TERMO DE APROVAÇÃO Mariângela Scornavacca TRABALHO...

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TERMO DE APROVAÇÃO Mariângela Scornavacca TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção de grau de Médica Veterinária do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná. Orientador: Prof°.Dr. José Mauricio França Prof°. Anderlise Borsoi Universidade Tuiuti do Paraná Prof° Maria Aparecida de Alcantara Universidade Tuiuti do Paraná Curitiba 2010

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TERMO DE APROVAÇÃO

Mariângela Scornavacca

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção de grau de Médica Veterinária do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.

Orientador: Prof°.Dr. José Mauricio França

Prof°. Anderlise Borsoi

Universidade Tuiuti do Paraná

Prof° Maria Aparecida de Alcantara

Universidade Tuiuti do Paraná

Curitiba

2010

ii

DEDICO

Ao meu Deus por me dar força na hora em que eu mais precisava.

Aos meus pais, por me dar apoio, força, amor e por serem meu porto seguro.

Ao meu querido irmão companheiro, amigo, por ter o maior orgulho de mim.

As minhas pequenininhas Molly e Melodee companheira s de todas as horas.

iii

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por me dar forças, guiar meus passos e realizar meu

grande sonho.

A minha mãezinha, por estar do meu lado em todos os momentos da minha

vida, por provar que tudo é possível. Obrigada, voc ê é a pedra mais valiosa

que tenho.

Ao meu paizinho, por me dar a oportunidade de ser M édica Veterinária, e

tornar meu sonho hoje minha realidade. Pai você é t udo.

Ao meu irmão, pelo seu carinho e apoio, você é espe cial.

Ao meu orientador, Prof°. Dr. José Maurício França, por sua paciência,

dedicação e atenção.

A equipe da Vigilância Sanitária do Distrito Sanitá rio Boa vista, a equipe de

alimentos pela atenção e dedicação que contribuiu p ara elaboração deste

trabalho. Agradeço em especial à Anabelle, Marcos e Vilmarise.

iv

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. ATIVIDADES REALIZADAS NO DSBV...................................................02

FIGURA 2. CHANCELA DO SIM................................................................................07

FIGURA 3. EMPANADO DE FRANGO APRESENTANDO DESCONGELAMENTO E FORA DA TEMPERATURA INDICADA PELO FABRICANTE...................................58

FIGURA 4. BISTECA SUÍNA TEMPERADA SEM IDENTIFICAÇÃO E SEM PROTEÇÃO...............................................................................................................59

FIGURA 5. COXA DE FRANGO TEMPERADA SEM IDENTIFICAÇÃO...................59

FIGURA 6. TODOS OS ALIMENTOS SENDO INUTILIZADOS COM PRODUTO QUÍMICO....................................................................................................................60

FIGURA 7. FREEZER HORIZONTAL EM PÉSSIMAS CONDIÇÕES DE HIGIENE, APRESENTANDO FERRUGEM TANTO NA PARTE INTERNA, QUANTO EXTERNA...................................................................................................................60

FIGURA 8. EQUIPAMENTO (FREEZER) FICA INTERDITADO POR APRESENTAR

PÉSSIMAS CONDIÇÕES DE HIGIENE.....................................................................61

FIGURA 9. PIA EM PRECÁRIAS CONDIÇÕES DE HIGIENE E SEM PAPEL

TOALHA E SABONETE LÍQUIDO.............................................................................62

FIGURA 10. LIXEIRA SEM TAMPA E PEDAL...........................................................62

FIGURA 11. TETO COM ALGUMAS PARTES SEM FORRO...................................63

FIGURA 12. ALIMENTO SEM IDENTIFICAÇÃO, SEM DATA DE VALIDADE E

FABRICAÇÃO, SEM A DEVIDA PROTEÇÃO...........................................................63

FIGURA 13. FIAÇÃO EXPOSTA SEM A DEVIDA MANUTENÇÃO..........................64

FIGURA 14. PRESENÇA DE BARATAS NA ÁREA DA COZINHA...........................64

FIGURA 15. BACON DEFUMADO SEM A CHANCELA DO SIM..............................66

FIGURA 16. CARNE BOVINA SEM IDENTIFICAÇÃO..............................................67

FIGURA 17. FRIOS FATIADOS EXPOSTO À VENDA SEM A CHANCELA DO

SIM.............................................................................................................................67

v

FIGURA 18. PRODUTOS APREENDIDOS EM DEPÓSITO PARA SEREM

INUTILIZADOS...........................................................................................................68

FIGURA 19. ACÚMULO DE LENHA E LIXO.............................................................72

FIGURA 20. FIAÇÃO EXPOSTA EM MAQUINÁRIOS..............................................72

FIGURA 21. MAQUINÁRIOS EM PESSIMAS CONDIÇÕES DE HIGIENE...............73

FIGURA 22. FIAÇÃO EXPOSTA DOS CHUVEIROS DOS BANHEIROS.................73

FIGURA 23. TETO DOS BANHEIROS EM PÉSSIMAS CONDIÇÕES E COM MUITA

UMIDADE...................................................................................................................74

FIGURA 24. TETO SEM FORRO E COM ABERTURA EXTERNA...........................74

FIGURA 25. ESTOQUE CONTENDO GRANDE QUANTIDADE DE MATÉRIA-

PRIMA........................................................................................................................75

FIGURA 26. PROLIFERAÇÃO DE INSETOS E ARACNÍDEOS NOS DUCTOS DE

PRODUÇÃO...............................................................................................................75

FIGURA 27. MAQUINÁRIOS APRESENTANDO PARTES COM FERRUGEM.......76

FIGURA 28. FUNCIONÁRIOS SEM UNIFORMES E SEM EQUIPAMENTO DE

PROTEÇÃO INDIVIDUAL..........................................................................................76

FIGURA 29. GRANDE QUANTIDADE DE MASSAS ALIMENTÍCIAS

ARMAZENADAS EM SACOS DE FARINHA PARA SEREM EMBALADOS............77

FIGURA 30. FUNCIONÁRIOS UNIFORMIZADOS....................................................78

FIHURA 31.LIXEIRAS COM TAMPA E PEDAL.........................................................78

FIGURA 32. PORTAS COM FECHAMENTO AUTOMÁTICO, SEPARANDO ÁREA

DE PRODUÇÃO DA ÁREA DE MATÉRIA-PRIMA....................................................79

FIGURA 33. PIA DE HIGIENIZAÇÃO DE MÃOS, COM SISTEMA DE

ACIONAMENTO AUTOMÁTICO, COM SABONETE LÍQUIDO E PAPEL TOALHA..79

FIGURA 34. MATÉRIA-PRIMA IDENTIFICADA OBEDECENDO O EMPILHAMENTO

ADEQUADO...............................................................................................................80

vi

FIGURA 35. MAQUINÁRIOS PINTADOS E COM FIAÇÃO EMBUTIDAS.................80

FIGURA 36. DUCTOS DE PRODUÇÃO LIMPOS E SEM INSETOS........................81

FIGURA 37. CHUVEIROS DOS BANHEIROS COM FIAÇÃO NOVA.......................81

FIGURA 38. ARMÁRIOS DOS VESTIÁRIOS REFORMADOS E ORGANIZADOS.82

vii

LISTA DE SIGLAS

ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária

Aw: Atividade de Água

BPF: Boas Práticas na Fabricação e Manipulação de Alimentos

CAU: Central de Atendimento ao Usuário

DSBV: Distrito Sanitário Boa Vista

DTA’S: Doenças Transmitidas por Alimentos

EHEC: Enterohemorrágica

EIEC: Enteroinvasora

EPEC: Enteropatogênica

ETEC: Enterotoxigênica

LACEN: Laboratório Central do Estado

LS: Licença Sanitária

MAPA: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

PEPS: Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai

PH: Potencial Hidrogeniônico

POP’S: Procedimentos Operacionais Padronizados

PVC: Policloreto de Vinilo

PVPS: Primeiro que vence, primeiro que saí

SIM: Serviço de Inspeção Municipal

SMS: Secretaria Municipal da Saúde

TNE: Terapia de Nutrição Enteral

VISA:Vigilância Sanitária

viii

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1. PRINCIPAIS OPERAÇÕES BÁSICAS UTILIZADAS PELA

TECNOLOGIA DE ALIMENTOS................................................................................15

QUADRO 2. CARACTERÍSTICAS DOS ALIMENTOS..............................................16

QUADRO 3. ATUAÇÃO DA VISA NO SETOR DE ALIMENTOS

DSBV..........................................................................................................................53

QUADRO 4. CLASSE DE ESTABELECIMENTOS VISITADOS PELA VISA – DSBV

NO PERÍODO DE 08/02/2010

À16/04/2010...............................................................................................................54

QUADRO 5. PRINCIPAIS ATIVIDADES REALIZADAS PELA EQUIPE DE

ALIMENTOS DO DSBV..............................................................................................54

ix

LISTA DE TABELAS

TABELA 1. GRAUS DE ACIDEZ DE DIVERSOS TIPOS DE

ALIMENTOS...............................................................................................................32

TABELA 2. MICRORGANISMOS SEGUNDO O GRAU DE ATIVIDADE

AQUOSA....................................................................................................................33

TABELA 3. POTENCIAL DE ÓXIDO-REDUÇÃO DE ALGUNS ALIMENTOS E SUAS

RELAÇÕES COM PH.................................................................................................33

x

RESUMO

O presente trabalho foi baseado no estágio curricular obrigatório pela acadêmica Mariângela Scornavacca que foi realizado no Distrito Sanitário Boa vista (DSBV), Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, na área da Vigilância Sanitária, no setor de alimentos, no período de 08 de fevereiro a 16 de abril, totalizando 364 horas, sob orientação acadêmica Prof° Dr. José Maurício França e orientação profissional do Médico Veterinário Marcos Armando Alves Pereira. O estágio teve como objetivo acompanhar as atividades dos técnicos da Vigilância Sanitária, em diversos tipos de inspeções com maior ênfase na área de alimentos. As atividades desenvolvidas na área de atuação da Vigilância Sanitária foram: a solicitação da licença sanitária a liberação de alvará, a aprovação de projetos arquitetônicos e o atendimento das denúncias junto a Central de Atendimento ao Usuário (CAU). As atividades programadas se referem as Coletas de Amostras de Alimentos e as Inspeções do Serviço de Inspeção Municipal (SIM). Além dessas atividades, foi possível acompanhar apreensões de produtos, infrações, interdições, inutilizações, intimações, entre outras atividades. O Processo Administrativo da Vigilância Sanitária julga e aplica a penalidade ao estabelecimento. Na área de alimentos, pode-se compreender e ter um conhecimento mais amplo da legislação vigente transmitido pelos fiscais aos estabelecimentos inspecionados que resultou em melhorias dos serviços oferecidos à população, assim diminuindo a contaminação de alimentos, garantindo a saúde da população.

Palavras-chave: Vigilância Sanitária; Alimentos; Fiscais;Saúde.

xi

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................1

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO................... .............................................2

2.1 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DO DISTRITO SANITÁRIO DO BOA .....................

VISTA..........................................................................................................................3

2.2.VIGILÂNCIA SANITÁRIA ......................................................................................4

2.3 COMPETÊNCIAS..................................................................................................4

2.4 DEFINIÇÕES IMPORTANTES DENTRO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA...............5

2.5 A AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA) .......................5

2.6. SERVIÇO DE INSPEÇÃO MUNICIPAL (SIM)......................................................6

2.7 A CHANCELA DO SIM – CURITIBA .....................................................................7

2.8. AÇÕES DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA ..................................................................8

2.9 CONSULTA AZUL / CONSULTA COMERCIAL ....................................................9

2.10 LICENÇA SANITÁRIA.........................................................................................9

2.11 CENTRAL DE ATENDIMENTO AO USUÁRIO 156 - CAU................................11

2.12 AUTO/TERMO ..................................................................................................11 2.12.1 Termo de Intimação ....................................................................................12 2.12.2 Termo de Apreensão ..................................................................................12 2.12.3 Termo de Inutilização..................................................................................12 2.12.4 Termo de Interdição ....................................................................................12 2.12.5 Termo de Desinterdição..............................................................................13 2.12.6 Termo de Ciência........................................................................................13

2.13 PRAZO PARA ADEQUAÇÕES.........................................................................13

2.14 PROVAS ...........................................................................................................13

2.15 ANÁLISE DE PROJETOS ARQUITETÔNICOS...............................................14

2.16 JUNTADA..........................................................................................................14

2.17 JULGAMENTO..................................................................................................14

xii

2.18 PENALIDADE....................................................................................................14

2.19 PROCESSO ADMINISTRATIVO SANITÁRIO ..................................................14

3. VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS .............. ..........................................15

3.1 IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS..........................................15

3.2 OPERAÇÕES BÁSICAS DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS ...........................16

3.3. PERIGOS EM ALIMENTOS ...............................................................................18

3.4 PERIGOS BIOLÓGICOS.....................................................................................18

3.5 PERIGOS FÍSICOS.............................................................................................18 3.5.1 Vidros e seus fragmentos .............................................................................19 3.5.2 Fragmentos de metais ..................................................................................20 3.5.3 Pedras...........................................................................................................20 3.5.4 Madeiras e seus fragmentos.........................................................................20 3.5.5 Materiais plásticos.........................................................................................20 3.5.6 Insetos e seus fragmentos, pelos de roedores e penas de aves ..................21

3.6 PERIGOS QUÍMICOS.........................................................................................21 3.6.1 Produtos de limpeza .....................................................................................22 3.6.2 Pesticidas......................................................................................................22

3.7 QUALIDADE DE MATÉRIA PRIMA ....................................................................22

3.8 FATORES DE RISCO .........................................................................................23

3.9 PRODUÇÃO........................................................................................................23

3.10 TRANSPORTE..................................................................................................23

3.11 TRATAMENTO INDUSTRIAL ...........................................................................24

3.12 EMBALAGENS..................................................................................................24 3.12.1 Tipos de matérias de embalagens ..............................................................25 3.12.2 Funções das embalagens ...........................................................................25

4. CONTAMINAÇÃO DOS ALIMENTOS...................... ............................................25

4.1 IMPORTÂNCIA DOS MICRORGANISMOS........................................................25

4.2 TIPOS DE CONTAMINAÇÃO .............................................................................26

4.3 FATORES QUE INFLUENCIAM A MULTIPLICAÇÃO BACTERIANA ................27

xiii

4.4. CONTAMINAÇÃO POR MICRORGANISMOS...................................................28

4.5 Salmonella sp......................................................................................................28

4.6 Salmonella Typhi.................................................................................................29

4.7 Listeriose............................................................................................................29

4.8 Campylobacter Jejuni ..........................................................................................30

4.9 Staphylococcus Aureus .......................................................................................31

4.10 Escherichia Coli.................................................................................................31

4.11 Proteus..............................................................................................................32

4.12 FATORES INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS QUE CONTROLAM O DESENVOLVIMENTO MICROBIANO NOS ALIMENTOS ........................................34

4.13 PARÂMETROS INTRÍNSECOS........................................................................34 4.13.1 Ph................................................................................................................34 4.13.2 Conteúdo em umidade................................................................................35 4.13.3 Potencial óxido-redução (Eh) ......................................................................36 4.13.4 Conteúdo em nutrientes..............................................................................37

4.14 PARÂMETROS EXTRÍNSECOS.......................................................................37

5. AGENTES PARASITÁRIOS CAUSADORES DE DOENÇAS DE OR IGEM ALIMENTAR .......................................... ...................................................................38

5.1 Giardia Lamblia ...................................................................................................38

5.2 Entaboeba Histolytica.........................................................................................39

5.3 Taenia Solium .....................................................................................................39

5.4. SURTO ALIMENTAR .........................................................................................41

6. BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE ALI MENTOS-BPF..................................................................................................................................43

6.1 CONDUTAS INDICADAS PARA ORIENTAR OS ESTABELECIMENTOS FORNECEDORES DE SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO ..........................................44

6.1.1 Com relação às Edificações, Instalações, Equipamentos, Móveis e Utensílios...............................................................................................................................44 6.1.2 Com relação a higienização de Equipamentos, móveis e Utensílios ............45 6.1.3 Controle Integrado de Vetores e Pragas Urbanas ........................................46

xiv

6.1.4 Abastecimento de Água ................................................................................46

6.1.5 Manejo de Resíduos .....................................................................................47

6.1.6 Manipuladores...............................................................................................47

6.1.7 Matérias – Primas, Ingredientes e Embalagens............................................48

6.1.8 Preparação do Alimento................................................................................49

6.1.9 Armazenamento e Transporte do Alimento Preparado .................................51

6.1.10. Exposição ao Consumo do Alimento Preparado........................................51

6.1.11 Documentação e Registro...........................................................................52

6.1.12.Responsabilidade........................................................................................52

6.2 ÂMBITO DE APLICAÇÃO DA RDC 216/2004 DA ANVISA.................................52

6.3 BOAS PRÁTICAS APLICADAS NA MANIPULAÇÃO DE CARNES DENTRO DE SUPERMERCADOS .................................................................................................53

6.3.1 Cadeia do Frio...............................................................................................53

6.3.2 Armazenagem...............................................................................................54

6.3.3 Higiene..........................................................................................................55

6.3.4 Embalagem...................................................................................................55

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................... ..................................................57

7.1 DISCUSSÃO DE RESULTADOS DA ESTATÍSTICA ANALISADA DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO...........................................................................................59

7.2. RELATOS DE CASOS .......................................................................................61

8. CONCLUSÃO ....................................... ................................................................88

9. REFERÊNCIAS.....................................................................................................89

ANEXOS ...................................................................................................................92

1. INTRODUÇÃO

O relatório de estágio realizado no DSBV no período 08/02/2010 à

16/04/2010, teve por objetivo a qualificação técnica da estagiaria, vivenciando,

conhecendo e interpretando os critérios sanitários estabelecidos na legislação da

ANVISA, aplicáveis nos estabelecimentos que comercializam alimentos no município

de Curitiba.

Ao avaliar a casuística obtida durante o período do estágio, foi possível

conhecer o perfil das atividades da Vigilância sanitária. As equipes da VISA do

DSBV são compostas por técnicos de diferentes formações, os quais são

responsáveis pela atuação da sua competência, as equipes que mais

acompanhamos foi a área de alimentos.

A Vigilância Sanitária é responsável pela fiscalização de vários tipos de

estabelecimentos, e não atua somente na área de alimentos, mas em qualquer

estabelecimento de interesse à saúde. O objetivo maior dessas ações é eliminar,

reduzir ou prevenir riscos, abrangendo todas as atividades que possa comprometer

a saúde do consumidor.

