar um abismo entre o ensino e a cincia ou ento confuses entre o poltico e o ideolgico. Rocha (2009) alega que a teoria se caracteriza por ser um sistema de idias, com interpelao lgica dos componentes que a compem e ao formar conceitos ou termos apresenta definies precisas, esclarecidas e coerentes, a partir do uso e explicitao do mtodo utilizado que permite a possibilidade da crtica sobre como determinado conhecimento cientfico foi produzido. Situada no campo cientfico, a teoria se difere dos demais saberes no-cientficos, pois estes pertencem ao universo do sistema de crenas, intrnseco condio humana, e que adotam como matria-prima o componente ideolgico. O autor tambm exterioriza duas concluses a respeito da experincia cientfica e sua conexo com a teoria:A primeira afirma que uma experincia cientfica , portanto, uma experincia que contradiz a experincia comum, portanto, necessariamente no pode aceitar a hegemonia de pensamento como algo perene, mas simplesmente circunstancial e fruto da correlao de foras de momento. A outra vai ao encontro da necessidade de crtica fundamentada, contrapondo um sistema de idias com outro e contra outro. Deste modo, impossvel para uma cincia humana montar uma teoria com o pressuposto e com as bases tericas e metodolgicas incompatveis com os objetivos da pesquisa, incentivados e motivados pela normatividade prvia. Assim, a crtica racional da experincia solidria com a organizao terica da experincia (ROCHA, 2009:41).Neste sentido, as concepes que permeiam o fazer sociolgico em sala de aula necessitam de um maior aprofundamento. Os projetos pedaggicos, os currculos, os discursos pedaggicos acerca da disciplina esto carregados de conceitos que muitas vezes se transformam em meros bordes esvaziados de contedos. muito comum vermos associado ao ensino de sociologia um certo papel emancipador e crtico. Porm, cabe perguntar-se, crtico ao que? Emancipar-se de que? As respostas a essas perguntas com certeza no so nicas e nem tampouco simples, mas so necessrias. Talvez o papel da sociologia seja menos ambicioso. A crtica sociolgica de carter racional no est descolada do mundo da poltica, por isso, a concepo poltica por trs do fazer sociolgico precisa ser explicita. Por exemplo, as construes de pesquisas que j trazem previamente uma adeso terica em que as explicaes da realidade so incompatveis com o fenmeno social estudado, ou ento, no mbito do ensino, em que professores e educadores deixam de expor outras abordagens tericas, ou at mesmo situar historicamente o campo de debate entre pesquisadores e tericos que abordam determinado assunto, porque ignoram a diferenciao entre a teoria e a filiao ideolgica, levando a dogmatizao do ensino e da prtica. Com estas colocaes, no se quer negar a existncia de motivaes ideolgicas do pesquisador ou do professor, presentes inclusive na escolha do objeto de estudo, nas abordagens pedaggicas, nas escolhas dos materiais a serem trabalhados . O que critica-se a no abertura para a avaliao e refutao do conhecimento produzido e em como ele empregado. Outro elemento de crtica a no identificao e separao dos aspectos tericos, ideolgicos e polticos.Utilizando as contribuies de Althusser, que retoma o pensamento de Freud, Rocha (2009) afirma que a esfera ideolgica das sociedades humanas to estruturante como os conjuntos de relaes e produes chamados de economia e poltica (ROCHA, 2009, P.42). Com esta perspectiva o autor problematiza o desenvolvimento e identidade da cincia social brasileira, se apropriando do debate colocado por Guerreiro Ramos e Ianni. Estes autores afirmam o quanto h de dependncia e subordinao intelectual no perodo de institucionalizao das cincias sociais brasileiras, em que haviam motivaes ideolgicas e tericas distintas.O resultado dessa configurao foi que as cincias sociais brasileiras no se voltaram para os problemas especficos locais, para a busca por uma episteme prpria, aplicvel e hbil para apontar solues aos problemas e questes nacionais. O habitus intelectual institudo incorporou o campo hegemnico e foi um repetidor do que h, com reproduo de textos consagrados e que tomam os pressupostos estrangeiros como ponto de vista explicativo da realidade local (ROCHA, 2009).Uma das conseqncias do fato da pesquisa social brasileira no ter se voltado para fortalecer e promover explicaes e alternativas para o local foi que os intelectuais tambm no produziram suas prprias categorias de anlise. Rocha (2009) assinala alguns indicativos para a compreenso dessa formao sobre o carter da institucionalizao das cincias sociais latino-americanas e do comprometimento dos intelectuais: o papel dos intelectuais em postos do Estado (acomodao