TERMORREGULAÇÃO

35
TERMORREGULAÇÃO E MEIO AMBIENTE DELMAR ARAÚJO RIBEIRO FILHO

description

termoregulação

Transcript of TERMORREGULAÇÃO

TERMORREGULAO

TERMORREGULAO E MEIO AMBIENTE

DELMAR ARAJO RIBEIRO FILHOINTRODUOA termorregulao a representao de equilbrio dinmico entre fatores que acrescentam ou subtraem o calor. Existe uma integrao de mecanismos responsveis pela reteno e dissipao do calor, sendo os responsveis pela preveno do superaquecimento ou do super-resfriamento do corpo.A manuteno da temperatura corporal constante exige que a perda de calor esteja coordenada com a taxa de produo de calor.

O corpo humano utiliza mecanismos nervosos e hormonais para garantir que o corpo mantenha a temperatura interna constante, ocasionando calafrios, tremores e outros meios, chamados de termognese.

TERMOSTATO DO CORPO HIPOTLAMOO centro termorregulador do corpo est localizado no HIPOTLAMO.O hipotlamo anterior responsvel, sobretudo, por controlar o aumento do calor corporal, enquanto o hipotlamo posterior responsvel pela reao a uma diminuio da temperatura corporal.Em geral, o hipotlamo funciona de modo similar a um termostato domestico, isto , ele tenta manter uma temperatura central constante.

EQUILBRIO TRMICO DURANTE O EXERCCIOSegundo POWERS E HOWLEY (2000), o objetivo da regulao da temperatura a manuteno de uma temperatura interna constante e, com isso, a preveno do superaquecimento ou do superresfriamento.

Existe um gradiente trmico entra a temperatura interna (reas centrais profundas, incluindo o corao, os pulmes e os rgos abdominais) e a temperatura superficial (pele).

Durante o exerccio, a temperatura corporal regulada por meio de ajustes da quantidade de calor perdida.

OLIVEIRA (2009 apud BASSET et al, 1987) relata que, durante exerccios realizados em ambientes quentes, a vasodilatao perifrica e a sudorese so os principais mecanismos de dissipao de calor.

Alguns autores propem que a evaporao do suor seja responsvel por 80% da perda de calor do corpo para o ambiente, de forma que para um homem de 70kg, a cada 100ml de suor evaporado, atenua-se uma elevao de 1C na temperatura corporal.

Uma das funes importantes do sistema circulatrio o transporte de calor.O sangue muito eficaz nessa funo por possuir alta capacidade de armazenar calor. Quando o corpo tende a perder calor, o fluxo sanguneo cutneo aumenta como um meio de promover a perda de calor para o meio ambiente.Em contraste, quando o objetivo da regulao da temperatura impedir a perda de calor, o sangue desviado da pele e direcionado para o interior do corpo a fim de evitar a perda adicional de calor.

MENSURAO DA TEMPERATURA DURANTE O EXERCCIOVrios mecanismos fisiolgicos agem para que o calor produzido nos msculos atravs do exerccio seja eliminado para o meio esterno atravs da pele com a ajuda de processos termorregulatrios e hemodinmicos que fazem uma vasodilatao superficial.POWERS e HOWLEY(2000) afirmam que:

A mensurao de temperatura interna do corpo pode ser realizada com termmetros de mercrio ou de dispositivos conhecidos como TERMOPARES ou TERMISTORES. Os locais comuns de mensurao incluem o RETO, o OUVIDO(temperatura timpnica) e o esfago.

PRODUO DE CALORO corpo produz calor interno em decorrncia dos processos metablicos normais.

Segundo POWERS E HOWLEY (2000), a produo de calor pode ser classificada como (1) voluntria (exerccio) ou (2) involuntria (tremores ou produo bioqumica de calor causada pela secreo de hormnios como a tiroxina e as catecolaminas.Como o corpo no mximo 20-30% eficiente, 70-80% da energia gasta durante o exerccio aparece como calor. No exerccio intenso, isso pode resultar numa grande carga de calor.No exerccio o corpo passa por um superaquecimento, liberando assim uma grande produo de secreo de suor, na superfcie da pele atravs das glndulas sudorparas, para produzir o resfriamento do corpo.

A produo involuntria de calor pelos tremores a principal forma de aumento da produo de calor durante a exposio ao frio.O aumento da produo de calor pode ocorrer tambm atravs datermognese sem tremor,decorrente da combinao das influencias da tiroxina e das catecolaminas, que fazem um aumento na taxa do metabolismo.

PERDA DE CALORA perda de calor pode ocorrer por quatro processos: RADIAO, CONDUO, CONVECO E EVAPORAO.

RADIAO a perda de calor sob a forma de raios infravermelhos.

Ela inclui a transferncia de calor de uma superfcie de um objeto para a superfcie de outro sem que haja contato fsico. Em repouso num ambiente confortvel, 60% da perda de calor ocorre por meio da radiao.CONDUOConduo a transferncia de calor do corpo para as molculas de objetos mais frios em contato com a sua superfcie.

Um exemplo a transferncia de calor do nosso corpo para uma cadeira metlica ao nos sentarmos. Em geral, o corpo perde somente pequenas quantidades de calor em decorrncia desse processo.

CONVECOConveco uma forma de perda condutiva de calor na qual o este transmitido para as molculas do ar ou da gua que esto em contato com o corpo.

Na perda de calor por conveco, as molculas do ar ou da gua so aquecidas e se distanciam da fonte de calor, sendo substitudas por molculas mais frias.A quantidade de perda de calor por conveco depende do fluxo de ar sobre a pele. Assim, sob as mesmas condies de vento, o ciclismo em alta velocidade aumenta o resfriamento por conveco comparado com o ciclismo em baixa velocidade.