2

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO

O estágio foi realizado na Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba na área de

Vigilância Sanitária, Distrito Sanitário do Boa Vista (DSBV), localizado na Rua Nilo

Brandão, 430, bairro São Lourenço, no período de 08 de fevereiro a 16 de abril do

ano de 2010, das 08 às 17 horas, totalizando 364 horas de estágio sob a Orientação

Profissional do Médico Veterinário Marcos Armando Pereira, sendo este requisito

parcial para obtenção do título de Médico Veterinário.

O fluxograma abaixo mostra quais setores atuam no distrito, sendo a

Coordenação de Vigilância em Saúde a área responsável pelo serviço de Vigilância

Sanitária (descrito como Serviço de Saúde Ambiental), e Vigilância Epidemiológica.

FIGURA 1. Atividades realizadas no DSBV. Fonte: Secretaria Municipal de Saúde

2008;

A área de atuação do distrito sanitário do Boa Vista (DSBV) abrange os bairros:

Abranches, Atuba, Boa Vista, Bacacheri, Bairro Alto, Barreirinha, Cachoeira,

Pilarzinho, Santa Cândida, São Lourenço, Tarumã, Taboão, Tingui e Ahú.

3

2.1 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DO DISTRITO SANITÁRIO DO BOA VISTA

Coordenadora de Vigilância em Saúde: Leia Regina da Silva

Chefe de Serviço: Edimari Benetti

Médico Veterinário: Marcos Armando Pereira

Nutricionista: Anabele Retondário

Médica: Raquel Roos de Menezes

Enfermeiras: Patrícia Dantas Martinez

Letícia Charvet Machado

Odontólogos: Mara Aparecida Bueno

Brasílio José Solek Machado

Farmacêuticas: Gislaine Carniatto marques Garcia

Fernanda Paulico Stange

Bióloga: Vilmarise Bobato

Auxiliar em Enfermagem: Lourdes Girardello

Agente de Controle de Zoonoses: Joanil Batista de Lima

Agente de Controle de Zoonoses: Valdeci Dias de Almeida

Agente de Saneamento: Newton Deslandes Neto

Auxiliar Higiene Dental: Michele Bahl

Técnica em Higiene dental: Lucymeri Sobanski

4

2.2.VIGILÂNCIA SANITÁRIA

O termo vigilância sanitária tem sua origem na denominação política sanitária

que a partir do século XVII era responsável, entre outras atividades pelo controle do

exercício profissional e do saneamento, com o objetivo maior de evitar a propagação

de doenças. No início, a fiscalização limitava-se aos cemitérios, às embarcações, ao

comércio de alimentos e ao combate ao charlatanismo ignorado, entre outros

aspectos de suma importância, a fiscalização das indústrias de medicamentos e de

produtos alimentícios.

A partir do reconhecimento do novo papel do estado no contexto da saúde,

consagrado pela constituição de 1988, elaborou-se a Lei n°8080 de 19 de setembro

de 1990, cujo artigo 1°refere que:

Esta lei regula em todo o território nacional as ações e serviços de saúde,

executados isolados ou conjuntamente.

A definição de vigilância sanitária esta contida em seu artigo 6°, 1°:

“Entende-se por VISA um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou

prevenir riscos a saúde e intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio

ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse

da saúde, abrangendo:

I – O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionam

com a saúde, compreendidas todas as etapas e processo, da produção ao consumo

e,

II – O controle da prestação de serviços que relacionam direta ou indiretamente

com a saúde”.

2.3 COMPETÊNCIAS

Dentre as diferentes competências atribuídas à vigilância sanitária apoiadas nos

documentos legais, podem-se destacar:

• Ações sobre o meio ambiente: edificação e parcelamento do solo,

saneamento, saúde ambiental e piscinas.

5

• Circulação de bens - produtos relacionados à saúde: medicamentos,

alimentos, cosméticos, saneantes domissanitários e agrotóxicos e águas

minerais e de fontes.

• Produção – serviços de saúde: odontológico, clínico-terapêutico, médico-

hospitalar, radiação e hemoterapia.

• Vigilância sanitária do trabalho: analise de risco; orientação e organização no

trabalho, e condutas de trabalho no serviço publico.

2.4 DEFINIÇÕES IMPORTANTES DENTRO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA

A seguir serão descritas definições importantes e esclarecedoras dentro da

área de conhecimento da Vigilância Sanitária.

• O termo ‘’Distrito Sanitário’’ é designado como um processo social de

mudança das práticas sanitárias a partir de uma base territorial, onde se

desenvolvem processos econômicos, políticos e sociais. A distritalização é um meio

e não um fim em si mesmo. (CURITIBA, 2006)

• A Lei Municipal n°9000/96 conceitua Inspeção Sanit ária como as ações

desenvolvidas pela autoridade de vigilância sanitária em estabelecimentos de

interesse à saúde, com objetivo de verificar se os serviços e produtos à população,

bem como medidas de proteção do meio ambiente estão em conformidade à

Legislação Sanitária.

• Segundo a ANVISA, ”tecnologia” quer dizer um conjunto de conhecimentos,

especialmente princípios científicos, que se aplicam à saúde da população.

2.5 A AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA)

De acordo com Germano, (2001), no inicio de 1999, a criação da ANVISA, no

âmbito do ministério da saúde, como agencia reguladora, caracterizada pela

independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes enquanto perdurarem

seus mandatos e autonomia financeira provocou verdadeira convulsão nos órgãos

estaduais e municipais da saúde, devido à necessidade de promover a

reestruturação dos serviços de vigilância sanitária, adequando-os à nova política

federal. De fato esta sendo possível nos Estados e municípios que já contavam com

serviços organizados, anteriores à Agência, sendo incipiente o número de

6

municípios capazes de implantar e manter serviços de envergadura no cenário

nacional.Quando se aborda o tema vigilância sanitária, imediatamente, tem-se a

idéia de fiscalização e suas inevitáveis conseqüências. Todavia a ação do poder

publico é de capital importâncias, pois objetiva diminuir os riscos de transmissão de

doenças por produtos alimentícios de má qualidade higiênico-sánitaria.Os princípios

que norteiam a Agência, no nível federal, e suas congêneres nos Estados e

municípios, em particular na área de alimentos, são indiscutíveis. Para auxiliar a

ANVISA estão integrados o Instituto Nacional de Qualidade de Saúde (INCQS), a

Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), os Laboratórios Centrais de Saúde Pública, as

Secretaria Estaduais de saúde, os centros de Vigilância Sanitária Estaduais, as

Secretarias Municipais e os centros Municipais de Saúde.

2.6. SERVIÇO DE INSPEÇÃO MUNICIPAL (SIM)

O Serviço de Inspeção Municipal de Produtos de Origem Animal de Curitiba –

SIM - Curitiba, vinculado ao Centro de Saúde Ambiental da Secretaria Municipal da

Saúde de Curitiba, foi instituído em 24/05/2001 através da Lei Municipal

n°10.168/2001.

Desenvolve atividades que visam o controle da qualidade e dos serviços

relacionados a produtos de origem animal dentro do município de Curitiba.

(CURITIBA, 2001).

A meta mais importante deste serviço é eliminar ou reduzir a comercialização de

produtos clandestinos, os quais podem trazer riscos de disseminação de doenças a

população. Para tanto desenvolve as seguintes ações:

• Fiscaliza as condições higiênico-sanitárias e tecnológicas de produção,

manipulação, beneficiamento, armazenamento, transporte e comercialização de

produtos de origem animal;

• Concede o Alvará de Registro dos estabelecimentos e o Certificado de Registro

dos produtos de Origem Animal produzidos ou reembalados para comercialização

exclusiva no Município de Curitiba.

Todo estabelecimento que recebe o registro no SIM- Curitiba deve ter no rótulo

7

dos seus produtos a chancela do SIM – Curitiba (CURITIBA, 2008).

2.7 A CHANCELA DO SIM – CURITIBA

As chancelas da inspeção municipal de uso permitido pelo SIM-CURITIBA devem

obedecer às especificações e dimensões oficiais (FIGURA 2):

Dimensões: de 0,01 a 0,06 m de diâmetro (dependendo do produto) guardando-se

as proporções;

• Forma: circular;

• Dizeres:

•“SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE” em caixa alta e sem aspas,

acompanhando a curvatura superior da elipse;

•“SIM-CURITIBA” em caixa alta e sem aspas, dentro do semicírculo superior interno

ao círculo maior;

• O número do registro do estabelecimento em substituição aos “zeros” no interior do

semicírculo inferior;

• Letras que classificam o estabelecimento em substituição aos “XX” no semicírculo

inferior;

• A palavra “INSPECIONADO” em caixa alta e sem aspas, no espaço entre os dois

semicírculos internos.

FIGURA 2. CHANCELA DO SIM - CURITIBA

8

Fonte: SIM Produtos de Origem animal – Lei Municipal n° 10.168/2001

É proibido o uso indevido da chancela em produtos que não de origem animal e

não relacionados ao Sim Curitiba.

• Informação Nutricional: informação facultativa quando o produto for fracionado e

comercializado no varejo, sendo obrigatória para estabelecimentos atacadistas. Se

utilizada deve atender a legislação vigente. (Resolução RDC nº 360/03).

• A etiqueta deve ser bem legível e impressa dentro da área disponível sem cortar

informações ou sobrepor palavras;

• No quadro de segurança, quando existir, não indicar a orientação : ”mantenha

refrigerado ou congelado”. A realização de fracionamento e embalagem para

comercialização no sistema de auto-serviço não autoriza prazo de validade para

congelamento. (SIM CURITIBA, 2001).

Não inserir no rótulo:

• A inscrição indústria brasileira ( pelo fato de não se tratar de indústria);

• A frase “ AS – Estabelecimento Auto Serviço” (já consta na chancela)

As orientações sobre a chancela do SIM são embasadas nas legislações:

• Lei Municipal Nº 10.168/01, que cria o SIM Curitiba;

• Decreto Municipal nº 70/02, que aprova o Regulamento do SIM;

2.8. AÇÕES DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Os serviços realizados pela equipe técnica de Vigilância Sanitária são:

• Consulta Azul (Consulta Comercial para liberação de Alvará);

• Licença Sanitária;

• Atendimento de denúncias da Central de Atendimento ao Usuário (CAU)

• Análise de Projetos Arquitetônicos;

9

• Auto Termo;

• Provas;

• Julgamento;

• Juntada;

• Penalidades;

2.9 CONSULTA AZUL / CONSULTA COMERCIAL

Para a obtenção de Alvará de Funcionamento, o responsável pelo

estabelecimento envia ao Departamento de Urbanismo o número da indicação fiscal

que consta no carnê do IPTU. Os profissionais do Urbanismo fazem a vistoria no

local para observar se este está de acordo com o zoneamento do município.

Este faz a liberação da Consulta Comercial, onde é solicitado o parecer de

alguns órgãos, tais como: Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros, Delegacia da ordem

social e Saúde.

A parte da Saúde se dá pela inspeção da Vigilância Sanitária, realizada pela

equipe técnica da área de alimentos. Esta avalia as condições da estrutura física do

estabelecimento quanto ao fluxo, espaço físico, número de banheiros,

ventilação,material dos pisos, paredes, tetos, etc.

Após a vistoria, se o local estiver apropriado para o ramo solicitado, o Alvará é

liberado sendo que este será válido enquanto satisfizer as exigências legais, caso

contrário as adequações serão solicitadas.

2.10 LICENÇA SANITÁRIA

Este é um documento obrigatório para todos os estabelecimentos da área de

alimentos, tendo este validade anual a partir da data de liberação.

10

Após a obtenção do Alvará, o estabelecimento deve solicitar a Licença Sanitária.

Para isto o local será inspecionado pela equipe técnica da área de alimentos e serão

observadas além da estrutura física do local, questões relacionadas com as Boas

Práticas na Fabricação e Manipulação de Alimentos (BPF) e aos Procedimento

Operacionais Padronizados (POP’s).(CURITIBA,1996)

11

2.11 CENTRAL DE ATENDIMENTO AO USUÁRIO 156 - CAU

A Central de atendimento atende pelo número 156, também chamada de CAU

através do qual a população registra denúncias e reclamações. Estas são

encaminhadas para o distrito de abrangência para que sejam investigadas para ver

se é procedente.

Se houver procedência, as medidas corretivas cabíveis serão tomadas. Grande

parte destas denúncias são relativas a alimentos impróprios para consumo, acúmulo

de lixo em residências, falta de higiene em estabelecimentos de alimentação,

comercialização de produtos com prazo de validade vencidos e relatos de

toxinfecções alimentares.

2.12 AUTO/TERMO

São os documentos mais utilizados pelos técnicos da Vigilância Sanitária e são

lavrados tendo como base legal a Lei Municipal 9000/96 que institui o Código de

Saúde de Curitiba, e as legislações pertinentes à área em questão (alimentos,

medicamentos, clínicas, etc) (CURITIBA, 1996).

O Termo é utilizado para Intimação, apreensão, inutilização, doação, ciência,

imposto de penalidades, interdição e desinterdição.

O Auto é sempre de Infração sendo este emitido quando o responsável pelo

estabelecimento descumpre o que lhe foi exigido no Termo de Intimação anterior ou

quando procede algum ato em desacordo com a lei.

Caso o infrator não concorde com o Auto de Infração, poderá recorrer através de

uma defesa a qual deve ser apresentada à autoridade que lavrou o Auto.

O Auto é tido apenas como o de infração. São tidos como termos os de:

• Intimação

• Apreensão

• Inutilização

12

• Interdição

• Desinterdição

• Ciência

2.12.1 Termo de Intimação

O termo de intimação é utilizado para irregularidades de menor gravidade, ou

seja, quando estas não constituem perigo eminente para a saúde pública.

2.12.2 Termo de Apreensão

O termo de apreensão é utilizado quando algum tipo de produto, substância

ou matéria-prima, apresenta uma determinada irregularidade, como a falta registro,

ou irregularidades de rótulo, validade, etc. Nesse tipo de situação o produto é

apreendido até a possível regularização.

2.12.3 Termo de Inutilização

O termo de inutilização também pode ser aplicado para produtos,

substâncias, matérias-primas e outros, onde os mesmos são inutilizados, não

devendo mais ser vendidos ou consumidos, no caso de alimentos. Nesse tipo de

situação quando os produtos se referirem a alimentos, a inutilização pode ser feita

de duas formas, sendo que quando temos menor quantidade de alimentos, a

inutilização é feita no próprio estabelecimento, retirando todos os alimentos das

embalagens que são colocados em sacos plásticos e utilizamos produto químico,

como a água sanitária. Quando temos uma grande quantidade de alimentos

(carnes), esses são levados para ser inutilizado na graxaria do frigorífico Argus.

2.12.4 Termo de Interdição

O termo de interdição pode é aplicado para estabelecimentos, equipamentos,

máquinas, objetos, áreas, setores, entre outros. O mesmo é aplicado quando não

existem mais condições de funcionamento para determinado estabelecimento,

13

máquina, objeto, área, setor, ou seja, nesse tipo de situação as irregularidades têm

muita gravidade, podendo se tornar um em risco iminente para a saúde da

população.

2.12.5 Termo de Desinterdição

O termo de desinterdição é utilizado quando as medidas corretivas solicitadas

pelos técnicos da VISA foram tomadas, permitindo, dessa forma, que determinado

estabelecimento, equipamento, objeto, área, setor, entre outros, volte a funcionar.

2.12.6 Termo de Ciência

O termo de Ciência é lavrado pelo técnico responsável pela fiscalização de

determinado estabelecimento. O mesmo irá dar início a um processo administrativo

ou continuidade do mesmo. No termo de ciência da intimação, são colocadas, por

escrito, as medidas corretivas que o estabelecimento deve realizar, para obter o

documento desejado, seja esse o Alvará de Funcionamento ou a Liberação da

Licença Sanitária.

2.13 PRAZO PARA ADEQUAÇÕES

O prazo para a realização das adequações é dado pelo técnico que lavrou o

documento e tem início após a data de ciência do Auto de Infração ou do Termo de

Intimação.

2.14 PROVAS

São artefatos utilizados para comprovar a veracidade dos fatos citados em

processos administrativos podendo ser fotos do local, de produtos vencidos

apreendidos e outras, ou ainda mesmo embalagens de produtos.

14

2.15 ANÁLISE DE PROJETOS ARQUITETÔNICOS

Durante a análise do projeto de um estabelecimento é avaliado o lay out, o fluxo

e a estrutura física do local (materiais de acabamento de piso, teto, paredes, etc.).

2.16 JUNTADA

É o processo de reunir todos os documentos que serão anexados no processo

administrativo. A equipe faz a anexação de todos os documentos que tenha relação

com o caso em questão.

2.17 JULGAMENTO

É o ato cuja autoridade competente (chefia/coordenação) determina a penalidade

a ser imposta ao infrator.

2.18 PENALIDADE

Será imposta ao infrator tendo como base a legislação vigente.

2.19 PROCESSO ADMINISTRATIVO SANITÁRIO

O processo administrativo sanitário é aberto todas as vezes que é lavrado um

Auto de infração a um determinado estabelecimento. Após o julgamento pode gerar

uma multa que pode ser leve, grave e gravíssima, de acordo com o estabelecimento

infracionado levando em consideração se o infrator é reincidente ou não.

O processo é dividido em até três instâncias:

15

Primeira instância: no processo administrativo sanitário o estabelecimento tem

até 15 dias de prazo para apresentar sua defesa. O julgamento da primeira instância

pela chefia de serviço e aplicação da penalidade, o infrator toma ciência da decisão

e pode recorrer da pena.

Segunda instância: onde o infrator tem 15 dias para interpor recurso contra a

penalidade imposta pela chefia de serviço. Para um novo julgamento o infrator toma

a ciência do recurso.

Terceira instância: novamente o infrator tem 15 dias para interpor um recurso

contra a penalidade imposta. Após o julgamento a pena pode ser mantida ou

diminuída. Terminando com arquivamento do processo.

3. VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE ALIMENTOS

Segundo Eduardo, (1998), alimento pode ser definido como toda substancias

ou mistura de substâncias no estado solido, liquido, pastoso ou qualquer outra forma

adequada, com a finalidade de fornecer ao organismo humano os elementos

normais à sua formação,manutenção e desenvolvimento.

Defini-se tecnologia de alimentos como a aplicação de métodos e técnicas para o

preparo, armazenamento, processamento, controle, embalagem, distribuição e

utilização dos alimentos, bem como todas as formas de produção e tipos, inclusive

bebidas e água mineral, destinados a nutrição e sustento da vida humana. A

vigilância sanitária das tecnologias de alimentos tem como objetivo o controle e a

garantia de qualidade dos produtos alimentícios a serem consumidos pela

população, atuando na fiscalização dos estabelecimentos que fabricam produtos

alimentícios e daqueles que manipulem alimentos, verificando todo o processo de

produção, métodos e técnicas empregadas até o consumo final.