e estabilidade institucional), o carter dos financiamentos de pesquisa, o insuficiente esforo dirigido para o rompimento da dependncia cientfica (colonizador e colonizado).As informaes acima repercutem no tipo de intelectual e sujeitos que so formados. Reforando o exposto, Rocha (2009) argumenta que o engajamento e posio individual de acordo com os interesses coletivos seriam os passos necessrios para a criao de uma cincia autnoma e nacional (Rocha, 2009, p.76). Assim, as colocaes acima repercutem tambm no papel do intelectual e do professor e nas suas prticas.Consonante com isso, Rocha (2009) traz uma indagao relevante e que importa para este estudo, isto , como pode a sociologia possibilitar ao estudante desenvolver uma inteligncia criadora e crtica? Ou seja, a cultura de dependncia influi e se expressa desde os temas e problemticas do estudo, passando pelo instrumental terico-epistemolgico utilizado e pela execuo realizada posteriormente. De acordo com Rocha (2009):Reiteramos a dvida, de como se faz possvel romper com a dependncia cientfica se as regras de cincia, o poder de taxar de local-parcial-ensastico e/ou especulativo provm (e na poca provinham e ao padro segue) de categorias, modelos, mtodos e premissas aliengenas da realidade latino-americana? Caso ocorresse a intencionalidade do produtor de gerar algo tangvel para incidir a parte de nossa realidade e no sobre a realidade, mesmo que dotado destes modelos e mtodos, a contradio entre vontade e instrumental de realizao seria (e segue sendo) gritante (ROCHA, 2009, P.71).Posta as reflexes sobre teoria e o campo das cincias sociais latino-americana, discorre-se sobre ideologia. Lembra-se que em grande parte dos registros acima descritos, sobre teoria e o campo das cincias sociais brasileiras, recorreu-se s ponderaes pautando o termo ideologia. Mas, a seguir que define-se, de forma mais evidente, o conceito.O termo ideologia tem vrios significados e entendimentos. Para este estudo adota-se como significado da ideologia as motivaes, os ideais, os valores e os princpios, portanto, ela no tem como componente conhecer. Como j abordado acima, a ideologia faz parte da constituio histrica e da maneira como os sujeitos sociais se expressam na sociedade. Rocha (2009) explica:A temtica ligada definio de ideologia e o uso ou no desta categoria fruto de largas polmicas, tanto nos crculos acadmicos como em partidos e organizaes polticas. Nesta tese em geral venho abordando o tema, partindo j de uma definio da interdependncia da esfera Ideolgica como prpria do mundo das representaes, dos smbolos, das significaes, das interpretaes do mundo da vida e todo o universo ao que diz respeito da memria, da identidade e do sentido de pertencimento. J no primeiro Captulo afirmamos, atravs do texto de Althusser (apud Coelho 1968), ser o inconsciente um objeto prprio, nico e transversal ao sistema de dominao e da estrutura de classes. Portanto, seus frutos no podem ser jogo de espelho e nem falsificao da realidade material porque a formao do homem, de homindeo em produto civilizatrio humanizado e humanizante passa pela construo de significados (ROCHA, 2009, P. 107).Como se pode evidenciar na citao acima, a ideologia no entendida como distorcedora da realidade. Nem mesmo como determinada pelas relaes de produes e como falsa conscincia, porque no corresponde aos fatos. Na citao acima, a ideologia no mascara os fatos, mas compe os princpios que orientam o comportamento dos indivduos e de grupos em relao aos fatos e ao seu modo de vida.No entanto, as crenas revelam determinadas situaes de poder, e com essa acepo, Rocha (2009) expe que suas afirmaes se aproximam do que Foucault estabelece, isto , que as prticas sociais que constroem os objetos, a subjetividade, os conceitos, etc. Refora que o poder est em toda parte e no apenas nas mos do Estado ou das foras produtivas. preciso conhecer e evidenciar as prticas sociais para compreender a ideologia que as movem. Assim, tanto a teoria como a poltica podem ser orientadas pela ideologia. Introduzida a noo de ideologia, cabe seguir adiante e entrar no campo da ao e da estratgia, isto , da poltica. A essncia da poltica so as disputas, as lutas, as competies, as aes, os choques entre foras sociais, enfim, o agir com orientao intencional para impor a vontade de uns sobre outros. Para Rocha (2009) a poltica atua em poderes de fato e latente, tendo como matria-prima as relaes sociais e as instituies. E ainda, o nvel poltico est relacionado:(...) aos nveis gerais de deciso numa sociedade; o nvel que analisa os partidos, governos, organismos macro do Estado e das foras sociais organizadas (grupos, organizaes, dentro do