Terapia ABA

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 T erapia ABA: Humana By faggiani, on March 28th, 2011 Este texto foi origina do após uma pergunta feita por alguns pais que escolheram a Terapia ABA como o principal elemento do tratamento dos seus filhos diagnosticados com Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, às vezes chamado de Transtorno do Espectro Autista, às vezes si mplesmente autismo. (Terapia ABA?) Esses pais perguntaram ³Por que alguém não escreve um texto mostrando como a Terapia ABA é humana?´ É um questionamento que deixa duas perguntas constrangedoras implícitas. Alguém, então, pensa que uma Terapia focada no desenvolvimento integral de seres humanos pode ser outra coisa senã o humana? A resposta é ³sim´ e continua mais triste ³ e são outros profissionais que dizem iss o´. Mas a pergunta implícita mais constrangedo ra é ³ess es profissionais, e alguns pais que acreditam neles, acreditam que os a plicadores de Terapia ABA e as famílias que a escolhem aceitam práticas não -humanas para seus filhos«?´ Este texto, pensando nas questões acima, faz uma descrição diferente da Terapia ABA.  Não tem a intenção de criticar profissionais ou abordagens. O texto é tão somente para mostrar alguns porquês da Terapia ABA sob o ponto de vista da sua bas e humanista. Ele é necessário porque, além de terapeutas, os profissionais ABA são cientistas. Este fato maravilhoso teve dois efeitos colaterais i mprevisíveis. O primeiro é que os conceitos ABA têm nomes ³duros´, ao contrário de suas práticas. O segundo é que os textos explicativos falam muito dos porquês científicos da Terapia ABA e pouco das razões humanas. É tempo de mostrar três delas. A razão mais humana que just ifica a Terapia ABA é: ela funciona, e funciona bem! Isso acontece porque os terapeutas estão o tempo todo debruçados sobre o seu próprio trabalho, avaliando, criticando , melhorando. Não só realizaram ce ntenas de pesquisas  para ter a certeza de que ABA funciona, mas ta mbém analisam minuciosamente o trabalho realizado com cada um dos seus clientes. T odos os passos do tratamento são registrados e constantemente a valiados, permitindo melho rar tudo que está dando certo e consertar o que está dando errado. É muito difícil falhar, já que os erros são corrigidos. Se um terapeuta ABA não acerta na primeira, t enta a segunda, a terceira, e continua tentando até conseguir: e consegue! O resultado disso é que cada pessoa r ecebe uma Terapia ABA particular. Os conceitos e princípios básicos são os mesmos para

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Terapia ABA: Humana

By faggiani, on March 28th, 2011

Este texto foi originado após uma pergunta feita por alguns pais que escolheram a Terapia ABA como o principal elemento do tratamento

dos seus filhos diagnosticados com Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, às vezeschamado de Transtorno do Espectro Autista, às vezes simplesmente autismo. (TerapiaABA?)

Esses pais perguntaram ³Por que alguém não escreve um texto mostrando como aTerapia ABA é humana?´ É um questionamento que deixa duas perguntasconstrangedoras implícitas. Alguém, então, pensa que uma Terapia focada nodesenvolvimento integral de seres humanos pode ser outra coisa senão humana? Aresposta é ³sim´ e continua mais triste ³e são outros profissionais que dizem isso´. Masa pergunta implícita mais constrangedora é ³esses profissionais, e alguns pais queacreditam neles, acreditam que os aplicadores de Terapia ABA e as famílias que aescolhem aceitam práticas não-humanas para seus filhos«?´

Este texto, pensando nas questões acima, faz uma descrição diferente da Terapia ABA. Não tem a intenção de criticar profissionais ou abordagens. O texto é tão somente paramostrar alguns porquês da Terapia ABA sob o ponto de vista da sua base humanista.Ele é necessário porque, além de terapeutas, os profissionais ABA são cientistas. Estefato maravilhoso teve dois efeitos colaterais imprevisíveis. O primeiro é que osconceitos ABA têm nomes ³duros´, ao contrário de suas práticas. O segundo é que ostextos explicativos falam muito dos porquês científicos da Terapia ABA e pouco dasrazões humanas. É tempo de mostrar três delas.

