O criminoso se defende

Phillip Garrido, que sequestrou menina de 11 anos em 1991 e teve duas filhas com ela, garante ter mudado após o primeiro parto

Um dos protagonistas do caso que escandalizou o mundo nesta semana, o americano Phillip Garrido, 58 anos, garante: sua vida mudou completamente nos últimos 18 anos. Nesse tempo, teve duas filhas: – Elas dormiam em meus braços todas as noites, desde que nasceram – diz ele. Virou um religioso fervoroso. E afirma que foi um período de “ternura”.

A imagem que Garrido vendeu de si mesmo em entrevista, na quinta-feira, à emissora de TV KCRA, é de um pai devotado e companheiro fiel. Seus atos, porém, o desmentem: em junho de 1991, sequestrou uma menina de apenas 11 anos e abusou sexualmente dela. E as filhas, fruto dessa união forçada, o suposto pai amoroso manteve presas em péssimas condições em seu jardim com a mãe por toda a vida – uma por 15 e a outra por 11. Garrido alega que nunca estuprou nenhuma das meninas.

Hoje com 29 anos, Jaycee Lee Dugard reapareceu na quinta-feira. Garrido foi denunciado por seu comportamento suspeito ao distribuir folhetos com conteúdo religioso na Universidade da Califórnia, em Berkeley, ao lado de duas crianças. Como havia cumprido pena em Nevada por um caso de sequestro e estupro que aconteceu em 1971, a denúncia feita por um segurança da universidade obrigou Garrido a se apresentar a um agente para monitoramento de sua condicional.

O agente estranhou quando Garrido compareceu ao encontro acompanhado das duas crianças, de sua mulher, Nancy, e da jovem americana, que ele apresentou como “Allissa’’. O agente, que já tinha ido à casa da família, nunca tinha visto “Allissa’’ ou as meninas. Ele avisou a polícia, que interrogou “Allissa’’ e descobriu o caso. Ainda assim, Garrido – preso na cadeia do condado de El Dorado – sugere que Jaycee compartilha a mesma opinião sobre o “relacionamento” . (...)

(Jornal Zero Hora, Porto Alegre (RS), 29 de agosto de 2009)