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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DOUTORADO EM ENGENHARIA CIVIL RECIFE, março de 2011 PROPOSIÇÃO E AVALIAÇÃO DE UM SISTEMA EXPERIMENTAL DE PROCESSOS FÍSICOS E QUÍMICOS PARA TRATAMENTO DE LIXIVIADO EDUARDO ANTONIO MAIA LINS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

DOUTORADO EM ENGENHARIA CIVIL

RECIFE, março de 2011

PROPOSIÇÃO E AVALIAÇÃO DE UM SISTEMA

EXPERIMENTAL DE PROCESSOS FÍSICOS E

QUÍMICOS PARA TRATAMENTO DE LIXIVIADO

EDUARDO ANTONIO MAIA LINS

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Eduardo Antonio Maia Lins

PROPOSIÇÃO E AVALIAÇÃO DE UM SISTEMA

EXPERIMENTAL DE PROCESSOS FÍSICOS E QUÍMICOS

PARA TRATAMENTO DE LIXIVIADO

Tese submetida ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Doutor em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Dr. José Fernando Thomé Jucá

Co-orientadoras: Profa. Dra. Maria Cristina Moreira Alves

Profa. Dra. Maria de Los Angeles Perez F. Palha

RECIFE, Março de 2011

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Catalogação na fonte Bibliotecária Rosineide Mesquita Gonçalves Luz / CRB4-1361 (BCTG)

L759a Lins, Eduardo Antonio Maia.

Proposição e avaliação de um sistema experimental de processos físicos e químicos para tratamento de lixiviado / Eduardo Antonio Maia Lins. - Recife: O Autor, 2011.

xxv, 278f., il., figs., gráfs., tabs. Orientador : Prof. Dr. José Fernando Thomé Jucá. Co-Orientadoras: Profª. Drª. Maria Cristina M. Alves. Profª. Draª. Maria de Los Angeles Perez F. Palha. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de

Pernambuco. CTG. Programa de Pós- Graduação em Engenharia Civil, 2011.

Inclui Referências Bibliográficas.

1.Engenharia Civil 2. Resíduos Sólidos Urbanos. 3.Lixiviado. 4. Tratamento. 5. Escala Piloto. 5. Precipitação Química. 6. Stripping de Amônia. 7. Barreira Reativa. I. Jucá, José Fernando Thomé. II. Alves, Maria Cristina Moreira. III. Palha, Maria de Los Angeles Perez F. II. Título.

624 CDD (22.ed.) UFPE/BCTG-105/2011

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"Viver pra mim é Cristo, morrer pra mim é ganho

Não há outra questão quando se é cristão,

Não se para de lutar”.

(Padre Fábio de Mello)

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Dedico este trabalho a DEUS, à minha esposa Adriana Baltar e ao meu filho, Gabriel, anjos de DEUS enviados à minha vida.

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AGRADECIMENTOS

A Jesus, meu mestre e rei, que sempre se faz presente em minha vida, guiando-

me, orientando-me e inspirando-me.

À Maria, mãe da igreja e de todos, por sempre me acolher em seu colo nas

dificuldades do dia a dia.

À minha esposa, Adriana Baltar, sempre forte e motivadora, uma enviada de

Deus à minha vida.

Ao meu filho Gabriel, que através do seu sorriso me inspira e incentiva a lutar

pelos meus sonhos.

Aos meus pais, Marco Lins e Ana Thereza, que sempre estiveram ao meu lado

em todos os momentos de minha vida, sempre me orientando com paciência,

honestidade e amor.

Aos meus irmãos, Marco Maia e Luiz Roberto Maia, eternos amigos.

Ao Orientador e amigo José Fernando Thomé Jucá, minha eterna gratidão pela

confiança depositada.

Às minhas co-orientadoras e amigas, Tina e Angeles, o meu muito obrigado pelo

incentivo e apoio.

Aos amigos do Grupo de Oração Sagrada Missão, meu muito obrigado pelos

ensinamentos recebidos.

Aos amigos do Grupo de Resíduos Sólidos, Brito, Ingrid, Felipe, Rose, Sara,

Eduarda e Fabrícia, o meu sincero agradecimento pelo apoio dado.

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Um agradecimento muito especial a Cecília, Érica, Natália e Alessandra, onde

nos momentos de dificuldades sempre se demonstraram dispostas a ajudar. Que Deus as

abençoe hoje e sempre!!

Aos amigos e companheiros da Emlurb: Carloz Muniz, Paulo Padilha, Adauto

Lins, Washington Moura, Alemão e Josélia, o meu muito obrigado pelo apoio.

À Universidade Federal de Pernambuco, em especial as professoras Maria de

Los Angeles e Alice Domingues.

À Universidade Estadual de Campina Grande, através do professor Valderi

Leite.

A todos que fazem parte do Laboratório de Solos de Geotecnia, Vânia, Severino,

Francisco.

À FACEPE pelo financiamento concedido.

Ao PROSAB/FINEP pelo suporte financeiro para o desenvolvimento desta

pesquisa.

Ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

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RESUMO O tratamento de lixiviado proveniente de aterros de resíduos sólidos urbanos, tornou-se

um grande desafio para a comunidade científica uma vez que nem sempre um sistema

de tratamento adotado para uma determinada região torna-se adequado para outra, em

função da grande variabilidade da composição do lixiviado. Os sistemas de tratamento a

serem adotados devem levar em consideração as particularidades da região a fim de

tornar o sistema economicamente viável. De um modo geral, a concepção adotada como

escopo desta pesquisa consistiu em um sistema de baixo custo, fácil implantação,

simples operação e com boa remoção de poluentes. Durante as análises realizadas em

escala piloto, adotou-se uma vazão em fluxo contínuo de 0,1 L/s , que equivale a cerca

de 10% da vazão real do Aterro da Muribeca, onde as características físico-químicas

deste lixiviado serviram de base para o dimensionamento da estação piloto. A estação

piloto projetada é composta por três etapas: precipitação química, stripping da amônia e

barreira reativa com carvão ativado. Os resultados deste estudo apresentaram um

desempenho médio de remoção de DBO (>80%) e DQO (>85%) superior a eficiência

de 60% de remoção exigida pela legislação estadual mineira para tratamento de

lixiviado, tornando-se suficiente ao lançamento em rios classe 3. A concentração de

amônia, para todos os ensaios realizados, encontrou-se acima do permitido pela

legislação federal, em função do baixo tempo de detenção adotado para a etapa do

stripping da amônia. Quanto à cor do lixiviado, de um modo geral, não conferiu

mudança de coloração acentuada ao corpo receptor após seu lançamento, estando em

concordância com a legislação federal. Estimando-se o custo final do tratamento em

escala real, obteve-se um valor médio abaixo do praticado no Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Resíduos Sólidos Urbanos; Lixiviado; Tratamento; Escala

Piloto; Precipitação Química; Stripping de Amônia e Barreira Reativa.

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ABSTRACT

The treatment of leachate from municipal solid waste landfills has become a major

challenge for the scientific community since it is not always a treatment system adopted

for a given region becomes appropriate to another, due to the great variability of

composition of the leachate. The treatment systems to be adopted must take into account

the particularities of the region in order to make the system economically viable. In

general, the concept adopted as the scope of this research consisted of a system of low

cost, easy implementation, simple operation and good removal of pollutants. During the

analysis performed on a pilot scale, we adopted a streaming flow of 0.1 L / s, which

equates to about 10% of actual flow of landfill Muribeca, where the physical and

chemical characteristics of the leachate served as the basis for sizing the pilot plant. The

pilot plant designed consists of three steps: chemical precipitation, ammonia stripping

and barrier reactive with activated charcoal. The results of this study showed an average

performance for BOD (> 80%) and COD (> 85%) greater than 60% efficiency of

removal required by state law for mining leachate treatment, making it enough to

release into rivers Class 3. The ammonia concentration for all tests, we found above that

allowed by federal law, due to the low retention time taken for the step of stripping of

ammonia. As for the color of the leachate, in general, gave no color change marked the

receiving body after its launch, which is in conformity with the federal law. Estimating

the final cost of treatment at full scale, we obtained an average value below practiced in

Brazil.

KEYWORDS: Waste, Leachate Treatment; Pilot Scale; Chemical Precipitation;

Stripping of ammonia and Reactive Barrier.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................... i LISTA DE TABELAS ....................................................................................... vii

LISTA DE QUADROS ....................................................................................... ix LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS........................................x

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA ................................................................ 1 1.2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 4

2. LIXIVIADOS DE ATERROS DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ............. 5

2.1. DEFINIÇÃO ...................................................................................................... 5 2.2. GERAÇÃO DE LIXIVIADO ............................................................................. 6

2.2.1. Processos de Decomposição dos Resíduos ................................................... 7 2.2.2. Balanço Hídrico .......................................................................................... 9

2.3. COMPOSIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO LIXIVIADO ............................. 12 2.3.1. Influência da Natureza dos Resíduos ......................................................... 13 2.3.2. Influência da Idade dos Resíduos .............................................................. 16 2.3.3. Influência da Profundidade de Coleta dos Resíduos em um Aterro ............ 18 2.3.4. Influência do Grau de Compactação e Precipitação ................................... 18

2.4. POTENCIAL POLUIDOR DO LIXIVIADO ................................................... 19 2.4.1. Matéria Orgânica Dissolvida ..................................................................... 21 2.4.2. Metais Pesados .......................................................................................... 22 2.4.3. Macrocomponentes inorgânicos ................................................................ 23

2.5. VALORES DE LANÇAMENTOS ................................................................... 25 2.6. ALTERNATIVAS DE LANÇAMENTO DO LIXIVIADO .............................. 27 2.7. TÉCNICAS DE TRATAMENTO DE LIXIVIADO ......................................... 30

2.7.1. Tratamento Biológico de Lixiviado ........................................................... 32 2.7.1.1. Processos Biológicos Anaeróbios ........................................................ 32 2.7.1.2. Processos Biológicos Aeróbios ........................................................... 34

2.7.2. Tratamentos Físico-Químicos .................................................................... 36 2.7.2.1. Processos de Separação por Membranas.............................................. 37 2.7.2.2. Oxidação Química .............................................................................. 37 2.7.2.3. Eletroquímico ..................................................................................... 38 2.7.2.4. Troca Iônica ........................................................................................ 38 2.7.2.5. Evaporação ......................................................................................... 38 2.7.2.6. Coagulação/Floculação/Sedimentação ou Flotação.............................. 39 2.7.2.7. Precipitação Química .......................................................................... 41 2.7.2.8. Adsorção e Absorção .......................................................................... 49 2.7.2.9. Remoção de Amônia por Arraste com Ar (Stripping) .......................... 53

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2.7.3. Sistemas Alternativos ................................................................................ 59 2.7.3.1. Banhados ou Wetlands ........................................................................ 59 2.7.3.2. Sistema Bioquímico - SBQ ................................................................. 61

2.8. ANÁLISE ECONÔMICA DO TRATAMENTO DE LIXIVIADO ................... 67 2.8.1. Fundamentos de Custos ............................................................................. 67

2.8.1.1. Custos de Produção ou Custos de Transformação: ............................... 68 2.8.2. Custos do Tratamento de Lixiviado ........................................................... 70

3.0. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................ 73

3.1. O ATERRO DA MURIBECA .......................................................................... 74 3.1.1. Histórico / Localização .............................................................................. 74 3.1.2. Características Climatológicas da Área ...................................................... 75

3.1.2.1. Clima .................................................................................................. 75 3.1.2.2. Temperatura / Umidade Relativa ......................................................... 76 3.1.2.3. Pluviometria ....................................................................................... 76 3.1.2.4. Evaporação ......................................................................................... 77 3.1.2.5. Comportamento Hídrico...................................................................... 77

3.2. O LIXIVIADO ................................................................................................. 78 3.2.1. Coleta, Preservação e Amostragem do Efluente ......................................... 78 3.2.2. Caracterização Físico-Química do Lixiviado ............................................. 80

3.3. METODOLOGIA DOS ENSAIOS EM LABORATÓRIO ............................... 81 3.3.1. ETAPA 1: Precipitação Química ............................................................... 81 3.3.2. ETAPA 2: Stripping de amônia ................................................................ 85 3.3.3. ETAPA 3: Sistema de Barreira Reativa (BRP) utilizando Carvão Ativado . 87 3.3.4. Ensaios de Laboratório .............................................................................. 93 3.4. MÉTODOS DOS ENSAIOS EM CAMPO ................................................... 95

3.4.1. Concepção e Dimensionamento do Sistema de Tratamento em Escala Piloto ............................................................................................................... 95 3.4.2. Princípio de Funcionamento da Escala Piloto ......................................... 98 3.4.3. Métodos utilizados nos Ensaios para Escala Piloto ............................... 101

4.0. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................. 103

4.1. CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS DE LIXIVIADO .......................... 103 4.2. RESULTADOS DOS ENSAIOS EM LABORATÓRIO ................................. 109 4.2.1. Precipitação Química ................................................................................... 109

4.2.1.1. Determinação da Concentração de Leite de Cal e Tempo de Floculação Ideal para um Desempenho Eficiente no Tratamento de Lixiviado .................... 111 4.2.1.2. Desempenho da Precipitação Química para Diferentes Relações DBO/DQO do Lixiviado: .................................................................................. 126

4.2.2. Stripping da Amônia .................................................................................... 135 4.2.2.1. Remoção de Amônia ............................................................................ 135 4.2.2.2. Remoção de DQO ................................................................................ 138

4.2.3. Carvão Ativado ........................................................................................... 139 4.2.3.1. Caracterização Físico-Química do Carvão Ativado ............................... 139 4.2.3.2. Determinação da Granulometria do Carvão Ativado ............................. 140 4.2.3.3. Definição da Sequência de Tratamento para o Sistema de Barreira Reativa com Carvão Ativado: ........................................................................................ 143 4.2.3.4. Ensaio de Equilíbrio em Lote ............................................................... 150

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4.2.4. Ensaios em Escala de Laboratório................................................................ 158 4.2.4.1. Ensaio de Laboratório 1 ........................................................................ 160 4.2.4.2. Ensaio de Laboratório 2 ........................................................................ 162 4.2.4.3. Ensaio de Laboratório 3 ........................................................................ 164 4.2.4.4. Ensaio de Laboratório 4 ........................................................................ 166 4.2.4.5. Comparação entre Desempenhos Obtidos nos Ensaios de Laboratório: . 168

4.3. RESULTADOS DOS ENSAIOS EM CAMPO............................................... 173 4.3.1. Ensaio em Escala Piloto 1 ....................................................................... 174 4.3.2. Ensaio em Escala Piloto 2 ....................................................................... 176 4.3.3. Ensaio em Escala Piloto 3 ....................................................................... 179 4.3.4. Ensaio em Escala Piloto 4 ....................................................................... 181 4.3.5. Análise do Desempenho Médio para cada Unidade do Sistema em Escala Piloto ................................................................................................................ 183 4.3.6. Análise do Desempenho Médio Geral do Sistema em Escala Piloto ......... 192

4.4. ANÁLISE DO EFEITO ESCALA PARA O TRATAMENTO PROPOSTO ... 198 4.5. ANÁLISE DE CUSTOS ................................................................................ 200

4.5.1. Estimativa de Custo para a Escala Piloto ................................................. 200 4.5.2. Estimativa de Custo para a Escala Real ................................................... 202 4.5.3. Comparação entre Custos das Escalas ..................................................... 205

5.0. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................. 207

6.0. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................ 212

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Fluxo da água em um aterro sanitário (LINS, 2003). .................... 11

Figura 2.2 - Distribuição da amônia (NH3) e íon amônio (NH4+) em função do pH

(METCALF & EDDY, 2003). ............................................................................. 23

Figura 2.3 - Estrutura típica do ácido fúlvico (GIORDANO, 2003). ................... 47

Figura 2.4 - Estruturas insolubilizadas pelo cálcio - Humina (GIORDANO,

2003). ............................................................................................................... 47

Figura 2.5 - Reatores de stripping em série com o sistema de agitação (LEITE,

2007 apud SANTANA-SILVA, 2008). ............................................................... 59

Figura 2.6 - Desenho esquemático do SBQ (BELTRÃO et al., 2005). ............. 62

Figura 2.7 - Fluxograma das etapas para implantação de BRP (NOBRE et al.,

2007). ............................................................................................................... 64

Figura 2.8 - Modelos de isotermas: A) Linear; B) Freundlich; C) Langmuir

(PAULA, 1999). ................................................................................................ 67

Figura 3.1 - Fluxograma das etapas metodológicas adotadas. ........................ 73

Figura 3.2 – Média histórica de precipitação do Aterro da Muribeca (1971–

2008). Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET, 2011). .................... 76

Figura 3.3 – Média histórica de evaporação do Aterro da Muribeca (1971-2008).

......................................................................................................................... 77

Figura 3.4 – Comportamento Hídrico no Aterro da Muribeca (1971-2008)....... 78

Figura 3.5 – O Aterro da Muribeca e a Estação de Tratamento de Lixiviado. .. 79

Figura 3.6 - Equipamento de jar test. ............................................................... 84

Figura 3.7 - Esquema do procedimento utilizado para a realização do stripping

de amônia (Adaptado de Santana-Silva, 2008). ............................................... 86

Figura 3.8 - A realização do stripping de amônia. ............................................ 86

Figura 3.9 – Estufa de Temperatura Controlada e Dotada de Agitador utilizada

no Estudo de Sorção. ....................................................................................... 89

Figura 3.10 – Concentrações de Lixiviado diluídas para realização do Ensaio de

Equilíbrio em Lote. ........................................................................................... 90

Figura 3.11 - Montagem do corpo de prova para o ensaio de permeabilidade e

obtenção da eficiência: A e B) Colocação do Carvão Ativado; C) Interface de

papel filtro e pedra porosa e revestimento com uma membrana de látex; D)

Fechamento da célula para ensaio. ................................................................. 92

i

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ii

Figura 3.12 - Etapas do ensaio para obtenção da eficiência: A) Percolação do

Lixiviado pré-tratado (Precipitação + Stripping); B) Efluente após a percolação

pelo Carvão Ativado; ........................................................................................ 92

Figura 3.13 - Etapas do ensaio em laboratório: A) Precipitação Química; B)

Decantação; C) Stripping da Amônia; D) Barreira Reativa com Carvão Ativado.

......................................................................................................................... 93

Figura 3.14 - Seqüencia da Estação Piloto: A) Precipitação Química; B)

Decantação; C) Stripping de amônia; D) Correção do pH; E) Barreira Reativa;

F) Caixa de Mistura para Cal e Água; G) Caixa de Mistura para Ácido e Água.

......................................................................................................................... 96

Figura 3.15 – Partida do Sistema em Escala Piloto. ........................................ 97

Figura 3.16 – Bomba Dosadora e Peristáltica. ................................................. 98

Figura 3.17 – Vistas da Estação Piloto: A) Caixa de Floculação (Precipitação

Química); F) Caixa de Mistura para Cal e Água; .............................................. 98

Figura 3.18 – Caixa de Decantação. ................................................................ 99

Figura 3.19 – Caixa para realização do Stripping da Amônia. ........................ 100

Figura 3.20 – Diferentes vistas da etapa de neutralidade do pH. Na sequência:

D) Caixa de Correção do pH; G) Caixa de Mistura para Ácido e Água. ......... 100

Figura 3.21 – Barreira Reativa. ...................................................................... 101

Figura 3.22 – Medição de Oxigênio Dissolvido. ............................................. 101

Figura 3.23 – Coleta de Lixiviado da Estação Piloto. ..................................... 102

Figura 4.1 - Perfis de remoção de cor do lixiviado em função da concentração

de diferentes marcas de hidróxido de cálcio. ................................................. 111

Figura 4.2 - Comportamento da Cor do lixiviado em função da variação da

concentração de cal. ...................................................................................... 113

Figura 4.3 - Comportamento da DQO do lixiviado em função da variação da

concentração de cal. ...................................................................................... 115

Figura 4.4 – Comportamento do pH durante a variação da dose de cal. ....... 116

Figura 4.5 - Comportamento da Turbidez do lixiviado em função da variação da

concentração de cal. ...................................................................................... 116

Figura 4.6 – Comportamento da Condutividade do lixiviado em função da

variação da concentração de cal. ................................................................... 117

Figura 4.7 - Desempenho da Cal na Remoção da Cor. ................................. 118

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iii

Figura 4.8 – Comportamento da DQO do lixiviado em função da variação da concentração de cal. ...................................................................................... 119

Figura 4.9 – Comportamento do pH durante a variação da dose de cal. ....... 120

Figura 4.10 – Comportamento da Turbidez do lixiviado em função da variação

da concentração de cal. ................................................................................. 120

Figura 4.11 – Comportamento da Condutividade do lixiviado em função da

variação da concentração de cal. ................................................................... 121

Figura 4.12 – Comportamento da Cor do lixiviado em função da variação da

concentração de cal. ...................................................................................... 122

Figura 4.13 - Comportamento da DQO do lixiviado em função da variação da

concentração de cal. ...................................................................................... 123

Figura 4.14 – Comportamento do pH durante a variação da dose de cal. ..... 124

Figura 4.15 – Comportamento da Turbidez do lixiviado em função da variação

da concentração de cal. ................................................................................. 125

Figura 4.16 – Comportamento da Condutividade do lixiviado em função da

variação da concentração de cal. ................................................................... 125

Figura 4.17 – Desempenho na remoção da DQO para diferentes

biodegradabilidades de lixiviado. .................................................................... 127

Figura 4.18 – Desempenho na remoção da Cor para diferentes

biodegradabilidades de lixiviado. .................................................................... 128

Figura 4.19 – Diagrama de Dispersão Cor versus DQO para um Lixiviado

Estabilizado. ................................................................................................... 128

Figura 4.20 – Diagrama de Dispersão Cor versus DQO para um Lixiviado de

Mediana Biodegradabilidade. ......................................................................... 129

Figura 4.21 – Diagrama de Dispersão Cor versus DQO para um Lixiviado de

Fácil Biodegradabilidade. ............................................................................... 129

Figura 4.22 – Desempenho na remoção da Turbidez para diferentes

biodegradabilidades de lixiviado. .................................................................... 130

Figura 4.23 - Desempenho na redução da condutividade para diferentes

biodegradabilidades de lixiviado. .................................................................... 131

Figura 4.24 – Diagrama de Dispersão Cor versus pH para um Lixiviado de Fácil

Biodegradabilidade. ........................................................................................ 132

Figura 4.25 – Diagrama de Dispersão Cor versus pH para um Lixiviado de

Mediana Biodegradabilidade. ......................................................................... 133

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iv

Figura 4.26 – Diagrama de Dispersão Cor versus pH para um Lixiviado de Fácil

Biodegradabilidade. ........................................................................................ 133

Figura 4.27 – Desempenho na remoção de DBO para diferentes

biodegradabilidades de lixiviado. .................................................................... 134

Figura 4.28 – Desempenho na remoção do Nitrogênio Amoniacal para

diferentes intervalos de tempo. ...................................................................... 136

Figura 4.29 – Gráfico do Comportamento do Nitrogênio Amoniacal versus

Intervalo de Tempo para Diferentes Aerações e Temperatura Constante igual a

26oC. .............................................................................................................. 137

Figura 4.30 – Desempenho na remoção da DQO para diferentes tempos de

homogeneização e granulometrias. ............................................................... 142

Figura 4.31 - Comportamento da Amônia para diferentes tempos de

homogeneização e granulometrias. ............................................................... 142

Figura 4.32 - Desempenho na remoção da Cor para diferentes granulometrias.

....................................................................................................................... 143

Figura 4.33 - Comportamento de Amônia do lixiviado bruto na presença de

Carvão Ativado. .............................................................................................. 145

Figura 4.34 - Comportamento da Amônia de lixiviado pré-tratado, na presença

do Carvão Ativado para um tempo de 24 horas. ............................................ 145

Figura 4.35- Desempenho da remoção da Amônia em lixiviado bruto e pré-

tratado. ........................................................................................................... 146

Figura 4.36 - Comportamento da DQO de lixiviado bruto na presença do

Carvão Ativado. .............................................................................................. 146

Figura 4.37 - Comportamento da DQO de lixiviado pré-tratado, na presença do

Carvão Ativado para um tempo de 24 horas. ................................................. 147

Figura 4.38 - Desempenho na remoção da DQO em lixiviado bruto e pré-

tratado. ........................................................................................................... 148

Figura 4.39 - Comportamento da Cor de lixiviado bruto na presença do Carvão

Ativado. .......................................................................................................... 148

Figura 4.40 - Comportamento da Cor de lixiviado pré-tratado, na presença do

Carvão Ativado para um tempo de 24 horas. ................................................. 149

Figura 4.41 - Desempenho na remoção da Cor em lixiviado bruto e pré-tratado.

....................................................................................................................... 150

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Figura 4.42 - Isoterma de sorção Linear com carvão ativado e lixiviado, obtida após 24 horas. ................................................................................................ 152

Figura 4.43 - Isoterma de sorção com carvão ativado e lixiviado, obtida após 24

horas. ............................................................................................................. 154

Figura 4.44 - Isoterma de sorção com carvão ativado e lixiviado, obtida após 24

horas. ............................................................................................................. 156

Figura 4.45 - Monitoramento da permeabilidade do carvão ativado para lixiviado

tratado 1, durante o ensaio de percolação. .................................................... 158

Figura 4.46 - Monitoramento da permeabilidade do carvão ativado para lixiviado

tratado 2, durante o ensaio de percolação. .................................................... 158

Figura 4.47 – Desempenho Geral do Sistema de Tratamento para o Lixiviado 1.

....................................................................................................................... 160

Figura 4.48 – Desempenho das Etapas de Tratamento para o Lixiviado 1. ... 161

Figura 4.49 – Desempenho Geral do Sistema de Tratamento para o Lixiviado 2.

....................................................................................................................... 163

Figura 4.50 – Desempenho das Etapas de Tratamento para o Lixiviado 2. ... 163

Figura 4.51 – Desempenho Geral do Sistema de Tratamento para o Lixiviado 3.

....................................................................................................................... 165

Figura 4.52 – Desempenho das Etapas de Tratamento para o Lixiviado 3. ... 165

Figura 4.53 – Desempenho Geral do Sistema de Tratamento para o Lixiviado 4.

....................................................................................................................... 167

Figura 4.54 – Desempenho das Etapas de Tratamento para o Lixiviado 4. ... 167

Figura 4.55 – Comparação entre os desempenhos dos Ensaios realizados em

laboratório para a concepção adotada (Precipitação Química seguido do

Stripping da Amônia e como polimento final a Barreira Reativa com Carvão

Ativado). ......................................................................................................... 169

Figura 4.56 – Desempenho das etapas de tratamento em escala piloto para o

lixiviado 1. ....................................................................................................... 174

Figura 4.57 – Desempenho das Etapas de Tratamento em Escala Piloto para o

Lixiviado 2. ..................................................................................................... 177

Figura 4.58 – Desempenho das Etapas de Tratamento em Escala Piloto para o

Lixiviado 3. ..................................................................................................... 179

Figura 4.59 – Desempenho das Etapas de Tratamento em Escala Piloto para o

Lixiviado 4. ..................................................................................................... 182

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Figura 4.60 – Etapa de floculação durante os cinco primeiros minutos de homogeneização e após 30 minutos. ............................................................. 184

Figura 4.61 – Unidade de Decantação. .......................................................... 185

Figura 4.62 – Lodo gerado pela precipitação química com a presença de algas.

....................................................................................................................... 185

Figura 4.63 – Etapa do Stripping da Amônia. ................................................. 186

Figura 4.64 – Unidade de correção de pH...................................................... 186

Figura 4.65 – Vista lateral do Sistema de Barreira Reativa. ........................... 187

Figura 4.66 – Vista de topo do Sistema de Barreira Reativa. ......................... 187

Figura 4.67 – Lançamento do Lixiviado Tratado. ........................................... 188

Figura 4.68 – Análise do desempenho do tratamento de lixiviado na remoção

de cor por etapa. Pela sequência: 1 – Precipitação Química; 2 – Stripping da

Amônia; 3 – Dosagem com Ácido; 4 – Barreira Reativa com Carvão Ativado.

....................................................................................................................... 188

Figura 4.69 – Sistema adotado por Robinson & Carville (2007) no aterro de

Durban............................................................................................................ 194

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Parâmetros do lixiviado para diferentes etapas. ............................ 9

Tabela 2.2 – Características mais prováveis do lixiviado de aterros brasileiros13

Tabela 2.3 - Resultados de alguns estudos que demonstraram a remoção de

DQO utilizando hidróxido de cálcio como agente precipitante. ........................ 49

Tabela 2.4 – Custos de Operação e Manutenção de Processos de Tratamento

(QASIM & CHIANG, 1994) ............................................................................... 71

Tabela 3.1 - Descrição das diferentes marcas comerciais de hidróxido de cálcio

avaliadas na pesquisa. ..................................................................................... 82

Tabela 4.1 - Caracterização do lixiviado do Aterro da Muribeca. ................... 105

Tabela 4.2 - Caracterização das diferentes marcas comerciais de hidróxido de

cálcio avaliadas na pesquisa. ......................................................................... 110

Tabela 4.3 – Caracterização do Lixiviado Bruto 1. ......................................... 112

Tabela 4.4 – Caracterização do Lixiviado Bruto 2. ......................................... 117

Tabela 4.5 – Caracterização do Lixiviado Bruto 3. ......................................... 121

Tabela 4.6 - Características físicas do carvão ativado tipo 6 x 10 e 20 x 40. . 139

Tabela 4.7 - Características Químicas do Carvão Ativado 6 x10 e 20 x 40.... 140

Tabela 4.8 – Caracterização do Lixiviado Bruto. ............................................ 141

Tabela 4.9 - Caracterização do Lixiviado Bruto e Pré-Tratado. ...................... 144

Tabela 4.10 - Caracterização do Lixiviado Tratado e suas respectivas Diluições.

....................................................................................................................... 151

Tabela 4.11 - Parâmetros de Sorção do íon amônia encontrados em literaturas

em comparação com o presente estudo ........................................................ 155

Tabela 4.12 - Características dos Lixiviados para os Ensaios em Laboratório.

....................................................................................................................... 159

Tabela 4.13 – Padrões de Lançamento obtidos para o Lixiviado 1. ............... 161

Tabela 4.14 – Padrões de Lançamento obtidos para o Lixiviado 2. ............... 164

Tabela 4.15 – Padrões de Lançamentos obtidos para o Lixiviado 3. ............. 166

Tabela 4.16 – Padrões de Lançamento obtidos para o Lixiviado 4. ............... 168

Tabela 4.17 – Desempenho médio e desvio dos valores dos ensaios em

laboratório. ..................................................................................................... 171

Tabela 4.18 – Médias dos valores de lançamentos para os ensaios em

laboratório. ..................................................................................................... 171

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Tabela 4.19 – Desempenho Médio das Unidades de Tratamento. ................ 172

Tabela 4.20 – Caracterização do Lixiviado Bruto. .......................................... 174

Tabela 4.21 – Análise da eficiência do tratamento de lixiviado em escala piloto

para o Lixiviado 1. .......................................................................................... 176

Tabela 4.22 – Análise da eficiência do tratamento de lixiviado em escala piloto

para o Lixiviado 2. .......................................................................................... 178

Tabela 4.23 – Caracterização do Lixiviado Bruto 3 e 4. ................................. 179

Tabela 4.24 – Análise da eficiência do tratamento de lixiviado em escala piloto

para o Lixiviado 3. .......................................................................................... 180

Tabela 4.25 – Análise da eficiência do tratamento de lixiviado em escala piloto

para o Lixiviado 4. .......................................................................................... 183

Tabela 4.26 – Desempenho Mínimo, Médio e Máximo das Unidades de

Tratamento em Escala Piloto. ........................................................................ 189

Tabela 4.27 – Percentual Médio Global e Desvios Padrões dos Parâmetros

Estudados em Escala Piloto. .......................................................................... 193

Tabela 4.28 – Percentual Médio de Remoção Obtido em Diversos Tipos de

Escalas. .......................................................................................................... 197

Tabela 4.29 – Parâmetros Estudados em Escala de Laboratório. ................. 198

Tabela 4.30 – Parâmetros Estudados em Escala Piloto. ............................... 198

Tabela 4.31 – Estimativa da Média Global e Desvios Padrões dos Parâmetros

para Escala Real. ........................................................................................... 199

Tabela 4.32 – Custo dos Reagentes. ............................................................. 201

Tabela 4.33 – Custo da Mão de Obra (em Recife). ........................................ 201

Tabela 4.34 – Custo da Implantação. ............................................................. 201

Tabela 4.35 – Custo da Manutenção. ............................................................ 202

Tabela 4.36 – Custo dos Bens de Consumo. ................................................. 202

Tabela 4.37 – Custo do Reagente. ................................................................. 203

Tabela 4.38 – Custo da Mão de Obra. ........................................................... 203

Tabela 4.39 – Custo da Implantação. ............................................................. 204

Tabela 4.40 – Custo da Manutenção. ............................................................ 204

Tabela 4.41 – Custo dos Bens de Consumo. ................................................. 204

Tabela 4.42 – Comparação entre Custos em Diferentes Escalas. ................. 206

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LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1 - Alguns íons encontrados no lixiviado e possíveis origens. .......... 16

Quadro 2.2 – Tipos de Cales e suas respectivas aplicações (SHINODA, 2009).

......................................................................................................................... 43

Quadro 3.1 - Parâmetros analisados para a caracterização de lixiviado. ......... 80

Quadro 3.2 - Principais determinações para caracterização do Carvão Ativado.

......................................................................................................................... 88

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LISTA DE SÍMBOLOS, NOMECLATURA E ABREVIAÇÕES

oC Grau Celsius µm Micrômetro mS/cm Milisiemens por centímetro NTU Unidade de Turbidez Nefelométrica Vb Verba Kg Quilograma g Grama Kwh Quilowatthora L Litro mL mililitro NBR Norma Brasileira CC Capacidade de Campo A Área ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas C Coeficiente de Escoamento Superficial % Porcentagem NH

3 Amônia livre

NH4

+ Amônia ionizada ou íon amônio UW Água absorvida e retida pelo resíduo US Água absorvida e retida pela camada de cobertura POA Processo Oxidativo Avançado

g Densidade das partículas ou dos grãos e Índice de vazios E Evaporação ES Escoamento Superficial G Vapor d’água que sai com os gases H2 Gás Hidrogênio W Umidade do resíduo I Infiltração K Grau de Compactação K´ Coeficiente de infiltração L Lâmina de água BRP Barreira Reativa Permeável APHA American Public Health Association CTC Capacidade de Troca Catiônica P Precipitação

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PERC Percolado Q Vazão do Percolado pH Potencial hidrogeniônico MOD Matéria Orgânica Dissolvida FS Sistemas de Fluxo Superficial FSS Sistemas de Fluxo Subsuperficial q Taxa de Sorção Ce Concentração de Equilíbrio Kd Coeficiente de Distribuição α Constante de Sorção β Taxa de Sorção Máxima SO4 Sulfato UW Água vinda com o resíduo γs Peso Específico seco γh Peso Específico úmido

Porosidade do solo ou resíduo DQO Demanda Química de Oxigênio DBO5 Demanda Bioquímica de Oxigênio CaO Óxido de Cálcio (Cal Virgem) Ca(OH)2 Hidróxido de Cálcio CD Custo Direto CI Custo Indireto CF Custo Fixo CV Custo Variável CT Custo total D Depreciação CHESF Companhia Hidroelétrica do São Francisco M Massa do Solo Seco V Volume da Solução Cf Concentração Final do Soluto Co Concentração Inicial do Soluto UASB Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente TDH Tempo de Detenção Hidráulico PVC Poli Cloreto de Vinila CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente VMP Valor Mais Provável COPAM Conselho Estadual de Política Ambiental XOC Xenobióticos Orgânicos Contaminantes

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Ka Constante de Ionização Ácida ETE Estação de Tratamento de Esgoto ST Sólidos Totais SDT Sólidos Dissolvidos Totais SST Sólidos Suspensos Totais

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1. INTRODUÇÃO

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA

Nas últimas décadas, a geração de resíduos vem tomando proporções assustadoras em

função dos novos hábitos da sociedade, que vem substituindo os bens de consumo

duráveis pelos descartáveis a fim de favorecer a demanda de bens, serviços e de

conforto da população. No passado, quando as comunidades eram menores, a

quantidade e composição dos resíduos não traziam tanta preocupação, pois sua

constituição química era predominantemente orgânica e biodegradável. Nos dias atuais,

os resíduos são produzidos em grande quantidade, sendo uma boa percentagem

composta de materiais de média a difícil biodegradabilidade. Por este motivo não

podem ser descartados sem prévio tratamento, além disso, as possibilidades de reuso

e/ou reciclagem dos produtos devem ser consideradas.

A geração descontrolada e a disposição inadequada de resíduos sólidos têm gerado

sérios problemas de degradação do meio ambiente, provocando alterações no solo, ar e

nos recursos hídricos, acarretando, assim, a poluição do meio ambiente e redução da

qualidade de vida do homem. Um dos mais importantes contaminantes do solo, das

águas subterrâneas e superficiais, o lixiviado, é resultado da digestão da matéria

orgânica sólida mais as águas presentes no aterro, provenientes das chuvas e da umidade

presente no próprio resíduo. Em função da elevada concentração da matéria orgânica e

outros materiais inorgânicos, o lixiviado constitui-se como um poluente extremamente

agressivo ao ambiente, necessitando de tratamento anterior ao seu lançamento no corpo

receptor. O tipo de tratamento deve ser definido em função da quantidade e

características do lixiviado gerado e das exigências da legislação em função do corpo

receptor.

Na Europa, o tratamento de lixiviado utiliza-se de tecnologias avançadas, porém seu

alto custo e a diferente composição do lixiviado podem impedir que estas técnicas

possam ser implantadas no Brasil. Para os mais simples tratamentos físico-químicos de

lixiviado neste continente, seu custo pode variar de 3 a 6 Euros/m3 , enquanto que para a

evaporação ou osmose reversa de 15 a 30 Euros/m3 (HJELMAR et al., 1995). Na

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Alemanha, na Cidade de Leppe foi instalado um sistema de tratamento de lixiviado

consistindo de coagulação, floculação com Ca(OH)2, sedimentação, peróxido/UV e leito

granular de carvão ativado, obtendo-se uma redução em cerca de 92% de DQO para

uma vazão máxima de 2 L/s. Trebouet et al. (2001), na França, utilizaram a

nanofiltração seguida de coagulação química, e obtiveram uma remoção de DQO entre

70 a 80%, estando em concordância ao exigido pela legislação ambiental.

No Brasil, quando se define por tratamento do lixiviado “in situ”, utiliza-se com muita

freqüência as lagoas de estabilização que possuem como desvantagem a necessidade de

uma área muito grande para implantação. Como exemplo, pode-se citar o Aterro de

Resíduos Sólidos da Muribeca - PE, que trata seu lixiviado através de lagoas de

estabilização seguido de um sistema bioquímico, tendo também como alternativa o

tratamento através da recirculação. Porém, o aterro de Gramacho – RJ, destaca-se no

Brasil por ter instalada a única estação de tratamento de grande porte com operação

sistemática. O sistema de tratamento é composto de equalização em lagoa, tratamento

físico-químico de coagulação e clarificação e correção do pH, seguida de tratamento

biológico aeróbio por lodos ativados. O polimento do lixiviado é obtido pelo processo

de membranas de nanofiltração. Já os lixiviados gerados nos dois aterros da Grande São

Paulo (Bandeirantes e São João), são transportados para as estações de tratamento de

esgoto da concessionária SABESP, onde são despejados.

Nesta Tese foi concebido um sistema de tratamento de lixiviado em escala piloto que

envolve três processos distintos. A concepção deste sistema foi balizada no

conhecimento das características do lixiviado gerado no Aterro da Muribeca com o

apoio de ampla revisão bibliográfica, conforme descrito a seguir.

Baseado em estudos realizados por diversos autores (Thornton & Blanc, 1973 ; Ho et

al.,1974 ; Keenan et al., 1984; Slater et al.,1983a ; Millot, 1986; Amokrane et al.,1997;

El-Fadel et al., 2003; Giordano, 2003; Renou et al., 2009), notou-se que a precipitação

química com cal hidratada, em diversos tratamentos de lixiviado no mundo, apresentou

eficiência na remoção em até 60% da DBO, 72% da DQO, 60% de Nitrogênio

Amonical, 90% dos metais pesados, 70 a 90 % de cor, turbidez, sólidos suspensos, além

de óleos dispersos. Estes resultados demonstram uma eficiência parcial que

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complementada com outras etapas tenderá a obter um bom desempenho global. Por

outro lado, Povinelli & Sobrinho (2009), ao analisarem os estudos de Santana-Silva

(2008) afirmaram que a precipitação química com hidróxido de cálcio não se revelou

eficaz na remoção de DBO, DQO e nitrogênio devido ao baixo tempo de floculação

adotado pela autora que foi cerca de seis vezes menor que o utilizado nesta tese.

Na etapa seguinte, utilizando a elevação do pH pelo hidróxido de cálcio adicionado

anteriormente, foi realizado o stripping da amônia. De acordo com Povinelli &

Sobrinho (2009), dentre os processos físico-químicos, é o que se revela mais eficaz para

a remoção do nitrogênio amoniacal, onde o favorecimento da volatilização da amônia

não ionizada é obtido pelo aumento do contato entre o lixiviado, o ar e pela elevação do

pH. Excelentes resultados foram obtidos por diversos autores - Bento et al. (2008); Da

Silva et al. (2007); Santana-Silva (2008) - na remoção de amônia e até mesmo na

remoção de DQO. Bento et al. (2008), realizaram o processo de stripping de amônia no

Jar Test, e obtiveram uma remoção de nitrogênio amoniacal em até 98%. Da Silva et al.

(2007), ao monitorar 15L de lixiviado contido em um recipiente, removeram cerca de

79% de nitrogênio amoniacal. Santana-Silva (2008) ao realizar um método combinado

de precipitação química com cal hidratada seguido do stripping da amônia obteve uma

remoção em cerca de 99% de nitrogênio amoniacal e 55% de DQO.

O Sistema de Barreira Reativa foi escolhido como polimento final do tratamento

adotado. Seus estudos foram baseados em Beltrão (2006) que obteve um bom

desempenho na remoção de compostos orgânicos como tratamento terciário (cerca de

48% de DQO). Porém, o carvão ativado foi escolhido como material alternativo para

compor a barreira em função do baixo custo, alta capacidade de sorção e seletividade.

Além disso, estudos realizados por diversos autores (KIPLING, 1965; BURCHINAL,

1970; CHIAN & DeWALLE, 1977; McCLINTOCK et al., 1990) comprovaram a

eficiência do carvão ativado para o tratamento de lixiviado obtendo uma remoção de

DQO de 59 a 94%. Amokrane et al (1997) relataram que a adsorção por carbono

ativado permitiu remoção de 50 a 70% de DQO e nitrogênio amoniacal.

O sistema de tratamento de lixiviado adotado: Precipitação Química seguido de

Stripping da Amônia e Barreira Reativa Permeável (BRP) foi testado em escala de

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laboratório (sistema em batelada) e em Escala Piloto no campo (sistema em fluxo

contínuo). A eficiência e os padrões de lançamento do sistema em escala piloto foram

norteados pela legislação federal CONAMA 357/05, e, estadual mineira (COPAM

01/2008). Ressalta-se que a norma estadual mineira foi utilizada para analisar a

eficiência de remoção de DBO e DQO por sua legislação ser a única no Brasil

direcionada ao tratamento de lixiviado de aterro de resíduos sólidos urbanos.

1.2. OBJETIVOS

Esta tese possui como objetivo geral, avaliar e propor um sistema de tratamento

experimental para lixiviado de aterros de resíduos sólidos urbanos utilizando processo

físico e químico, analisando sua eficiência e padrões de lançamento, baseando-se na

legislação federal CONAMA 357/05, e, estadual de Minas Gerais (COPAM 01/2008).

Quanto aos objetivos específicos, são descritos resumidamente em cinco tópicos:

realizar o dimensionamento do sistema em escala piloto baseado na

caracterização quantitativa e qualitativa do lixiviado do Aterro Controlado da

Muribeca;

determinar o melhor desempenho na remoção de DQO e Nitrogênio Amoniacal

para cada unidade adotada do sistema em escala piloto (precipitação química,

stripping da amônia e BRP) baseado em variáveis como: tempo de floculação, dose

de cal, tempo e vazão do ar injetado no lixiviado e granulometria do carvão;

projetar um sistema de tratamento de lixiviado eficiente, em conformidade com

as legislações em vigor, de baixo custo, fácil implantação e operação;

analisar a viabilidade econômica do sistema adotado.

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2. LIXIVIADOS DE ATERROS DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Neste capítulo, apresenta-se um resumo da literatura nacional e internacional

direcionada à origem, formação, composição e tratamento do lixiviado. A importância

da análise destes aspectos deve-se ao fato de estar ligado ao dimensionamento e à

escolha adequada de um sistema de tratamento. Também serão relatados de forma mais

detalhada, os diversos tipos de tratamento de lixiviado empregados no Brasil e no

mundo, evidenciando os seus desempenhos.

2.1. DEFINIÇÃO

A NBR 8849/1985 define chorume como “líquido produzido pela decomposição de

substâncias contidas nos resíduos sólidos, que tem como características a cor escura, o

mau cheiro e a elevada DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio); constitui-se numa

mistura de substâncias inorgânicas, compostos em solução e em estado coloidal e

diversas espécies de micro-organismos.” O chorume é definido também como um

líquido mal cheiroso, de coloração negra, que apresenta uma elevada demanda química

de oxigênio (DQO) e DBO5 (SCHALCH & MORAES, 1988; GOMES, 1989). Orth

(1981) reforça a definição ao afirmar que “o chorume ou sumeiro é um líquido mal

cheiroso, de coloração escura, produzido pela decomposição bioquímica do resíduo,

principalmente em condições anaeróbias. É formado por enzimas expelidas por

bactérias que dissolvem a matéria orgânica, pela água das reações bioquímicas e pela

água contida no resíduo e na matéria orgânica”. Segundo Barbosa et al. (1999) apud

Santos & Coelho (2003), o chorume é um líquido constituído de uma mistura de

substâncias orgânicas e inorgânicas em solução ou em estado coloidal e diversas

espécies de micro-organismos que podem causar consideráveis problemas ambientais.

Serafim et. al. (2003) afirmam que o chorume é originário de três diferentes fontes: da

umidade natural do resíduo, da água de constituição da matéria orgânica, que escorre

durante o processo de decomposição e das bactérias existentes no resíduo que expelem

enzimas responsáveis pela degradação da matéria orgânica com formação de líquido.

Por outro lado, Orth (1981) e Tchobanoglous et al. (1993) afirmam que o líquido

percolado ou simplesmente percolado, é uma combinação do chorume com a água que

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percola através do resíduo. Esta água provém de uma parte da precipitação

pluviométrica que infiltra na cobertura final do aterro, de nascentes próximas e de águas

subterrâneas. O percolado é formado pela percolação de águas que atravessam a massa

do resíduo, arrastando o chorume, além de outros materiais em solução e/ou suspensão.

Estas águas que atravessam a massa de resíduo, podem ser formadas através da:

umidade natural do resíduo; água de constituição presente no resíduo que são liberadas

pela compactação ou pela decomposição biológica; infiltração das águas de chuva da

camada de cobertura do aterro; pela contribuição das nascentes e águas do subsolo que

por capilaridade atingem a massa de resíduo (LINS, 2003).

Estas definições tornam-se confusas por muitas vezes serem apresentadas discrepâncias

semânticas. Alguns autores ao realizarem os estudos de literaturas internacionais não se

preocupam na tradução e definição adequada. Assim sendo, para esta Tese de

Doutorado, usar-se-á a palavra “lixiviado” para todo o líquido proveniente da massa

aterrada, termo este utilizado e adotado pela Rede PROSAB, desde 2007.

2.2. GERAÇÃO DE LIXIVIADO

A quantidade de lixiviado produzido em um aterro depende de fatores como: condições

meteorológicas locais (umidade, precipitação, evaporação, temperatura e ventos);

geologia e geomorfologia (escoamento superficial e/ou infiltração subterrânea, grau de

compactação do resíduo e capacidade dos solos em reter umidade); condições de

operação do aterro (conformação e cobertura das células, grau de compactação dos

resíduos, tipo de equipamento, recirculação de percolado; recalques); idade e natureza

dos resíduos sólidos (tipo, umidade, nível de matéria orgânica, características);

topografia (área e perfil do aterro); qualidade e quantidade de recicláveis; e finalmente

hábitos populacionais (OLIVEIRA & PASQUAL, 2000; EL-FADEL et al , 2001;

CATAPRETA et al , 2009).

Segundo Venkataramani et al. (1983), existem três estágios significativos na produção

de lixiviado. Primeiro pela compressão – no decorrer do tempo com o próprio peso dos

resíduos - e compactação dos resíduos; pela decomposição da matéria orgânica, e por

fim, pela infiltração de águas pluviais nas camadas superficiais, laterais ou inferiores

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dos aterros sanitários. Hamoda & Al-Yaqout (2001) afirmam que a geração de lixiviado

em aterros é governada pelo balanço hídrico e pelos processos de decomposição dos

resíduos. A seguir são apresentados os principais processos responsáveis pela geração

de lixiviado.

2.2.1. Processos de Decomposição dos Resíduos

Na decomposição dos resíduos em aterros ocorrem processos físicos, químicos e

biológicos, onde a qualidade do lixiviado está associada a todos estes processos, porém

o processo biológico é o mais importante (op. cit.).

A matéria orgânica dos resíduos sólidos urbanos, responsável pela formação do

lixiviado, pode sofrer dois tipos de decomposição: a anaeróbia, quando a massa de

resíduo está na ausência de oxigênio, e, aeróbia, quando a massa de resíduo está em

contato com o ar, ou por ausência de recobrimento ou ainda pela má compactação da

camada de cobertura.

No metabolismo aeróbio, os micro-organismos se desenvolvem em presença de

oxigênio molecular ou excepcionalmente incorporado a elementos minerais (nitratos ou

sulfatos). A cobertura diária do resíduo promove processos aeróbios, tendo duração de

um dia a várias semanas, até que seja consumido todo o oxigênio, porém, trata-se de

uma etapa sem muita importância em termos de qualidade de lixiviado (SEGATTO,

1999; SALEM et al., 2008). Leite et al. (2001b) e Vlyssides et al (2003), reforçam aos

autores supracitados afirmando ainda que este processo dura menos que um mês,

gerando ainda quantidades de gás carbônico e hidrogênio.