3.1 IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

Segundo Evangelista, (2003), a tecnologia de alimentos, abrange o setor da

tecnologia, destinado a converter as matérias primas simples e complexas, em

produtos alimentícios. Seu raio de atividade cobre extensa área, que vai desde a

fase de escolha da matéria prima e do processamento desta, até as etapas de

16

elaboração dos produtos, de sua preservação e conservação do seu

acondicionamento, de armazenamento e de consumo.

3.2 OPERAÇÕES BÁSICAS DA TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

Os numerosos e diversos processos mobilizados para fabricação de produtos

alimentícios derivam de um grupo relativamente reduzido de operações básicas de

natureza física, química e biológica, e dos quais, são apresentados no QUADRO 1 à

seguir:

QUADRO 1.PRINCIPAIS OPERAÇÕES BÁSICAS UTILIZADAS PELA

TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

DE ORDEM FÍSICA

Cristalização

Desidratação

Destilação

Emulsificação

Evaporação

Fluxo de fluidos

Transmissão de calor e frio

DE ORDEM QUÍMICA

Emprego de aditivos

Extração (por solventes)

Emprego de substancias

coadjuvantes (catalizadores,

fermentos, gases,etc...)

Reguladores de pH

ORDEM BIOLÓGICA Ação microbiana

Ação enzimática

17

Os alimentos são classificados de acordo com as características, conforme

demonstrado no QUADRO 2 :

QUADRO 2. CARACTERÍSTICAS DOS ALIMENTOS

EM RELAÇÃO À ORIGEM

Animal

Vegetal

Mineral

EM RELAÇÃO A MANIPULÇÃO

Natural

Preparado

Industrializado

EM RELAÇÃO AO ESTADO FÍSICO

Líquido

Pastoso

Sólido

EM RELAÇÃO A TEMPERATURA

Frio

Morno

Quente

OUTRAS CARACTERÍSTICAS

Diversas formas e tamanhos de

apresentação, diferentes

composições químicas e

características organolépticos.

18

3.3. PERIGOS EM ALIMENTOS

Segundo Junior, (2002), definiu perigo como a contaminação de origem

biológica, química ou física em condição potencial que possa causar agravo à saúde

(sobrevivência e a multiplicação podem ser considerados perigos quando a

contaminação for de origem biológica – bactérias e fungos). A ocorrência de um ou

vários perigos está na dependência das situações que permitam a contaminação, a

sobrevivência ou a multiplicação dos microorganismos e varia de acordo com as

condições de operacionalização das cozinhas e o tipo de alimentos que estão sendo

processados ou manipulados.

Os perigos podem ser classificados em biológicos, físicos e químicos.

3.4 PERIGOS BIOLÓGICOS

Os perigos biológicos ocorrem devido ao contato de microorganismos com o

ser humano, podendo provocar inúmeras doenças. Diversas atividades profissionais

como as indústrias de alimentos, hospitais, coleta de lixo, entre outras podem

favorecer o contato com os riscos possíveis da ocorrência de perigos biológicos.

São considerados perigos biológicos as bactérias, vírus, parasitas, leveduras

e fungos. Esses microorganismos podem ser encontrados nos mais variados tipos

de alimentos.

3.5 PERIGOS FÍSICOS

Estes perigos têm uma significância menor em termos de saúde pública do

que aqueles causados pelos microrganismos. Porém, eles ocorrem e são perigosos

para os consumidores e podem trazer caras consequências aos produtores de

alimentos. Os perigos físicos incluem uma variedade de materiais, os quais podem

vir do campo de produção da matéria-prima, das áreas de processamento, do

sistema de distribuição ou da contaminação intencional. Entretanto, há operações

unitárias e medidas preventivas no processo que podem ser implementadas ou

instaladas e que são capazes de prevenir, eliminar ou reduzir a presença desses

19

elementos nos produtos alimentícios. A conscientização e o treinamento do pessoal

são fundamentais.

3.5.1 Vidros e seus fragmentos

Podem provocar cortes na boca e se engolidos, podem representar sérios

perigos. Utensílios e recipientes de vidro devem ser evitados nas áreas de

processamento de alimentos. Se o produto final é envasado em recipientes de vidro

então cuidados e tecnologia especiais serão definidos e seguidos, para um controle

efetivo de vidros quebrados e prevenção de contaminação do alimento.

20

3.5.2 Fragmentos de metais

Podem contaminar os alimentos via matéria-prima ou durante a produção e

podem representar perigos, uma vez que podem se apresentar com pontas ou

superfícies agudas e cortantes. A manutenção adequada de equipamentos e

utensílios é necessária para a prevenção desses perigos. O pessoal da manutenção

deve ser adequadamente educado e treinado sobre os perigos e os seus riscos de

contaminação dos alimentos com seus materiais de trabalho: ferramentas,

parafusos, arruelas, arrebites, pequenas peças de reposição.

3.5.3 Pedras

São perigos mais comuns em matérias-primas de origem vegetal, pois podem

estar presentes dentro da planta como entre as folhas, por exemplo, ou podem ser

colhidas junto com a matéria-prima. Pedras podem causar danos aos dentes do

consumidor e, se forem agudas podem causar cortes.

3.5.4 Madeiras e seus fragmentos

Farpas agudas de madeira podem provocar cortes na boca e na garganta.

Fragmentos de madeira podem estar presentes na matéria-prima assim que ela vem

do campo de produção ou podem ser parte da embalagem. Caixas e paletes de

madeira devem ser evitados, sempre que possível e, não podem ser admitidos nas

áreas de processamento.

3.5.5 Materiais plásticos

Plásticos (polímeros) têm sido usados para substituir outros materiais

(perigos) como madeira e vidro, embora materiais plásticos rígidos também possam

ser cortantes e se tornarem perigos sérios. Plásticos flexíveis são usados para os

mais diversos fins: como embalagens, envoltórios protetores, etc. Medidas

21

preventivas devem ser idealizadas e implementadas para prevenir que fragmentos

de plásticos cheguem ao produto pronto e conseqüentemente ao consumidor.

3.5.6 Insetos e seus fragmentos, pelos de roedores e penas de aves

As unidades de processamento de alimentos têm delineadas ou pré-

estabelecidas etapas de limpeza das matérias-primas para removerem fragmentos

de materiais originados dos campos de colheita como pedra, areia, sujidades,

pequenos animais, dentre outros materiais estranhos. As unidades de secagem e de

desidratação de alimentos têm sequências de etapas de triagem para remoção de

materiais estranhos. É possível ter sistemas de produção de alimentos e bebidas em

que fragmentos de madeira, de pedra e restos em geral são tão raros que não mais

representam riscos sérios por que medidas preventivas adequadas estão sendo de

fato praticadas. Nas unidades de processamento os manipuladores e trabalhadores

com alimentos, assim como os visitantes, não podem utilizar jóias e nem outros

objetos de uso pessoal.

A contaminação intencional é um aspecto que não pode ser negligenciado

pela gestão da qualidade da empresa. A sua prevenção depende da implementação

efetiva das Boas Práticas de Fabricação e de um programa de educação e

treinamento de pessoal, em todos os níveis. Os trabalhadores e colaboradores

sempre sabem o que está acontecendo na linha de produção.

3.6 PERIGOS QUÍMICOS

De acordo com Junior, (2002), perigo químico é aquele contaminante de

natureza química, como por exemplo, resíduos ou produtos de degradação em

níveis inaceitáveis nos alimentos. Os perigos químicos podem ser divididos em

perigos químicos de ocorrência natural e produtos químicos sem ocorrência natural.

Os produtos químicos de ocorrência natural são as toxinas encontradas nos

alimentos, como em peixes, por exemplo, e toxinas encontradas em vegetais, como

algumas plantas tóxicas.

A contaminação química de alimentos pode ocorrer desde a produção da

matéria-prima até a mesa do consumidor e ingestão do alimento. O efeito da

22

contaminação química pode ser crônico, como substâncias carcinogênicas e

aquelas com efeitos acumulativos (metais como o mercúrio). Também são

importantes os de efeito alergênico que são agudos e apresentam os sintomas em

tempo curto.

3.6.1 Produtos de limpeza

Os resíduos desses produtos podem ser encontrados nos utensílios,

tubulações e equipamentos, sendo transferidos por alimentos.

3.6.2 Pesticidas

São os produtos químicos utilizados para controlar ou acabar com pragas. Os

pesticidas podem ser utilizados na agricultura, indústrias e nos domicílios. Os

utilizados na agricultura são de maior importância para a segurança do alimento.

3.7 QUALIDADE DE MATÉRIA PRIMA

De acordo com Germano, (2001), a saúde é um direito inalienável de todo

cidadão, tal como está expresso na Declaração Universal dos Direitos do homem,

promulgada em 1948 pela Organização das Nações Unidas. Mas para que haja

saúde é fundamental que os alimentos sejam produzidos em quantidade e com

qualidade apropriadas ao equilíbrio orgânico, o qual representa um fator de

resistência às doenças. Os alimentos de origem animal, entretanto, não são

totalmente isentos de risco para a saúde, pois sua riqueza em proteínas e água

facilita a rápida deterioração do produto, bem como a sobrevivência e multiplicação

de inúmeros microrganismos patogênicos. Assim as enfermidades de origem

alimentar podem ser causadas através da ingestão de agentes infecciosos e

parasitários ou por substâncias nocivas à saúde contidas no alimento. A tuberculose,

a cisticercose, a brucelose e a toxoplasmose, infecções de elevada prevalência no

Brasil, são algumas das enfermidades de caráter zoonótico que podem ser

adquiridas pelo homem ao ingerir produtos de origem animal contaminados ou sem

23

a devida inspeção sanitária das matérias-primas. Os alimentos de origem animal

podem, ainda servir de veiculo para a transmissão de outros microrganismos

patogênicos, que usualmente, utilizam outras vias de transmissão, como resultado

de contaminação acidental, por secreções ou excreções de indivíduos portadores:

como por exemplo, podem ser os coliformes fecais e os staphylococcus aureus.

O controle higiênico e sanitário dos alimentos, portanto, constitui fator preponderante

para prevenção das doenças de origem alimentar, e relevante de desenvolvimento

social.

3.8 FATORES DE RISCO

A produção de alimentos, o transporte, o tratamento industrial, a estocagem e

as embalagens constituem importantes fatores de risco para a higiene das matérias-

primas, podendo causar sérios prejuízos à industria alimentícia como um todo.

3.9 PRODUÇÃO

A higiene dos alimentos de origem animal inicia-se nas propriedades de

exploração zootécnica. Nesses locais, os rebanhos ou lotes de animais devem ser

submetidos a condições de nutrição e manejo que possibilitem um nível de saúde

elevado, contribuindo para a produção de matéria-prima de boa qualidade. Muitas

das doenças passiveis de serem transmitidas pelos alimentos são adquiridas ainda

durante a fase de criação, como a cisticercose e tuberculose. Os antibióticos e

hormônios, utilizados como fator de engorda, cujo os resíduos podem ser eliminados

no leite ou nos ovos, ou ainda estar presente nos produtos cárneos. Resíduos de

pesticidas, utilizado para o controle de ectoparasitas e para o controle de pragas,

podem ser vinculados através dos alimentos de origem animal.

3.10 TRANSPORTE

Os meios de transporte participam ativamente nas diferentes fases de

destinação dos produtos de origem animal, podendo constituir-se em fatores

predisponentes ou determinantes de deterioração e contaminação dos alimentos.

1° etapa: transporte inicia-se com deslocamento dos animais das propriedades para

os matadouros, ou nos produtos derivados para as usinas ou entrepostos.

24

2° etapa: transporte corresponde à transferência do s produtos brutos para o

consumo direto, tal como sucede com as carcaças de carnes transportadas dos

frigoríficos para os açougues ou supermercados, ou como matéria-prima para

industria alimentícia. Em ambas as fases há sempre o risco da deterioração e

contaminação.

3° etapa: refere-se à transferência dos alimentos i ndustrializados para os armazéns

de estocagem ou para locais de venda, nesta etapa a contaminação é mais difícil, a

não ser que haja violação das embalagens.

3.11 TRATAMENTO INDUSTRIAL

Os alimentos in natura ou industrializados passam períodos variáveis de

tempo estocados em câmeras frigoríficas, depósitos, armazéns, lojas e ate mesmo

nas residências dos consumidores. Nesta fase, os alimentos podem ser deteriorar

ou sofrer contaminação em função da inadequação do ambiente destinado a

estocagem. Dentre os principais fatores, responsáveis por esses inconvenientes,

inclui-se: a não obediência à temperatura e umidade exigidas para a conservação

dos produtos; a conservação precária das instalações, possibilitando infiltração de

água de chuva, a presença de artrópodes e de roedores; a sobreposição das

embalagens, não obedecendo as normas estabelecidas pela industria; o

empilhamento ou o amontoamento impedindo o resfriamento dos produtos

localizados no centro dessas pilhas;

3.12 EMBALAGENS

Os alimentos de um modo geral, em qualquer fase da destinação ao

consumo, tem de ser embalados. É o exemplo típico da cerne no açougue no

momento da venda ao consumidor. As embalagens utilizadas variam, de acordo com

tipo de alimento, suas características e perecibilidade. É importante destacar que os

alimentos embalados incorretamente podem deteriorar-se e contaminar-se, bem

como incorporar aos produtos elementos nocivos à saúde principalmente de

natureza química, como por exemplo, pela ação de substâncias acidulantes ou pela

acidez natural do próprio alimento. Em qualquer destes casos, o risco à saúde é

25

iminente e uma matéria-prima de elevada qualidade pode ter sua destinação,

irremediavelmente, condenada para o consumo.

3.12.1 Tipos de matérias de embalagens

• Matérias naturais

• Papel e papelão

• Celulose regenerada

• Cerâmica

• Vidro

• Metais: alumínio, folhas cromadas, folhas de flandres

• Polímeros e resinas

• Polímeros elastômeros(borrachas)

• Madeira

• Plásticos

3.12.2 Funções das embalagens

A primeira função da embalagem é “conter”, isto é guardar ou armazenar um

produto, desde a fase de sua produção ate o momento do uso pelo consumidor final;

segunda função é de informar o consumidor sobre o produto como: sua composição,

aditivos informação sobre a conservação e prazo de validade; terceira função é de

proteger o produto nela contida.

4. CONTAMINAÇÃO DOS ALIMENTOS

Os alimentos podem ser contaminados de diversas formas e por diferentes

agentes que neles atuem, levando os comensais a adoecerem ao ingerir alimentos

estragados, resultando consequências diversas como o afastamento do trabalho

gastos com medicamentos e outras perdas.

4.1 IMPORTÂNCIA DOS MICRORGANISMOS

De acordo com Franco e Landgraf, (2005), os microrganismos podem

desempenhar papeis muito importantes nos alimentos, sendo possível classificá-los

26

em três grupos distintos, dependendo do tipo de interação existente entre

microrganismos e alimentos.

Os microrganismos nos alimentos são causadores de alterações químicas

prejudicais resultando no que chamamos “deterioração microbiana”. A deterioração

resulta em alterações de cor, odor, textura, aspecto do alimento. Essas alterações

são consequência da atividade metabólica natural dos microrganismos, que estão

apenas tentando perpetuar a espécie, utilizando o alimento como fonte de energia. A

deterioração provocada é somente uma conseqüência desse processo.

Os microrganismos presentes nos alimentos podem representar um risco a

saúde. Estes microrganismos são genericamente denominados patogênicos,

podendo afetar tanto o homem como os animais. As características das doenças

que esses microrganismos causam dependem de uma serie de fatores inerentes ao

alimento, ao microrganismo patogênico em questão e ao individuo a ser afetado. Os

microrganismos patogênicos podem chegar até o alimento por inúmeras vias,

refletindo condições precárias de higiene durante a produção, armazenamento,

distribuição ou manuseio em nível doméstico.

Os microrganismos presentes nos alimentos causam alterações benéficas em um

alimento modificando suas características originais de forma a transformá-lo em um

novo alimento. Esta forma de interação microrganismo-alimento é conhecida do

homem há muito tempo. A este grupo pertencem aqueles microrganismos que são

intencionalmente adicionados aos alimentos para que determinadas reações

químicas sejam realizadas. Neste grupo estão todos os microrganismos utilizados na

fabricação de alimentos fermentados: queijos, vinhos, cervejas, pães, vegetais e

muitos outros.

4.2 TIPOS DE CONTAMINAÇÃO

QUÍMICA

• Produtos de limpeza

• Desinfetantes

• Detergentes

• Pesticidas

27

FÍSICA

• Plásticos

• Vidros

• Metal

BIOLÓGICAS

• Microrganismos

• Bactérias

• Fungos

4.3 FATORES QUE INFLUENCIAM A MULTIPLICAÇÃO BACTERIANA

Segundo Cidasc, (2010), o processo de preparação de alimentos como moer,

picar, cortar, transformar, as bactérias normalmente encontradas em sua superfície

acabam sendo misturadas no seu interior. Como qualquer forma de vida, as

bactérias precisam de condições ideais para se multiplicarem.

1. Calor e Temperatura: Conhecida como Zona de Perigo, a melhor temperatura

para o desenvolvimento das bactérias é de 37° C, a mesma temperatura do corpo

humano. Entre 50°C e 60° C as bactérias podem se mu ltiplicar rapidamente e fora

desta faixa de temperatura, o seu desenvolvimento é reduzido. A maioria das

bactérias, morrem numa temperatura superior a 100°C e abaixo de 0°C, elas pouco

se multiplicam. Portanto, devemos observar com muita atenção a temperatura a qual

armazenamos, preparamos e manipulamos alimentos e para tanto, é necessário o

auxílio de termômetros digitais.

2. Umidade/alimento: Os alimentos com altos teores de proteínas, contendo alto teor

de umidade natural, são os preferidos pelas bactérias e incluem-se nesta categoria

os produtos cárneos e seus derivados, ovos, leite e derivados, frangos sendo por

isso chamados de alimentos de alto risco. Nestas condições, sempre trabalhar em

salas climatizadas para reduzir a UR do ar.

3. Tempo: Num ambiente que proporciona calor, umidade e alimento, as bactérias

iniciam a sua multiplicação em 10 a 20 minutos, podendo num espaço de 30

minutos, se multiplicar até um número suficiente para causar intoxicação alimentar.

Manter produtos de origem animal, fora de ambientes de frios o menor tempo

possível.

28

4. Grupo de alimentos: Devemos conhecê-los para detectar resíduos em

utensílios e equipamentos, evitando a formação de biofilmes.

