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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE MOGADOURO Ano letivo 2012/2013

Teste Escrito de Português – 11º B

GRUPO I

Texto A 100 pontos

Lê atentamente o seguinte texto, antes de responder às questões que te são colocadas.

Manuela Rosa Neves Rua da Fé, 45 4970-215 MIRANDA

LAP (Linhas Aéreas de Portugal) Rua da Conceição, 225 1600-214 LISBOA

Miranda, 5 de junho de 2011

Assunto: Perda de bagagem.

Exmos. Senhores,

Venho, por este meio, comunicar a V. Exas. que, na sequência de uma viagem de avião Lisboa-Paris (voo TP 1978), que se iniciou às 13hOO e terminou às 16hOO horas (hora local em França) do passado dia 23 de maio, a bagagem que havia entregado ao vosso cuidado no Aeroporto da Portela desapareceu.

Apesar da simpatia e disponibilidade dos vossos funcionários em Paris, não foi possível averiguar se a bagagem não chegou a ser embarcada no avião que me transportou ou se se terá extraviado já no destino. A verdade é que fiquei sem uma mala de viagem, que continha vestuário e utensílios de higiene pessoal. Para terem uma ideia do prejuízo, junto uma lista que descreve todos os artigos desa- parecidos e seu respetivo valor, num total de 750 euros. Felizmente, tenho amigos em Paris que me cederam roupa e artigos de higiene, o que me permitiu prosseguir a minha vida diária sem demasiadas complicações.

No entanto, cabendo a V. Exas. assumir a responsabilidade pela perda da minha bagagem, venho, por este meio, exigir que me indemnizem pelos prejuízos materiais que sofri, no valor de 750 euros. Caso não receba nenhuma comunicação da vossa parte nesse sentido, num prazo máximo de 15 dias, recorrerei à via judicial para a defesa dos meus direitos.

Sem outro assunto de momento, apresento os meus melhores cumprimentos e subscrevo- me,

Anexos: Cópia do bilhete de avião Lisboa-Paris. Lista de artigos desaparecidos e respetivo valor

in Como Reclamar, folheto informativo da DECO/PROTESTE (adaptado)

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1. Diz se as afirmações que se seguem são verdadeiras (V) ou falsas (F) e

corrige as falsas.

a. Esta carta de reclamação obedece inteiramente às regras estabelecidas.

b. A reclamante protesta pelos prejuízos materiais e morais que sofreu.

c. O tratamento recebido no aeroporto de Paris não é alvo de contestação.

d. Se a sua reclamação não for atendida pelo destinatário no prazo estabelecido, a

reclamante dirigir-se-á às instalações da empresa para a apresentar

pessoalmente.

Texto B

MÃO PESADA

Nos últimos cinco anos morreram nas estadas portuguesas 7703 pessoas. Esta informação foi publicada no DN a propósito do Dia Europeu de Homenagem às Vítimas de Acidentes de Viação. A data foi ontem assinalada de várias formas, entre as quais uma simbólica deposição de coroas de flores no Monumento aos Mortos da Grande Guerra, em Lisboa.

Muitos governos têm prometido impor a paz nas estradas portuguesas, seja com o reforço de diversas ações de fiscalização – como a tolerância zero –, ou com campanhas de sensibilização – algumas delas brilhantes e corajosas, como o spot televisivo em que as vítimas de acidentes de viação expõem as dificuldades do dia-a-dia devido a incapacidades físicas resultantes de desastres rodoviários. Tudo isto tem sido insuficiente.

O último ano do quinquénio1 foi o pior nas estradas portuguesas em acidentes mortais: 1549 pessoas perderam a vida. Apesar de todos os alertas, apesar de os automóveis terem condições de segurança cada vez mais reforçadas, o número de mortos aumentou nas estradas nacionais.

As explicações e os diagnósticos sobre insegurança rodoviária em Portugal estão dados e feitos há muito tempo. A fiscalização não dispõe dos meios suficientes, os infratores são tratados com excessiva leveza e os chamados “pontos negros” das estradas mantêm-se tal como estão, apesar dos constantes alertas de automobilistas e das populações locais. Para que esta situação seja radicalmente alterada, é necessária uma clara vontade política.