No metabolismo anaeróbio, os micro-organismos se desenvolvem na ausência de

oxigênio, podendo entretanto, ser tolerado (anaeróbios facultativos) ou não (anaeróbios

estritos). A degradação anaeróbia inicia-se logo após o consumo total de oxigênio no

interior do aterro (LINS, 2003). Segundo Bidone & Povinelli (1999) e Leite et al.

(2001a) a decomposição anaeróbia é lenta, gerando alguns subprodutos como amônia,

ácidos orgânicos e gases, como o gás sulfídrico, quantidades traços de outros gases e

ácidos orgânicos de baixo peso molecular (POLPRASERT, 1989).

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Salem et al. (2008) indicam que na fermentação ácida, o lixiviado se caracteriza pela

presença de ácidos graxos voláteis, álcoois, amônio e altos níveis de íons inorgânicos. A

demanda bioquímica de oxigênio (DBO), a demanda química de oxigênio (DQO) e a

condutividade no lixiviado aumentam significantemente devido à dissolução de ácidos

orgânicos e material inorgânico no lixiviado. (TCHOBANOGLOUS et al, 1993).

Segundo Lins (2003), na última fase, chamada de fermentação metanogênica, as

bactérias metanogênicas decompõem os produtos da fermentação ácida convertendo-os

em metano, substâncias húmicas e água. Segundo Firmo (2008), nesta fase, o pH

encontra-se em valores próximo à neutralidade, na faixa de 6,8 a 8, ocasionando uma

diminuição nas concentrações de DBO, DQO e de condutividade do lixiviado. Com

valores mais altos do pH, uma menor quantidade de constituintes inorgânicos são

dissolvidos, e como resultado, a concentração de metais pesados presentes no lixiviado

também se reduz. Durante a fase de fermentação metanogênica, o lixiviado é composto

por ácidos húmicos e fúlvicos, que são difíceis de degradar biologicamente.

A Tabela 2.1 apresenta os parâmetros característicos do lixiviado de aterros norte-

americanos para diversas idades. Observa-se que os parâmetros durante a fase inicial

possuem valores bem mais elevados que aterros com idade superior a 10 anos, o que

vem a influenciar diretamente na escolha do tipo de tratamento de lixiviado. Observa-se

que os metais pesados na fase de 0 a 5 anos são mais acentuados e disponíveis, quando

comparado a aterro com idade superior a 10 anos, em função do baixo pH. Além disto,

nesta fase inicial de decomposição dos resíduos, o lixiviado tende a possuir uma alta

DBO e DQO.

De um modo geral, de acordo com a Tabela 2.1, percebe-se que um lixiviado jovem (0 a

5 anos) pode ser tratado biologicamente, uma vez que sua relação DBO5/DQO é

elevada, além de biodisponibilizar nutrientes necessários a decomposição da matéria

orgânica (fósforo e nitrogênio). Porém, o desempenho deste tratamento também vai

depender da quantidade de amônia presente no efluente. Já durante a fase metanogênica

(10-20 anos) o tratamento biológico em lixiviado não é indicado em função de sua baixa

relação DBO5/DQO e pela ausência do fósforo.

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Tabela 2.1 – Parâmetros do lixiviado para diferentes etapas.

PARÂMETROS IDADE DOS ATERROS (ANOS)

0 a 5 5 a 10 10 a 15 20

DBO (mg/L) 10.000-25.000 1.000-4.000 50-1.000 50

DQO (mg/L) 15.000-40.000 10.000-20.000 1.000-5.000 1.000

NTK (mg/L) 1.000-3.000 400-600 75-300 50

N-NH3 (mg/L) 500-1.500 300-500 50-200 30

SDT (mg/L) 10.000-25.000 5.000-10.000 2.000-5.000 1.000

pH 3-6 6-7 7-7,5 7,5

Cálcio (mg/L) 2.000-4.000 500-2.000 300-500 300

Sódio e Potássio (mg/L) 2.000-4.000 500-1.500 100-500 100

Ferro e Magnésio (mg/L) 500-1.500 500-1.000 100-500 100

Zinco (mg/L) 100-200 50-100 10-50 10

Cloreto (mg/L) 1.000-3.000 500-2.000 100-500 100

Sulfato (mg/L) 500-2.000 200-1.000 50-200 50

Fósforo (mg/L) 100-300 10-100 - 10

Fonte: FARQHAR (1989) apud EL-FADEL et al. (2002).

2.2.2. Balanço Hídrico

Segundo FERNÁNDEZ-VIÑA (2000), o balanço hídrico implica na soma de todas as

quantidades de água que entram no aterro e a subtração das quantidades de águas

consumidas nas reações químicas, assim como a quantidade que sai em forma de vapor

d´água, determinando-se o percolado como a quantidade de água, em excesso, da

capacidade de campo, que para o solo ou resíduo, escapa da massa sólida.

De acordo com BLIGHT et al (1996), o balanço hídrico em aterros sanitários pode ser

descrito desta forma:

ÁGUA QUE ENTRA = ÁGUA QUE SAI + ÁGUA RETIDA

Matematicamente, expressa-se esta relação da seguinte forma:

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P + UW = E + G + L + ES + UW + US (Equação 1)

Onde:

P = Precipitação (mm);

UW = Água vinda com o resíduo (contribui apenas uma vez no balanço) (mm);

E = Evapotranspiração (mm);

G = Vapor d’água que sai com os gases (mm);

L = Água que sai com lixiviado (mm);

ES = Escoamento superficial (mm);

UW = Água absorvida e retida pelo resíduo (mm);

US = Água absorvida e retida pela camada de cobertura (mm).

Pessin et al. (2003), afirmam que a produção de lixiviados em aterros é conseqüência do

teor de umidade dos resíduos e do contato entre os resíduos e as águas pluviais, que

aumentam significativamente a geração de lixiviados, podendo trazer conseqüências

danosas para as Estações de Tratamento. Para Lins (2003) quando as águas de chuva e

nascentes, não são devidamente drenadas, percolam nos resíduos sólidos, tendem a

elevar o teor de umidade no interior da massa de resíduo, podendo atingir a capacidade

de campo e consequentemente, gerando o lixiviado. Durante as análises realizadas no

Aterro Controlado da Muribeca, LINS et al. (2005) observaram a influência não apenas

da precipitação, mas também da capacidade de campo na geração de lixiviado. Ocorrida

a precipitação, em épocas de déficit hídrico, não ocorreu um aumento simultâneo da

vazão na Estação de Tratamento local, uma vez que em condições seca, de baixa

umidade, o resíduo absorveu o máximo possível da água da chuva. Porém, em épocas

de excedente hídrico, estando o resíduo já próximo da capacidade de campo, o aumento

da vazão ocorreu quase que de forma simultânea com a precipitação. Bendz et al.

(1997), El-Fadel et al. (2002), Capelo Neto (2005), também observaram esta relação

entre geração de lixiviado com a capacidade de campo e precipitação.

Como se sabe a água que precipita sobre o aterro, parte é devolvida à atmosfera pela

evapotranspiração, parte escoa superficialmente e o restante se infiltra, podendo ficar

retida na camada de cobertura ou produzir uma percolação quando for atingida a

saturação desta camada, como apresentada na Figura 2.1.

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Figura 2.1 – Fluxo da água em um aterro sanitário (LINS, 2003).

Ehrig (1983) e Münnich & Collins (2001), durante estudos realizados na Alemanha,

verificaram que a precipitação pluviométrica é o fator mais importante para a produção

de lixiviado. Monteiro et al. (2002), no Aterro Controlado da Muribeca e Vadillo et al.

(1999) no aterro de Marbella, também obtiveram a mesma constatação. Já Moreau-Le

Golvan et al. (2001), concluíram, através de estudos realizados na França por meio de

modelos computacionais relativos a balanço hídrico, que a geração de lixiviado está

vinculado principalmente a precipitação pluviométrica, ao tipo de camada de cobertura

e a qualidade da operação do aterro.

Hamoda & Al-Yaqout (2001) afirmaram, à partir de experiências realizadas no Kuwait,

que a precipitação não é um fator fundamental para a geração de lixiviado, uma vez que

mesmo com a baixa média histórica pluviométrica - 110 mm/ano - ocorre a geração de

lixiviado, em função da umidade presente nos resíduos da coleta que aportam ao aterro.

Já Tränkler et al. (2005) afirmam que uma camada de cobertura apropriada é um dos

principais parâmetros a considerar para o controle da geração de lixiviado.

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De um modo geral, os autores supracitados consideram que os fatores fundamentais

para a geração de lixiviado estão baseados no seu contexto hídrico: para regiões secas, a

umidade do resíduo é considerada fundamental, enquanto que para regiões úmidas, a

precipitação é o fator relevante. Na verdade, a precipitação pluviométrica é um fator

fundamental na geração de lixiviado para os países de clima tropical como o Brasil

2.3. COMPOSIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO LIXIVIADO

Segundo Lisk (1991), Qasim & Chiang (1994), Ehrig (1989), Herrera (2000), Crawford

& Smith (1985) apud Tatsi et al. (2003) e Paes (2003), as características físicas,

químicas e biológicas do lixiviado dependem: do tipo de resíduo aterrado, clima,

estação do ano, idade do aterro, tipo de operação do aterro, condições internas do aterro

como temperatura, teor de umidade, altura do aterro, entre outros.

Souto & Povinelli (2007) selecionaram dados publicados em congressos, periódicos

científicos e teses de doutorado referentes a 25 aterros brasileiros. Desses, 18 estão

localizados na região Sudeste (13 em São Paulo, três no Rio de Janeiro, um em Minas

Gerais e um no Espírito Santo), cinco na região Sul (três no Rio Grande do Sul, um no

Paraná e um em Santa Catarina), um na região nordeste (Pernambuco) e um na região

norte (Tocantins). Somente foram incluídas na análise variáveis que foram avaliadas em

pelo menos cinco aterros diferentes. O objetivo dos autores foi o de elaborar uma

caracterização do lixiviado de aterros brasileiros, já que as tabelas disponíveis em

literatura usualmente apresentam dados oriundos do exterior, principalmente de clima

temperado. Com base neste levantamento foram construídas distribuições de freqüência

que permitiram determinar as faixas mais prováveis de concentração para 30 variáveis

físico-químicas do lixiviado.

A Tabela 2.2 apresenta informações sobre o lixiviado de diversos aterros obtidas

mediante revisão bibliográfica realizada por Souto & Povinelli (2007).

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Tabela 2.2 – Características mais prováveis do lixiviado de aterros brasileiros

Variável Faixa máxima Faixa mais provável VMP pH 5,7 – 8,6 7,2 – 8,6 78% Alcalinidade total (mg/L de CaCO

3) 750 - 11 400 750 - 7100 69 %

Dureza (mg/L de CaCO3) 95 - 3 100 95 – 2100 81 %

Condutividade (µS/cm) 2 950 - 25 000 2 950 - 17660 77 % DBO (mg/L) < 20 - 30 000 < 20 - 8 600 75 % DQO (mg/L) 190 – 80 000 190 - 22300 83 % Óleos e Graxas (mg/L) 10 – 480 10 – 170 63 % Fenóis (mg/L de C

6H

5OH) 0,9 – 9,9 0,9 – 4,0 58 %

NTK (mg/L) 80 - 3 100 não há - N-amoniacal (mg/L) 0,4 - 3 000 0,4 - 1 800 72 % N-orgânico (mg/L) 5 - 1 200 400 - 1 200 80 % N-nitrito (mg/L) 0 – 50 0 – 15 69 % N-nitrato (mg/L) 0 – 11 0 – 3,5 69 % P-total (mg/L) 0,1 – 40 0,1 - 15 63 % Sulfeto (mg/L) 0 – 35 0 – 10 78 % Sulfato (mg/L) 0 - 5 400 0 - 1 800 77 % Cloreto (mg/L) 500 - 5 200 500 - 3 000 72 % Sólidos totais (mg/L) 3 200 - 21 900 3 200 a 14 400 79 % Sólidos totais voláteis (mg/L) 630 - 20 000 630 - 5 000 60 % Sólidos totais fixos (mg/L) 2 100 - 14 500 2 100 - 8 300 74 % Sólidos suspensos totais (mg/L) 5 - 2 800 5 - 700 68 % Sólidos suspensos voláteis (mg/L) 5 – 530 5 - 200 62 % Ferro (mg/L) 0,01 – 260 0,01 - 65 67 % Manganês (mg/L) 0,04 – 2,6 0,04 – 2,0 79 % Cobre (mg/L) 0,005 – 0,6 0,05 – 0,15 61 % Níquel (mg/L) 0,03 – 1,1 0,03 – 0,5 71 % Cromo (mg/L) 0,003 – 0,8 0,003 – 0,5 89 % Cádmio (mg/L) 0 – 0,26 0 – 0,065 67 % Chumbo (mg/L) 0,01 – 2,8 0,01 – 0,5 64 % Zinco (mg/L) 0,01 – 8,0 0,01 – 1,5 70 %

Fonte: SOUTO & POVINELLI (2007)

A seguir são apresentados distintamente os diversos fatores que influenciam na

composição e características do lixiviado.

2.3.1. Influência da Natureza dos Resíduos

Segundo Giordano (2003) a composição dos resíduos sólidos urbanos é definida pelas

condições ambientais, de urbanização e pelo nível sócio-econômico da região geradora

como também pelo tipo de gerenciamento dos resíduos. Observou-se que nas regiões

nas quais se faz a coleta seletiva, as frações de papéis, plásticos e metais são reduzidas

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em relação aos resíduos dispostos nos aterros, o que diretamente afeta a qualidade do

lixiviado.

Rousseaux et al. (1989) apud Egreja Filho (1998), fizeram uma estimativa das

quantidades de metais pesados dispersos no resíduo brasileiro, assim como a

contribuição de cada componente do resíduo para o teor final de metais no composto.

Os plásticos aparecem como a principal fonte de Cádmio (67 a 77% do total). O

chumbo e o cobre se manifestam em quantidades importantes nos metais ferrosos (29 a

50% de chumbo e 14 a 50% de cobre). O couro contribui com cerca de 35% do cromo e

a borracha com 32 a 37% do zinco. O papel aparece como notável fonte de chumbo (10

a 14%). De um modo geral, nota-se a presença de metais pesados de alta toxidez em

componentes utilizados no dia-a-dia da população urbana e que são passíveis de

reciclagem, mas que são lançados diariamente nos lixões ou aterros, podendo aumentar

os impactos ambientais negativos e alterar a qualidade do lixiviado.

Para Leite et al. (2004), os resíduos sólidos urbanos são constituídos por materiais que

praticamente não se biodegradam, por materiais que se biodegradam lentamente e por

aqueles que se biodegradam em período de tempo relativamente curto. Segundo Costa

et al. (2006), nos resíduos orgânicos predominam a celulose, lignina, proteínas,

aminoácidos e outros constituintes que sofrem transformações bioquímicas através das

enzimas dos micro-organismos. A intensidade com que os resíduos orgânicos são

consumidos depende das condições químicas e ambientais. Os resíduos ricos em lignina

e compostos aromáticos são de difícil biodegradação, diferente dos compostos que

possuem elevada quantidade de carboidratos solúveis que são facilmente decompostos.

Segundo SILVA (2002), a dificuldade ou impossibilidade de degradação de certas

substâncias químicas na natureza associa-se ao termo recalcitrância. Como os micro-

organismos são os principais agentes dos processos de degradação e reciclagem de

nutrientes, sua incapacidade de degradar ou transformar essas substâncias é o indício de

sua recalcitrância ou persistência no meio ambiente. Ainda de acordo com a autora, as

substâncias podem oferecer dificuldade a biodegradação em decorrência de diversos

fatores:

i) estrutura química complexa desprovida de grupos funcionais reativos;

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ii) a molécula pode exercer uma ação tóxica sobre a microflora ou ainda inativar

enzimas chaves do metabolismo celular;

iii) a molécula pode se complexar ou interagir com elementos ou compostos químicos

tornando-se pouco acessível às enzimas extracelulares e a posterior metabolização.

Segundo Bidone & Povinelli (1999), os resíduos podem ser classificados quanto ao seu

grau de degradabilidade em:

- Resíduos Facilmente Degradáveis (Categoria A): Nesta categoria estão as matérias

orgânicas encontradas nos resíduos sólidos de origem urbana. Os alimentos e resíduos

de jardinagem produzem altas concentrações de matéria orgânica e nitrogênio

amoniacal, que ocorre nos primeiros meses depois de enterrado.

- Moderadamente Degradáveis (Categoria B): São os papéis, papelão, material

celulósico e podas de árvores. O papel mesmo apresentando características químicas

satisfatórias para degradação biológica é considerado moderadamente degradável, por

apresentar grandes cadeias orgânicas, difíceis de serem quebradas pelos micro-

organismos (MENDONÇA et al., 2003). Tanto no papel como nas podas de árvore, a

celulose, a hemicelulose e a lignina são os principais componentes, onde a celulose é

muito resistente a degradação devido a forte estrutura cristalina e devido a interferência

de outros constituintes, a hemicelulose e a lignina, que são considerados recalcitrantes

ou até mesmo refratário em condições anaeróbias (KIM et al., 1997).

- Dificilmente Degradáveis (Categoria C): São os tecidos oriundos de vestuários,

retalhos, aparas e serragens de couro, borracha e madeira. Incluem-se os compostos

metálicos como ferro, manganês e zinco.

- Não-Degradáveis (Categoria D): Incluem-se aqui os vidros, os metais, os plásticos,

pedras, terra, entre outros. Os metais alcalinos terrosos (cálcio, magnésio, sódio e

potássio) e os ânions cloretos, sulfatos, fosfatos e carbonatos, que surgem

principalmente desse tipo de resíduo.

Ressalta-se que a presença nos resíduos urbanos de materiais orgânicos de difícil

degradação conferem ao lixiviado uma característica recalcitrante (em termos de

tratamento biológico) e uma DQO elevada, dificultando o seu tratamento em sistemas

biológicos (PIRES et al., 2003). O Quadro 2.1 apresenta alguns íons encontrados em

lixiviados de aterros urbanos brasileiros e suas possíveis origens.

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Quadro 2.1 - Alguns íons encontrados no lixiviado e possíveis origens.

Fonte: SEGATO & SILVA (2000)

2.3.2. Influência da Idade dos Resíduos

A composição do lixiviado varia no decorrer do tempo, onde compostos químicos

podem surgir ou desaparecer de acordo com a idade dos resíduos (LINS, 2003). Lu et

al. (1984) tentaram desenvolver uma relação entre a idade do aterro e os vários

constituintes no lixiviado, analisando dados obtidos em células experimentais em

campo. Foram analisados parâmetros como DBO, DQO, alcalinidade, cálcio, potássio,

sódio, sulfato e cloretos. No entanto, os autores não conseguiram desenvolver equações

devido a ausência de uma tendência aparente, o que corrabora a dificuldade de se lidar

com o tratamento de lixiviados.

A concentração de muitos constituintes presentes no lixiviado, incluindo poluentes,

decresce com a idade do resíduo. A variação de pH do lixiviado ocorre com a atividade

microbiana. Considerando que a presença de ácidos orgânicos tendem a baixar o pH do

resíduo, o acúmulo de NH3 teria o efeito oposto elevando o pH do lixiviado, reduzindo a

disponibilidade de poluentes como os metais pesados (MENDEZ et al., 1989). O

ÍONS ORIGENS Na+, K+, Ca2+, Mg2+ Material orgânico, entulhos de construção, cascas de ovos

PO43-, NO3

- , CO32- Material orgânico

Cu2+, Fe2+, Sn2+ Material eletrônico, latas, tampas de garrafas

Hg2+, Mn2+ Pilhas comuns e alcalinas, lâmpadas fluorescentes,

fungicidas, tintas, amaciantes, produtos farmacêuticos,

interruptores.

Ni2+, Cd2+, Pb2+ Baterias recarregáveis (celular, telefone sem fio,

automóveis), plásticos, ligas metálicas, pigmentos, papéis,

vidro, cerâmica, inseticidas, embalagens.

Al3+ Latas descartáveis, utensílios domésticos, cosméticos,

embalagens laminadas em geral.

Cl- , Br- , Ag+ Tubos de PVC, negativos de filmes de raio-X.

As3+, Sb3+, Cr3+ Embalagens de tintas, vernizes, solventes orgânicos

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decréscimo na concentração de matéria orgânica no lixiviado com a idade do resíduo

deve-se a fermentação de orgânicos com a produção de mais compostos refratários

(LISK, 1991).

Em relação aos ácidos fúlvicos, estes diminuem no lixiviado no decorrer do tempo,

enquanto que os ácidos húmicos aumentam (CHIAN & DeWALLE, 1977; ARTIOLA-

FORTUNY & FULLER, 1982). Estes compostos são polímeros de alto peso molecular

(>1000 Da) contendo grupos de fenóis e carboxilas (HARMSEN, 1983). Porém, Chian

& DeWalle (1977) pesquisaram compostos de ácidos fúlvicos, com pesos moleculares

variando de 500 a 10.000 Da, em aterros estabilizados. Aterros ativos que contenham

resíduos velhos e novos simultaneamente devem gerar um lixiviado que contenha todas

as classes de compostos supracitados (LISK, 1991). Ressalta-se que o estudo da

evolução das características desse efluente ajuda a compreender e monitorar a evolução

do processo de degradação dos resíduos sólidos (ALCÂNTARA, 2007).

A relação DBO5/DQO de um lixiviado é utilizada por muitos autores para relacionar a

idade do aterro com o estado de degradação do lixiviado conforme se observa:

- Relação DBO5/DQO ≈ 0,5 → Lixiviado biodegradável (aterro jovem)

- Relação DBO5/DQO ≈ 0,1 → Lixiviado pouco biodegradável (aterro estabilizado)

Qasim & Chiang (1994) afirmaram que a razão DBO5/DQO pode ser considerada como

uma medida de biodegradabilidade da matéria orgânica e, conseqüentemente, da

maturidade do lixiviado e do aterro, o qual decresce tipicamente com o tempo. Swana

(1997) apud El-Fadel et al. (2002) afirmaram que a relação DBO5/DQO superior a 0,5

indica um lixiviado jovem, enquanto que a relação menor que 0,1 indica que o aterro

pode ser considerado velho e estável. Segundo Hamada (1997), para os aterros novos a

relação DBO5/DQO fica em torno de 0,5. Índices entre 0,4 e 0,6 são indicadores de

melhor biodegradabilidade. Já em aterros mais velhos, esta relação varia, geralmente,

entre 0,05 e 0,2.

Chian & Dewalle (1976; 1977) realizaram pesquisas em 30 aterros sanitários relativo à

qualidade do lixiviado. Estes dados foram analisados por muitos especialistas em

aterros, apresentando uma larga variação nos parâmetros do efluente. A idade do aterro

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e o grau de estabilização tem um efeito significativo na composição do lixiviado. Estes

também observaram um decréscimo, no decorrer do tempo, da relação DBO5/DQO de

0,49 para 0,05. Já Miller et al. (1974) encontraram um decréscimo de 0,47 para 0,07.

Salem et al. (2008) afirmam que para resíduos novos onde a atividade biológica

corresponde a fase acidogênica, a relação DBO5/DQO alcança valores de 0,83. Para

resíduos velhos, onde se encontram no último estágio de degradação, na fase

metanogênica, a relação DBO5/DQO decresce a 0,05, enquanto que para o estágio

intermediário a relação alcança um valor de 0,25.

De um modo geral, atualmente, os pesquisadores definem três fases para relacionar a

idade do aterro com o estado de degradação do lixiviado. Stegmann & Heyer (2005),

por exemplo, investigaram 33 aterros ao norte da Alemanha, tendo por base as fases

ácidas, transição e metanogênica, com os intervalos apresentados abaixo:

- Relação DBO5/DQO ≥ 0,4 → Fase ácida;

- Relação 0,4 ›DBO5/DQO › 0,2 → Fase de Transição;

- Relação DBO5/DQO ≤ 0,2 → Fase Metanogênica.

2.3.3. Influência da Profundidade de Coleta dos Resíduos em um Aterro

Mendez et al. (1989) obtiveram composições diferentes de lixiviados em diversas

profundidades de uma mesma célula de resíduos sólidos urbanos. Ressalta-se ainda que

a camada superior do aterro age como isolante térmico quando a temperatura externa

está baixa, o que afeta a velocidade de decomposição dos resíduos e, consequentemente,

a qualidade do lixiviado.

Qasim & Chiang (1994), afirmaram que os lixiviados mais concentrados são

encontrados nas camadas superiores (sob semelhantes condições de precipitação

pluviométrica e percolação em um mesmo aterro).

2.3.4. Influência do Grau de Compactação e Precipitação

Lema et al. (1988) afirmam que a produção de lixiviado é geralmente maior quando o

resíduo tem baixo nível de compactação, indicando que a compactação eficiente dos

resíduos reduz a taxa de infiltração. Stegmann (1983) propôs um parâmetro de

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compactação, diferenciando o tipo de aterro através de valores de peso específico

superiores ou inferiores a 0,8 t/m3, indicando a influência deste fator sobre o volume de

lixiviado. O grau de compactação dos resíduos influencia na geração do lixiviado

conforme observado por Lins (2003) que demonstrou a estreita relação da capacidade de

campo com o grau de compactação do solo e resíduo. Na verdade, solos e resíduos bem

compactos reduzem a quantidade de interstícios internos e, consequentemente, a

quantidade de lixiviado a ser infiltrado em ambas camadas. Além disso, nos interstícios

reduzidos pela alta compactação, o lixiviado tende a estar menos diluído, estando com

altas concentrações de orgânicos e inogânicos.

A água da chuva em contato com os resíduos sólidos provoca não apenas a diluição do

lixiviado existente no local como também realiza a lixivia de alguns componentes,

como DBO, DQO, metais e nitrogênio amoniacal que também são diluídas. De acordo

com LINS et al. (2005), no Aterro Controlado da Muribeca, nos meses de déficit

hídrico, a relação DBO5/DQO apresenta valores médios aproximados de 0,15, indicando

a recalcitrância do lixiviado. Já para os meses de excedente hídrico, a relação

DBO5/DQO apresenta valores médios aproximados de 0,35 indicando a presença de

elementos, no lixiviado, de mediana biodegradabilidade. O autor observou que a relação

DBO5/DQO versus precipitação obteve uma linha de tendência linear direta, podendo

indicar uma estreita relação da precipitação com a relação DBO5/DQO.

2.4. POTENCIAL POLUIDOR DO LIXIVIADO

O potencial poluidor do lixiviado é reconhecido como um sério problema ambiental e

geotécnico, sendo apontado como uma das principais desvantagens dos aterros

sanitários como forma de disposição final do resíduo. Este impacto potencial depende

basicamente das características do resíduo depositado, da composição do lixiviado, da

capacidade de atenuação do solo e das técnicas e procedimentos de disposição

(HEIDMAN & BRUNNER, 1974 apud CAPELO NETO, 1999).

Segundo Lema et al. (1988) o lixiviado possui uma DQO cerca de 200 vezes maior que

o esgoto doméstico. Estudos realizados pela EPA (Environmental Protection Agency),

nos Estados Unidos da América (Gerland e Mosher, 1975), indicaram que a

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concentração do lixiviado supera àquela típica de esgotos domésticos em 700 vezes em

relação ao manganês, 500 em ferro, 50 em DBO5, 13 em cloreto e 6 em nitrogênio total.

Além disto, os lixiviados contêm um grande número de xenobióticos orgânicos

contaminantes (XOCs), grande parte dos quais apresenta toxicidade elevada, bem como

são identificados como agentes cancerígenos para os seres humanos (PACHECO &

ZAMORA, 2004; LU et al., 2008 apud ZHENG, 2009).

O lixiviado possui elevada carga de poluentes orgânicos e inorgânicos e, ao entrar em

contato com o solo e as águas (superficiais e subterrâneas), pode modificar

intensamente as características físicas, químicas e biológicas do meio. Segundo Gerland

& Mosher (1975) afirmam que “nenhum esforço é exagerado quando se deseja evitar a

contaminação do lençol freático, uma vez que o tempo necessário para a autodepuração

de um aqüífero pode levar dezenas de anos e a remoção artificial dos poluentes de um

lençol é ainda economicamente inviável”.

Bernard et al. (1996) desenvolveram testes de toxicidade de amostras de lixiviado

coletadas em vários aterros sanitários na França utilizando microalgas, rotíferos,

crustáceos, protozoários e bactérias luminescentes, que são espécies pertencentes aos

três níveis tróficos da cadeia alimentar (produtores, consumidores e decompositores).

Em relação aos níveis de toxicidade, os resultados dos ensaios revelaram que o lixiviado

resultante do resíduo doméstico é mais tóxico do que aquele resultante de resíduos

exclusivamente industriais. A compreensão da mobilidade química e biológica, da

persistência, do significado toxicológico e ecológico dos compostos presentes, bem

como dos possíveis efeitos nos organismos, populações e comunidade expostas a tais

substâncias, é de vital importância na avaliação do potencial poluidor do lixiviado

(CAPELO NETO, 1999).

A contaminação do solo na área de aterros ocorre sempre que as técnicas de

impermeabilização de base não são utilizadas. Os metais pesados e os compostos

orgânicos de difícil biodegradação podem se acumular no solo. As altas concentrações

dos íons sódio e cloreto dos lixiviados podem causar uma desestruturação das partículas

coloidais da argila utilizadas na base dos aterros, aumentando a quantidade de vazios e a

permeabilidade do solo, facilitando a percolação do lixiviado e a conseqüente

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contaminação das águas subterrâneas e ou superficiais (GIORDANO, 2003). Segundo

Lisk (1991), o lixiviado em contato com o solo promove o aumento da matéria orgânica

e nutrientes elementares, aumenta também a concentração de metais pesados e algumas

vezes gera uma mudança drástica no pH, modificando toda a composição e

propriedades do solo. Giusquiani et al. (1988) afirmaram que o lixiviado ainda aumenta

a solubilidade do fósforo, formando complexos fosfohúmicos e partículas de

sesquióxidos que provocam a redução da capacidade de fixação do fósforo pelo solo.

Muitos compostos orgânicos e inorgânicos que estão presentes no lixiviado são

extremamente tóxicos, tornando-se uma verdadeira ameaça à saúde humana. Mais de

97% dos compostos que podem ser encontrados nos lixiviados podem ser classificados

em quatro categorias, segundo Christensen & Kjeldsen (1989), considerando que o

aterro receba, em sua maior parte, resíduos domiciliares. São elas: matéria orgânica

dissolvida, macrocomponentes inorgânicos e metais pesados, descritos detalhadamente

a seguir.

2.4.1. Matéria Orgânica Dissolvida

As substâncias húmicas (SH) incluem-se como potencial poluidores, uma vez que são

compostos de misturas orgânicas dissolvidas que ocorrem na natureza, a qual representa

um importante papel na poluição química e bioquímica dos solos e águas naturais.

Podem ser derivadas de alguns materiais orgânicos (incluindo plantas e restos de

animais, microfauna, resíduos, pesticidas, etc.), afetando o comportamento de alguns

poluentes, nos ambientes naturais, tais como a toxicidade e especiação dos metais

pesados, solubilização e adsorção dos poluentes hidrofóbicos (KANG et al., 2002;

FILHO & DA SILVA, 2002). As SHs não exibem características físicas e químicas

definidas, possuem alta massa molecular e causam coloração escura nos solos e nas

águas (KURNIAVAN et al, 2006).

Alguns pesquisadores (CHIAN & DeWALLE, 1977; LECOUPANNEC, 1999) indicam

que as substâncias húmicas constituem um importante grupo da matéria orgânica do

lixiviado. Kang et al. (2002) observaram que com o decorrer do tempo as partículas

moleculares e componentes aromáticos das substâncias húmicas também aumentam.

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Tais substâncias húmicas são responsáveis pela coloração parda encontrada no lixiviado

(SEGATTO & SILVA, 1999).

Em ambientes aquáticos, as substâncias húmicas podem ser comparadas com as

substâncias húmicas de matéria orgânica natural (NOM). São macromoléculas aniônicas

refratárias de moderado (1.000 Da - ácidos fúlvicos) a alto (10.000 Da – ácidos

húmicos) peso molecular (TREBOUET et al., 2001), onde o ácido fúlvico pode ser o

responsável pela mobilidade do poluente. Trebouet et al. (2001), em seus estudos,

analisaram a distribuição dos pesos moleculares em lixiviados estabilizados e

intermediários. Estes estudos indicaram que a maioria dos compostos responsáveis pela

DQO foram encontrados abaixo de 1000 Da: 74% para estabilizados e 64% para

lixiviados medianos ou intermediários.

De acordo com Kang et al. (2002), a alta quantidade de nitrogênio amoniacal no

lixiviado pode ser causada pela alta concentração de nitrogênio na substância húmica.

Estas substâncias contêm componentes alifáticos e aromáticos com grupos funcionais

fenólicos e carboxílicos primários, onde o grupo carboxílico é cerca de 60 a 90% de

todo grupo funcional (HONG & ELIMELECH, 1997).

2.4.2. Metais Pesados

Uma significativa parcela dos resíduos sólidos é classificada como perigosa e pode ter

efeitos deletérios à saúde humana e ao meio ambiente. Metais pesados como chumbo,

cádmio e mercúrio, incorporam-se à cadeia biológica, tendo efeito bioacumulativo e

podendo provocar diversas doenças como saturnismo e distúrbios no sistema nervoso,

entre outras. Segundo Harmsen (1983), a concentração de metais pesados nos lixiviados

de aterros na etapa ácida serão tipicamente mais altas quando comparada a etapa de

fermentação devido a solubilização metálica e complexação dos ácidos graxos voláteis.

Compostos de Aromáticos bem como ácidos húmicos e fúlvicos podem também

complexar metais, como o cobre, cádmio, chumbo, ferro, níquel, manganês, cobalto e

zinco.

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2.4.3. Macrocomponentes inorgânicos

São compostos presentes no lixiviado dentre os quais destacam-se: cálcio (Ca),

magnésio (Mg), sódio (Na), potássio (K), amônia (NH3), cloro (Cl), sulfato (SO42-) e

bicarbonato (HCO3-). Neste subitem, será realizada uma análise mais detalhada da

amônia.

A amônia ocorre como resultado da decomposição aeróbia e anaeróbia da matéria

orgânica presente nos resíduos sólidos, principalmente das proteínas. O termo

nitrogênio amoniacal é utilizado para designar em meio líquido as espécies

denominadas amônia livre ou amônia não-ionizada (NH3) e amônio ou amônia ionizada

(NH4+), dependendo do pH da solução.

A amônia livre, diferente da amônia ionizada, pode ser removida por volatilização

dependendo do pH adotado. Com a elevação do pH, o equilíbrio da reação se desloca

para a esquerda, favorecendo a maior presença de NH3. No pH em torno da

neutralidade, praticamente toda o nitrogênio amoniacal encontra-se na forma de NH4+

(Figura 2.2), enquanto que no pH próximo a 9,5, aproximadamente 50% do nitrogênio

amoniacal está na forma de NH3 e 50% na forma de NH4+. Em pH superior a 11,

praticamente toda o nitrogênio amoniacal está na forma livre (VON SPERLING, 1996).

Figura 2.2 - Distribuição da amônia (NH3) e íon amônio (NH4

+) em função do pH

(METCALF & EDDY, 2003).

Pe

rce

ntu

al

de

NH

+4

Pe

rce

ntu

al d

e N

H3

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Esteves (1998) explicou que no meio aquático, especialmente quando o pH é ácido ou

neutro, a amônia formada é instável, sendo convertida por hidratação a íon amônio

(NH4+). Em meio alcalino, a possibilidade de ocorrência desse processo é muito

reduzida, podendo causar aumento da concentração da forma não ionizada (NH3).

De acordo com Kubitza (1999), valores de amônia não ionizada acima de 0,20 mg/L já

são suficientes para induzir toxicidade crônica e levar à diminuição do crescimento e da

tolerância dos peixes a doenças. Níveis de amônia entre 0,70 e 2,40 mg/L podem ser

letais para os peixes, quando expostos por curto período. Exposição contínua ou

freqüente a concentrações de amônia tóxica acima de 0,02 mg/L pode causar intensa

irritação e inflamação nas brânquias. Mesmo na ausência de níveis detectáveis de

amônia total na água, grande elevação do pH da água durante períodos de intensa

fotossíntese prejudica a excreção da amônia. Tal condição invariavelmente resulta na

auto-intoxicação dos peixes pela amônia gerada em seus próprios processos

metabólicos. O nitrogênio na forma de amônia é um dos principais obstáculos para o

desenvolvimento intensivo de peixes (KOCHBA et al., 1994). Segundo Cheung et al.

(1993) apud Cheung et al. (1997), os resultados do teste de toxicidade para algas sugere

que a concentração de amônia é o maior fator que governa a toxicidade do lixiviado do

aterro. Oláh & Szabó (1986) estudaram o ciclo do nitrogênio em tanques de peixes

cobertos com macrófitas aquáticas e verificaram que, quantitativamente, a fonte mais

importante de nitrogênio para a síntese de proteína foi a amônia assimilada pelo

plâncton. A assimilação de compostos nitrogenados pelo fitoplâncton pode acarretar

crescimento descontrolado dessa comunidade, provocando florações de algas no

ambiente. Xavier et al. (1991) observaram que a amônia, cujos valores de concentração

variaram entre 0,77 e 1,58 mg/L, favoreceu o crescimento das algas, já que os

compostos de nitrogênio são nutrientes essenciais para a produtividade primária. Branco

(1986) afirmou que uma concentração de 0,30 mg/L de nitrogênio é suficiente para

promover floração de algas.

Altas concentrações do íon amônio podem influenciar fortemente a dinâmica do

oxigênio dissolvido no meio, uma vez que para oxidar 1,0 mg do íon amônio são

necessários cerca de 4,3 mg de oxigênio, o que, por sua vez, influi sobre a comunidade

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de peixes, pois, em pH básico, o íon amônio se transforma em amônia (NH3 livre,

gasoso), que pode ser tóxica para esses organismos (TRUSSEL, 1972).

A amônia tem apresentado toxidez em lagoas de oxidação onde a concentração de

amônia livre é maior que 36 mg/L e pH superior a 8,0, inibindo a fotossíntese

(ABELIOVICH & AZOV, 1976 apud CHEUNG et al., 1997). Avezzu et al. (1999)

afirmam que a presença de altas concentrações de amônia em lixiviados de aterro

representa um sério problema para um possível tratamento biológico. Anthonisen et al.

(1979) apud Wiszniowski et al. (2006) determinaram os níveis de amônia livre e ácido

nitroso que são inibitórios para as Nitrosomonas e Nitrobactérias. Para níveis entre 10 a

150 mg/L de amônia livre, as Nitrosomonas são inibidas, enquanto que as Nitrobactérias

são inibidas entre 0,1 a 1,0 mg/L. Ácido Nitroso livre inibe as Nitrobactérias entre 0,22

a 2,8 mg/L.

2.5. VALORES DE LANÇAMENTOS

De um modo geral, os padrões de lançamento do lixiviado em rios são balizados pela

Resolução CONAMA 357, de 17 de março de 2005, excetuando os padrões de

lançamento para DBO e DQO que são orientados pelas legislações estaduais. Minas

Gerais é o único estado brasileiro que possui legislação específica para tratamento de

lixiviado. Já os outros estados brasileiros, incluindo Pernambuco, baseiam-se nas

normas de tratamento de efluentes industriais para análise da eficiência na remoção dos

parâmetros supracitados.

Esses padrões de lançamento podem ser mais restritivos ou podem ser impostas outras

condições pelo órgão ambiental competente. Algumas condições também são impostas

pela legislação, como:

I - pH entre 5 a 9;

II - temperatura: inferior a 40ºC, sendo que a variação de temperatura do corpo receptor

não deverá exceder a 3ºC na zona de mistura;

III - materiais sedimentáveis: até 1 mL/L em teste de 1 hora em cone Imhoff. Para o

lançamento em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente nula, os

materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes;

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IV - regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do

período de atividade diária do agente poluidor, exceto nos casos permitidos pela

autoridade competente;

V - óleos e graxas:

1 - óleos minerais: até 20mg/L;

2- óleos vegetais e gorduras animais: até 50mg/L; e

VI - ausência de materiais flutuantes.

Em Pernambuco, a norma técnica do CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente e

Recursos Hídricos) sobre o controle de carga orgânica em efluentes líquidos industriais

Nº2001 de 2003, regulamenta o controle da carga orgânica no estado, onde as fontes

poluidoras com a carga orgânica igual ou superior a 100 Kg DBO/d, devem ter remoção

de no mínimo 90% de DBO. As fontes com a carga inferior a 100 Kg DBO/d, deve ser

removido no mínimo 70% de DBO. Nesta norma não há qualquer controle para a DQO,

uma vez que nenhuma tipologia industrial descrita nesta norma contempla a existência

deste parâmetro.

No Estado do Rio de Janeiro a avaliação é feita utilizando-se os parâmetros DBO e

DQO. Em relação a DBO a remoção está diretamente ligada a carga orgânica em duas

faixas: até 100 Kg DBO/d, remoção mínima de 70% e acima de 100 Kg DBO/d,

remoção de pelo menos 90%. Em relação a DQO, o controle é realizado por

concentração existindo uma tabela na qual a tipologia da indústria é o indicador.

No Estado de São Paulo o controle para lançamento de efluentes é realizado utilizando-

se somente a DBO como parâmetro. É exigida a redução de carga orgânica de 80% ou

que a DBO apresente concentração máxima de 60mg O2 /L.

O Estado de Goiás limita a carga orgânica para efluentes somente em relação a DBO,

mas estabelecendo a concentração máxima de 60 mgO2 /L ou sua redução em 80%. Nos

outros Estados o conceito é o mesmo do CONAMA sendo a carga orgânica controlada

apenas no corpo receptor.

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Para tratamento de efluentes industriais, o Estado de Minas Gerais realiza o controle

através de duas maneiras: por concentração tanto de DBO quanto de DQO, sendo

aplicados indistintamente para quaisquer estabelecimentos. Os limites são 60 e 90

mgO2/L respectivamente. Em relação a DBO permite-se também que a eficiência da

carga orgânica possa ser reduzida no mínimo em 85%.

Através da Deliberação Normativa COPAM nº 01/2008, o estado de Minas Gerais criou

um limite de eficiência de remoção em termos de DBO e DQO para os sistemas de

tratamento de lixiviado de aterros sanitários municipais. O sistema de tratamento deve

reduzir a carga poluidora dos efluentes, em termos de DBO5 (5 dias a 20°C) e de DQO

em, no mínimo, 60% (sessenta por cento), caso ultrapassem os limites DBO (60 mg/L) e

DQO (90 mg/L) do lixiviado.

2.6. ALTERNATIVAS DE LANÇAMENTO DO LIXIVIADO

Um dos desafios nos projetos de aterros sanitários é o tratamento do lixiviado onde sua

escolha depende de variáveis como as características dos resíduos dispostos no aterro, a

disponibilidade de área, fatores climáticos, idade do aterro, legislação específica e,

sobretudo, o custo de implantação e operação da estação de tratamento (QASIM &

CHIANG, 1994; FERNÁNDEZ-VIÑA, 2000). A maioria dos aterros brasileiros não

possui nenhum tipo de tratamento para o lixiviado ou o trata de maneira ineficiente.

Desta forma, é relevante o desenvolvimento de técnicas de tratamento eficientes na

remoção da carga poluidora do lixiviado e que sejam compatíveis com a realidade

técnica e econômica dos municípios (SCHIMANKO, 2008). Segundo Fernandez-Viña

(2000), as alternativas de descarga são as redes municipais de esgoto doméstico,

aplicação ao solo, recirculação no próprio aterro ou nas águas de superfície.

2.6.1. Descarga nas Redes Municipais de Esgoto Doméstico

Trata-se do encaminhamento do lixiviado, após prévio tratamento ou, simplesmente um

encaminhamento do lixiviado bruto as Estações de Tratamento de Esgoto.

Normalmente, a quantidade de lixiviado coletado nos aterros é bem menor que o

volume tratado nas ETE’s, de forma que o lixiviado mesmo apresentando uma

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concentração elevada de matéria orgânica, através da diluição com o esgoto, reduz

significativamente o impacto sobre o processo (SANTANA-SILVA, 2008). O desafio

dessa alternativa é estabelecer a correta relação de diluição do lixiviado no esgoto, em

termos de volume, de modo a não ser comprometida a eficiência do tratamento de

esgoto (BIDONE, 2007) sobretudo devido à alta concentração de amônia.

Alguns autores (QASIM & CHIANG, 1994; BIDONE, 2007) acreditam que a qualidade

do lixiviado provoca algum impacto no desempenho das estações de tratamento.

Existem questionamentos quanto a este encaminhamento devido à presença de

compostos orgânicos inibitórios e de baixa biodegradabilidade no lixiviado, que podem

reduzir a eficiência da ETE e aumentar a concentração do efluente. Boyle & Ham

(1974) encontraram uma alta concentração de DQO (com cerca de 10.000 mg/L) no

lixiviado e constataram que apenas com uma diluição percentual de 5% por volume de

lixiviado no esgoto, seria obtido um efluente final em concordância com as legislações

em vigor. Acima deste percentual, o tratamento de esgoto em conjunto com o lixiviado

passou a ser ineficaz. Chian & Dewalle (1977) constataram, para uma DQO de 10.000

mg/L, que o percentual de lixiviado maior que 4% em volume com relação ao esgoto,

reduz a eficiência do tratamento de esgoto. Estudos realizados por Henry et al. (1987)

afirmaram que lixiviados de altas concentrações de DQO (24.000 mg/L) quando

combinados com o esgoto num percentual inferior a 2% não provoca danos as estações

de tratamento de esgoto. Viana et al. (2007), durante os testes de diluição a 2%

realizados em bancada, observaram que as características das misturas ‘lixiviado e

esgoto’ são similares, independentemente da origem do lixiviado. Em função das

elevadas concentrações de DQO, DBO e amônia nos lixiviados, notou-se o aumento

acentuado destes parâmetros nas diluições quando comparadas com o esgoto afluente.

Fachin et al. (2000) apud Bidone (2007) controlaram durante 22 meses o tratamento

combinado de esgoto doméstico e lixiviado na ETE Lami, em Porto Alegre/RS. Os

autores testaram os percentuais de 0,1 a 10,7% de diluição do lixiviado em volume no

esgoto, com média de 3,2%, e verificaram que as concentrações de N-amoniacal podem

ser inibitórias à atividade fotossintética das algas nas lagoas, porém os autores

concluíram que a alternativa é viável, sobretudo em pequenas comunidades. Ferreira et

al. (2009), em suas considerações finais afirmou que há um indicativo de que o limite de

2% na relação volume de lixiviado/volume de esgoto seja excessivo para cargas de

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DQO e nitrogênio amoniacal de 729 kgDQO/dia e 440 kgN-NH3/dia. Apesar de 1%

parecer pouco, para cidades onde os padrões de esgotos atinjam valores elevados, ele

pode ser teoricamente suficiente.

Apesar dessa alternativa de manejo, a concentração de determinados contaminantes,

deve ser ponderada e monitorada (IWAI, 2005; RENOU et al., 2008). Segundo Jucá

(2003), em geral, as estações de tratamento de esgoto (ETE) que utilizam processos

biológicos não estão preparadas para receber um líquido com diversidade de substâncias

e altas concentrações de componentes orgânicos e inorgânicos.

2.6.2. Recirculação do Lixiviado

A Recirculação do Lixiviado consiste na reinjeção do lixiviado na massa de resíduo já

aterrada e é considerado um método de tratamento, uma vez que propicia a atenuação de

constituintes pela atividade biológica e por reações físico-químicas que ocorrem no

interior do aterro, onde os ácidos orgânicos presentes no efluente irão ser convertidos

em CH4 e CO2 (PIRES, 2002). Segundo Lagerkvist & Cossu (2005) a recirculação é

uma combinação do tratamento dos resíduos sólidos com o pré-tratamento de lixiviado

no interior do aterro.

Segundo Palma et al. (1999), a degradação biológica de matéria orgânica, em alguns

aterros do Chile, melhorou acentuadamente quando a umidade está entre 50% e 70%.

Este método é uma opção adequada para aterros localizados em áreas de baixa

pluviosidade. A recirculação de lixiviado deve ser aplicada quando se monitora a

umidade ou grau de saturação dos resíduos sólidos urbanos, pois além de elevar seu

peso específico alterando a estabilidade do aterro, pode provocar inibição do processo

de biodegradação da massa de resíduos em função do excesso de umidade (JUCÁ,

2003).

Segundo Qasim & Chiang (1994) as principais vantagens desse tipo de tratamento são:

aceleração do processo de biodegradação dos resíduos; redução de componentes

orgânicos no lixiviado; possível redução do volume do efluente por causa da evaporação

e redução dos custos do tratamento de lixiviado. Reinhart & Al-Yousfi (1996)

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afirmaram que as vantagens estão relacionadas à distribuição de nutrientes e enzimas,

pH tampão, diluição de compostos inibitórios, estocagem e evaporação do líquido. Os

autores citam como desvantagens: alto custo de manutenção do sistema de recirculação,

risco de instabilidade dos aterros e problemas de odores.

2.6.3. Descarga nas Águas Superficiais

Ocorre quando o lixiviado é devidamente tratado no local e lançado sobre as águas

superficiais que em sua grande maioria são lançados aos rios em concordância com a

legislação específica. Este subitem será melhor analisado no item relativo as Técnicas

de Tratamento de Lixiviado, devido a importância do seu contexto.

2.7. TÉCNICAS DE TRATAMENTO DE LIXIVIADO

Os métodos desenvolvidos para o tratamento de efluentes em geral podem ser

classificados como físicos, químicos e biológicos. Os métodos físicos usados para esse

tipo de tratamento são sedimentação, air-stripping, adsorção e membrana filtrante

(KARGÝ & PAMUKOGLU, 2004; AMOKRANE et al., 1997; BOHDZIEWICZ et al.,

2001; MORAWE et al., 1995; TREBOUET et al., 2007). Em relação aos métodos

químicos, os mais utilizados são coagulação-floculação, precipitação química, oxidação

química e eletroquímica (AMOKRANE et al. de 1997, AHN et al., 2002, CHIANG et

al., 2001; LIN & CHANG, 2000; STEENSEN, 1997; MARTTINEN et al., 2002;

KARGÝ & PAMUKOGLU, 2004; SANTANA-SILVA, 2008). Os métodos de

tratamentos biológicos, por sua vez, podem ser classificados como processos aeróbios e

anaeróbios, utilizados para a remoção de compostos biodegradáveis. Devido à

complexidade da composição do lixiviado e a alta resistência à biodegradação do

mesmo, muitas vezes para se obter uma melhor eficiência, são empregados processos

envolvendo a combinação de dois ou mais métodos para o tratamento deste efluente

conforme observado por diversos pesquisadores (TATSI et al., 2003; CAMMAROTA

et al., 1994 apud PIRES, 2002; KARGÝ & PAMUKOGLU, 2004).