institucional, partidos polticos esquerda ou direita, com distintas variaes, legais ou no); o espao das negociaes e enfrentamentos entre dominantes, entre as classes oprimidas e dos arranjos (ROCHA, 2009, P.284).De acordo com a citao acima, a poltica se define como toda determinao e gerncia que se refere vida social. Assim, poltica no se refere apenas s atividades desempenhadas e determinadas pelo Estado e sim s aes humanas voltadas para algum fim almejado. Os fins que se quer alcanar atravs de disputas, ou poltica, so aqueles aspectos considerados relevantes para um indivduo ou grupo. As metas visadas pelos indivduos e grupos, a partir de atuaes ou do fazer poltico, no so universais. Isso quer dizer que cada circunstncia, contexto e momento histrico compreende intenes e formas do fazer poltico porque so as intenes e interesses humanos que regem a poltica. A poltica tambm uma forma peculiar de desempenhar o poder, pois tem a ver com os conflitos humanos e, portanto, com as correlaes de foras.As elaboraes acima so desenvolvidas a fim de dar conta das vrias confuses feitas pelos educadores/professores/pesquisadores em relao s diferenas entre teoria, ideologia e poltica, bem como do debate pblico criticando a obrigatoriedade do ensino de sociologia. Em muito, isso se d porque ocorrem: desconhecimento das disputas dentro do campo cientfico e da histria da dependncia intelectual; falta de compreenso das diferenas entre teoria, ideologia e poltica e de suas aplicaAtualmente a crtica que tem sido posta ao ensino de sociologia se refere atuao do socilogo, professor e pesquisador, no tanto ao objeto de pesquisa e ao currculo do ensino de sociologia, mas a forma ou o fazer sociolgico. No centro da crtica encontra-se a questo da ideologia e da prtica poltica, ou seja, do socilogo militante e da sociologia militante. As colocaes acima contribuem no debate trazido por Navarro (2008; 2009) sobre a questo do militantismo poltico, que para o autor est pr-determinando os resultados de pesquisa, influenciando na cooptao dos pesquisadores por parte do Estado ou colaborando para a estreita leitura de algumas teorias. No entanto, o fato de ser militante socilogo no contribui necessariamente para a deriva da sociologia enquanto cincia. O que causa confuses e criticas o uso da sociologia de forma militante ou a confuso entre ideologia e teoria. Como foi exposto anteriormente, a teoria uma ferramenta que proporciona a transformao e a emancipao. Trata-se de sistemas de conceitos que auxiliam para conhecer a realidade econmica, poltica, ideolgica, etc.. A teoria fornece os instrumentos conceituais para pensar e conhecer profundamente a realidade concreta, e nesse sentido, teoria equivale cincia. De forma distinta, a ideologia de natureza no cientfica, so ideais, aspiraes e motivaes, podendo existir antes mesmo da teoria. Por exemplo, a luta de classe j existia e no esperou uma elaborao terica para ocorrer. A teoria circunstancializa as condicionantes da ao poltica, a ideologia motiva-a, configurando-a em seu estilo. Entre teoria e ideologia existe uma vinculao estreita, pois a ideologia mais eficaz quando se apia em teoria. O mtodo de trabalho, e no apenas o tipo de leitura e de anlise terica efetuada, pode apontar possibilidades para que o socilogo militante no se confunda com o fazer uma sociologia militante. Nesse sentido, tem-se contribuies importantes como as de Paulo Freire na rea de educao, que enfatiza o carter poltico e no neutro da educao, mas refora a importncia da teoria/reflexo e da ao/transformao, utilizando o mtodo do dilogo, a recorrncia ao tema gerador e a problematizao da realidade.No estando evidentes essas formulaes a sociologia pode experimentar uma contradio. O que ir desenvolver-se com o passar dos anos se no for amadurecido esse debate? O que acontecer caso no se leve a srio os condicionantes democrticos, ou seja, o respeito pluralidade de idias, a ampliao dos espaos de debates, sem condicionantes precedentes ou concluses determinadas pela ideologia? Se os postos de professores forem preenchidos, em especial, por aqueles que praticam uma "sociologia militante", que se destina apenas a estimular a partidarizao e ideologizao, ento os resultados podero ser problemticos. Por outro lado, se os postos de professores foram assumidos por sujeitos sem fundamento ideolgico-polticos, no h disputa, identidade de classe, inspiraes geradoras de iniciativas para sanar problemas institucionais ou de outra ordem, e assim garantir a qualidade e o comprometimento com a educao. O engajamento impulsionador da luta pela ampliao dos direitos, da crena nas prprias foras e no prprio fazer educativo, do