4.4. CONTAMINAÇÃO POR MICRORGANISMOS

Conforme Germano, (2001), todos os alimentos de origem animal ou vegetal,

apresentam-se, desde a origem, contaminados pelos meios diversos tipos de

microrganismos, os quais fazem parte de suas floras habituais. Para manter o

processo de multiplicação, também referido como crescimento, esses

microrganismos necessitam de condições favoráveis, representadas por múltiplos

fatores. O desenvolvimento da-se em dois níveis: num deles a célula revigora o

protoplasma e aumenta o seu tamanho; noutro nível, o numero de células da

população aumenta. Assim, a grande preocupação é impedir que os microrganismos

se multipliquem e que outros tipos sejam acrescentados às matérias-primas, como

consequência de contaminação ambiental ou por manipulação inadequada. Como

os alimentos são de origem vegetal ou animal, faz-se necessário considerar aquelas

características dos tecidos vegetais e animais que afetam o desenvolvimento de

microrganismos.Tanto as plantas quanto os animais apresentam mecanismos

evoluídos de defesa contra a invasão e proliferação de microrganismos, sendo que

alguns deles permanecem eficientes quando transformados em alimentos frescos. O

conhecimento e o uso efetivo de cada um destes fenômenos naturais pode auxiliar a

prevenir ou retardar o processo de deterioração dos alimentos mediado por

microrganismos.

4.5 Salmonella sp

Segundo Germano, (2008), as infecções provocadas pelas bactérias do

gênero Salmonella são universalmente consideradas as causas mais importantes de

doenças transmitidas por alimentos. As salmonelas são bacilos Gram-negativos, não

formadores de esporos, anaeróbios facultativos, pertencentes a família

Enterobacteriaceae.Com relação a distribuição das salmonelas, estas são seres

cosmopolitas, podendo ser encontrados praticamente em qualquer lugar do mundo.

29

De acordo com Evangelista, (2001), a contaminação por salmonelas é feita de

modo direto pelo leite, carne, ovos, e outros alimentos; de maneira indireta ou

contaminação cruzada, por fezes humanas e de animais, pelo ubre de vaca, água

poluídas, animais, roedores e insetos. A enfermidade causada pelas salmonelas só

se desencadeia, quando existe no alimento grande quantidade delas. Os alimentos

mais vulneráveis ao crescimento de Salmonellas, são: carnes ( bovinas, suína,

frango e de pescado) e derivados, ovos líquidos, recheio de carnes ( principalmente

mantidos em ambientes quentes) e de cremes, leite cru fresco ou fermentado,

presunto bacon, sorvete e alimentos deixados expostos durante largo tempo.

Os sintomas da salmonelose surgem de 12 a 36 horas, após a ingestão do

alimento; a duração da enfermidade é maior (1 a 8 dias), do que a produzida pela

toxina do Staphylococcus aureus. Em sua convalescência, o individuo durante

alguns meses, continuará eliminando germes, tornando-se portador assintomático.

4.6 Salmonella Typhi

Segundo Junior, (2002), a contaminação é feita através de manipuladores de

alimentos estando com as mãos contaminadas, tocando os alimentos sem processo

térmico final. A enfermidade acontece por fontes de contaminação como: intestino

do homem e mãos contaminadas, água contaminada por esgoto humano. Os

alimentos envolvidos nessa contaminação são produtos cárneos e lácteos, verduras,

mariscos, pescados e saladas. Seu período de incubação 7 a 28 dias, causa

infecção intestinal com disenteria (fezes com muco, pus e sangue), febre, vômito,

mal estar, calafrios, septicemia, choque endotóxico e morte. A Salmonella Typhi

causa infecção intestinal típica. Este microrganismo morre a uma temperatura de

66°C por 1 minuto.

4.7 LISTERIOSE

Segundo Germano, (2008), a Listeria monocytogenes, agente etiológico da

listeriose, é reconhecido como entidade patogênica para os animais desde 1926;

contudo somente na década de 1980 que passou a merecer mais destaque em

saúde pública, quando se reconheceu a importância dos alimentos na cadeia de

30

transmissão da infecção ao homem. A Listeria monocytogenes é conhecida por ser

uma bactéria patogênica oportunista, Gram-positiva, não formadora de esporos,

capaz de sobreviver e multiplicar-se fora do organismo dos hospedeiros em meios

com nutrientes simples, nos animais e no homem multiplica-se intracelularmente.

Conforme Junior, (2002), Suas fonte de contaminação são: solo, água,

esgoto, vegetais em putrefação, silagem e ração animal, matérias-prima como leite,

carnes, aves, pescados. Os alimentos envolvidos são o leite, queijos, requeijão,

patê, presunto, ovo liquido, cogumelo, pepino. O período de incubação

indeterminado, com cólica, diarréia, febre, calafrios, dor de cabeça, linfadenite, se

caracteriza como sendo uma doença letal para indivíduos com câncer, doença renal,

hepatite, aids, diabetes.

Multiplica-se em temperaturas de refrigeração, podendo desenvolver-se, entre

0°C e 44°C e pH 4,5 e 8,0.

4.8 Campylobacter Jejuni

Conforme Germano (2008), a campilobacteriose é classificada dentro do

contexto das doenças emergentes de origem alimentar, sendo reconhecida como de

importância em saúde pública apenas a partir de 1970, estando associada ao

consumo de leite cru ou insuficientemente pasteurizado. Os Campylobacter spp são

bacilos gram - negativos classificados como bactérias emergentes. O gênero

Campylobacter compreende inúmeras bactérias patogênicas para o homem, sendo

a mais importante delas o C.jejuni. O C. jejuni é uma bactéria comensal do trato

gastrointestinal de grande variedade de animais silvestres e domésticos,

particularmente os utilizados para alimentação do homem, como bovinos, caprinos,

ovinos, suínos e principalmente em aves, onde os surtos ocorrem com maior

freqüência. Entre os alimentos, mais envolvidos em surtos ocasionados por

campilobacteriose o mais importante é o leite cru ou insuficientemente pasteurizado.

A contaminação do leite pode ocorrer por via fecal, devido a problemas com má

higiene da ordenha, ou proveniente da mastite provocada pelo agente, o animal

infectado pode produzir leite contaminado até durante doze semanas. Ainda existe a

possibilidade de contaminação por ingestão de água não clorada, obtida a partir de

31

mananciais contaminados e distribuída via rede de abastecimento para a população,

sem tratamento prévio.

4.9 Staphylococcus Aureus

Conforme Germano, (2008), as bactérias do gênero Staphylococcus, são

habitantes usuais da pele, das membranas mucosas, do trato respiratório superior e

do intestino do homem, destacando-se entre elas o S. aureus. O S. aureus atua

como uma bactéria Gram-positiva, de formato esférico, estando presente na maioria

dos ambientes frequentados pelos seres humanos e é facilmente isolado em

fômites, motivo pelo qual o homem é um dos principais reservatórios do agente. O S.

aureus tem distribuição mundial. A transmissão ocorre pela ingestão de alimentos,

inicialmente contaminados com a bactéria, submetidos a temperaturas de cocção

insuficientes para provocar sua destruição e depois mantidos a temperaturas

abusivas para a conservação: há multiplicação bacteriana e consequente.

Conforme Evangelista, (2001), o maior depositário do Staphylococcus é o

corpo humano; normalmente, em indivíduos sadios, se encontram em sua pele,

nariz, mãos, garganta, axilas, virilhas e umbigo; também esta presente em lesões

inflamatórias, como abscessos, espinhas e outros focos. Também os animais,

quando portadores de processo purulentos, podem contaminar seus produtos como

acontece com a vaca e o leite cru e seus derivados não submetidos à ebulição e

pasteurização suficientes. O crescimento dos Staphylococcus ocorre em média, dos

10° aos 5°C, porem a sua faixa ideal de temperatura , se situa entre 30° a 40 °C. O

período de incubação dura de 1 a 6 horas, porém leva, geralmente, de 2 a 4 horas

predominado por vômitos e náuseas. Esse microrganismo produz enterotoxina

termo-estável no alimento, tem característica de halofilia e osmofilia ( reprodução em

concentrações aumentadas de sal ou açúcar). Morre em 2 minutos a 65,5°C.

4.10 Escherichia Coli

De acordo com GERMANO, 2008, a E. coli é membro da família

Enterobactericeae, gênero bacteriano com apenas uma única espécie e,

32

aproximadamente, mil tipos antigênicos. As doses infectantes de E.coli, que

permitem a colonização do microorganismo nas células intestinais dos indivíduos

infectados e a conseqüente produção de toxina, variam de acordo com o tipo de

cepa considerada e com a idade do indivíduo exposto, bem como seu estado imune.

Os quatro principais tipos de cepas são as cepas que produtoras de diarréia, a

EPEC (E. coli enterepatogênica), ETEC (E. coli enterotoxigênica), EIEC (E. coli

enteroinvasiva) e EHEC (E. coli enterohemorrágica).

A principal via de contaminação da E.coli é a ingestão de água

contaminada.Além da água a transmissão da patogenia pode ocorrer pela ingestão

de alimentos como queijos moles, leite cru. Ainda é importante lembrar que no caso

da cepa EPEC, a contaminação também pode ocorrer através da ingestão de carne

suína e a cepa EHEC pode gerar contaminação através da ingestão de carne moída

para hambúrguer, pastéis de carne e até mesmo carne cozida.

O período de incubação varia conforme o tipo de cepa analisada, a EPEC tem

um período de incubação que dura de 12-36 horas, a ETEC tem período médio de

incubação de 2 a 36 horas e a EHEC tem um período médio de incubação que varia

de 3 a 8 dias.

O quadro clínico se manifesta de forma diferenciada, conforme o tipo de cepa

que está envolvida na contaminação. Na EPEC, os sinais clínicos apresentados são

marcados por vômitos, diarréia aquosa com a presença de muco, desidratação e

febre baixa. Já a ETEC, apresenta como sinais clínicos característicos vômitos,

diarréia, dores abdominais e febre baixa.

4.11 Proteus

De acordo com Evangelista, (2001), as espécies de bactérias do gênero

Proteus, como por exemplo, o Proteus vulgaris e mirabilis, têm sido

responsabilizadas como autoras de intoxicações alimentares, após o consumo de

pescados, carnes, ovos deteriorados e alimentos não suficientemente conservados.

Encontrados habitualmente no intestino de humanos, as espécies de Proteus

provocam casos esporádicos de distúrbios intestinais. O Proteus morgantii

33

(produtores de histamina pela descarboxilação de histidina) tem sido encontrado em

crianças portadoras de diarréias de verão.

34

4.12 FATORES INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS QUE CONTROLAM O

DESENVOLVIMENTO MICROBIANO NOS ALIMENTOS

Conforme Franco e Landgraf, (2005), a capacidade de sobrevivência ou de

multiplicação dos microrganismos que estão presentes em um alimentos depende

de uma serie de fatores. Entre esses fatores, estão aqueles relacionados com as

características próprias do alimento ( fatores intrínsecos) e os relacionados com o

ambiente em que o alimento se encontra (fatores extrínsecos).

4.13 PARÂMETROS INTRÍNSECOS

Segundo Germano, (2001), cada uma das particularidades inerentes aos

tecidos vegetais ou animais é referida como parâmetro intrínseco. São eles: pH,

conteúdo em umidade, potencial de óxido-redução (Eh), conteúdo em nutrientes,

constituintes antimicrobianos e estrutura biológica.

4.13.1 ph

A acidez ou alcalinidade de um meio tem grande influencia na estabilidade de

macromoléculas tais como as enzimas, o que influi tanto no crescimento como no

metabolismo dos microrganismos. Está bem estabelecido que a maioria dos

microrganismos desenvolve-se melhor em valores de pH próximos a 7,0 ( 6,6 – 7,5).

Em geral as bactérias multiplicam-se com maior rapidez na escala de pH

compreendida entre 6,0 e 8,0; as leveduras entre 4,5 e 6,0; e, os bolores ou mofos

(fungos filamentosos) entre 3,5 e 4,0.

35

TABELA 1. GRAUS DE ACIDEZ DE DIVERSOS TIPOS DE ALIMENTOS

Grau de acidez Tipo de alimentos Pouco ácidos > 4,5

Ácidos 4,0 a 4,5

Muito ácidos < 4,0

Leite, carnes, pescados, alguns

vegetais

Frutas e hortaliças

Sucos de frutas, refrigerantes

Fonte: adaptado de SILVA JR, 1994

4.13.2 Conteúdo em umidade

Um dos procedimentos mais antigos para conservação dos alimentos é a

secagem ou dessecação. A umidade do alimento relaciona-se com a quantidade de

água disponível nele existente. A necessidade de água dos microrganismos é

referida como atividade aquosa do ambiente, sendo definida pela pressão de vapor

de dissolvente (água livre), à mesma temperatura. A água pura tem Aw igual a 1,0,

uma solução de água com 22,0% de NaCl tem Aw igual a 0,86 e uma solução

saturada de Nacl tem Aw igual a 0,75. A Aw da maioria dos vegetais esta acima de

0,99. Em geral, as bactérias exigem valores mais elevados de Aw do que os fungos,

já as bactérias gram-negativas são mais exigentes que as gram-positivas. A maior

parte das bactérias deteriorantes não se desenvolve abaixo de Aw = 0,91, enquanto

os bolores deteriorantes podem desenvolver-se até Aw = 0,80. Está comprovada a

existência de algumas relações entre Aw, temperatura e nutrientes: a qualquer

temperatura, a capacidade dos microrganismos se desenvolverem reduz-se à

medida que diminui a Aw; o limite de Aw é maior à temperatura ótima de

desenvolvimento; e, a presença de nutrientes aumenta o limite de Aw no qual os

organismos podem sobreviver. Em relação ao grau de atividade aquosa os

microrganismos podem ser divididos em hidrófitos, mesófitos e xerófitos.

36

TABELA 2. MICRORGANISMOS SEGUNDO O GRAU DE ATIVIDADE AQUOSA

Microrganismos Umidade Hidrófitos

Mesófitos

Xerófitos

Mínimo de 90%

Mínimo de 80% a 90%

Menor de 80%

Fonte: adaptado de EVANGELISTA, 1994.

4.13.3 Potencial óxido-redução (Eh)

O potencial de óxido-redução, ou potencial redox, pode ser definido como a

facilidade com que o substrato pode ganhar (redução) ou perder( oxidação) elétrons.

A alteração do valor entre os agentes oxidantes e redutores determina o Eh de uma

cultura bacteriana. Quando um elemento ou composto perde elétrons o substrato é

dito como oxidado, enquanto que um substrato que ganha elétrons torna-se

reduzido. O crescimento microbiano em um alimento reduz o Eh. Este efeito pode

ser atribuído à associação do esgotamento de oxigênio com a produção de

compostos redutores pelos microrganismos, por exemplo hidrogênio. Os

microrganismos anaeróbios obrigatórios só tendem a desenvolver-se em potenciais

redox baixos ou negativos. Por outro lado, os aeróbios obrigatórios têm necessidade

de elevado Eh, por isso predominam na superfície do alimento exposta ao ar nas

zonas onde o ar possa ser utilizado com facilidade.

TABELA 3. PONTENCIAL DE ÓXIDO-REDUÇÃO DE ALGUNS ALIMENTOS E SUAS RELAÇÕES COM PH

Alimentos Eh pH Carne fresca (post rigidez) Carne fresca picada Embutidos cozidos

- 200 5,7 + 225 5,9 - 20 a – 150 6,5

37

e carnes

Fonte: ADAM E MOSS, 1999.

4.13.4 Conteúdo em nutrientes

Com o objetivo de se desenvolver normalmente, os microrganismos de

importância para os alimentos necessitam de água, fontes de energia e de

nitrogênio, vitaminas e fatores de crescimento relacionados, além de minerais.

Todos os seres vivos exigem seis bio-elementos para sobreviver, desenvolver-se e

reproduzir-se: carbono(C), hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N), fósforo (P) e

enxofre (S). os nutrientes são categorizados pelas quantidades exigidas,

macronutrientes ou micronutrientes, pela estrutura química, orgânica ou inorgânica,

e sua importância para a sobrevivência dos seres vivos, essencial ou não essencial.

Os macronutrientes são representados por proteínas, carboidratos e outras

moléculas que contêm carbono, hidrogênio e oxigênio. Por outro lado, os

micronutrientes (ou traços de elementos) são integrados por manganês, zinco e

níquel os quais estão presentes em mínimas quantidades. Os nutrientes são

transportados para o interior dos microrganismos por dois tipos de processos os

quais exigem gasto de energia e os que ocorrem passivamente.

4.14 PARÂMETROS EXTRÍNSECOS

De acordo com Germano, (2001), dentre os inúmeros parâmetros extrínsecos

que favorecem a multiplicação ou crescimento de microrganismos, a temperatura

ocupa lugar de destaque. O conhecimento do fator temperatura é imprescindível

para a avaliação dos riscos que os alimentos podem oferecer à saúde. Os

microrganismos podem se desenvolver em temperaturas que variam de 2°C a 70°C,

contudo já se constatou multiplicação a temperaturas extremas como – 35°C e

próximo a 100°C. De acordo com as suas exigências d e temperatura os

microrganismos são classificados como: psicrófilos, psicrotrófilos, mesófilos e

termófilos. O termo psicrófilo é reservado para os microrganismos que se

desenvolvem entre 0°C e 20°C, com um intervalo ótim o de 10°C a 15°C. Os

psicrófilos encontrados com maior frequência nos alimentos são: Salmonella,

Clostridium, Proteus, Streptococcus, Vibrio. Os psicrotróficos, embora se

38

desenvolvam entre 0°C e 7°C, não reúnem os requisit os de temperaturas ótima e

máxima dos psicrófilos aproximando-se dos limites mínimos dos mesófilos, 20°C a

45°C. são os psicotróficos que causam a deterioraçã o de produtos cárneos e

vegetais entre 0°C e 5°C. Os mesófilos constitui o grupo maior, sendo formado por

bactérias e mofos, são capazes de se multiplicar-se em temperatura ambiente e os

termófilos, crescem entre 55°C e 60°C.

5. AGENTES PARASITÁRIOS CAUSADORES DE DOENÇAS DE OR IGEM ALIMENTAR

5.1 Giardia Lamblia

De acordo com Maltez, (2002), a Giardia Lamblia é uma doença diarréica

causada por um protozoário Giardia intestinalis (mais conhecido como Giardia

lamblia); nas infecções sintomáticas apresenta um quadro de diarréia crônica,

esteatorréia, cólicas abdominais, sensação de distensão, podendo levar a perda de

peso e desidratação. Pode haver má absorção de gordura e de vitaminas

lipossolúveis. Normalmente não há invasão extraintestinal, porém, às vezes, os

trofozoítos migram pelos condutos biliares ou pancreáticos e ocasionam

inflamações. Algumas infecções são assintomáticas.

