Texto poético - Noções de versificação

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Agrupamento de Escolas n.º 1 de Serpa ESCOLA BÁSICA DE PIAS PREPARAÇÃO PARA O TESTE INTERMÉDIO: TEXTO POÉTICO 9.º Ano de Escolaridade Preparação para o Teste Intermédio Português Ano Letivo 2012/2013 | janeiro de 2013 9.º A | 9.º B TEXTO POÉTICO No texto poético, um «eu» - o sujeito poético ou o “eu” lírico – revela os seus sentimentos, as suas emoções e a sua visão do mundo. É, por isso, um texto muito pessoal e subjectivo. O texto poético é rico em figuras de estilo que, por vezes, dificultam a sua compreensão. O verso é a forma privilegiada da poesia, mas alguns textos em prosa têm características do texto poético. NOÇÕES DE VERSIFICAÇÃO (arte ou técnica de fazer versos) VERSO Cada linha do poema. Pode ou não ter sentido completo. Se transcreveres os versos de um poema sem mudar de linha, quando o verso termina, deves assinalar o seu fim com o sinal /. ESTROFE Conjunto de versos separados por um espaço. As estrofes têm uma designação diferente em função do número de versos: monóstico (um verso); dístico ou parelha (dois versos); terceto (três versos); quadra (quatro versos); quintilha (cinco versos); sextilha (seis versos); sétima (sete versos); oitava (oito versos); nona (nove versos); décima (dez versos). Quando o poema é constituído por duas quadras seguidas de dois tercetos, chama-se soneto. RIMA A rima é a terminação semelhante em cada verso. Em função do esquema de combinações rimáticas, a rima muda de nome: versos soltos ou brancos: versos não rimados; rima emparelhada: os versos rimam dois a dois (aabb); rima cruzada: os versos rimam alternadamente (abab); rima interpolada: os versos rimam separados por dois ou mais versos diferentes (abbcbca). MÉTRICA Os versos podem ser medidos quanto ao número de sílabas métricas, que não são sempre iguais às sílabas gramaticais. Quando medes o verso, estás a fazer a sua escansão. Aqui ficam algumas regras: a contagem das sílabas métricas é feita até à última sílaba tónica do verso Ex.: “E / mes/mo / pá/li/das” (4 sílabas métricas); quando uma palavra termina em vogal e a palavra seguinte começa por vogal, faz-se uma elisão, ou seja, as vogais fundem-se numa única sílaba: “or/va/lho_a/pe/nas”. Os versos têm nomes diferentes em função do número de sílabas métricas: monossílabo (uma sílaba); dissílabo (duas sílabas); trissílabo (três sílabas); tetrassílabo (quatro sílabas); pentassílabo / redondilha menor (cinco sílabas); hexassílabo (seis sílabas); heptassílabo / redondilha maior (sete sílabas); octossílabo (oito sílabas); eneassílabo (nove sílabas); decassílabo (dez sílabas); hendecassílabo (onze sílabas); dodecassílabo / verso alexandrino (doze sílabas).

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Agrupamento de Escolas n.º 1 de Serpa

ESCOLA BÁSICA DE PIAS

PREPARAÇÃO PARA O TESTE INTERMÉDIO: TEXTO POÉTICO

9.º Ano de Escolaridade

Preparação para o Teste Intermédio Português

Ano Letivo 2012/2013 | janeiro de 2013

9.º A | 9.º B

TEXTO POÉTICO No texto poético, um «eu» - o sujeito poético ou o “eu” lírico – revela os seus sentimentos, as suas emoções

e a sua visão do mundo. É, por isso, um texto muito pessoal e subjectivo. O texto poético é rico em figuras de estilo que, por vezes, dificultam a sua compreensão. O verso é a forma

privilegiada da poesia, mas alguns textos em prosa têm características do texto poético.

NOÇÕES DE VERSIFICAÇÃO (arte ou técnica de fazer versos)

VERSO

Cada linha do poema.

Pode ou não ter sentido completo.

Se transcreveres os versos de um poema sem mudar de linha, quando o verso termina, deves assinalar o seu fim com o sinal /.

ESTROFE

Conjunto de versos separados por um espaço.

As estrofes têm uma designação diferente em função do número de versos:

monóstico (um verso); dístico ou parelha (dois versos); terceto (três versos); quadra (quatro versos); quintilha (cinco versos);

sextilha (seis versos); sétima (sete versos); oitava (oito versos); nona (nove versos); décima (dez versos).

