Território Selvagem

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C M Y K C M YK

Tecnologia Editora: Ana Paula Macedo [email protected]

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18 • CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, quarta-feira, 14 de outubro de 2009

10 dicas

Drops digitais

» INTERATIVIDADE

NOBEL MULTIMÍDIAA revelação dos agraciados com os prêmios Nobel,

durante toda a semana passada, mostrou o quanto ainteratividade e a cobertura multimídia avançaram. AFundação Nobel transmitiu os anúncios dos premiadosao vivo pela internet e, pela primeira vez, mandoumensagens SMS para os cadastrados e divulgousimultaneamente os nomes dos vencedores pelo Twitter.O microblog, aliás, não para de crescer: em 2010, vem aía versão em português do serviço.

» PELA REDE

DE CUBA, UM BELO BLOGA Editora Contexto lançou no Brasil, na semana

passada, De Cuba, com carinho, um livro da blogueiracubana Yoani Sánchez. Responsável pelo blogGeneración Y (a versão em português:www.desdecuba.com/generaciony_pt/), Yoani tem 34anos e já foi apontada pela revista norte-americana Timecomo uma das personalidades mais influentes domundo. No blog, ela conta com detalhes como é a vidana ilha, com delicadeza e humor. Até o fim da semanapassada, a editora brasileira ainda esperava a vinda daescritora/blogueira cubana — as autoridades de lávinham criando todo o tipo de dificuldades burocráticas,mesmo com pedidos do Senado brasileiro para que elapudesse viajar.

» GRÃ-BRETANHA

HACKER ÀBEIRA DAEXTRADIÇÃO

O britânico GaryMcKinnon, acusado deinvadir computadoresdo Pentágono, daNASA, do Exército, da Força Aérea e da Marinhados Estados Unidos entre fevereiro de 2001 emarço de 2002, perdeu a chance de apelar àmais alta Corte de Justiça do Reino Unido contraa extradição exigida pelos norte-americanos. Ainformação foi dada na sexta-feira pelaadvogada de McKinnon, Karen Todner. Obritânico, que agia sob o codinome “Solo”, temhoje 43 anos, sofre da Síndrome de Asperger,uma forma de autismo, e tem obsessão pelotema vida fora da Terra. Ele não nega asinvasões, mas garante que nada fez de mau àrede norte-americana. À agência de notíciasFrance-Presse, a mãe de “Solo”, Janis Sharp (foto), atacou duramente a decisãobritânica: “Nenhum outro país do mundoofereceria tão facilmente os seus cidadãos aosEstados Unidos como bode expiatório,puramente para proteger uma relação políticaespecial. Usar o meu vulnerável filho destaforma é lamentável, imoral e desumano”.

» CONTRA FEBRE TIFOIDE

BIOSSENSORESPANHOL

Deu no site Inovação Tecnológica(www.inovacaotecnologica.com.br),um belo espaço para quem gosta deciência e tecnologia: pesquisadoresespanhóis acabam de desenvolverum biossensor que promete“detectar instantaneamente abactéria causadora da febre tifoide,mesmo que o micro-organismo esteja em baixíssimasconcentrações, dificilmentedetectáveis com as técnicas atuais”.Segundo o texto, os métodos atuaispara detecção da bactériaSalmonella typhi exigem umaanálise bioquímica em laboratórioque leva de um a dois dias. Obiossensor, que registra o IT, éformado por nanotubos de carbonoe fragmentos sintéticos de DNA,chamados aptâmeros, que ativamum sinal elétrico quando se ligam à bactéria. A leitura direta do sinalelétrico indica a presença do micro-organismo. A descoberta mostracomo a nanotecnologia não pára de avançar.