A infecção ocorre pela ingestão de cistos em água ou alimentos

contaminados. No intestino delgado, os trofozoítos sofrem divisão binária e chegam

à luz do intestino, onde ficam livres ou aderidos à mucosa intestinal, por mecanismo

de sucção. A formação do cisto ocorre quando o parasita transita o cólon, e neste

estágio os cistos são encontrados nas fezes (forma infectante). No ambiente podem

sobreviver meses na água fria, através de sua espessa camada. Os seres humanos

atuam como importante reservatório da doença e, possivelmente, animais selvagens

e domésticos podem atuar como reservatórios da giardíase. Os cistos presentes nas

fezes dos seres humanos são mais infectantes do que os provenientes dos animais.

Depois de um período de incubação que varia de 5 a 25 dias, com uma

média de 7 a 10 dias, podem aparecer infecções sintomáticas típicas.mais

infectantes do que os provenientes dos animais.

39

5.2 Entamoeba Histolytica De acordo com Urquhart et al.,(1998), este patógeno é a causa de disenteria

amebiana no homem, uma doença, de distribuição mundial. Os tropozoítos

amebóides secretam enzimas proteolíticas e produzem úlceras características em

forma de cantil na mucosa do intestino grosso. A sua erosão pode permitir o acesso

de parasitas à corrente sanguínea, quando, então, a sequela mais comum é a

formação de abscessos amebianos no fígado. A Entamoeba multiplica-se por divisão

binária, mas eventualmente se encista e é eliminada nas fezes. O cisto contendo

quatro núcleos, é relativamente resistente e constitui o estagio infectante do

hospedeiro seguinte. Podem ser detectados organismos móveis e cistos de E.

histolytica em esfregaços de fezes, particularmente se diarréicas, permitindo um

diagnostico presumível; entretanto, sua diferenciação de espécies menos

patogênicas é uma tarefa de especialistas. O tratamento se necessário, baseia-se

no combinado de metronidazol e diiodoidroxiquina.

5.3 Taenia solium

Segundo Aavarez, (2000), a cisticercose suína é uma doença parasitária

originada a partir da ingestão de ovos de Taenia solium, cujas formas adultas têm o

homem como hospedeiro final; normalmente, os suínos apresentam apenas a forma

larval (Cysticercus cellulosae). O quadro clínico da teníase no homem pode

acarretar dor abdominal, anorexia e outras manifestações gastrointestinais, sem

provocar conseqüências mais sérias.

A teníase, no entanto, pode conduzir à cisticercose humana, cuja localização

cerebral é a sua manifestação mais grave, podendo levar o indivíduo à morte.

A infecção pode permanecer assintomática durante muitos anos e nunca vir a

se manifestar. Nas formas cerebrais a sintomatologia pode iniciar-se por crises

convulsivas, o quadro clínico tende a agravar-se à medida que aumente a

hipertensão intercraniana, ou na dependência das estruturas acometidas, evoluindo

para meningoencefalite e distúrbios de comportamento.

40

Agente etiológico - Taenia solium, o verme do porco causa infecção intestinal

com a forma adulta e somática com a larva (cisticercos). O homem adquire teníase

quando ingere carne suína, crua ou parcialmente cozida, contendo cisticercos. Os

suínos, por outro lado, adquirem cisticercose quando ingerem ovos de T. solium,

presentes no ambiente contaminado por matéria fecal de seres humanos

contaminados. Do mesmo modo que o suíno, o homem pode adquirir cisticercose a

partir da ingestão de ovos de T. solium, presentes em alimentos contaminados com

matéria fecal de origem humana, sobretudo verduras cruas, ou por auto-infecção,

através das mãos e roupas contaminadas com a próprias fezes.

Reservatório - humanos são o hospedeiro definitivo; o suíno é o hospedeiro

intermediário. Modo de transmissão - 1.Transferência direta dos ovos da T. solium

das fezes de um indivíduo com teníase para a sua própria boca ou a de outras

pessoas; 2. Por movimentos retroperistálticos do intestino, onde os proglotes de

uma tênia poderiam alcançar o estômago para em seguida retornar ao intestino

delgado liberando as oncosferas (auto infecção); ou, 3. Indiretamente, através da

ingestão de alimentos (geralmente verduras) ou água contaminada com os ovos de

T. solium.

Período de incubação - o período de incubação da cisticercose pode variar

de 1 a 35 dias, mas geralmente, o quadro clínico manifesta-se entre 2 a 5 anos pós-

infecção.

Diagnóstico e conduta médica - dentre os exames laboratoriais que permitem

diagnosticar a cisticercose no homem destacam-se:

Exame do líquido cefalorraquidiano, o qual fornece elementos consistentes para o

diagnóstico, pois o parasita determina alterações compatíveis com o processo

inflamatório crônico.

Provas sorológicas, com resultados limitados, pois não permitem localizar os

parasitas ou estimar a carga parasitária, além de que, a simples presença de

anticorpos não significa que a infecção seja atual. As provas mais utilizadas são:

- ELISA, com sensibilidade aproximada de 80%;

41

- Imunoeletroforese, que embora não forneça resultados falso-positivos, revela

apenas 54% a 87% dos pacientes com cisticercose;

- Imunofluorescência indireta, altamente específica, mas pouco sensível.

Exame radiológico, realizado mediante imagens dos cistos calcificados, cujo aspecto

é relativamente característico- a calcificação só ocorre após a morte do parasita.

Tomografia computadorizada, que auxilia na localização das lesões, notadamente

ao nível do sistema nervoso central, tanto para os cistos viáveis, como para os

calcificados. Exame anatomopatológico, realizado ante-mortem, quando eventuais

nódulos subcutâneos, permitem biópsia e a análise histopatológica, ou post-mortem,

quando da realização de autópsia ou de necropsia.

5.4. SURTO ALIMENTAR

Segundo Germano, (2001), considera-se um surto de doença transmitida por

alimentos (DTA) a ocorrência de dois ou mais casos de uma manifestação clínica

semelhante, relacionados entre si no tempo e no especo, e caracterizados pela

exposição comum a um alimento suspeito de conter microrganismos patogênicos,

toxinas ou venenos.

De acordo com Cenepi, (2001), a Doença Transmitida por Alimentos (DTA ) é

uma síndrome de natureza infecciosa ou tóxica causada pela ingestão de alimentos

e ou de água que contenham agentes etiológicos de origem biológica, física ou

química em quantidades que afetem a saúde do consumidor individual ou de um

grupo da população. A ocorrência de DTA, vem aumentando de modo significativo

mesmo em países desenvolvidos. Vários são os fatores que contribuem para a

emergência dessas doenças, entre os quais destacam-se: o crescente aumento da

população, a existência de grupos populacionais vulneráveis ou mais expostos, o

processo de urbanização desordenado e a necessidade de produção de alimentos

em grande escala. Contribui ainda, o deficiente controle dos órgãos públicos e

privados, no tocante à qualidade dos alimentos ofertados à população.

Acrescentam-se outros determinantes para o aumento da incidência das DTA, tais

como a maior exposição das populações a alimentos destinados ao pronto consumo

42

coletivo "fast - foods", o consumo de alimentos em vias públicas, a utilização de

novas modalidades de produção, o aumento no uso de aditivos e a mudança de

hábitos alimentares, sem deixar de considerar as mudanças ambientais. A

multiplicidade de agentes causais e as associações dos fatores citados, resultam em

número significativo de possibilidades para a ocorrência das DTA, infecções ou

intoxicações que podem se apresentar de formas crônica ou aguda, com

características de surto ou de casos isolados, com distribuição localizada ou

disseminada e com formas clínicas diversas.

De acordo com Franco e Landgraf, (1996), mesmo em países desenvolvidos,

onde o abastecimento de gêneros alimentícios é considerado seguro do ponto de

vista de higiene e saúde pública, a ocorrência de DTA é significante, apesar dos

avanços tecnológicos nas áreas de produção e controle de alimentos. O sintoma

mais comum das DTA de origem microbiana, com manifestações gastrointestinais, é

a diarréia. Dependendo da patogenicidade do microrganismo envolvido no processo

e das condições gerais do indivíduo afetado, a doença pode ser aguda ou crônica.

Porém as DTA podem não se limitar ao trato gastrointestinal, e afetar outros órgãos

causando distúrbios no sistema nervoso central, na corrente circulatória, no pulmão,

no fígado, nos rins e nos olhos.

Apesar da comprovada relação de várias doenças com a ingestão de

alimentos contaminados, do elevado número de internações hospitalares e a

persistência de altos índices de mortalidade infantil por diarréia, em algumas regiões

do país , pouco se conhece da real magnitude do problema, devido à precariedade

das informações disponíveis. As dificuldades em vigiar as doenças diarréicas

decorrem, fundamentalmente de sua elevada incidência, da inobservância da

obrigatoriedade de notificação de surtos e da aceitação tanto de parte leiga quanto

da maioria dos técnicos de que o problema da diarréia é "normal" no Brasil (CENEPI,

2001)

De acordo com Germano, (2001), a investigação de um surto objetiva

identificar o alimento responsável, o agente etiológico envolvido, os fatores

determinantes e o quadro clinico predominante. Nestas condições, o resultado da

investigação é de extrema importância, pois fornecerá subsídios úteis para o

tratamento dos doentes. Por outro lado, identificadas as causas que favorecem a

43

ocorrência do surto, será possível propor medidas capazes de corrigir as falhas que

lhe deram origem.

6. BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE ALI MENTOS-BPF

As Boas Práticas de Fabricação e Manipulação de Alimentos (BPF) abrangem

um conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas indústrias de alimentos a

fim de garantir a qualidade sanitária e a conformidade dos produtos alimentícios com

os regulamentos técnicos. A legislação sanitária federal regulamenta essas medidas

em caráter geral, aplicável a todo o tipo de indústria de alimentos e específico,

voltadas às indústrias que processam determinadas categorias de alimentos

(ANVISA, 2010).

A RDC n° 216, da ANVISA, de 15 de setembro de 2004 , conceitua Boas

Práticas de Fabricação e Manipulação de Alimentos como os procedimentos que

devem ser adotados por serviços de alimentação a fim de garantir a qualidade

higiênico-sanitária e a conformidade dos alimentos com a legislação sanitária.

Cabem às empresas a elaboração de manuais que têm como objetivo

estabelecer critérios que se aplique a toda cadeia alimentar. Esse conceito é fruto da

introdução da noção “garantia de qualidade” nas empresas, que visa ao

aprimoramento técnico da produção, à higiene e condições sanitárias adequadas, à

educação continuada do pessoal envolvido, quesitos necessários para se assegurar

produtos de qualidade e sem contaminação ao consumidor.

A RDC n° 216, DA ANVISA, é utilizada frequentement e pelos técnicos da

VISA e dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de

Alimentação, onde são relatados pontos que devem ser observados durante as

fiscalizações e elaboração de um Manual de Boas Práticas de Fabricação e

Manipulação de Alimentos. Com relação a esses pontos encontrados pode-se citar:

• Edificações, Instalações, Equipamentos, Móveis e Utensílios;

• Higienização de Instalações, Equipamentos, Móveis e Utensílios;

• Controle Integrado de Vetores e Pragas Urbanas;

• Abastecimento de Água;

44

• Manejo dos Resíduos;

• Manipuladores;

• Matérias-primas, Ingredientes e Embalagens;

• Preparação do Alimento;

• Armazenamento e Transporte do Alimento Preparado;

• Exposição ao Consumo do Alimento Preparado;

• Documentação e Registro;

• Responsabilidade.

6.1 CONDUTAS INDICADAS PARA ORIENTAR OS ESTABELECIMENTOS FORNECEDORES DE SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO

6.1.1 Com relação às Edificações, Instalações, Equipamentos, Móveis e Utensílios

• As edificações e instalações devem ser projetadas de forma que possibilite

um fluxo ordenado;

• Deve existir separação entre as diferentes atividades, para evitar a

ocorrência de contaminações cruzadas;

• As instalações físicas como piso, parede e teto devem possuir revestimento

liso, impermeável e lavável. Devem ser mantidos íntegros, conservados, livres de

rachaduras, trincas, goteiras, vazamentos, infiltrações, bolores, descascamentos,

dentre outros e não devem transmitir contaminantes aos alimentos;

• As portas da área de preparação e armazenamento devem ser dotadas de

fechamento automático;

• As instalações devem ser abastecidas com água corrente e dispor de

conexões com rede de esgoto ou fossa séptica;

• As caixas de gordura e de esgoto devem possuir dimensão compatível ao

volume de resíduos, devendo estar localizadas fora da área de preparação e

armazenamento de alimentos;

• As áreas internas e externas devem estar livres de objetos em desuso;

45

• A iluminação da área de preparação deve proporcionar a visualização de

forma que as atividades sejam realizadas sem comprometer a higiene e

características sensoriais dos alimentos;

• As instalações elétricas devem ser embutidas ou protegidas em tubulações

externas e íntegras;

• A ventilação deve garantir a renovação do ar;

• Os equipamentos e os filtros para climatização devem estar conservados;

• As instalações sanitárias e os vestiários não devem se comunicar

diretamente com a área de preparação e armazenamento de alimentos ou

refeitórios;

• As instalações sanitárias devem possuir lavatórios e estar supridas de

produtos destinados à higiene pessoal;

• Devem existir lavatórios exclusivos para a higiene das mãos na área de

manipulação;

• Os equipamentos, móveis e utensílios que entram em contato com

alimentos devem ser de materiais que não transmitam substâncias tóxicas, odores,

nem sabores aos mesmos;

• Devem ser realizadas manutenção programada e periódica dos

equipamentos e utensílios;

• As superfícies dos equipamentos, móveis e utensílios utilizados na

preparação, embalagem, armazenamento, transporte, distribuição e exposição à

venda dos alimentos devem ser lisas, impermeáveis, laváveis e estar isentas de

rugosidades, frestas e outras imperfeições que possam estar comprometendo a

higienização dos mesmos e serem fontes de contaminação dos alimentos.

6.1.2 Com relação a higienização de Equipamentos, móveis e Utensílios

• As instalações, os equipamentos, os móveis e utensílios devem ser

mantidos em condições higiênico-sanitárias apropriadas;

• As caixas de gordura devem ser periodicamente limpas;

• As operações de limpeza e, se for o caso, de desinfecção das instalações e

equipamentos devem ser registradas;

46

• A área de preparação do alimento deve ser higienizada quantas vezes

forem necessárias e imediatamente após o término do trabalho;

• Os produtos saneantes devem estar regularizados pelo Ministério da Saúde;

• Os utensílios e equipamentos utilizados na higienização devem ser próprios

para a atividade e estar conservados, limpos e disponíveis em quantidade suficiente

e guardados em local reservado para essa finalidade;

• Os funcionários responsáveis pela atividade de higienização das instalações

sanitárias devem utilizar uniformes apropriados e diferenciados daqueles utilizados

na manipulação de alimentos.

6.1.3 Controle Integrado de Vetores e Pragas Urbanas

• A edificação, as instalações, os equipamentos, os móveis e os utensílios

devem ser livres de vetores e pragas urbanas. O primeiro passo para evitar a

infestação de pragas e vetores seria os quatro A’s. Estes representam um conjunto

de ações eficazes e contínuas de controle de vetores e pragas urbanas, com

objetivo de impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou a proliferação dos mesmos.

• Quando as medidas de prevenção não forem eficazes, é realizado o

segundo passo, feito através do controle químico (desinsetização e desratização),

executado por empresa terceirizada, conforme legislação específica, com produtos

desinfetantes regularizados pelo Ministério da Saúde.

• Quando é feita a aplicação do controle químico, a empresa responsável pelo

procedimento deverá estabelecer procedimentos de pré e pós tratamento a fim de

evitar a contaminação de alimentos, equipamentos e os utensílios. Quando

aplicável, os equipamentos e os utensílios, antes de serem utilizados, devem ser

higienizados para a remoção dos resíduos de produtos desinfetantes.

6.1.4 Abastecimento de Água

47

• Deverá ser utilizado para manipulação dos alimentos apenas água potável

sob qualquer forma, seja sólida (gelo), líquida ou gasosa (vapor). No caso da

utilização de uma fonte alternativa de abastecimento de água, como por exemplo,

poços artesianos, a potabilidade deve ser comprovada a cada seis meses através de

análises laboratoriais.

• O reservatório no qual a água está contida deve ser feito com material liso e

lavável e estar livre da presença de rachaduras, vazamentos e infiltrações, de modo

a não comprometer a qualidade da água, sendo que caixas d’água feitas com

material de Eternit (telhas) são proibidas, pois podem causar liberação de produtos

tóxicos que quando inspirados em excesso podem ser cancerígenos.

6.1.5 Manejo de Resíduos

• O estabelecimento deve dispor de coletores que devem ser íntegros, de fácil

higienização e transporte e em número e capacidade suficientes para conter o

volume de resíduo gerado;

• Os coletores utilizados na área de manipulação devem possuir tampa com

acionamento por pedal;

• Os resíduos devem ser frequentemente coletados e estocados em local

fechado e isolado da área de manipulação e armazenamento dos alimentos.

6.1.6 Manipuladores

• O controle da saúde dos manipuladores é realizado através de exames

médicos periódicos sendo que estes devem ser registrados e realizados de acordo

com a legislação específica;

• Os manipuladores que apresentares lesões e ou sintomas de enfermidades

que possam comprometer à qualidade higiênico-sanitária dos alimentos devem ser

afastados das atividades de manipulação de alimentos enquanto os sintomas

persistirem;

48

• Os manipuladores devem ter asseio pessoal apresentando-se devidamente

com uniforme compatível á atividade, conservados e limpos. Todo e qualquer objeto

pessoal deve ser guardado dentro do armário no vestiário;

• Os manipuladores devem usar cabelos presos e protegidos por rede,

toucas, e outro acessório apropriado, não sendo permitido o uso de barba. As unhas

devem estar curtas e sem esmalte ou base. Durante a manipulação dos alimentos,

não será permitido o uso de adornos pessoais (anéis, pulseira, relógio, etc) e

maquiagem;

•.Os manipuladores devem lavar cuidadosamente as mãos ao chegar ao

trabalho, antes e após manipular alimentos, após qualquer interrupção do serviço,

após tocar materiais contaminados, ao trocar de tipo de alimento, após utilizar o

sanitário e sempre que se fizer necessário. Devem ser afixados cartazes de

orientação aos manipuladores sobre a correta lavagem e antisepsia das mãos e

demais hábitos de higiene em locais de fácil visualização, inclusive junto aos

lavatórios e as instalações sanitárias;

• Os manipuladores não devem fumar, falar desnecessariamente, tossir,

espirrar, cantar, assobiar ou praticar outros atos que possam ocasionar a

contaminação do alimento.