A razão mais humana que justifica a Terapia ABA é: ela funciona, e funciona bem! Issoacontece porque os terapeutas estão o tempo todo debruçados sobre o seu próprio

trabalho, avaliando, criticando, melhorando. Não só realizaram centenas de pesquisas para ter a certeza de que ABA funciona, mas também analisam minuciosamente otrabalho realizado com cada um dos seus clientes. Todos os passos do tratamento sãoregistrados e constantemente avaliados, permitindo melhorar tudo que está dando certoe consertar o que está dando errado. É muito difícil falhar, já que os erros sãocorrigidos. Se um terapeuta ABA não acerta na primeira, tenta a segunda, a terceira, econtinua tentando até conseguir: e consegue! O resultado disso é que cada pessoa recebeuma Terapia ABA particular. Os conceitos e princípios básicos são os mesmos para

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todos, mas a forma de aplicação e o modo de trabalho do terapeuta são especiais eexclusivos para cada um dos clientes.

Os terapeutas ABA sabem que todas as pessoas têm capacidade de aprender. Eles têmrazão, pois fazem a aprendizagem acontecer não importa quão difícil o ensino seja.Algumas pessoas, como aquelas diagnosticadas com autismo, precisam de atenção

adicional para aprender, mas o fazem plenamente quando motivados. Confiar no potencial de todas as pessoas faz com que os terapeutas ABA se sintam, desde suaformação, responsáveis pela evolução dos seus clientes. Um bom profissional ABA

 jamais dirá ³esta criança não consegue aprender´ sobre um cliente com dificuldades para realizar as tarefas propostas; ele dirá ³esta criança está certa: meu método deensino não está adequado e devo modificá-lo´. As intensas auto-exigência eresponsabilidade dos terapeutas, derivadas da crença na capacidade do outro, é asegunda razão mais humana que embasa a Terapia ABA.

É comum ouvir críticas de que a Terapia ABA não respeita o ritmo e o tempo das pessoas. A verdade é o oposto disso: respeitar é o que se faz o tempo todo. Respeita-se, principalmente, o direito das pessoas de conhecer o mundo e de se relacionar com seus

 pares. Para isso, é preciso aprender coisas que nem sempre são prazerosas à primeiravista, mas se mostram incrivelmente interessantes no segundo contato. Sabendo dessaverdade indiscutível, a Terapia ABA usa duas estratégias infalíveis para ensinar. Tornaaté mesmo o conhecimento mais chato o mais interessante do mundo e evita que osclientes errem. Isso mesmo, eles sempre acertam e são intensamente elogiados toda vezque o fazem. Essas estratégias só são possíveis porque o ritmo e o tempo de cada umsão respeitados. Algo deve ficar claro, as pessoas diagnosticadas com autismo sãoiguais a todos os seres humanos: estão sempre prontas para ir mais longe. Grande partedo esforço dos terapeutas ABA é mostrar a seus clientes o quanto aprender é prazerosoe importante. A terceira razão humana que direciona a Terapia ABA, portanto, é o seurespeito ao direito das pessoas de continuarem aprendendo sobre o mundo e sobre seus

 pares; cada um no seu ritmo, mas sempre mais.

 Não se pode afirmar que a Terapia ABA é mais efetiva para lidar com o Transtorno doEspectro Autista, mas é correto afirmar que ela tem o maior corpo de conhecimento e omaior número de pesquisas mostrando sua eficácia. É uma pena, portanto, que as baseshumanas da Terapia ABA descritas acima não sejam conhecidas por todos os pais e

 profissionais que lidam com indivíduos diagnosticados com autismo. É uma pena queescolhas sejam feitas sem que as terapias sejam devidamente conhecidas. Espera-se queeste texto ajude os pais a tomarem decisões sobre o futuro dos seus filhos não com basena falsa ideia de que há terapias humanas e não-humanas, mas sim baseados em suas

 preferências de método de trabalho e na análise da eficiência de cada um deles.

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Perguntas ± Terapia ABA

By faggiani, on October 25th, 2010

Apesar da qualidade e do alto sucesso da Terapia ABA, ainda há muitas dúvidas e mitosem torno do seu funcionamento. Este texto estará em constante renovação, com oobjetivo de tirar dúvidas e apresentar a Terapia ABA de modo mais honesto e correto.Por favor, envie sua dúvida por meio do FORMULÁRIO DE CONTATO.