Alguns autores - Marttinen et al., (2002); Zhang et al. (2005); Da Silva (2007) e Li et

al. (1999) - citam que as eficiências de remoção para alguns processos isolados são

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parciais. Marttinen et al., (2002), por exemplo, obtiveram uma remoção em cerca de

66% de DQO e 50% de nitrogênio amoniacal pelo processo de nanofiltração. Zhang et

al. (2005) afirmaram que o método eletroquímico isolado pode apenas remover 10% da

DQO do lixiviado. Segundo Da Silva (2007), o tratamento do lixiviado pelo processo de

precipitação química promoveu uma pequena remoção de matéria orgânica (19 a 36%

de DBO e 10 a 29 % de DQO), além de 60% da cor e 50% da turbidez para um

lixiviado biodegradável. Li et al. (1999) relataram que a remoção de amônio por

precipitação química pode ser alcançada. Santos & Coelho (2003) analisaram a remoção

de DQO do lixiviado utilizando-se do processo Fenton e de acordo com os resultados

obtidos o sistema mostrou maior eficiência de remoção de DQO para a amostra com

menor razão DBO5/DQO.

Entre os trabalhos existentes na literatura, chamaram atenção os de Tauchert & Zamora

(2004), Trebouet et al. (2001), Santana-Silva (2008) e Kargi & Pamukoglu (2004) que

aplicaram com sucesso as combinações de processos para tratamento de lixiviado.

Pacheco & Zamora (2004) obtiveram uma grande eficiência no processo fotoquímico

para um lixiviado pré-tratado onde houve remoção das substâncias húmicas. Os

resultados de Tauchert & Zamora (2004), indicaram que o processo global

(fotoeletroquímico) permite reduções de cor e DQO inferiores a 50% e 20%,

respectivamente. Santana-Silva (2008) através de um método combinado de

precipitação seguido do stripping identificou através de ensaios de laboratório, uma

remoção de nitrogênio amoniacal e DQO em cerca de 99% e 55%, respectivamente.

Trebouet et al. (2001) utilizaram a nanofiltração seguida de coagulação química, e

obtiveram uma remoção de DQO entre 70 a 80%, estando em concordância com a

legislação ambiental francesa. Para Kargi & Pamukoglu (2004) as zeólitas removeram

cerca de 77% de DQO e 40% de amônia do lixiviado pré-tratado biologicamente. Lins

(2008) utilizando a zeólita como material de preenchimento da barreira reativa para

tratar lixiviado, obteve uma redução de 23% na condutividade elétrica e de 22% da

DQO, sendo este decréscimo mais acentuado para as concentrações mais elevadas,

enquanto que para a cor do lixiviado não foram constatadas alterações significativas.

Nesta pesquisa bibliográfica será abordado, de forma sucinta, as técnicas utilizadas no

tratamento de lixiviado, dando ênfase aos métodos de precipitação química, stripping da

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amônia e sistema de barreira reativa, por fazerem parte da concepção do sistema piloto

adotado para o estudo desta Tese de Doutorado. Ressalta-se que este levantamento

bibliográfico será baseado nas diversas técnicas de tratamento de lixiviado existentes no

Brasil e no mundo.

2.7.1. Tratamento Biológico de Lixiviado

O tratamento biológico tem por finalidade estabilizar os constituintes orgânicos do

lixiviado reduzindo a sua Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) a valores

compatíveis com a legislação específica vigente (PIRES, 2002). Os tratamentos

biológicos têm sido eficientes na remoção de matéria orgânica para lixiviado novo, mas

quando se trata de um lixiviado estabilizado, cuja fração orgânica é constituída por

material pouco biodegradável, esse tratamento é pouco indicado pelo fato do mesmo

apresentar-se mais resistente à biodegradação (FERREIRA et al. 2001; IWAI, 2005,

RENOU et al., 2008). Os melhores resultados dos processos de biodegradação são

geralmente obtidos com um tempo de detenção de 5 a 85 dias. Contudo, a forte presença

de nitrogênio amoniacal e a escassez de fósforo no lixiviado constituem fatores

limitantes para este tipo de tratamento (AMOKRANE et al., 1997). Silva (2002)

afirmou que apesar das diferenças entre os lixiviados gerados nos aterros, o tratamento

biológico é muito citado na literatura como opção de tratamento.

De um modo geral, o tratamento biológico é a prática mais comum em nível mundial

para o tratamento dos lixiviados, porém, atualmente na Europa já não é mais, pois os

aterros já não recebem a fração orgânica (STEGMANN & HEYER, 2005).

2.7.1.1. Processos Biológicos Anaeróbios

De acordo com Ferreira et al. (2001), os processos anaeróbios têm se mostrado

eficientes na remoção de metais pesados na forma de sulfetos. Também são obtidas

reduções de DQO, a depender da idade do lixiviado. Estes processos oferecem vários

benefícios quando comparado ao processo biológico aeróbio, como a menor geração de

lodo e a possibilidade da geração de energia através do metano. Serão descritos a seguir

os principais tipos de processos anaeróbios.

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a) Filtro Anaeróbio

Segundo Andrade Neto et al. (2001), filtros anaeróbios são reatores biológicos com

fluxo através do lodo aderido e retido em um leito fixo de material inerte. Portanto,

apresentam as vantagens dos reatores anaeróbios com fluxo através do lodo ativo,

inclusive na remoção da matéria orgânica dissolvida. Eles podem ser utilizados para

esgotos concentrados ou diluídos; resistem bem às variações de vazão afluente; perdem

pouco dos sólidos biológicos; permitem várias opções de forma, sentido de fluxo e

materiais de enchimento; e têm construção e operação muito simples.

b) Reator UASB

O processo consiste em um reator de fluxo ascendente que passa através de um leito de

lodo denso e de elevada atividade. O perfil de sólidos no reator varia, de muito denso

(com partículas granulares de elevada capacidade de sedimentação) próximo ao fundo

(leito de lodo), até um lodo mais disperso e leve, próximo ao topo do reator (manta de

lodo). Uma das características principais do reator UASB é reter, por elevado tempo, os

sólidos, mesmo com a aplicação de elevadas cargas hidráulicas no sistema (JUCÁ et al,

2008).

Borzacconi et al. (1999) apud Calli et al.,(2004), através dos ensaios realizados em

laboratório com lixiviado jovem, com uma concentração de 1500 mg/L de nitrogênio

amoniacal e pH de 8,5, constataram ineficácia no tratamento de lixiviado usando reator

UASB. Segundo Renou et al. (2008) a principal desvantagem desse tratamento é a alta

sensibilidade as substâncias tóxicas.

c) Lagoa Anaeróbia

As lagoas anaeróbias são normalmente empregadas para estabilização de altas cargas

orgânicas aplicadas e atuam como unidade primária em um sistema em série de lagoas.

Sua função principal é a degradação da matéria orgânica (DBO5 e DQO) envolvendo a

participação de bactérias facultativas e estritamente anaeróbias (MEDRI, 1997 apud DA

SILVA, 2007). A degradação da matéria orgânica ocorre na ausência de oxigênio. Estas

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lagoas tem profundidade entre 2,0 a 4,0 m, e podem ocupar áreas menores do que as

lagoas aeróbias ou facultativas. Operam sem muitos critérios e, em geral, a remoção de

DBO na lagoa anaeróbia fica em torno de 50%. As lagoas anaeróbias podem ser

eficientes sistemas para reduzir a carga orgânica de etapas subseqüentes de tratamento

de lixiviados, como de lagoas aeradas (FERREIRA et al., 2003). Da Silva (2007)

escolheu, como escala piloto, um tanque com volume de aproximadamente 1,0 m3 e

vazão de 60L/dia, resultando em um tempo de retenção hidráulica da ordem de 13 dias a

fim de representar a lagoa anaeróbia. Durante o tratamento do lixiviado, constatou uma

redução aproximada de apenas 22% de DQO e uma redução de cerca de 40% em

relação à entrada do sistema para amônia. Gomes et al. (2009) recomenda esse tipo de

sistema sempre que o lixiviado apresentar baixa recalcitrância, uma vez que

experimentos realizados com este tipo de tratamento para lixiviados recalcitrantes

apresentaram baixíssimo desempenho na remoção de DQO (cerca de 20%).

2.7.1.2. Processos Biológicos Aeróbios

Um tratamento biológico aerado deve permitir uma redução parcial de poluentes

orgânicos biodegradáveis e deve também realizar a nitrificação do nitrogênio amoniacal

(RENOU et al, 2008). São tipos de tratamento biológicos aeróbios:

a) Lagoas Aeradas

São bacias de profundidades que variam entre 1 a 3 metros, sendo o fornecimento de

oxigênio realizado ou não com unidades mecânicas especiais para aeração, com baixa

taxa de aplicação de carga orgânica e elevado tempo de detenção. Segundo Stegmann &

Heyer (2005), a idéia básica é que o tempo de detenção do lixiviado seja longo o

suficiente a fim de que as bactérias possam se desenvolver, ainda que sendo

transportadas para fora da lagoa com o efluente, realizem a nitrificação da amônia.

Segundo Cossu et al. (1989), o tempo de detenção necessário fica entre de 50 e 100

dias.

Chian & Dewalle (1977) trataram a alta variação de lixiviados de aterros por este

processo, removendo cerca de 97% de orgânicos, 99% de ferro, zinco e cálcio e 76% de

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magnésio. Hossaka et al. (2007) observaram que a fração orgânica mais facilmente

biodegradável foi removida em até 92%, porém a remoção de DQO máxima foi de 20%.

Ferreira et al. (2009) analisaram a eficiência deste sistema para a remoção de amônia

com diferentes tempos de detenção hidráulico (TDH). Os autores concluíram que os

diferentes TDH estudados e profundidades das lagoas não influenciaram nos resultados

das análises físico químicas e obtiveram cerca de 50% de remoção de amônia.

b) Lodos Ativados

O processo de lodos ativados pode ser definido como um processo no qual uma cultura

heterogênea de micro-organismos entra em contato com o efluente a ser tratado na

presença de oxigênio (FERREIRA et al., 2001).

Vários pesquisadores (BOYLE & HAM, 1974; COOK & FOREE, 1974; CHIAN &

DeWALLE, 1976; PALIT & QASIM, 1977; ULOTH & MAVINIC, 1977; MEMOIN et

al., 1981; ZAPF-GILJE & MAVINIC, 1981; MAVINIC, 1984; MCCLINTOCK et al.,

1990; CHRISTENSEN et al, 1992) afirmam que os lodos ativados removem cerca de 90

e 99% de DBO e DQO, respectivamente, além de 80 - 99% de metais pesados. Alguns

pesquisadores (RENOU et al., 2008; WISZNIOWSKI et al., 2006) afirmaram que o

processo de lodos ativados possui como principal vantagem a eficiência na remoção de

parâmetros de poluição (sólidos suspensos, DQO, DBO5, nutrientes, nitrogênio

amoniacal por nitrificação e desnitrificação), porém apresenta algumas desvantagens

como a possibilidade do processo ser inibido (principalmente a nitrificação) pela

presença de substâncias tóxicas e variação de temperatura e do pH do lixiviado (Ferreira

et al., 2001). Alvim et al. (2009) concluíram que em relação ao tratamento biológico por

lodos ativados de alimentação intermitente, os sistemas apresentaram bom desempenho

na remoção de nitrogênio amoniacal nos lixiviados, reduzindo cerca de 50%.

c) Contator Biológico Rotatório

De acordo com Schimanko (2008), o contator biológico rotatório consiste em um

conjunto de discos fixados em paralelo em um eixo horizontal. Parte do disco fica

submersa no líquido e a outra parte, cerca da metade, exposta ao ar. À medida que o

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eixo gira uma pequena porção do biofilme se desprende na massa líquida e absorve uma

nova quantidade de matéria orgânica utilizada como substrato. Segundo Wiszniowski et

al. (2006), estes discos ficam 40% submersos no tanque contendo lixiviado e são

lentamente rotacionados pelo eixo.

Lugowski et al. (1989); Dzombak et al (1990) estudaram o desempenho de contatores

biológicos rotatórios no tratamento de lixiviado. Experimentos em escala de bancada e

escala piloto realizados por Lugowski et al. (1989) indicaram taxas de remoção de DBO

entre 95 e 97% e remoção de DQO entre 80 e 90%. Ressalta-se que este sistema trata

um baixo volume de efluentes (1 L/min).

d) Filtro Biológico Percolador

O filtro percolador é constituído de mecanismo de distribuição, meio suporte e sistema

de drenagem do efluente. O mecanismo do processo é caracterizado pela alimentação e

percolação contínua de lixiviado nos interstícios do meio suporte onde é então

promovido o crescimento e a aderência da massa biológica na superfície do meio

suporte. O material para o meio suporte depende da disponibilidade local, custos de

transporte e montagem. A superfície do leito se torna um ambiente próprio para a

formação da biomassa que fica aderida ao meio suporte formado por brita, areia,

plástico, bambu, etc. (SCHIMANKO, 2008).

2.7.2. Tratamentos Físico-Químicos

O tratamento físico-químico, segundo vários estudos sobre tratamento de lixiviado de

aterro, tem sido o mais adequado para remoção de compostos recalcitrantes, e pode ser

aplicado para remoção de compostos indesejáveis como substâncias húmicas, metais,

compostos halogenados adsorvíveis (AOXs), bifenilas policloradas (PCBs), ftalatos,

entre outros (AMOKRANE et al, 1997; KURNIAWAN et al, 2005; WISISZNIOWSKI

et al, 2005; AZIZ et al, 2007; MARAÑÓN, et al, 2008; QASIN & CHIANG, 1994).

Os processos físico-químicos incluem redução de sólidos suspensos, partículas

coloidais, material flutuante, cor e compostos tóxicos. Portanto, os processos de

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separação por membranas, eletroquímica, troca iônica, evaporação natural, flotação,

coagulação/floculação, precipitação química, stripping e adsorção são os vários tipos de

tratamentos possíveis que podem ser ou não associados a fim de se obter um melhor

desempenho na remoção dos poluentes. Os principais tipos de tratamento são descritos

abaixo:

2.7.2.1. Processos de Separação por Membranas

A idéia dos processos de membrana é separar duas soluções com diferentes

concentrações por uma membrana semipermeável, onde se aplica uma pressão para a

solução mais concentrada, forçando a água a fluir da alta concentração para baixa

concentração (WISZNIOWSKI et al., 2006). Para FERREIRA et al. (2001), esses

processos podem ser entendidos como uma extensão dos processos de filtração clássica

que utilizam, meios filtrantes (membranas) cada vez mais fechados, ou seja, com poros

cada vez menores. Pode ser utilizado na etapa terciária de uma estação de tratamento,

uma vez que o lixiviado bruto por possuir alto teor de sólidos pode saturar rapidamente

as membranas.

2.7.2.2. Oxidação Química

De acordo com Amokrane et al. (1997), a oxidação química utiliza comumente

oxidantes como cloro, ozônio, permanganato de potássio e hidrocloreto de cálcio para

tratamento de lixiviados, resultando numa remoção de DQO entre 20 e 50%. Porém, os

melhores resultados são obtidos utilizando-se de reações diretas de oxidação (ozônio)

(WISZNIOWSKI et al., 2006). Este é um método amplamente estudado para tratamento

de lixiviado uma vez que contém compostos refratários, porém, o crescente interesse

tem sido focado nos processos oxidativos avançados (RENOU et al., 2008).

De acordo com Ferreira et al. (2001), as desvantagens deste processo se referem ao seu

alto custo, do ozônio ter que ser gerado "in situ", da impossibilidade de se ter ozônio em

água por um período longo e de não ocorrer a oxidação a CO2 e H2O de certos

compostos.

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2.7.2.3. Eletroquímico

O processo eletroquímico é mais usado para recuperacão de metais, e consiste na

passagem de uma corrente elétrica entre dois eletrodos (ROCCA, 1993 apud SILVA,

2002). Segundo Ferreira et al. (2001) é utilizado para tratar lixiviados oriundos de

aterros mais antigos, uma vez que neste caso o tratamento biológico torna-se ineficiente.

Segundo Tsai et al. (1997), a eletrocoagulação é eficiente para remover matéria

orgânica de lixiviado conseguindo remover moléculas pequenas e grandes. Este estudo

utilizou dois pares de eletrodos, Fe-Cu e Al-Cu, alcançando em ambos remoções de 30-

50% de DQO.

2.7.2.4. Troca Iônica

Segundo Qasim & Chiang (1994) a troca iônica é usada para remoção de metais pesados

e ânions tóxicos de efluentes aquosos diluídos. O processo envolve a troca de íons entre

uma solução aquosa e um material sólido.

Karadag et al. 2007; Saltali et al. 2007; Sarioglu, 2005; Wang et al. 2005 apud Lins

(2008) demonstraram que as zeólitas naturais podem substituir, de forma vantajosa, as

resinas para troca catiônica no tratamento de efluentes, sendo capazes de promover a

troca iônica entre o íon amônio (NH4+) e outros cátions biologicamente aceitáveis como

Sódio (Na+), Cálcio (Ca+2), Potássio (K+) ou Hidrogênio (H+). Outra vantagem

importante com relação à utilização de zeólitas é a possibilidade de regeneração que

estes minerais apresentam (LEITÃO, 2006).

2.7.2.5. Evaporação

Segundo Bidone (2007), a evaporação aplicada ao tratamento de lixiviado representa a

vaporização de parte da fração líquida de seu conteúdo. A transformação do líquido em

vapor é regulada pela ação de fontes externas de energia, que podem ser naturais ou

artificiais. Quando o sol é o agente responsável pela evaporação, o processo é

normalmente conduzido em lagoas. Se a fonte de energia for artificial, o processo é

usualmente realizado em tanques de evaporação. Para Qasim & Chiang (1994) a

quantidade de evaporação da superfície líquida depende da temperatura, velocidade do

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vento e umidade do ar. O bom desempenho deste sistema está ligado apenas às regiões

que possuam alta insolação, temperatura e clima seco.

2.7.2.6. Coagulação/Floculação/Sedimentação ou Flotação

Segundo Barros & Nozaki (2002) a floculação e coagulação constituem um método para

clarificação das águas pela aglomeração e arraste do material finamente dividido em

suspensão por agentes coagulantes. Apesar da possibilidade de floculação e coagulação

ser realizada somente com os sais de alumínio ou ferro, existem casos em que é

necessário o uso de auxiliares de floculação e coagulação. Como auxiliares, os mais

usados são os polieletrólitos naturais e sintéticos. A coagulação/floculação são

operações muito utilizadas no tratamento de efluentes, sendo empregadas para remover

altas concentrações de poluentes orgânicos principalmente compostos não-

biodegradáveis e metais pesados (KURNIAWAN et al., 2006).

Na coagulação, adiciona-se um agente coagulante que forma um composto de íons

positivos, o qual desestabiliza as cargas das partículas coloidais em suspensão, que

possuem cargas negativas em sua superfície. Esta atividade resulta no aumento da

aglutinação das partículas coloidais em geral. O período de coagulação ocorre num

curto espaço de tempo (SCHIMANKO, 2008). Já a floculação é um processo físico que

ocorre em seguida à coagulação e se baseia na ocorrência de choques entre as partículas

formadas anteriormente, de modo a produzir outras de muito maior volume e densidade

agora chamada de flocos (CASTILHOS, 2006).

Existem duas maneiras de remover esses flocos, por sedimentação ou flotação. A

sedimentação ocorre em uma unidade chamada de decantador, à medida que os flocos

ficam mais densos do que o efluente eles sedimentam (SCHIMANKO, 2008). Segundo

Nunes (2004), a flotação é um processo de separação de materiais de peso específico

maior que a água, onde se insufla o ar comprimido no efluente a fim de que as bolhas

geradas arrastem para superfície líquida, sólidos e líquidos de difícil separação.

Segundo Renou et al. (2008), a eficiência dos processos de coagulação e floculação

depende de um número de fatores como natureza e dose do coagulante, idade do

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lixiviado, uso do processo como etapa de pré ou pós-tratamento e pH. Diversos autores

ao estudarem a coagulação para tratamento de lixiviado de aterros de resíduos sólidos

obtiveram desempenhos diferentes. Amokrane et al (1997), utilizando como coagulante

cloreto férrico obtiveram uma eficiência de remoção em cerca de 55% de DQO e

utilizando o sulfato de alumínio, uma eficiência de 42%. Tatsi et al. (2003) trataram

lixiviado jovem com uma DQO 100.000 mg/L e velho com uma DQO de 15.000 mg/L;

utilizando coagulantes férricos ou de alumínio, obtendo uma remoção de 25 a 38% para

lixiviados jovens e 75% de DQO para lixiviados antigos. Ntampou et al. (2006),

utilizando soluções de cloreto férrico e PACl-18, conseguiram remover cerca de 72 e

62% de DQO, respectivamente. Meira (2003) obteve uma eficiência na remoção de

DQO de 35,56% em um tempo de decantação de 30 minutos, utilizando sulfato de

alumínio. Diamadopoulus (1994) conseguiu remover cerca de 56% de DQO usando a

0,8 g/L de cloreto férrico e 39% com 0,4 g/L de sulfato de alumínio. Bila (2000) apud

Silva (2002), em seu estudo, realizou vários experimentos testando as melhores

condições de pH, a concentração dos agentes empregados e o melhor conjunto de

coagulantes e polieletrólitos. Dentre os testados, o sulfato de alumínio foi o que

apresentou o melhor desempenho, em uma faixa de pH ótimo entre 4,5 - 5,0, e com uma

dosagem eficiente entre 700 - 950 (mg/L).

Máximo et al. (2007) estudaram o processo de tratamento por coagulação e floculação

do lixiviado em escala de bancada, utilizando jar test. Foram testados os seguintes

agentes coagulantes: cloreto férrico, sulfato de alumínio e tanino. As concentrações

aplicadas de coagulantes variaram de 500 a 1.500 mg/L. O uso do tanino, segundo os

autores, conduziu aos melhores resultados na remoção de DQO (38%) e de COT (50%).

Na remoção de fósforo total, prevaleceu o resultado obtido com o cloreto férrico (62%,

contra 28% obtido com a aplicação do tanino).

Segundo Rubio et al (2002) apud Renou et al (2008), a flotação tem sido

demasiadamente utilizada e focada no decréscimo de colóides, íons, macromoléculas,

micro-organismos e fibras. Zouboulis et al. (2004), investigaram o uso de flotação,

como pós tratamento para remoção de ácidos húmicos residuais de lixiviados,

alcançando uma remoção de 60%.

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2.7.2.7. Precipitação Química

Esta etapa faz parte da concepção do sistema de tratamento de lixiviado adotado como

escopo desta Tese. Assim sendo, esta revisão bibliográfica será mais detalhada,

englobando subitens relativos ao reagente selecionado – cal hidratada - e sua respectiva

eficiência no tratamento de lixiviado.

Durante a precipitação química, íons dissolvidos em solução são convertidos para a fase

sólida insolúvel via reação química, onde normalmente os metais precipitados da

solução estão na forma de hidróxido (KURNIAWAN et al., 2006). A redução da

solubilidade dos compostos orgânicos e inorgânicos para fins de precipitação é um

processo de tratamento químico muito utilizado tanto no tratamento de águas como nos

tratamentos de efluentes (GIORDANO, 2003). Devido a sua capacidade de remoção de

poluentes, a simplicidade do processo e equipamentos de baixo custo, a precipitação

química tem sido usada para a remoção de compostos orgânicos não biodegradáveis,

nitrogênio amoniacal e metais pesados de aterros de resíduos urbanos.

A seguir serão descritos em detalhe a ação de cal hidratada.

a) Cal Hidratada:

O termo cal, de maneira geral, refere-se ao óxido de cálcio ou cal virgem (CaO),

hidróxido de cálcio ou cal hidratada (Ca(OH)2), e a cal dolomítica. Entretanto, as duas

formas de cal mais usadas no tratamento de efluentes são a cal virgem e a cal hidratada.

A cal virgem é inflamável e deve ser hidratada com água antes de ser utilizada,

convertendo-se em Ca(OH)2. A cal hidratada não necessita desta etapa, e é disponível

no mercado, porém é mais cara que a cal virgem (SANTOS, 2003).

A cal é o principal produto derivado dos calcários, dolomitos ou conchas calcárias. É

obtida através de uma reação química simples (calcinação), mas requer conhecimento e

habilidade para alcançar o padrão de qualidade ideal. O resultado da calcinação dos

carbonatos de cálcio e de cálcio-magnésio são respectivamente, os óxidos de cálcio

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(CaO) e cálcio-magnésio (CaO-MgO), denominados genericamente de cal virgem ou

cal viva (GUIMARÃES, 1998).

Com a hidratação do óxido de cálcio chega-se ao hidróxido de cálcio e a reação entre

este e o gás carbônico leva à formação do carbonato de cálcio, podendo tais reações ser

assim representadas (REBELATTO, 2006):

CaO (s) + H2O (l) Ca(OH)2 (s)

CaO (s) + CO2 (g) CaCO3 (s)

Ca(OH)2 (s) + CO2 (g) CaCO3 (s) + H2O

s = sólido; g = gás e l = líquido

O hidróxido de cálcio apresenta-se como um pó branco, alcalino (pH 12,8), pouco

solúvel em água (1,2 g/L de água, à temperatura de 25º C). Quando provém de rochas

carbonatadas puras, a cal virgem é um produto inorgânico branco. Quando apresenta

colorações creme, amarelada e levemente cinza, é sinal de que detém impurezas. Seu

odor é equivalente ao “terroso” (op.cit.).

A qualidade química do produto depende das características e das impurezas contidas na

rocha que lhe deu origem. Assim, recebe o nome de cal cálcica o produto com alto teor

de óxido de cálcio (entre 90 e 100%); cal dolomítica, quando possui teores de cálcio

entre 65 e 58% dos óxidos totais presentes; e de cal magnesiana quando possui teores de

óxido de magnésio intermediário entre a cal cálcica e a cal dolomítica (op. cit.).

Ressalta-se que o baixo índice de hidróxido de cálcio, que é reativo, e os altos índices de

MgO e carbonato de cálcio, que variam de pouco a não reativos, são os compostos mais

influentes na eficiência de uma cal utilizada como precipitante. Ressalta-se que uma cal

com uma grande quantidade de inertes e muito “grossa” apresenta os seguintes

problemas (SHINODA, 2009):

- Desgaste excessivo de rotores de bomba por causa da acentuada ação abrasiva;

- Repetitivos entupimentos de linhas;

- Incrustação exagerada em tanques, tubulações, agitadores, vertedores etc. inclusive

com perdas de equipamentos devido a alta concentração de carbonato de cálcio;

- Aumento da limpeza e manutenção de tanques e reatores, resultando em horas paradas;

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- Aumento expressivo do consumo de cal para compensar a baixa quantidade de

Ca(OH)2 dessas cales, fato esse que fomenta ainda mais os sintomas supracitados.

A NBR 6473/2003 especifica que a cal hidratada deve ter no mínimo de 67% de CaO,

máximo de 3% de MgO e um mínimo de 89% de Ca(OH)2. Alguns óxidos, tais como

SiO2, Al2O3, Fe2O3, P2O5, podem ser considerados impurezas e podem interferir na

qualidade da cal hidratada.

Keenan et al. (1984) compararam a eficiência de 3 tipos diferentes de cales para o

tratamento de lixiviado, sendo elas: cal com alta concentração de magnésio; cal com alta

concentração de cálcio e cal hidratada, utilizando respectivamente as concentrações de

15 kg/m3, 6,2 kg/m3 e 6 kg/m3. Tais autores constataram que a cal com alta

concentração de magnésio é impraticável para este fim, uma vez que necessita de doses

muito elevadas para elevação do pH. Além disto, a cal com alta concentração de cálcio

é mais eficiente que aquela com a concentração de magnésio, além de ser

economicamente viável pelo baixo custo. Porém, causa inúmeros problemas durante o

bombeamento e gerando excesso de lodo. Ressalta-se também que a cal hidratada além

de apresentar um bom desempenho no tratamento do lixiviado, também apresentou o

menor custo comparada as demais.

Em função do tipo de composição, as cales hidratadas podem ser de diversos tipos,

sendo estas aplicadas de forma adequada para cada função, conforme Quadro 2.2.

Quadro 2.2 – Tipos de Cales e suas respectivas aplicações (SHINODA, 2009).

Produto Aplicação

C.H. Calcítica

C.H. Alto

Cálcio

C.H. Extra Leve

C.H. CH-I

C.H. Magnecal

Tratamento de Efluentes

Sim Sim Não Não Sim

Tratamento Água

Sim Sim Não Não Não

Condicionamento Lodo

Sim Sim Não Sim c/ restrições

Sim

Neutralização ácida

Sim Sim Não Sim c/ restrições

Sim

Fertilizantes Sim Sim Não Não Sim Farmacêutica Não Sim Sim Não Não

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A cal hidratada é um dos mais comuns reagentes químicos usados na precipitação

química por causa do seu baixo custo e disponibilidade. É o principal agente alcalino,

utilizado em larga escala para o tratamento de águas e de efluentes, devido as suas

excelentes características físico-químicas, aliadas ao baixo custo e facilidade de

aquisição (SHINODA, 2009). No tratamento de efluentes, o hidróxido de cálcio é usado

principalmente para a correção de pH como agente precipitante para matéria orgânica,

fosfatos, metais traços e como coagulante para remoção de materiais coloidais

(SEMERJIAN & AYOUB, 2003). Thornton & Blanc (1973), Ho et al. (1974), Keenan

et al. (1983), Slater et al. (1983a) e Millot (1986) apud Amokrane et al. (1997) também

afirmam que a cal é o reagente mais utilizado na precipitação química, requerendo,

geralmente, entre 1 a 15 g/L de cal no tratamento de lixiviado de aterros. As principais

vantagens da aplicação de hidróxido de cálcio (cal hidratada) na precipitação química

incluem:

- Disponibilidade do reagente em muitos países;

- Não contribui para o aumento da salinidade, como é o caso quando se emprega sais de

alumínio ou ferro;

- Baixo custo e simplicidade do método.

O pré-tratamento com hidróxido de cálcio é mais barato do que a aplicação de outros

produtos químicos tais como: sulfato de alumínio, cloreto férrico, sulfato de magnésio

etc. Todavia, a precipitação utilizando cal hidratada para tratamento de lixiviado

também apresenta algumas desvantagens, tais como: aumento do pH e geração de lodo,

levando a necessidade da previsão de custo para disposição do lodo (TATSI et al., 2003;

KURNIAWAN et al. , 2006b; SEMERJIAN & AYOUB, 2003). Por outro lado, de

acordo com Santana-Silva (2008; 2009) o lodo gerado na precipitação química é

classificado como um resíduo não perigoso, não inerte- classe II- A, conforme a NBR

10004/2004, possibilitando diversas formas de aproveitamento, além da possibilidade

de ser disposto em um aterro de resíduos sólidos urbanos.

O hidróxido de cálcio pode ser usado tanto na forma de suspensão quanto na forma de

solução, vulgarmente denominada leite de cal. Alguns autores utilizaram em suas

pesquisas a precipitação química com leite de cal (p/v) para o tratamento primário de

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lixiviados estabilizados provenientes de diferentes aterros (GIORDANO, 2003;

RENOU et al, 2008).

b) Princípio de Funcionamento da Cal na Remoção de Matéria Orgânica

Dissolvida (MOD)

Segundo Hong & Elimelech (1997), as substâncias húmicas são macromoléculas

aniônicas refratárias de moderadas e altos pesos moleculares (1.000 Da – ácidos

fúlvicos e 10.000 Da - ácidos húmicos), além de possuir grupo funcional carboxílico em

cerca de 60 a 90% de todos os grupos funcionais presentes. Chian & Dewalle (1977)

mostraram que a precipitação usando cal predominantemente removeu a matéria

orgânica com peso molecular maior que 50.000 Da, ou seja, os ácidos húmicos.

Segundo os autores, esta fração encontra-se presente em concentrações relativamente

baixas nos lixiviados jovens, e ausentes em lixiviados estabilizados. Afirmaram ainda

que a eficiência do tratamento de lixiviado utilizando cal foi melhor em lixiviados de

idade mediana. Trebouet et al. (2000) concluíram em seu estudo que a distribuição do

peso molecular indica que a maioria dos compostos responsáveis pela DQO do lixiviado

estabilizado está abaixo de 1.000 Da, ou seja, necessariamente em ácidos fúlvicos.

Renou et al. (2008) afirmaram que o tratamento com cal age preferencialmente em

compostos orgânicos de alto peso molecular, essencialmente ácidos húmicos contidos

nos lixiviados estabilizados.

Esparza et al. (1980) e Randtke et al. (1982) citam também a possibilidade através da

precipitação utilizando cal, de remoção de altos pesos moleculares orgânicos como

ácidos húmicos e fúlvicos. Liao & Randtke (1986) também mostraram que obtiveram

uma excelente remoção de substâncias húmicas e proteínas durante a precipitação

química graças a dissociação substancial dos grupos funcionais em alto pH. De acordo

com Renou et al. (2009), o tratamento de lixiviado com a cal elimina a maioria das

macromoléculas orgânicas nos primeiros momentos da reação. Os autores afirmaram

que quase 91% da remoção total da matéria orgânica ocorre durante os primeiros 30

segundos e mais de 99% foram eliminados no final da mistura rápida (5 min). Este

fenômeno de remoção dos compostos orgânicos é muito rápido e começa logo que

ocorre a primeira precipitação de cristais carbonato de cálcio. Segundo a literatura, a co-

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precipitação aparece como o mecanismo preponderante durante a eliminação de

substâncias húmicas, tais como ácidos húmicos e fúlvicos, na sequência de um

tratamento químico com cal (LIAO & RANDTKE, 1985, 1986; RANDTKE et al., 1982

apud RENOU et al., 2009).

A redução da concentração de matéria orgânica está relacionada à precipitação de sais

orgânicos e, em menor proporção, à desestabilização de colóides (GIORDANO, 2003).

De acordo com Hong & Elimelech (1997), ao contrário dos cátions monovalentes,

cátions divalentes interagem especificamente com a matéria orgânica e formam

complexos de metais húmicos. Giordano (2003), afirmou “que nesses casos o que

acontece é um aumento do peso molecular, que praticamente dobra e o novo composto

perde a capacidade de dissolução pois os sítios ativos ficam ocupados pelo cátion

divalente”. Em seus estudos, Hong & Elimelech (1997) determinaram que a matéria

orgânica é melhor removida em pH básico (acima de 8) que ácido (pH 4), porém a

precipitação do cálcio só ocorre para um pH superior a 9.

Estruturalmente, as duas frações húmicas são similares, mas diferem em peso molecular

e conteúdo de grupos funcionais. Nesse contexto, observou-se que os ácidos fúlvicos

possuem o menor peso molecular, menos carbono e nitrogênio e tem o mais alto

conteúdo de grupos funcionais possuidores de oxigênio (CO2H, OH, C=O) por unidade

de peso que as outras duas frações húmicas. A resistência à degradação microbiana dos

materiais húmicos parece também ser em grande parte devido à formação de complexos

metálicos e/ou argilo-orgânicos estáveis (SCHNITZER, 1978). Giordano (2003) e Filho

& Da Silva (2002) sugeriram três possibilidades para a formação de complexos,

resultando em produtos de menor solubilidade, onde a primeira possibilidade é a

quelação do metal entre o grupo carboxila e o grupo hidroxi fenol; a segunda

possibilidade é a quelação do metal entre dois grupos carboxil e a terceira possibilidade

é a quelação do metal entre grupos carboxílicos de moléculas diversas de ácidos

húmicos. As Figuras 2.3 e 2.4, representam, respectivamente, a estrutura típica do ácido

fúlvico antes e após a precipitação química.

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Figura 2.3 - Estrutura típica do ácido fúlvico (GIORDANO, 2003).

Figura 2.4 - Estruturas insolubilizadas pelo cálcio - Humina (GIORDANO, 2003).

c) A Eficiência da Cal no Tratamento de Lixiviado

Há cerca de 30 anos as pesquisas utilizando cal hidratada no tratamento lixiviado foram

iniciadas, não obtendo eficiências convincentes. Thornton & Blanc (1973), por

exemplo, obtiveram uma remoção máxima de DQO de 23,5% e 12,6% de DBO com

apenas 1,5 g/L de cal. Ho et al (1974) obtiveram cerca de 30% de remoção de DQO

para uma dosagem de cal de apenas 1,4 g/L. Keenan et al (1984) tratando lixiviados

estabilizados com cal, obtiveram uma eficiência de 57% na remoção de DQO, 40% de

cloretos, 20,5% de sólidos dissolvidos e 18% de sólidos suspensos, além dos metais

pesados.

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Posteriormente, Amokrane et al. (1997) obtiveram um aumento no pH e na dureza e

uma redução de 20 a 40% da DQO, 90% dos metais pesados, e, de 70 a 90 % de cor,

turbidez, sólidos suspensos, além de óleos dispersos utilizando cal hidratada em

lixiviados de aterro. Giordano (2003), em seus estudos de doutorado, obteve uma

eficiência de remoção de 47 % para DQO. El-Fadel et al. (2003) utilizando a cal para a

realização de precipitação, afirmaram terem obtido bons resultados na remoção de

orgânicos (remoção de 50 a 60% de DBO, DQO e nitrogênio amoniacal) para um pH

superior a 8,5. Através da elevação do pH a 11, utilizando cal, Pala & Erden (2004)

reduziram a cor do lixiviado em 96%, além de obterem uma remoção de DQO em 47%.

Recentemente, Renou et al. (2008) trataram lixiviado de aterro sanitário utilizando 2,4 e

6 g/L de cal hidratada e obtiveram respectivamente uma eficiência de remoção para

DQO de 18% e 25,5%, respectivamente; Nitrogênio Amoniacal uma faixa de 20 a 50%;

Ferro, 75%; alcalinidade na faixa de 80 a 90%. Para outros ensaios realizados, estes

autores obtiveram uma remoção de 20-30% de DQO, constituída essencialmente

macromoléculas orgânicas refratárias, como os ácidos húmicos (RENOU et al., 2008).

Silva (2008), estudou o tratamento do lixiviado pelo processo de precipitação química

promoveu uma pequena remoção de matéria orgânica (19 a 36% de DBO e 10 a 29 %

de DQO), além de 60% da cor e 50% da turbidez para um lixiviado biodegradável.

Santana-Silva (2008) analisou 3 amostras de lixiviado do Aterro da Muribeca, com

concentrações iniciais de DBO na faixa de 3100 - 4500 mg/L, sendo essas reduzidas

para valores entre 2050 – 3700 mg/L, após a adição de Ca(OH)2. Comportamento

semelhante pode ser observado ao analisar os teores de DQO, cujos valores iniciais de

4420 - 8260 mg/L foram reduzidos, após o tratamento, para valores entre 3100 – 7400

mg/L. As remoções obtidas foram de 19 a 35,7% de DBO e 10.3 a 28,6% de DQO.

A Tabela 2.3 retrata os resultados de alguns estudos que demonstraram a remoção de

DQO utilizando hidróxido de cálcio como agente precipitante.

De um modo geral, nota-se que o sistema de tratamento de lixiviado baseado apenas na

precipitação química com cal hidratada não possui um bom desempenho quando

utilizado de forma isolada, necessitando a utilização de outras etapas para um melhor

desempenho.

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Tabela 2.3 - Resultados de alguns estudos que demonstraram a remoção de DQO

utilizando hidróxido de cálcio como agente precipitante.

Referências Agentes químicos

Dosagens DQO Observações Inicial Remoção

(%) Thornton et al.,

1973* Ca(OH)2 0,3-0,6 g/L - 8,2- 23,5 Lixiviado novo.

Valores de DBO de 10.850 mg/L e pH

6,5. Keenan et al.,

1984* Ca(OH)2 6 kg/m3 - 57 Lixiviado

estabilizado. Papadopoulos et al.,

1998* Ca(OH)2 + Al2(SO4)3

1,5 + 1Kg m3 6000 - 8200

42 Lixiviado estabilizado. Relação DBO/DQO de 0,11 -

0,17. Baig et al., 1999* Ca(OH)2 1g/L 1585 27 Lixiviado novo

Tatsi et al., 2003 Ca(OH)2 7g/L - 30 – 45 Lixiviado novo e mediano

Giordano, 2003 Ca(OH)2 6,7 e 14,5 g/L 780 e 2300

28,2 e 75 Lixiviado estabilizado do aterro sanitário de

Piraí e Gramacho (RJ).

Kargi & Pamukoglu, 2003

Ca(OH)2 1g/L 9500 26,3 Lixiviado estabilizado

Salem et al., 2008 Ca(OH)2 10 g/L 3360 11,4 Lixiviado estabilizado. Relação DBO/DQO de 0,25.

Renou et al., 2008 Ca(OH)2 10 g/L 1640 30 Lixiviado estabilizado. Relação DBO/DQO de 0,5.

Fonte: Adaptado de Santana-Silva (2008).

2.7.2.8. Adsorção e Absorção

A adsorção é um processo de transferência de massa no qual a substância é transferida

da fase líquida para a fase sólida, onde permanece ligada por interações físicas e/ou

químicas. A adsorção pode ser reversível ou irreversível e está relacionada com a área

disponível do adsorvente, e com a relação entre massa do adsorvido e massa do

adsorvente, pH, temperatura, força iônica e natureza química do adsorvente e do

adsorvido (MORAVIA et al., 2008). De acordo com Nunes (2004), existem substâncias

que agem como adsorventes, fixando em sua superfície outras substâncias que

produzem gosto e odor e matéria orgânica dissolvida. Entre as substâncias adsorventes

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podem ser citados: turfa, cinza, areia, carvão vegetal, casca de extração de tanino, flocos

de hidróxido férrico, permutadores iônicos granulados, carvão ativado, etc.

De acordo com Moraes (2005), diversas espécies químicas presentes no lixiviado

(iônicas ou orgânicas) são passíveis de serem adsorvidos ou absorvidos em matrizes

sólidas. Diversos materiais têm sido testados como adsorventes (zeólitas, vermiculita,

caolinita, alumina ativada), no entanto, o carvão ativado continua sendo considerado o

que apresenta melhores resultados no tratamento de lixiviados.

Os resultados obtidos na remoção da concentração de nitrogênio amoniacal em lixiviado

de aterro sanitário por meio de adsorção em vermiculita expandida e a toxicidade do

lixiviado utilizando Lactuca Sativa L. (Alface), mostraram que os testes para remoção

de nitrogênio amoniacal foram bem sucedidos para as condições de trabalho adotadas,

apresentando eficiência de 59% na remoção para uma diluição de 50% do lixiviado de

aterro sanitário (DIAS & BRAGA, 2009).

a) Adsorção em Carvão Ativado

Segundo Breia (2006), o termo carvão ativado refere-se a uma forma do carvão que foi

especialmente tratado para aumentar em várias vezes o número de poros, obtendo-se

assim, um produto de grande área específica, que pode variar de 500 até 1.500 m2/g de

carvão. É uma substância quimicamente inerte e suas propriedades dependem de vários

fatores como: matéria-prima, processo de ativação, tempo de ativação etc. Segundo

Bahé (2008), o carvão ativado tem grande vantagem de ser recuperado. Remove cor,

fenóis (50 kg de carbono para cada 5 a 12 kg de fenóis), nutrientes (fosfatos, nitratos),

sólidos em suspensão, matéria orgânica não biodegradável, etc. O tempo de contato do

efluente no leito do carvão é de 15 a 40 minutos. Porém, o leito deve ser periodicamente

levado para desobstrução.

Para Trejos (2001), o carvão ativado possui três tipos de poros:

• Microporos – possuem raio efetivo menor que 20 Å e a área superficial em torno de

96% da área total do carvão, sendo responsável pela adsorção de pequenas moléculas;

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• de Transição – possuem raio efetivo na faixa de 500 a 1000 Å, área superficial menor

que 5% e adsorvem moléculas de tamanho médio; e,

• Macroporos – possuem raio efetivo na faixa de 5.000 a 20.000 Å e área superficial de

0,5 a 2,0 m2/g, sendo responsável pela adsorção de moléculas grandes.

O processo de adsorção ocorre em três estágios: macrotransporte, microtransporte e

sorção. O macrotransporte envolve o movimento do material sólido através da água até

a interface líquido-sólido por convecção e difusão. O microtransporte envolve a difusão

do material orgânico através do sistema de macroporos até os sítios de adsorção nos

microporos. A sorção é o termo utilizado para descrever a fixação do material orgânico

no adsorvente. Quando a taxa de sorção é igual à taxa de dessorção diz-se que o

equilíbrio foi alcançado (METCALF & EDDY, 1991 apud BREIA, 2006).

De acordo com Breia (2006), a adsorção de compostos em carvão ativado ou sobre

adsorventes sintéticos derivados de carbono é uma tecnologia de baixo custo e grande

eficiência. Esses adsorventes podem ser facilmente regenerados por tratamento com

vapor ou pela elevação de temperatura, assim como por solventes. Os poluentes

concentrados podem ser, subseqüentemente, destruídos por oxidação catalítica, por

exemplo. A adsorção é uma das metodologias freqüentemente usadas para a remoção de

compostos orgânicos por causa da sua eficiência, capacidade e aplicação em grande

escala (AYRANCI & HODA, 2004). O carvão ativado é o adsorvente mais utilizado no

tratamento de efluentes em função da sua eficiência e viabilidade econômica

(AYRANCI & HODA, 2005).

A remoção de contaminantes pelo carvão ativo é um processo de adsorção física

(podendo também ser química, a depender do contaminante), sendo por essa razão

reversível se energia suficiente for aplicada. A característica que faz do carvão ativo um

excelente adsorvente é a sua enorme área superficial.A estrutura interna do sólido

possui poros de tamanho progressivamente decrescente que são produzidos pelos

processos de queima e oxidação parciais. Os poros internos onde ocorre a adsorção são

suficientemente grandes apenas para moléculas pequenas, incluindo os solventes

clorados (BREIA, 2006).

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Uma vez que uma amostra de carvão ativo esteja próxima de seu ponto de saturação em

termos de produtos orgânicos adsorvidos, são três as alternativas disponíveis. Esta pode

ser simplesmente disposta em um aterro (sanitário ou industrial, dependendo dos

compostos adsorvidos), incinerada para que os contaminantes adsorvidos sejam

destruídos ou pode ser aquecida para a regeneração da superfície expelindo os poluentes

orgânicos na forma de vapor, que podem então ser incinerados ou oxidados por via

catalítica (op. cit.). Depois de saturado, o carvão ativo pode ser regenerado através do

aquecimento a aproximadamente 930ºC, de modo a desobstruir os poros. O material

adsorvido é expelido e o carvão ativo recupera a sua capacidade inicial, sendo os

poluentes orgânicos expelidos encaminhados para tratamento adequado. Outra forma de

reativá-lo é através da regeneração química utilizando-se um solvente a 100ºC e pH

elevado, porém é um processo quase não utilizado (BAIRD, 2002). Na verdade, a

remoção de contaminantes pelo carvão ativo é um processo de adsorção física, sendo

por essa razão reversível se energia suficiente for aplicada (BREIA, 2006).

Devido a grande área de superfície, estruturas dos microporos, alta capacidade de

adsorção e reatividade, a adsorção empregando carvão ativado granular (CAG) e carvão

ativado em pó (CAP) vêm sendo largamente empregada na remoção de poluentes

orgânicos e inorgânicos dos lixiviados (KURNIAWAN et al., 2006). O CAP e CAG

têm sido usados pela sua capacidade de promover sorção, absorvendo quantidades

residuais de material orgânico de lixiviados, quando esses líquidos já tiveram a maioria

de seus compostos orgânicos removidos através de outro tipo de tratamento (DOE,

1995).

De acordo com Qasim & Chiang (1994), em geral, o processo adsortivo trabalha melhor

com elementos de baixa solubilidade em água, alto peso molecular, baixa polaridade e

baixo grau de ionização. Alguns orgânicos não biodegradáveis (Detergentes) são

removidos, além de orgânicos tóxicos (Pesticidas) e recalcitrantes. Segundo Nunes

(2004), na remoção da matéria orgânica dissolvida pelo carvão ativado, além do

processo de adsorção, há também a assimilação do poluente no meio suporte, através de

micro-organismos presentes.

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De acordo com Qasim & Chiang (1994) estudos realizados por diversos pesquisadores

(KIPLING, 1965; BURCHINAL, 1970; CHIAN DeWALLE, 1977; McCLINTOK et

al., 1990) utilizando-se carvão ativado para o tratamento de lixiviado pré-tratado em

coluna, comprovaram uma remoção de DQO de 59 a 94%. Amokrane et al (1997)

relatam que a adsorção por carbono ativado permitiu remoção de 50 a 70% de DQO e

nitrogênio amoniacal. Ho et al. (1974) obtiveram um efluente clarificado com remoções

de 25,4% de DQO, 81,8% de ferro e 10,9% de STD, utilizando-se do carvão ativado.

Em um segundo experimento, os autores utilizaram uma dosagem de 1.240 mg/L de

carvão. Nessas condições, verificou-se aumento da remoção de DQO (56,8%), para

TDH de 21,8 min. As remoções de ferro e sólidos totais dissolvidos, por sua vez, foram

de 65% e 19,3% respectivamente.

De acordo com Nóbrega et al. (2008), a eficiência de remoção da cor tende a aumentar à

medida que a concentração de carvão ativado aumenta, por outro lado, a eficiência de

remoção da DQO foi muito mais expressiva que a remoção da cor. Essa baixa eficiência

de remoção de cor pode ser explicada, em parte, pelo fato de que a cor de lixiviados

estabilizados é conferida, em especial, pela presença de substâncias húmicas (WANG et

al., 2006), as quais são moléculas de cadeia grande e, portanto, de difícil adsorção nos

microporos do carvão ativado.

De acordo com Moravia et al. (2008), a média de remoção de cor aumentou com a

concentração de Carvão Ativo em Pó (CAP). Para concentrações de CAP de 9.000

mg/L e 1.500 mg/L obtiveram eficiências médias de remoção de cor em torno de 54% e

14% respectivamente. Uma maior concentração de CAP e um maior tempo de contato

apresentou melhor resultado em ambos os aspectos avaliados no tratamento. Os autores

ainda concluíram que o tempo de mistura não interfere nas eficiências de remoção de

cor enquanto que, para as eficiências de remoção de DQO, um maior tempo favorece a

eficiência do tratamento.

