TESTES BTT - WordPress.com · 2016. 3. 25. · oportunidades de competição, visibilidade e...
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WWW.FREEBIKE.PTMar. / Abr. / Mai. 2016 Trimestral Número 39
REPORTAGENS ESPECIAL
ENTREVISTA
Coluer Slim 273 Mérida One-Twenty
9.XT edition green2016
ESTRADA
BTTTESTES
KTM Revelator4000
Azores Challenge MTBTranspyrGranfondo da Arrábida
Ciclocrosse
Fábio Ribeiro
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REPORTAGEM CICLOCROSSE
Em Portugal o ciclocrosse esteve parado alguns
anos ressurgindo há alguns anos atrás e desde
então sempre em crescente, quer em provas
quer em participantes, mas apesar do cresci-
mento que se vem sentindo na modalidade
ainda há algumas lacunas e há um grande tra-
balho a ser feito para tornar uma modalidade
nacional visto que neste momento a grande
maioria das provas se realiza no Norte do País.
A época 2015/2016 arrancou com o Open
“Sentir Penafiel”, composto por 3 provas, orga-
nizado pelo Penafiel Bike Clube.
Este Open devido a ser o primeiro ano teve al-
gumas dificuldades, principalmente a nível de
apoios financeiros, visto que a nível de organi-
zação não faltaram recursos humanos.
Todas as provas realizadas em Penafiel onde
contaram com 120 participantes na primeira,
130 na segunda e 150 na terceira e última, de
salientar que em todas elas tivemos presença
de cerca de 30 atletas Espanhóis, da Galiza, que
aproveitaram o facto das provas serem anterio-
res às do Campeonato Galego e assim rodaram
um pouco a fim de ganhar ritmo competitivo.
Como este ano não houve provas regionais no
Porto nem Minho algumas equipas e atletas co-
meçaram a organizarem-se e ir em grupo par-
ticipar no Campeonato Galego, campeonato
que é mais competitivo que o nosso e onde o
número de participantes por escalão também
é muito maior, o que motiva ainda mais a par-
ticipação.
A Taça de Portugal tem estado sempre a au-
mentar o número de participantes e o nível
competitivo, há algum público e começa a
haver espaço para mais provas.
O presidente da Federação Portuguesa de
Ciclismo, o Sr. Delmino Pereira, ex-ciclista,
amante da modalidade diz que o ciclocrosse
tem que ser descentralizado e que estão a tra-
balhar nesse sentido, assim sendo apenas po-
demos esperar que na época de 2016/2017 o
ciclocrosse continue a crescer e que o público
o veja como a modalidade espetáculo que é.
Muitos dos atletas de topo optam por utilizar
pneus tubulares em vez do tradicional pneu
de câmara devido ao maior conforto e melhor
aderência que eles proporcionam. Utilizam o
mesmo tipo de calçado que nos BTT para maior
tracção quando se corre a pé, o restante equi-
pamento é basicamente o mesmo.
Até já há quem utilize apenas uma bicicleta de
ciclocrosse durante toda a época, quer seja nos
treinos em estrada ou fora de estrada pela sua
polivalência, uma bicicleta de ciclocrosse com
travões de disco permite trocar os pneus e ser
utilizada em estrada durante o resto do ano
para manutenção da forma física.
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Ciclocrosse veio para ficar!
DIFERENÇAS ENTRE UMA BICICLETA DE ESTRADA E DE CICLOCROSSE
Resistência do quadro e como tal um pouco mais de peso;Travões - no ciclocrosse utilizam-se cantiliveres ou discos;Pneus até 700x35 e com piso para melhor aderência;Pratos pedaleiros um pouco menores, muito normal a utilização de 46/34;Pedais de BTT
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REPORTAGEM
No caso do Ciclocrosse o que acha dos Campeonatos abertos como o que se fez em Penafiel?O ciclocrosse esteve muitos anos fora dos nos-
sos calendários e estamos a reconquistar a sua
afirmação, tanto no número de praticantes
como organizadores, assim acho boa a inicia-
tiva de organizarem eventos abertos como o
que se fez em Penafiel.
Devido à conjuntura económica nacional cada vez é mais difícil encontrar apoios,
quer sejam estatais, câmaras e juntas de freguesias, quer sejam empresariais. Os open serão o caminho a seguir para as organizações conseguirem fazer as provas e suportarem os custos?O futuro passa pela organização mista, algumas
provas de iniciativa privada outras da iniciativa
da FPC em conjunto com as Associações, a
dificuldade e angariarmos apoios deve-se es-
sencialmente a falta de mediatismo das provas,
temos necessidade da presença de corredores
do ciclismo de estrada especialmente das equi-
pas profissionais.
