DR. JOSÉ CARLOS MORI

Mestre em Alergia e Imunologia – Clínica Médica - HSPE

Especialista em Alergia e Imunologia Clínica - ASBAI

MBA – Gestão de Negócios - Fundação Getúlio Vargas

.

TESTE DE

CONTATO

Técnica e Prática

DERMATITE CONTATO

Testes de contato

História clínica

anamnese Quadro clínicoDiagnóstico

DC ALÉRGICA

DERMATITE CONTATO

POR IRRITANTES PRIMÁRIOS (NÃO ALÉRGICO)

Sem mecanismo imunológico envolvido.

Agentes irritantes fortes (ácidos ou álcalis) ou

irritantes fracos por período prolongado.

Eritema (vermelhidão)

Descamação

Ardor ou dor

POR MECANISMO IMUNE (ALÉRGICO)

Com mecanismo imunológico (tipo IV)

Predisposição individual a certos produtos.

Alérgenos (haptenos)

DERMATITE CONTATO

DERMATITE CONTATO: FOTOTÓXICA E FOTOALÉRGICA

Na DC fototóxica e fotoalérgica o mecanismo fisiopatogênico é o mesmo que na

DCI e DCA respectivamente, porém a presença da luz ultravioleta se faz necessária

para que a substância se torne irritante ou sensibilizante.

DERMATITE CONTATO

Josef Jadassohn(1860-1938)

Em 1895, Josef Jadassohn publicou seu trabalho

pioneiro, o primeiro teste de contato positivo.

Bruno Bloch (1878-1933)

Alguns anos depois, o cientista suíço Bruno Bloch

refinou o processo e passou a defender seu uso

sistemático. Este é o método usado nos testes

epicutâneos de Jadassohn-Bloch

“Um jovem robusto me consultou no ano passado devido a uma dermatite extensa, consequente à

unção por unguento cinzento, que havia sido prescrito para pediculose pubiana ...

Apliquei um pedaço de emplastro cinzento ... na parte superior do braço esquerdo.

No dia seguinte, a epiderme sob o emplastro estava elevada numa vesícula e o local estava

circundado por uma vermelhidão como aquela da escarlatina ...

Havia muito pouca febre, mas graves problemas subjetivos.

A erupção desapareceu após alguns dias”

TESTES DE CONTATO

Teste de contato: padrão “ouro”

Os testes de contato tenta reproduzir um eczema em “miniatura” no local da aplicação do

alérgeno suspeito. É uma prova biológica “ao vivo”.

É a prova mais eficiente para confirmar o diagnóstico e identificar a causa da alergia de

contato.

Os bons resultados dependem: da indicação correta do procedimento, da técnica de aplicação

e da interpretação dos resultados obtidos na leitura do teste de contato (patch test).

TESTES DE CONTATO

Mecanismo de ação do teste:

O mecanismo etiopatogênico dos testes de contato é o mesmo da reação alérgica de

contato (dermatite de contato).

Paciente já sensibilizado a um alérgeno, a colocação em uma parte do corpo da mesma

substância, em concentração mais diluída, induz a formação de uma lesão clínica de

aspecto eczematoso.

TESTE DE CONTATO

Materiais básicos para testes de contato:

Câmaras aderidas a uma fita adesiva (contensor) e alérgenos (substâncias a serem

testadas).

É importante o uso de câmara inerte, não irritante e que tenha boa oclusão.

A fita adesiva deve ser hipoalergênica e com boa fixação na pele.

TESTE DE CONTATO

Câmaras:

Fabricadas em material plástico inerte. Não causam reação irritativa e não reagem

com as substâncias alergênicas.

TESTE DE CONTATO

Tamanho das câmaras:

Dependendo da substância a ser testado, a área de contato na pele deve ser diferente.

Substâncias químicas = 7 ou 8 mm

Higiene pessoal e cosméticos = 7 ou 8 mm

Alimentos = 12 mm

Ácaros = 18 mm

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TESTE DE CONTATO

Fita adesiva:

Acrílica hipoalergênica em rayon de viscose não tecido (TNT) ou micropore.

