Teste de Avaliação de Diagnóstico

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Teste de Avaliação de Diagnóstico Martim GRUPO I A Lê com atenção o soneto de Manuel Alegre. E alegre se fez triste Aquela clara madrugada que viu lágrimas correrem no teu rosto e alegre se fez triste como se chovesse de repente em pleno agosto. Ela só viu meus dedos nos teus dedos meu nome no teu nome. E demorados viu nossos olhos juntos nos segredos que em silêncio dissemos separados. A clara madrugada em que parti. Só ela viu teu rosto olhando a estrada por onde um automóvel se afastava. E viu que a pátria estava toda em ti. E ouviu dizer-me adeus: essa palavra que fez tão triste a clara madrugada. Manuel Alegre, in Cem Sonetos Portugueses, Terramar – Editores, Distribuidores e Livreiros, Lda., 2002, p. 140 1

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Avaliação de diagnóstico português 10º ano

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Teste de Avaliação de Diagnóstico

Martim

GRUPO I

A

Lê com atenção o soneto de Manuel Alegre.

E alegre se fez triste

Aquela clara madrugada que

viu lágrimas correrem no teu rosto

e alegre se fez triste como se

chovesse de repente em pleno agosto.

Ela só viu meus dedos nos teus dedos

meu nome no teu nome. E demorados

viu nossos olhos juntos nos segredos

que em silêncio dissemos separados.

A clara madrugada em que parti.

Só ela viu teu rosto olhando a estrada

por onde um automóvel se afastava.

E viu que a pátria estava toda em ti.

E ouviu dizer-me adeus: essa palavra

que fez tão triste a clara madrugada.

Manuel Alegre, in Cem Sonetos Portugueses, Terramar – Editores, Distribuidores e Livreiros, Lda., 2002, p. 140

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Responde às questões de forma clara e contextualizada.

1. Nesta composição poética, a madrugada assume o papel de testemunha.

1.1. Identifica, destacando os versos, o acontecimento ocorrido ao alvorecer.

2. Demonstra a transfiguração da madrugada causada por esse acontecimento.

3. Deteta, transcrevendo do texto, marcas da existência de um destinatário das palavras do “eu” poético.

4. Retrata o estado de espírito do sujeito poético e do recetor do seu discurso.

5. Clarifica a utilização do adjetivo alegre no título, atendendo ao conteúdo global do poema.

B

1. Analisa o poema do ponto de vista formal, concretamente:

a) estrutura estrófica;

b) esquema rimático e tipo de rima;

c) métrica.

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GRUPO II

1. Estabelece a correspondência correta entre os segmentos da coluna A e os da coluna B.

Coluna A Coluna B1. O demonstrativo “Aquela” no verso 1 da primeira quadra…

a) situa o acontecimento relatado próximo do momento

2. Nos versos 3 e 4 da primeira quadra…

b) encontra-se no pretérito imperfeito do conjuntivo.

3. A forma verbal “chovesse” no verso 4 da primeira quadra…

c) desempenha função sintática de complemento indireto.

4. O advérbio “só” no verso 1 da segunda quadra…

d) situa o acontecimento relatado distante do momento

5. O pronome “me” no verso 2 do segun-do terceto …

e) tem valor de exclusão.

f) verificam-se uma comparação e uma metáfora.g) verificam-se uma comparação e uma antítese.h) encontra-se no pretérito imperfeito do indicativo.i) desempenha a função sintática de complemento direto.

2. Indica a classe a que pertencem as seguintes palavras da segunda quadra:

a) nos (verso 1);

b) meu (verso 2);

c) juntos (verso 3);

d) segredos (verso 3);

e) que (verso 4).

3. Classifica o sujeito do predicado sublinhado no segmento “A clara madrugada em que parti”. (verso 1, primeiro terceto)

4. Atenta no verso 2 do primeiro terceto: “Só ela viu teu rosto olhando a estrada”.

4.1. Transforma esta frase, iniciando-a por “Teu rosto olhando a estrada…”.

5. Classifica a oração subordinada presente no último verso do poema.

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GRUPO III

Em virtude da sua posição política, o autor do poema que leste no Grupo I foi obrigado a exilar-se em 1964, tendo voltado a Portugal só em 1974.

Num texto cuidado e coeso, contendo entre 120 e 170 palavras, apresenta uma reflexão sobre a perseguição sofrida pelos que têm tendências (políticas, religiosas, …) diferentes das da maioria.

1.1.

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GRUPO I

A

1.1. O acontecimento presenciado foi a partida do sujeito poético, conforme se pode verificar pelo verso 1 do 1.º terceto e pelo verso 2 do 2.º terceto.

2. A madrugada que era “clara” e “alegre”, como se verifica na 1.ª quadra, fez-se “triste” ao presenciar uma separação.

3. A presença de um interlocutor é detetada pela existência de determinantes pessoais e possessivos na segunda pessoa do singular “teu (rosto)”; “teus (dedos)”; “teu (nome)”; “(estava toda em) ti”, e, ainda, determinantes possessivos na 1.ª pessoa do plural “nossos (olhos)”, assim como algumas formas verbais “dissemos”.

4. Ambos estão dominados pela dor e pela tristeza. O recetor é dominado pelo choro (1.ª quadra) e pela passividade (“teu rosto olhando a estrada…”); na segunda quadra podemos perceber, de certa forma, a cumplicidade que unia o “eu” lírico e o destinatário das suas palavras (“… meus dedos nos teus dedos / meu nome no teu nome”; “nos segredos / que em silêncio dissemos”).

5. No corpo do texto o adjetivo “alegre” aparece associado à madrugada, contudo, ele poderá também ser uma alusão ao emissor e à sua tristeza por ter de se afastar da pátria.

GRUPO I

B

1. a) O poema é um soneto composto por duas quadras e dois tercetos.

b) A rima é predominantemente pobre e cruzada nas quadras (a/b//a/b) e interpolada nos tercetos (f/g/h; f/g/h)

c) Os versos apresentam 10 sílabas métricas, decassílabos, (último verso – que-fez-tão-tris-te a- cla-ra-ma-dru-ga (da)).

GRUPO II

1. 1. d); 2. g); 3. b); 4. e); 5. c).

2. a) preposição contraída (em + os); b) determinante possessivo; c) adjetivo; d) nome; e) pronome relativo.

3. Nulo subentendido.

4. Teu rosto olhando a estrada foi visto só por ela.

5. Subordinada adjetiva relativa restritiva.

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