2.7.2.9. Remoção de Amônia por Arraste com Ar (Stripping)

No lixiviado de aterros sanitários, freqüentemente a amônia é encontrada em

concentrações elevadas, superior a 1.000 mg N-NH3/L. Por sua altas solubilidade e

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concentrações é um importante traçador da contaminação do lixiviado nos corpos

hídricos (MANNARINO, 2003). Elevadas concentrações de nitrogênio amoniacal

presente no lixiviado, são geralmente encontrados em lixiviados de aterros antigos e são

geradas em conseqüência da degradação biológica anaeróbia de aminoácidos e outros

compostos orgânicos nitrogenados, durante a fase acetogênica, podendo ocorrer

elevadas concentrações de amônia (ILIES & MAVINIC, 2001; IM et al., 2000;

OLIVEIRA & MOTA, 1998).

A utilização do tratamento biológico, sem a prévia remoção de amônia, acarretaria um

grande consumo de energia elétrica para a introdução do oxigênio nos reatores

biológicos, visto que cada grama de nitrogênio amoniacal consome 4,6 gramas de

oxigênio (CARDILLO, 2008). Além disso, a presença do nitrogênio e do fósforo em

grande quantidade pode prejudicar os corpos hídricos através do desenvolvimento de

algas, que leva ao fenômeno da eutrofização (JORDÃO & PESSÔA, 2005).

De acordo com Bidone (2007), a remoção de amônia por aeração mecânica é muito

difundida como “remoção de amônia por arraste com ar” (em inglês, ammonia

stripping), consistindo na elevação do pH do lixiviado para valores próximos a 11 (ou

superiores), fazendo-se com que prevaleça na massa líquida o N-amoniacal na forma de

NH3 (amônia gasosa). De acordo Qasin & Chiang (1994) existe simultaneamente a

remoção dos Carbonos Orgânicos Voláteis (COV).

Para se obter esta condição, usualmente é adicionado Ca(OH)2 (hidróxido de cálcio) ou

NaOH (Hidróxido de sódio) afim de que seu pH chegue próximo a 11. Logo após são

produzidas bolhas de ar que arrastam o NH3 para atmosfera (SCHIMANKO, 2008).

De acordo com Silva (2002) e Schimanko (2008), o processo de arraste é simples, mas a

literatura apresenta algumas vantagens e desvantagens. As desvantagens podem ser

relacionadas como:

1. Altos custos de operação e manutenção, pois requer cal e ácidos para o controle

do pH;

2. O processo é sensível à temperatura, pois há solubilização da amônia com a

diminuição da temperatura;

3. Acúmulo de carbonato de cálcio causando entupimento na tubulação;

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4. Poluição Acústica;

5. Odor e poluição atmosférica gerada pela amônia ao ser lançada na atmosfera; e,

6. Geração de lodo pela introdução do alcalinizante.

Algumas vantagens devem ser consideradas:

1. O processo pode ser controlado para se obter uma determinada remoção da

amônia;

2. A maioria da aplicabilidade é requerida em combinação com sistema de cal para

remoção de fósforo;

3. O processo pode levar o lixiviado a alcançar o padrão necessário para

lançamento;

4. Não é sensível as substâncias tóxicas.

De acordo com Giordano (2003), avaliações de diversos processos de tratamento foram

realizadas na Itália, conforme observado por Collivignarelli et al. (1993), e no que se

refere à remoção de amônia por alcalinização e stripping, esta associação de processos

químicos e físicos foi considerada a melhor forma de remover o nitrogênio amoniacal.

De acordo com Renou et al. (2008), o stripping atualmente é o método mais usado para

eliminar altas concentrações de nitrogênio amoniacal, tanto no tratamento de esgotos

quanto no tratamento de lixiviado de aterros. O desempenho desse método pode ser

avaliado em termos de eficiência de remoção de nitrogênio amoniacal.

Na literatura, existem diversos trabalhos que abordam o método de stripping em

lixiviado de aterro sanitário. Diversas técnicas baseadas nesse método são descritas

(KEENAN et al., 1984; OZTURK et al., 2003; CHEUNG et al., 1997; LEI et al., 2007;

GIORDANO, 2003; CAMPOS et al., 2007; BENTO et al., 2008; OLIVEIRA et al.,

2008; SANTANA-SILVA, 2008; DA SILVA et al., 2009; FERREIRA et al., 2009),

variando o pré-tratamento, tempo de aeração, fluxo de ar injetado, o tipo e concentração

do produto químico usado para ajustar o pH e temperatura.

Keenan et al. (1984) controlaram as concentrações de N-amoniacal em uma lagoa de

stripping. A concentração média de N-amoniacal no lixiviado afluente à lagoa era igual

a 1.001 mg/L. O TDH na referida lagoa era de 1,74 d, sendo a unidade precedida de um

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tanque de equalização e de um reator cilíndrico de contato de fluxo ascendente,

operando sob TDH igual a 1,7 h, dentro do qual, através da adição de solução de cal,

obtinha-se a elevação de pH, além de coagulação e precipitação de metais pesados e de

parte da carga orgânica do lixiviado. Os autores obtiveram eficiência média de 50% de

remoção de amônia no sistema.

O tratamento de lixiviados estabilizados do aterro de Thessaloniki, na Grécia, usando o

processo de stripping por 24h foi investigado por Diamadopoulos (1994). Com uma

concentração inicial de nitrogênio amoniacal de 2.215 mg/L, cerca de 95% foi removido

em pH de 11,5.

Cheung et al. (1997), tratando lixiviado do aterro de Junk Bay, em Hong Kong, em

escala de laboratório, obtiveram uma remoção de 90% de nitrogênio amoniacal com

uma concentração inicial de 500 mg/L. Ressalta-se que os autores utilizaram cerca de 10

g/L de cal para elevar o pH a 11.

Ozturk et al. (2003) conduziram experimentos em béqueres de 1 litro, objetivando

comparar o stripping com e sem aeração, para isso variaram as concentrações de

hidróxido de cálcio (4.8, 6.6 e 8.0 mg/l) e o pH (10, 11 e 12, respectivamente). Tais

dosagens de hidróxido de cálcio foram investigadas em diferentes tempos de aeração

(0.5-2h e durante 24h) utilizando uma vazão de ar de 7,6 L/min. Paralelamente, com as

mesmas concentrações e pH, também foi avaliado o stripping sem aeração durante 24

horas. Os melhores resultados foram observados para o período de 2 horas de aeração

em pH 12, cujos valores de remoção para nitrogênio amoniacal foi 72%, e no período de

24 horas sem aeração, resultando em 95% de remoção desse contaminante.

Em escala de laboratório, Calli et al. (2005) tratando lixiviados jovens do aterro de

Komurcuoda, na Turquia, pelo processo de stripping durante 12h, cerca de 94% do

nitrogênio amoniacal foi removido com uma concentração inicial de 3260 mg/L,

utilizando 11 g/L de cal. Além disso, obteve uma remoção de 15% de DQO durante este

processo.

Giordano (2003), através de ensaios de laboratório demonstrou que a NH3(aq) é passível

de remoção por stripping. O autor realizou aeração do lixiviado bombeando ar através

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de um difusor de vidro sinterizado imerso em um becher de 1 L, variando-se também o

pH do lixiviado através da utilização de hidróxido de cálcio. Amostras da fase líquida

foram coletadas em intervalos de tempo definidos para os testes, e analisados quanto ao

teor de N-NH3. O sistema obteve uma eficiência superior a 90% de amônia em até

quatro horas na temperatura de 22oC. Kargi & Pamukoglu (2004) utilizaram uma

solução de leite de cal (1g/L) para elevar o pH do sobrenadante para 12 e a aeração foi

feita por 45 min para reduzir o conteúdo de nitrogênio amoniacal a níveis desejados. Os

autores obtiveram com esse pré-tratamento uma significativa remoção de nitrogênio

amoniacal e DQO.

Bento et al. (2008), realizaram o processo de striping de amônia no Jar Test, constituído

por 6 unidades com capacidade unitária de 1,2 L, com velocidade rotacional de 90 rpm

sob agitação mecânica. O lixiviado foi submetido a dois tratamentos, sendo o primeiro

tratamento, pH 8 e tempo de monitoração foi de 110 horas; no segundo tratamento, pH

9 e o tempo de monitoração de 96,0 horas. Ao término do experimento observou-se que

no Tratamento 1 a eficiência na remoção do nitrogênio amoniacal foi de 96,6% para a

Célula 1 e 98,0% para a Célula 2. No Experimento 2, foi alcançada uma remoção de

nitrogênio 92,7% para a célula 1 e 92,9% para a Célula 2.

Da Silva et al. (2007), monitoraram durante 20 dias, um sistema constituído de um

recipiente contendo 15L de lixiviado coletado do Aterro Controlado de Londrina.

Utilizou-se para o revolvimento do conteúdo líquido uma bomba tipo submersa apenas

para mantê-lo em movimento, sem provocar aeração, para favorecer a volatilização da

amônia livre por “stripping”. Observou-se que após 20 dias houve remoção de 79% de

N- amoniacal, o pH manteve-se constante e ocorreu queda de alcalinidade.

Oliveira et al. (2008) realizaram o stripping a partir de um sistema experimental

constituído por reatores em batelada sem alimentação mecânica de ar, com

delineamento experimental de 4 tratamentos e 3 repetições. Nos reatores em batelada o

substrato aplicado para alimentação foi constituído por lixiviado e efluente de lagoas

facultativas primárias tratando esgoto doméstico em 4 diferentes proporções, sendo que

o efluente foi adicionado na proporção de 10%, 20% e 30% em volume ao lixiviado a

ser tratado. Ao término do experimento observou-se que, o tratamento combinado de

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lixiviado e efluente de lagoas facultativas primárias apresentou resultados satisfatório

chegando a remover 97,6% de nitrogênio amoniacal, sendo que a eficiência na remoção

estava diretamente associada ao percentual de efluente de lagoas facultativas primárias

utilizado na preparação do substrato. Campos et al. (2007) realizaram os ensaios em

batelada, utilizando-se um bécher e uma placa de agitação/aquecimento e um volume

reacional de 2 litros. O lixiviado foi aerado através de compressor de aquário. Foram

realizados experimentos com o pH normal da amostra e pH 11,0 e nas temperaturas

ambiente (25 oC e 65

oC), e obtiveram uma remoção de 96% de amônia, nos ensaios

sem ajuste de pH e a 65 oC.

Santana-Silva (2008), nos estudos realizados em laboratório com béckers utilizando

injeção de ar, realizado em 1 litro de lixiviado pré-tratado, mostrou que a concentração

de nitrogênio amoniacal foi reduzida significativamente com o tempo, sendo esse

decréscimo mais acentuado para as vazões de 5 e 10 L/min do que para 2 L/min e sem

aeração. Observou-se que durante 6 horas de injeção de ar com vazões de 5 L/min e 10

L/min, a remoção de nitrogênio amoniacal alcançou valores médios de 90 e 92%,

respectivamente. Porém para a vazão de 2 L/min, a eficiência superior a 90% de

remoção do N-amoniacal só foi atingida após 12 horas de aeração. Ressalta-se que para

as aerações de 5 e 10 L/min, após 12 horas, a remoção foi de aproximadamente 99%.

Leite (2007), realizou o stripping de amônia em lixiviados empregando um sistema

experimental constituído por reatores em série, com alimentação forçada de ar e

correção de pH, conforme Figura 2.5. Os reatores foram projetados com profundidade

média de 50 cm e tempo de detenção hidráulica da série de reatores igual a 60 dias. Para

esses reatores, a eficiência média de remoção de nitrogênio amoniacal foi de 96,10%.

Luna et al.,(2009) realizaram estudos em reatores de fluxo pistonado monitorados com

carga superficial aplicada de 600kgNH4+ ha -1.dia-1 e TDH igual a 50 dias, e obtiveram

uma eficiência média de remoção de nitrogênio amoniacal de 98,4%.

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Figura 2.5 - Reatores de stripping em série com o sistema de agitação (LEITE, 2007

apud SANTANA-SILVA, 2008).

2.7.3. Sistemas Alternativos

2.7.3.1. Banhados ou Wetlands

De acordo com Ferreira (2001), o termo wetland é utilizado para caracterizar vários

ecossistemas naturais que ficam parcial ou totalmente inundados durante o ano. Os

wetlands naturais são facilmente reconhecidos como as várzeas dos rios, os igapós na

Amazônia, os banhados, os pântanos, os manguezais, as formações lacustres de baixa

profundidade em parte ou no todo, as grandes ou pequenas áreas com lençol freático

muito alto, porém, nem sempre com afloramento superficial, entre outros. Os wetlands

construídos são, pois, ecossistemas artificiais com diferentes tecnologias. A ação

depuradora desses sistemas é devido à: absorção de partículas pelo sistema radicular das

plantas; absorção de nutrientes e metais pelas plantas; ação de micro-organismos

associados à rizosfera; transporte de oxigênio para a rizosfera. O fenômeno da

evapotranspiração contribui para a redução do volume de lixiviado produzido.

Segundo Mæhllum et al. (1995) esta técnica teve início na década de 50 na Alemanha,

mas seu emprego como tratamento secundário e terciário em sistemas de tratamento de

efluentes de aterro sanitário só ocorreu no final dos anos 80, no Reino Unido, Estados

Unidos e Alemanha. A partir de meados dos anos 90 têm-se registros de investigações

na Eslovênia, Bulc et al. (1997), e na Noruega, Mæhllum et al. (1995). Cunha (2006)

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citou levantamento realizado por Kadlec et al. (2000) que indicou a existência de mais

de 6.000 banhados construídos sendo usados no tratamento de resíduos domésticos na

Europa e de mais de 1.000 sendo utilizados no tratamento de esgotos industriais na

América do Norte.

Quanto ao tipo de vegetação, Mulamoottil et al (1998) apud Mannarino et al. (2006)

destacam a taboa (Typha sp.) como própria para utilização em wetlands por sua

estrutura interna ser formada por tecidos que contém espaços abertos, através dos quais

acontece transporte de oxigênio da atmosfera para as folhas e daí para as raízes e

rizomas. Parte do oxigênio pode ainda sair do sistema radicular para a área em torno da

rizosfera criando condições para decomposição aeróbia da matéria orgânica, bem como

para crescimento de bactérias nitrificantes.

Os sistemas de wetlands artificiais são classificados de acordo com a circulação da água

no sistema, Garcia et al. (1997) apud Beltrão (2006):

- Sistemas de Fluxo Superficial (FS): o nível da água está sobre a superfície e a

vegetação se desenvolve tendo o sistema radicular preso ao sedimento e o caule as

folhas parcialmente.

- Sistema de Fluxo Subsuperficial (FSS): A água circula (horizontal ou verticalmente)

através de um meio poroso submerso e em contato com as raízes e rizomas de plantas

aquáticas.

Mannarino et al. (2006) realizaram ensaios utilizando uma gramínea local, taboa (Typha

sp.), num sistema de consórcio de tratamentos (filtro biológico aeróbio; pequeno

wetland com tempo de detenção hidráulico de 2 dias; e lagoa aeróbia); e mostraram

remoções, em termos de concentração de poluentes, de 41% de DQO e 51% de

nitrogênio amoniacal. Gomes et al. (2009), realizaram ensaios com outra espécie de

taboa, a Typha latifolia, utilizando dois tipos de banhados: fluxo horizontal e vertical

utilizando britas de diferentes diâmetros. No banhado horizontal obtiveram uma

remoção em cerca de 34% para o nitrogênio amoniacal e 21% em termos de fósforo,

contra 28% de nitrogênio amoniacal da barreira vertical.

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2.7.3.2. Sistema Bioquímico - SBQ

Este sistema foi concebido utilizando-se conjuntamente solo/plantas/micro-organismos

com a finalidade de remover, degradar ou isolar substâncias tóxicas de efluentes

(BELTRÃO et al., 2005; BELTRÃO, 2006). Nesse sistema, o processo de

descontaminação ocorre de formas variadas e concomitantes, partindo dos princípios de

técnicas de tratamento de efluentes já consolidadas: fitorremediação e barreira reativa.

A primeira apresenta-se em forma de charco artificial; a segunda é representada por

uma parede permeável de material reativo que retêm poluentes, quimicamente e/ou

fisicamente, conforme se observa na Figura 2.6. O termo “bio” é uma alusão à

contribuição dos organismos vivos que compõem o sistema (biofilme e macrófitas),

assim como, o termo “químico” refere-se aos processos de remoção de poluentes

através de reações químicas de troca de elétrons e complexação de metais, hidrólise,

adsorção, etc., independentemente dos micro-organismos, tais como: reações de troca

iônica.

Beltrão (2006) afirma ainda que os principais processos de remoção de poluentes

atuantes no sistema são: 1) através de degradação de contaminantes por meio da

biomassa aderida ao material suporte (biofilme); 2) os poluentes são retidos pelas raízes

das taboas ou degradados por bactérias que nelas se alojam, onde, em seguida, os

contaminantes são armazenados ou transportados e acumulados nas partes aéreas das

plantas; 3) pela adsorção química dos contaminantes que percolam através da Barreira

Reativa Permeável (BRP).

BRPs são normalmente utilizadas para interceptar pluma de contaminação em aqüíferos

contaminados por indústrias. As propriedades dos materiais que a compõem, incluem o

peso específico, tamanho, forma e mineralogia dos grãos, índice de plasticidade,

permeabilidade, porosidade, composição química, etc, afetando o seu despenho. A

escolha desses materiais deve ser feita de tal maneira que se garanta a sua reatividade

por um prolongado período de tempo. Além disso, é necessário que o material

constituinte da barreira não lance contaminantes adicionais ao sistema e que esteja

disponível em larga escala por um preço viável (GAVASKAR et al, 1998 apud

GUSMÃO, 1999).

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Figura 2.6 - Desenho esquemático do SBQ (BELTRÃO et al., 2005).

Para a Environmental Protection Agency - EPA (2002), os meios reativos das barreiras

reativas permeáveis podem ser compostos de uma variedade de materiais como: ferro de

valência zero, mistura de Feº e areia, carvão ativado, zeólitas, micro-organismos (bio-

barreiras), etc.

De acordo com Gusmão (1999), o único experimento de campo relatado com detalhes

na literatura técnica pesquisada sobre barreiras reativas foi realizado no campo

experimental de Canadian Forces Base Borden, no Canadá, por alguns pesquisadores

(O’HANNESIN & GILLHAM, 1992; O’HANNESIN, 1993; GILLHAM et al., 1993 e

1994). Jefferis et al. (1997) e Jefferis & Norris (1998), que apresentaram os primeiros

resultados do monitoramento da primeira aplicação de barreira reativa na Europa,

executada em um sítio de uma indústria eletrônica em Belfast, Irlanda do Norte.

Beltrão (2006) através do seu estudo em campo, utilizando-se de barreiras reativas para

tratar lixiviado utilizando solos argilosos do tipo caulinita ou ilita em conjunto ou não

com o carvão de coco, concluiu que o Sistema Bioquímico (SBQ) é viável como

alternativa de polimento do lixiviado, a medida em que foram obtidas eficiências

superiores a 46% na remoção de DBO5 e eficiências média entre 14 e 23% na remoção

de DQO. Por sua vez, Lins (2008), através de estudos realizados em laboratório,

utilizou-se da zeólita como material de preenchimento da barreira reativa para tratar

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lixiviado. A autora obteve uma redução na condutividade elétrica, no nitrogênio

amoniacal e a DQO.

As Barreiras Reativas Permeáveis (BRPs) foram concebidas e executadas com base nos

resultados dos estudos laboratoriais de equilíbrio em lote e de coluna, utilizando os

materiais reativos para avaliar a cinética de remoção dos contaminantes. Estes dados são

utilizados em associação com as informações específicas, como: tipo de contaminante e

concentração, fluxo de massa total do contaminante exigindo tratamento, entre outras

(EPA, 1998).

Mackenzie et al. (1999) ressaltam que os principais problemas que afetam o

desempenho e a vida útil das barreiras reativas são: o efeito de colmatação e a

precipitação de minerais no reator, resultante tanto de processos químicos quanto

biológicos, dependendo da natureza do meio reativo.

Nobre el at. (2007) sugerem um fluxograma, mostrado na Figura 2.7, com as principais

etapas para implantação de barreiras reativas permeáveis para interceptação de pluma de

contaminação no campo.

A presente pesquisa aborda os ensaios de laboratório para se verificar a eficiência do

carvão ativado na remoção de contaminantes presentes no lixiviado de aterros

sanitários, que de acordo com este fluxograma está incluso na Etapa 2. Nessa etapa,

deve-se determinar quais os materiais e/ou misturas de materiais são mais adequados de

acordo com as características do local e dos contaminantes, além dos ensaios de

laboratório para avaliar os parâmetros de fluxo e de transporte das misturas pré-

definidas.

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Figura 2.7 - Fluxograma das etapas para implantação de BRP (NOBRE et al.,

2007).

a) Ensaio de Equilíbrio em lote

Os estudos de equilíbrio em lote são mais indicados para analisar e escolher os

componentes para compor a barreira reativa permeável. Com base nos resultados

obtidos com vários materiais é possível escolher o(s) mais adequado(s) para posterior

análise e/ou aplicação em campo. Os ensaios de equilíbrio em lote são geralmente mais

rápidos, mais baratos e mais simples do que os testes de coluna e permitem uma rápida

comparação dos vários parâmetros sobre os resultados experimentais (POWELL et al.,

1995 apud US EPA, 1998).

O ensaio de equilíbrio em lote segue a norma técnica da EPA/530/SW-87/006-F. O

método consiste em colocar em contato a superfície das partículas adsorventes com a

solução do contaminante com diferentes concentrações em frascos distintos. A

suspensão é agitada durante determinado tempo e em seguida a solução é separada do

adsorvente e analisada quimicamente. A análise química do sobrenadante revela quanto

do soluto foi adsorvido pelo adsorvente através da diferença entre a concentração

inicial, antes do contato com o adsorvente, e a concentração medida após o período de

agitação. Ressalta-se que para este ensaio, cada etapa de ensaios envolve a execução de

ensaios com diferentes concentrações da grandeza estudada. Os frascos contendo o

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lixiviado e o adsorvente são submetidos à agitação a temperatura constante durante um

determinado período de tempo.

O modelo físico assumido nestas condições é de um sistema de partículas

completamente disperso onde todas as superfícies estão expostas para interação com os

contaminantes, representando assim uma situação limite superior, onde serão fornecidos

valores máximos de capacidade de sorção do material reativo, com base no tempo de

equilíbrio (ALVES, 2006).

A quantidade de soluto adsorvida é dada pela Equação 2:

q= (Co – Ce).V ( mg/g) (Equação 2)

M

Onde:

q = Taxa de sorção (massa de soluto adsorvido/massa unitária do carvão seco);

Co = Concentração inicial do soluto, antes do contato com o adsorvente (mg/L);

Ce = Concentração de equilíbrio do soluto (mg/L);

M = Massa do carvão seco (g);

V = Volume da solução (L).

Os valores de taxa de sorção (q) calculada para cada frasco versus a concentração de

equilíbrio após a agitação (Ce) são plotados em um gráfico gerando as isotermas de

sorção, a partir das quais os parâmetros de sorção podem ser ajustados de acordo com

alguns modelos descritos a seguir.

b) Isotermas de Sorção

Alguns modelos têm sido utilizados para descrever as isotermas de sorção, dentre os

mais citados na literatura encontram-se o linear, o de Freundlich e o de Langmuir

(ALCÂNTARA & CAMARGO, 2001).

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A isoterma de sorção pode ser considerada linear quando existe uma relação direta e

linear entre a quantidade de soluto adsorvida pelo carvão (q) e a concentração de

equilíbrio (Ce). O resultado da isoterma linear é descrito pela Equação 3, onde Kd é o

coeficiente de distribuição (L/g) (PAULA, 1999).

q = Kd Ce ( mg/g) (Equação 3)

Os modelos não lineares comumente utilizados para representar a relação entre a taxa de

adsorção e a concentração de equilíbrio são os modelos de Freundlich e Langmuir.

A isoterma de Freundlich é definida pela Equação 4, onde o coeficiente de partição (Kp)

é proporcional à capacidade de sorção e N é a declividade da curva que reflete a

intensidade de sorção com o aumento da concentração. Estes coeficientes dependem dos

constituintes, natureza do carvão e mecanismos de interação com o contaminante.

q = Kp CeN ( mg/g) (Equação 4)

As isotermas de Freundlich e o modelo linear não apresentam um limite de taxa de

sorção do soluto, não podendo, portanto, ser extrapoladas para faixas de concentração

superiores aos dados experimentais. Já a isoterma de Langmuir, definida pela Equação

6, apresenta um limite máximo na capacidade de sorção do carvão com o aumento da

concentração do soluto (ALVES, 2006).

q = [αβCe]/[1+αCe] ( mg/g) (Equação 5)

Onde α é uma constante de sorção (L/g) e β é a taxa de sorção máxima da espécie

química de interesse (mg/g).

Na Figura 2.8 estão apresentados os modelos das isotermas (Linear, Freundlich e

Langmuir), bem como a linearização dos modelos de Freundlich e Langmuir para

obtenção dos parâmetros de sorção. A isoterma linear passa pela origem e a quantidade

adsorvida é proporcional à concentração do fluido. Isotermas convexas são favoráveis,

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pois grandes quantidades adsorvidas podem ser obtidas com baixas concentrações de

soluto (BARROS, 1996).

Figura 2.8 - Modelos de isotermas: A) Linear; B) Freundlich; C) Langmuir

(PAULA, 1999).

2.8. ANÁLISE ECONÔMICA DO TRATAMENTO DE LIXIVIADO

2.8.1. Fundamentos de Custos

Segundo Anjos (2008), buscar atingir padrões ideais de competitividade, aliados à

otimização da qualidade e da produtividade, será grandemente facilitado, com as

informações gerenciais geradas pela contabilidade de custos. Segundo Megliorini

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(2001), atualmente, em um mercado altamente competitivo, o conhecimento e a arte de

bem administrar são fatores determinantes do sucesso de uma empresa. Portanto, não se

pode relegar a um plano secundário os cálculos de custos, pois eles serão ferramentas

auxiliares da boa administração.

Segundo Meira (2005), “a estação de tratamento, pode ser considerada como uma

fábrica, pois há transformações que envolvem processos, onde o resíduo é a matéria-

prima que será transformada e o efluente tratado no final do processo será o produto.

Considerando os processos de transformações, não podemos negligenciar que esses

processos de tratamento envolvem custos”. A autora ainda completa afirmando que os

custos do tratamento dos afluentes variam amplamente com as características do

lixiviado, concepção de tratamento, clima, condições locais, critérios de projetos, e

custos unitários de mão de obra, matéria-prima e energia.

2.8.1.1. Custos de Produção ou Custos de Transformação:

Os custos de produção são compostos das matérias primas, da mão-de-obra direta e dos

custos indiretos de fabricação, assim detalhados:

a) MATERIAS PRIMAS: correspondem aos materiais diretamente aplicados para a

obtenção de um produto final.

b) MÃO-DE-OBRA DIRETA: elemento utilizado para a transformação dos materiais

diretos em produto. A mão-de-obra direta, bem como os respectivos encargos sociais

podem ser claramente identificados com o volume operacional das atividades (unidades

produzidas, horas-máquinas ou horas-homens).

c) CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO – CIF: gastos que não são identificáveis

diretamente aos portadores finais. Exemplo: aluguel, manutenção etc.

d) DESPESAS COMPLEMENTARES: além dos custos de produção, a empresa incorre

em gastos de períodos, que são propriamente despesas complementares de natureza não

industrial, como: aluguéis de equipamentos, telefone, água, luz, honorários de

funcionários, material de expediente, material de limpeza, depreciação.

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Abaixo seguem os termos necessários ao cálculo do Custo Total para o tratamento de

lixiviado, baseado nas definições de Kroetz (2001) & Megliorini (2001) apud Meira

(2003):

- Custo Direto (CD): a apropriação de um custo ao produto que se dá pelo que

efetivamente consumido. No caso da matéria-prima, pela quantidade que foi

efetivamente consumida e, no caso da mão-de-obra direta, pela quantidade de horas que

foi efetivamente utilizada.

- Custo Indireto (CI): a apropriação de um custo ao produto que ocorre por intermédio

de rateio. Nesse caso, o rateio descaracteriza a apropriação como direta.

- Custos Fixos (CF): são aqueles decorrentes da estrutura produtiva instalada da

empresa, que independe da quantidade que venha a ser produzida dentro do limite da

capacidade instalada.

- Custos Variáveis (CV): São aqueles que aumentam ou diminuem, oscilando ao sabor

do nível de produção. São exemplos deste comportamento o custo da matériaprima

(quanto mais se produz, maior a sua necessidade, portanto, maior o custo) e o custo da

energia elétrica (quanto mais se produz, maior o uso de máquinas e equipamentos

elétricos, conseqüentemente, maior o consumo e o custo).

- Custo Total (CT): é a somatória dos custos fixos e variáveis. Segundo Bornia (2002)

uma das principais diferenças entre a empresa atual e a antiga é a constante procura de

melhoria em sua atividades. As empresas precisam necessariamente concentrar esforços

na busca constante de seu aprimoramento, não apenas com inovações tecnológicas, mas

também com a eliminação de desperdícios existentes no processo.

- Depreciação (D): De acordo com Koliver (2003), a depreciação representa, em termos

econômicos, a perda de valor dos bens materiais integrantes do ativo imobilizado de

uma entidade. Já na sua visa puramente financeira, o processo de transferência de

valores do imobilizado para o ativo circulante, até o disponível, desde que, a receita

gerada pelos produtos ou serviços que a causaram, permita a sua recuperação integral.

De acordo com Kroetz (2001), os sistemas de custos precisam sempre levar em

consideração a qualidade do pessoal envolvido na sua alimentação e no seu

processamento, a necessidade de informação do usuário final, a adequacidade de sua

adaptação às condições específicas da empresa, a utilização de quantidades físicas

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associadas aos valores monetários e, acima de tudo, a relação entre a sua utilidade ou a

de cada informação e o sacrifício envolvido na sua obtenção.

Os sistemas de custos procuram encontrar o custo total de produção, sendo que este

custo total é representado pelo somatório dos custos diretos mais os custos indiretos ou

dos custos fixos mais os custos variáveis (op. cit.).

CT = CD + CI ou Cf +Cv (Equação 6)

Onde:

CT = custo total

CD = custo direto

CI = custo indireto

Cf = custo fixo

Cv = custo variável

Neste trabalho serão abordados os gastos ligados à produção, ou seja, os custos

necessários aos processos de tratamento do lixiviado, cuja unidade básica considerada

como parâmetro será o metro cúbico (m3) de lixiviado tratado. Cada unidade que

compõe a concepção do sistema será analisada. O tratamento adotado para estudo

consistiu em: Precipitação Química, Stripping e Barreira Reativa.

2.8.2. Custos do Tratamento de Lixiviado

De acordo com Von Sperling & Chernicharo (2002), nos países desenvolvidos são

esporádicos os casos em que os padrões de lançamento de um efluente (industrial,

esgoto ou lixiviado) estão acima das exigências da norma ou legislação vigente,

diferentemente dos países em desenvolvimento. Inúmeros são os fatores que podem

justificar tais situações como: tecnologias inapropriadas, inexperiência quanto à forma

de tratamento e, principalmente, o custo.

Em relação aos países em desenvolvimento, o tratamento de lixiviado muitas vezes é

negligenciado, levando a padrões de lançamento discordantes das exigências

ambientais. A falta do retorno financeiro com o tratamento de lixiviado (obtenção de

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créditos de carbono, por exemplo) faz com que muitos sistemas de tratamento sejam

projetados e implementados sem investimentos em tecnologias apropriadas para o

tratamento. O desenvolvimento de eficientes tecnologias a baixo custo é uma tarefa

árdua para os projetistas. Segundo Qasim & Chiang (1994), o custo do tratamento de

lixiviado está associado ao custo de alguns fatores, como sistema de coleta do lixiviado

incluindo o sistema de impermeabilização; equipamentos de bombeamento e sistema de

Tratamento. Straub & Lynch (1982) apud Qasim & Chiang (1994) estimam que o custo

total de coleta, operação e tratamento de lixiviado aumenta o custo de disposição de

tratamento de resíduos em cerca de 25 a 30%. Chiang, Patel & Associados, Inc.(op. cit.)

desenvolveram um estudo com custos estimados baseado em três vazões: 20; 75 e 380

L/min, conforme observado na Tabela 2.4.

Tabela 2.4 – Custos de Operação e Manutenção de Processos de Tratamento

(QASIM & CHIANG, 1994)

Sistemas de Tratamento Lixiviados Custo Unitário Total (U$/m3)

20 L/min 75 L/min 380 L/min

Lagoa de Evaporação 1,78 1,04 0,36

Lagoa de Estabilização 1,45 0,82 0,25

Lagoa Aerada 2,05 1,06 0,40

Aeração e Clarificação 2,42 1,65 0,61

Filtro Percolador com Clarificador 2,13 1,24 0,42

Filtro Anaeróbio 1,76 0,78 0,31

Digestor Anaeróbio 1,76 0,78 0,31

Coagulação/Precipitação 1,76 1,04 0,41

Stripping da Amônia 1,16 0,56 0,22

Carvão Ativado em Pó 1,63 0,68 0,27

Carvão Ativado Granular* 2,40 1,68 0,55

Osmose Reversa 2,48 1,51 0,58

Microfiltração com Osmose Reversa 3,00 1,82 0,65

Lodos Ativados 2,13 1,37 0,52

* O valor não está retratado como um sistema de barreira reativa.

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A Tabela 2.4 apresenta os resultados mais importantes deste estudo para diversos tipos

de tratamento nos Estados Unidos. De um modo geral observa-se que estes custos

podem não condizer com a realidade em função do ano em que foi realizado este

levantamento, porém servem de referência uma vez que não existe qualquer outra

publicação tão ampla, até os dias atuais, direcionado a custos de diversos tipos de

tratamento de lixiviados.

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3.0. MATERIAIS E MÉTODOS

Este capítulo está dividido em quatro partes. A primeira consiste em uma breve

apresentação do Aterro da Muribeca (Jaboatão dos Guararapes – PE), apresentando o

histórico, a climatologia e as características físiográficas locais, o atual sistema de

tratamento de lixiviado do aterro, bem como o local da coleta do lixiviado. A segunda

parte apresenta os cuidados tomados durante a coleta, preservação e amostragem do

lixiviado na Estação de Tratamento de Lixiviado da Muribeca e durante a sua chegada

ao laboratório. Também foram apresentados os parâmetros físico-químicos que

constituíram a caracterização físico-química do lixiviado. A terceira etapa apresenta a

metodologia dos ensaios de laboratório, apresentando-se as metodologias referentes ao

tempo de floculação do leite de cal com lixiviado na etapa de precipitação química, da

injeção de ar durante os ensaios do stripping da amônia e dos ensaios de perfil cinético e

equilíbrio em lote do carvão ativado. A última etapa deste capítulo faz uma

apresentação detalhada do sistema em escala piloto em fluxo contínuo baseado nos

estudos dos ensaios em laboratório, além de apresentar as metodologias dos ensaios

para a obtenção da eficiência do sistema. Este sistema foi construído e operado no aterro

da Muribeca. A Figura 3.1 apresenta um fluxograma das etapas metodológicas adotadas

para este capítulo.

Figura 3.1 - Fluxograma das etapas metodológicas adotadas.

Etapa 1: Local de Coleta

Etapa 2: Caracterização do Lixiviado

Etapa 4: Metodologia dos Ensaios em Escala Piloto

Etapa 3: Metodologia dos Ensaios de Tratabilidade

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3.1. O ATERRO DA MURIBECA

3.1.1. Histórico / Localização

O Aterro Controlado da Muribeca está situado na zona rural do Município de Jaboatão

dos Guararapes, na localidade de Muribeca dos Guararapes, próximo ao Eixo de

Integração em Prazeres - Jaboatão, distando cerca de 16 km do centro do Recife. A área

de disposição está entre as seguintes coordenadas: 280.000 a 282.000 Leste e 9.096.000

a 9.098.000 Norte, ocupando uma área total de 60 hectares, com perímetro de 3.848

metros.

O Aterro de Resíduos Sólidos da Muribeca foi o maior aterro em operação no Estado de

Pernambuco, recebendo diariamente cerca de 2.400 toneladas de sólidos regulares

(resíduos domésticos), sólidos volumosos (entulhos e raspagens) e resíduos de poda, até

julho de 2009. A composição gravimétrica média do aterro, baseada em dados obtidos

para a célula experimental da CHESF (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco),

compreende: 46,3% de matéria orgânica; 12,2% de papel/papelão; 19,4% de plástico;

1,9% de metal; 2,7% de madeira; 3,5% de materiais têxteis; 0,8% de borracha e couro;

1% de vidro; 3,6% de fraldas descartáveis; 6% de coco e 2,6% outros (MARIANO et

al., 2007).

Esta região vem sendo degradada desde 1985, quando o aterro funcionava como

depósito de resíduo a céu aberto. Em 1994, foi realizado um diagnóstico do local a fim

de reconhecer o seu meio físico: geologia, hidrogeologia, geotecnia, morfologia,

recursos hídricos e meteorologia, permitindo o reconhecimento do subsolo, dos lençóis

de águas superficiais e profundos e o mapeamento das falhas da rocha. Concluído o

diagnóstico, foi iniciado um estudo do processo de tratamento dos resíduos e

recuperação ambiental, visando a transformação do lixão em aterro controlado. Este

processo consistiu na construção de nove células, com largura e comprimento médios

de, respectivamente, de 200 x 200m, e altura variando de 20 a 40 m, aproximadamente

(LINS, 2003).

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Em 2002, de posse do estudo do processo de tratamento dos resíduos e recuperação

ambiental do aterro da Muribeca devidamente aprovado pelo órgão ambiental do

Estado, iniciaram-se as obras de implementação dos sistemas de drenagem de gás e

lixiviado, além da implantação do Sistema de Tratamento de Lixiviado. A concepção

adotada foi um tratamento biológico através de lagoas de estabilização (01 anaeróbia

seguida de 03 facultativas) e o tratamento bioquímico, através da fitorremediação.

Quanto à eficiência da Estação de Tratamento de Lixiviado, o órgão ambiental estadual

afirmou que após a verificação dos resultados, constantes dos certificados dos ensaios

físico-químicos e de toxicidade, o efluente apresentou valores elevados de DQO e DBO.

Após a passagem pela lagoa anaeróbia e pela terceira lagoa facultativa, o efluente

apresenta uma redução de cerca de 87% na DBO e de 34,5% na DQO. Como se pode

observar, com relação a taxa de remoção da DBO, o sistema apresenta um desempenho

razoável, mas no tocante à DQO o sistema necessita melhorar bastante o seu

desempenho operacional. Todavia o teor de metais pesados, apresenta-se dentro do

preconizado pela legislação ambiental em vigor.

O encerramento do Aterro Controlado da Muribeca ocorreu em julho de 2009, por ter

sido caracterizado pelo Ministério Público como forma inadequada de disposição de

resíduos sólidos urbanos. Neste mesmo período, além da proibição da entrada de novos

resíduos, foi iniciada a recuperação deste aterro, realizando-se a cobertura total dos

platôs e o plantio de espécies nativas da Mata Atlântica em toda a área. Existe uma

tendência natural do lixiviado se tornar menos biodegradável uma vez que a relação

DBO/DQO tende a ser cada vez menor, o que vem a comprometer o atual sistema de

tratamento adotado (Lagoas de Estabilização), fazendo-se necessário a elaboração de

um sistema de tratamento utilizando processos físico e químico para tratar o lixiviado

com eficiência.

3.1.2. Características Climatológicas da Área

3.1.2.1. Clima

Trata-se de uma região tropical litorânea de chuvas de monções durante quase todo o

ano, com clima do tipo “Ams” na classificação de KOPPEN. Este clima é quente e

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úmido, possuindo uma taxa de precipitação pluviométrica anual que excede a

evapotranspiração (INMET, 2011).

3.1.2.2. Temperatura / Umidade Relativa

A temperatura média anual é de 30ºC, variando no intervalo de 20ºC a 40ºC. A umidade

relativa é alta, atinge um valor médio de 79,2%, com máximo de 83% no mês de maio e

mínimo de 74% no mês de dezembro (INMET, 2011).

3.1.2.3. Pluviometria

A precipitação é um parâmetro de grande importância para os estudos ligados ao

tratamento de lixiviado uma vez que é o responsável pela diluição do lixiviado além de

carrear alguns poluentes, como matéria orgânica, metais pesados e nitrogênio

amoniacal. Os dados de precipitação foram obtidos através do INMET – Institituto

Nacional de Meteorologia. A Figura 3.2 apresenta precipitações ao longo do ano,

observando-se os maiores picos, em média, nos meses de junho e julho, com

aproximadamente 400 e 370 milímetros de chuva, respectivamente. A estação chuvosa

acontece entre março e julho, apresentando valores de precipitações oscilando entre 230

a 400 mm mensais. Os menores índices de precipitação são observados nos meses de

outubro a dezembro, com valores oscilando de 62 a 68 milímetros mensais.

Figura 3.2 – Média histórica de precipitação do Aterro da Muribeca (1971–2008).

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET, 2011).

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3.1.2.4. Evaporação

A evaporação foi obtida para realização do gráfico do comportamento hídrico da região,

de suma importância para estações de tratamento. Estes dados também foram obtidos

através do INMET.

De acordo com a Figura 3.3, a média histórica de evaporação entre 1971 e 2008 leva a

concluir que a região do Aterro da Muribeca apresenta maiores evaporações entre os

meses de outubro a dezembro, com valores oscilando entre 169 a 176 mm, estando em

concordância com a estação seca, onde ocorre a menor precipitação.

Figura 3.3 – Média histórica de evaporação do Aterro da Muribeca (1971-2008).

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET, 2011).

3.1.2.5. Comportamento Hídrico

A Figura 3.4 apresenta o comportamento hídrico do aterro da Muribeca durante um

período de 37 anos. Observa-se um déficit hídrico dos meses de setembro a janeiro, uma

vez que a evaporação supera a precipitação neste intervalo de tempo. Isto pode ser

justificado pela maior incidência dos raios solares (variando de 18 a 22 MJ/m2. dia nesta

época) e insolação (variando de 6 a 9 horas nesta época do ano), conforme o INMET

(2011).

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Figura 3.4 – Comportamento Hídrico no Aterro da Muribeca (1971-2008).

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET, 2011).

3.2. O LIXIVIADO

3.2.1. Coleta, Preservação e Amostragem do Efluente

A técnica de coleta das amostras foi baseada na Norma da CETESB (1998) e consiste

em uma tarefa aparentemente simples. É necessário obter uma amostra representativa e

estabilizada do efluente amostrado e das condições locais que possam interferir tanto

nas interpretações dos dados quanto nas próprias determinações laboratoriais.

Alguns cuidados foram tomados durante as coletas de amostras do efluente na entrada

do Sistema de Tratamento de Lixiviado:

As amostras coletadas não deveriam possuir partículas grandes, ou detritos, ou

folhas;

As amostras foram coletadas em um frasco em contra a corrente;

Foram amostrados cerca de 5 litros de lixiviado em cada campanha de

amostragem, acondicionadas em bombonas plásticas previamente esterilizadas

para as análises físico-químicas;

Para os ensaios microbiológicos cerca de 200 mililitros eram amostrados em

recipientes de vidro, previamente esterilizados. Após a amostragem, os frascos

foram colocados em banho de gelo a uma temperatura aproximada de 4ºC;

A peridiocidade da amostra dependeu do tipo de amostragem realizada.

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A amostragem é de importância fundamental no monitoramento, não se constituindo

unicamente na coleta das amostras a serem analisadas, mas envolvendo o planejamento

das atividades de amostragem desde o campo até o laboratório.

Realizaram-se dois tipos de amostragem para estes estudos: a simples e a composta. A

amostragem simples foi realizada em amostra única e ao acaso. Para esta pesquisa, este

tipo de amostragem foi realizado durante os ensaios em laboratório e escala piloto.

A amostragem composta foi formada por pequenas e diferentes alíquotas coletadas ao

longo do tempo. Este tipo de amostragem foi realizado nesta pesquisa para a

caracterização do lixiviado em diferentes meses do ano. Ressalta-se que para cada dia

de amostragem, foram coletadas dez alíquotas de 500 ml de lixiviado no intervalo de

uma hora, entre as 8 e 17 horas, formando, no final do dia, uma amostra homogênea de

5 litros. As amostras foram coletadas na entrada da Lagoa de Decantação da Estação de

Tratamento de Lixiviado do Aterro da Muribeca- PE, onde se encontra concentrado

todo o lixiviado do aterro, conforme indicado na Figura 3.5.

Figura 3.5 – O Aterro da Muribeca e a Estação de Tratamento de Lixiviado.

PONTO DE COLETA

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3.2.2. Caracterização Físico-Química do Lixiviado

Devido à grande variabilidade de composição do lixiviado, as amostras coletadas foram

previamente analisadas visando sua caracterização físico-química. Para caracterização

dos lixiviados foram selecionados os seguintes parâmetros: DQO, DBO, pH,

condutividade, cor, turbidez, alcalinidade, série de sólidos, nitrogênio amoniacal e

metais pesados (Ferro, Manganês, Zinco, Cromo, Cobre, Chumbo e Níquel). A

metodologia adotada para análise físico-química do lixiviado foi baseada nos

procedimentos estabelecidos pelo Standard Methods for the Examination of Water and

Wastewater (APHA, 1998), conforme apresentado em detalhes no anexo. O Quadro 3.1,

apresenta resumidamente os parâmetros físico-químicos analisados para esta pesquisa.

Todos os ensaios foram realizados no Laboratório de Geotecnia Ambiental do Grupo de

Resíduos Sólidos - GRS, excetuando as análises de metais pesados que foram realizadas

no Laboratório de Engenharia Ambiental e Qualidade (LEAQ).

Quadro 3.1 - Parâmetros analisados para a caracterização de lixiviado.

Parâmetros Método Analítico

Referência (norma)

DQO (mg O2/L) Titulométrico (Digestão com K2Cr2O7)

SMEWW* 5220 C

DBO5 (mg O2/L) Manométrico Adapatado do SMEWW 5210

pH Potenciométrico (marca Digimed)

SMEWW 4500 B

Alcalinidade (mg CaCO3) Titulométrico SMEWW 2320 B Cor (Hz) Fotocolorimétrico SMEWW 2120 C

Turbidez (NTU) Nefelométrico SMEWW 2130 B Condutividade (mS/cm) Condutância elétrica SMEWW 2510 B

Nitrogênio Amoniacal (mg/L) Eletrométrico (Eletrodo de íon seletivo - Orion Model 720)

SMEWW 4500 - NH3 D

Fósforo Total (mg/L) Fotocolorimétrico Spectroquant 14848 - MERCK

Sulfato (mg/L) Fotocolorimétrico Spectroquant 14791 - MERCK

Sulfeto (mg/L) Fotocolorimétrico Spectroquant 14779 - MERCK

Cloretos (mg/L) Fotocolorimétrico Spectroquant 14897 - MERCK

Série Sólidos (mg/L) Gravimétrico Adapatado do SMEWW 2540 B, 2540 C, 2540 D.

Metais (Fe, Mn, Zn, Cr, Pb, Cd, Cu, Ni) (mg/L)

Espectrofotometria de Absorção Atômica

Adapatado do SMEWW

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3.3. METODOLOGIA DOS ENSAIOS EM LABORATÓRIO

Os métodos dos ensaios realizados em laboratório para cada etapa dos processos

sugeridos (precipitação química, stripping da amônia e barreira reativa) serão

apresentados a seguir. Ressalta-se que para esta Tese, adotou-se a metodologia de

Stegmann & Heyer (2005) para a análise da biodegradabilidade do lixiviado, pois se

trata de uma metodologia mais completa e atual quando comparada a outras.

3.3.1. ETAPA 1: Precipitação Química

Neste processo serão apresentados os métodos referentes à seleção da cal e

determinação do tempo de floculação e concentração ideal de cales para realização dos

ensaios em laboratório utilizando o lixiviado do Aterro Controlado de Resíduos Sólidos

da Muribeca.

a) Seleção da Cal

A seleção da cal para ser utilizada no tratamento do lixiviado proposto para esta Tese

foi baseada na maior eficiência de remoção da cor do efluente aliado ao seu grau de

pureza e custo. Ressalta-se que o parâmetro cor foi utilizado como referência em função

da possibilidade de estar diretamente associado à DQO, justificada à partir das

observações realizadas por Segatto & Silva (1999) e Kurniavan et al, (2006) que

afirmaram que a coloração escura do lixiviado é causado por substâncias húmicas e

estas poderiam estar correlacionadas à DQO, teoria também compartilhada por Trebouet

et al.(2000) e Santana-Silva (2008).

Nesta Tese foram analisados três tipos de cales, sendo duas comerciais (Megaó e

Qualical) e uma comumente utilizada em laboratórios de química, conhecida como cal

P.A. ou pura. Cada cal selecionada possui diferentes particularidades necessárias a um

bom desempenho do tratamento de lixiviado e por isso foram escolhidas para este

trabalho.

A cal P.A. possui um elevado grau de pureza e foi utilizada como referência para os

ensaios juntamente com outras cales comerciais. Em função de seu alto custo, já havia

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sido determinado que este tipo de cal não poderia ser utilizado como padrão para o

tratamento de lixiviado. A cal da marca Megaó, é a mais tradicional de Pernambuco,

possuindo um baixo valor comercial, porém, um grau de pureza mediano. Já a cal da

marca Qualical, de origem paulista, possui como particularidades um alto grau de

pureza e um baixo preço comercial. Ressalta-se que esta cal é produzida

especificamente para o tratamento de efluentes de grandes indústrias.

A descrição dos produtos a serem avaliados, fabricantes e os respectivos preços de

mercado (ano base 2010), encontram-se descritos na Tabela 3.1. Para facilitar a

identificação e descrição de cada um dos produtos testados, foi atribuída aos diferentes

produtos a seguinte denominação: hidróxido de cálcio P.A, comercial A e B.

Tabela 3.1 - Descrição das diferentes marcas comerciais de hidróxido de cálcio

avaliadas na pesquisa.

Produto Descrição Fabricante Custo P.A. Uso em laboratório Nuclear R$ 20,00/kg

Comercial A Construção civil Megaó R$ 0,50/kg

Comercial B Construção civil Qualical R$ 0,40/ kg

Análise Química Quantitativa de Elementos nas Cales

Esta análise foi realizada pelo NEG LABISE/UFPE (Núcleo de Análises Geoquímicas

do curso de Geologia, na Universidade Federal de Pernambuco) de acordo com a

metodologia descrita a seguir.