O nado em gua fria tambm resulta numa perda de calor por conveco. A eficcia da gua no resfriamento cerca de 25 vezes superior do ar na mesma temperatura.

EVAPORAOA evaporao responsvel por aproximadamente 25% da perda de calor em repouso, mas, na maioria das condies ambientais, o meio mais importante de perda de calor durante o exerccio.

O resfriamento por evaporao durante o exerccio ocorre da seguinte forma: Quando a temperatura corporal aumenta alm do normal, o sistema nervoso estimula as glndulas sudorparas a secretar suor sobre a superfcie cutnea. Quando o suor evapora, o calor perdido para o meio ambiente, o qual, por sua vez, reduz a temperatura cutnea. A evaporao do suor da pele depende de trs fatores: da temperatura e da umidade relativa, das correntes convectivas em torno do corpo e da quantidade de superfcie cutnea exposta ao meio ambiente.A umidade relativa elevada reduz a taxa de evaporao, por essa razo, o resfriamento por evaporao mais efetivo em condies de umidade baixa.

EXERCCIO NO CALORO exerccio contnuo num ambiente quente/mido representa um desafio para a manuteno da temperatura corporal normal.

O calor e a umidade elevados reduzem a capacidade de o corpo perder calor por radiao/conveco e evaporao.

O efeito combinado da perda lquida e da temperatura central elevada aumenta os riscos de hipertermia e de leso pelo calor.DESEMPENHO DO EXERCCIO EM UM AMBIENTE QUENTEA hipertermia pode diretamente diminuir o desempenho do exerccio em razo de dano ao sistema nervoso central. Especificamente, a hipertermia pode atuar no sistema nervoso central reduzindo o controle mental sobre o desempenho motor.Apesar das controvrsias, um recente estudo indica que o fluxo sanguneo dos msculos reduzido durante um exerccio prolongado em um ambiente quente. Como a temperatura aumenta durante o exerccio em um ambiente quente, o fluxo sanguneo se move dos msculos contrteis para a pele para auxiliar no resfriamento do corpo.

Comparado ao exerccio e um ambiente frio, o trabalho no calor acarreta um incio mais rpido da fadiga muscular.

O exerccio no calor tambm aumenta o uso do glicognio muscular e eleva a produo de lactato.

ACLIMATAO AO CALORO exerccio regular em um ambiente quente produz uma srie de ajustes fisiolgicos destinados a minimizar os distrbios da homeostasia decorrentes do estresse trmico. O resultado da aclimatizao ao calor uma menor frequncia cardaca e uma menor temperatura central durante o exerccio submximo.As adaptaes iniciais durante a aclimatao ao calor, so o aumento do volume plasmtico, o incio mais precoce da transpirao mais elevada, a reduo da perda de sal no suor, a reduo do fluxo sanguneo cutneo e o aumento da sntese de protenas de choque trmico. O interessante que a aclimatao ao calor ocorre rapidamente. A aclimatao ao calor acarreta um aumento de 10-12% do volume plasmtico.

Um resfriamento por evaporao muito maior possvel, o qual uma grande vantagem na minimizao do armazenamento de calor durante o trabalho prolongado. As perdas de sdio e de cloreto no suor so reduzidas aps a aclimatao ao calor em decorrncia do aumento da secreo de aldosterona.PERDA DE ACLIMATAO A taxa de perda da aclimatao ao calor rpida, com redues da tolerncia ao calor ocorrendo em poucos dias de inatividade revelaram que a tolerncia ao calor pode diminuir significativamente em sete dias de no-exposio e a perda total de tolerncia pode ocorrer aps 28 dias de no-exposio ao calor.

EXERCCIO EM UM AMBIENTE FRIOO exerccio num ambiente frio melhora a capacidade de o atleta perder o calor e, consequentemente, reduz bastante as chances de leso pelo calor. Em geral, a combinao da produo metablica de calor e as roupas quentes impedem o desenvolvimento da hipotermia, durante o trabalho de curta durao num dia frio. No entanto, o exerccio no frio durante longos perodos ou o nado em gua fria pode superar a capacidade de o corpo impedir a perda de calor e gerar hipotermia.Os indivduos com uma porcentagem elevada de gordura corporal apresentam uma vantagem em comparao com os magros no que concerne a tolerncia ao frio.

A participao em atividades esportivas no frio pode apresentar vrios outros tipos de problema para o atleta. O corpo exposto suscetvel ao congelamento, o qual pode representar uma condio clnica grave.ACLIMATAO AO FRIONos seres humanos expostos de forma crnica ao frio ocorrem pelo menos trs adaptaes fisiolgicas exposio ao frio. Primeiro, a adaptaes ao frio acarreta uma reduo da temperatura cutnea mdia na qual o tremor comea.Um segundo ajuste fisiolgico que ocorre em razo da aclimatao ao frio que os indivduos ajustados ao frio mantm uma maior temperatura mdia das mos e dos ps durante a exposio ao frio em comparao com as pessoas no aclimatadas.A terceira adaptao fisiolgica ao frio o aumento da capacidade de dormir em ambientes frios.

BIBLIOGRAFIAGUYTON, A. C.; HALL, J. E. Fisiologia Humana e Mecanismos das doenas. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988.HOWLEY, E. T.; POWERS, S. K. Fisiologia do Exerccio: Teoria e aplicao ao condicionamento e ao desempenho. So Paulo: Manole, 2000.http://movimenteseucorpo.blogspot.com.br/2011/03/termorregulacao.html. ACESSO EM: 16.09.2013.http://clinicadoexercicio2010b.blogspot.com.br/p/termorregulacao.html. ACESSO EM: 16.09.2013.