O Ciclocrosse tem estado a crescer bastante em especial na zona norte do país. Há alguma estratégia delineada para que o crescimento alastre pelo restante país?Sim pretendemos descentralizar o ciclo-
crosse, mas não esta a ser fácil, mais a sul
não temos praticantes nem organizadores e
as equipas do norte também não têm meios
financeiros para se deslocarem para sul, o
norte tem a vantagem de alinhar o calendário
com a Galiza, o que lhe proporciona sempre
um bom pelotão.
A federação já ponderou ter um sistema de emissão online para as provas, semelhante ao que se faz no estrangeiro e na pista de Sangalhos? Sim já fizemos um ensaio durante o Troféu
Litério Marques, que correu bastante bem,
estamos a preparar um direto ainda este ano,
provavelmente no Campeonato Nacional de
pista.
REPORTAGEM CICLOCROSSE
Opinião de Delmino Pereira (presidente da federação portuguesa de ciclismo)
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Como seleccionador nacional de ciclocrosse como vê a modalidade?A modalidade está a sofrer um crescimento,
tranquilo mas sustentado, quer na quanti-
dade de praticantes, quer na qualidade dos
mesmos e dos eventos organizados em Por-
tugal. Nesta época sinto-me particularmente
feliz pelo surgimento de vários praticantes
mais jovens, em especial da categoria de ca-
detes masculinos e femininos e dos juvenis,
que neste ano possibilitamos a participação
na Taça de Portugal para sentirem um pouco
a experiência do Ciclocrosse.
O crescimento tem sido gradual mas tem sido com qualidade?A qualidade está a aparecer aos poucos, basta
reparar que há bem pouco tempo não conse-
guíamos discutir as vitórias com os melhores
atletas galegos, por exemplo, e hoje isso já é
uma realidade. Depois de tanto tempo de ina-
tividade dentro de portas, é natural que esse
crescimento exista e que seja gradual.
Há previsões de participação por parte de uma selecção em provas no estrangeiro?
Em primeiro lugar há que consolidar o cres-
cimento de uma forma geral, bem como a
qualidade do Ciclocrosse praticado. Depois
há que preparar um conjunto de atletas que
representem condignamente as cores portu-
guesas no estrangeiro. Uma seleção nacional
não é algo que se crie de ânimo leve. Se conti-
nuarmos a evoluir como até aqui, a criação de
uma seleção nacional de Ciclocrosse poderá
ser uma realidade em breve.
Acha que uma alteração de regulamentos em que houvesse pontuação por equipas ia favorecer a modalidade?Em Portugal, ao contrário da generalidade
dos países com ciclismo evoluído, valoriza-se
muito a classificação coletiva. No entanto, e
no que ao Ciclocrosse diz respeito, o surgi-
mento de uma classificação destas seria uma
novidade internacional, algo que não existe
em nenhum país, que não está presente em
qualquer regulamento. Acho que mais impor-
tante do que uma classificação coletiva, seria
a presença de mais ciclistas consagrados, em
particular da vertente de estrada, a exemplo
do que se passa noutros países, de forma a
atrair a atenção dos media e contribuir para
um aumento da qualidade do Ciclocrosse. Até
agora, quase que só exclusivamente o BTT
respondeu positivamente à chamada com al-
guns dos seus melhores intérpretes.
O que pensa dos Open de Ciclocrosse como o que foi feito em Penafiel?Não é natural, em qualquer modalidade, ver-
tente ou desporto, que o número de provas
nacionais seja superior às regionais. No en-
tanto tem sido isso o que se tem passado no
caso específico do Ciclocrosse. Este ano pa-
rece ter sido um ano de viragem. É preciso ar-
ranjar soluções económicas e logísticas para
a proliferação de provas Open e regionais um
pouco por todo o país, proporcionando mais
oportunidades de competição, visibilidade e
vontade de investir no Ciclocrosse por parte
dos atletas, equipas e patrocinadores. Por
isso espero que na próxima época o Open de
Penafiel continue a ser uma realidade e que
outros surjam para bem do desenvolvimento
da modalidade.