Inicialmente as amostras de hidróxido de cálcio foram pulverizadas usando-se mortar de

ágata. Uma porção de cada amostra foi levada a uma estufa a 110o C para eliminação de

água de adsorção, e então levada a mufla a 1000oC por 2 horas para a determinação da

perda ao fogo. Uma porção da amostra seca foi levada à uma prensa hidráulica para

formar pastilhas prensadas, à pressão de 25 toneladas. As amostras foram então

analisadas qualitativamente para elementos pesados e alguns elementos leves, e então

quantitativamente, para os elementos detectados na varredura qualitativa. Os resultados

das análises foram então recalculados para 100% para incorporar o resultado da perda

ao fogo. Ressalta-se que todos os elementos da Tabela periódica podem ser detectados

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por esta metodologia, com exceção dos seguintes elementos leves H, He, Li, Be, B, C,

N e O. Os elementos não listados não foram detectados. Para a análise química foi

usado um espectrômetro de fluorescência de raios-X Rigaku modelo RIX 3000,

equipado com tubo de Rh. Os resultados estão expressos em percentual de peso seco.

Ensaios para Avaliação da Remoção de Cor

Estes ensaios foram realizados para fazer a seleção do hidróxido de cálcio através de

ensaios em batelada, baseando-se na eficiência de remoção de cor para os três tipos de

cales.

Os ensaios em batelada realizados foram baseados na metodologia utilizada por

Santana-Silva (2008). Estes foram realizados em uma mesa agitadora (Marca Tecnal –

TE 140), adicionando-se diferentes concentrações de hidróxido de cálcio, na faixa de

1,0 - 3,5g variando a cada 0,25g, em erlenmeyers de 250 ml, contendo 100 ml de

lixiviado cada. Posteriormente, os frascos foram agitados a 200 rpm por 5 min e após a

agitação foram deixados em repouso por 30 minutos, para que houvesse a sedimentação

dos sólidos. Logo após, foram obtidos perfis de remoção da cor do lixiviado em função

da concentração das três marcas de hidróxido de cálcio ora citadas.

Ressalta-se que esta etapa consistiu na determinação da cal granular a ser utilizada para

o leite de cal. A utilização da cal em sua forma granular em estações de tratamento tanto

em escala piloto quanto em escala real torna-se inviável principalmente pela

necessidade de se utilizar dosador automático, que funciona apenas com soluções

aquosas. Por esse motivo, decidiu-se utilizar o leite de cal, mistura resultante da cal

selecionada com água.

b) Ensaios de Precipitação Química para Determinação da Concentração ótima do

Leite de Cal

A avaliação da concentração ótima do leite de cal que foi adicionada ao lixiviado teve

como referencia a remoção da DQO. Para a realização dos ensaios foi utilizado o

equipamento denominado “Jar Test” (modelo JT-203), composto por seis reatores ou

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jarros, na forma tronco-prismática de seção transversal quadrada, com capacidade de 2

litros para cada reator conforme Figura 3.6. Este equipamento possui controle de

rotação (agitação mecânica) ajustável até 120 rpm.

O ensaio baseou-se na utilização da mistura homogeneizada a diferentes concentrações

de hidróxido de cálcio: 50; 75; 100; 125 e 150 gramas em 1000 mL de água. Formada as

diferentes concentrações de leite de cal, foram adicionados 100 mL de cada concentrado

de leite de cal a 900 mL de lixiviado bruto. Ressalta-se que o volume de lixiviado bruto

(900 mL) e leite de cal (100 mL) juntamente com a velocidade de rotação (120 rpm)

foram mantidos constantes a fim de avaliar o desempenho das diferentes concentrações

do leite de cal para período distintos de 5, 15 e 30 minutos.

Figura 3.6 - Equipamento de jar test.

O estudo relativo ao tempo de floculação entre o leite de cal e lixiviado foi de

fundamental importância, uma vez que serviu de base no dimensionamento da estação

de tratamento em escala piloto. Ressalta-se que um tempo de detenção ou

homogeneização eficiente tornam-se fundamentais para um bom desempenho do

processo de tratamento. Tempos de detenção muito elevados podem tornar inviável um

sistema de tratamento, dependendo da disponibilidade de área e de seu custo, e tempo

muito pequenos podem não permitir que o processo desejado aconteça.

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Após a floculação, o tempo de repouso adotado para que houvesse a sedimentação do

lodo foi de 30 minutos conforme observado por diversos autores (THORNTON &

BLANC, 1973; HO et al., 1974; CALLI et al., 2005; SALEM et al., 2008; RENOU et

al, 2008). Após o tempo de repouso, o sobrenadante foi retirado a fim de analisar outros

parâmetros físico-químicos, como: turbidez, DBO, Cor, condutividade, pH. Visando

uma maior confiabilidade nos resultados, todas as análises foram realizadas em

triplicata. Também nesta etapa foram obtidas através do Método da Correlação de

Pearson, associações entre a concentração do leite de cal e os parâmetros do lixiviado

analisados, além da relação intrínseca entre os parâmetros.

3.3.2. ETAPA 2: Stripping de amônia

O procedimento para a aplicação do método de stripping da amônia consistiu na injeção

de ar no sobrenadante remanescente do lixiviado tratado pela precipitação química, que

se encontra com o pH superior a 11, considerado ótimo por diversos autores

(DIAMADOPOULOS, 1994; CHEUNG et al.,1997; PALA & ERDEN, 2004; CALLI

et al., 2005) para a volatilização do íon amônio.

Para avaliar o stripping de amônia, propriamente dito, foram utilizadas diferentes

vazões de ar (4, 7 e 10 L/min) injetadas no sobrenadante remanescente da precipitação

química. Não foram realizados estudos de stripping sem aeração uma vez que diversos

autores (CHEUNG et al.,1997; LOPES et al, 2003; SANTANA-SILVA, 2008)

constataram a necessidade de um período de 24 h para a eliminação espontânea da

amônia e em uma quantidade inferior a obtida com a aeração artificial. A injeção de ar

foi realizada através do equipamento denominado permeâmetro de parede flexível. Este

equipamento consiste em um painel de controle com colunas de acrílico que podem

estar preenchidas com água ou ar, cujo controle da pressão é realizado através de

válvulas reguladoras que aumentam ou diminuem a pressão por meio de um compressor

de ar, conforme apresentado na Figura 3.7.

Todos os ensaios foram realizados em um volume de 2 litros de lixiviado pré-tratado

com cal a uma concentração definida em função do melhor desempenho na remoção de

cor e DQO do lixiviado - colocado em um recipiente de 5 litros, conforme observado na

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Figura 3.8. Durante todo o procedimento, a temperatura de 26oC foi mantida constante e

o pH sempre igual ou superior a 11. Nesta etapa, todas as análises também foram

realizadas em triplicata.

Figura 3.7 - Esquema do procedimento utilizado para a realização do stripping de

amônia (Adaptado de Santana-Silva, 2008).

Figura 3.8 - A realização do stripping de amônia.

Tri - Flex II

NH3

pH ≥ 11

Injeção de ar

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3.3.3. ETAPA 3: Sistema de Barreira Reativa (BRP) utilizando Carvão Ativado

Nesta terceira etapa, para a BRP, foram realizadas uma avaliação físico-química do

carvão ativado, perfis cinéticos e ensaios de permeabilidade com lixiviado tendo como

objetivos:

selecionar a granulometria do carvão ativado a ser usada na barreira reativa

(utilizando apenas o lixiviado bruto) através de perfis cinéticos obtidos para cada

parâmetro analisado (Cor, DQO e Amônia), além da avaliação físico-química do

carvão ativado;

avaliar a etapa do tratamento na qual se enquadra a barreira reativa (se anterior a

precipitação química, utilizando lixiviado bruto; ou posterior a etapa do

stripping da amônia, utilizando o lixiviado pré-tratado), através dos perfis

cinéticos da Cor, DQO e Amônia obtidos;

dimensionar a barreira reativa baseada nas informações obtidas pelos perfis

cinéticos com lixiviado pré-tratado, tendo como referência o melhor

desempenho na remoção da DQO. Esta informação torna-se fundamental para

estimar os custos com o carvão ativado. Os ensaios de percolação utilizando o

carvão ativado serviram de referência para a obtenção da permeabilidade do

meio, obtendo-se as dimensões da barreira reativa;

realizar ensaios de equilíbrio em lote, utilizando lixiviado pré-tratado e carvão

pré-determinado, com objetivo de obter a capacidade de sorção do carvão

ativado para os parâmetros de DQO, Cor e Amônia, além de configurar as

isotermas de sorção.

Ressalta-se que a metodologia adotada para barreira reativa com carvão ativado foi

também baseada nos estudos de Lins (2008), que tratou lixiviado através da barreira

reativa utilizando zeólita.

a) Análise Físico-Química do Carvão Ativado

Um resumo de todos os parâmetros determinados para a caracterização do carvão

ativado está apresentado no Quadro 3.2, relacionando-se os métodos analíticos

empregados, bem como suas referências bibliográficas.

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Quadro 3.2 - Principais determinações para caracterização do Carvão Ativado.

Caracterização Parâmetros Método Analítico

Referência (norma)

Mineralógica Física

Mineralogia Difração de Raio X EMBRAPA, 1997 Teor de umidade Preparação para

ensaio NBR 6457/86

Massa específica Picnômetro NBR 6508/84 Análise granulométrica Peneiramento NBR 7181/88 Limite de plasticidade Ensaio de

plasticidade NBR 7180/88

Limite de Liquidez Ensaio de Liquidez NBR 6459/84

b) Perfis Cinéticos

Os perfis cinéticos foram obtidos com o objetivo de conferir o tipo de granulometria

mais eficiente na remoção de DQO, Cor e Amônia. Além disto, tem importância na

determinação da etapa em que o sistema de barreira reativa se enquadra: etapa primária

ou terciária do tratamento de lixiviado a ser concebido. Este ensaio também tem como

objetivo obter o período de saturação do carvão ativado, baseado no parâmetro DQO, a

fim de determinar o período de troca do carvão e estimar os seus custos.

Para obtenção destes perfis, foram pesadas 10 gramas de carvão ativado e colocados em

100 mL de lixiviado pré-tratado. Foram avaliados tempos distintos de agitação – 10

min, 30 min, 1h, 2h, 3h e 4h. Juntamente com estas amostras foram preparadas amostras

ditas brancas, correspondentes a 100 mL do contaminante com concentrações diferentes

sem a presença de carvão ativado, tendo como finalidade avaliar uma possível remoção

de DQO, Cor e Amônia apenas pelo processo da agitação (aeração). Estas amostras

foram colocadas sob agitação de 120 rpm e temperatura constante de 26ºC, numa

incubadora refrigerada dotada de agitação (modelo TE 424 – TECNAL).

O sobrenadante das amostras tratadas com o carvão ativado serviram para determinar a

concentração de Amônia, pH, condutividade, cor, turbidez e DQO. A Figura 3.9

apresenta o equipamento utilizado para realização dos perfis cinéticos descrito a seguir.

Ressalta-se que as análises supracitadas seguiram o mesmo procedimento das realizadas

para a caracterização do lixiviado.

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Figura 3.9 – Estufa de Temperatura Controlada e Dotada de Agitador utilizada no

Estudo de Sorção.

c) Ensaio de Equilíbrio em Lote

Este ensaio teve como objetivo obter a capacidade de sorção do carvão ativado para os

parâmetros de DQO, Cor e Amônia, comparando os resultados com estudos realizados

por Lins (2008) que se utilizou do sistema de BRP preenchida com zeólita.

O ensaio de equilíbrio em lote seguiu a norma técnica da EPA/530/SW-87/006-F. O

método consistiu em colocar em contato o carvão ativado com lixiviado pré-tratado com

cal (com o pH corrigido). A suspensão foi agitada durante 24h com a granulometria de

20 x 40 do adsorvente e, em seguida, o lixiviado foi separado do carvão ativado e

analisado quimicamente. A análise química do sobrenadante revela quanto do soluto foi

adsorvido pelo carvão ativado através da diferença entre a concentração inicial, antes do

contato com o adsorvente, e a concentração medida após o período de agitação.

Para esta fase de experimentos uma série de suspensões foram preparadas em

erlenmeyers de 125 mL, cada uma composta de 10 gramas de carvão ativado e 100 mL

do lixiviado pré-tratado com diversas diluições (10, 25, 50, 75 mL), para uma mesma

granulometria do carvão ativado, conforme Figura 3.10. Em seguida, as amostras foram

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colocadas na incubadora juntamente com os brancos, sob agitação de 80 rpm a 28ºC,

conforme Kiliç et al. (2007).

Figura 3.10 – Concentrações de Lixiviado diluídas para realização do Ensaio de

Equilíbrio em Lote.

Após 24 horas, os erlenmeyers com as suspensões foram retiradas da mesa agitadora,

ficando em sedimentação durante 30 minutos, sendo o sobrenadante removido através

da pipeta automática e depois realizada a determinação da concentração de DQO,

Amônia e cor. A quantidade de soluto adsorvida foi dada pela Equação 12:

q= (Co – Ce).V ( mg.g-1) (Equação 12)

M

Onde:

q = Taxa de sorção (massa de soluto adsorvida/massa unitária do carvão seco);

Co = Concentração inicial do soluto, antes do contato com o adsorvente (mg/L);

Ce = Concentração de equilíbrio do soluto após a exposição ao carvão (mg/L);

M = Massa do carvão seco (g);

V = Volume da solução (mL);

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Os valores de taxa de sorção (q) calculados para cada frasco versus a concentração de

equilíbrio após a agitação (Ce) foram plotados em um gráfico gerando as isotermas de

sorção, a partir das quais os parâmetros de sorção foram ajustados de acordo com alguns

modelos descritos na literatura.

d) Ensaio de Permeabilidade

Os experimentos em coluna contínua foram realizados baseados nos estudos de Lins

(2008). Tiveram como finalidade determinar a permeabilidade para o carvão ativado,

bem como a eficiência de remoção dos contaminates. Este ensaio foi realizado no

Permeâmetro de parede flexível.

O corpo de prova foi montado na célula do equipamento (Figura 3.11) de forma a ter

característica próxima da barreira permeável de campo. Depois da montagem da base,

foram colocadas 600g de carvão ativado seco em um cilindro formado por garrafa PET,

com auxílio de um funil, com dimensões de 10 cm de diâmetro, 9,1 cm de altura, com

um nível de compactação de 1,0 t/m3. Em seguida, colocaram-se duas pedras porosas

(feita de areia preparada com aglutinante e permeabilidade 10-3 a 10-4 m/s) com

interface feita com papel filtro entre as pedras e carvão ativado. Este cilindro com

carvão ativado foi revestido por uma membrana de látex e logo após, a célula do

equipamento foi fechada e conectada ao permeâmetro para início do ensaio. Após a

montagem do corpo de prova, encheu-se a célula com água destilada. Em seguida,

aplicou-se uma pressão confinante de 30kPa e um gradiente de pressão de 10kPa, para

que o carvão ativado atingisse a saturação. Simultaneamente foi realizado o ensaio de

permeabilidade a água.

Cerca de dois litros do lixiviado pré-tratado pela cal e com seu pH devidamente

corrigido pelo ácido clorídrico, conforme Figura 3.12, foi utilizado para atravessar o

corpo de prova a fim de se determinar a eficiência do carvão ativado na remoção dos

poluentes, bem como determinar a permeabilidade do meio. Logo após a percolação do

lixiviado pré-tratado (Precipitação + Stripping) no corpo de prova, foi recolhida a

amostra para análises físico-químicas. Este ensaio teve uma duração média de 15

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minutos e objetivou simular as características da barreira permeável de campo,

otimizando a eficiência da barreira para o tratamento de lixiviado.

Figura 3.11 - Montagem do corpo de prova para o ensaio de permeabilidade e

obtenção da eficiência: A e B) Colocação do Carvão Ativado; C) Interface de papel filtro e pedra porosa e revestimento com uma membrana de látex; D) Fechamento

da célula para ensaio.

Figura 3.12 - Etapas do ensaio para obtenção da eficiência: A) Percolação do

Lixiviado pré-tratado (Precipitação + Stripping); B) Efluente após a percolação pelo Carvão Ativado;

A

A B

D

B

C

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3.3.4. Ensaios de Laboratório

Os ensaios realizaram-se através de um fluxo-batelada, onde todo o lixiviado

sobrenadante remanescente de cada etapa de tratamento é utilizado seguindo a

sequência da concepção adotada. A análise do desempenho foi baseada no lixiviado

sobrenadante remanescente, onde foram recolhidas alíquotas do efluente tratado e

calculadas as eficiências para os parâmetros de Cor, Turbidez, DBO, DQO, Amônia e

Condutividade Elétrica.

A concepção adotada consistiu na precipitação química seguido do processo de

stripping tendo como polimento final, após correção de pH, a barreira reativa

preenchida com carvão ativado, conforme Figura 3.13.

Figura 3.13 - Etapas do ensaio em laboratório: A) Precipitação Química; B)

Decantação; C) Stripping da Amônia; D) Barreira Reativa com Carvão Ativado.

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A seguir é realizada uma análise detalhada de cada etapa do sistema de tratamento

concebido, indicando as variáveis adotadas para o melhor desempenho do sistema,

baseado nos ensaios de laboratório.

1ª ETAPA: Precipitação Química

A análise da precipitação química foi realizada usando-se 100 mL da concentração de

leite de cal a 150 g/L, em 900 mL de lixiviado bruto, conforme determinação em

laboratório. Através de uma regra de três simples e direta obteve-se a concentração

média real de leite de cal adicionada ao lixiviado.

150 g/L = 150 g de cal para 1 litro de água = 15 g de cal para 100 mL de água;

15 g de cal – 900 mL de lixiviado Logo: X = 16,67 g/L

X – 1000 mL de lixiviado

Assim, a dose de cal utilizada no lixiviado para os ensaios em laboratório equivalem a

cerca de 17 g/L, valor este compatível com os estudos realizados por Santana-Silva

(2008) e Amokrane et al. (1997) que também utilizaram cal hidratada no tratamento de

lixiviado de aterros de resíduos sólidos.

O tempo de floculação adotado para o leite de cal nos ensaios em laboratório foi de 30

minutos para uma rotação de 120 rpm, estando em concordância com El-Fadel et al.

(2003), Renou et al. (2008), Salém et al. (2008) e Lins et al. (2009). Ressalta-se

também que estes parâmetros foram adotados por terem obtidos os melhores

desempenhos na remoção de DQO.

2ª ETAPA: Stripping da Amônia

Os ensaios de stripping de amônia foram realizados através de uma injeção de ar com

vazão de 10 L/min no período de 2 horas no sobrenadante remanescente da precipitação

química. A injeção de ar foi realizada através do equipamento denominado

permeâmetro de parede flexível.

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3ª ETAPA: Barreira Reativa

Em relação a barreira reativa com carvão ativado, foram realizados ensaios de

permeabilidade com o lixiviado pré-tratado na etapa do stripping, após devida correção

de pH com ácido clorídrico. O carvão ativado com o melhor desempenho na remoção de

DQO durante os ensaios de cinética foi utilizado como componente na barreira reativa –

carvão do tipo 20 x 40.

3.4. MÉTODOS DOS ENSAIOS EM CAMPO

São apresentadas nesta etapa, as justificativas do dimensionamento em escala piloto

bem como suas respectivas dimensões. Além disso, a metodologia adotada para a

realização de ensaios e o princípio de funcionamento do sistema em escala piloto

também são analisados.

3.4.1. Concepção e Dimensionamento do Sistema de Tratamento em Escala Piloto

A Estação Piloto projetada é composta por 7 unidades de tratamento, construídas em

acrílico, com o objetivo de acompanhar visualmente os processos que ocorrem no

interior deste sistema conforme observado na Figura 3.14. Estas são interligadas por

mangueiras de PVC com 1” de diâmetro, com inclinação de 1% para favorecer a

passagem do efluente por meio de gravidade. A estação foi projetada baseada nas

características físico-químicas do lixiviado do Aterro da Muribeca. Além disso, a vazão

adotada para dimensionamento da escala piloto foi de 0,1 L/s, cerca de 10% da vazão

real do tratamento de lixiviado da Muribeca.

A determinação do tempo de detenção hidráulico para as unidades de floculação e

barreira reativa do sistema em escala piloto foi baseado no melhor desempenho obtido

na remoção de DQO durante os ensaios de laboratório, conforme subitens 4.2.1. e

4.2.3. Já a unidade do stripping da amônia, baseou seu dimensionamento na remoção do

nitrogênio amoniacal, conforme item 4.2.2.

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Figura 3.14 - Seqüencia da Estação Piloto: A) Precipitação Química; B)

Decantação; C) Stripping de amônia; D) Correção do pH; E) Barreira Reativa; F)

Caixa de Mistura para Cal e Água; G) Caixa de Mistura para Ácido e Água.

O decantador foi dimensionado baseado no método de Von Sperling (1996a), que tratou

esgoto de maneira eficiente utilizando a sedimentação como uma de suas etapas. Para

esta pesquisa, as variáveis utilizadas pelo autor supracitado foram adequadas às

características do lixiviado a ser tratado. Quanto as suas características, tem forma de

prisma com um volume aproximado de 0,2 m3, onde o seu comprimento tem o dobro da

largura para facilitar a sedimentação do precipitado.

Quanto ao dimensionamento dos tanques de mistura também foram baseadas nos

estudos de Von Sperling (1996a), com o melhor tempo de agitação na remoção de DQO

do lixiviado conforme resultados obtidos durante os ensaios em escala de laboratório.

Possuem formas de cubo, a fim de obter uma mistura homogênea, com dimensões de

0,60 x 0,60 x 0,60 m. As dosagens de leite de cal e ácido foram realizadas por dosadores

automáticos do tipo AWG 5900 - 120 A, com vazão regulável eletronicamente com

controle digital entre 40,0 e 120,0 L/h e ainda equipada com mangueira em silicone

atóxico. A rotação de 120 rpm para a agitação nas lagoas de mistura foram também

baseadas nos ensaios em laboratório.

A B D

E

C

F

G

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Quanto a etapa do stripping da amônia em escala piloto, foi utilizada uma rotação de

aeração superior a vazão de ar injetada no lixiviado durante os ensaios em laboratório a

fim de obter uma melhor performance na remoção de amônia. A unidade possui forma

de cubo, com dimensões de 0,60 x 0,60 x 0,60 m e a hélice utilizada para realizar o

borbulhamento do sistema tem rotação de 480 rpm.

O Sistema de Barreira Reativa foi dimensionado em concordância com o atual sistema

existente no Sistema de Tratamento de Lixiviado do Aterro da Muribeca, tendo a

barreira dimensões compatíveis a escala real. A barreira reativa em escala piloto foi

construída toda em aço inoxidável. A sua tela tem diâmetro de 200 mesh. Esta barreira

foi inserida numa caixa de acrílico em forma de cubo (0,60 x 0,60 x 0,60 m), onde sua

base e laterais foram preenchidas com silicone para evitar a passagem do lixiviado.

A partida do sistema foi realizada através do preenchimento de todas as caixas com

lixiviado (conforme Figura 3.15), excetuando o sistema de barreira reativa, ligando-se

simultaneamente todos os agitadores mecânicos e a bomba peristáltica.

Figura 3.15 – Partida do Sistema em Escala Piloto.

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3.4.2. Princípio de Funcionamento da Escala Piloto

O lixiviado bruto, oriundo da Lagoa de Decantação da Estação de Tratamento de

Lixiviado do Aterro da Muribeca, foi bombeado por meio de uma bomba peristáltica,

modelo GA 9300, com vazão de até 350 L/h e ainda equipada com mangueira em

silicone atóxico (Figura 3.16). O lixiviado foi conduzido para a caixa de floculação

através do dosador automático, conforme Figura 3.17.

Figura 3.16 – Bomba Dosadora e Peristáltica.

Figura 3.17 – Vistas da Estação Piloto: A) Caixa de Floculação (Precipitação

Química); F) Caixa de Mistura para Cal e Água;

A F F

60 cm

60 cm

60 cm 60 cm

60 cm

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99

Após a etapa de floculação, através das mangueiras de PVC, o lixiviado, por gravidade,

alcança a etapa de decantação (Figura 3.18). A quantificação do lodo gerado foi baseada

nos ensaios de laboratório realizados por Santana-Silva (2008). O lodo gerado pela

etapa de precipitação foi removido na etapa final de cada ensaio realizado a fim de não

comprometer o tempo de detenção hidráulico do sistema (TDH). Esta remoção é

realizada através de uma válvula na base do decantador.

Figura 3.18 – Caixa de Decantação.

Ainda por gravidade, após a etapa de decantação, o lixiviado segue para caixa de

stripping onde o mesmo é aerado através de um agitador mecânico (com rotação

aproximada de 480 rpm) para realizar a volatilização da amônia livre com um TDH de

30 minutos (Figura 3.19).

Ao ultrapassar a etapa do stripping da amônia, o lixiviado segue ainda por gravidade

para a etapa de dosagem de ácido clorídrico, onde o ácido foi diluído com água na razão

de 1:9, tende a baixar o pH a fim de enquadrar o padrão de lançamento, uma vez que

este encontra-se acima de 11. A rotação da hélice de ambas as caixas de mistura é de

aproximadamente 120 rpm e o tempo de detenção hidráulico para cada uma foi de 20

minutos (Figura 3.20).

Com o pH devidamente ajustado, o lixiviado é encaminhado por gravidade para o

sistema de barreira reativa (Figura 3.21) onde ocorre o processo de adsorção através do

50 cm

75 cm

80 cm

B

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100

carvão ativado, com o TDH de aproximadamente 10 minutos conforme os ensaios de

percolação realizados. Logo após, realiza-se a análise dos padrões de lançamento para

cada parâmetro analisado no lixiviado, em conformidade com as legislações estadual e

federal, uma vez que ocorre a etapa de descarte do efluente.

Figura 3.19 – Caixa para realização do Stripping da Amônia.

Figura 3.20 – Diferentes vistas da etapa de neutralidade do pH. Na sequência: D)

Caixa de Correção do pH; G) Caixa de Mistura para Ácido e Água.

D

D G

G

60 cm

60 cm

C

60 cm 60 cm

60 cm

60 cm

60 cm 60 cm

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101

Figura 3.21 – Barreira Reativa.

3.4.3. Métodos utilizados nos Ensaios para Escala Piloto

As análises consistiram na remoção de alíquotas de 500 mL de lixiviado bruto e tratado

em cada etapa – Precipitação, Stripping, Dosagem de Ácido e Barreira Reativa.

Realizaram-se 4 ensaios, com duração de 2 horas para casa ensaio. Foram analisados os

seguintes parâmetros: cor, turbidez, DBO, DQO, condutividade, temperatura, oxigênio

dissolvido (Figura 3.22) e pH.

Figura 3.22 – Medição de Oxigênio Dissolvido.

60 cm

60 cm E

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102

Na Figura 3.23, observa-se a remoção de alíquotas de lixiviado pré-tratado em cada

etapa baseado no tempo de detenção de cada etapa do sistema piloto. O tempo de

detenção total para o sistema foi de 2 horas, onde o tempo de detenção para a caixa de

mistura do lixiviado e leite de cal foi estimado em cerca de 30 minutos; a caixa de

decantação em 30 minutos; a caixa de Stripping em 20 minutos; a caixa de mistura do

lixiviado com ácido em mais 30 minutos e, por fim, o sistema de barreira reativa em

cerca de 10 minutos.

Figura 3.23 – Coleta de Lixiviado da Estação Piloto.

A amostragem realizada foi do tipo simples, onde o volume de efluente líquido foi

coletado em amostra única. Quanto à preservação da amostra, foi realizada conforme

técnicas utilizadas e descritas na CETESB (1998).

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103

4.0. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo são apresentados os resultados referentes à caracterização do lixiviado do

Aterro da Muribeca, bem como dos ensaios realizados em laboratório e em escala

piloto. Inicialmente são apresentados resultados relativos à caracterização do lixiviado

do Aterro Controlado da Muribeca e seus respectivos desvios padrões. A seguir, são

apresentadas análises dos ensaios em laboratório, onde foram obtidos dados

fundamentais para o dimensionamento da estação em escala piloto. Por fim, são

apresentados os resultados referentes a cada etapa que consiste o sistema em escala

piloto (Precipitação Química, Stripping da Amônia e BRP), além da análise do seu

desempenho global.

Durante a etapa de precipitação química foram avaliadas as concentrações e tempo de

floculação ideais para a utilização do leite de cal. Também nesta etapa foram realizadas

correlações entre os parâmetros analisados a fim de obter o Coeficiente de Correlação

de Pearson. Na etapa de Stripping da Amônia, analisou-se o desempenho da remoção da

amônia livre no lixiviado pré-tratado na precipitação química, através de diferentes

injeções de ar, utilizando o permeâmetro de parede flexível. Quanto ao sistema de

barreira reativa com carvão ativado, foram realizados diferentes ensaios para

determinação da granulometria mais eficiente na remoção de DQO e Amônia.

Também neste capítulo são apresentadas as análises dos ensaios realizados em

laboratório e em escala piloto, analisando-se o desempenho de ambos os sistemas tendo

como base as legislações do Estado de Minas para Lixiviado (Deliberação Normativa

COPAM nº 01/2008) e Federal (CONAMA 357/05). Além disto, foi realizada uma

comparação entre os resultados obtidos em laboratório e em escala piloto, levando-se

em consideração os respectivos desvios padrões.

4.1. CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS DE LIXIVIADO

Nesta etapa foi realizada a caracterização do lixiviado do Aterro da Muribeca, obtendo-

se uma faixa de valores (mínimo e máximo) para todos os parâmetros obtidos,

comparando-se com características de outros lixiviados de aterros brasileiros. A

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caracterização inicial do lixiviado também serviu de base para a escolha do sistema de

tratamento a ser adotado. Os resultados da caracterização do lixiviado realizados através

da amostragem compostas no período em que o lixiviado encontrava-se mais

concentrado são apresentados na Tabela 4.1, sendo esses resultados discutidos ao longo

do capítulo. Salienta-se que no período de coleta a grande maioria dos resíduos do

aterro era antigo (t > 5 anos), existindo apenas uma pequena fração de resíduos novos.

A faixa máxima do pH foi entre 8,2 e 8,7, podendo indicar um lixiviado de aterro na

fase metanogênica, conforme observado por diversos autores (EHRIG, 1989; FIRMO,

2008). Nesta fase há a decomposição dos produtos de fermentação ácida que são

convertidos em metano (CH4), substâncias húmicas e água (SEGATTO & SILVA,

2000). Com esta faixa de pH, pode-se justificar a baixa concentração de metais pesados

presente no lixiviado do Aterro Controlado da Muribeca uma vez que o pH elevado

reduz a disponibilidade de contaminantes (MÉNDEZ et al., 1989). Segundo os dados do

levantamento realizado por Souto & Povinelli (2007), esta faixa de pH encontra-se

dentro da faixa de valores mais prováveis para os aterros brasileiros.

A alcalinidade mede a quantidade de íons que reagirão para neutralizar os íons de

hidrogênio. É a capacidade tampão. Os principais constituintes da alcalinidade são:

bicarbonatos, carbonatos e os hidróxidos, sua distribuição no efluente é influenciado

pelo pH, conforme observado abaixo.

- pH>9,4: hidróxidos e carbonatos;

- pH entre 8,3 e 9,4: carbonatos e bicarbonatos;

- pH entre 4,4 e 8,3: apenas bicarbonatos.

De acordo com a Tabela 4.1, observou-se que a alcalinidade possui uma faixa máxima

de concentração entre 5.867 e 8.375 mg/L, que, de acordo com Souto & Povinelli

(2007), encontra-se na faixa máxima de aterros brasileiros. Além disso, poderá haver a

predominância de carbonatos e hidróxidos no lixiviado do Aterro Controlado da

Muribeca, conforme observado no Relatório de Monitoramento Ambiental (2008).

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Tabela 4.1 - Caracterização do lixiviado do Aterro da Muribeca.

Parâmetros Ago/07 Set/07 Nov/08 Dez/08 Nov/09 Dez/09 Faixa Máxima

pH 8,46 8,58 8,70 8,63 8,21 8,36 8,21 - 8,70 Alcalinidade

(mg/L CaCO3) 5.867 7.666 7.838 7.600 8.375 6.917 5.867 - 8.375

DBO5 (mg/L) 2.320 2.430 3.185 3.190 1.140 500 500 - 3.190 DQO (mg/L) 3.307 3.467 4.293 4.735 3.600 3.800 3.307 - 4.735 DBO5/DQO 0,70 0,70 0,74 0,67 0,32 0,13 0,13 - 0,74

Cor (Hz) 8.683 8.645 10.550 10.355 8.850 8.830 8.645 - 10.550 Turbidez (NTU) 193,3 163,2 137 188 106,8 80,3 80,3 - 193,3 Condutividade

(mS/cm) 18,24 20,63 21,33 19,40 24,16 24,73 18,24 - 24,73

Nitrogênio Amoniacal

(mg/L)

1.708 1.446 1.532 1.125 2.900 2.050 1.125 - 2.900

Fósforo Total (mg/L)

14,62 8,25 13,75 11,5 9,75 NA** 8,25 - 14,62

Sulfatos (mg/L) 764 967 880 662 NA** NA** 662 - 967 Sulfetos (mg/L) 1,05 1,26 1,06 1,23 0,37 0,65 0,37 - 1,26 Cloretos (mg/L) 227 245 760 NA** 230 140 140 - 760

ST (mg/L) 8.990 10.100 11.469 10.804 10.772 10.862 8.990 - 11.469 SDT (mg/L) 7.022 8.188 9.387 9.524 10.012 9.944 7.022 - 10.012 SST (mg/L) 1.968 1.912 2.082 1.280 760 920 760 - 2.082 Fe (mg/L) 5,78 7,23 9,21 6,46 7,22 4,45 4,45 - 9,21 Mn (mg/L) 0,22 0,22 0,31 0,26 NA** NA** 0,22 - 0,31 Zn (mg/L) 1,03 1,97 1,37 0,79 1,20 NA** 0,79 - 1,97 Cr (mg/L) 0,16 0,26 0,33 NA** 0,10 0,28 0,10 - 0,33 Cu (mg/L) 0,2 0,7 0,12 ND* NA** NA** 0,12 - 0,7 Pb (mg/L) ND* ND* 0,1 NA** NA** NA** ND - 0,1 Ni (mg/L) 0,14 0,22 0,30 0,12 NA** NA** 0,12 - 0,30

*ND: Não detectado; **NA: Não analisado

Segundo Cheung et al. (1993) apud Cheung, Chu & Wong (1997), os resultados do

teste de toxicidade para algas sugere que a concentração de amônia é o fator mais

importante na toxicidade do lixiviado do aterro. Para o lixiviado em estudo, obteve-se

uma faixa máxima de concentração entre 1.125 e 2.900 mg/L, que de acordo com Souto

& Povinelli (2007), caracteriza-se na faixa máxima de aterros brasileiros. Por outro

lado, de acordo com Clément & Merlin (1995), através de cálculos utilizando regressão

matemática aplicada aos parâmetros físico-químicos e toxicológicos, obtiveram a

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confirmação de que a alcalinidade e a amônia podem ser os principais contribuintes para

a toxicidade atribuída ao lixiviado. Dessa forma, faz-se necessário que o pH e a

alcalinidade do lixiviado que será lançado no corpo receptor, sejam controlados, para

não criar condições favoráveis para o surgimento de amônia na forma tóxica. No caso

específico do lixiviado do Aterro da Muribeca, as concentrações de nitrogênio

amoniacal variando entre 1.125 e 2.900 mg/L, com um alto valor de alcalinidade e um

pH 8,6 pode indicar que o nitrogênio amoniacal esteja na forma ionizada NH4+. Porém,

Esteves (1998) explica que em meio alcalino, há possibilidade de ocorrência no

aumento da concentração da forma não ionizada (NH3) que é tóxica.

Ainda de acordo com a Tabela 4.1, a razão DBO5/DQO pôde-se observar uma mudança

na biodegradabilidade do lixiviado, durante os anos analisados. Nos anos de 2007 e

2008, o aterro recebeu resíduos urbanos diariamente, enquanto que no final de 2009 o

Aterro da Muribeca não recebeu mais resíduo e a camada de cobertura já se encontrava

totalmente efetivada, o que pode ter contribuído na redução da relação DBO5/DQO.

Os sólidos totais se subdividem em: Suspensos e Dissolvidos. Os sólidos totais,

suspensos ou dissolvidos podem ser orgânicos (ou voláteis) e inorgânicos (ou fixos) e

que de acordo com as suas concentrações químicas podem resultar em problemas

estéticos e ambientais. De acordo com a Tabela 4.1, verifica-se que a concentração de

Sólidos Totais Dissolvidos corresponde a aproximadamente 80% dos Sólidos Totais,

podendo indicar que os sólidos dissolvidos são predominantes na composição do

lixiviado, estando em concordância com Souto & Povinelli (2007), que afirmaram em

termos de sólidos, predominam no lixiviado os sólidos dissolvidos, ao contrário dos

efluentes domésticos, onde predominam os sólidos suspensos.

A cor verdadeira ou real do lixiviado está relacionada com os sólidos dissolvidos e

colóides, mais especificamente com a presença de substâncias húmicas e fúlvicas. Kang

et al. (2002) observaram que com o decorrer do tempo as moléculas e componentes

aromáticos das substâncias húmicas também aumentam, ou seja, à medida que o

lixiviado vai ficando mais velho, a cor tende a ficar mais concentrada. De acordo com a

Tabela 4.1, da caracterização do lixiviado, ainda não se notou nenhuma mudança

considerável na cor do lixiviado após o encerramento do aterro. A faixa de concentração

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mais provável encontrada para a cor variou entre 8.645 e 10.550 Hz, podendo indicar

um lixiviado bastante concentrado em substâncias húmicas e fúlvicas.

A Turbidez está relacionada aos sólidos em suspensão que provocam difusão e absorção

da luz, provocada por planctos, bactérias, argilas e siltes em suspensão, fontes de

poluição que lançam material fino e outros. Deve-se à presença de partículas em estado

coloidal, em suspensão, de natureza orgânica ou inorgânica e outros organismos

microscópicos (SAWYER et al., 2003). De acordo com a Tabela 4.1, da caracterização

do lixiviado, a turbidez variou entre 80,3 e 193,3 UNT apresentando um efluente

bastante turvo quando comparado ao esgoto, indicando a necessidade de processo físico

ou físico-química para sua remoção no lixiviado.

A condutividade elétrica de um material é determinada pela presença de substâncias

dissolvidas que se dissociam em ânions e cátions dependendo da temperatura. Os íons

metálicos geralmente se combinam com compostos não metálicos (ácidos ou bases)

chamados de ligantes. Em um aterro sanitário os ligantes mais comuns são certos ânions

(cloretos, fosfatos, sulfatos), nitrogênio, ácidos húmicos e os aminoácidos

(CASTILHOS Jr. et at., 2003). Nas amostras de lixiviado analisadas a faixa máxima

obtida foi 18,24 e 24,73 mS/cm na entrada do sistema de Tratamento de Lixiviado do

Aterro da Muribeca para diferentes períodos.

Todas as formas de vida são afetadas pela presença de metais dependendo da dose e da

forma química. Ressalta-se que, de um modo geral, os metais são essenciais para o

crescimento de todos os tipos de organismos, desde as bactérias até mesmo o ser

humano, mas eles são requeridos em baixas concentrações e podem danificar sistemas

biológicos. Os teores medidos de alguns metais pesados nas amostras são apresentados

na Tabela 4.1. Dentre os valores de metais pesados apresentados, observa-se que a

maioria desses estão bem abaixo dos valores máximos permitidos para lançamento de

efluentes em corpos receptores, exceto os teores de Ferro que se encontram acima do

padrão de lançamento pelo CONAMA 357/05, confirmando as afirmações de Harmsen

(1983) e Santana-Silva (2008), de que a concentração de metais pesados nos lixiviados

de aterros, na etapa de fermentação, deverá possuir baixo teores de metais pesados

devido à solubilização metálica e complexação dos ácidos graxos voláteis, e, os riscos

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de contaminação ambiental devem-se mais aos processos de acumulação (EHRIG, 1989

apud ALCÂNTARA, 2007; CHRISTENSEN et al., 2001). Alta concentração de Ferro

encontrada, pode também ser justificada pelo alto teor deste metal presente na argila

utilizada como camada de cobertura de resíduos no Aterro da Muribeca.

De um modo geral, as características dos lixiviados apresentadas na Tabela 4.1,

tenderam, naturalmente, a se reduzir após o encerramento, uma vez que o aterro da

Muribeca não recebeu novos resíduos e encontra-se com sua camada de cobertura

efetivada. Assim, a relação DBO/DQO tendeu a reduzir-se, a disponibilidade dos metais

tornam-se cada vez menores em função da elevação do pH e a quantidade de fósforo

total disponível podem ter sido reduzidos pelo consumo dos microorganismos no

interior da célula. Contudo, observou-se um aumento do nitrogênio amoniacal após o

encerramento do aterro. Akerman (2005) relata que a concentração do nitrogênio no

lixiviado não é particularmente dependente da fase de degradação em que o resíduo

sólido está submetido. Em ambas as fases, formação de ácidos simples e metanogênica,

a maioria dos lixiviados de aterros sanitários contém elevadas concentrações de

nitrogênio, principalmente na forma de íon amônio.

Um efluente que apresenta nitrogênio amoniacal em concentrações variando entre 1.125

e 2.900 mg/L, com um alto teor de alcalinidade e um pH de 8,6, juntamente com valores

de DQO acima de 3.000 mg/L é considerado, de acordo com Clèment & Merlin (1995),

como de difícil tratamento por método biológico, principalmente devido a alta

toxicidade que o nitrogênio pode oferecer. Além disso, os altos valores da cor do

lixiviado dificultam o tratamento de lixiviado através de lagoas de estabilização, uma

vez que as cores essenciais (verde e azul) para o processo fotossintético não conseguem

ser absorvidos pelos micro-organismos presentes nas lagoas.

Por fim, para um tratamento eficiente na remoção da matéria orgânica de um lixiviado

que tende a recalcitrância, faz-se necessário a utilização de processos físico-químicos

e/ou adsortivos eficientes na redução dos compostos de difícil biodegradação e

nitrogênio amoniacal. Assim sendo, nesta pesquisa foram realizados estudos de

precipitação química com cal hidratada, seguido do stripping da amônia e tendo como

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polimento final, a Barreira Reativa. A seguir serão apresentados os estudos de cada

etapa do tratamento sugerido.

4.2. RESULTADOS DOS ENSAIOS EM LABORATÓRIO

4.2.1. Precipitação Química

Análise Química das Cales

Nesta etapa determinou-se a marca de hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), mais eficiente na

remoção do parâmetro cor obtidos nos ensaios de batelada e que apresentou menor

quantidade de impurezas em sua análise química e baixo custo.

De acordo com os resultados da análise química, apresentados na Tabela 4.2, observa-se

que a Cal Comercial A possui um teor de MgO acima de 3%, não estando em

conformidade com a NBR 6473/2003, que especifica que a cal hidratada deve ter no

mínimo de 67% de CaO e máximo de 3% de MgO. Alguns óxidos, tais como SiO2,

Al2O3, Fe2O3, P2O5, podem ser considerados impurezas e esses podem interferir na

qualidade da cal hidratada. Fazendo-se uma comparação mineralógica, observa-se que a

Cal Comercial A possui cerca de 1,8% de impurezas, enquanto que a Cal Comercial B

apresenta cerca de 0,66%, e a cal P.A. cerca de 0,48%.

Como particularidade, observa-se a presença de óxido de alumínio (Al2O3) apenas nas

cales comerciais. Como as três cales apresentam composição química bastante

semelhantes e, também, apresentam pequena diferença da percentagem de impurezas,

foram testadas as três cales para analisar seu desempenho com relação à eficiência da

remoção de cor do lixiviado.

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Tabela 4.2 - Caracterização das diferentes marcas comerciais de hidróxido de

cálcio avaliadas na pesquisa.

Resultados (%) Análise Cal P.A. Comercial A Comercial B

CaO 73,88 73,22 75,02 MgO -- 4,89 -- SiO2 0,14 0,95 0,23 P2O5 0,25 0,43 0,2 Fe2O3 0,07 0,32 0,18 Al2O3 -- 0,1 0,05 SrO 0,34 0,1 0,34

Na2O -- 0,09 -- K2O -- 0,05 0,05 SO3 0,02 0,03 -- ZnO 0,05 -- -- MnO -- -- 0,02

Cl -- 0,03 -- PF 25,29 19,78 23,91

Total 100 100 100

Avaliação da Remoção de Cor do Lixiviado

Nos ensaios preliminares de precipitação química foram adicionadas diferentes

quantidades de Ca(OH)2, em estado sólido, variando de de 1 a 3,5g, em 100 ml de

lixiviado, com a finalidade de se otimizar a remoção de cor. A Figura 4.1 apresenta o

perfil de remoção de cor em função da concentração de diferentes marcas de cales

testadas.

Baseado em uma amostra de lixiviado com 12.800 Hz e na relação maior remoção e

menor concentração, observou-se na Figura 4.1 que o melhor resultado de remoção para

esse parâmetro correspondeu ao hidróxido de cálcio P.A., seguido da comercial B,

estando em concordância com a característica mineralógica do hidróxido de cálcio.

Observa-se que para baixas concentrações de cal, o hidróxido de cálcio P.A. promove

maior eficiência de remoção de cor no lixiviado em função de uma menor quantidade de

impurezas em sua composição (SiO2, Al2O3, Fe2O3, P2O5), o que aumenta a eficiência

da precipitação. Para a menor concentração (1g/100ml), as concentrações finais obtidas

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da cor do lixiviado foram de 1.111 HZ utilizando cal P.A., 7.737 HZ para a cal

Comercial Tipo A e 4.761 Hz para a cal Comercial Tipo B.

Figura 4.1 - Perfis de remoção de cor do lixiviado em função da concentração de

diferentes marcas de hidróxido de cálcio.

No entanto, o custo de utilização da cal P.A. é de 40 a 50 vezes mais elevado que as

outras marcas de cal utilizadas. Nota-se ainda, de acordo com a Figura 4.1, que se for

utilizada a concentração de 2,25 g/100 ml da cal comercial tipo A ou B, obtém-se uma

mesma concentração de cor que o encontrado para a concentração de 1g/100ml da cal

P.A. Por este motivo, optou-se por utilizar nesta pesquisa a cal comercial B por ser mais

acessível economicamente que a cal P.A., além disso, possuir menos impurezas que cal

comercial A.

4.2.1.1. Determinação da Concentração de Leite de Cal e Tempo de Floculação

Ideal para um Desempenho Eficiente no Tratamento de Lixiviado

Baseado no melhor custo/benefício de uma cal, a Comercial tipo B foi escolhida para

ser utilizada no leite de cal. Ressalta-se que se optou em utilizar o leite de cal (que

consiste na mistura de água e da cal sólida selecionada) ao invés da cal em forma sólida

devido a impossibilidade do seu emprego na forma granular nas estações de tratamento.

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

11000

12000

13000

0 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5

Cor

(Hz)

Concentração de Ca(OH)2 (g/100ml)

P.A. Comercial A Comercial B

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A fim de avaliar a concentração ideal do leite de cal, bem como o tempo de floculação,

foram realizados ensaios baseados na remoção da DQO, por se obter um rápido

resultado dos ensaios quando comparado a DBO. Além disso, também foram avaliadas

as remoções de DBO, cor, turbidez e condutividade.

Foram realizados, em escala de laboratório, três ensaios (Ensaios 1, 2 e 3) de

precipitação química utilizando leite de cal homogeneizado adicionado ao lixiviado para

avaliar a influência das relações DBO/DQO, conforme metodologia descrita

anteriormente. A seguir são apresentados os resultados dos três ensaios de precipitação

química utilizando o leite de cal.

a) Ensaio 1 – Lixiviado de Fácil Biodegradabilidade

A primeira amostra de lixiviado bruto coletada apresentou uma relação DBO/DQO =

0,74, conforme Tabela 4.3, podendo indicar um lixiviado com característica de fácil

biodegradabilidade. Além disto, o efluente apresentou traços de diluição, podendo ter

sido causada pela influência da precipitação média de 68,50 mm ocorrida no dia anterior

à coleta. Ressalta-se que esta chuva equivale à média histórica de precipitação

acumulada para todo o mês de janeiro.

Tabela 4.3 – Caracterização do Lixiviado Bruto 1.

Resultados Parâmetros Valores Unidade Desvio Padrão

DBO 550 mg/L ±70,71 DQO 739 mg/L ± 20,1

DBO/DQO 0,74 -- -- Cor 5.986,7 Hz ±236,29

Turbidez 51,6 UNT ±3,15 pH 8,3 -- ±0,05

Condutividade 6,1 µs/cm ±0,02

Remoção de Cor:

De acordo com a Figura 4.2, observa-se uma mudança na concentração de cor para o

aumento da dose de cal e tempo de floculação. Para uma concentração inicial de 5.986

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113

Hz (Coloração Escura) obteve-se, respectivamente para tempos de 5, 15 e 30 minutos,

uma redução para 506, 567 e 521 Hz, todos com Coloração Amarelada. Notou-se

também que para uma dose de cal 17 g/L, obteve-se um maior percentual de remoção de

cor para todos os tempos de floculação analisados. Porém, observa-se um bom

desempenho na remoção da cor para um tempo de 30 minutos, qualquer que seja a dose

de cal.

O nível de remoção de cor se assemelhou aos apresentados nos estudos realizados por

Amokrane et al. (1997) e Pala & Erden (2004) que obtiveram valores de remoção,

tratando lixiviado com cal hidratada, em cerca de 70 a 90%. Porém, os autores não

informaram o tempo de floculação adotado, nem a biodegradabilidade do efluente. Já

Santana-Silva (2008) utilizando 15 g/L de cal hidratada em forma granular e com um

tempo de floculação de 5 minutos, obteve cerca de 85% de remoção de cor para um

lixiviado de fácil biodegradabilidade do Aterro da Muribeca. Observando-se a Figura

4.2, sugerindo-se a dose de cal de 15 g/L utilizada pela Autora, obtém-se no gráfico,

cerca de 90% de remoção da cor do lixiviado. Ou seja, para uma mesma

biodegradabilidade de lixiviado, a cal utilizada no efluente para a realização da

floculação, em forma granular ou leite de cal, possuem desempenhos praticamente

idênticos na remoção da cor para doses de cal acima de 15 g/L.

Figura 4.2 - Comportamento da Cor do lixiviado em função da variação da

concentração de cal.