Saiba como aprender a minimizar os riscos da navegação nainternet para crianças e adolescentes. Como a rede sofre comperigos transpostos do mundo real, o diálogo é fundamental

Territórioselvagem

O que sobrou para eles

Nome do site Mulheres

Digg 36%

» REDES SOCIAIS

DOMÍNIO FEMININOSaiu no blog Information is Beautiful: as mulheres são maioria em quase

todas as redes sociais relevantes do planeta. Confira alguns dados da tabelacompilada por David McCandless:

Elas mandam

Nome do site Mulheres

hi5 54%Flickr 55%Friendfeed 55%Twitter 57%Facebook 57%MySpace 64%Bebo 68%

Em pé de igualdade

Nome do site Mulheres

LinkedIn 50%YouTube 50%DeviantART 50%Del.i.cio.us 52%

Ainternet é fonte de informa-ção e entretenimento paramilhões de pessoas em todoo mundo. Sua utilização, en-

tretanto, principalmente por criançase adolescentes, exige muita atenção. Agrande rede pode ser o palco de prati-camente todos os crimes que aconte-cem no ambiente real, como pedofiliae aliciamento de crianças para a pros-tituição. Contudo, tomadas algumasatitudes simples, o seu uso pode serbastante seguro e confiável.

O assessor de prevenção da organi-zação não governamental SaferNet,Rodrigo Nejm, ressalta que o mundovirtual apresenta os mesmos perigosque o mundo real. “As pessoas preci-sam ter em mente que qualquer cri-me que acontece na vida real podetambém acontecer via internet”, sus-tenta. Segundo ele, o mesmo cuida-do que é tomado no cotidiano “real”deve ser transposto para a internet.“Da mesma forma que os pais orien-tam seus filhos a não falarem com es-tranhos na rua, é importante orientá-los a não conversar com desconheci-dos na internet.”

Segundo dados da SaferNet, noprimeiro semestre deste ano 55% dasmais de 44,5 mil denúncias de crimesna web se referiam à pornografia in-fantil. O crime pode ocorrer de váriasformas. Há casos, por exemplo, nosquais as crianças são coagidas a foto-grafar o próprio corpo, ou exibi-lo poruma webcam. Em outras situações, oassédio acontece de forma mais sutil,quando os agressores induzem ascrianças a falarem sobre sexo. A redetambém é um dos caminhos para aexploração sexual, principalmente deadolescentes, recrutados via internetpara a prostituição.

Para Rodrigo, outro problema quevem crescendo entre os jovens inter-nautas brasileiros é o chamado “sexpin”, em que, durante uma paquerapela internet, o adolescente fotografapartes íntimas do próprio corpo e en-via para outros jovens. O problema éque, na maioria das vezes, essas fotosacabam sendo divulgadas para ou-tras pessoas, indo parar inclusive emredes de prostituição. “O jovem preci-sa ter a consciência de que a interneté um lugar público, como a rua, porexemplo. A partir do momento que

ele envia suas fotos, perde total con-trole sobre o destino que elas irão to-mar”, alerta.

EstratégiaCássia Barros Pacheco, mãe de Vic-

tória, 10 anos, e Augusto, 7, é rigorosano controle do acesso dos filhos. Nacasa, o laptop da família fica guardadofora do alcance das crianças. “Eles sóentram junto comigo. No MSN, usama minha conta, e todos os outros sitesque exigem senha, eu controlo”, expli-ca ela, que tenta minimizar o tempoque as crianças passam no computa-dor. “Todas vezes que eles pedem paraentrar, eu tento convencê-los a fazeroutra coisa, como montar um quebra-cabeças ou ler um livro.”

Mesmo com todos os cuidados,

Cássia já se viu em uma situaçãocomplicada. Um dia, ao abrir o perfilda filha em um site de relacionamen-tos, ela se deparou com diversas ima-gens de pornografia deixadas por umdesconhecido. “A minha filha ficousem entender o que estava aconte-cendo, eu apaguei tudo e ficamosmuito tempo sem acessar esse site”,conta a mãe. Apesar do susto, a situa-ção serviu para orientar melhor a fi-lha sobre os perigos da internet. “Euaproveitei para mostrar para ela queeu controlo tanto o uso do computa-dor para evitar situações como aque-la”, completa.

Para Marcus Fonseca, coordena-dor de desenvolvimento de sistemasdo Instituto Brasileiro de Informa-ções em Ciência e Tecnologia (IBICT),autarquia ligada ao Ministério da

Ciência e Tecnologia, é importante ospais incentivarem o uso educativo dainternet. “Os pais precisam incentivaras crianças a acessarem sites de con-teúdo positivo. Também seria interes-sante criar um cardápio de sites edu-cativos ou de entretenimento previa-mente selecionados, onde a navega-ção é segura”, conta.