A fita do produto AlergoChamber é resistente e poroso. Bastante resistente, de ótima

aderência e maleável permitindo movimentação.

TESTE DE CONTATO

Câmaras isoladas

Preparo das câmaras isoladas:

Utilizar fita micropore e as câmaras.

Monte o contensor com auxilio do “guia plástico”.

Preparar de acordo, com as necessidades.

TESTE DE CONTATO

Câmaras isoladas

Preparo das câmaras isoladas:

Preparar de acordo, com as necessidades.

Identificar fita e as câmaras.

Cuidado na colocação dos alérgenos nas câmaras.

TESTE DE CONTATO

Contensores:

O conjunto da fita adesiva e as câmaras é denominado de contensor.

A fita em TNT é mais resistência, maleável e é difícil de cortar.

A fita em micropore menos resistente e pode descolar com mais facilidade.

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TESTE DE CONTATO

Filtro de papel:

São utilizados para substâncias líquidas.

Os filtros devem ser colocados nas respectivas câmaras e em seguida pingar uma gota da

substância sobre o filtro (sempre no momento que for aplicar o teste na pele do indivíduo).

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TESTE DE CONTATO

Câmaras expostas e com papel protetor (liner)

As câmaras aderidas a fita estão expostas para facilitar a colocação das substâncias sem a

necessidade de retirar o papel protetor (liner) para preparar o teste de contato.

Facilita retira-se o papel protetor (liner) e colar na região dorsal do paciente, após a

higienização e desengordurar da pele.

Câmaras Expostas

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TESTE DE CONTATO

Permite preparar várias baterias ao mesmo tempo

Coloque o contensor sobre um balcão ou mesa ou em bandeja para contensores

com a parte das câmaras voltada para cima.

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Bandeja e câmaras expostas

Vantagem de poder preparar várias baterias ao mesmo tempo.

Conservar a temperatura ambiente ou na geladeira por 48 horas.

Não esquecer de identificar os contensores.

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TESTE DE CONTATO

Estojo permite conservar o contensor previamente preparado por 14 dias

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Estojo para contensores

Estojo opaco e fechado.

Vantagens: transporte para várias clínicas.

conservar os contensores prontos para uso por 14 dias

Manter os contensores preparados em geladeira.

Não esquecer de identificar os estojos.

TESTE DE CONTATO

Preparo de acordo com o veículo das substâncias:

- Vaselina (substância semissólida): aplicar a substância diretamente na câmara,

sem a necessidade de utilizar discos de papel filtro. Empurre e rode o êmbolo da

seringa lentamente até retirar 6 a 7 mm da substância a ser testada.

TESTE DE CONTATO

Preparo de acordo com o veículo das substâncias:

- Água (substância líquida): coloque o disco de filtro na câmara. Umedeça o disco de papel

filtro com uma gota do alérgeno de maneira uniforme sem deixar a substância extravasar

da câmara. Aplique imediatamente. Não deixe a substância secar, evitando reações falso-

negativas; e cuidado com o filtro de papel com a substância liquida, pois pode deslocar ou

cair de dentro da câmara ao ser colocado no paciente.

- (*) a substância líquida Amerchol congela quando conservada em geladeira. Guardar em

temperatura ambiente.

TESTE DE CONTATO

Cuidados com as substâncias (voláteis ou oxidantes):

- Acrilatos e fragrâncias (substância em vaselina): devem ser colocadas nas

câmaras no momento da aplicação do teste na pele.

- Parafenilenodiamina e caína mix: oxidam e as câmaras e a fita adesiva ficam

escuras.

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TESTE DE CONTATO

Aba de manuseio

A lâmina de proteção da parte superior deve permanecer protegendo a fita adesiva e serve

como uma aba para segurar o contensor (facilita o manuseio da fita e evita contato dos

dedos da mão com a parte colante da fita adesiva).

Aplicação do teste

TESTE DE CONTATO

Orientação antes do testes de contato:

Não deve tomar medicação com corticosteroide uma semana antes.

Não teve aplicar corticoide tópico na região do teste.

Evitar excesso de sol na região do teste por duas semanas.