Todos os meios são poucos para acabar com a guerra civil nas estradas, onde se assiste com excessiva frequência à falta de respeito pelas regras essenciais. É obrigação de cada um de nós, de cada automobilista, contribuir para que os portugueses se respeitem na estrada. Às autoridades compete prevenir o futuro, com ações de sensibilização logo nos primeiros anos de escola, e cuidar do presente, castigando com mão pesada cada um dos infratores.

Editorial, Diário de Notícias, 17-11-2003

1. quinquénio – período de cinco anos.

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Depois de uma leitura atenta do texto, responde, de forma estruturada, às questões que se seguem.

1. Identifica o problema tratado no texto, referindo as medidas adotadas para o colmatar e o seu grau de eficácia.

2. Indica aquilo que, de acordo com o texto, é a solução para o problema tratado e manifesta a tua opinião, devidamente fundamentada, sobre essa proposta de solução.

3. Explica a primeira frase do último parágrafo, relacionando o seu sentido com duas outras passagens textuais.

4. Explica de que forma o texto apresenta uma linguagem objetiva, apresentando dois exemplos textuais que fundamentem a tua resposta.

5. Explica o título do texto.

GRUPO II 50 pontos

1. «Nos últimos cinco anos morreram nas estradas portuguesas 7703 pessoas.»

1.1 Faz a análise sintática desta frase.

1.2 Classifica morfologicamente as palavras sublinhadas e destacadas a negrito.

2. Identifica os atos ilocutórios presentes nas frases.

a. Está quieto!b. Contarei tudo o que seic. Está aberta a sessão.d. Agradeço-lhe a visita de ontem.e. Todos sobreviveram ao acidente.

3. Indica a modalidade expressa e o seu valor.

a. Telefona à Rita.b. O Carlos já chegou de Londres.c. Felizmente não te magoaste!d. É possível que haja sobreviventes do acidente.

GRUPO III 50 pontos

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Imagina que o Ministério da Administração Interna tomou uma série de medidas com o intuito de combater a sinistralidade nas estradas portuguesas.

Redige um comunicado apresentando essas medidas, respeitando as características deste tipo de texto e as seguintes instruções:

entre 100 e 150 palavras como limites mínimo e máximo;

informação organizada por tópicos;

utilização da primeira pessoa de uma forma não subjetiva;

utilização de um tempo futuro (não em exclusivo, nem necessariamente como tempo predominante).

Antes de procederes à redação do teu texto lê as observações.

Observações:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen. Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituem.

2. Um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial do texto produzido.

RESOLUÇÃO DO TESTE

GRUPO I

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1. O texto aborda a questão da elevada sinistralidade nas estradas portuguesas. Algumas das medidas implementadas para colmatar este problema passaram pela implementação de ações de fiscalização severas, como a tolerância zero, pela criação de campanhas de sensibilização. Também já foram efetuados diagnósticos e aventadas explicações para a insegurança rodoviária, porém tudo se revelou perfeitamente ineficaz para eliminar o elevado número de acidentes de viação.

2. De acordo com o texto em análise, a solução para o problema da sinistralidade depende inteiramente de uma “clara vontade política”. Nesta senda, surgem referências concretas a medidas como uma educação escolar orientada para a sensibilização dos futuros condutores automóveis, que permita fazer com que futuramente os automobilistas se respeitem nas estradas. Por outro lado, é ainda indicada a necessidade de implementar, no presente, um conjunto de medidas punitivas severas para os infratores do código da estrada. Na minha opinião, a questão da educação dos automobilistas faz parte de um problema social mais amplo, que se relaciona diretamente com a falta de civismo patente na globalidade da formação dos portugueses. Assim, é possível que esta educação venha a resultar, mas não acredito que isso venha a ocorrer num futuro próximo, uma vez que a escola pode formar num sentido, mas o exemplo dos condutores promove comportamentos diversos daqueles advogados pela instituição escolar. As medidas punitivas severas podem ter um impacto grande sobre a generalidade dos infratores e pode ajudar a diminuir a sinistralidade, dependendo, objetivamente, do grau de severidade. Ainda assim, é de considerar que nem só os maus comportamentos dos condutores são os responsáveis pelo elevado número de acidentes de viação. As causas são também, frequentemente, atribuíveis à deficiente sinalização e ao mau estado e mau planeamento de algumas estradas e, nesta medida, realmente só uma vontade política forte pode alterar este estado de coisas.