Opinião de Pedro Vigário (seleccionador nacional)
REPORTAGEM CICLOCROSSE
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Quando começaste no Ciclocrosse? Comecei a praticar Ciclocrosse precisamente
quando o mesmo voltou a aparecer em Portu-
gal na Época desportiva de 2010/2011.
O que te levou ao Ciclocrosse?Quando iniciei na modalidade ainda pouco
conhecia sobre a mesma, mas como a equipa
ao qual pertencia foi um dos impulsionador ao
“Renascimento” do Ciclocrosse, depois de mais
20 anos sem se competir em Portugal.
Depois da primeira experiência o gosto pelo Ci-
clocrosse foi sempre aumentando, devido a ser
uma modalidade extremamente competitiva e
ao mesmo tempo divertida.
Qual o teu melhor resultado?O meu melhor resultado até a data de hoje, foi
sem dúvida, ter conseguido ser Campeão Na-
cional de Sub23 na época 2013/ 2014.
Qual a prova que te deixou maior marca e porquê? Sem dúvida a participação numa prova da Taça
de Espanha de Ciclocross.
Devido à envolvente da mesma, porque os cir-
cuitos são, para mim tipicamente de Ciclocrosse,
devido à maneira como constroem os circuitos,
porque não exageram nem criam muitos obstácu-
los artificiais, depois a maioria dos atletas prepara-
-se especificamente para competir Ciclocrosse, o
que origina um nível muitos mais competitivo.
Fábio André Cabral RibeiroBIO
Nome: Fábio André Cabral Ribeiro Data de nascimento: 12-04-1992Naturalidade: Valongo Equipa: Patocycles/ Coluer/ CRD Santa Cruz
ENTREVISTA
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O público também aparece em maior número e
também tem mais cultura desportiva, o que de-
pois transforma a corrida muito mais espectacular.
Mas cá em Portugal cada vez mais está melhor
em todos os sentidos e espero que assim con-
tinue.
Fazes treinos específicos?Sim, claro! Porque também é necessário treinar
partes mais técnicas de Ciclocrosse, porque é
o que mais se consegue fazer diferenças neste
tipo de provas, porque o Ciclocrosse necessita
que o atleta seja o mais rápido possível a execu-
tar manobras especificas do tipo: “desmontar,
montar”, “colocar a bicicleta ao ombro, para se
deslocar mais rápido a correr, que a pedalar”,
etc.. Mas também a condução da bicicleta de
Ciclocrosse é muito importante, e é claro que
nunca me desleixo nisso.
Para mim este tipo de treinos é o mais impor-
tante para estar um bom nível na provas!
Descreve um dia típico dos teus.Acordo por volta das 7:20; entro para o meu tra-
balho às 8:30; saio para almoçar às 12:30; volto a
entrar às 14:00 para trabalhar; Às 18:30 saio do
trabalho e logo de seguida inicio o meu treino.
Dependendo do treino que tenha chego a casa
por volta da 20:30, 21:00; mal chego, tomo banho
e alongo. De seguida, janto. Por volta das 22:30
vou dormir, para recuperar para o dia seguinte.
Incluis o Ciclocrosse apenas como complemento à tua preparação ou levas mais a sério e vês o Ciclocrosse como um dos objectivos da época? Encaro o Ciclocrosse das duas formas, como
preparação, porque o Calendário de Ciclo-
crosse encontra-se precisamente na pré-época
de BTT, onde é preciso treinar bem e como no
inverno é um “pouco chato” treinar, é um in-
centivo porque existem objectivos de compe-
tições, nunca quero faltar a um treino.
Como sou muito competitivo, e gosto de estar
sempre o melhor possível, mal entro na pri-
meira prova, começo logo a ter objectivos para
o Ciclocrosse, é mais forte do que eu.
Qual o atleta da modalidade que mais admiras?
A nível internacional tenho dois atletas, um
é o Seven Nys, devido ao seu currículo des-
portivo, correndo desde 1997 até hoje, com
39 anos ainda anda ao nível dos Melhores, o
outro atleta que adoro ver correr é o Lars Van
Der Haar, porque é um atleta muito atacante
e que a meu ver está sempre a dar o máximo o
que depois torna as corridas mais interessantes
de assistir, devido a nunca saber como vai ter-
minar a corrida. A nível de espectacularidade
não poderia deixar de referir o Tom Meeusen,
porque a fazer bunny up em quase todas as tá-
buas, com a maior das facilidades.