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Remoção de DQO:

A Figura 4.3 apresenta a relação entre a concentração do leite de cal e DQO para

diferentes tempos de floculação. Notou-se que o aumento da concentração do leite de

cal, eleva o desempenho na remoção de DQO. A concentração inicial da DQO de 739

mg/L foi reduzida a 518, 451 e 406 mg/L para tempos de 5, 15 e 30 minutos,

respectivamente. Também foi observado que para uma concentração inicial de 6 g/L de

cal e o tempo de 30 minutos, obteve-se o quádruplo da redução da DQO quando

comparado ao tempo de 5 minutos para uma mesma dose do reagente. Ou seja, assim

como na remoção da cor, o tempo de floculação de 30 minutos possui um bom

desempenho na remoção de DQO para pequenas doses de cal. O melhor desempenho foi

obtido para o tempo de floculação de 30 minutos, com uma dose de cal de 17 g/L,

alcançando uma remoção em 45%, conforme observado na Figura 4.3.

Ho et al. (1974) ao estudarem remoção de DQO para um lixiviado de fácil

biodegradabilidade pré-tratado anaerobiamente e aerobiamente, obtiveram cerca de 30%

de remoção de DQO para uma concentração de 1,4 g/L de cal com um tempo de mistura

de 40 minutos. Segundo Silva (2008), o tratamento do lixiviado pelo processo de

precipitação química promoveu uma pequena remoção de matéria orgânica (19 a 36%

de DBO e 10 a 29 % de DQO) para um lixiviado biodegradável. Santana-Silva (2008)

utilizando 15 g/L de cal hidratada em forma granular e com um tempo de floculação de

5 minutos, obteve um desempenho máximo de 28,6% na remoção da DQO para um

lixiviado de fácil biodegradabilidade do Aterro da Muribeca. De um modo geral,

observa-se que o melhor desempenho obtido por esta pesquisa para a remoção de DQO

foi superior a todos as outras supracitadas.

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Figura 4.3 - Comportamento da DQO do lixiviado em função da variação da

concentração de cal.

pH, Turbidez e Condutividade

À medida que a dosagem de cal vai se elevando, o pH também sofre alteração, tendendo

a elevar-se conforme observado na Figura 4.4, estando em concordância com diversos

autores (Salem et al., 2008; Renou et al., 2008). O pH máximo foi alcançado à partir da

concentração de 11 g/L de leite de cal para todos os tempos de floculação. Porém, para

uma concentração de 6 g/L, obteve-se um pH acima de 11, que é considerado ótimo na

remoção de nitrogênio amoniacal para o método de “stripping” (LOPES et al.,2003;

CHEUNG et al. 1997), para os dois maiores tempos de floculação (15 e 30 minutos).

Conforme Figura 4.5, nota-se que a turbidez para tempos de floculação de 5 e 15

minutos variaram bastante, onde para o intervalo de 6 a 8 g/L de cal obtem-se um

aumento na turbidez. Porém, para uma concentração de 17 g/L de cal, independente do

tempo de floculação, a remoção da turbidez ocorre de forma eficiente, conforme

também observado por Santana-Silva (2008). Esta grande variação no comportamento

da Turbidez pode se dever a brusca variação das cargas elétricas nas superfícies dos

particulados através das diferentes doses de leite cal adicionados. Além disso, o tempo

de floculação também pode influenciar na turbidez em função da formação dos flocos.

Ainda de acordo com a Figura 4.5, observa-se que o melhor desempenho ocorreu para o

tempo de floculação de 30 minutos para uma dose de 17 g/L de leite de cal.

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Figura 4.4 – Comportamento do pH durante a variação da dose de cal.

Figura 4.5 - Comportamento da Turbidez do lixiviado em função da variação da

concentração de cal.

Com relação aos dados de condutividade apresentados na Figura 4.6, observa-se que a

condutividade presente no lixiviado biodegradável sofreu, inicialmente, uma queda

especialmente para tempo de mistura de 5 minutos quando se utiliza menores

concentrações de cal. Elevando-se a dose de cal, a condutividade tendeu a se elevar para

todos os tempos de mistura, o que pode se justificar pela maior disponibilidade de íons

dissolvidos Ca++ oriundos do hidróxido de cálcio.

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Figura 4.6 – Comportamento da Condutividade do lixiviado em função da

variação da concentração de cal.

b) Ensaio 2 – Lixiviado de Mediana Biodegradabilidade

A segunda amostra de lixiviado bruto coletada apresentou uma relação DBO/DQO =

0,39, podendo indicar um lixiviado com característica de mediana biodegradabilidade.

Os valores brutos obtidos, em triplicata, para este lixiviado foram, de acordo com a

Tabela 4.4:

Tabela 4.4 – Caracterização do Lixiviado Bruto 2.

Resultados Parâmetros Valores Unidade Desvio Padrão

DBO 2100 mg/L ±141,42 DQO 5370 mg/L ± 50,00

DBO/DQO 0,39 -- -- Cor 6410 Hz ±204,21

Turbidez 172,3 UNT ±10,79 pH 8,6 -- ±0,04

Condutividade 20,4 µs/cm ±0,19

As análises a serem apresentadas serão baseadas nos mesmos estudos realizados no

Ensaio 1, a fim de que se constate o desempenho da precipitação química da cal

hidratada no tratamento de lixiviado para diferentes relações DBO/DQO.

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Remoção de Cor

A Figura 4.7 apresenta o comportamento da Cor do lixiviado de mediana

biodegradabilidade em função do aumento da dose de cal. Notadamente quanto maior a

concentração de cal e o tempo de floculação, menor a cor presente no lixiviado.

Observa-se um comportamento bastante semelhante na remoção da cor para tempos de

floculação de 15 e 30 minutos. Para um tempo de 5 minutos constata-se um

desempenho bem abaixo quando comparado aos outros, onde a concentração da cor

passou de 6410 a 5370 Hz, obtendo-se uma redução de apenas 16% para a maior dose

de cal (17 g/L), conforme observado.

Figura 4.7 - Desempenho da Cal na Remoção da Cor.

Remoção de DQO

De um modo geral, notou-se uma redução da concentração de DQO com o aumento da

dose de cal, bem como do tempo de floculação. A Figura 4.8 representa a evolução da

DQO e a sua remoção baseados na concentração de cal e tempos de floculação. Notou-

se que a DQO decresceu fortemente de 5370 a 2809 mg/L para um tempo de 30

minutos, obtendo um desempenho de 47,7%, desempenho bem superior ao encontrado

por Salem et al. (2008) que obtiveram uma redução de apenas 11,43% para um mesmo

tempo de floculação. Para um tempo de 15 minutos, a DQO decresceu de 5370 a 3470

mg/L, obtendo um desempenho de 35,4%, enquanto que para um tempo de 5 minutos a

DQO foi reduzida em 26,9%.

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Ho et al. (1974) ao trabalharem com um lixiviado tratado apenas anaerobiamente

obtiveram um lixiviado de mediana biodegradabilidade que ao ser tratado com cal

hidratada obtiveram uma baixa remoção de DQO (cerca de 7%) para um tempo de

floculação de 40 minutos e uma concentração de 3 g/L, não superando a eficiência de

7%.

Figura 4.8 – Comportamento da DQO do lixiviado em função da variação da

concentração de cal.

pH, Tubidez e Condutividade

Pode-se observar de acordo com o Figura 4.9 que, em um lixiviado de mediana

biodegradabilidade, o pH necessário para a etapa de stripping (pH = 11) foi obtido

através da utilização da cal hidratada em uma dose de 11 g/L, diferentemente de um

lixiviado biodegradável (Figura 4.7), onde a dose de 8 g/L de cal hidratada foi

suficiente.

A Figura 4.10 apresenta o comportamento da turbidez e a sua remoção, para um

lixiviado de mediana biodegradabilidade, em função da variação da concentração de cal

e tempo de floculação. A concentração da turbidez decresce com o aumento da dose de

cal para todos os tempos de floculação. Porém, para um tempo de floculação de 30

minutos obtem-se o melhor desempenho na remoção (72,2%) para uma dosagem de cal

de 14 mg/L.

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Figura 4.9 – Comportamento do pH durante a variação da dose de cal.

Figura 4.10 – Comportamento da Turbidez do lixiviado em função da variação da

concentração de cal.

Apresenta-se na Figura 4.11, o decréscimo da condutividade presente num lixiviado de

mediana biodegradabilidade em função da variação da dose de cal. A concentração

inicial de 20,4 us/cm decresceu a 16, 14 e 11 us/cm para tempo de floculação de 5, 15 e

30 minutos, respectivamente, obtendo desempenho máximo para o tempo de 30 minutos

com remoção de 47% da condutividade. Para todos os tempos de floculação, à partir da

dose de cal de 14 g/L, observa-se uma tendência de elevação da condutividade,

diferentemente do lixiviado biodegradável (Figura 4.6), onde para as primeiras doses de

cal já se observava o aumento da condutividade. Hipoteticamente pode-se justificar tal

fato ao tamponamento do meio.

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Figura 4.11 – Comportamento da Condutividade do lixiviado em função da

variação da concentração de cal.

c) Ensaio 3 – Lixiviado de difícil biodegradabilidade

A terceira amostra de lixiviado bruto coletada apresentou uma relação DBO/DQO =

0,20, indicando um lixiviado com característica de difícil biodegradabilidade. No dia

desta coleta, a Estação de Tratamento de Lixiviado estava captando apenas lixiviado de

células com idade mais avançada, uma vez que a drenagem das células com lixiviado

novo encontravam-se em manutenção há vários dias em função das chuvas que caíram

durante esse período. Os valores brutos dos parâmetros obtidos, em triplicata, para este

lixiviado encontram-se na Tabela 4.5.

Tabela 4.5 – Caracterização do Lixiviado Bruto 3.

Resultados Parâmetros Valores Unidade Desvio Padrão

DBO 400 mg/L ± 11,03 DQO 1976,3 mg/L ± 25,17

DBO/DQO 0,20 -- -- Cor 3603,3 Hz ±120,14

Turbidez 82,1 UNT ±1,05 pH 8,4 -- ±0,1

Condutividade 9,7 us/cm ±0,08

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Remoção de Cor

Analisando o comportamento da cor de um lixiviado de difícil biodegradabilidade, nota-

se, conforme Figura 4.12, que o aumento da dose de cal reduz a cor do lixiviado de

3603 Hz, a concentrações de 209, 192 e 182 Hz com tempos de mistura de 5, 15 e 30

minutos, respectivamente.

Os valores de cor para as concentrações mais elevadas, a partir de 12 g/L de cal, são

bem semelhantes, estando enquadradas no desvio padrão médio das três amostras, que

foi de 11 HZ. Olhando-se o desempenho da redução de cor desempenho a partir dos

dados supracitados observa-se que para uma dose de 17 g/L de cal, a eficiência de

remoção de cada amostra foi de 94,2; 94,7 e 94,9% para 5, 15 e 30 minutos,

respectivamente. Para menores doses, entre 6 e 12 g/L de cal, o tempo de floculação de

30 e 15 minutos apresentam melhor desempenho para a remoção de cor.

Figura 4.12 – Comportamento da Cor do lixiviado em função da variação da

concentração de cal.

Remoção de DQO

Em relação à DQO, conforme Figura 4.13, para uma concentração inicial de 1.976 mg/L

para tempos de floculação de 5, 15 e 30 minutos chegou-se a valores de,

respectivamente, de 575, 426 e 155 g/L, perfazendo uma remoção final de DQO, no

lixiviado de difícil biodegradabilidade, de 70,9; 78,4 e 92,2%. O tempo de floculação de

30 minutos e a concentração de 17 g/L foram as combinações de melhor desempenho.

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Observou-se também que, durante o aumento da dose de cal de 8 g/L a 17 g/L, obteve-

se um acréscimo na remoção da DQO em cerca de 24% para 30 minutos de floculação.

Já para os outros tempos de floculação (5 e 15 minutos) houve, em média, um

acréscimo de apenas 8% na remoção da DQO.

Renou et al. (2008) ao tratar lixiviado estabilizado obtiveram uma remoção em cerca de

25,5% de DQO utilizando 4 g/L de cal. Ao utilizar uma maior concentração de cal – 6

g/L – o desempenho foi muito abaixo do esperado, com apenas 0,4% de remoção. Kiliç

et al. (2007) removeram cerca de 19% de DQO para lixiviado estabilizado, porém, não

informaram a concentração de cal utilizada. Thornton et al. (1973) obtiveram uma

remoção em cerca de 23,5% de DQO para lixiviado estabilizado, utilizando cerca de 1,5

g/L de cal.

Figura 4.13 - Comportamento da DQO do lixiviado em função da variação da

concentração de cal.

pH, Turbidez e Condutividade

De acordo com a Figura 4.14 observou-se que o aumento da dose de cal tende a elevar o

nível de pH, fato este justificado pela maior disponibilidade de hidróxido no meio em

função da adição da cal hidratada. Apenas para um dose de cal em 8 g/L foi possível a

obtenção do pH ideal para realização do Stripping da Amônia para todos os tempos de

floculação.

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Figura 4.14 – Comportamento do pH durante a variação da dose de cal.

Os materiais em suspensão e coloidais, incluindo bactéria, são removidos num

complexo de reações químicas e processos físicos como resultado da adição de cal

(PIMENTEL, 2007). Segundo Metcalf & Edddy (2003), é possível obter um efluente

claro, livre de matéria orgânica em suspensão e em estado coloidal devido ao processo

de coagulação, conforme Figura 4.15. Nota-se que para uma concentração inicial de

82,1 UNT, a dose de 17 g/L de cal ao ser adicionada ao lixiviado obtem valores de

turbidez com valores bem inferiores, onde para tempos de floculação de 5, 15 e 30

minutos obtem-se concentrações finais de 26,5; 13,3 e 6,5 UNT, respectivamente.

Analisando-se a eficiência na remoção da Turbidez, nota-se que o melhor desempenho

para os diversos tempos de floculação foi obtido para a concentração de 11 g/L de cal,

onde em média os padrões de remoção foram, para os respectivos tempos, de 83,7; 80,5

e 97,4%. Para a concentração de 17 g/L, as eficiências obtidas foram de 67,7; 83,8 e

92,1%. Thornton et al. (1973) obtiveram uma remoção em cerca de 93% de Sólidos

Suspensos para lixiviado estabilizado, utilizando cerca de 1,5 g/L de cal. Kiliç et al.

(2007) removeram cerca de 83% de sólidos suspensos para lixiviado estabilizado,

porém, não informaram a concentração de cal utilizada.

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Figura 4.15 – Comportamento da Turbidez do lixiviado em função da variação da

concentração de cal.

Com relação a condutividade, analisando-se a Figura 4.16, para uma concentração de 11

g/L - considerada ideal na remoção da turbidez - possui um péssimo desempenho em

termos de remoção, uma vez que há um aumento na condutividade para todos os tempos

de floculação analisados. O melhor desempenho na redução da condutividade ocorre

para a concentração de 6 g/L, com eficiência em até 29% para um tempo de floculação

de 30 minutos. Renou et al. (2008) ao tratar lixiviado estabilizado obtiveram uma

remoção em cerca de 33,9% de condutividade utilizando 2 g/L de cal. Ao utilizar uma

maior concentração de cal – 6 g/L – o desempenho foi de apenas 21,4% de remoção.

Figura 4.16 – Comportamento da Condutividade do lixiviado em função da

variação da concentração de cal.

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Ainda de acordo com os Autores, à medida que se adiciona a cal, íons de carbonato

precipitam massivamente e isto resulta no decréscimo da condutividade, da dureza e da

alcalinidade do lixiviado. A dose de cal considerada ótima na redução da condutividade

corresponde a máxima redução do parâmetro. O excesso de Ca++ gerado pela dose

excessiva de cal provoca o aumento da condutividade.

Baseado nos 3 ensaios de precipitação química com hidróxido de cálcio realizado com

lixiviado do Aterro da Muribeca, para diferentes relações DBO/DQO, tempos de

floculação e doses de cal, concluiu-se que a dose de cal com concentração de 17 g/L e

tempo de floculação de 30 minutos, foram as variáveis consideradas ideais para um bom

funcionamento de uma Estação de Tratamento de Lixiviado no que concerne a etapa de

precipitação química para a remoção de DQO.

4.2.1.2. Desempenho da Precipitação Química para Diferentes Relações DBO/DQO

do Lixiviado:

Tomando como base o tempo de 30 minutos de floculação (considerado ideal), os

diferentes graus de degradabilidade do lixiviado e diversas doses de cal utilizadas, serão

apresentados a seguir, diversos gráficos condensados com todas as informações

supracitadas, correlacionado-os com o percentual de remoção dos parâmetros de DQO,

Cor, Turbidez e Condutividade.

Remoção de DQO

A Figura 4.17 representa o desempenho na remoção da DQO com diferentes

biodegradabilidades de lixiviado para um tempo de floculação de 30 minutos e

concentrações distintas. Nota-se que o melhor desempenho na remoção da DQO pela

precipitação química para uma dose de 17 g/L de cal ocorre para a relação DBO/DQO =

0,20 (lixiviado de difícil biodegradabilidade), com remoção em cerca de 92%, enquanto

que a menor eficiência ocorreu para a relação DBO/DQO = 0,74 (lixiviado de mediana

biodegradabilidade) com uma remoção de 47,7%. O percentual de remoção da DQO

para os lixiviados de mediana e fácil biodegradabilidade foram bastante semelhantes

para todas as doses de cal utilizadas.

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Figura 4.17 – Desempenho na remoção da DQO para diferentes

biodegradabilidades de lixiviado.

A remoção de DQO obtida para um lixiviado estabilizado apresentou-se muito acima

das referências bibliográficas analisadas, com um desempenho 3 vezes maior quando

comparado a Renou et al. (2008) e Thornton et al. (1973), quatro vezes e meia quando

comparado a Kiliç et al. (2007). Ressalta-se que esta grande diferença nos desempenhos

pode estar relacionada às características do lixiviado analisado, da mineralogia e dose

de cal utilizada, além do tempo de floculação utilizado. Giordano (2003) verificou que a

redução da DQO e da Cor é mais acentuada até o pH 11, alcançando uma redução de

total da DQO neste teste em 75 %.

Remoção da Cor

A Figura 4.18 apresenta o desempenho da remoção da cor para diferentes

biodegradabilidades de lixiviado, utilizando-se da dose de cal considerada ideal (17 g/L)

e tempo de floculação ideal entre o lixiviado e leite de cal (30 minutos). Nota-se mais

uma vez um melhor desempenho para o lixiviado estabilizado com cerca de 95% de

remoção e uma semelhança na remoção da cor entre o lixiviado estabilizado e de fácil

biodegradabilidade.

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Figura 4.18 – Desempenho na remoção da Cor para diferentes biodegradabilidades

de lixiviado.

As Figuras 4.19 e 4.20 apresentam os diagramas de dispersão associando-se os

parâmetros DQO e cor em função de cada relação DBO/DQO. A Figura 4.19 configura

uma correlação linear positiva onde o r obtido foi igual a 0,97. No entanto, observa-se a

exclusão do ponto relativo ao lixiviado bruto, utilizando-se apenas os dados de lixiviado

tratado.

Figura 4.19 – Diagrama de Dispersão Cor versus DQO para um Lixiviado

Estabilizado.

y = 3,2415x - 796,61R² = 0,95

400

450

500

550

600

650

700

300 350 400 450 500

Cor (

UH

)

DQO (mg/L)

DBO/DQO = 0,20

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A Figura 4.20 apresentou uma baixa correlação linear positiva (com um r igual a 0,81)

quando comparado as outras análises, enquanto que a Figura 4.21 obteve uma

associação melhor entre a DQO e cor, com uma correlação linear positiva, onde o r

obtido foi igual a 0,98.

Figura 4.20 – Diagrama de Dispersão Cor versus DQO para um Lixiviado de

Mediana Biodegradabilidade.

Figura 4.21 – Diagrama de Dispersão Cor versus DQO para um Lixiviado de Fácil

Biodegradabilidade.

y = 0,4927x + 195,69R² = 0,9624

0,0

500,0

1000,0

1500,0

2000,0

2500,0

0,0 1000,0 2000,0 3000,0 4000,0

Cor (

UH

)

DQO (mg/L)

DBO/DQO = 0,74

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130

De um modo geral, estas correlações podem indicar uma associação entre a cor do

lixiviado e a DQO, confirmando os estudos realizados por Segatto & Silva (1999);

TREBOUET et al. (2000) e Kurniavan et al. (2006) onde afirmaram que a coloração

escura do lixiviado poderia estar correlacionada a DQO. Na verdade, a coloração escura

do lixiviado está relacionada às substâncias húmicas e fúlvicas que estão

correlacionadas aos ensaios de DQO. Segundo os autores, estas substâncias são

recalcitrantes e tornam-se de difícil remoção biológica quando o lixiviado é estabilizado

(DBO5/DQO ≤ 0,2) uma vez que o peso molecular destas substâncias é baixo. Porém

para esta Tese, o maior desempenho na remoção da DQO ocorreu para o lixiviado de

difícil biodegradabilidade.

Remoção da Turbidez

A Figura 4.22 apresentou o desempenho na remoção da turbidez para o tempo de

mistura e concentração ideais para diversas biodegradabilidades do lixiviado. Notou-se

que o melhor desempenho na remoção da Turbidez ocorre para a relação DBO/DQO =

0,20 (lixiviado de difícil biodegradabilidade), com uma remoção de 92%, enquanto que

a menor eficiência ocorreu para a relação DBO/DQO = 0,39 (lixiviado de mediana

biodegradabilidade) com uma remoção de 72%. Estes valores estão compatíveis aos

encontrados por Silva (2008) e Amokrane et al. (1997).

Figura 4.22 – Desempenho na remoção da Turbidez para diferentes

biodegradabilidades de lixiviado.

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131

pH, Turbidez e Condutividade

De acordo com a Figura 4.23, o melhor desempenho na redução da condutividade

ocorre para a relação DBO/DQO = 0,39 (lixiviado medianamente biodegradável), com

redução da condutividade em cerca de 47%, enquanto que para as outras relações houve

um aumento da condutividade em até 76%. O aumento da condutividade pelo método

de precipitação química, como já discutido anteriormente, possivelmente ocorreu pelo

aumento de íons dissolvidos como o Ca++. Diversos autores (Renou et al., 2008; Salem

et al., 2008) reduziram a condutividade durante os ensaios de precipitação utilizando cal

hidratada variando de 0,5 a 35 g/L, sem registro de aumento para a concentração

escolhida. Porém, a concentração de cal escolhida pelos autores equivalem ao ponto de

inflexão da curva do gráfico Condutividade versus Concentração do Leite de Cal, que é

considerado o ponto de maior eficiência para a redução da condutividade. Ressalta-se

que na escolha deste ponto, a eficiência da remoção dos parâmetros como DBO, DQO e

cor são muito mais baixos que os encontrados nesta pesquisa, além de não atingir o pH

11, ideal para realização do stripping da amônia.

Figura 4.23 - Desempenho na redução da condutividade para diferentes

biodegradabilidades de lixiviado.

A Figura 4.24, do diagrama de dispersão Cor versus pH, apresenta um ponto distante da

nuvem de resultados, não tendo um grande significado estatístico, não sugerindo,

portanto, a obtenção da correlação de Pearson, uma vez que praticamente o traçado

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132

linear ocorreria em apenas dois pontos distintos, e não em todos os pontos. Isto ocorreu

apenas para esta relação (DBO/DQO = 0,20) onde a maioria das amostras apresentou o

pH máximo (pH 14).

Para as Figuras 4.25 e 4.26, foram obtidas correlações r = 0,99 e 0,98, respectivamente,

entre os parâmetros, indicando uma associação entre a elevação do pH e a redução da

Cor, confirmando os estudos de Liao & Randtke (1986) apud Renou et al. (2008). Isto

pode ser justificado através da redução da concentração de matéria orgânica que está

relacionada à precipitação de sais orgânicos e em menor proporção à desestabilização de

colóides (SAWYER, 1978) ou até mesmo a dissociação dos grupos funcionais pelo alto

pH (LIAO & RANDTKE, 1986). De acordo com Giordano (2008), nesses casos o que

acontece é um aumento do peso molecular, que praticamente dobra e o novo composto

perde a capacidade de dissolução pois os sítios ativos ficam ocupados pelo cátion

divalente. Ainda de acordo com as Figuras 4.24 a 4.26, observou-se uma significante

remoção de cor à medida que o pH foi elevado com a dose de cal. A quantidade de cal

utilizada para ajustar o pH foi de 17 g/L. A remoção da Cor com a elevação do pH

alcançou patamares superiores a 90% para lixiviados estabilizados, 70% para lixiviados

de mediana biodegradabilidade e 95% para lixiviados de fácil biodegradabilidade.

Figura 4.24 – Diagrama de Dispersão Cor versus pH para um Lixiviado de Fácil

Biodegradabilidade.

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Figura 4.25 – Diagrama de Dispersão Cor versus pH para um Lixiviado de

Mediana Biodegradabilidade.

Figura 4.26 – Diagrama de Dispersão Cor versus pH para um Lixiviado de Fácil

Biodegradabilidade.

Remoção da DBO

De acordo com a Figura 4.27, observa-se que o maior desempenho na remoção da DBO

para um tempo de floculação de 30 minutos e concentração de cal igual a 17 g/L,

ocorreu para um lixiviado estabilizado com remoção de 75% de DBO, seguido do

lixiviado de mediana biodegradabilidade.

y = -563,19x + 8026,2R² = 0,9552

0,0

500,0

1000,0

1500,0

2000,0

2500,0

3000,0

3500,0

4000,0

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0

Cor (

UH

)

pH

DBO/DQO = 0,74

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Figura 4.27 – Desempenho na remoção de DBO para diferentes

biodegradabilidades de lixiviado.

Chian & DeWalle (1977) afirmaram que a precipitação química com cal remove matéria

orgânica com peso molecular acima de 50.000 Da, e citam que esta fração está presente

em baixas concentrações em lixiviado de aterro novo e quase ausente em aterros velhos,

sendo esse tratamento mais efetivo para lixiviado de aterro com idade média. Fato este

não comprovado nesta pesquisa no que se refere aos lixiviados estabilizados, uma vez

que o melhor desempenho ocorreu justamente para um lixiviado estabilizado. Outros

autores, como El-Fadel et al. (2003) utilizando a cal para realizar precipitação,

afirmaram terem também obtido bons resultados na remoção de DBO (50 a 60% de

DBO) para um lixiviado estabilizado.

De um modo geral, após todos os ensaios realizados, constatou-se que a concentração

escolhida do leite de cal (17 g/L) com um tempo de floculação de 30 minutos entre o

leite de cal e lixiviado, torna a precipitação química uma ferramenta essencial ao

tratamento de lixiviado, mesmo para relações DBO/DQO diferentes, apresentando uma

boa performance na remoção de DBO, DQO, Cor e Turbidez do lixiviado. A cor do

lixiviado pode estar associada a matéria orgânica recalcitrante uma vez que as

correlações de Pearson obtidas variaram de forte a fortíssima para a relação Cor versus

DQO. A cor do lixiviado decai de forma bastante intensa em função do aumento do pH

conforme observado nas correlações de Pearson que também variaram de forte a

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135

fortíssima na relação Cor versus pH. Porém a existência da correlação só poderá ser

confirmada através de análises estatísticas mais aprofundadas.

4.2.2. Stripping da Amônia

4.2.2.1. Remoção de Amônia

A fim de avaliar o stripping de amônia, propriamente dito, foram utilizadas diferentes

vazões de ar (4, 7 e 10 L/min) injetadas no sobrenadante remanescente da precipitação

química realizada com cal hidratada para diferentes intervalos de tempos. O lixiviado

pré-tratado apresentou as seguintes caraterísticas: pH 12; DQO = 1.897 mg/L; NH4+ =

290 mg/L e temperatura de 26°C.

De acordo com a Figura 4.28, os resultados relativos ao stripping com injeção de ar,

realizado em 1 litro de lixiviado pré-tratado, mostraram que a concentração de

nitrogênio amoniacal reduziu significativamente com o tempo, sendo esse decréscimo

mais acentuado para a vazão de 10 L/min quando comparado as outras vazões. Durante

as duas primeiras horas de injeção de ar no lixiviado pré-tratado, observou-se uma

brusca diferença de comportamentos na eficiência de remoção do nitrogênio amoniacal.

Para injeções de ar com vazões de 4, 7 e 10 L/min obteve-se uma eficiência na remoção

do nitrogênio amoniacal de, respectivamente, 23,8; 40,9 e 57,7%. Para uma vazão de 10

L/min obteve-se o dobro do desempenho na remoção da amônia quando comparado a

vazão de 4 L/min. Leite et al. (2007) obtiveram para um tempo de 2 horas e uma injeção

de ar cerca de dez vezes maior (105 L/min) uma eficiência de 89,6% na remoção de

nitrogênio amoniacal, sem prévio tratamento físico-químico.

Analisando-se ainda a Figura 4.28, para um tempo de 6 horas a remoção de nitrogênio

amoniacal alcançou valor médio de 85% quando injetada a vazão de 10 L/min, 69%

para vazão de 7 L/min e 58% de remoção de nitrogênio amoniacal para a vazão de 4

L/min. Veiga et al. (2006) realizando o stripping para lixiviado bruto com uma vazão de

ar com cerca de 2 L/min e com um tempo de 6 horas obtiveram uma remoção de amônia

em 39,7%. Santana-Silva (2008) realizou o stripping para lixiviado pré-tratado com cal

onde a concentração de amônia era de 1310 mg/L, e, observou que em 6 horas, a

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remoção de nitrogênio amoniacal alcançou valores médios de 90 e 92% quando injetada

a vazão de 5 L/min e 10 L/min, respectivamente, para um pH inicial igual a 13.

Observou-se também que a eficiência superior a 90% só foi atingida após 8 horas de

aeração para a vazão de 10 L/min, enquanto que para as vazões de 4 e 7 L/min a

eficiência superior a 90% só foi atingida para o tempo de 12 horas. Ressalta-se que para

a aeração de 10 L/min após 12 horas, a remoção foi de aproximadamente 99%.

Resultados de outros estudos relatados na literatura, utilizando lixiviados pré-tratado

com hidróxido de cálcio e pH 12, apontam uma remoção de 85% no stripping com uma

aeração de 7,6 L/min e 93% usando 5 L/min, durante um período de 17 e 24 horas,

respectivamente (CHEUNG et al., 1997; OZTURK et al., 2003).

Figura 4.28 – Desempenho na remoção do Nitrogênio Amoniacal para diferentes

intervalos de tempo.

De acordo com a Figura 4.29, nota-se que a concentração média de nitrogênio

amoniacal no período de 12 horas para as vazões de 4, 7 e 10 L/min foram,

respectivamente, de 13, 7 e 2 mg/L, alcançando assim valores abaixo de 20 mg/L (limite

estabelecido pela Resolução CONAMA 357/05 para o lançamento de efluentes). Depois

de alcançado os valores desejados da concentração de nitrogênio amoniacal – em

concordância com o CONAMA 357/05 - a aeração nas amostras de lixiviado foi

interrompida.

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137

Resultados semelhantes foram relatados por Lei et al. (2007) para efluente de digestão

anaeróbia pré-tratado por precipitação química com hidróxido de cálcio. Os autores

também compararam diferentes aerações (0, 3, 5 e 10 L/min) ao longo do tempo e

mantiveram a amostra com pH 12 e temperatura de 15oC. Os valores de remoção de

nitrogênio amoniacal alcançaram o máximo de 95,3% para 10 L/min e 89,9% para 5

L/min em 12 horas. Ressalta-se que a temperatura influência diretamente a eficiência do

processo de remoção e conforme Collivignarelli et al. (1993), esta deve ser superior a

20 ºC, para se conseguir redução significativa da concentração de amônia em tempos

razoáveis.

Figura 4.29 – Gráfico do Comportamento do Nitrogênio Amoniacal versus

Intervalo de Tempo para Diferentes Aerações e Temperatura Constante igual a

26oC.

De um modo geral, observa-se, nesta pesquisa, que o desempenho na remoção de

amônia no lixiviado está vinculado a cinco variáveis principais. São elas:

1- pH do efluente: disponibiliza, para um pH maior que 11, uma maior quantidade

de amônia livre no meio líquido, facilitando a sua volatilização;

2- Tempo de Agitação ou de Injeção de ar no meio líquido: o aumento do tempo de

agitação está relacionado com o aumento da eficiência de volatilização da

amônia;

3- Vazão de ar injetada: acelera a realização do processo de stripping, podendo

para uma vazão maior, utilizar um tempo de agitação mais curto;

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138

4- Temperatura: quanto maior a temperatura do meio, maior o desempenho na

volatilização da amônia livre. Para este estudo, a temperatura foi mantida

constante;

5- Área superficial: à medida que a área superficial é aumentada, o desempenho na

remoção da amônia livre também aumenta. Para esta Tese, a área superficial foi

selecionada na forma de um quadrado, porém, não obtendo uma extensa

amplitude de área em função do tipo de material empregado (acrílico).

Constatou-se que o tempo de aeração de 12 horas e a vazão de injeção de ar com 10

L/min foram consideradas ideais para a remoção satisfatória do nitrogênio amoniacal,

conforme CONAMA 357/05. Porém, o tempo de 12 horas tornou-se muito elevado para

os estudos de laboratório e escala piloto, sugerindo-se a utilização do tempo de detenção

de 2 horas, onde acoplado ao sistema de barreira de carvão ativado adequaria a amônia

aos padrões exigidos pela legislação federal.

4.2.2.2. Remoção de DQO

Em relação à DQO, foram realizados ensaios, em triplicata, apenas para a amostra de

melhor desempenho na remoção de nitrogênio amoniacal (Tempo de Aeração = 12h e

vazão = 10 L/min). A concentração média de DQO para um lixiviado pré-tratado com

hidróxido de cálcio foi de 1.897 mg/L. Após a injeção de ar em 12 horas com vazão de

10 L/min, obteve-se uma concentração de DQO de apenas 720 mg/L, obtendo-se uma

eficiência de remoção em cerca de 60%, para estas condições de ensaios. Ressalta-se

que nesta etapa ainda houve formação de precipitado, o que pode vir a justificar a

remoção de DQO. Uma outra hipótese seria a ocorrência da volatilização de compostos

orgânicos.

Santana-Silva (2008) ao estudar a eficiência da remoção de DQO durante os ensaios de

stripping, obteve, no período de 12 horas para as vazões de 2, 5 e 10 L/min, valores de

remoção na faixa de 34 a 41%. O aumento da vazão de ar com base nos resultados

apresentados não promoveu grandes alterações na redução de DQO, uma vez que a

diferença de remoção entre a vazão de 2 e 10 L/min foi apenas de 8,5% . De Luna et al.

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139

(2009), utilizando reatores de fluxo pistonado, sem alimentação forçada de ar,

obtiveram remoção de 66% de DQO para um tempo de detenção de 14 dias.

4.2.3. Carvão Ativado

4.2.3.1. Caracterização Físico-Química do Carvão Ativado

O carvão ativado utilizado para esta pesquisa é originado do Dendê, que é uma

palmácea, cujo fruto tem aproveitamento múltiplo, sendo utilizado na fabricação de

azeites, óleos para as indústrias química, biodiesel, cosmética e alimentícia, sabões e

carvão ativado (http://www.pelegrinicarbon.com.br/especificacoes.htm, acesso:

20/11/2008). A Tabela 4.6 apresenta as características físicas do carvão ativado do tipo

6x10 e 20x40, fornecidas pela empresa Carbonmar. Nota-se que o carvão do tipo 20 x

40 possui uma superfície específica maior que o carvão tipo 6 x 10, podendo ser um

indicador de maior eficiência na redução de contaminantes. Assim, quanto maior o

numero de iodo e superfície específica, maior o desempenho da adsorção de poluentes

pelo carvão. De acordo com as características físicas do carvão ativado de

granulometria de 20 x 40, observa-se a possibilidade deste possuir uma maior adsorção

de poluentes quando comparado ao tipo 6 x10. Porém, durante a análise do perfil

cinético será conferida esta hipótese.

O número ou índice de iodo está relacionado à microporosidade do carvão ativado.

Estima-se que 1 mg de iodo adsorvido corresponde a 1 m2

de superfície interna (EL-

HENDAWY et al., 2001).

Tabela 4.6 - Características físicas do carvão ativado tipo 6 x 10 e 20 x 40.

Características Carvão 6 x 10 Carvão 20 x 40 Densidade Aparente (g/cm3) 0,45 0,43

Densidade Real (g/cm3) 0,45 0,43

Número de Iodo (mg/g) 905 980 Área Superficial Específica (m2/g) 890 990

pH 9 9 Diâmetro Médio da Partícula (mm) 3 0,82

Fonte: Empresa Carbonmar

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140

Quanto à análise química, conforme Tabela 4.7, o carvão ativado apresentou sílica,

óxido férrico e óxido de potássio como principais componentes com conteúdo superior a

75%, além de conteúdos relativamente altos de cal virgem (10,6%).

Ainda de acordo com a Tabela 4.7, observa-se que foram encontradas ainda a alumina,

os óxidos de titânio, enxofre, magnésio e outros compostos em quantidades menores

que 5%.

Tabela 4.7 - Características Químicas do Carvão Ativado 6 x10 e 20 x 40.

Características Carvão Ativado (%) SiO2 30,3 Fe2O3 24,89 K2O 20,9 CaO 10,6 P2O5 4,5 Al2O3 2,39 MgO 1,47 SO3 1,12 TiO2 0,81 Cr2O3 0,76 MnO 0,54 CuO 0,53 ZnO 0,33 SrO 0,2

Rb2O 0,19 Na2O 0,18

Cl 0,18 NiO 0,14 ZrO2 0,06 Total 100

Fonte: Empresa Carbonmar

4.2.3.2. Determinação da Granulometria do Carvão Ativado

Nesta etapa foram realizados ensaios para determinação do tipo de carvão ativado a ser

utilizado nos ensaios de laboratório e em escala piloto. Através dos perfis cinéticos,

utilizando lixiviado bruto, foi conferido o melhor desempenho na remoção de DQO, Cor

e amônia para dois tipos de carvão ativado: 20 x 40 e 6 x 10. As características do

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141

lixiviado trabalhado estão relatadas na Tabela 4.8. Durante o dia da coleta de lixiviado,

a precipitação acumulada (16 mm) indicou pouca influência na qualidade do lixiviado

uma vez que os valores de DQO e amônia ainda apresentaram-se elevados quando

comparados a caracterização do lixiviado apresentado na Tabela 4.1. Os valores brutos

obtidos, em triplicata, para este lixiviado foram:

Tabela 4.8 – Caracterização do Lixiviado Bruto.

Amostra: Amônia (mg/ L)

pH Condutividade (mS/cm)

Turbidez (NTU)

DQO (mg/L)

Amostra Bruta 1.226 7,9 16,38 65,45 6039

Baseado na Figura 4.30, a uma concentração inicial de 6.039 mg/L para a DQO de um

lixiviado bruto, observaram-se desempenhos distintos para granulometrias diferentes de

carvão ativado estudados, onde o carvão do tipo 20 x 40 obteve uma concentração final

de 1.626 mg/L, indicando uma redução de DQO em cerca de 73% para duas horas de

ensaio. Já o carvão do tipo 6 x 10, obteve um desempenho de 46% na remoção de DQO

do lixiviado bruto, apresentando uma concentração final de 3.252 mg/L.

Baseado nos tempos de homogeneização estudados para o carvão ativado e lixiviado

bruto, observou-se que o tempo de 2 horas obteve o melhor desempenho na remoção de

DQO para as duas granulometrias analisadas. Para o tempo de 30 minutos, o percentual

de remoção de DQO foi praticamente o mesmo para as duas granulometrias analisadas,

com cerca de 60%. Porém, à partir deste tempo o comportamento das curvas foram bem

distintas. O baixo tempo de homogeneização pode vir a elevar a DQO uma vez que não

há uma grande interação entre o contaminante e o carvão ativado, podendo elevar

também a turbidez no efluente. Ressalta-se que o carvão ativado é composto de carbono

e óxidos metálicos, e, seu baixo tempo de homogeneização pode influenciar no aumento

da DQO.

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Figura 4.30 – Desempenho na remoção da DQO para diferentes tempos de

homogeneização e granulometrias.

De acordo com a Figura 4.31, a uma concentração inicial de 1.226 mg/L para amônia de

um lixiviado bruto, observaram-se desempenhos de remoção bem semelhantes para as

granulometrias e tempos analisados, onde a concentração final de amônia foi de 388 e

392 mg/L para o carvão do tipo 6 x 10 e 20 x 40, respectivamente. O percentual final de

remoção de amônia para ambos carvões foram de aproximadamente 68%.

Figura 4.31 - Comportamento da Amônia para diferentes tempos de

homogeneização e granulometrias.

Para tempos de mistura pequenos, a granulometria mais fina (20 x 40) obteve uma

eficiência ligeiramente superior na remoção da amônia quando comparado ao de

granulometria mais grossa (6 x 10). Este fato pode ser explicado em função do carvão

ativado de granulometria 20 x 40 possuir uma superfície específica maior.

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143

Quanto a análise de cor, foram analisadas amostras de ambos carvões para 2 horas de

homogeneização, onde o lixiviado bruto possuía uma cor real de 2.488 HZ, valor

compatível com o período do ano. A Figura 4.32, apresenta a eficiência do carvão

ativado para as granulometrias de 6 x10 e 20 x 40. Observa-se uma grande remoção de

Cor pelo carvão ativado para ambas granulometrias, porém a granulometria com carvão

20 x 40 obteve um melhor desempenho por motivos já supracitados.

Figura 4.32 - Desempenho na remoção da Cor para diferentes granulometrias.

De um modo geral, de acordo com as análises de perfil cinético para os carvões ativados

do tipo 6 x 10 e 20 x 40 em lixiviado bruto, constatou-se que o melhor desempenho na

remoção de DQO, amônia e cor, foi para o carvão do tipo 20 x 40. Desta forma, os

ensaios de perfil cinético e equilíbrio em lote foram baseados apenas nesta

granulometria. O tempo de homogeneização de 2 horas obteve o melhor desempenho na

remoção dos parâmetros supracitados, quando comparado aos outros tempos inferiores.

4.2.3.3. Definição da Sequência de Tratamento para o Sistema de Barreira Reativa

com Carvão Ativado:

Esta determinação foi obtida através dos perfis cinéticos com o carvão ativado de

granulometria 20 x 40 e utilizando o lixiviado bruto e pré-tratado, a fim de determinar o

melhor desempenho do carvão ativado, tendo como referências os parâmetros de DQO,

Cor e Amônia. Se o melhor desempenho do carvão ativado na remoção de

contaminantes ocorrer para o lixiviado bruto, o sistema de barreira reativa com carvão

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144

ativado será utilizado na etapa primária do tratamento, antecedendo a precipitação

química. Em caso contrário, se o melhor desempenho ocorrer para o lixiviado pré-

tratado, o carvão será utilizado na etapa terciária, posterior a etapa da correção de pH.

Também nesta etapa será determinado o tempo de detenção da barreira reativa, baseado

no perfil cinético da DQO.

A Tabela 4.9 apresenta as caracterizações do lixiviado bruto e pré-tratado utilizados nas

análises para a determinação de perfis cinéticos. Observa-se que o lixiviado bruto e pré-

tratado caracterizam-se como de difícil biodegradabilidade, conforme estudos de

Stegmann & Heyer (2005), podendo indicar a presença acentuada de matéria orgânica

recalcitrante.

Tabela 4.9 - Caracterização do Lixiviado Bruto e Pré-Tratado.

pH Cor

(HZ)

DQO

(mg/L)

DBO

(mg/L)

DBO/DQO Amônia

(mg/L)

Bruto 8,6 8.250 3.116,3 500 0,16 2.451

Pré-Tratado 8,0 4.343,3 2.438,8 100 0,04 649,3

A Figura 4.33, apresenta o comportamento da concentração da amônia para um

lixiviado bruto tratado com carvão ativado de granulometria 20 x 40. Nota-se que a

partir de 180 minutos a concentração de amônia praticamente se estabiliza, podendo

indicar a saturação do carvão em função da alta presença de sólidos dissolvidos no

lixiviado bruto – a chamada colmatação. Já em relação ao gráfico da remoção de

amônia para um lixiviado pré-tratado (Figura 4.34), observou-se que a concentração de

amônia tende a decrescer, indicando ainda a remoção de amônia para o tempo de 4

horas, diferentemente do comportamento da remoção de amônia para o lixiviado bruto.

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145

Figura 4.33 - Comportamento de Amônia do lixiviado bruto na presença de

Carvão Ativado.

Figura 4.34 - Comportamento da Amônia de lixiviado pré-tratado, na presença do

Carvão Ativado para um tempo de 24 horas.

Traçando-se um paralelo entre os desempenhos acumulados em cada intervalo de tempo

entre a amônia removida em lixiviados bruto e tratado observou-se um melhor

desempenho obtido em lixiviado pré-tratado. A Figura 4.35 apresenta esta comparação.

De um modo geral, a eficiência final para o lixiviado bruto foi 28,9% , enquanto para o

lixiviado pré-tratado foi de 38,4%. Porém, percebeu-se que o tempo inicial de 10

minutos demonstrou uma boa eficiência na remoção de Amônia, tanto para lixiviado

bruto – 48,3% - quanto pré-tratado – 29,8%.

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Figura 4.35- Desempenho da remoção da Amônia em lixiviado bruto e pré-tratado.

A Figura 4.36 apresenta o comportamento da concentração da DQO para um lixiviado

bruto tratado com carvão ativado 20 x 40. Percebe-se que à partir de 60 minutos a

concentração de DQO volta a se elevar, podendo indicar a saturação do carvão ativado

para um lixiviado bruto cuja concentração inicial é de 3.116 mg/L. Isto pode ocorrer

porque o lixiviado encontra-se com altas concentrações de DQO e sólidos. Logo,

observa-se que o tratamento com carvão ativado não é indicado para tratar efluentes

brutos com alto teor de sólidos.

Figura 4.36 - Comportamento da DQO de lixiviado bruto na presença do Carvão

Ativado.

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147

Para o lixiviado pré-tratado, conforme Figura 4.37, observou-se uma tendência de queda

para a curva durante 2 horas de ensaio, não indicando um aumento da DQO para este

intervalo de tempo. Para 24 horas de ensaios, observa-se praticamente uma

uniformidade (apenas um pequeno aumento de DQO em cerca de 3%) podendo indicar

a utilização do carvão ativado por um maior tempo. Comparando-se o desempenho do

carvão ativado entre os lixiviados analisados, nota-se que a tendência de saturação do

carvão através do lixiviado pré-tratado é cerca de 12 vezes mais demorada quando

comparada a utilização do carvão ativado no tratamento de lixiviado bruto.

Figura 4.37 - Comportamento da DQO de lixiviado pré-tratado, na presença do

Carvão Ativado para um tempo de 24 horas.

Quanto ao desempenho na remoção da DQO, conforme Figura 4.38, para o carvão

ativado de granulometria 20 x 40, a maior eficiência de remoção ocorre para o lixiviado

pré-tratado com cerca de 54,1% de remoção, contra 15% do lixiviado bruto. Breia

(2006), tratando efluente industrial removeu cerca de 71% de DQO com carvão ativado.

Observa-se que para um tempo de 10 minutos, o carvão ativado obteve o melhor

desempenho na remoção de DQO para os lixiviados analisados.

De acordo com a Figura 4.39, o lixiviado bruto apresentou uma elevação da cor à partir

do tempo de 60 minutos, podendo indicar que o carvão ativado pode estar saturado à

partir deste período.

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Figura 4.38 - Desempenho na remoção da DQO em lixiviado bruto e pré-tratado.

Figura 4.39 - Comportamento da Cor de lixiviado bruto na presença do Carvão

Ativado.

Na Figura 4.40 observa-se que a cor do lixiviado pré-tratado tende a sofrer redução ao

longo do tempo, porém de forma acentuada nos primeiros 10 minutos. Analisando-se a

eficiência do carvão ativado para um tempo de 24 horas nota-se ainda uma tendência da

remoção da cor. Ressalta-se que o foco dado para este estudo se refere a remoção da

DQO, assim sendo a determinação dos perfis cinéticos não ultrapassaram as 24 horas,

uma vez que este demonstra ser o tempo de saturação do carvão ativado para a DQO.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

0 30 60 90 120 150 180 210 240

% d

e Re

moç

ão d

e D

QO

Tempo (Minutos)

Lixiviado Bruto

Lixiviado Pré-Tratado

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Figura 4.40 - Comportamento da Cor de lixiviado pré-tratado, na presença do

Carvão Ativado para um tempo de 24 horas.

Quanto ao desempenho na remoção da Cor pelo Carvão Ativado, conforme Figura 4.41,

observa-se mais uma vez o melhor desempenho para o lixiviado pré-tratado com cerca

de 33% de remoção de cor, contra 15% da remoção de cor para lixiviado bruto. Nota-se

um maior desempenho para os 10 minutos iniciais, onde para o lixiviado tratado a

remoção da cor foi em cerca de 25% e para o lixiviado bruto cerca de 17%, estando em

concordância com Nóbrega et al. (2007), que obteve uma remoção máxima de 20% para

a cor do lixiviado bruto para uma concentração de 25 g/L de carvão ativado, durante 24

horas. Essa baixa eficiência de remoção de cor para lixiviados brutos pode ser

explicada, em parte, pelo fato de que a cor de lixiviados estabilizados é conferida, em

especial, pela presença de substâncias húmicas (Wang et al., 2006), as quais são

moléculas de cadeia grande e, portanto, de difícil adsorção nos microporos do carvão

ativado. Menezes (2005) ao tratar efluente industrial com carvão ativado em pó obteve

uma remoção de 100% da cor e cerca de 90% da turbidez, ficando o efluente com um

grau de clarificação muito bom e próximo a da água potável, abrindo a possibilidade

para a futura reciclagem do efluente dentro da empresa.

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Figura 4.41 - Desempenho na remoção da Cor em lixiviado bruto e pré-tratado.

De um modo geral, de acordo com os perfis cinéticos obtidos para os parâmetros

analisados, notou-se que o carvão ativado apresenta melhor desempenho para lixiviados

pré-tratados, indicando que a etapa terciária de tratamento melhor se adequa para um

sistema utilizando o carvão ativado, confirmando o estudo de Piñeda (1998), o qual

afirmou que o carvão ativado só dever ser utilizado no tratamento de lixiviados

procedentes de aterros sanitários antigos ou como tratamento terciário de efluentes.

Também se notou que a eficiência de remoção da DQO foi muito mais expressiva que a

remoção da cor, confirmando os estudos de Nóbrega et al. (2007).

O carvão ativado obteve melhor desempenho na remoção de Amônia e DQO para o

lixiviado pré-tratado no tempo de 10 minutos de homogeneização. Assim sendo, adotar-

se-á este tempo de detenção para o dimensionamento da barreira reativa com carvão

ativado.