Quando o poema é constituído por duas quadras seguidas de dois tercetos, chama-se soneto.

RIMA

A rima é a terminação semelhante em cada verso. Em função do esquema de combinações rimáticas, a rima muda de nome: versos soltos ou brancos: versos não rimados; rima emparelhada: os versos rimam dois a dois (aabb); rima cruzada: os versos rimam alternadamente (abab); rima interpolada: os versos rimam separados por dois ou mais versos diferentes (abbcbca).

MÉTRICA

Os versos podem ser medidos quanto ao número de sílabas métricas, que não são sempre iguais às sílabas gramaticais. Quando medes o verso, estás a fazer a sua escansão. Aqui ficam algumas regras: a contagem das sílabas métricas é feita até à última sílaba tónica do verso

Ex.: “E / mes/mo / pá/li/das” (4 sílabas métricas); quando uma palavra termina em vogal e a palavra seguinte começa por vogal, faz-se uma

elisão, ou seja, as vogais fundem-se numa única sílaba: “or/va/lho_a/pe/nas”.

Os versos têm nomes diferentes em função do número de sílabas métricas:

monossílabo (uma sílaba); dissílabo (duas sílabas); trissílabo (três sílabas); tetrassílabo (quatro sílabas); pentassílabo / redondilha menor

(cinco sílabas); hexassílabo (seis sílabas);

heptassílabo / redondilha maior (sete sílabas); octossílabo (oito sílabas); eneassílabo (nove sílabas); decassílabo (dez sílabas); hendecassílabo (onze sílabas); dodecassílabo / verso alexandrino (doze

sílabas).

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1. Classifica as estrofes apresentadas quanto ao número de versos.

1.1. Sei um ninho.

E o ninho tem um ovo. E o ovo, redondinho, Tem lá dentro um passarinho Novo.

Miguel Torga

1.2. Vida!, ralha também, ralha, se eu te fizer maldades, mas

de manso, como se fosse ainda a minha Mãe…

Sebastião da Gama

1.3. Todos os pássaros, todos os pássaros

asas abriam, erguiam cantos, de Amor cantavam.

Sebastião da Gama

1.4. É uma escada em caracol

e que não tem corrimão. Vai a caminho do Sol mas nunca passa do chão.

David Mourão Ferreira

1.5. Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas, / Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta, / Saber que existe o mar e as praias nuas, / Montanhas sem nome e planícies mais vastas / Que o mais vasto desejo, / E eu estou em ti fechada e apenas vejo / Os muros e as paredes, e não vejo / Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.

Sophia de Mello Breyner

2. Assinala com , na coluna respectiva, as afirmações verdadeiras (V) e as afirmações falsas (F), corrigindo estas últimas, sem recorreres à forma negativa.

V F

2.1. Quem diz “eu” num poema é o sujeito poético.

2.2. Um verso tem sempre um sentido completo.

2.3. Um soneto é uma composição poética com duas quadras antecedidas de dois tercetos.

2.4. O verso de Fernando Pessoa “Ó sino da minha aldeia” tem oito sílabas métricas.

2.5. Nos versos «Ruas e ruas dos amantes / Sem um quarto para o amor / Amantes são sempre extravagantes / E ao frio também faz calor” (Alexandre O’Neill), a rima é cruzada.

2.6. Um verso com sete sílabas métricas também se pode chamar redondilha menor.

2.7. Um verso alexandrino tem onze sílabas métricas.

2.8. Os versos “Redemoinha o vento, / Anda à roda o ar” (Fernando Pessoa) têm, respectivamente, seis e cinco sílabas métricas.

3. Lê, atentamente, o poema apresentado, cujo autor é Fernando Pessoa, e responde às questões colocadas.

Onda que, enrolada, tornas, Pequena, ao mar que te trouxe E ao recuar te transtornas Como se o mar nada fosse,

Porque é que levas contigo Só a tua cessação, E, ao voltar ao mar antigo, Não levas o meu coração?

Há tanto tempo que o tenho Que me pesa de o sentir. Leva-o no som sem tamanho Com que te oiço a fugir!

No poema, o sujeito poético faz um pedido. 3.1. A quem se dirige? 3.2. Que pedido faz o sujeito poético? Porquê? 3.3. Faz a análise formal do poema, indicando:

3.3.1. o número de estrofes e a sua classificação quanto ao número de versos;

3.3.2. o número de sílabas métricas por verso;

3.3.3. o esquema rimático e o tipo de rima.