1. A Terapia ABA realmente funciona?Os dados de pesquisa mostram que a Terapia ABA é a forma de terapia mais bemsucedida para crianças diagnosticadas com autismo. Diferentes estudos mostraram quecerca de 50% das crianças que passaram por Terapia ABA de modo intensivo atingiramo desenvolvimento típico.

2. Por que a Terapia ABA funciona?A Terapia é essencialmente educacional e as técnicas de ensino que utiliza se mostrarameficientes com adultos, crianças típicas e com desenvolvimento atípico. É um ensinoaltamente motivador, que respeita o ritmo do estudante e constrói habilidades queajudam a criança a aprender por si só. As técnicas de ensino estão em constanteaperfeiçoamento, sempre se adaptando às novas descobertas científicas. Mais do queisso, a Terapia ABA promove a integração entre a terapia em si e a escola regular, alémde incluir os pais no programa de tratamento. Essa integração garante que todos ajudemno desenvolvimento da criança de modo mais efetivo.

3. Por que tantos registros em Terapia ABA?O registro frequente de toda a Terapia ABA é uma de suas características vitais e talveza maior responsável pelo seu sucesso. Por meio dos registros, os pais podemacompanhar minuciosamente o desempenho dos seus filhos: se as metas estão sendoatingidas, qual a velocidade de aprendizagem da criança, quais suas dificuldades, etc. Oterapeuta, por sua vez, usa os registros como termômetro do próprio trabalho. Mantém eamplia aquilo que está dando certo e modifica rapidamente o que não está gerandoresultados apropriados. Em poucas palavras, a terapia muda em função do que a criançaestá demonstrando. Desse modo, por meio do acompanhamento constante, é bastantedifícil que a Terapia ABA não seja bem sucedida.

4. A Terapia ABA exige muito das crianças?

 Não. Os terapeutas fazem uma avaliação cuidadosa da criança e propõem programas eatividades pertinentes ao seu nível de compreensão. Em nenhum momento, a criança éincentivada a demonstrar habilidades ou realizar atividades além do seu nível ou contraa sua vontade.

5. A intensidade da Terapia ABA cansa as crianças?Muitas vezes o cansaço é confundido com falta de motivação. Na Terapia ABA,fazemos um levantamento das motivações da criança e as utilizamos para tornar a

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terapia prazerosa. Além disso, programamos tratamento de modo que a criança intercalemomentos de trabalho com momentos de lazer.

6. Quantas horas eu devo fazer de Terapia ABA por dia? E por quanto tempo?As pesquisas indicam que quanto mais horas de atividade, mais eficiente é a terapia. NoBrasil, o comum é encontrar crianças que fazem terapia de 2 a 4 horas por dia. O ideal,

de acordo com a literatura, é de 40 horas por semana (8 horas por dia). O tempo daTerapia varia de criança para criança. Aquelas com menos comprometimento podem ter um bom avanço em apenas dois anos. Crianças com mais dificuldades podem requerer mais de quatro anos de terapia.

7. A Terapia ABA pode ser aplicada pelos pais da criança?

Existe o mito de que os pais não podem ser bons aplicadores de Terapia ABA. Essemito surgiu no Brasil. Há muitos trabalhos científicos que mostram que, muitas vezes,os pais podem ser mais bem sucedidos do que profissionais que passam por treinamentode curto prazo para atender as crianças.

8. A Terapia ABA robotiza as crianças?

Esse é outro mito sobre a Terapia ABA. Os terapeutas ABA acreditam no potencial dascrianças para se tornarem adultos inteligentes e independentes e jamais tratariam ascrianças como robôs. Pelo contrário, os terapeutas são carinhosos e calorosos com seusclientes. Provavelmente, o mito deriva de um tipo de ensino bastante estruturadochamado de ³Tentativa Discreta´, que é muito funcional, mas que sem programaçãoadequada pode ficar descontextualizado. Sabendo disso, o bom profissional ABA ensinaaos pais e professores estratégias para tornar o conhecimento aprendido em TentativaDiscreta em habilidades reais em contextos naturais. Além disso, existe uma técnicaampla chamada de Ensino em Ambiente Natural, em que situações do dia-a-dia sãoaproveitadas para ensinar comportamentos adequados.