• Os funcionários da área de alimentos devem ter capacitação e serem

supervisionados periodicamente através de cursos de BPF, sendo que estes devem

ser comprovados através de documentação;

• Os visitantes devem cumprir os requisitos de higiene estabelecidos para os

manipuladores.

6.1.7 Matérias – Primas, Ingredientes e Embalagens

• Os serviços de alimentação devem especificar os critérios para avaliação e

seleção dos fornecedores de matérias-primas, ingredientes e embalagens.

49

• A recepção de insumos deverá ser feita área limpa e que esteja protegida

protegida.

• A recepção das matérias-primas, dos ingredientes e das embalagens devem

ser submetidas à inspeção para observar integridade da embalagem, prazo de

validade, temperatura (no caso de alimentos de precisam de conservação a quente

ou a frio), e posteriormente aprovados; em caso de desaprovação, o produto deve

ser imediatamente devolvido ao fornecedor e na impossibilidade, devem ser

segregados e armazenados separadamente, devidamente identificados.

• Os lotes de matérias - primas, dos ingredientes e das embalagens

reprovados ou com prazo de validade vencido devem ser devolvidos ao fornecedor.

• O armazenamento das matérias-primas, ingredientes e embalagens deve

ser em local limpo, protegido, arejado e organizado. Devem ser acondicionados

sobre paletes, estados ou prateleira, e nunca diretamente no chão, encostados na

parede ou teto. Estes devem ser de material liso, impermeável e de fácil

higienização.

6.1.8 Preparação do Alimento

• A preparação dos alimentos deve ser realizada através de medidas

higiênico-sanitárias a fim de minimizar a contaminação cruzada. Deve-se evitar o

contato direto ou indireto de alimentos crus, semi preparados e prontos pra

consumo.

• Os responsáveis pela manipulação de alimentos crus devem lavar as mãos

antes de manusear alimentos preparados.

• Quanto as matérias-primas e os ingredientes que não forem utilizados em

sua totalidade, os mesmos, devem ser adequadamente acondicionados e

identificados com no mínimo data de fracionamento, data de validade e designação

do produto.

• Os alimentos perecíveis devem ser expostos à temperatura ambiente

somente pelo tempo mínimo necessário para a preparação do mesmo, com objetivo

50

de não comprometer a qualidade higiênico-sanitária do alimento. O tempo sob

temperatura ambiente deve ser de no máximo duas horas.

• É necessário fazer a correta higienização dos ingredientes minimizando o

risco de contaminação.

• O tratamento térmico (cocção) deve garantir que todas as partes do

alimento atinjam a temperatura de no mínimo 70ºC. Temperaturas inferiores podem

ser utilizadas desde que a combinação de tempo e temperatura sejam eficazes para

assegurar a inocuidade do alimento.

• A eficácia do tratamento térmico deve ser avaliada pela verificação da

temperatura durante o a qual deve ser verificada através de um termômetro e deve

ser registrada.

• Os óleos e gorduras devem ser aquecidos a temperaturas não superiores a

180C°, sendo utilizados ou substituídos sempre que houver alteração nas

características físico-químicas ou sensoriais, tais como aroma, sabor e formação

intensa de espuma e fumaça.

• O descongelamento de alimentos deve ser conduzido de forma a evitar que

as áreas superficiais dos alimentos se mantenham em condições favoráveis à

multiplicação bacteriana. O descongelamento de alimentos deve ser efetuado sob

refrigeração em temperatura inferior a 5ºC ou em forno microondas quando o

alimento for submetido à cocção imediata.

• Os alimentos que forem descongelados devem mantidos sob refrigeração se

não forem imediatamente utilizados, não devendo ser submetidos ao

recongelamento.

• Para a conservação a quente, os alimentos devem permanecer em

temperatura superior ou igual a 60ºC (sessenta graus Celsius) por, no máximo, 6

horas.

• A temperatura do processo de resfriamento de um alimento preparado deve

ser reduzida de 60ºC (sessenta graus Celsius) para 10ºC (dez graus Celsius) em até

duas horas sob temperatura ambiente. Após este período o alimento deve ser

51

conservado sob refrigeração até 5ºC (cinco graus Celsius) ou congelados a

temperatura igual ou inferior a -18ºC (dezoito graus Celsius).

• O prazo máximo de consumo para um alimento preparado e conservado sob

refrigeração a temperatura de 4ºC (quatro graus Celsius) e inferiores a 5C°(cinco

graus Celsius) deve ser de cinco dias. Este alimento deve estar identificado com

designação, data de preparo e data de validade.

6.1.9 Armazenamento e Transporte do Alimento Preparado

• Os meios de transporte utilizados para carregar os alimentos devem possuir

a Licença Sanitária.

• Os veículos utilizados no transporte dos alimentos devem ser

frequentemente higienizados e devem ser adotadas medidas a fim de garantir a

ausência de vetores e pragas. Os mesmos devem estar sempre cobertos, não

devendo transportar outras cargas que comprometam a qualidade higiênico-sanitária

do alimento preparado.

• Os alimentos preparados e mantidos na área de armazenamento, ou

aguardando o transporte devem estar identificados e protegidos contra

contaminantes. A designação dever constar com o nome do tipo de produto, data de

preparo e prazo de validade.

6.1.10. Exposição ao Consumo do Alimento Preparado

• Os equipamentos necessários à exposição ou distribuição do alimento

preparado devem possuir temperatura controlada, boa conservação,

dimensionamento adequado e bom funcionamento. A temperatura deve ser

regularmente monitorada. Estes equipamentos devem dispor de barreiras de

proteção que previnam a contaminação dos alimentos pelos consumidores.

52

6.1.11 Documentação e Registro

• Os serviços de alimentação devem dispor de Manual de Boas Práticas e de

Procedimentos Operacionais Padronizados (POP’s). Esses documentos devem estar

acessíveis aos funcionários e disponíveis à autoridade sanitária quando solicitado.

• Os POP’s devem conter as instruções sequenciais das operações e a

freqüência em que são realizadas, especificando o nome de quem realiza tais

operações e seu respectivo cargo e/ou função. Devem ser aprovados, datados e

assinados pelo responsável do estabelecimento.

6.1.12.Responsabilidade

• O responsável pelas atividades de manipulação de alimentos deve ser o

proprietário ou uma pessoa devidamente capacitada para assumir tal função.

Esta pessoa deve ser comprovadamente submetida a curso de capacitação

abordando no mínimo os seguintes temas:

1. Contaminantes alimentares

2. Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA’s)

3. Manipulação Higiênica dos Alimentos

4. BPF’s

6.2 ÂMBITO DE APLICAÇÃO DA RDC 216/2004 DA ANVISA

Com relação ao âmbito de aplicação, a respeito da utilização do Manual de Boas

Práticas de Fabricação e Manipulação de Alimentos, o mesmo é citado no anexo de

Regulamento Técnico de Boas Práticas, inciso 1.2, sendo este direcionado aos

serviços de alimentação que realizam as seguintes atividades: manipulação,

preparação, fracionamento, armazenamento, distribuição, transporte, exposição à

venda e entrega de alimentos preparados ao consumo, tais como cantinas, bufês,

53

comissárias, confeitarias, cozinhas industriais, cozinhas institucionais, delicatéssens,

lanchonetes, padarias, pastelarias, restaurantes, rotisserias e congêneres.

Não fazem parte deste Regulamento os lactários, as unidades de Terapia de

Nutrição Enteral – TNE, os bancos de leite humano, as cozinhas dos

estabelecimentos assistenciais de saúde e os estabelecimentos industriais

abrangidos no âmbito do Regulamento Técnico sobre as Condições Higiênico-

Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos

Produtores/Industrializadores de Alimentos.

6.3 BOAS PRÁTICAS APLICADAS NA MANIPULAÇÃO DE CARNES DENTRO DE SUPERMERCADOS

Para evitar perdas e prejuízos desnecessários, deve ser levado em consideração

alguns fatores de extrema importância, como comprar carnes de fornecedores

idôneos, transportá-las corretamente e recebê-las de forma adequada.

Estas práticas devem ser adotadas à risca pelo supermercadista durante os

processos de armazenagem, preparação e embalagem da carne.

6.3.1 Cadeia do Frio

O primeiro aspecto a ser observado na armazenagem de carnes é o respeito

à cadeia do frio. É importante respeitar a temperatura recomendada pelo frigorífico,

desde o abate até o consumo. Sabe-se que quanto menor for o tempo entre a

retirada das carnes do caminhão refrigerado, sua conferência e seu correto

armazenamento na câmara fria, melhor será a qualidade do produto final.

Na câmara fria de congelados a temperatura ideal deve ser mantida entre

- 18C° e - 12C° e em regiões muito quentes pode che gar a - 23°C. Para que a

manutenção da cadeia do frio seja garantida até a mesa do consumidor, os

equipamentos de refrigeração precisam funcionar no mínimo a -18C°.

Quanto a manipulação correta das carnes, esta deverá ser realizada em sala

exclusiva, isolada das outras áreas do supermercado. O ambiente deverá ser

obrigatoriamente climatizado, com temperatura constante entre 10° e 12°C.

Segundo o Decreto Municipal de Curitiba, n°70/2002, capítulo IV dos

Estabelecimentos, artigo 21, inciso II, o sistema de climatização dos

estabelecimentos que manipulem produtos de origem animal refrigerados devem

54

dispor de equipamentos de frio que mantenham o ambiente com temperatura

máxima de 16°C.

6.3.2 Armazenagem

A área de armazenagem e preparação de carnes precisa seguir um parâmetro de

padrões rotineiros de limpeza, sanitização, segurança alimentar e segurança dos

funcionários, para evitar acidentes, desperdícios e contaminações cruzadas. Para

realizar uma armazenagem adequada, devemos levar em consideração os seguintes

aspectos:

• É preciso organizar as mercadorias nas câmaras frias, para que a temperatura

seja igual por todos os lados.

• As peças nunca deverão ser colocadas sobre paletes de madeira e sim sobre

paletes de plástico ou alumínio, pois estes diferentemente da madeira, não retêm

umidade, o que faz com que a proliferação de microorganismos seja reduzida. As

caixas precisam estar a 20 centímetros do piso e a 10 centímetros de distância entre

si e as paredes.

• O empilhamento das caixas deverá ser respeitado, pois o excesso de produtos

nas câmaras pode bloquear a entrada de ar frio.

• Diferentes tipos de carne e de corte não podem ser guardados próximos uns

aos outros, pois deve ser evitada a possibilidade de ocorrer contaminações

cruzadas.

• É essencial organizar o espaço e manter as mercadorias isoladas.

• Produtos intactos, fora da caixa do fornecedor, ou já manipulados, devem ser

guardados em espaço delimitado na câmara, dentro de caixas plásticas vazadas de

material liso, lavável, impermeável e que não contamine a mercadoria.

• Todos os produtos deverão estar identificados, por meio de etiquetas com

informações como dados do fornecedor, data de validade, de recebimento e tipo de

corte na caixa.

• O sistema PEPS (o primeiro que entra é o primeiro que sai), deverá ser

respeitado durante a retirada de peças das câmaras.

55

6.3.3 Higiene

• É importante sempre ficar atento as condições de higiene das câmaras frias: a

de resfriados requer limpeza diária e desinfecção semanal. A de congelados deve

ser limpa semanalmente e higienizada mensalmente.

• Piso e parede precisam ser lisos, claros, laváveis e impermeáveis, sem

rachaduras ou reentrâncias que dificultem sua correta higienização.

• Paredes revestidas com azulejo devem ter, no mínimo, dois metros de altura. A

sala exige iluminação adequada, portas do tipo vaivém, lixeiras com pedal e

lavatório para as mãos.

• A sala de manipulação deve ser mantida limpa e a sanitização deve ser feita no

final de cada expediente.

• Para facilitar a limpeza, adquira moedores de carne, amaciadores e serras de

desmontagem simples, para ossos.

• A higienização do moedor e todo tipo de equipamento deverá ser realizada a

cada troca de carne (bovina para suína, por exemplo), para evitar a contaminação

cruzada.

6.3.4 Embalagem

A embalagem exerce forte influência na decisão de compra do consumidor. A

mesma funciona como a comunicação mais importante entre o produto e o cliente da

loja.

As melhores embalagens para o sistema de auto-serviço são as bandejas de

Poliestireno Expandido (EPS), ou caixa isotérmica. No fundo do compartimento,

deverá ser colocado uma almofada absorvente descartável, que irá reter o excesso

de líquido da carne. Além da bandeja, é necessário envolver os cortes em filme de

PVC.

56

57

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados apresentados buscam demonstrar o sumario das atividades

realizadas no DSBV, durante o período de estagio. Através das atividades

desenvolvidas, foi classificado entre setor de alimentos e outros setores, bem como;

Classe de estabelecimentos de comercialização de alimentos inspecionados pela

VISA.

QUADRO 3. ATUAÇÃO DA VISA NO SETOR DE ALIMENTOS – DISTRITO BOA

VISTA

INSPEÇÕES REALIZADAS COM AS EQUIPES DA VISA

NUMERO DE INSPEÇÕES PERCENTAGEM (%)

Setor de alimentos 64 85,33% Outros setores 11 14,67% Total de inspeções 75 100,00% FONTE: Secretaria Municipal de Saúde. Distrito Sanitário Boa Vista, Curitiba, 2010.

De acordo com o QUADRO 3, podemos constatar um número maior de

inspeções realizada na área de alimentos, pelo fato do estágio estar focado no

acompanhamento da equipe de alimentos do DSBV. As inspeções realizadas nos

outros setores foram acompanhadas com a equipe de enfermagem, foi visitado e

inspecionado 5 asilos, acompanhamos a equipe do meio ambiente por haver

denúncias de acúmulo de lixo em terrenos abandonados e por último foi feito uma

inspeção em uma farmácia.

58

QUADRO 4. CLASSE DE ESTABELECIMENTOS VISITADOS PELA VISA – DSBV

NO PERÍODO DE 08/02/2010 À 16/04/2010.

TIPO DE ESTABELECIMENTOS QUANTIDADE PERCENTAGEM (%)

Mercados E Minimercados 12 18,75% Panificadoras 9 14,06% Restaurantes 9 14,06% Supermercados 8 12,50% Bar/Lanchonetes 8 12,50% Pizzarias 7 10,94% Casa De Carnes 6 9,38% Indústrias/Fábricas 2 3,13% Sorveterias 1 1,56% Vinícola 1 1,56% Peixarias 1 1,56% Total 64 100,00%

FONTE: Secretaria Municipal de Saúde. Distrito Sanitário Boa Vista, Curitiba, 2010.

QUADRO 5. PRINCIPAIS ATIVIDADES REALIZADAS PELA EQUIPE DE ALIMENTOS DO DSBV

FONTE: Secretaria Municipal de Saúde. Distrito Sanitário Boa Vista, Curitiba, 2010.

ATIVIDADES REALIZADAS NO SETOR DE ALIMENTOS

QUANTIDADE PERCENTAGEM (%)

Denúncias – 156 (CAU) 30 36,14% Licença sanitária 22 26,51% Infração 11 13,25% Serviço de inspeção municipal (SIM) 5 6,02% Inutilização 4 4,82% Coleta e apreensão de amostras 4 4,82% Alvará ou consulta azul 3 3,61% Interdição de equipamento 2 2,41% Análise de Projeto Arquitetônico 1 1,20% Interdição 1 1,20% Total 83 100,00%

59

7.1 DISCUSSÃO DE RESULTADOS DA ESTATÍSTICA ANALISADA DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO

Através dos dados do QUADRO 5 podemos avaliar as atividades realizadas

no setor de alimentos, as quais tiveram uma maior demanda de denúncias (CAU’s),

geralmente relacionada a reclamações de má condições higiênico sanitário,

estrutura física inadequada, produtos com prazo de validade vencida, produtos sem

a correta identificação e alimentos armazenados fora da temperatura indicada pelo

fabricante na embalagem. Neste tipo de situação a fiscalização avalia se a CAU é

procedente ou não, e se for procedente estabelece medidas corretivas e orientações

ao estabelecimentos. Os estabelecimentos com maior demanda de CAU’s foram 7

mercados e minimercados, 5 pizzarias, 5 restaurantes, 4 lanchonetes, 4

panificadoras, 3 supermercados 1 açougue e 1 fábrica, totalizando um percentual de

36,14% de denúncias (CAU’s).

Em segundo lugar, o número maior de atividades foram solicitações de

Licença Sanitária, isto decorre do fato dos estabelecimentos necessitarem

obrigatoriamente desta documentação para continuar funcionando. Os

estabelecimentos que solicitaram Licença Sanitária ou renovação da Licença

Sanitária foram 5 açougues, 4 mercados e minimercados, 4 bar/ lanchonetes, 4

restaurantes, 1 panificadora, 1 sorveteria e 1 vinícola, totalizando uma percentagem

de 26,51% de Solicitações de Licença Sanitária.

Em terceiro lugar, acompanhou-se infrações nos estabelecimentos, sendo

que a maioria das infrações era oriundas de manter alimentos com prazo de

validade vencida e sem rotulagem de fabricantes, expor a venda produtos

armazenados em precárias condições de higiene, manter alimentos fora da

temperatura indicada pelo fabricante, por manter o ambiente de trabalho que ofereça

risco a saúde do trabalhador, manter maquinários sem a devida manutenção com

partes expostas, fiações elétricas expostas, ausência de equipamentos de proteção

individual, ausência de uniformes, estrutura física em péssimas condições de

higiene, deixar de executar medidas de prevenção contra proliferação de vetores e

insetos. Os estabelecimentos infracionados foram 1 fábrica com 4 infrações, 1

lanchonete com uma infração, 4 infrações e um supermercado 2 infrações em um

minimercado, totalizando uma percentagem de 13,25% dos serviços da VISA do

DSBV em infrações aplicadas.

60

Em quarto lugar as atividades acompanhadas foram as fiscalizações

programadas do Serviço de Inspeção Municipal – SIM, as quais seguem um roteiro

de inspeção mensalmente nos estabelecimentos registrados no SIM. Os

estabelecimentos fiscalizados foram 2 supermercados, 1 mercado, 2 panificadoras,

totalizando uma percentagens de 6,02% de estabelecimentos fiscalizados.