enfretamento de problemas e da transformao. A conduta poltica vai alm da adeso ou repulso a um governo ou partido poltico.Mas, para o agir poltico preciso ir alm das motivaes, preciso conhecer a realidade, caso contrrio caminha-se em direo a algo que no se compreende. Para entender a realidade preciso estabelecer o dilogo e a crtica entre teorias que possam ser teis para a anlise, com o uso de conceitos operacionais adequados quilo que se investiga. Para reforar, traz-se os dizeres de Navarro (2008):(...) a necessidade de maiores esforos analticos, maior abertura terica e, sobretudo, um esforo denodado para o confronto fraterno de idias. Sem esses requerimentos, continuaremos a caminhar lentamente como produtores de conhecimento sobre a vida social em nosso pas e a realidade, como tem ocorrido com freqncia, voar muito frente daqueles que, por dever de ofcio, deveriam ser os primeiros a serem capazes de interpret-la (NAVARRO, 2008, P.48).E ainda,(...) a despartidarizao da sociologia, sem significar a sua despolitizao e, menos ainda, a sua neutralidade, outra urgncia para ela reerguer-se como cincia. preciso localizar a possibilidade de torn-la relativamente autnoma, mas igualmente capaz de responder sociedade e suas necessidades de anlise dos processos sociais, assim retornando ao seu papel de conscincia crtica dos arranjos societrios (NAVARRO, 2009, P.02).Seja qual for o espao de atuao, a sociologia pode desenvolver uma viso crtica do mundo e inserida no campo cientfico, ela faz uso de muitas teorias, da prtica da refutao e contestao, de questionar e ser questionada. Sobretudo, conforme Tomazi (2008), nada pode ser reduzido a uma nica viso e perspectiva. No h teoria sociolgica que consiga explicar toda a realidade social. Por isso, o conhecimento de muitas teorias e perspectivas fundamental para se formar um bom socilogo e professor de sociologia (TOMAZI, 2008, P.03).

CONSIDERAES FINAISBuscou-se neste trabalho apresentar os principais espaos de formao de professores de sociologia do Oeste Catarinense. Foi apresentado a estrutura e a proposta dos cursos de Licenciatura em Sociologia da UNOCHAPEC, Universidade Comunitria da Cidade e do Curso de Licenciatura em Cincias Sociais da Universidade Federal da Fronteira Sul. Percebeu-se que ambos os cursos buscam diminuir as distncias existentes entre a formao de professores e a formao de pesquisadores a partir de uma grade curricular mais ampla e de objetivos formativos mais integradores das atividades de pesquisa, ensino e extenso.Num segundo momento do trabalho foi feita uma reflexo sobre os limites e desafios da formao de professores em Cincias Sociais. A reflexo apontou paranecessidade de aprofundar as discusses a respeito de temas importantes que tocam aprtica docente em sociologia, destacando-se aqui as ideias e conceitos de teoria,ideologia e poltica.

Por fim, procurou-se contribuir com o debate a respeito da formao de professoresem sociologia trazendo uma reflexo terica partir de informaes empricasBILIOGRAFIAHANDFAS, Anita. A formao do professor de sociologia. In. A sociologia vai escola: histria, ensino e docncia. Rio de Janeiro, Quartet, 2009.NAVARRO, ZANDER. Nunca cruzaremos este rio a estranha associao entre o poder do atraso, a histria lenta e a Sociologia militante, e o ocaso da reforma agrria no Brasil. XXXII Encontro Anual da ANPOCS. GT 35: Ruralidade, territrio e meio ambiente. Caxamb (MG), outubro de 2008._______________. A cincia est deriva. In: Folha de So Paulo. Opinio. Tendncias/Debates. So Paulo, segunda-feira, 06 de julho de 2009.SED/SC. Proposta Curricular de Santa Catarina: Verso Preliminar. Secretaria da Educao de Santa Catarina, Florianpolis, 1997.ROCHA, Bruno L. A interdependncia estrutural das trs esferas: uma anlise libertria da organizao poltica para o processo de radicalizao democrtica. Tese de Doutorado. Programa de Ps-Graduao em Cincias Polticas. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2009.SARANDY, Flvio M. S. In: http://www.espacoacademico.com.br/005/05sofia.htm. REVISTA ESPAO ACADMICA ANO I N5 OUTUBRO /2001 MENSAL. Reflexes acerca do sentido da sociologia no Ensino Mdio.__________________. Reflexes acerca do sentido da Sociologia no Ensino Mdio. In: Sociologia e Ensino em Debate. Experincias e Discusso de Sociologia no Ensino Mdio. Lejeune Mato Grosso de Carvalho (org.). Iju: Ed. Uniju, 2004, p.113-130.SILVA, Ileizi. Das fronteiras entre cincia e educao escolar: as configuraes do ensino das Cincias Sociais/Sociologia no estado do Paran (1970/2002). Tese de Doutorado. So Paulo, USP, 2006PAVEI, katiuci. Reflexes sobre o Ensino e a Formao de Professores de Sociologia. Porto Alegre: UFRGS, 2008.