9. Como a Terapia ABA desenvolve a linguagem?Existem muitos meios de lidar com a linguagem. O mais efetivo deles é utilizando oPLN (Paradigma de Linguagem Natural), no qual o interesse da criança é utilizadocomo incentivo para a o desenvolvimento da fala. É uma estratégia lúdica, que temmostrado resultados excelentes na emergência da linguagem inicial. Consiste emaproveitar as brincadeiras para criar uma situação divertida e relaxante para a criança;no meio das interações positivas, a criança é requisitada a falar. Há também maneirasmais estruturadas de trabalho, como ensino de nomeação, de conversação inicial (que,

 posteriormente, torna-se menos estruturada) e leitura. Para crianças que demonstramdificuldade em responder vocalmente, utiliza-se o PECS (Programa de Comunicação

 por Troca de Figuras) como estratégia inicial de desenvolvimento da linguagem.

10. O uso de reforçadores arbitrários é realmente necessário?Realmente, os terapeutas ABA utilizam motivadores (reforçadores ± itens desejados

 pela criança, carinhos, congratulações, etc) como forma de manter a criança interessadanas atividades. No entanto, é preciso compreender que a Terapia ABA não inventou osmotivadores: eles são comuns no cotidiano de qualquer pessoa. Sempre noscomportamentos para conseguir algo, o tempo todo. O que se faz em Terapia ABA é

 programar o ambiente de modo que o que interessa a criança seja a consequência derespostas adequadas. Enquanto a professora do ensino regular briga com o aluno queconversa, a Terapia ABA prefere reforçar o comportamento de ficar sentado. A função

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do reforçador é a de capturar a atenção da criança e tornar o ensino mais rápido einteressante para ela. É possível ensinar sem o reforçador, mas é um ensino muito maisdemorado e sem sentido para a criança.

11. A Terapia ABA deixa a criança sem vontade própria?

 Não. Todos os programas ABA são desenvolvidos para que a criança se torne

independente. Os primeiros programas de aprendizagem são mais estruturados do queos mais avançados, formando uma sequência ideal de construção de conhecimento. Oobjetivo de programas mais estruturados inicialmente ocorre porque as criançasgeralmente não possuem os pré-requisitos de atenção e concentração necessários para aaprendizagem. As tarefas, no entanto, sejam estruturadas ou não, criam nas crianças acapacidade de aprender por conta própria, de escolherem o que querem, decomunicarem suas emoções e de realizar as atividades diárias sem ajuda. Portanto, naverdade, o que ocorre é o oposto: um ensino para a vontade própria.

12. Quem deve aplicar a ABA?

Idealmente, pessoas que conheçam análise do comportamento profundamente devem ser os responsáveis pelo planejamento da Terapia. Esses profissionais, em sua maioria, são

formados em Psicologia e possuem especialização em Terapia Comportamental oumestrado em Psicologia Experimental ou em Análise do Comportamento. A aplicaçãoem si, no entanto, pode ser feita por qualquer pessoa que passe por um treinamento como profissional ABA. Pais, alunos de Pedagogia e Psicologia fazem esse trabalho comcompetência. Há pesquisas mostrando que os pais, particularmente, são muito hábeisem aplicar Terapia ABA. Infelizmente, existe a falsa crença no Brasil de que os paisdevem ficar de fora da terapia. Isso é falso.

13. Pode ser feito ABA e Son-Rise?Essa é uma questão bastante discutida e cada profissional tem uma visão sobre isso,

 portanto, falarei sob o meu ponto de vista. Assim como no Son-Rise, a Terapia ABA procura aproveitar a motivação da criança para incentivá-la a aprender. Nisso, ambos ostratamentos são iguais. No entanto, diferenciam-se bastante quando se trata do que deveser ensinado e no quando deve ser ensinado. A Filosofia do Son-Rise defende que acriança deve mostrar receptividade antes de ser estimulada: devemos esperar o tempodela. A Filosofia da Terapia ABA, por sua vez, defende que todas as crianças têmcapacidade de aprender se relacionar com os outros e que se às vezes não o fazem, ounão demonstram querer fazer, é porque lhes falta motivação e percepção de como oconhecimento e a interação social são positivos: por isso, cria programas estruturados ede interação social desde cedo. São pontos de partida bastante divergentes, mas nãoentrariam necessariamente em choque se três cuidados fossem tomados. O primeiro éseparar bem as atividades, de modo que o quer foi feito na Terapia ABA não deve ser feito no Son-Rise e vice-versa. O segundo é separar os ambientes em que ocorre uma e