Em quinto lugar, duas atividades apresentarem a mesma frequência de

serviços, sendo elas inutilização e coleta e apreensão de amostras. As inutilizações

foram feitas por haver produtos fora do prazo de validade e alimentos fora da

temperatura indicada pelo fabricante, foram inutilizados produtos em uma

lanchonete, sendo 12 unidades de empanado de frango, 2,5 quilos de massa de

pastel, 1,5 quilos de bisteca suína temperada, 2,0 quilos de massa para kibe, 5,0 de

quilos de linguiça, 8,0 quilos de coxa de frango; na fábrica foi feito o descarte de

12.210,00 quilos de massas alimentícias; no supermercado foi feita a inutilização de

43 unidades de bacon defumado, 22 unidades de hambúrguer de frango e carne

bovina, 55,9 quilos de carne bovina e 5,0 quilos de fígado de bovino; e no mercado

foram inutilizados, 3,0 quilos de salsicha, 8 unidades de frango inteiro, 4 unidades de

cortes de frango, 37 peças de cortes de frango com aproximadamente 500 gramas

cada peça, 10 peças de carne bovina com aproximadamente 1,0 quilo cada peça,

500 gramas de retalhos de frios, 1 unidade de pernil temperado, 1 unidade de cortes

suíno, e 1 unidade de tender sem osso, totalizando uma percentagem de 5% de

inutilizações. As coletas e apreensões de amostras que tem como objetivo atender

as solicitações a diversos tipos de análises, como análises de rotina, análise feitas

devido a ocorrência de surtos e análises de registros. Foram feitas 1 coleta de

amostra de amendoim, 1 coleta de amostra de água, 1 coleta de leite e 1 coleta de

refeição pronta, totalizando uma percentagem de 4,82% dos serviços realizados.

Em sexto lugar, ficou as solicitações de Alvará ou Consulta azul que é de

extrema importância para o estabelecimento para que possa requerer a Solicitação

da Licença Sanitária, as mesmas tem sua validade anual, assim como a Licença

Sanitária.Os estabelecimentos foram: 1 açougue, 1 lanchonete, 1 mercado,

totalizando uma percentagem de 3,61% de solicitação de Alvará.

Em sétimo lugar ficou a interdição de equipamento por apresentar péssimas

condições de higiene e sem a devida manutenção do equipamento apresentando

temperatura inadequada para o armazenamento dos alimentos. Foram interditados 2

61

freezer horizontal, sendo 1 em um minimercado e 1 em um supermercado,

totalizando uma percentagem de 2,41%.

Em oitavo lugar, duas atividades apresentaram a mesma freqüência de

serviços, Análise de projeto Arquitetônico e Interdição. A Análise de projeto

Arquitetônico se referem a lay-outs dos estabelecimentos que são realizados junto

com arquitetos, foram analisado 1 projeto de um supermercado, totalizando uma

percentagem de 1,20%. A interdição foi feita em uma fábrica que apresentava

condições higiênico-sanitária em precárias condições colocando em risco a saúde

tanto do trabalhador como do consumido. Havia proliferação de insetos em

maquinários e na própria fabrica e a manipulação de alimentos inadequada.

Totalizando uma percentagem de 1,20%.

7.2. RELATOS DE CASOS

1°CASO: INTERDIÇÃO DE EQUIPAMENTO

Foi realizado uma visita em uma lanchonete localizada no bairro Santa

Cândida no dia 23 de fevereiro de 2010, com objetivo de avaliar a CAU. A inspeção

foi feita pela equipe de alimentos do DSBV e avaliaram se a CAU era procedente ou

não.

A CAU se referia à má condições higiênico-sanitários do estabelecimento, os

fiscais fizeram a inspeção e observaram condições péssimas tanto estrutural a parte

física do estabelecimento, quanto as más condições higiênico-sanitários e

manipulação dos alimentos.

Na inspeção foi observada na parte estrutural, fiação exposta, caixa de

gordura aberta, ralos abertos, piso quebrado, algumas partes sem forro, pia de inox

muito velha e remendada, o estoque contendo produtos de limpeza e alimentos

juntos no mesmo espaço e com objetos em desuso.

Havia também alimentos armazenados no freezer que apresentava precárias

condições de higiene. Os alimentos estavam sem identificação, sem data de

62

validade e data de fabricação e encontravam-se fora da temperatura indicada pelo

fabricante.

Após a inspeção orientou-se o proprietário do estabelecimento, e logo em

seguida foi feito um termo de inutilização dos produtos armazenados em

temperatura inadequada e alimentos não identificados.

Como base legal para aplicação deste termo de inutilização, foi citado a Lei

Municipal n° 9000/96 artigos 115 e 120.

Os produtos inutilizados foram, 12 unidades de empanado de frango,

(FIGURA 3), 2,5 quilos de massa de pastel sem identificação, 1,5 quilos de bisteca

suína temperada,(FIGURA 4), 2,0 quilos de massa para kibe, 5,0 quilos de lingüiça

e 8,0 quilos de coxa de frango temperada, (FIGURA 5).

A inutilização foi realizada no próprio estabelecimento com produto químico,

na presença do proprietário, (FIGURA 6).

FIGURA 3. EMPANADO DE FRANGO APRESENTANDO DESCONGELAMENTO E

FORA DA TEMPARATURA INDICADA PELO FABRICANTE

O empanado de frango estava com uma temperatura inadequada para o

consumo, o alimento deveria estar em -12°C e não 12 °C.

63

FIGURA 4. BISTECA SUÍNA TEMPERADA SEM IDENTIFICAÇÃO E SEM

PROTEÇÃO.

Conforme a resolução RDC 216/2004, § 4.7.5. As matérias-primas, os

ingredientes e as embalagens devem ser armazenados em local limpo e organizado,

de forma a garantir proteção contra contaminantes. Devem estar adequadamente

acondicionados e identificados, sendo que sua utilização deve respeitar o prazo de

validade. Para os alimentos dispensados da obrigatoriedade da indicação do prazo

de validade, deve ser observada a ordem de entrada dos mesmos.

FIGURA 5. COXA DE FRANGO TEMPERADA SEM IDENTIFICAÇÃO

64

FIGURA 6. TODOS OS ALIMENTOS SENDO INUTILIZADOS COM PRODUTO

QUÍMICO

Após a inutilização, foi feito um termo de interdição de equipamento, com

base legal na Lei Municipal n° 9000/96 artigo 115. O equipamento fica interditado

por apresentar más condições de higiene e manutenção, não mantendo os

alimentos na temperatura preconizada pelos fabricantes, para fins de proteção da

saúde publica.

Fica ciente o estabelecimento que os lacres não poderão ser corrompidos sem a

previa autorização por escrito por esta vigilância, podendo responder por crime de

desobediência – artigo 330 do Código Penal.

65

FIGURA 7. FREEZER HORIZONTAL EM PÉSSIMAS CONDIÇÕES DE HIGIENE,

APRESENTANDO FERRUGEM TANTO NA PARTE INTERNA, QUANTO INTERNA.

FIGURA 8. EQUIPAMENTO (FREEZER) FICA INTERDITADO POR APRESENTAR

PÉSSIMAS CONDIÇÕES DE HIGIENE

A Resolução 216/2004, §4.2.1 As instalações, os equipamentos, os móveis e

os utensílios devem ser mantidos em condições higiênico-sanitárias apropriadas. As

operações de higienização devem ser realizadas por funcionários comprovadamente

capacitados e com freqüência que garanta a manutenção dessas condições e

minimize o risco de contaminação do alimento.

O estabelecimento foi infracionado, pelo fato de armazenar e expor à venda

produtos armazenados em precárias condições higiênico-sanitária, sem a devida

identificação, sem data de validade e fabricação e fora da temperatura indicada pelo

fabricante, colocando em risco a saúde do consumidor.

66

Como base legal, foi citado a Lei Municipal n° 9000 /96 e artigos 95,96 e 98 e artigo

106, incisos XXII, LI, LXI.

FIGURA 9. PIA EM PRECÁRIAS CONDIÇÕES DE HIGIENE E SEM PAPEL

TOALHA E SABONETE LIQUIDO.

FIGURA 10. LIXEIRA SEM TAMPA E PEDAL

67

Segundo a resolução RDC 216/2004, §4.5.2. Os coletores utilizados para

deposição dos resíduos das áreas de preparação e armazenamento de alimentos

devem ser dotados de tampas acionadas sem contato manual.

FIGURA 11. TETO COM ALGUMAS PARTES SEM FORRO

FIGURA 12. ALIMENTOS SEM IDENTIFICAÇÃO, SEM DATA DE VALIDADE E

FABRICAÇÃO E SEM A DEVIDA PROTEÇÃO

68

Conforme a resolução RDC 216/2004, § 4.7.5. As matérias-primas, os

ingredientes e as embalagens devem ser armazenados em local limpo e organizado,

de forma a garantir proteção contra contaminantes. Devem estar adequadamente

acondicionados e identificados, sendo que sua utilização deve respeitar o prazo de

validade. Para os alimentos dispensados da obrigatoriedade da indicação do prazo

de validade, deve ser observada a ordem de entrada dos mesmos.

FIGURA 13. FIAÇÃO EXPOSTA SEM A DEVIDA MANUTENÇÃO

69

Conforme a resolução RDC 216/2004, §4.1.9 As instalações elétricas devem

estar embutidas ou protegidas em tubulações externas e íntegras de tal forma a

permitir a higienização dos ambientes.

FIGURA 14. PRESENÇA DE BARATAS NA ÁREA DA COZINHA

De acordo com a resolução RDC 216/2004, § 4.3.1.A edificação, as

instalações, os equipamentos, os móveis e os utensílios devem ser livres de vetores

e pragas urbanas. Deve existir um conjunto de ações eficazes e contínuas de

controle de vetores e pragas urbanas, com o objetivo de impedir a atração, o abrigo,

o acesso e ou proliferação dos mesmos.

Após inspeção, o estabelecimento foi intimado, com base legal na Lei

Municipal n° 9000/96 e artigos 111 e 112, a cumprir num prazo de 30 dias as

seguintes medidas corretivas:

1) Manutenção da pia da loja;

2) Instalar na pia da loja e cozinha, porta papel toalha e sabonete liquido;

3) Providenciar estrados para o armazenamento de bebidas;

4) Providenciar armário para armazenar produtos de limpeza e utensílios;

5) Providenciar lixeiras com tampa e pedal, (FIGURA 10);

6) Manutenção do foro da cozinha, (FIGURA 11);

7) Retirar papelões que revestem o chão;

70

8) Organização dos utensílios, providenciar prateleiras de material, liso, lavável e

impermeável;

9) Manter os alimentos identificados com data de validade e fabricação;

10) Manutenção da caixa de luz, isolando a fiação exposta, (FIGURA 13);

11) Não armazenar caixas de papelão dentro do freezer, (FIGURA 7);

12) Instalar exaustor;

13) Instalar tela milimétrica nas janelas;

14) Substituir potes e panelas danificados;

15) Apresentar comprovante de desinsetização e desratização;

16) Retirar todos os materiais em desuso na área da cozinha;

Até a conclusão do estágio, não foi avaliado se o estabelecimento havia

cumprido as medidas corretivas propostas.

2° CASO: INUTILIZAÇÃO DE PRODUTOS

Foi realizada uma visita a um mercado localizado no bairro Barreirinha, com

objetivo de avaliar a CAU, que se referia a prazo de validade vencida dos produtos.

No dia 09/02/2010 a equipe de alimentos fez a inspeção do estabelecimento e não

foram encontrados produtos vencidos, mas foram encontrado carnes sem

identificação. Em seguida, orientações foram passadas ao estabelecimento, sendo

que todas as carnes encontradas sem identificação foram inutilizadas.

O estabelecimento recebeu dois Autos de infração, o primeiro com base legal na Lei

Municipal n° 9000/96 artigos 95, 96, 98 e 106 e inc isos XXII, XXXI, LXIV E CXII. Este

Auto de infração foi referente ao estabelecimento armazenar carnes sem a devida

identificação de procedência e datas de vencimento e validade.

O segundo Auto de infração, com base legal na Lei Municipal n° 9000/96

artigos 95, 96, 98 e 106 e incisos I E CXII, por estar fracionando produtos de origem

animal, e haver a exigência de alvará do SIM Curitiba para isto.

Após as infrações foi feito um termo de apreensão em depósito dos produtos que

seriam inutilizados, bom base legal na Lei Municipal n° 9000/96 artigo 115 e

parágrafos 1°, 2°, 3°, 4°, 6° e 9°. Os produtos fic aram apreendidos para fins de

proteção a saúde pública. Os produtos apreendidos no deposito foram:

71

1. Bacon defumado – 43 unidades; (FIGURA 15)

2. Hambúrguer ( frango, misto, bovino com frango) – 22 unidades;

3. Carne bovina – 55,9 quilos; (FIGURA 17)

4. Fígado bovino – 5,0 quilos;

FIGURA 15. BACON DEFUMADO SEM A CHANCELA DO SIM (SERVIÇO DE

INSPEÇÃO MUNICIPAL)

FIGURA 16. FRIOS FATIADOS EXPOSTO À VENDA SEM A CHANCELA DO SIM

De acordo com a Lei Municipal n° 10168 de 2001 Fic am obrigados à prévia

inspeção industrial e sanitária e ao Certificado de Registro e Alvará de Registro no

72

Serviço de Inspeção Municipal de Produtos de Origem Animal de Curitiba,

respectivamente, todos os produtos de origem animal comestíveis e não comestíveis

assim como os estabelecimentos instalados no município de Curitiba, que produzam

matéria-prima, abatam, manipulem, beneficiem, transformem, industrializem,

fracionem, preparem, transportem, acondicionem ou embalem produtos de origem

animal, adicionados ou não de produtos vegetais, suscetíveis de comercialização

exclusiva no município de Curitiba.

FIGURA 17. CARNE BOVINA SEM IDENTIFICAÇÃO

FIGURA 18. PRODUTOS APREENDIDOS EM DEPÓSITO, PARA SER

INUTILIZADOS

No dia 10/02/2010 a equipe de alimentos voltou no estabelecimento para

fazer a inutilização dos alimentos apreendidos em depósito. A inutilização foi

73

encaminhada para ser feita no Frigorífico Argus, localizado na região de São José

dos Pinhais, um responsável pelo estabelecimento acompanhou a equipe até o

Frigorífico onde foi feito a inutilização dos produtos.

3° CASO: INTERDIÇÃO DE UM FÁBRICA

Foi realizada uma inspeção no dia 19/03/2010 em uma fábrica de macarrão,

localizada no bairro Bacacheri.

A equipe de alimentos fez a vistoria do estabelecimento e foram encontradas

varias não conformidades, tanto na parte estrutural e manipulação dos alimentos,

quanto na documentação da fábrica.

A fábrica funcionava em precárias condições higiênico-sanitárias e sem alvará de

funcionamento e licença sanitária, contrariando a legislação.

Esta fábrica recebeu 4 Autos de infração.

O 1° Auto de infração foi com Base Legal na Lei Mu nicipal n° 9000/96 artigos

106, incisos LXXVII, LXXVIII, LXXIX, LXXXIII e artigo 95, Decreto Estadual n°

5711/2002 e Lei Estadual n° 13331/2001 e artigo 521 .

Foi infracionado o estabelecimento, pelo fato de manter o ambiente e/ou condições

de trabalho que ofereça risco a saúde do trabalhador, em manter maquinários sem a

devida manutenção, com fiação exposta, ausência de equipamento de proteção

individual, ausência de uniformes, vestiários e sanitários em péssimas condições de

higiene, colocando em risco a saúde do trabalhador.

O 2° Auto de infração, com Base Legal na Lei Munic ipal 9000/96 e artigos 95,

96, 98 e incisos, artigo 106 incisos XVI, LVI, LXXXVI, LXXXV, XXII, XV e XIV.

O estabelecimento foi infracionado por apresentar precárias condições de higiene

relativas ao ambiente da fábrica com presença de insetos e aracnídeos na área de

produção, nos dutos de matéria-prima e equipamentos, proliferação de fungos nas

paredes, por deixar de promover limpeza e/ou manutenção da estrutura física,

equipamentos e materiais de trabalho, entre outros colocando em risco a qualidade

do produto.

O 3° Auto de infração, com Base Legal na Lei Munic ipal n° 9000/96 artigos

95, 96 e 106 incisos XXXV e Lei Estadual n° 13331/2 001 e artigos 320 e 321.

74

Foi infracionado por deixar de executar medidas preventivas contra proliferação de

vetores, como Aedes Aegypti , consistente em manter latões com acúmulo de água

e caixas d’água sem tampa.

O 4° Auto de infração, com Base Legal na Lei Munic ipal n° 9000/96 artigos

95, 96, 98 e 106, inciso I, artigos 39 e 106 incisos CXII,CIC, e RDC 275.

O estabelecimento acima citado, foi infracionado por produzir, manipular, embalar e

comercializar alimentos (massas alimentícias) sem a licença sanitária.

INTERDIÇÃO

A fábrica foi interditada por funcionar sem licença sanitária, por apresentar

precárias condições higiênico-sanitárias apresentando um ambiente com risco à

saúde e segurança do trabalhador e colocando em risco à saúde do consumidor.

O estabelecimento ficou ciente que é necessário protocolar solicitação de

autorização para reabertura do local para realizar as adequações necessárias, por

escrito.

O estoque de produtos alimentícios ficou interditado, com Base Legal na Lei

Municipal n° 9000/96 artigo 115. Os quais serão des tinados a inutilização por

empresa capacitada e com a devida autorização ambiental por terem sido fabricadas

sob precárias condições de higiene.

DESINTERDIÇÃO

Com Base Legal na Lei Municipal n° 9000/96 artigo 115, parágrafo 4°, no dia

22/03/2010 o estabelecimento foi desinterditado para fins de limpeza, organização e

manutenção de equipamentos e estrutura física, bem como retirada de produtos

para inutilização, ficando a empresa ciente que não pode haver nenhum tipo de

produção ou manipulação de alimentos.

O estoque onde estavam armazenados os produtos (massas alimentícias), foi

desinterditada e realizaram a retirada dos produtos, que foram destinados a

inutilização por empresa capacitada e com a devida autorização ambiental, sendo

apresentado posteriormente o comprovante de descarte.

INUTILIZAÇÃO

75

Com Base Legal na Lei Municipal n° 9000/96 artigos 115 e 120, foram

inutilizados os produtos (massas alimentícias) impróprios para o consumo humano,

pelo fato de serem sido produzidos em precárias condições de higiene e com

presença de insetos e aracnídeos na área de produção, falta de limpeza e

manutenção, entre outros.

Foram inutilizados 12.210,00 quilos de massas alimentícias, cujo o descarte foi

realizado por empresa capacitada, sendo utilizado para preparação de ração animal.

INTIMAÇÃO

Com Base Legal na Lei Municipal n° 9000/96 artigo 110 e 111.