3. Na primeira frase do último parágrafo é estabelecida uma analogia entre o elevado número de mortos nas estradas portuguesas resultante dos acidentes por infracção e aqueles que resultam de uma guerra civil. Esta analogia surge já no início do texto, pela referência à deposição de uma coroa de flores num monumento erigido aos mortos da Grande Guerra, como ato comemorativo do Dia Europeu de Homenagem às Vítimas de Acidentes de Viação, registando-se, assim, um paralelismo entre mortos nas estradas e mortos em guerras. Outro segmento textual que suporta esta analogia é “Muitos governos têm prometido impor a paz”, na medida em que é utilizado o antónimo do termo “guerra” como o resultado do término das vítimas de acidentes de viação.

4. O texto contém em vários momentos uma linguagem objetiva ao apresentar, por exemplo, referências cronológicas concretas, como “nos últimos cinco anos” ou “no último quinquénio”, ou ainda “Dia Europeu de Homenagem às Vítimas de Acidentes de Viação”. Dados numéricos como “morreram nas estradas portuguesas 7703 pessoas” ou “1549 pessoas perderam a vida” são também elementos discursivos que criam objetividade, na medida em que o seu valor referencial é constante.

5. “Mão Pesada” é o título do texto e remete para a ideia de punição, associada à palmada que se dá como castigo. O adjetivo evoca a ideia de um castigo severo, uma vez que aponta para a violência da palmada. Assim, o título do texto relaciona-se com o conteúdo, uma vez que uma das ideias apresentadas como medida para combater o elevado número de acidentes consiste na punição severa dos infratores.

GRUPO II

1. 1. e, 2. b, 3. f, 4. a, 5. h. 2. No terceiro parágrafo verifica-se o predomínio do Pretérito Perfeito do Indicativo que

reporta eventualidades ocorridas e terminadas num intervalo de tempo anterior ao do discurso. O quarto parágrafo apresenta o predomínio do Presente do Indicativo, que é utilizado para referir eventualidades que ocorrem num intervalo de tempo amplo que engloba o momento do discurso.

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3. Os lexemas “incapacidade”, “insegurança” e “radicalmente” são todos palavras que derivaram de uma palavras primitiva – “capacidade”, “segurança” e “radical”, respetivamente – por um processo de afixação. Porém, “incapacidade” e “insegurança” sofreram a afixação de um prefixo modificador, com valor semântico de negação, enquanto “radicalmente” derivou por afixação de um sufixo derivacional.

4. Os dêicticos são expressões que permitem a codificação linguística de referências que só podem ser interpretadas, do ponto de vista referencial, discursivamente. Neste caso, o advérbio “ontem” codifica lexicalmente o ponto temporal em que se produziu o evento enunciado - o assinalar do Dia Europeu de Homenagem às Vítimas de Acidentes de Viação – em relação ao ponto temporal em que se produziu o enunciado, estabelecendo, deste modo, uma relação de anterioridade da eventualidade em relação ao momento da enunciação.

GRUPO III

Sugestão de texto:

Novas medidas para o reforço da segurança rodoviária

O Ministério da Administração Interna adotou uma série de medidas tendentes a minimizar a sinistralidade nas estradas portuguesas, que entrarão em vigor a partir do dia 1 de Janeiro de 2006. São elas:

pena de prisão de 1 a 5 anos aplicável a condutores cujo teste de alcoolémia seja superior ao limite legal;

25% do vencimento dos infratores como multa para infrações graves e muito graves;

implementação de um sistema de vigilância digital nos cruzamentos e entroncamentos;

criação de um sistema de multas para peões prevaricadores;

inibição permanente de conduzir para infratores reincidentes nas violações do código da estrada consideradas muito graves.

Acreditamos que estas medidas irão ajudar a criar uma nova segurança na circulação automóvel das nossas estradas e para as implementar eficazmente contamos com um reforço de vigilância policial. (144 palavras)