outra terapia. O terceiro é optar por não utilizar o ³juntar-se´ do Son-Rise (imitar asestereotipias da criança); deve-se se manter uma constância quando se trata deestereotipias e optar por imitá-las prejudicaria o trabalho ABA. É preciso perguntar aum profissional Son-Rise a importância do juntar-se para a terapia e se é possívelexecutá-la sem esse procedimento.

14. Pode ser feito ABA e outras terapias?Pode, sim. Apesar de haver dados de pesquisa mostrando que a Terapia ABA por si só émais efetiva do que a mistura de terapias, é praticamente impossível na cultura brasileira

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(e talvez mundial) que os pais optem por apenas uma modalidade terapêutica. Não hánenhuma restrição da Terapia ABA quanto a outras terapias. Os pais precisam, seoptarem por muitas terapias diferentes, exigir dos profissionais que cuidam dos seusfilhos alguma forma de avaliação do andamento do processo, para que possam avaliar aadequação de cada terapia para suas crianças.

15. Qual é o critério de avaliação da eficiência do programa de tratamento e doterapeuta ABA? Os pais podem se guiar pelo registro de evolução da criança. É comum que em trêsmeses haja avanços nos programas de aprendizagem. Caso não tenha havido nenhumaevolução depois de 30 dias, porém, é válido modificar os procedimentos e verificar seelas melhoram o andamento da terapia. Sobre a avaliação do terapeuta, os pais devemficar atentos com o grau de comprometimento do profissional, sua flexibilidade e sua

 boa relação com a criança. O profissional deve ser acessível, interessado e se esforçar  para tornar a terapia o mais prazerosa para a criança quanto possível.

16. Como a Terapia ABA afeta a rotina das crianças? Afeta proporcionando a ela um período diário de atividades de aprendizagem. Mais do

que as horas de terapia, porém, a Terapia ABA afeta a família toda, que deve estar sempre pronta para ensinar uma nova palavra, uma nova imitação, um novo nome, alémde redirecionarem comportamentos inadequados. Para funcionar em sua máxima força,todos os envolvidos com a criança devem participar da Terapia ABA. Isso torna ocotidiano da criança mais interessante para ela e mais desafiador: a todo momento háalgo a aprender, alguém com quem falar e algo novo a ser feito.

Os pais como participantes da terapia

By faggiani, on March 28th, 2011

Certa mãe disse que ter uma criança diagnosticada com autismo é ser mãe duplamente,com todos os benefícios e sofrimentos da função dobrados. Isso porque não só a criançaautista necessita dos cuidados que todo filho precisa, mas também requer atençãoespecial a necessidades particulares. A mãe ainda disse que as alegrias da maternidadesão maiores do que as preocupações e por isso era feliz ao quadrado com o seu filhoespecial.

Pais e mães otimistas com seus filhos especiais possuem, geralmente, uma característicadiferente dos pais pessimistas: eles participam ativamente da terapia dos filhos; na

verdade, transformam todos os momentos em ³terapia´. Quando essa participaçãointensiva ocorre, os pais passam a ter muito mais carinho e confiança no filho. Asvitórias são comemoradas com mais prazer e as demoras são mais bem compreendidas.Muitos pais, infelizmente, ficam em dúvida sobre como podem ajudar os filhos nocotidiano. Algumas ações são simples e causam grande impacto. É válido descrevê-las.

Em primeiro lugar, os pais têm que aceitar seus filhos e lhes fornecer amor e paciência.Crianças diagnosticadas com autismo demoram mais para aprender e para se relacionar adequadamente; precisam ser ensinados muitas vezes sobre a importância das coisas

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antes de compreendê-las. Pais que têm paciência e entendem o ritmo dos seus filhos sãocapazes de ensinar de forma mais apropriada e não se frustram quando a criança nãoaprende imediatamente. Respeitar o desenvolvimento do filho e não compará-lo a outrascrianças é fundamental para seu crescimento e para o bem-estar familiar.