O estabelecimento fica intimado a realizar minimamente o que se para fins de

desinterdição, conforme a RDC 275/2003:

ÁREA EXTERNA:

1) Retirar objetos em desuso ou estranhos do ambiente;

2) Retirar acúmulos de lenhas e lixos, (FIGURA19);

3) Manter tambores cobertos, para não acumular água;

ÁREA INTERNA

4) Instalar porta que separe as áreas de estoque e matéria-prima;

5) Instalar porta de fechamento automático;

6) Instalar telas milimétricas nas janelas do estoque e área de produção;

7) Manutenção de todas as fiações expostas, tanto dos banheiros, quanto dos

maquinários, mantendo a fiação embutida ou em tubulações, (FIGURA 20)

8) Revestimento do teto, fechamento dos ralos abertos;

ÁREA DE PRODUÇÃO

9) Instalar pias de higienização de mãos e sistema de acionamento automático,

porta papel toalha e sabonete líquido;

10) Lixeiras com tampa e pedal;

11) Adequar iluminação;

12) Substituir utensílios de limpeza danificados;

13) Adotar medidas preventivas e corretivas com objetivo de impedir abrigo,

acesso, proliferação de vetores e pragas, apresentando comprovante de

desratização e desinsetização, (FIGURA 26);

EQUIPAMENTOS

76

14) Manutenção de todos os equipamentos da área de produção como pintura,

fiação, motores expostos, substituir partes de matérias de material liso,

lavável e impermeável;

15) Calibração dos termômetros e equipamentos de medição dos fornos;

MANIPULADORES:

16) Providenciar uniformes completo de cor clara para todos os funcionários;

17) Fixar cartazes para os funcionários sobre a correta lavagem das mãos;

18) Disponibilizar equipamentos de proteção individual, (FIGURA 28);

MATÉRIA-PRIMA, INGREDIENTES E EMBALAGENS:

19) Organizar o estoque de matéria-prima, observando o empilhamento

adequado, (FIGURA 25);

20)Substituir estrados em mal estado de conservação, utilizando um material liso,

lavável e impermeável;

21)Identificar os lotes com data de fabricação e validade, de modo que fique

visível para adotar o sistema PVPS (primeiro que vence, é o primeiro que sai);

ESTOQUE DE EMBALAGENS:

22) Providenciar local limpo e organizado, para estocar as embalagens;

23) Manter todas as embalagens com proteção plástica, evitando acumulo de

sujeiras;

24) Desenvolver procedimento de recolhimento, armazenamento e destinação

das perdas da produção para descarte, eliminando o aproveitamento;

25) Substituir extintores vencidos e colocá-los nos locais em que estão faltando;

26)Manutenção dos bebedouros da área externa;

27) Providenciar embalagens adequadas para armazenar os produtos produzidos

ate sua embalagem final.

OBSERVAÇÃO: O estabelecimento teve um prazo de 7 dias a apresentar protocolo

de solicitação de Alvará de funcionamento.

FIGURA 19. ACÚMULO DE LENHA E LIXO

77

De acordo com a RDC 275/2002 ÁREA EXTERNA 1.1.1 Área externa livre de

focos de insalubridade, de objetos em desuso ou estranhos ao ambiente, de vetores

e outros animais no pátio e vizinhança; de focos de poeira; de acúmulo de lixo nas

imediações, de água estagnada, dentre outros.

FIGURA 20. FIAÇÃO EXPOSTA DE MAQUINÁRIOS

Conforme a resolução RDC 216/2004, §4.1.9 As instalações elétricas devem

estar embutidas ou protegidas em tubulações externas e íntegras de tal forma a

permitir a higienização dos ambientes.

FIGURA 21. MAQUINÁRIOS EM PÉSSIMAS CONDIÇÕES DE HIGIENE

78

De acordo com a RDC 275/2002 2.1.3 Superfícies em contato com alimentos

lisas, íntegras, impermeáveis, resistentes à corrosão, de fácil higienização e de

material não contaminante. 2.1.4 Em adequado estado de conservação e

funcionamento.

FIGURA 22. FIAÇÃO EXPOSTA DOS CHUVEIROS DOS BANHEIROS

Conforme a resolução RDC 216/2004, §4.1.9 As instalações elétricas devem

estar embutidas ou protegidas em tubulações externas e íntegras de tal forma a

permitir a higienização dos ambientes.

FIGURA 23. TETO DOS BANHEIROS EM PESSÍMAS CONDIÇÕES E COM MUITA

UMIDADE

79

De acordo com a RDC 275/2002 TETOS 1.5.2 Em adequado estado de

conservação (livre de trincas, rachaduras, umidade, bolor, descascamentos e

outros).

FIGURA 24. TETO SEM FORRO E COM ABERTURA EXTERNA

De acordo com a RDC 275/2002 TETOS 1.5.1 Acabamento liso, em cor clara,

impermeável, de fácil limpeza e, quando for o caso, desinfecção.

FIGURA 25. ESTOQUE CONTENDO GRANDE QUANTIDADE DE MATÉRIA-

PRIMA

80

De acordo com a RDC 275/2002 MATÉRIA-PRIMA 4.1.8 Armazenamento em

local adequado e organizado; sobre estrados distantes do piso, ou sobre paletes,

bem conservados e limpos, ou sobre outro sistema aprovado, afastados das paredes

e distantes do teto de forma que permita apropriada higienização, iluminação e

circulação de ar.

FIGURA 26. PROLIFERAÇÃO DE INSETOS E ARACNÍDEOS NOS DUCTOS DE

PRODUÇÃO

De acordo com a RDC 275/2002 CONTROLE INTEGRADO DE VETORES E

PRAGAS 1.16.1 Ausência de vetores e pragas urbanas ou qualquer evidência de

sua presença como fezes, ninhos e outros. 1.16.2 Adoção de medidas preventivas e

corretivas com o objetivo de impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou proliferação

de vetores e pragas urbanas.

81

FIGURA 27. MAQUINÁRIOS APRESENTANDO PARTES COM FERRUGEM

FIGURA 28. FUNCIONÁRIOS SEM UNIFORMES E SEM EQUIPAMENTO DE

PROTEÇÃO INDIVIDUAL

De acordo com a RDC 275/2002 VESTUÁRIOS 3.1.1 Utilização de uniforme

de trabalho de cor clara, adequado à atividade e exclusivo para área de produção.

3.1.2 Limpos e em adequado estado de conservação.

FIGURA 29. GRANDE QUANTIDADE DE MASSAS ALIMENTÍCIAS

ARMAZENADAS EM SACOS DE FARINHAS PARA SEREM EMBALADOS

82

Conforme a RDC 275/2002 ROTULAGEM E ARMAZENAMENTO DO

PRODUTO FINAL 4.3.1 Dizeres de rotulagem com identificação visível e de acordo

com a legislação vigente. 4.3.2 Produto final acondicionado em embalagens

adequadas e íntegras. 4.3.3 Alimentos armazenados separados por tipo ou grupo,

sobre estrados distantes do piso, ou sobre paletes, bem conservados e limpos ou

sobre outro sistema aprovado, afastados das paredes e distantes do teto de forma a

permitir apropriada higienização, iluminação e circulação de ar.

DESINTERDIÇÃO DA FÁBRICA

No dia 07/04/2010 a equipe voltou para fazer uma nova vistoria, observando

se foram cumpridas as adequações

Com Base Legal na Lei Municipal n° 9000/96 artigo 1 15 incisos 4° e 9°.

O estabelecimento foi desinterditado por ter cumprido as adequações

solicitadas, podendo retornar suas atividades normais. O estabelecimento foi

informado de que novo termo de intimação será lavrado para atender a RDC 275 da

ANVISA.

A FIGURAS 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37 E 38 ilustram algumas das correções

realizadas pela empresa.

FIGURA 30. FUNCIONÁRIOS UNIFORMIZADOS

83

FIGURA 31. LIXEIRAS COM TAMPA E PEDAL

FIGURA 32. PORTAS COM FECHAMENTO AUTOMÁTICO SEPARANDO ÁREA

DE PRODUÇÃO DA ÁREA DE MATÉRIA-PRIMA

84

FIGURA 33. PIA DE HIGIENIZAÇÃO DE MÃOS COM SISTEMA DE

ACIONAMENTO AUTOMÁTICO, COM SABONETE LÍQUIDO E PAPEL TOALHA.

FIGURA 34. MATÉRIA-PRIMA IDENTIFICADA E OBEDECENDO O

EMPILHAMENTO ADEQUADO

85

FIGURA 35. MAQUINÁRIOS PINTADOS E COM FIAÇÃO EMBUTIDA

FIGURA 36. DUTOS DE PRODUÇÃO LIMPOS E SEM INSETOS

86

FIGURA 37. CHUVEIROS DOS BANHEIROS COM FIAÇÃO NOVA

FIGURA 38. ARMÁRIOS DOS VESTIÁRIOS REFORMADOS E ORGANIZADOS

87

88

8. CONCLUSÃO

O estágio cumprido permitiu compreender a importância do serviço da VISA

ao garantir a segurança alimentar, através da fiscalização dos estabelecimentos. A

qualificação proposta nos objetivos se realizará através da vivência técnico-

profissional e aplicação dos requisitos compreendidos durante o estágio. Durante o

acompanhamento nos estabelecimentos, foi possível observar os critérios aplicáveis

para cumprir a legislação e a conduta dos fiscais da Vigilância Sanitária.

Através da avaliação da casuística foi possível concluir que o DSBV atende

em sua maioria o setor de alimentos. A CAU aciona o maior número de atividades

no DSBV atendendo principalmente denúncias dos consumidores, sendo a principal

classe de estabelecimentos vistoriados pela VISA, compreende mercados e

minimercados, panificadoras e restaurantes, demonstrando a importância da

fiscalização em estabelecimentos de auto-serviço.

O esforço dos técnicos que trabalham na Vigilância Sanitária é fundamental

para que a população e os estabelecimentos tenham acesso fácil à legislação e

informações sobre as boas práticas de fabricação e segurança alimentar.

89

9. REFERÊNCIAS

ALVAREZ, G. Graziela, do I Curso de Especialização em Epidemiologia Aplicada às

Doenças Transmitidas por Alimentos, ano 2000, convênio DDTHA/CVE e FSP/USP.

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em:http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/Taenia_solium.ht

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BRASIL. ANVISA. Cartilha de BPF. Disponível em:

http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/alimentos .Acesso em: 24/03/2010.

BRASIL. ANVISA. Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004. Dispõe

sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. - Diário

Oficial da União; Poder Executivo, de 16 de setembro de 2004. Disponível em:

http://elegis.anvisa.gov.br/leisre. php?id=12546& word. Acesso em: 05/03/2010.

BRASIL. ANVISA. Resolução RDC n°360, de 23 de dezem bro de 2003. Dispõe

sobre o Regulamento Técnico sobre rotulagem nutricional de alimentos embalados.

Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2003/rdc/360_03rdc.htm. Acesso

em 07/03/2010.

BRASIL. ANVISA. Resolução RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002. Dispõe sobre

Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aos

Estabelecimentos Produtores Industrializadores de Alimentos. DOU - Diário Oficial

da União; Poder Executivo, de 06 de novembro de 2002. Disponível em:

http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2002/275_02rdc.htm Acesso em: 26/03/2010.

90

CENEPI /FUNASA/MS. Manual integrado de prevenção e controle de doenças transmitidas por alimentos. 2001. Disponível em: bvsms.saude.gov.br/bvs/ct/pdf/sonia_aparecida.pdf Acesso em: 05/05/2010

CIDASC, Manual de manipulação de alimentos. Disponível em: http://www.cidasc.sc.gov.br/arquivos%20zip/MANUAL%20MANIPULA%20ALIMENTOS.pdf Acesso em: 12/04/2010

CURITIBA. Lei nº 10168 de 24 de Maio de 2001. Cria o Serviço de Inspeção

Municipal de Produtos de Origem Animal de Curitiba - SIM - CURITIBA e dá outras

Providências. Disponível em: http://domino.cmc.gov.br/contlei.

nsf/baac9fc8c6760aa5052568fc004fc17e/a1a20f433840cf6803256a6. Acesso em:

25/03/2010.

CURITIBA. Código de Saúde de Curitiba – Secretaria Municipal da Saúde. Lei

Municipal nº 9000 de 27 de dezembro de 1996. Curitiba: SMS.

CURITIBA. Secretaria Municipal da Saúde. Distrito Sanitário Boa Vista. Centro de

Saúde Ambiental. Treinamento. Introdução à Saúde Ambiental. Curitiba. Agosto

2006. Material de Treinamento

CURITIBA. Decreto nº 70 de 15 de março de 2002. Aprova o Regulamento do

Serviço de Inspeção Municipal de Produtos de Origem Animal de Curitiba – SIM

EDUARDO e MARIA BERNADETE DE PAUL. Vigilância Sanitária. Vol 8. São Paulo,

1998.

91

EVANGELISTA, José. Tecnologia de Alimentos. 3°ed. São Paulo: ATHENEU, 2003.

FRANCO, G. M. B e LANDGRAF, M. Microbiologia dos Alimentos. São Paulo: ATHENEU, 2005 .

GERMANO, P.M. L e GERMANO, M.I.S. Higiene e Vigilância Sanitária de Alimentos.

1°ed. São Paulo: MANOELE, 2001.

GERMANO, P.M. L e GERMANO, M.I.S. Higiene e Vigilância Sanitária de Alimentos.

3°ed rev e ampl. São Paulo: MANOELE, 2008.

JUNIOR, Eneo. Manual de Controle Higiênico Sanitário de Alimentos. 5ed°.São

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MALTEZ, Danilo - aluno de Medicina Veterinária da Faculdade Metodista, estagiário

voluntário na Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar, ano 2002.

Disponível em: http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/Giardiase.htm Acesso

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URQUHART G.M, ARMOUR. J, DUNCAN. J.L, ET AL. Parasitologia Veterinária. 2°

ed. GUANABARA KOOGANG, 1998.

92

ANEXOS

PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA

SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE

CENTRO DE SAÚDE AMBIENTAL

FORMULÁRIO DE INSPEÇÃO DO SIM-CURITIBA

NOME FANTASIA:

RAZÃO SOCIAL:

ENDEREÇO E TELEFONE:

R.T DO ESTABELECIMENTO: PESSOA DE CONTATO:

NÚMERO DO ALVARÁ DO SIM: TÉCNICO DO SIM:

DATA DA INSPEÇÃO:

RECEBIMENTO AVALIAÇÃO

A F P

AVALIAÇÃ

O

A F

P

Condições higiênicas satisfatórias. Condições higiênicas satisfatórias.

Rotulagem dos produtos em acordo. Lavatórios de mãos equipadas com sabonete líquido, lixeira de acionamento automático e papel toalha.

Registro da temperatura no recebimento.

Iluminação suficiente no ambiente

para se executar a função.

93

Temperatura de acordo com o rótulo do

produto.

Temperatura ambiente 16ºC.

ESTOCAGEM (câmaras frias e outros)

Embalagens mantidas exclusivamente dentro de armários suspensos e fechados.

Conservação e condições higiênicas

satisfatórias.

Lâmpadas acesas com proteção

contra estilhaçamentos.

Produto fracionado embalado e devidamente identificado.

Lava-botas higienizados,conservados

e em uso.

Controle de estoque e validade (PEP’S e PVPS).

BALCÕES EXPOSITORES

Produtos estocados sobre estrados ou em prateleiras. De maneira que haja uma boa circulação do frio (se for o caso).

Produtos expostos perfeitamente identificados de acordo com a legislação vigente, indicando o modo de conservação e temperatura adequada; contendo a inscrição “Venda exclusiva dentro do Município de Curitiba” e a chancela do SIM.

Registro da temperatura na estocagem.

Produtos expostos de maneira que haja uma boa circulação do frio.

CÂMARA FRIA

Temperatura do produto de acordo com o rótulo.

Trocas: local para armazenar produtos de trocas (câmara fria ou local perfeitamente identificado e separado dentro da câmara).

LIMPEZA DA CAIXA D’ÁGUA E CONTROLE DE VETORES

94

Agasalhos de frio em número suficiente e sendo utilizado ao adentrar das câmaras.

Documentação comprobatória da desinsetização e desratização por empresa licenciada conforme RDC 18/00 ( semestral).

Container ou carrinho para armazenamento de ossos e sebos, com tampa e em bom estado de conservação.

Documentação comprobatória da limpeza da caixa da água( semestral).

Termômetros para leitura na área externa das câmaras.

TRANSPORTE

Produtos “in natura” acondicionadas em caixas fechadas ou em gancheira, com identificação completa.

Veículos adequados,conservados e limpos.

Condições higiênicas satisfatórias. Containeres e embalagens adequados e limpos.

ÁREA DE MANIPULAÇÃO Veículo com licença sanitária.

Esterilizador de facas em funcionamento (85ºC), com água até a grelha e higienizados ou outro método de desinfecção comprovado com rotina escrita.

Controle da temperatura dos alimentos (comprovadas).

MANIPULADORES DE ALIMENTOS

MANUTENÇÃO

Boa higiene pessoal, uniformes dos funcionários completos,limpos e de uso exclusivo.

Calibração dos equipamentos de frio com registros da realização dessas operações.

Ausência de lesões de pele. Os filtros para climatização devem estar conservados.A limpeza e trocas de filtros programadas, periodicamente e registradas.

Sem adornos, unhas curtas, sem esmaltes

e limpas.

LIMPEZA E SANITIZAÇÃO

Manipulação em horários diferenciados, evitando a

Depósito de material de limpeza e equipamentos organizados(de uso

95

contaminação cruzada. exclusivo).

Lavagem de mãos com técnica. A Instrução deve estar no local.

Higienização dos equipamentos, utensílios, paredes e pisos(em horário diferente da manipulação dos produtos) com registro.

Registro de afastamento por doença. Local para lavagem de caixas utilizado exclusivamente para este fim.

VESTIÁRIOS E BANHEIROS F M Possui procedimentos operacionais padrão.

Condições higiênicas satisfatórias e organizados.

MANEJO DE RESÍDUOS

Equipados com sabão líquido, lixeira de acionamento automático e papel toalha.

Depósito de resíduos externo: Coberto, livre de insetos e vetores contento ponto de água e ralo para higienização.

Armários em bom estado de conservação e de uso individual.

AVALIAÇÃO

ATENDE – A -A- AÇOGUE

NÃO ATENDE – NA F- FIAMBRERIA

NÃO SE APLICA – NSA P- PEIXARIA

NÚMEROS DAS INTIMAÇÕES: -----------------------------------------------------------------------------------------------------

MOTIVO: -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

NUMEROS DAS INFRAÇÔES--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

96

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

MOTIVO: -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

OBSERVAÇÕES:

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

97

98