4.2.3.4. Ensaio de Equilíbrio em Lote

Nesta etapa foram realizadas análises de sorção para o carvão ativado de granulometria

20 x 40, para diferentes concentrações de DQO, Amônia e Cor, onde estas foram

obtidas através da diluição do lixiviado bruto com água destilada. A homogeneização

durou cerca de 24 horas. A função principal deste ensaio foi verificar a sorção obtida

pelo carvão ativado em relação aos parâmetros supracitados, comparando seus valores

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

0 30 60 90 120 150 180 210 240

% d

e R

emoç

ão d

e Co

r

Tempo (Minutos)

Lixiviado Bruto

Lixiviado Pré-Tratado

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151

com as zeólitas naturais estudadas por diversos autores (Wang et al. 2006; D. Karadag et

al. 2006; Lins, 2008) no tratamento de lixiviado de aterros de resíduos urbanos.

Estas concentrações foram obtidas através da diluição do lixiviado pré-tratado pela

etapa do stripping da amônia, onde o volume de 100 mL foi mantido constante à medida

que foi acrescida a água destilada. Para a Diluição 1, por exemplo, foi adicionado 15

mL de água destilada a 85 mL de lixiviado pré-tratado; a Diluição 2, 30 mL de água

destilada em 70 mL de lixiviado e assim sucessivamente. Após 24 horas de

homogeneização, foram obtidas as concentrações finais de cada diluição para cada

parâmetro e lançados nos modelos de Freundlich e Langmuir, apresentados na revisão

bibliográfica para a obtenção das Isotermas de Sorção. Ressalta-se que foram apenas

realizadas isotermas para a DQO, Cor e Amônia, que são os parâmetros de principal

foco para esta pesquisa. A Tabela 4.10 apresenta as características do lixiviado pré-

tratado utilizado para os ensaios de equilíbrio em Lote com suas respectivas diluições.

Tabela 4.10 - Caracterização do Lixiviado Tratado e suas respectivas Diluições.

Parâmetros Lixiviado tratado

s/ diluição

Dilução 1 (15ml H2O para 85 ml

de Lixiviado)

Dilução 2 (30ml H2O)

Dilução 3 (45ml H2O)

Dilução 4 (60ml H2O)

Dilução 5 (75ml H2O)

DQO (mg/L)

2.438,8 2.113,7 1.544,6 1.436,2 1.422,65 731,6

Amônia (mg/L)

646,0 494,0 439,0 367,3 124,0 84,0

pH 8,8 9,0 9,0 9,0 9,0 8,8 Condut. (us/cm)

17,3 14,7 12,4 10,0 7,9 4,9

Cor (HZ) 4.343,3 3.580,0 3.170,0 2.460,0 1.945,0 1.161,0 Turbidez

(UNT) 83,0 73,3 63,7 51,8 41,5 24,5

As Isotermas de sorção foram essenciais para descrever como a concentração de NH4+,

DQO e Cor interagiram com o carvão ativado e, assim, otimizar o seu uso. Portanto,

equações empíricas (Modelos de Isotermas de Freundlich e Langmuir) são importantes

para interpretação dos dados obtidos experimentalmente (SARIOGLU, 2005).

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Isoterma de Sorção para Carvão Ativado tendo como parâmetro de

referência a DQO:

Com base nos resultados obtidos, verificou-se que a isoterma apresentou um

comportamento linear para a relação concentração de equilíbrio e taxa de sorção da

DQO, não havendo a necessidade da utilização dos modelos de Freundlich e Langmuir

para ajuste dos dados. A isoterma linear passa pela origem e a quantidade adsorvida é

proporcional à concentração do fluido. O coeficiente de distribuição linear obtido (Kd)

foi de 110 mg/g e o ajuste dos dados experimentais (R2 = 0,87) mostrou que este

modelo linear se adequou para o carvão ativado e DQO, onde a mesma foi bastante

adsorvida pois o coeficiente de distribuição foi alto, confirmando diversos autores.

A isoterma de sorção obtida para a DQO, com tempo de 24 horas, está apresentada na

Figura 4.42.

Figura 4.42 - Isoterma de sorção Linear com carvão ativado e lixiviado, obtida

após 24 horas.

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Isoterma de Sorção para Carvão Ativado tendo como parâmetro de

referência a Amônia:

Analisando-se o comportamento da sorção para Amônia e sua respectiva concentração

de equilíbrio, com tempo de 24 horas (Figura 4.43), notou-se que a isoterma Linear não

se ajustou adequadamente sendo utilizados modelos com comportamento não lineares

(modelos de Freundlich e Langmuir) para ajustar os dados e obter os parâmetros de

sorção da Amônia pelo carvão ativado.

Na Tabela 4.11 estão apresentados os parâmetros de sorção obtidos nos experimentos de

equilíbrio em lote para o parâmetro de Amônia, ajustados aos modelos de Freundlich e

Langmuir. Comparando-se os dados obtidos, com outros autores que trabalharam com

lixiviado de aterro de resíduos urbanos e zeólitas (WANG et al., 2006; D. KARADAG

et al., 2006 e LINS, 2008) observa-se que os resultados obtidos com o emprego do

modelo de Freundlich (para Amônia) apresentou um melhor ajuste dos dados

experimentais (R2) para o carvão ativado quando comparado ao modelo de Langmuir.

Porém também se verifica que o valor do coeficiente de partição (Kp) obtido na presente

tese é inferior aos obtidos pelos autores supracitados que utilizaram as zeólitas no

tratamento do lixiviado. Já o N, que representa a capacidade de sorção com o aumento

da concentração tem o dobro do valor quando comparado aos valores obtidos pelos

autores (WANG et al., 2006; D. KARADAG et al., 2006 e LINS, 2008).

Em relação ao modelo de Langmuir, notou-se que capacidade máxima de sorção () do

lixiviado tratado com carvão ativado tem valores semelhantes aos obtidos com zeólita

natural. Porém, o ajuste dos dados experimentais (R2) mostrou que este modelo não foi

considerado ideal na sorção da amônia pelo carvão ativado.

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Figura 4.43 - Isoterma de sorção com carvão ativado e lixiviado, obtida após 24

horas.

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Tabela 4.11 - Parâmetros de Sorção do íon amônia encontrados em literaturas em comparação com o presente estudo

Modelo de Freundlich Modelo de Langmuir

Literatura Material Adsorvente Contaminante Kp (mg/g) N (l/g) R2 (mg/g)

(l/mg) R2

Wang et al. 2006 zeólita natural clinoptilolita Lixiviado e solução aquosa de NH4Cl

0,43 0,458 0,98 2,13 0,182 0,99

D. Karadag et al. 2006 zeólita natural clinoptilolita Lixiviado 0,61 0,517 0,95 8,12 0,029 0,92

Lins (2008) zeólita natural Lixiviado 1 0,54 0,446 0,94 11,36 0,007 0,98

zeólita natural Lixiviado 2 0,65 0,413 0,96 10,53 0,009 0,99

Ensaio Realizado carvão ativado Lixiviado 0,02 0,85 0,94 7,16 0,002 0,44

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Isoterma de Sorção para Carvão Ativado tendo como parâmetro de

referência a Cor:

Analisando-se o comportamento da sorção para a Cor do lixiviado e sua respectiva

concentração de equilíbrio, com tempo de 24 horas (Figura 4.44), notou-se que a

isoterma linear não se ajustou adequadamente, sendo utilizados os modelos de

Freundlich e Langmuir para ajustar os dados e obter os parâmetros de sorção da Cor

pelo carvão ativado.

Figura 4.44 - Isoterma de sorção com carvão ativado e lixiviado, obtida após 24

horas.

De acordo com a Figura 4.44, observou-se que os resultados obtidos com o emprego do

modelo de Freundlich (R2 = 0,95) apresentou um melhor ajuste dos dados experimentais

(R2) para o carvão ativado quando comparado ao modelo de Langmuir (R2 = 0,91).

Resultados semelhantes foram obtidos durante as análises de amônia, conforme

observado anteriormente.

Para o Isoterma de Freundlich, verificou-se que o valor do coeficiente de partição (Kp)

obtido foi de 0,428 mg/g, bem superior ao obtido para a Amônia. Já o N obtido, que

representa a capacidade de sorção com o aumento da concentração, 0,481 l/g, obteve a

metade do valor quando comparado aos estudos com Amônia.

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Em relação ao modelo de Langmuir, notou-se que capacidade máxima de sorção ()

obtida (25,32 mg/g) do carvão ativado em relação a cor, tem valores muito acima

quando comparado aos estudos com Amônia.

De um modo geral, a capacidade de sorção do carvão ativado para a cor e DQO

funciona de forma mais eficaz quando comparado a Amônia, uma vez que os

coeficientes de partição e/ou distribuição apontam para isto. Porém, quando há um

aumento da concentração do lixiviado, o carvão ativado adsorve de forma mais eficiente

a DQO e amônia quando comparado a cor.

4.2.3.5. Ensaio de Permeabilidade

Este ensaio tem como objetivo simular a barreira reativa permeável, utilizando o

lixiviado pré-tratado e o carvão ativado de granulometria selecionada no subitem

4.2.3.2. A fim de não tornar este estudo repetitivo, os ensaios para obtenção da

eficiência na remoção da DQO, Cor e Amônia serão apresentados nos ensaios de

laboratório, no subitem 4.2.4. Ressalta-se também que este estudo foi baseado no tempo

médio de 10 minutos conforme determinado no subitem 4.2.3.2.

A permeabilidade do carvão ativado de granulometria 20 x 40 foi avaliada, utilizando-se

o lixiviado pré-tratado, encontrando-se uma taxa de 2,2 x 10-3 cm/s, conforme Figura

4.45. Para o segundo ensaio, utilizando-se da mesma granulometria e lixiviado, a

permeabilidade média obtida foi de 2,4 x 10-3 cm/s, conforme a Figura 4.46. De um

modo geral, as permeabilidades se aproximam do coeficiente de permeabilidade de uma

areia fina que é de 10-3 cm/s. Pode-se verificar que não houve alteração significativa na

permeabilidade do carvão ativado com a percolação do lixiviado pré-tratado para o

intervalo de tempo analisado.

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Figura 4.45 - Monitoramento da permeabilidade do carvão ativado para lixiviado

tratado 1, durante o ensaio de percolação.

Figura 4.46 - Monitoramento da permeabilidade do carvão ativado para lixiviado

tratado 2, durante o ensaio de percolação.

4.2.4. Ensaios em Escala de Laboratório

Esta etapa teve por finalidade analisar o desempenho do sistema concebido em escala de

laboratório para diferentes biodegradabilidades de lixiviado. Estes ensaios foram

realizados baseados na concepção sugerida para este trabalho - Precipitação Química,

Stripping da Amônia e Barreira Reativa. A Precipitação Química foi realizada, em Jar

Test, usando-se a concentração de cal ideal - 17 g/L – e tempo de homogeneização ideal

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– 30 minutos. Os ensaios de stripping de amônia foram realizados num recipiente em

acrílico, através da injeção de ar com vazão de 10 L/min, durante 2 horas, em

sobrenadante remanescente da precipitação química. A fim de representar a barreira

reativa com carvão ativado (de granulometria 20 x 40), os ensaios de percolação foram

realizados no permeâmetro de parede flexível com o lixiviado pré-tratado na etapa de

correção de pH.

A Tabela 4.12 apresenta as características de diferentes amostras de lixiviados a serem

tratados em laboratório através do sistema em batelada. De um modo geral o pH básico

foi característico para todos os lixiviados analisados e que aliado as altas concentrações

de Amônia sugerem a possibilidade de um alto nível de toxidez para os

microorganismos envolvidos na decomposição da matéria orgânica no efluente,

conforme também observado por Pereira & Mercante (2005). Além disso, o parâmetro

cor de nível elevado, observado em todos os lixiviados analisados, deve impedir a

assimilação dos nutrientes pelos organismos fotossintéticos. Quanto a

biodegradabilidade dos lixiviados estudados, estes variaram de mediana (Lixiviados 1 e

3) a fácil (Lixiviados 2 e 4), conforme Stegmann & Heyer (2005).

Tabela 4.12 - Características dos Lixiviados para os Ensaios em Laboratório.

Amostras

de

Lixiviado

pH Cor

(HZ)

DQO

(mg/L)

DBO

(mg/L)

DBO/

DQO

Amônia

(mg/L)

Turbidez

(UNT)

Condutividade

(ms/cm)

1 8,6 1.804 4.877,7 1.440 0,29 1.204 66,2 16,4

2 8,0 1.590 2.682,8 1.400 0,52 1.242 91,4 12,8

3 8,2 2.056 2.682,8 940 0,38 1.190 91,4 12,8

4 8,4 493 1239 1020 0,82 462,3 89 14,2

Os resultados referentes aos ensaios em laboratório realizados com as amostras 1, 2, 3 e

4, são apresentados em gráficos na forma de coluna (Figuras 4.47 a 4.54). As colunas na

cor azul representam o desempenho da unidade da precipitação química; as colunas de

cor vermelha, o stripping da amônia; já as colunas na cor verde apresentam o

desempenho da barreira reativa. Ressalta-se também que estes cilindros também podem

se apresentar com ordenadas positivas e negativas, onde a ordenada positiva indica a

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160

remoção ou redução da concentração de um determinado parâmetro, enquanto que a

ordenada negativa representa um aumento da concentração do parâmetro. A seguir serão

apresentados os quatro ensaios de laboratório realizados.

4.2.4.1. Ensaio de Laboratório 1

A Tabela 4.13 apresenta as características do lixiviado a ser tratado. Este primeiro

ensaio de laboratório teve como característica um lixiviado de mediana

biodegradabilidade, conforme observado na relação DBO/DQO.

Tratando-se este lixiviado com a concepção sugerida neste estudo, de acordo com a

Figura 4.47, observou-se que o sistema concebido removeu toda a turbidez, obtendo

uma remoção de 94,7% de Cor, 87,2% de DQO, 86,1% de DBO e 81% de Amônia.

Figura 4.47 – Desempenho Geral do Sistema de Tratamento para o Lixiviado 1.

Analisando-se a eficiência por etapa de tratamento, conforme Figura 4.48, notou-se que

o maior desempenho para a precipitação química foi obtido na remoção de cor com

cerca de 80,7%, seguido da turbidez (77,3%), da DQO (72,7%), Amônia (41,7%). A

condutividade sofreu uma pequena redução de 5,3%. Na etapa do Stripping, a maior

remoção também ocorreu para cor, com um percentual de remoção aproximado de 70%,

seguido da amônia com 67% e DQO (41,1%). Mais uma vez a condutividade sofreu

uma redução, porém com um percentual de 42,5%. Já a turbidez sofreu um pequeno

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acréscimo em cerca de 2%. Para o sistema de barreira reativa (ensaio de percolação)

utilizando carvão ativado, o maior desempenho ocorrido foi para a remoção de Turbidez

(99,9%) seguido da DQO (20,1%). Percebe-se um aumento da Condutividade (27,6%)

após a passagem da barreira reativa, além de um desempenho muito baixo na remoção

da cor (8,6%) e amônia (2,2%).

A Tabela 4.13 apresenta as características finais do Lixiviado 1 tratado pelo sistema.

Considerando que o lixiviado tratado seja encaminhado ao rio Jaboatão (Classe 3), o

padrão de lançamento referente a amônia estaria acima do permitido pela legislação

federal, uma vez que para o CONAMA 357/05 o amônia deve estar abaixo de 20 mg/L

para ser lançado ao rio.

Figura 4.48 – Desempenho das Etapas de Tratamento para o Lixiviado 1.

Tabela 4.13 – Padrões de Lançamento obtidos para o Lixiviado 1.

Amostra: Amônia (mg/ L)

pH Condutividade (mS/cm)

Turbidez (NTU)

DQO (mg/L)

DBO (mg/L)

COR (HZ)

Tratada 228,5 8,1 11,4 0,01 625,9 200,0 96,0

A Normativa COPAM nº 01/2008, do estado de Minas Gerais foi utilizada como

referência de padrões de lançamento em termos de DBO e DQO pois criou um limite de

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eficiência de remoção especificamente para os sistemas de tratamento de lixiviado de

aterros sanitários municipais. Esta Normativa afirma que a carga poluidora deve ser

reduzida, em termos de DBO5 dias a 20°C e de DQO em, no mínimo, 60% (sessenta por

cento), caso os padrões de lançamento ultrapassem os limites DBO (60 mg/L) e DQO

(90 mg/L) do lixiviado. Assim sendo, observou-se que as concentrações de DBO e

DQO da amostra de lixiviado tratado não foi inferior ao exigido pela legislação estadual

mineira, porém, o desempenho de remoção da DBO (> 86,1%) e DQO (>87,2%)

superou a eficiência de 60% de remoção exigida pela legislação, tornando-se apto ao

lançamento em rios.

Quanto ao pH da amostra tratada (pH 8,1), encontrou-se em concordância com o

CONAMA 357/05, que exige um padrão de lançamento entre 5 a 9. Quanto à

condutividade e turbidez não há padrões de lançamento exigidos pelas legislações

estadual ou federal. Para este primeiro ensaio de laboratório, a concentração final de 96

HZ, não conferiu mudança de coloração acentuada ao corpo receptor, no ponto de

lançamento, estando em concordância com o CONAMA 357/05.

De um modo geral, para o primeiro ensaio realizado em regime de batelada, constata-se

que o sistema apresentou-se eficiente para os parâmetros ora analisados, excetuando a

amônia, em função do seu tempo de detenção adotado ser cerca de seis vezes menor que

o necessário. A seguir serão realizados outros ensaios a fim de melhor analisar o

desempenho do sistema concebido.

4.2.4.2. Ensaio de Laboratório 2

Este segundo ensaio teve como característica um lixiviado de fácil biodegradabilidade,

onde a relação DBO/DQO foi de 0,52, como apresentado na Tabela 4.14. Observou-se

que, conforme Figura 4.49, para um lixiviado de fácil biodegradabilidade, o sistema

obteve uma remoção final de: 99,1% de turbidez; 94,9% de Cor; 87% de DQO; 84%

para Amônia e 78,6% de DBO. A Condutividade foi reduzida em 7,2%.

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163

Figura 4.49 – Desempenho Geral do Sistema de Tratamento para o Lixiviado 2.

Em relação ao desempenho das etapas do sistema adotado, de acordo com a Figura 4.50,

o maior desempenho para a precipitação química foi obtido na remoção de turbidez com

cerca de 93%, seguido da cor com 83,6%, amônia (45%) e DQO (23,2%). Porém, a

condutividade teve um aumento em 10,7%. Na etapa do Stripping, a maior remoção

também ocorreu para turbidez (93,2%), seguido da cor e da amônia com percentuais

respectivos de 83,9% e 75,5%. A condutividade foi reduzida em cerca de 12,9%. A

turbidez sofreu um pequeno aumento de 3,3%. Para o sistema de barreira reativa, o

maior desempenho ocorreu na remoção de Turbidez (87,3%) seguido da DQO (70%),

Cor (68,1%) e amônia (44%). Já a Condutividade foi reduzida em apenas 4,4%.

Figura 4.50 – Desempenho das Etapas de Tratamento para o Lixiviado 2.

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164

Observou-se que as concentrações de DBO e DQO da amostra de lixiviado tratado não

foram inferior ao exigido pela legislação estadual mineira, porém, o desempenho de

remoção da DBO (> 78,6%) e DQO (>80%) supera a eficiência de 60% de remoção

exigida pela legislação, tornando-se suficiente ao lançamento em rios.

De acordo com a Tabela 4.14, dos padrões de lançamento, observou-se que de acordo

com o CONAMA 357/05, o pH encontra-se enquadrado a legislação vigente. Porém a

amônia encontrou-se, novamente, com padrões acima do máximo permitido. Quanto à

cor, o valor de 81,7 HZ, não conferiu mudança de coloração acentuada ao corpo

receptor, no ponto de lançamento, estando em concordância com a legislação federal.

Tabela 4.14 – Padrões de Lançamento obtidos para o Lixiviado 2.

Amostra: Amônia (mg/ L)

pH Condutividade (mS/cm)

Turbidez (NTU)

DQO (mg/L)

DBO (mg/L)

COR (HZ)

Tratada 198,4 9,0 11,9 0,8 349,9 300 81,7

Para o segundo ensaio realizado em regime de batelada, constata-se que, assim como o

primeiro, o sistema apresentou eficiência para os parâmetros ora analisados, excetuando

a amônia.

4.2.4.3. Ensaio de Laboratório 3

Este terceiro ensaio de laboratório caracterizou-se por um lixiviado diluído em função

das chuvas ocorridas durante a semana. Quanto à biodegradabilidade, a relação

DBO/DQO da amostra indicou mais uma vez um lixiviado de mediana

biodegradabilidade, conforme apresentado na Tabela 4.15. De um modo geral, este

terceiro ensaio obteve uma remoção de: 91,1% de Cor; 86,4% para amônia; 81,6% de

turbidez; 84,1% de DQO; 75% de DBO, e, uma redução de apenas 8,6% para a

Condutividade, conforme observado na Figura 4.51.

De acordo com a Figura 4.52, o melhor desempenho obtido na precipitação química

ocorreu para a remoção de cor com cerca de 68%, seguido mais uma vez da turbidez

com 45,8%, DQO (45,3%) e amônia (17,3%). A Condutividade reduziu em 12,3%. Na

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165

etapa do Stripping, o melhor desempenho ficou na remoção da amônia com um

percentual de remoção em aproximadamente 43%, seguido da condutividade com 23%,

DQO (7,7%) e Cor (3%). A turbidez sofreu um aumento de 6,6%, aproximadamente.

Para o sistema de barreira reativa (ensaio de coluna), o maior desempenho foi na

remoção de Cor (71,3%) seguido da amônia (71,2%), DQO (69,5%) e Turbidez

(68,1%). Notou-se um aumento da Condutividade (36,1%) após a passagem da barreira

reativa.

Figura 4.51 – Desempenho Geral do Sistema de Tratamento para o Lixiviado 3.

Figura 4.52 – Desempenho das Etapas de Tratamento para o Lixiviado 3.

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166

Observou-se que as concentrações de DBO e DQO da amostra de lixiviado tratado não é

inferior ao exigido pela legislação estadual mineira, porém, o desempenho de remoção

da DBO (> 75%) e DQO (>84%) superou a eficiência de 60% de remoção exigida pela

legislação, tornando-se suficiente ao lançamento em rios.

De acordo com a Tabela 4.15, dos padrões de lançamento, observou-se que de acordo

com o CONAMA 357/05, o pH 9 encontrou-se enquadrado a legislação vigente. Porém

o amônia (161,5 mg/L) encontrou-se, novamente, com padrões acima do máximo

permitido que é de 20 mg/L. Quanto a cor, o valor de 183 HZ, pode conferir mudança

de coloração acentuada ao corpo receptor, estando em discordância com a legislação

federal.

Tabela 4.15 – Padrões de Lançamentos obtidos para o Lixiviado 3.

Amostra: Amônia (mg/ L)

pH Condutividade (mS/cm)

Turbidez (NTU)

DQO (mg/L)

DBO (mg/L)

COR (HZ)

Tratada 161,5 9,0 15,4 21,8 390,8 200 183

De um modo geral, para este ensaio realizado, constata-se que o sistema apresentou

eficiência para os parâmetros ora analisados, excetuando na remoção da cor e amônia.

4.2.4.4. Ensaio de Laboratório 4

Este ensaio caracterizou-se mais uma vez como um lixiviado diluído. A relação

DBO/DQO indicou a característica de um lixiviado de fácil biodegradabilidade,

conforme apresentado na Tabela 4.16. De um modo geral, este ensaio obteve uma

remoção de 99,6% de turbidez, 95% para amônia, 92,8% de DQO, 92,7% de Cor e

95,1% de DBO. Já a Condutividade reduziu-se em 49,2%, conforme notado na Figura

4.53.

Conforme Figura 4.54, observou-se para este quarto ensaio, que o melhor desempenho

para a precipitação química ocorreu na remoção da turbidez com cerca de 97%, seguido

mais uma vez da cor com 77,9%, amônia (71,2%), condutividade (69,7%) e DQO

(42,8%). Na etapa do Stripping, o melhor desempenho aconteceu para a remoção de

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167

amônia com um percentual de remoção em aproximadamente 76,5%, seguido da DQO

(26,1%) e Cor (5,5%). A turbidez e a condutividade sofreram um aumento de 39,5 e

45,7%, respectivamente. Para o sistema de barreira reativa, o maior desempenho foi

para a remoção de Turbidez (90,9%) seguido da DQO (89,5%), Cor (65%) e amônia

(26,6%). A condutividade foi reduzida em 13,3%.

Figura 4.53 – Desempenho Geral do Sistema de Tratamento para o Lixiviado 4.

Figura 4.54 – Desempenho das Etapas de Tratamento para o Lixiviado 4.

Observou-se que as concentrações de DBO e DQO da amostra de lixiviado tratado não é

inferior ao exigido pela legislação estadual mineira, porém, o desempenho de remoção

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de DBO (> 95%) e DQO (> 92%) superou a eficiência de 60% de remoção exigida pela

legislação, tornando-se suficiente ao lançamento em rios. De acordo com a Tabela 4.16,

dos padrões de lançamento, observou-se que de acordo com o CONAMA 357/05, o pH

9 encontrou-se enquadrado a legislação vigente. Porém o amônia (27 mg/L) encontrou-

se, novamente, com padrões acima do máximo permitido que é de 20 mg/L. Quanto a

cor, o valor de 36,0 HZ, não conferiu mudança de coloração acentuada ao corpo

receptor.

Tabela 4.16 – Padrões de Lançamento obtidos para o Lixiviado 4.

Amostra: Amônia (mg/ L)

pH Condutividade (mS/cm)

Turbidez (NTU)

DQO (mg/L)

DBO (mg/L)

COR (HZ)

Tratada 27,0 9,0 7,2 0,3 55,1 50 36

Em relação ao quarto e último ensaio realizado, constata-se que o sistema apresentou

eficiência para os parâmetros ora analisados, excetuando na remoção de amônia. A

seguir serão apresentadas comparações entre os desempenhos dos ensaios realizados.

4.2.4.5. Comparação entre Desempenhos Obtidos nos Ensaios de Laboratório:

Neste subitem foi realizada uma comparação do desempenho dos quatro ensaios

realizados em laboratório com o objetivo de verificar a eficácia do sistema para

diferentes biodegradabilidades de lixiviado de aterro e em diferentes unidades do

sistema. A Figura 4.55 representa o desempenho de todos os ensaios de forma

simultânea a fim de realizar uma avaliação geral do desempenho em função da relação

DBO/DQO. As colunas de cor cinza representam o desempenho médio do sistema para

uma relação DBO/DQO = 0,29; as colunas de cor roxa, o desempenho médio do sistema

para uma relação DBO/DQO = 0,38; o de cor laranja, para uma relação DBO/DQO =

0,52 e o marrom, o desempenho médio do sistema para uma relação DBO/DQO = 0,83.

Todos os parâmetros analisados (cor, condutividade, turbidez, DBO, DQO e amônia)

foram analisados em função da biodegradabilidade do lixiviado. Apenas dois tipos de

lixiviado foram obtidos como já supracitado: mediana e fácil biodegradabilidade.

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De acordo com a Figura 4.55, o sistema concebido obteve uma remoção de amônia

superior a 80% para todas as biodegradabilidades do lixiviado analisados. Porém, o

parâmetro não se enquadrou ao CONAMA 357/05, uma vez que os padrões de

lançamento foram superiores a concentração de 20 mg/L. Notou-se que a eficiência na

remoção de amônia para lixiviados de mediana biodegradabilidade foi semelhante,

diferentemente do comportamento do lixiviado de fácil biodegradabilidade. O melhor

desempenho na remoção de amônia ocorreu para o lixiviado de relação DBO/DQO =

0,83, com cerca de 95%, enquanto que o pior desempenho ocorreu para o lixiviado

DBO/DQO = 0,29, com cerca de 81% de remoção.

De um modo geral, o desempenho do sistema na redução da condutividade foi bastante

baixo quando comparado aos outros parâmetros, não alcançando um patamar superior a

50%. O melhor desempenho obtido foi para a relação DBO/DQO = 0,83, enquanto que

o pior desempenho ficou para a relação DBO/DQO = 0,52, com 7,2% de remoção.

Figura 4.55 – Comparação entre os desempenhos dos Ensaios realizados em

laboratório para a concepção adotada (Precipitação Química seguido do Stripping

da Amônia e como polimento final a Barreira Reativa com Carvão Ativado).

A Figura 4.55 também apresentou a eficiência obtida pelo sistema de tratamento

concebido na remoção de turbidez para todos os lixiviados analisados, alcançando um

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patamar mínimo de 81% para a DBO/DQO = 0,38 e uma máxima de 100% para a

DBO/DQO = 0,29.

Observou-se também que o sistema concebido, apresentou um bom desempenho na

remoção de DBO e DQO apresentando um desempenho superior ao exigido pela

legislação mineira (acima de 60% de eficiência de remoção para DBO e DQO) para

todos os lixiviados analisados. O melhor desempenho para a remoção de DBO e DQO

foi para a relação DBO/DQO = 0,83, enquanto que a pior eficiência para DBO e DQO

foi constatada para a relação DBO/DQO = 0,38.

Nota-se também que a remoção de cor obteve um desempenho superior a 80% para

todos os ensaios realizados. Porém, para a relação DBO/DQO = 0,52, os valores obtidos

após o tratamento conferiu mudança de coloração acentuada ao corpo receptor, estando

em discordância com o CONAMA 357/05.

Os lixiviados de relações DBO/DQO = 0,29 e 0,83 apresentaram concentrações

orgânicas bem distintas, onde a primeira relação obteve uma concentração bastante

elevada de DBO e DQO, quando comparada a todas as outras. Já a relação DBO/DQO =

0,83 apresentou um lixiviado com características orgânicas bastante diluídas quando

comparada a todas outras estudadas.

As relações DBO/DQO podem caracterizar o estado de biodegradabilidade do lixiviado.

Porém, quando a biodegradabilidade é baixa, não significa necessariamente que o

lixiviado possui baixas concentrações de orgânicos, assim como se estiver elevada não

indica necessariamente que o lixiviado possui altas concentrações de orgânicos. O

quociente da relação DBO/DQO define o nível de biodregradabilidade do lixiviado, se o

numerador e denominador possuírem simultaneamente valores baixos ou elevados de

DBO e DQO necessariamente o efluente tende a uma biodegradabilidade de mediana a

fácil, enquanto que para baixos valores de DBO e altos valores de DQO pode indicar

que o lixiviado varia de difícil a mediana biodegradabilidade, como observado

anteriormente.

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De um modo geral, o melhor desempenho na remoção dos parâmetros estudados

ocorreu para lixiviados de fácil biodegradabilidade (DBO/DQO = 0,52 e 0,83).

Observou-se também que o melhor desempenho ocorreu para o lixiviado com maior

diluição (DBO/DQO = 0,83).

De acordo com a Tabela 4.17, de um modo geral, a concepção adotada nesta pesquisa

para tratar lixiviado possuiu um bom desempenho na remoção de DBO (83,7%), DQO

(87,7%), Cor (93,3%) e Turbidez (95,1%), necessitando de melhores ajustes para obter

um desempenho adquado na remoção de amônia (86,6%), uma vez que os padrões de

lançamento estão acima do permitido, conforme observado na Tabela 4.18.

Tabela 4.17 – Desempenho médio e desvio dos valores dos ensaios em laboratório.

Amostra: Amônia (mg/ L)

Condutividade (mS/cm)

Turbidez (NTU)

DQO (mg/L)

DBO (mg/L)

COR (HZ)

MÉDIA 86,6 23,9 95,1 87,7 83,7 93,3 DESVIO VALORES 6,0 20,0 9,0 3,6 8,9 1,8

Tabela 4.18 – Médias dos valores de lançamentos para os ensaios em laboratório.

Amostra: Amônia (mg/ L)

Condutiv. (mS/cm)

Turbidez (NTU)

DQO (mg/L)

DBO (mg/L)

COR (HZ)

pH

MÉDIA DE LANÇAMENTO

152,9 11,0 5,7 355,4 187,5 99,2 8,8

DESVIO

VALORES

22,7

1,1

2,7

58,6

25,8

15,4

0,45

A Tabela 4.19 representa o desempenho médio de cada unidade de tratamento para os

quatro ensaios de laboratório realizados. A precipitação química obteve melhor

desempenho na remoção de Turbidez, Cor e DQO com remoção de 78,4; 77,5 e 76,7%,

respectivamente. O Stripping da Amônia obteve seu melhor desempenho na remoção de

amônia (58,6%) e DQO (35,3%). Já a barreira reativa obteve bom desempenho na

remoção de Turbidez (86,6%) e Cor (53,3%).

Renou et al. (2008) trataram lixiviado de aterro de resíduos urbanos utilizando

precipitação química utilizando cal, seguido de filtração e osmorse reversa, em escala de

laboratório. Os autores comprovaram um melhor desempenho na unidade de osmorse

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172

reversa utilizando a precipitação química com cal hidratada como pré-tratamento.

Desempenho semelhante também foi observado durante o desenvolvimento desta

pesquisa no que se refere ao melhor desempenho da barreira reativa em função da boa

eficiência na remoção de contaminantes durante a precipitação química, conforme

Tabela 4.19.

Tabela 4.19 – Desempenho Médio das Unidades de Tratamento.

Amostra: Precipitação Química

Stripping da Amônia

Barreira Reativa

Amônia 43,8% 58,6% 36% Condutividade 19,2% 9,6% - 11,5%

Turbidez 78,4% - 14,4% 86,6% DQO 76,7% 35,3% 46,5%

Cor 77,5% 20,1% 53,3%

De um modo geral, baseado nos ensaios realizados em laboratório, a concepção adotada

(Precipitação Química seguido de Stripping da Amônia e Barreira Reativa) possui um

bom desempenho na remoção de matéria orgânica, cor e turbidez, necessitando de

melhores ajustes para uma eficiente remoção de amônia. Já a precipitação química

desempenhou um papel importante na remoção da cor e turbidez do lixiviado, tornando

o sistema de barreira reativa mais eficaz na remoção dos poluentes. Já a etapa do

Stripping da Amônia desempenhou importante papel na remoção de amônia em função

da elevação do pH na etapa da precipitação química, enquanto que a Barreira Reativa

com carvão ativado realizou um papel importante como polimento final do tratamento.

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4.3. RESULTADOS DOS ENSAIOS EM CAMPO

Os ensaios em escala piloto foram realizados em campo, nas proximidades da Estação

de Tratamento de Lixiviado da Muribeca durante um período de três meses.

Realizaram-se seis ensaios, porém, os dois primeiros foram realizados apenas para

ajustar e acompanhar a funcionalidade do sistema (vazamentos, rotação das hélices...),

não sendo apresentados seus resultados. Os ensaios em escala piloto 1 e 2 foram

baseados em um lixiviado de mediana biodegradabilidade, enquanto que os ensaios 3 e

4 foram baseados em um lixiviado de fácil biodegradabilidade.

A etapa da precipitação química utilizou-se da concentração de leite de cal (17 g/L) e

tempo de floculação (30 minutos) considerados ideais na remoção da DQO,

determinados durante os ensaios em laboratório. Esta etapa foi fundamental no sistema

proposto, pois obteve um bom desempenho na remoção de cor e turbidez, parâmetros

estes considerados os principais responsáveis pela colmatação da barreira reativa. Além

disto, a precipitação química proporcionou a elevação do pH superior a 11, considerado

ideal para a realização do stripping da amônia.

Na unidade do Stripping, a aeração teve uma durabilidade de apenas 20 minutos, um

tempo bem menor que o necessário. Além disso, não foi utilizada a injeção de ar como

proposto nos ensaios de laboratório a fim de evitar pontos de fuga ou até mesmo

fissuras na caixa de acrílico. Assim sendo, foi utilizada uma aeração de superfície com

uma eficiência semelhante à vazão de 10 L/min. Notou-se que o desempenho obtido

nesta unidade foi bem abaixo quando comparado aos ensaios realizados em laboratório.

O pH médio obtido nesta etapa foi de 12,5, o mesmo da precipitação química.

Na etapa de correção de pH foi utilizado um sistema de homogeneização com rotação

de 120 rpm, para um tempo de homogeneização de 30 minutos, realizando a mistura do

lixiviado e o ácido clorídrico – diluído com água a uma proporção de 1:9. O pH médio

que aportava nesta unidade era, em média, de 11,7; com a adição do ácido, sofreu uma

queda para 9, valor máximo permitido para lançamento, conforme exigências do

CONAMA 357/05. Durante a etapa da barreira reativa, o pH praticamente não sofreu

alteração. Ressalta-se que os ensaios em escala piloto 1 e 2 basearam-se em um

173

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lixiviado de mediana biodegradabilidade, conforme Tabela 4.20, onde este foi um

período caracterizado pela ausência de chuvas.

Tabela 4.20 – Caracterização do Lixiviado Bruto.

Amostra Amônia (mg/ L)

pH Condutiv. (mS/cm)

Turbidez (NTU)

T (°C)

DBO (mg/L)

DQO (mg/L)

DBO/DQO

COR (HZ)

Bruta 482,3 8,2 10,8 128,5 30,3 500 1678,2 0,30 1344

4.3.1. Ensaio em Escala Piloto 1

De acordo com a Figura 4.56, a precipitação química apresentou um maior desempenho

na remoção de cor (97,9%) e turbidez (83,8%), seguido de DQO (27,6%) e amônia

(17,1%) para um pH de 12,2. Ressalta-se que o baixo desempenho na remoção de

Amônia e DQO quando comparado aos ensaios em escala de laboratório pode se dever a

reduzida área superficial e grande profundidade das unidades de floculação e

sedimentação.

Figura 4.56 – Desempenho das etapas de tratamento em escala piloto para o

lixiviado 1.

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Na etapa do Stripping, para um pH 12,2, observou-se um baixo desempenho na

remoção de amônia (11,7%) e DQO (9,5%) quando comparado aos ensaios de

laboratório. Isto pode ser justificado pelo baixo tempo de detenção (cerca de 20

minutos) para a etapa que deveria ter ao menos 12 horas. Ressalta-se que o stripping

obteve também um baixo desempenho na remoção de DQO (9,5%), Turbidez (22,6%), e

Cor (13,1%). Já a condutividade foi reduzida a 14,3%.

Quanto a etapa da correção de pH - onde o lixiviado é homogeneizado com ácido

clorídrico diluído para baixar o pH - funcionou também como mais uma etapa de

tratamento por possuir um sistema de aeração que disponibilizou oxigênio dissolvido ao

ambiente. Nesta unidade, a eficiência de remoção para um lixiviado de mediana

biodegradabilidade foi de cerca 68,5% para cor, 35% para condutividade, 24% para

DQO e 8,9% para amônia, com um pH 9. Já a Barreira Reativa teve como maior

desempenho a remoção de DQO em cerca de 64%, seguido da remoção de amônia com

cerca de 50%, além da remoção de cor (46%). Este desempenho foi proporcional ao

analisado em escala de laboratório.

O desempenho geral do sistema (Tabela 4.21) obteve cerca de 66% de remoção da

amônia, 83,8% da turbidez, 81,9% da DQO, 95,9% da cor e uma redução na

condutividade em cerca de 40%. A concentração de DQO da amostra de lixiviado

tratado não é inferior ao exigido pela legislação estadual mineira, porém, o desempenho

de remoção de DQO (>82%) supera a eficiência de 60% de remoção exigida pela

legislação, tornando-se suficiente ao lançamento em rios.

Observou-se que de acordo com o CONAMA 357/05, o pH 9 e a temperatura de 40

graus encontram-se enquadradas a legislação vigente. Porém a Amônia (162 mg/L)

apresentou-se com padrões muito acima do máximo permitido. Já a cor atingiu o valor

de 55,3 HZ, não conferindo mudança de coloração acentuada ao corpo receptor.

Quanto ao oxigênio dissolvido, não existem padrões de referência, porém o valor

apresentado durante todo o sistema foi satisfatório.

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176

Tabela 4.21 – Análise da eficiência do tratamento de lixiviado em escala piloto

para o Lixiviado 1.

Amostra de Lixiviado:

Amônia (mg/ L)

pH Condutiv. (mS/cm)

Turbidez (NTU)

DQO (mg/L)

T (°C)

OD (mg/L)

COR (HZ)

Bruta

482,3 8,2 10,8 128,5 1678,2 30,2 0,7 1344

Tratada

162 9,0 9,51 20,8 303,2 29,5 0,7 55,3

Percentual de Redução

ou de Aumento

66,4 - 11,9 83,8 81,9 - - 95,9

Valores de Lançamento

20* 6 a 9* - - 60%** 40* - A*

* Padrões baseado no CONAMA 357/05 / A* = Virtualmente Ausente

** Padrão baseado no COPAM 01/2008 – 60% de eficiência de remoção

4.3.2. Ensaio em Escala Piloto 2

De acordo com a Figura 4.57, do desempenho das etapas de tratamento, a precipitação

química possuiu maior desempenho na remoção de turbidez (88,8%) e cor (74,6%)

confirmando o primeiro ensaio em escala piloto. A remoção da DQO alcançada foi de

50% e amônia em 12,6%. Porém, a condutividade sofreu um aumento de 46,4%. O pH

característico desta etapa foi de 12,1.

Na etapa do Stripping, para um pH 12,1, observou-se, mais uma vez, um baixíssimo

desempenho na remoção de amônia, com cerca de 9,8%. Ressalta-se também que o

stripping obteve também um baixo desempenho na remoção dos outros parâmetros

analisados – Cor (11,4%), Condutividade (9,9%) e DQO (3,5%) – quando comparado

ao primeiro ensaio em escala piloto. Além disso, houve um aumento da turbidez em

cerca de 27,6%, fato não ocorrido no ensaio anterior.

Quanto a etapa da correção de pH, foi obtida uma remoção de 9,5% de amônia, 11% de

cor, 33% de condutividade e 34,3% de DQO. Ressalta-se também que nesta etapa a

turbidez sofreu um aumento em cerca de 43%. Comparando-se ao primeiro ensaio,

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177

percebeu-se um melhor desempenho na remoção de DQO, porém, um menor

desempenho na remoção de cor.

Figura 4.57 – Desempenho das Etapas de Tratamento em Escala Piloto para o

Lixiviado 2.

Já a Barreira Reativa teve como maior desempenho a remoção de Cor (41,5%), Amônia

(21%) e DQO (19%), percentuais bem abaixo do esperado quando comparado ao

primeiro ensaio em escala piloto. A alta concentração de turbidez (27,1 UNT) e de cor

(270 HZ) que ainda aportaram ao sistema de barreira reativa podem ser os responsáveis

pelo seu baixo desempenho.

De um modo geral, o segundo ensaio em escala piloto obteve um desempenho abaixo

do esperado quando comparado ao primeiro ensaio, em relação a amônia e DQO. O

desempenho geral obtido foi de: 43,8% de remoção de Amônia; 82,8% da turbidez;

74,3% de DQO e 88% de Cor e uma redução de 14,9% da condutividade, conforme

observado na Tabela 4.22.

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178

Tabela 4.22 – Análise da eficiência do tratamento de lixiviado em escala piloto

para o Lixiviado 2.

Amostra de Lixiviado:

Amônia (mg/ L)

pH Condutiv. (mS/cm)

Turbidez (NTU)

DQO (mg/L)

T (°C)

OD (mg/L)

COR (HZ)

Bruta

482,3 8,2 10,8 128,5 1678,2 30,2 0,7 1344

Tratada

271 8,9 9,3 22,1 431,2 29,3 0,7 158

Percentual de Redução

ou de Aumento

43,8 - 13,9 82,8 74,3 - - 88,2

Valores de Lançamento

20* 6 a 9* - - 60%** 40* - A*

* Padrões baseado no CONAMA 357/05 / A* = Virtualmente Ausente

** Padrão baseado no COPAM 01/2008 – 60% de eficiência de remoção

Observou-se que a concentração de DQO da amostra de lixiviado tratado não é inferior

ao exigido pela legislação estadual mineira, porém, o desempenho de remoção de DQO

(>74%) supera a eficiência de 60% de remoção exigida pela legislação, tornando-se

suficiente ao lançamento em rios. Observou-se que de acordo com o CONAMA 357/05,

o pH 9 encontrou-se enquadrado a legislação vigente. Porém a Amônia (271 mg/L)

encontrou-se, com padrões muito acima do máximo permitido. A temperatura

encontrou-se em concordância com o CONAMA 357/05, onde o limite máximo é de 40

graus. Em relação a cor, o valor de 158 HZ, conferiu mudança de coloração acentuada

ao corpo receptor, estando em disconcordância a legislação federal. Quanto ao oxigênio

dissolvido, não existem padrões de referência, porém o valor apresentado durante todo o

sistema foi satisfatório.

A Tabela 4.23 apresenta a caracterização do lixiviado para os ensaios em escala piloto 3

e 4. O lixiviado apresenta característica de difícil biodegradabilidade através da relação

DBO/DQO = 0,15.

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179

Tabela 4.23 – Caracterização do Lixiviado Bruto 3 e 4.

Amostra Amônia (mg/ L)

pH Condutiv. (mS/cm)

Turbidez (NTU)

T (°C)

DBO (mg/L)

DQO (mg/L)

DBO/DQO

COR (HZ)

Bruta 428 8,7 10,9 5,8 30,0 200 1316 0,15 1344

4.3.3. Ensaio em Escala Piloto 3

De acordo com a Figura 4.58, a precipitação química obteve, para um pH 12,5, maior

desempenho na remoção de cor (84%) e turbidez (78%), estando em concordância com

os ensaios em escala piloto 1 e 2. A remoção da DQO e amônia foram de,

respectivamente, 46,8 e 3,9%, enquanto que a condutividade, assim como os ensaios 1 e

2, elevou-se em 54,4%

Quanto à etapa do Stripping, para um pH 12,5, observou-se novamente um baixo

desempenho na remoção de amônia, com apenas 13,7%, porém este desempenho foi

bem semelhante aos obtidos nos ensaios de escala piloto anteriores. A DQO, cor e

condutividade também foram removidos nesta unidade, porém com baixos percentuais –

16%; 3,9% e 2%, respectivamente.

Figura 4.58 – Desempenho das Etapas de Tratamento em Escala Piloto para o

Lixiviado 3.

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Quanto a etapa de correção de pH, para um pH 9, foi observado novamente um baixo

desempenho na remoção de amônia (4,5%), cor (7%), turbidez (9,7%), condutividade

(19%) e DQO (28%) quando comparado ao ensaios em escala piloto 1. Porém,

comparando-se aos ensaios em escala piloto 2, esta unidade apresentou desempenho

semelhante.

A Barreira Reativa teve como maior desempenho a remoção de Cor (81%) seguido da

remoção de turbidez com cerca de 77%, além da remoção de DQO em 60%. Ressalta-se

que 25% de amônia também foi removida nesta etapa. O desempenho geral para o

terceiro ensaio em escala piloto foi de: 65,1% de remoção de Amônia; 89,7% da

turbidez; 87,2% de DQO e 97,3% de Cor, conforme Tabela 4.24. Já a condutividade

teve um aumento em mais de 40%. Além disso, foi obtida uma remoção total de 80% de

DBO para este ensaio. Ressalta-se que estes desempenhos foram maiores quando

comparado ao primeiro e segundo ensaio em escala piloto, apesar de praticamente

possuir uma mesma relação DBO/DQO dos lixiviados. Este fato pode ser justificado

pelo maior desempenho da barreira reativa, uma vez que nos ensaios em escala piloto 1

e 2 existiam caminhos preferenciais ora não detectados, mas que foram corrigidos nos

ensaios em escala piloto 3 e 4.

Tabela 4.24 – Análise da eficiência do tratamento de lixiviado em escala piloto

para o Lixiviado 3.

Amostra de Lixiviado:

Amônia (mg/ L)

pH Condutiv. (mS/cm)

Turbidez (NTU)

DQO (mg/L)

DBO (mg/L)

T (°C)

OD (mg/L)

COR (HZ)

Bruta

437 8,7 10,9 5,8 1315,7 200 30,4 0,8 1712

Tratada

152,5 9,0 15,4 0,6 167,9 40 29,3 0,8 47

Percentual de Redução

ou de Aumento

65,1 - -41,3 89,7 87,2 80 - - 97,3

Valores de Lançamento

20* 6 a 9* - - 60%** 60%** 40* - A*

* Padrões baseado no CONAMA 357/05 / A* = Virtualmente Ausente

** Padrão baseado no COPAM 01/2008 – 60% de eficiência de remoção

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A concentração de DBO e DQO da amostra de lixiviado tratado não foi inferior ao

exigido pela legislação estadual mineira, porém, o desempenho de remoção de DBO

(>80%) e DQO (>87%) superou a eficiência de 60% de remoção exigida pela

legislação, tornando-se suficiente ao lançamento em rios.

De acordo com a Tabela 4.24, observou-se que de acordo com o CONAMA 357/05, o

pH 9 apresentou-se em conformidade com a legislação vigente. Porém a Amônia (152,5

mg/L) encontrou-se, com padrões muito acima do máximo permitido que é de 20 mg/L.

A temperatura encontrou-se em concordância com o CONAMA 357/05, onde o limite

máximo é de 40 graus. Quanto ao oxigênio dissolvido, não existem padrões de

referência, porém o valor apresentado durante todo o sistema foi satisfatório. Em

relação a cor, o valor de 47 HZ, não conferiu mudança de coloração acentuada ao corpo

receptor, estando em concordância com a legislação federal.

4.3.4. Ensaio em Escala Piloto 4

De acordo com o quarto e último ensaio em escala piloto, conforme Figura 4.59, a

precipitação química apresentou, para um pH 13,3, um melhor desempenho na remoção

de cor (84%) e turbidez (68%), estando em concordância com os ensaios em escala

piloto anteriores. O desempenho na remoção de DQO e amônia, foi de 58,2 e 20,5%,

respectivamente, enquanto que a turbidez elevou-se em 47,4%. Ressalta-se que a dose

de cal utilizada foi a mesma utilizada para os ensaios anteriores – 17 g/L.

Na etapa do Stripping, para um pH 13,3, observou-se mais uma vez um baixo

desempenho na remoção de amônia, com apenas 15%, desempenho bem semelhante aos

ensaios em escala piloto anteriores. Obteve-se, para esta etapa, mais uma vez

desempenhos semelhantes na remoção de Cor (6,9%), DQO (5,3%), Turbidez (3,6%) e

condutividade (0,1%) quando comparado aos ensaios anteriores. Mesmo que o pH tenha

sido mais elevado, praticamente não houve alteração do desempenho desta unidade. O

desempenho pode estar vinculado diretamente ao tempo de detenção do que

necessariamente a elevação do pH.