Os pais também podem ajudar escolhendo com cuidado os profissionais que vão

contribuir na educação dos seus filhos. Sejam profissionais remunerados ou que fazemtrabalho voluntário, os pais têm o direito de conhecê-los e a seus métodos. Um bom

 profissional, seja de qual área for, deve ser transparente e expor para os pais a avaliaçãoque fez da criança, quais sãos seus objetivos a curto e longo prazo e qual o seu métodode trabalho. Também é recomendado que sejam escolhidos profissionais dispostos aescutar e serem flexíveis com as queixas trazidas pelos pais e com o que estesconsideram de maior urgência no tratamento do filho. Práticas rígidas que não agregamas necessidades específicas da família devem ser evitadas em favor da flexibilidade eadaptação às particularidades de cada cliente. Também é direito dos pais cobrar resultados e pedir informações constantemente. Isso mostra ao profissional que ele estálidando com uma família interessada e participativa, o que provavelmente resultará emuma prática mais cuidadosa.

É válido que os pais peçam aos terapeutas para lhes ensinar técnicas que possam ser aplicadas por eles mesmos em casa. O ensino de pais por profissionais apresenta bonsresultados. A literatura em Terapia ABA (um método para ensinar crianças autistas) temdemonstrado que os pais são bons aplicadores da terapia, são proficientes em reduzir comportamentos-problema e se tornam ótimos professores, sendo capazes demultiplicar o conhecimento adquirido. Em outras palavras, pais são exímios terapeutas.

A maior vantagem de os pais aplicarem técnicas terapêuticas é que isso aumenta otempo em que seus filhos passam engajados em atividades adequadas. Isso éespecialmente fundamental para crianças diagnosticadas com autismo, para as quaistempo ocioso geralmente é dedicado a estereotipias (comportamentos repetitivos auto-estimulatórios) e outros comportamentos inapropriados. Ainda que seja impossível

 passar o dia brincando ou aplicando técnicas, 1 ou 2 horas de atividade por dia é osuficiente para melhorar a interação entre pais e filhos e aumentar o nível deconhecimento das crianças.

Pais que não têm possibilidade de aprender técnicas com profissionais podem adquirir conhecimento por outras fontes. No site www.inspiradospeloautismo.com.br hámateriais do Son-Rise que podem ser aproveitados pelos pais. Son-Rise é um tipo deterapia lúdica indicada para ser realizada pelos familiares das crianças. Pelo endereçoeletrônico bit.ly/biblioteca-aba é possível acessar literatura básica e avançada sobreTerapia ABA, que tem demonstrado resultados excelentes com crianças diagnosticadas

com autismo. Ainda sobre Terapia ABA, um tutorial está sendo desenvolvido pelo autor deste texto, cujo objetivo é ensinar aos pais técnicas para lidarem com seus filhos. Partedo tutorial pode ser acessado pelo endereço eletrônico bit.ly/tutorial-aba. O próprio siteonde este texto está sendo publicado, o www.foei.com.br também ajuda os pais na

 procura por conhecimento.

Pais sem acesso a qualquer tipo de técnica também podem ajudar seus filhos. Para isso, basta ter em mente duas coisas fundamentais. A primeira é: proteção demasiada nãoajuda seu filho a se desenvolver (exemplo: pais que sempre dão comida na boca do filho

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estão o impedindo de aprender a usar talheres). Segunda coisa a ter em mente: todos osmomentos de interação podem ser usados para ensinar (exemplo: guardar brinquedos,ligar a televisão, puxar a descarga, montar blocos, brincar com bola ou boneca, etc).

Ensinar seu filho, no fim das contas, faz parte do seu trabalho natural de pai e mãe. Umfilho especial apenas significa que você terá que ser um pouco mais cuidadoso. Lembre-

se sempre de uma verdade que algumas pessoas esquecem: seu filho é capaz deaprender muitas coisas, basta você ter vontade de ensinar.