Tens algum objectivo principal ou especial para a época 2015/2016?Sim, na presente época de 2015/ 2016 o objec-
tivo que tenho mais em mente é o Campeo-
nato Nacional de Ciclocrosse e terminar a Taça
de Portugal no Pódio à Geral em Elites.
O que achas do nível do Ciclocrosse nacional?A nível nacional a meu ver, a evolução esta à
vista de todos, em todos os níveis, os circuitos
já se começa a sentir, que quem os constrói
tem mais cuidado em se informar como é uma
corrida de Ciclocrosse e depois os nossos cir-
cuitos ficam com mais segurança, mais bonitos,
muito mais rápidos e mais perto do público, o
que é a essência do Ciclocrosse, que é uma mo-
dalidade de espectáculo e feita para o público.
A nível competitivo dos atletas, também se nota
imenso cada vez mais a diferenças mínimas entre
os atletas da frente, o que demonstra que estão
todos a aplicar-se para estarem ao seu melhor
nível. Também começam a existir outras provas
em Portugal, sem ser Taça de Portugal, Regionais
ou Campeonato Nacional, este ano foi criado um
Open de 3 Provas em Penafiel, que para mim é
importante para fazer crescer o Ciclocrosse.
O que achas que se podia/deveria fazer para melhorar o nível de participantes e das provas?Primeiro, fazer como nos outros países “fortes”
nesta modalidade, “chamar” os espectadores
para as corridas, porque havendo espectado-
res, mais interesse vai existir em apoiar a mo-
dalidade. Depois uma coisa que deveria existir
era mais adesão dos atletas profissionais de
Estrada, porque basicamente ainda maiorita-
riamente os Praticantes vêm do BTT.
Uma das coisas que gostei de ver esta época,
foi finalmente criarem uma corrida para os Ju-
venis, porque é importante os mais novos co-
meçarem a praticar Ciclocrosse, é a escola do
ciclismo na minha opinião.
ENTREVISTA
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FREEBIKE 55
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Tens algum conselho para os praticantes mais jovens?Primeiro, divirtam-se a correr, segundo apro-
veitem as corridas dos outros escalões para
aprenderem mais, depois sejam pacientes e
não desanimem se não ganharem, porque vão
ter tempo para se focar nas vitórias, e sejam tra-
balhadores para que no futuro existam atletas
de qualidade em Portugal.
O que gostas de ver numa prova de Ciclocrosse?Para ser sincero, é das corridas que mais gosto
de ver por várias razões.
É uma prova emocionante, devido a ser uma
hora de Prova e ser muito intensa, depois as
pistas são exigentes e a moldura humana que
se proporciona durante a Pista toda é de outro
Mundo. A quem nunca viu, aconselho a ver,
mas aviso é viciante.
Que tipo de provas é que mais te agradam?Eu gostava que fizessem no Verão uma prova
urbana nocturna de Ciclocrosse, por exemplo
na ribeira do Porto, mas sei que é complicado
conseguir fazer algo do género em Portugal.
Outro local que adorava que fizessem uma
prova era no Parque da cidade do Porto.
De resto é que existam mais provas, com quali-
dade e sem exagerarem muito nos obstáculos.
Qual a qualidade das pistas nacionais?Como já tinha comentado, numa resposta an-
terior, está a melhorar cada vez mais, mas lá
está, criar um circuito de Ciclocrosse é fácil, só
é necessário querer fazer as coisas com gosto
e tentar informar-se, pelo que tenho visto é o
que tem acontecido e o que também ajuda ao
crescimento da modalidade.
De qual gostaste mais até hoje?Em Portugal, a minha preferida é a de Pa-
redes, onde se vai disputar o Campeonato
Nacional esta época. O enquadramento do
circuito, tem tudo para ser o melhor, é perto
do Centro da Cidade, o parque tem carac-
terísticas perfeitas para a prática da moda-
lidade e também quem cria esse circuito é
um entusiasta.
Tens alguma configuração especial na tua bicicleta de Ciclocrosse?Sim, gosto de utilizar pneus de Boyaux, o que
torna a bicicleta mais confortável e ágil e sou
fiel a utilizar pedaleiro duplo. De resto o normal,
uma bicicleta fiável é o que pretendo sempre.
Tens alguma dica para alguém que pretenda iniciarse no Ciclocrosse?Que venham com espírito para aprender e com
paciência, porque no início é normal andar
sempre a sofrer imenso e sem estar onde se
pretende, de resto o que vem a seguir com-
pensa, porque a diversão é garantida.
ENTREVISTA