A etapa de correção de pH, para um pH 9, obteve um desempenho mais baixo quando

comparado aos ensaios em escala piloto 1 e 2, porém com melhor desempenho que o

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ensaios 3. A remoção obtida foi de cerca de 35% de cor, 33% de DQO e 25% de

condutividade. Nesta etapa, constatou-se um baixo desempenho na remoção da amônia,

com apenas 2% de eficiência, obtendo o pior desempenho de todos os ensaios

realizados. A Barreira Reativa teve como maior desempenho a remoção de Cor (69%)

seguido da remoção de DQO com cerca de 59%, além da remoção de amônia em 35%.

De acordo com a Tabela 4.25, o desempenho geral para o quarto ensaio em escala piloto

foi de: 57% de remoção de Amônia; 0,7% de Condutividade; 75% da turbidez; 89,2%

de DQO e 97% de Cor. Ressalta-se que estes desempenhos foram bastante semelhantes

ao terceiro ensaio em escala piloto, diferenciando-se apenas nos desempenhos de

condutividade e turbidez. Também foi obtida uma remoção total de 80% da DBO para

este ensaio.

Figura 4.59 – Desempenho das Etapas de Tratamento em Escala Piloto para o

Lixiviado 4.

A concentração de DBO e DQO da amostra de lixiviado tratado não foi inferior ao

exigido pela legislação estadual mineira, porém, o desempenho de remoção de DBO

(>80%) e DQO (>89%) superou a eficiência de 60% de remoção exigida pela

legislação, tornando-se suficiente ao lançamento em rios.

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183

Tabela 4.25 – Análise da eficiência do tratamento de lixiviado em escala piloto

para o Lixiviado 4.

Amostra de Lixiviado:

Amônia (mg/ L)

pH Condutiv. (mS/cm)

Turbidez (NTU)

DQO (mg/L)

DBO (mg/L)

T (°C)

OD (mg/L)

COR (HZ)

Bruta

437 8,7 10,9 5,8 1315,7 200 30,4 0,8 1712

Tratada

186,5 9,0 11 1,4 141,8 40 29,3 0,8 52

Percentual de Redução

ou de Aumento

57,3 - -0,9 75,9 89,2 80 - - 97,0

Valores de Lançamento

20* 6 a 9* - - 60%** 60%** 40* - A*

* Padrões baseado no CONAMA 357/05 / A* = Virtualmente Ausente

** Padrão baseado no COPAM 01/2008 – 60% de eficiência de remoção

De acordo com a Tabela 4.25, dos padrões de lançamento, observou-se que de acordo

com o CONAMA 357/05, o pH 9 encontrou-se enquadrado a legislação vigente. Mais

uma vez a amônia apresentou-se em discordância com o CONAMA 357/05. Quanto a

cor, o valor de 52 HZ, não conferiu mudança de coloração acentuada ao corpo receptor,

estando em concordância com a legislação federal. A temperatura encontrou-se em

concordância com o CONAMA 357/05, onde o limite máximo é de 40 graus. Em

relação ao oxigênio dissolvido, não existe legislação específica.

4.3.5. Análise do Desempenho Médio para cada Unidade do Sistema em Escala

Piloto

As Figuras 4.60 a 4.69 apresentam o funcionamento da Estação Piloto em todas as

unidades, inclusive durante o seu lançamento. O tratamento primário consistiu na

unidade de floculação seguido da unidade de decantação, onde o tempo de detenção

para cada unidade foi de 30 minutos. A Figura 4.60 apresenta o comportamento da

unidade de floculação durante os primeiros minutos e após 30 minutos de

homogeneização. Observou-se uma mudança visual na coloração do lixiviado, da cor

marrom escura à clara comprovando a importância do tempo de detenção.

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Figura 4.60 – Etapa de floculação durante os cinco primeiros minutos de

homogeneização e após 30 minutos.

A Figura 4.61 apresenta a unidade de decantação com um lixiviado de cor amarelada,

bastante clarificada, após o tempo de decantação de 30 minutos. A quantidade de lodo

gerada foi de aproximadamente 100 mL/L, estando em concordância com os estudos

realizados por Santana-Silva (2008) em laboratório. Através da Figura 4.62, nota-se a

presença não apenas do lodo gerado pela cal, mas também de algas com cores

esverdeadas (Relatório de Monitoramento da Muribeca, 2008) que também foram

precipitadas.

De acordo com Santana-Silva (2008), o lodo precipitado pode conter diversos

compostos, tais como: hidróxido de cálcio, carbonato de cálcio, fósforo precipitado,

nitrogênio orgânico, dessa forma poderia ser utilizado como fertilizante ou até mesmo

utilizá-lo na correção de solos ácidos. Além disso, foi apontada a possibilidade do lodo

ser utilizado como camada intermediária de cobertura caso seja destinado a um aterro

sanitário, pois provavelmente este não inibiria o processo de biodegradação e geração

de biogás. No entanto, faz-se necessário a realização de estudos mais detalhados sobre

as possíveis formas de descarte ou aproveitamento desse rejeito.

Lixiviado Bruto com Leite de Cal

para t = 5 minutos

Leite de Cal Leite de Cal Lixiviado Bruto

com Leite de Cal para t = 30

minutos

184

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185

Figura 4.61 – Unidade de Decantação.

Figura 4.62 – Lodo gerado pela precipitação química com a presença de algas.

A Figura 4.63 apresenta o lixiviado de cor amarelada presente na unidade do stripping

da amônia, bem semelhante ao tratado na unidade de decantação. Após 20 minutos, este

lixiviado seguiu para a unidade de correção de pH. A Figura 4.64 apresenta a unidade

de correção de pH, onde o lixiviado recebeu as doses necessárias de ácido clorídrico a

fim de adequá-lo aos padrões de lançamento do CONAMA 357/05.

0,25 m

0,10 m

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186

Figura 4.63 – Etapa do Stripping da Amônia.

Figura 4.64 – Unidade de correção de pH.

As Figuras 4.65 e 4.66 apresentam diferentes vistas do sistema de barreira reativa que

correspondem ao polimento final do sistema concebido. A Figura 4.65 apresenta o corte

da Barreira Reativa com Carvão Ativado, onde o lixiviado tratado pela unidade ácida

encontrou-se ainda com cor amarelada enquanto que o lixiviado tratado pelo sistema de

barreira apresentou-se com ausência de cor. A vista de topo (Figura 4.66) deste sistema

apresentou, de forma mais evidente, o bom desempenho do sistema de barreira reativa

Lixiviado Pré-Tratado na

Precipitação Química

Lixiviado Pré-Tratado no

Stripping da Amônia

Ácido Clorídrico Diluído

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187

para a remoção de cor, sendo confirmada pelas análises que indicam uma eficiência

média de 37% , conforme observado na Tabela 4.26.

Figura 4.65 – Vista lateral do Sistema de Barreira Reativa.

Figura 4.66 – Vista de topo do Sistema de Barreira Reativa.

As Figuras 4.67 e 4.68 apresentaram, respectivamente, o lançamento do lixiviado

tratado, e, a análise visual de cada etapa de tratamento do lixiviado e suas respectivas

remoções de cores.

Lixiviado Pré-Tratado com Ácido

Lixiviado Tratado pela

Barreira Reativa

Lixiviado Tratado pela

Barreira Reativa

Lixiviado Pré-Tratado com Ácido

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188

Figura 4.67 – Lançamento do Lixiviado Tratado.

49,2% 13,3% 35,1% 37,2%

Figura 4.68 – Análise do desempenho do tratamento de lixiviado na remoção de

cor por etapa. Pela sequência: 1 – Precipitação Química; 2 – Stripping da Amônia;

3 – Dosagem com Ácido; 4 – Barreira Reativa com Carvão Ativado.

A Tabela 4.26 apresenta o desempenho médio de cada unidade de tratamento proposto

para os quatro ensaios em escala piloto realizados com lixiviado de mediana

biodegradabilidade do aterro da Muribeca. O percentual máximo e mínimo obtido para

cada parâmetro durante diversas etapas também foram apresentados nesta Tabela.

Lixiviado Tratado pela

Barreira Reativa

1 2 3 4 BRUTO

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Tabela 4.26 – Desempenho Mínimo, Médio e Máximo das Unidades de Tratamento

em Escala Piloto.

Amostra: Precipitação Química

Stripping da Amônia

Correção de pH Barreira Reativa

Amônia Mín. 3,9% Méd. 13,5% Máx. 20,5%

Mín. 9,8% Méd. 12,6% Máx. 15,1%

Mín. 2% Méd. 6,2% Máx. 9,5%

Mín. 21,2% Méd. 40,6% Máx. 56%

Condutividade Mín. -54,4% Med.-48,3% Máx. -44,9%

Mín. 0,1% Méd. 6,6% Máx. 14,1%

Mín. 19% Méd. 28% Máx. 35%

Mín. - 8,8% Méd. 8,8% Máx. 31%

Turbidez Mín. 68,1% Med. 79,6% Máx. 88,8%

Mín.-43,3% Méd. - 8,8% Máx. 22,6%

Mín. -43,3% Méd. -13,5% Máx. 9,7%

Mín. 15,5% Méd. 33%

Máx. 64,7% DQO Mín. 27,6%

Med. 45,7% Máx. 58,2%

Mín. 3,5% Méd. 8,6% Máx. 16%

Mín. 23,7% Méd. 30%

Máx. 34,3%

Mín. 18,9% Méd. 50,5% Máx. 63,9%

Cor Mín. 74,6% Med. 85%

Max. 97,9%

Mín. 3,9% Méd. 8,8% Máx. 13,1%

Mín. 6,9% Méd. 30,3% Máx. 68,5%

Mín. 41,5% Méd. 59,4% Máx. 81,2%

a) Unidade de Precipitação Química:

Analisando a etapa de precipitação química, observou-se que o desempenho médio na

remoção de Cor, Turbidez, DQO e amônia foram de, respectivamente, 85%; 79,6%;

45,7% e 13,5%, para um pH médio de 12,5. Por sua vez, a condutividade sofreu uma

elevação média de 48,3%. De um modo geral, o desempenho remoção da cor variou na

faixa de 74,6 a 97,9%; a remoção da turbidez variou de 68,1 a 88,8%; enquanto que a

remoção da DQO variou de 27,6 a 58,2% e a amônia sofreu uma remoção na faixa de

3,9 a 20,5%. Estes resultados são superiores aos obtidos por Santana-Silva (2008) que

analisou, em laboratório, três amostras de lixiviado de mediana biodegradabilidade do

Aterro da Muribeca utilizando a precipitação química com cal hidratada sólida para um

pH médio de 12,5. As remoções obtidas pela autora foram de 10,3 a 28,6% de DQO;

64,8 a 85,5% da cor; 50 a 70% da turbidez. Santana-Silva (2008) obteve desempenhos

superiores para os parâmetros de condutividade (redução máxima de 12%) e amônia

(remoção máxima de 31%). Tatsi et al. (2003) obtiveram uma remoção de DQO inferior

ao obtido nesta pesquisa, onde o desempenho obtido pelos autores variou de 30 a 45%,

para pH 12, utilizando cal para tratar lixiviado de aterro de resíduos urbanos.

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190

O alto desempenho da precipitação química com cal hidratada na remoção de DQO, cor

e turbidez quando comparado a outros autores, pode estar vinculado a qualidade da cal

utilizada no tratamento, que possui menor quantidade de impurezas. Uma outra hipótese

seria a característica do lixiviado de mediana biodegradabilidade que possui matéria

orgânica com peso molecular acima de 50.000 gmol/L, facilitando a precipitação dos

contaminantes, conforme análise de Chian & DeWalle (1977) apud Qasim & Chiang

(1994). A terceira hipótese seria o tempo de floculação superior ao utilizado pelos

diversos autores, Santana-Silva (2008); Tatsi et al. (2003) que não superou o tempo de

20 minutos. Esta última hipótese seria a mais provável uma vez que Santana-Silva

(2008) utilizou o lixiviado de mediana biodegradabilidade do aterro da Muribeca e o

mesmo tipo de cal para tratar o lixiviado. Porém, a autora utilizou um tempo de

floculação de apenas 5 minutos, cerca de seis vezes menor que o utilizado nesta

pesquisa.

b) Unidade do Stripping da Amônia:

O desempenho médio obtido na remoção de amônia na unidade de stripping foi de

12,6%; a cor com 8,8%; DQO (8,6%) e Condutividade (6,6%). Já a turbidez sofreu uma

elevação média de 8,8%. A eficiência de remoção de amônia por stripping foi

principalmente influenciada pelo pH. A alcalinização do meio com Ca(OH)2

provavelmente promoveu o deslocamento do equilíbrio de dissociação do amônia no

sentido de liberação desta sob a forma molecular (NH3), que foi passível de remoção

por stripping. Porém, o baixo desempenho na remoção da amônia se deveu ao curto

tempo de detenção hidráulico.

De um modo geral, o desempenho na remoção da amônia variou na faixa de 9,8 a

15,1%; a remoção da cor variou de 3,9 a 11,4%; já a remoção da DQO variou na faixa

de 3,5 a 16% e a condutividade sofreu remoções que variaram de 0,1 a 14,4%. Santana-

Silva (2008) ao realizar, em laboratório, o stripping da amônia com diferentes vazões de

ar (2, 5, 10 L/min), obteve remoções de amônia em cerca 99% para um tempo de 12

horas, e vazões variando entre 5 e 10 L/min. Lei et al. (2007) compararam diferentes

aerações (0, 3, 5 e 10 L/min) ao longo do tempo e mantiveram a amostra com pH 12,

obtendo valores máximos de remoção para amônia em cerca de 95,3% a 10 L/min e

89,9% a 5 L/min em 12 horas. Resultados de outros estudos relatados na literatura,

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utilizando lixiviados pré-tratado com hidróxido de cálcio e pH 12, apontam uma

remoção de 85% no stripping com uma aeração de 7,6 L/min e 93% usando 5 L/min,

durante um período de 17 e 24 horas, respectivamente (CHEUNG et al., 1997;

OZTURK et al., 2003). Constatou-se que o tempo de detenção de 20 minutos utilizado

nesta unidade prejudicou bastante o desempenho na remoção de amônia e de outros

parâmetros. Durante os ensaios de laboratório realizados para esta pesquisa, conforme

observado no subitem 4.3, o tempo de detenção de 12 horas obteve desempenho

semelhante aos registrados pelos autores supracitados.

O desempenho na remoção de DQO, durante a etapa do stripping, apresentou-se

também bem abaixo quando comparado aos estudos de Santana-Silva (2008) que

obtiveram remoção de DQO na faixa de 34 a 41%, em escala de laboratório. A autora

ainda constatou que o aumento da vazão de ar não promoveu grandes alterações na

redução de DQO, uma vez que a diferença de remoção entre a vazão de 2 e 10 L/min

foi apenas de 8,5%, confirmando a necessidade de um maior tempo de detenção nesta

etapa, já que o aumento da vazão de ar não elevou a eficiência na remoção de DQO.

c) Unidade de Correção de pH

A unidade de Correção de pH não foi projetada para realizar remoção de contaminantes,

mas apenas para baixar o pH às condições exigidas pelo CONAMA 357/05. Porém,

analisando a unidade, observou-se um bom desempenho na remoção de Cor, DQO e

condutividade, obtendo-se inclusive eficiências superiores a etapa do Stripping da

Amônia. De um modo geral, o desempenho na remoção da cor foi de 6,9 a 68,5%; a

redução da condutividade variou de 19 a 35%; enquanto que a remoção da DQO variou

de 23,7 a 34,3% e a amônia ainda sofreu uma redução de 2 a 9,5% em função de uma

possível volatilização. O desempenho médio de remoção foi de 30,3%; 30%; 28% e

6,2%, para cor, DQO, condutividade e amônia, respectivamente. Por sua vez, a turbidez

sofreu uma elevação média de 13%.

Na verdade, a unidade de correção de pH pode ter funcionado como uma etapa de

aeração, onde a agitação realizada pela hélice a uma rotação de 120 rotações por

minutos, pode inserir oxigênio dissolvido ao meio, transformando a amônia em nitrito

e/ou nitrato, além de ter reduzido o teor de DQO e cor.

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d) Sistema de Barreira Reativa com Carvão Ativado

De um modo geral, como polimento final, o sistema obteve uma boa performance na

remoção de cor (59,4%), DQO (50,5%), amônia (40,6%), turbidez (33%) e

condutividade (8,8%), para um pH 9. A remoção dos contaminantes pode ter ocorrido

através de um processo de adsorção física, uma vez que o carvão ativado é um excelente

adsorvente em função de sua grande superfície específica.

A remoção da cor do lixiviado pelo carvão ativado variou na faixa de 41,5 a 81,2%.

Essa alta eficiência de remoção de cor se deve principalmente a redução das moléculas

de cadeias longas presentes nas substâncias húmicas dos lixiviados durante a etapa de

precipitação química, facilitando a adsorção nos microporos do carvão ativado.

Através da capacidade de sorção do carvão ativado, a remoção de DQO variou na faixa

de 18,9 a 63,9% e a amônia em até 56%, estando em concordância com Amokrane et al

(1997) que obtiveram uma remoção de 50 a 70% de DQO e amônia para lixiviado de

aterro. Além disso, Ho et al. (1974) apud Fleck (2003) obtiveram um lixiviado

clarificado com remoções de 25,4% de DQO.

Já a remoção da turbidez variou de 15,5 a 64,7%. Esta variação do desempenho da

turbidez se deve ao comportamento da barreira reativa, que funciona como um filtro de

carvão ativado, podendo obter um baixo ou alto desempenho em função da eficiência

dos tratamentos que o antecedem.

Já a condutividade, teve seu pior desempenho com elevação em cerca de 8,8% e

obtendo melhor desempenho com redução de 31%, varia também sua eficiência em

função dos tratamentos primários e secundários, onde o baixo desempenho na

precipitação química pode disponibilizar um excesso de íons de cálcio, elevando-se a

condutividade, reduzindo, assim, a capacidade de suporte do sistema de barreira.

4.3.6. Análise do Desempenho Médio Geral do Sistema em Escala Piloto

A Tabela 4.27 apresenta uma média de todos os desempenhos obtidos, por parâmetros,

para os ensaios em escala piloto realizados, bem como o desempenho médio geral do

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sistema adotado. De um modo geral, o sistema obteve, em média, uma remoção de

94,6% de cor; 83,2% de DQO; 80% de DBO; 84,5% de Turbidez; 58,2% de Amônia e

uma redução da Condutividade em 10,6%.

Tabela 4.27 – Percentual Médio Global e Desvios Padrões dos Parâmetros

Estudados em Escala Piloto.

Ensaio Amônia (%)

Condutividade (%)

Turbidez (%)

DQO (%)

DBO (%)

COR (%)

1 66,4 12,2 89,8 81,9 NA* 95,9 2 43,8 14,1 82,8 74,3 NA* 88,2 3 65,1 15,4 90,4 87,2 80,0 97,3 4 57,3 0,7 75,0 89,2 80,0 97,0

MÉDIA 58,2 10,6 84,5 83,2 80,0 94,6 DESVIO PADRÃO

10,4 6,7 7,2 6,7 0,0 4,3

*NA – Não analisado

Vários autores publicaram trabalhos em escala piloto e real a fim de determinar um

sistema de tratamento eficiente e economicamente viável. Robinson et al. (2009)

sugeriram, através de um sistema em grande escala, a utilização de um tratamento

biológico com três reatores em batelada (com dosagens de nutrientes e controle de pH

em cada tanque), seguido de um tanque de equalização, antes de passar por um sistema

de flotação através de ar dissolvido e, como polimento, o efluente foi tratado através de

um sistema de wetland. Este sistema foi projetado para tratar uma vazão de 3,5 L/s, para

uma DQO de 8.000 mg/L e 2.500 mg/L de amônia. Para uma DBO inicial de 688 mg/L,

os autores obtiveram uma remoção de 99,85%, enquanto que para uma DQO inicial de

5.990 mg/L, a remoção foi de 83,13% e para o Amônia com uma concentração inicial

de 1.460 mg/L, obteve-se uma remoção 99,9%. Comparando-se com os resultados

médios obtidos em escala piloto, Robinson et al. (2009) obtiveram uma remoção

superior para DBO. Porém, para um pH médio de 8,3 utilizado pelos autores, é provável

que todo amônia tenha sido nitrificado para a forma de nitrato, ficando este parâmetro

acima do máximo permitido para a legislação vigente. Já a cor do lixiviado não foi

analisada para esta pesquisa.

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Robinson & Carville (2007) realizaram ensaios em escala real na Malásia, utilizando a

seguinte sequência: tratamento biológico seguido de flotação, Wetland e Irrigação,

conforme observado na Figura 4.69. Os autores obtiveram uma remoção de 42,7% de

DQO, 95,3% de DBO, além de uma redução de Amônia em cerca de 99%, e uma

elevação do Nitrato em mais de 90%, uma vez que através do processos de difusão com

ar e pH neutro, praticamente oxidam todo o nitrogênio amoniacal em nitrato. A

eficiência na remoção de DQO retratada pelos autores foi baixa quando comparada ao

sistema concebido. Porém a eficiência na remoção de DBO e redução da Amônia foram

superiores. No entanto, houve uma transformação da amônia em nitrato através da

oxidação inserida no tratamento, estando com valor e percentual bastante acentuado

para lançamento conforme CONAMA 357/05.

Figura 4.69 – Sistema adotado por Robinson & Carville (2007) no aterro de

Durban.

De um modo geral, realizando-se uma comparação entre os trabalhos dos autores e a

atual pesquisa, notou-se que a concepção adotada para esta pesquisa possui um

desempenho semelhante ao obtido por Robinson et al. (2009) e Robinson & Carville

(2007) na remoção de DQO. Quanto à amônia e DBO, esses autores obtiveram

melhores desempenhos em função do grande tempo de detenção utilizado

principalmente na etapa de nitrificação do nitrogênio amoniacal ou durante a etapa do

stripping da amônia, com tempos de detenção superiores a 2 dias.

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Meier et al. (2002), realizaram um estudo em escala piloto aplicando nanofiltração e

adsorção utilizando Carvão Ativado para um lixiviado pré-tratado biologicamente, em

um aterro na Alemanha. O sistema adotado obteve uma remoção de 97% de DQO para

uma concentração inicial de 1.450 mg/L. Comparando-se com o sistema adotado nesta

pesquisa, o desempenho na remoção de DQO foi superior, porém com alto custo de

tratamento.

Dacanal & Beal (2010) realizaram uma unidade experimental composta por dois filtros

anaeróbios com altura de 2,50 m e diâmetro de 0,15 m. O filtro operou em associação

com a unidade de microfiltração. O tempo detenção hidráulico foi de 2,04 dias, com

uma vazão de alimentação de 0,9 L/h de fluxo ascendente, a temperatura constante. Os

autores obtiveram uma remoção de 59,5% de DQO, valores estes bem abaixo dos

obtidos para esta pesquisa.

Stegmann & Heyer (2005) tentaram através de escala piloto configurar inúmeras plantas

de tratamento de lixiviado a fim de obter desempenhos compatíveis a legislação alemã.

A primeira planta analisada consistiu em tratamento biológico seguido da oxidação

química e contato de rotação biológica. A remoção de DQO obtida foi de 97,3%, a

amônia em 99,9% e halógenos, 96,4%. Ao realizarem uma nova configuração de planta

com sequência de tratamento biológico seguido do carvão ativado, da

floculação/precipitação e neutralização, obtendo uma remoção de 93,8% de DQO,

99,9% de amônia e 87,5% de halógenos. Uma outra sequência também foi processada

por Stegmann & Heyer (2005): tratamento biológico seguido do Contato de Rotação

Biológica e Osmorse Reversa. Os autores obtiveram uma remoção de 97,9% de DQO,

99,5% de amônia e 98% de halógenos. De um modo geral, estes estudos indicaram que

os preços do m3 do lixiviado tratado alcançaram um patamar em até R$ 160, valor

bastante elevado para a realidade brasileira.

Segundo estudos realizados por Ferreira et al. (2001), a estação de tratamento de

lixiviado de Gramacho teve seus estudos iniciados em escala laboratorial em 1997. A

configuração inicial do processo de tratamento de chorume incluiu três estágios: estágio

preliminar (lagoa de equalização, gradeamento e tanque de homogeneização); estágio

primário (eletrocoagulação); estágio secundário (tratamento biológico aeróbio por lodos

ativados) e estágio terciário (nanofiltração). A seqüência adotada apresentou melhor

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eficiência de remoção de matéria orgânica, medida por DBO (77%), DQO (75%) e os

demais materiais tóxicos, como por exemplo, o nitrogênio amoniacal (90%).

Comparando-se com o sistema adotado nesta pesquisa, a eficiência na remoção de DBO

e DQO obtido por Ferreira et al. (2001) apresenta-se com desempenho mais baixo.

Por sua vez, Giordano et al. (2002) sugeriram no aterro de Gramacho, um complemento

ao tratamento ora apresentado por Ferreira et al. (2001). O processo final proposto foi

composto das seguintes etapas: etapa preliminar (lagoa de equalização, peneira e tanque

de homogeneização aerado); etapa primária (coagulação química com adição de cal,

tanque clarificador primário, e correção de pH); etapa secundária (lodos ativados); etapa

terciária (membrana de nanofiltração).

A seqüência final adotada apresentou boa eficiência para remoção de DBO (97%) e

DQO (94%), nitrogênio amoniacal (93%) e cor (99%). Para este novo sistema

apresentado por Giordano et al. (2002), o desempenho obtido supera a eficiência do

sistema sugerido para esta pesquisa (Precipitação Química, Stripping da Amônia e

Barreira Reativa) em relação a todos os parâmetros analisados, porém o seu alto custo

de tratamento pode torná-lo inviável no decorrer do tempo.

A Tabela 4.28 apresenta um resumo das eficiências obtidas por diversos autores em

escala piloto. São apresentadas as diferentes concepções e eficiências obtidas para cada

parâmetro analisado.

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Tabela 4.28 – Percentual Médio de Remoção Obtido em Diversos Tipos de Escalas.

Autores Concepção Amônia (%)

Condutividade (%)

DQO (%)

DBO (%)

COR (%)

Atual Tese Precipitação + Stripping + Barreira Reativa

58,2 12,2 81,9 80 94,6

Robinson

& Carville (2007)

Biológico + flotação +

Wetland + Irrigação

99

*

42,7

95,3

*

Meier et

al. (2002)

Biológico +

Nanofiltração + Adsorção

*

*

97

*

*

Dacanal & Beal (2010)

Filtro anaeróbio +

Microfiltração

*

*

59,5

*

*

Giordano

et al. (2003)

Equalização +

Precipitação Química + Correção de pH + Lodos Ativados + Nanofiltração

93

58

94

97

99

Robinson et al.

(2009)

Biológico

Equalização + Flotação + Wetland

99,9

*

83,13

99,85

*

Ferreira

et al. (2001)

Equalização +

Eletrocoagulação + Lodos Ativados +

Nanofiltração

90

56

75

77

*

Stegmann & Heyer

(2005)

Biológico + Oxidação química + Contato de

rotação biológica

99,9

*

97,3

*

*

Biológico + Carvão

Ativado + Floculação/Precipitação

+ Neutralização

99,9

*

93,8

*

*

Biológico + Contato de

Rotação Biológica + Osmorse Reversa

99,5

*

97,9

*

*

*NA – Não analisado

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4.4. ANÁLISE DO EFEITO ESCALA PARA O TRATAMENTO PROPOSTO

Traçando-se um paralelo entre os desempenhos dos ensaios em bancada (Tabela 4.29) e

em escala piloto (Tabela 4.30), e, observando-se a média global e os respectivos desvios

padrões obtidos pelos ensaios, notou-se que o desempenho em escala piloto foi bem

semelhante à escala em laboratório, diferenciando-se acentuadamente na remoção da

amônia, onde o desempenho médio para o ensaio de bancada foi de 86,6%, enquanto

que para a escala piloto foi de apenas 58,2%, uma queda em cerca de 28%. Porém tal

fato pode ser bem justificado pelo baixo tempo de detenção hidráulico utilizado na

escala piloto, cerca de seis vezes menor quando comparado a escala em bancada.

Tabela 4.29 – Parâmetros Estudados em Escala de Laboratório.

Ensaio Amônia %

Condutividade %

Turbidez %

DQO %

DBO %

COR %

1 81,0 30,5 100,0 87,2 86,1 94,7 2 84,0 7,2 99,1 72,0 78,6 94,9 3 86,4 8,6 81,6 84,1 75,0 91,1 4 95,0 49,2 99,6 92,8 - 92,7

MÉDIA 86,6 23,9 95,1 84,0 79,9 93,3 DESVIO PADRÃO

6,02 19,99 9,01 8,77 5,66 1,78

Tabela 4.30 – Parâmetros Estudados em Escala Piloto.

Ensaio Amônia (%)

Condutividade (%)

Turbidez (%)

DQO (%)

DBO (%)

COR (%)

1 66,4 12,2 89,8 81,9 NA* 95,9 2 43,8 14,1 82,8 74,3 NA* 88,2 3 65,1 15,4 90,4 87,2 80,0 97,3 4 57,3 0,7 75,0 89,2 80,0 97,0

MÉDIA 58,2 10,6 84,5 83,2 80,0 94,6 DESVIO PADRÃO

10,4 6,7 7,2 6,7 0,0 4,3

De um modo geral observou-se que os desempenhos médios globais obtidos nos ensaios

de laboratório encontram-se perfeitamente ajustáveis e dentro do preconizado para a

escala piloto, não se percebendo uma variação acentuada no desempenho dos

parâmetros analisados, excetuando para a amônia.

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Estimando-se os desempenhos de remoção para uma estação de tratamento de lixiviado

de grande porte, como a Muribeca - com vazão diária de 1 L/s – baseando-se no

desempenho médio global da escala piloto e os desvios padrões baseados na diferença

dos desempenhos da escala piloto e laboratório tem-se, de acordo com a Tabela 4.31,

que o desempenho máximo a ser obtido por uma estação em escala real poderiam estar

em concordância com as legislações federal e estadual, excetuando para a amônia. Em

relação ao desempenho mínimo, mais uma vez apenas a amônia estaria fora do

enquadramento das legislações.

Tabela 4.31 – Estimativa da Média Global e Desvios Padrões dos Parâmetros para

Escala Real.

Desempenhos Amônia (%)

Condutividade (%)

Turbidez (%)

DQO (%)

DBO (%)

COR (%)

MÁXIMO 68,6 17,3 91,7 89,8 80,0 98,9 MÉDIO 58,2 10,6 84,5 83,2 80,0 94,6

MÍNIMO 47,8 3,9 77,3 76,5 80,0 90,3

De acordo com os ensaios em Escala Piloto realizados, a concepção adotada

(precipitação química + stripping + barreira reativa) possui um bom desempenho na

remoção de matéria orgânica, cor e turbidez, necessitando de melhores ajustes para uma

eficiente remoção de amônia.

Comparando-se o desempenho das Escalas de Laboratório e Piloto, notou-se que a

DBO, DQO, Cor, Condutividade e Turbidez possuíram desempenhos semelhantes,

encontrando-se nas respectivas margens de desvios padrões. Porém, a exceção foi o

desempenho da amônia em função do subdimensionamento da etapa do stripping,

devendo-se ser revisto o tempo de detenção do sistema.

Todos os padrões de lançamento em escala piloto estariam compatíveis com as

legislações estaduais e federal. Estimando-se para a escala real, o desempenho do

sistema também estaria em concordância. A exceção para ambas escalas está para o

parâmetro de amônia.

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4.5. ANÁLISE DE CUSTOS

Esta pesquisa analisou os custos do tratamento de lixiviado em escala piloto, realizando

também uma estimativa para a escala real, em condições ótimas do tratamento adotado -

precipitação química + stripping da amônia + barreira reativa - com seus respectivos

custos de transformação, diretos ou indiretos.

As matérias primas utilizadas para esta pesquisa foram:

Cal Hidratada: utilizada na precipitação química e para elevação do pH na

realização do stripping;

Ácido clorídrico: para correção do pH após o stripping da amônia, onde o

objetivo é de corrigir até o pH 9;

Carvão ativado granulado: usado no polimento final do tratamento na barreira

reativa.

4.5.1. Estimativa de Custo para a Escala Piloto

O custo direto envolve o custo da mão-de-obra e dos reagentes utilizados no tratamento

concebido. Quanto a mão-de-obra, para este estudo em escala piloto, foram

considerados os honorários de um Engenheiro Civil, dois técnicos em Química e dois

auxiliares para suporte, além dos encargos sociais. Em relação aos reagentes utilizados,

foram considerados a cal hidratada, o carvão ativado e o ácido clorídrico.

Os custos indiretos considerados foram: a manutenção dos equipamentos utilizados

(bombas dosadoras e caixas em acrílico, agitadores mecânicos), além da energia elétrica

e da água utilizada para a formação do leite de cal e na remoção do lodo gerado durante

a precipitação química. Como despesas complementares foram considerados materiais

de limpeza e a depreciação dos equipamentos. Além disso, foram considerados os

custos de implantação da estação piloto para um período de 35 anos, que representa o

tempo de vida útil mínimo, exigido pela norma técnica brasileira, para um aterro

sanitário – 15 anos – e o tempo de responsabilidade ambiental exigida para uma

empresa após o encerramento do aterro – 20 anos.

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As Tabelas 4.32 a 4.36 apresentam os custos diretos, indiretos e totais para o tratamento

de lixiviado em escala piloto para um dia de tratamento. Para os custos diretos,

envolvem os reagentes e mão de obra. Ressalta-se que estão envolvidos os custos de

implantação do sistema e operacionais.

Custo Direto:

Tabela 4.32 – Custo dos Reagentes. Reagentes Unidade Quantidade Preço Unitário

(R$) R$/m3

Cal Hidratada kg 17 0,5 8,50

Carvão Ativado kg 0,06 1,5 0,09 Ácido Clorídrico L 1,75 10,5 18,38

Tabela 4.33 – Custo da Mão de Obra (em Recife). Mão de Obra Unidade Quantidade Preço Unitário

(R$) R$/m3

Engenheiro Vb 1 1800 0,07

Técnico Química Vb 1 800 0,03 Auxiliares Vb 2 465 0,04 Encargos Vb 1 3.162,50 0,13

O valor total do Custo Direto foi de R$ 27,23, sendo o maior peso do custo a compra

dos insumos como a cal e o ácido clorídico. Já os custos indiretos foram calculados em

função da manutenção dos equipamentos, incluindo-se a depreciação, bem como os

bens de consumo como água e energia elétrica, além dos custos de implantação. Abaixo,

seguem as Tabelas com respectivos custos indiretos.

Custo Indireto:

Tabela 4.34 – Custo da Implantação. Equipamentos Unidade Quantidade Preço Unitário

(R$) Preço Total

Bomba

Dosadora Unid 3 1390 0,17

Agitadores Unid 5 800 0,16 Caixas Acrílico Unid 7 950 0,26

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Tabela 4.35 – Custo da Manutenção. Manutenção Unidade Quantidade Preço Unitário

(R$) R$/m3

Bomba

Dosadora unid 3 1390 0,16

Agitadores unid 5 400 0,08 Caixas Acrílico unid 7 950 0,26 Depreciação unid 15 22,83 0,02

Tabela 4.36 – Custo dos Bens de Consumo. Bens de consumo

Unidade Quantidade Preço Unitário (R$)

R$/m3

Água m3 0,00018 9,98 0,002

Energia KWh 0,028 0,4954 0,01

Em relação aos custos indiretos, o valor total por m3 de lixiviado foi de R$ 1,03, sendo

o maior peso para a energia elétrica.

De um modo geral, notou-se que o maior custo financeiro estava vinculado aos custos

diretos, especificamente na compra dos insumos do ácido clorídrico e carvão ativado.

Porém, ressalta-se a possibilidade destes valores caírem bruscamente em função da

compra em grande quantidade destes insumos.

Calculando-se o custo final do tratamento em função dos custos diretos e indiretos

obtem-se um valor médio de R$ 28,26/m3 de lixiviado tratado. Os custos foram

calculados considerando o m3 tratado do lixiviado para a escala piloto.

4.5.2. Estimativa de Custo para a Escala Real

A estimativa em escala real foi baseada no desempenho médio obtido em escala piloto.

Porém, os valores de insumos, a potência dos agitadores, composição das unidades de

tratamento etc. foram todos modificados em função da vazão que é cerca de dez vezes

maior que a escala piloto.

O tempo de detenção hidráulico determinado em laboratório foi mantido constante,

alterando-se apenas os volumes das unidades de tratamento, conforme Tabela 4.37. A

estimativa da quantidade de misturadores foi realizada em função da mudança na área

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203

superficial das lagoas. A concentração de cal e ácido permanece a mesma, apenas o

volume a ser utilizado tornou-se mais elevado.

Em relação ao custo direto para a mão-de-obra, foram mantidos o mesmo quadro de

pessoal que a escala piloto - os honorários de um Engenheiro Civil, um técnico em

Química e dois auxiliares para suporte, além dos encargos sociais, como observado na

Tabela 4.38.

De um modo geral, as Tabelas 4.37 a 4.41 apresentam uma estimativa dos custos

diretos, indiretos e totais para o tratamento de lixiviado em escala real para um dia de

tratamento.

Custo Direto:

Tabela 4.37 – Custo do Reagente. Reagentes Unidade Quantidade Preço Unitário

(R$) R$/m3

Cal Hidratada Kg 17 0,35 5,95

Carvão Ativado Kg 0,06 1,00 0,06 Ácido Clorídrico L 1,75 8,00 14,00

Tabela 4.38 – Custo da Mão de Obra. Mão de Obra Unidade Quantidade Preço Unitário

(R$) R$/m3

Engenheiro Vb 1 1800 0,07

Técnico Química Vb 1 800 0,03 Auxiliares Vb 2 465 0,04 Encargos Vb 1 3.162,50 0,13

O valor total do Custo Direto foi de R$ 20,33, sendo o maior peso do custo a compra

dos insumos conforme observado em escala piloto. Já os custos indiretos foram

calculados em função da manutenção dos equipamentos, incluindo-se a depreciação,

bem como os bens de consumo como água e energia elétrica, além dos custos de

implantação que foram calculados em função do tempo de vida útil do aterro como já

apresentado anteriormente. Já o valor total do Custo Indireto foi de R$ 4,04 para cada

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m3 de lixiviado tratado, onde o custo da energia elétrica foi mais uma vez o grande

vilão.

Custo Indireto:

Tabela 4.39 – Custo da Implantação. Equipamentos Unidade Quantidade Preço Unitário

(R$) Preço Total

Bombas Dosadora Unid 3 1390 0,17

Agitadores Unid 5 2000 0,40 Lagoa Sedimentação Unid 1 16088 0,64

Caixa de Mistura Unid 6 3321,55 0,79 Barreira Reativa Unid 1 6371,69 0,25

Bombas Dosadora Unid 3 1390 0,17

Em relação a Tabela 4.40, deve ser ressaltado que o custo do Sistema de Tratamento se

refere a adição de todo os custos do sistema de tratamento em escala real (Lagoa de

Sedimentação + Caixa de Mistura + Caixa de Correção de pH + Barreira Reativa). Todo

o dimensionamento do sistema em escala real foi baseado numa vazão de 1 L/s, e a

composição de sua estrutura composta de concreto armado e solo compactado.

Tabela 4.40 – Custo da Manutenção. Manutenção Unidade Quantidade Preço Unitário

(R$) R$/m3

Bomba Dosadora Unid 3 1390 0,16

Turbo Homogeneizador Unid 5 2000 0,39 Sistema Tratamento Unid 1 25781,24 0,99

Depreciação Unid 8 162,32 0,05

Tabela 4.41 – Custo dos Bens de Consumo. Bens de consumo Unidade Quantidade Preço Unitário

(R$) R$/m3

Água m3 0,00018 9,98 0,002

Energia KWh 0,42 0,4954 0,21

Adicionando-se o custo direto e indireto foi obtido o custo total do tratamento de

lixiviado em escala real, para um tratamento com vazão média de 1 L/s. O valor total

obtido foi de R$ 24,37 para cada m3 de lixiviado tratado.

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Atualmente, a Prefeitura do Recife trata o lixiviado, no Aterro da Muribeca, através de

lagoas de estabilização, tendo um custo em cerca de R$ 5/m3. Leite et al (2009)

sugeriram o valor de R$ 152,80/m3 de lixiviado tratado apenas para a etapa do Stripping

da Amônia elevando o pH a 10. Porém, os autores ao tratarem lixiviado com fluxo

pistonado reduziram o custo para R$ 35/m3.

Lange et al (2006), indicou a utilização de processos oxidativos avançados utilizando

reagente fenton e obteve um custo de R$ 23/m3. Amorim et al (2009), estudando

tratamento de lixiviado com o PAM (MgCl2.6H2O e Na2HPO4.12H2O) estimou um

custo de R$ 1.276/m3 de lixiviado tratado.

Chiang, Patel & Associados, Inc. apud Qasim & Chiang (1994) desenvolveram um

estudo com custos estimados para várias formas de tratamento de lixiviado, baseados

em três vazões: 0,3 L/s; 1,25 L/s e 6,30 L/s, conforme Tabela 2.4, apresentada na

revisão bibliográfica.

Tendo como base a concepção adotada para este estudo e a vazão de 1 L/s, observou-se

que o custo total sugerido por Qasim & Chiang (1994) foi de R$ 4,96 – Coagulação,

Stripping e Carvão Ativado Granular - um percentual de 83% mais baixo quando

comparado ao realizado por este estudo. Porém alguns fatores devem ser considerados.

Inicialmente, o valor do dólar utilizado por Qasim & Chiang (1994) foi de 16 anos atrás.

Além disso, o custo indireto não foi considerado neste levantamento, estando bem

defasado a realidade de uma estação de tratamento.

De uma maneira geral, o custo do tratamento obtido para este estudo – R$ 24,37 – foi

abaixo que o encontrado por diversos autores. Porém, muitas vezes as diferentes formas

de avaliação de custos torna impossível uma comparação entre os estudos realizados.

4.5.3. Comparação entre Custos das Escalas

De acordo com a Tabela 4.42, observou-se que os custos em escala real são menores

que em escala piloto. Isto se torna perfeitamente justificável em função da redução dos

custos diretos, como os reagentes, que em função do consumo em grande quantidade

passa a ter um valor mais baixo para a compra.

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Também se observou que a escala real sofreu um aumento dos custos indiretos em

função da instalação de equipamentos de grande porte e de maior potência como os

homogeneizadores, além do próprio sistema a ser implantado em escala real que possui

um volume maior quando comparado a escala piloto e consequentemente maior custo.

Tabela 4.42 – Comparação entre Custos em Diferentes Escalas. Tipos de Custos Custo em Escala Real –

R$ Custo em Escala Piloto –

R$

Custos Diretos 20,33 27,23 Custos Indiretos 4,04 1,03

Custo total 24,37 28,26

De um modo geral, o valor de m3 tratado foi reduzido em R$ 3,89. Porém este custo

poderia ser mais baixo, mas os custos de instalação elevaram o custo indireto e

consequentemente o custo final da escala real.

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5.0. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES A partir dos resultados obtidos das análises realizadas em bancada e escala piloto para o

tratamento de lixiviado do Aterro Controlado da Muribeca, pode-se concluir que:

A composição química do hidróxido de cálcio ou cal hidratada contribuiu

diretamente no seu desempenho como agente precipitante. Por essa razão,

levando em consideração custo versus benefício foi escolhida uma marca

comercial com baixa concentração de impurezas, boa eficiência na remoção dos

parâmetros avaliados e economicamente viável;

A escolha do leite de cal com concentração de 17 g/L e tempo de floculação de

30 minutos, deveu-se a sua boa performance na remoção de DQO para as

diversas biodegradabilidades de lixiviado analisadas. Também, para esta mesma

concentração tornou-se possível a elevação do pH acima de 11, considerado

ideal no processo de stripping da amônia;

A precipitação química é uma ferramenta essencial ao tratamento de lixiviado,

mesmo para relações DBO/DQO diferentes, uma vez que apresentou uma boa

performance na remoção de DBO, DQO, Cor e Turbidez do lixiviado do Aterro

da Muribeca;

A cor do lixiviado pode estar associada à matéria orgânica recalcitrante uma vez

que as correlações de Pearson obtidas variaram de forte a fortíssima para a

relação Cor versus DQO. Em relação à coloração escura do lixiviado, pode estar

relacionada às substâncias húmicas e fúlvicas. Estas substâncias são

recalcitrantes e tornam-se de difícil remoção físico-química quando o lixiviado é

velho (DBO5/DQO < 0,2) uma vez que há uma diminuição do peso molecular

destas substâncias;

Observou-se que a cor tende a se reduzir com a elevação do pH já que há uma

maior disponibilidade do cátion divalente Ca++, aumentando o peso molecular,

principalmente dos sais orgânicos, precipitando a matéria orgânica, conforme

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observado nas correlações de Pearson que variaram de forte a fortíssima para a

relação Cor versus pH;

Em relação ao estudo do Stripping da Amônia, a concentração média de

nitrogênio amoniacal - no período de 12 horas - para as vazões de 4, 7 e 10

L/min foram, respectivamente, de 13, 7 e 2 mg/L, alcançando para todas as

vazões analisadas em escala de bancada, valores abaixo de 20 mg/L (limite

estabelecido pela Resolução CONAMA 357/05 para o lançamento de efluentes).

De maneira geral, foi observado que o método de stripping pode ser promissor

não apenas para a remoção de nitrogênio amoniacal, mas também para DQO. No

entanto, a poluição atmosférica ainda se apresenta como um dos principais

inconvenientes do método, necessitando estudos direcionados que visem sua

redução;

O sistema de barreira reativa com carvão ativado deve ser utilizado como etapa

de polimento final de um sistema de tratamento de lixiviado, uma vez que as

análises do perfil cinético para lixiviados bruto e pré-tratado demonstraram um

melhor desempenho na remoção de DQO, Amônia e Cor para o lixiviado pré-

tratado. De acordo com as análises de perfil cinético para os carvões ativados do

tipo 6 x 10 e 20 x 40 em lixiviado bruto, constatou-se que o melhor desempenho

na remoção de DQO, amônia e cor ocorreu para o carvão do tipo 20 x 40 que

possui maior área superficial e número de iodo;

A capacidade de sorção do carvão ativado para a cor e DQO funciona de forma

mais eficaz quando comparado a Amônia, uma vez que os coeficientes de

partição e/ou distribuição apontam para isto. Porém, quando há um aumento da

concentração do lixiviado, o carvão ativado adsorve de forma mais eficiente a

DQO e amônia quando comparado a cor. A barreira reativa permeável composta

por carvão ativado, simulada pelo ensaio de coluna, foi eficiente na remoção de

nitrogênio amoniacal, cor e DQO presentes no Lixiviado pré-tratado com

hidróxido de cálcio seguido de stripping;

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Baseado nos ensaios de bancada realizados, a concepção adotada (precipitação

química + stripping + barreira reativa) possui um bom desempenho na remoção

de matéria orgânica, cor e turbidez, necessitando de melhores ajustes para uma

eficiente remoção de amônia;

Traçando-se um paralelo entre os desempenhos dos ensaios em bancada e em

escala piloto, e, observando-se a média global e os respectivos desvios padrões

obtidos pelos ensaios, notou-se que o desempenho em escala piloto foi bem

semelhante a escala em laboratório, diferenciando-se acentuadamente na

remoção da amônia, onde o desempenho médio para o ensaio de bancada foi de

86,6%, enquanto que para a escala piloto foi de apenas 56,4% - cerca de 30% a

menos de eficiência. Porém tal fato pode ser bem justificado pelo baixo tempo

de detenção hidráulico utilizado na escala piloto, cerca de seis vezes menor

quando comparado a escala em bancada;

De um modo geral, em relação aos estudos em escala piloto, a concentração de

DBO e DQO da amostra de lixiviado tratado não foi inferior ao exigido pela

legislação estadual mineira, porém, o desempenho médio de remoção de DBO

(>80%) e DQO (>85%) superou a eficiência de 60% de remoção exigida pela

legislação, tornando-se suficiente ao lançamento em rios. Em relação ao pH,

observou-se que de acordo com o CONAMA 357/05, o pH 9 encontrou-se

enquadrado a legislação vigente. A concentração de amônia para todos os

ensaios encontraram-se acima do permitido. Quanto à cor, de um modo geral,

não conferiu mudança de coloração acentuada ao corpo receptor, estando em

concordância com a legislação federal. A temperatura também encontrou-se em

concordância com o CONAMA 357/05, onde o limite máximo é de 40 graus;

Em relação ao custo de tratamento, notou-se que o maior custo financeiro foi

vinculado aos custos diretos, especificamente na compra dos insumos do ácido

clorídrico e carvão ativado. Calculando-se o custo final do tratamento em escala

piloto - custos diretos e indiretos - obtem-se um valor médio de R$ 28,26/m3 de

lixiviado tratado. Porém, estimando o custo final de tratamento para uma escala

real, de uma maneira geral, o custo obtido – R$ 24,37 – foi abaixo que o

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encontrado por diversos autores e sistemas de tratamentos. As diferentes formas

de avaliação de custos torna impossível uma comparação entre os estudos

realizados;

Considerando os ensaios realizados em escala piloto a fluxo constante, a

concepção adotada (precipitação química + stripping da amônia + barreira

reativa) apresentou-se promissora para um sistema de tratamento de lixiviado de

pela sua fácil operação e baixo custo quando comparado a outros sistemas.

Quanto às recomendações futuras, sugere-se:

Utilizar técnicas de delineamento experimental (DE), a fim de otimizar fatores

condicionantes da reação de precipitação, utilizando-se de um estudo de

otimização para diferentes variáveis que interferem no processo;

Analisar a quantidade e qualidade do lodo gerado pela precipitação química,

durante os ensaios em escala piloto;

Analisar a quantidade e qualidade dos gases gerados, em escala piloto, durante

todo o processo de tratamento concebido;

Realizar a modelagem para o Sistema em Escala Piloto;

Redimensionar a caixa de stripping da amônia para o tempo de 12 horas, a fim

de que o sistema, em escala piloto, funcione de forma eficiente na remoção de

nitrogênio amoniacal;

Realizar estudos referentes ao peso molecular das substâncias húmicas presentes

no lixiviado do Aterro da Muribeca, associando-os a testes de DQO inerte e

biodegradabilidade;

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Analisar as correlações existentes entre parâmetros do lixiviado através de

modelos com interpretação causal (Análise da Trajetória);

Realizar análises de halogênios a fim de verificar o impacto do ácido clorídrico

no meio ambiente e a eficiência do carvão ativado na remoção destes

contaminantes;

Implantar o sistema de Lagoas Aeradas Mecânicas a fim de aumentar a

eficiência na remoção de orgânicos do sistema, adequando-se a todas as

legislações estaduais;

Realizar estudos para obtenção de Créditos de Carbono atarvés da redução de

gases durante as etapas de tratamento de lixiviado.

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