Outra opção é a instalação de blo-queadores de conteúdo, programasde fácil instalação que impedem que acriança acesse sites com pornografiaou violência. No entanto, os pais de-vem ficar atentos. O uso desses pro-gramas não garante proteção total,porque existem sites que ensinam co-mo desativá-lo sem a autorização dospais. Portanto, diálogo e conscientiza-ção são sempre a melhor saída.

Medida drásticaA dona de casa Dilza Scarpa resol-

veu adotar uma atitude drástica emrelação à exposição dos filhos na in-ternet. Para proteger Rodrigo, 14 anos,e a pequena Camila, 9, ela decidiu nãomanter computadores em casa. Ape-sar da reclamação das crianças, oacesso é feito apenas na escola e parapesquisas escolares. “Não quero queeles deixem de estudar ou brincar pa-ra passar o dia todo em frente ao com-putador”, justifica a mãe.

A atitude linha dura parece estardando bons resultados. O filho maisvelho, Rodrigo, é um dos melhoresalunos da escola. “Eu sempre recebocartas da direção do colégio dele pa-rabenizando pelas notas dele, pelosseus resultados nos simulados” , or-gulha-se a mãe. Ela atribui o sucessonos estudos ao tempo que o filho eco-nomiza não utilizando o computa-dor. “Se ele tivesse acesso, passaria odia todo conectado, ia deixar de estu-dar e de fazer outras brincadeirasmais saudáveis. Assim, pelo menospor enquanto, nada de computadoraqui em casa”, conclui.

Dilza, com os filhos, Rodrigo e Camila: acesso a computadores só na escola

Cássia (E), Augusto e Victória: meninos só utilizam a internet acompanhados pela mãe

Veja abaixo algumas sugestões que podem ajudar acontrolar melhor o tipo de conteúdo que crianças têmacesso na internet. Apesar de muito úteis, osespecialistas lembram que o diálogo é sempre amelhor maneira de manter seu filho protegido.

1. Estimule seus filhos a compartilharem asexperiências deles na internet com você. Navegue na rede com ele. Conhecer a internet é a melhor formade ajudar seu filho a evitar as armadilhas. Colocar ocomputador em uma área movimentada da casatambém pode facilitar seu controle sobre o que ele acessa

2. Ensine seus filhos a confiar em seus instintos. Se algoonline os deixa nervosos, eles devem dizer isso a você

3. Se seus filhos visitam salas de bate-papo, utilizamprogramas de mensagem instantânea, jogos online ououtras atividades na internet que solicitam login esenhas para identificação, ajude-os a escolhê-las eoriente-os para que eles não revelem qualquerinformação pessoal

4. Insista para que seus filhos nunca divulguemendereço, número de telefone, escola onde estudam ouqualquer outra informação pessoal. Explique quepessoas mal intencionadas podem utilizar essasinformações

5. Ensine seus filhos a diferença entre o que é bom e oque é ruim na internet e compare com situações domundo real. Mostre para eles que, da mesma formaque na vida real, existem pessoas boas e ruins na rede

6. Mostre aos seus filhos como respeitar os demaisonline. Certifique-se de que eles saibam que as regrasde bom comportamento não mudam somente porqueestão em uma máquina

7. Insista para que eles respeitem a propriedade dosoutros que estão online. Explique que realizar cópiasilegais do trabalho de outras pessoas (música, vídeos,jogos e outros programas) é roubo

8. Diga aos seus filhos que eles nunca devem marcarum encontro pessoal com amigos virtuais. Explique queos amigos online podem não ser quem dizem que são

9. Ensine a eles que nem tudo o que leem e veemonline é verdade. Estimule-os a perguntarem, se nãoestão seguros da veracidade das coisas na rede

10. Controle a atividade online dos seus filhos comsoftwares avançados de internet. A proteção infantilpode filtrar conteúdo prejudicial, supervisionar os sitesque seu filho visita e averiguar o que ele faz neles.Acima de tudo, oriente-o sempre sobre os perigos dainternet

Fonte: ONG SaferNet

www.correiobraziliense.com.br

Leia íntegra da cartilha da SaferNet sobre segurança online

Elio Rizzo/Esp. CB/D.A Press

Paulo de Araújo/CB/D.A Press

Toby Melville/Reuters