(*) pode atrapalha o testes: tatuagem e excesso de pêlos no local do teste.

Aplicação do teste

TESTE DE CONTATO

Aplicação do teste de contato:

Limpe a pele antes da aplicação da fita adesiva.

Para desengordurar a pele utilize éter ou álcool.

Aplicação do teste

TESTE DE CONTATO

Com as câmaras previamente preparadas com as substâncias.

Retire a lâmina de proteção, se for o caso.

Fixe a fita adesiva na região dorsal (mais indicado, pode ser nos braços).

Aplicação do teste

TESTE DE CONTATO

Aplique o contensor colando a fita adesiva a partir da extremidade inferior, de

baixo para cima (a câmara de número 1 deve estar no lado superior esquerdo).

Evite colar o contensor sobre a escápula e coluna vertebral.

Aplicação do teste1

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TESTE DE CONTATO

Após a aplicação do contensor, pressione cada câmara, por alguns segundos com a ponta

dos dedos, para conseguir uma distribuição uniforme da substância na pele do paciente.

Para uma melhor aderência passe a palma de uma das mãos sobre a fita adesiva,

principalmente nas extremidades.

Aplicação do teste

TESTE DE CONTATO

Pele oleosa ou transpiração excessiva:

Em casos especiais (pessoas que transpiram muito ou pele muito oleosa) é preciso

reforçar o teste colando outra fita adesiva (micropore) sobre as laterais do contensor.

Aplicação do teste

TESTE DE CONTATO

Após 48 horas, as fitas são retiradas e é realizada a primeira leitura.

Cole a pequena fita para localização das substâncias testadas e/ou marque os

cantos com caneta permanente.

Leitura de 48 horas

Nesta fase de avaliação, o médico pode utilizar uma caneta de tinta atóxica e

resistente a água para marcar na pele as bordas dos contensores e/ou colar uma

pequena fita de referência para a localização das substâncias na segunda leitura de

72 horas (fita de referência pode ser colada na parte superior da pele utilizando a

régua de poliuretano como guia).

TESTE DE CONTATO

Leitura de 48 horas

A segunda leitura é realizada após 72 horas, o médico deve utilizar o guia de

leitura para melhor localização das substâncias.

(*) algumas substâncias podem apresentar reação positiva tardia (exemplo:

neomicina), portanto, pode necessitar leitura de 96 horas.

TESTE DE CONTATO

Leitura de 72 horas

Procedimento fototeste:

A técnica é a mesma do teste fechado.

As substâncias são aplicadas em ambos os lados do dorso e após 48 horas os testes

são retirados e é realizada a primeira leitura.

A seguir, um dos lados é coberto e o outro lado é irradiado com radiação ultravioleta A.

A segunda leitura é realizada em 96 horas comparando-se os resultados entre o local

irradiado e o não irradiado.

FOTOTESTE DE CONTATO

Leitura de 48/72 horas:

A técnica do teste de contato com radiação UV é a mesma do teste de contato clássico, a

diferença é que na primeira leitura, após a retirada da fita de contensão do teste de

contato, o local é exposto a uma lâmpada especial.

FOTOTESTE DE CONTATO

Lâmpadas Ultra Violeta:

Lâmpada tipo Kromayer com um filtro que absorva radiações UV abaixo de 3.200 Å ou

uma lâmpada de xenônio (Osram® XFB 6.000 , ou Toshiba® FL20SE-30 , ou Philips® TL

ou Waldmann® UV 21).

Distância: 50 centímetros por 16 minutos.

Como controle usamos a mesma substância em outro local do corpo, porém sem expor

este local a irradiação UV.

Fototeste = 5 joules/cm 2

FOTOTESTE DE CONTATO

TESTE DE CONTATO

Critérios de leitura:

Internacional Contact Dermatitis Research Group - ICDRG:

- negativo (-): sem reação

- duvidoso (+?): eritema leve mal definido

- positivo fraco (+): eritema definido, infiltração e pápula

- positivo forte (++):eritema, infiltração, pápula, vesícula

- positivo muito forte (+++): eritema, infiltração, pápula, vesículas coalescentes

formando bolha.